Formação das células germinativas e fertilização
● Célula somática (do corpo) da espécie humana contém 46 cromossomos,
sendo 46 o número diplóide da célula. Dois desses cromossomos são
sexuais e os restantes são autossomas.
● Cada cromossomo é pareado de tal forma que cada célula tenha 22
conjuntos homólogos de autossomas pareados, em que um cromossomo
sexual vem da mãe e outro do pai. Esses cromossomos sexuais, designados
X e Y, são pareados como XX na mulher e XY no homem.
● Fertilização: fusão das células germinativas masculinas e femininas
(espermatozoides e ovócitos, coletivamente denominados de gametas) para
formar um zigoto, o qual dá início à formação de um novo indivíduo.
● É necessário que as células germinativas tenham metade do número de
cromossomos para que, na fertilização, o conteúdo original de 46
cromossomos seja restabelecido na nova célula somática. Esse processo
que produz células germinativas com metade do número de cromossomos da
células somáticas é chamado de meiose, enquanto a divisão das células
somáticas tem o termo mitose.
Desenvolvimento pré-natal:
● O desenvolvimento pré-natal é dividido em três fases sucessivas. Nas duas
primeiras retratam o estágio embrionário, enquanto a terceira é o estágio
fetal. O indivíduo em formação é descrito como embrião ou feto dependendo
do estágio de desenvolvimento.
● A 1º fase começa na fertilização e se estende pelas quatro primeiras
semanas de desenvolvimento → essa fase envolve principalmente a
proliferação e a migração celular → alguns defeitos congênitos
resultam desse período de desenvolvimento porque, caso a
alteração seja grave, o embrião é perdido.
● A 2º fase é dada nas próximas quatro semanas e se caracteriza
principalmente pela diferenciação de todas as principais estruturas
externas e internas (morfogênese) → a segunda fase é um período
vulnerável para o embrião, porque envolve muitos processos
embriológicos complexos e muitos defeitos congênitos pode se
desenvolver.
● A partir do final da segunda fase até o nascimento, trata-se do crescimento e
maturação do feto, não mais embrião.
Indução, competência e diferenciação:
● A padronização é fundamental para o desenvolvimento a partir da
especificação axial inicial (da cabeça à cauda) do embrião.
● Todas as células de um indivíduo originam-se do zigoto.
● As células podem se diferenciar de algum modo em população que
assumiram funções, formatos e taxas de renovação específicos → o
processo que inicia a diferenciação é a indução → um indutor é o
agente que fornece às células o sinal para entrarem nesse processo.
Formação do embrião trilaminar
● Após a fertilização, o desenvolvimento envolve uma fase rápida de
proliferação e migração de células, com pouca ou nenhuma diferenciação.
● Essa fase proliferativa dura até que se formem os três folhetos
embrionários → em resumo, o embrião fertilizado passa por uma
série de rápidas divisões que levam à formação de uma bola de
células denominada mórula.
● Dentro da mórula, há uma certa quantidade de fluido acumulado, e suas
células se realinham para formar uma “bola” oca preenchida com fluido
chamado blastocisto.
● Dentro do blastocisto, pode-se distinguir duas populações de células (1)
aquelas que revestem a cavidade (o saco vitelino primitivo), denominadas
células do trofoblasto e (2) um pequeno grupo dentro da cavidade chamado
de massa celular interna ou embrioblasto.
● As células do embrioblasto formam o embrião propriamente dito, enquanto as
células do trofoblasto estão associadas à implantação do embrião e à
formação da placenta.
● Por volta do oitavo dia de gestação (1 semana e 1 dia), as células do
embrioblasto se diferenciam em um disco de duas camadas
chamado de disco embrionário bilaminar → as células dorsais
formam a camada do ectoderma embrionário (epiblasto), sendo
colunares e se organizam para formar a cavidade amniótica,
enquanto as células na face ventral constituintes da camada do
endoderma embrionário (hipoblasto) são cubóides e forma o teto da
segunda cavidade (o saco vitelino secundário).
● Nesse período, o eixo do embrião é estabelecido e é representado por um
ligeiro aumento de tamanho das células ectodèrmicas e endodèrmicas na
extremidade cefálica (ou rostral) do embrião numa região chamada placa pré-
cordal, onde o epiblasto e o hipoblasto estão em contato.
****Gastrulação****
● Gastrulação é o processo de conversão do embrião bilaminar em um embrião
trilaminar.
● Durante a terceira semana de desenvolvimento, o embrião entra no período
de gastrulação, durante o qual o disco embrionário bilaminar se converte em
um disco trilaminar, contendo três folhetos embrionários.
● O assoalho da cavidade amniótica é formado pelo ectoderma
primitivo (epiblasto) e, em meio a essa camada, uma estrutura
chamada linha primitiva se desenvolve ao longo da linha média por
meio de convergência celular → essa estrutura é um estreito sulco
com áreas ligeiramente protuberantes em cada lado.
● A extremidade rostral da linha primitiva termina em um pequeno
aglomerado arredondado de células → nó primitivo contendo uma
pequena depressão → fosseta primitiva.
● Células da camada do epiblasto migram através da linha primitiva,
entre o epiblasto e o hipoblasto → em direções lateral e cervical →
as células derivadas das regiões cefálicas formam um processo
notocordal, o qual segue para diante na linha média até placa pré-
cordal. → através da canalização desse processo, a notocorda é
formada para dar suporte ao embrião primitivo.
● Em vários locais ao longo da região lateral da linha primitiva, as
células do epiblasto se dividem e migram em direção à linha
primitiva, onde se invaginam e se espalham lateralmente entre o
epiblasto e o hipoblasto. → Essas células eventualmente
consideradas mesoblasto → infiltram-se em meio ao hipoblasto a
formar o endoderma embrionário.
● Essas células também se infiltram entre o ectoderma e endoderma para
formar o mesoderma.
● Conjuntamente, nessa migração celular, algumas células se
acumulam anteriormente à placa pré-cordal dando origem à placa
cardiogênica → estrutura que formará o coração.
● Como resultado dessas migrações celulares, a notocorda e o mesoderma
separam completamente o ectoderma do endoderma, exceto na região da
placa pré-cordal e em uma área similar de fusão na extremidade da
cauda do embrião → placa cloacal.
Formação do tubo neural e destino dos folhetos embrionários:
● Durante as 3 e 4 semanas seguintes do desenvolvimento,
importantes tecidos e órgãos se diferenciam do embrião triblástico
→ entre eles incluem: a cabeça, a face e os tecidos que contribuem
no desenvolvimento dos dentes.
● Eventos-chaves: → diferenciação dos tecidos do sistema nervoso e
da crista neural a partir do ectoderma. → diferenciação do
mesoderma. → pregueamento do embrião em dois planos ao longo
dos eixos rostrocaudal (cabeça-cauda) e lateral.