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Apostila de Materno Infantil

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CURSO TÉCNICO DE ENFERMAGEM

SIENF APOSTILA MATERNO


INFANTIL

Enf. Jakson Farias


MATERNO INFANTIL

SUMÁRIO

1. DATA DO PROVÁVEL PARTO E IDADE GESTACIONAL ........................................................................................ 03


2. ANATOMIA E FISIOLOGIA DO SISTEMA REPRODUTOR FEMININO ................................................................. 04
3. CICLO MENSTRUAL .......................................................................................................................................................... 06
4. ETAPAS DO DESENVOLVIMENTO EMBRIONÁRIO ................................................................................................. 08
5. GRAVIDEZ ............................................................................................................................................................................ 13
6. MODIFICAÇÕES NO ORGANISMO MATERNO .......................................................................................................... 15
7. PARTO ................................................................................................................................................................................... 18
8. ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM AO RECÉM-NASCIDO ....................................................................................... 22
9. COMPLICAÇÕES E PATOLOGIAS RELACIONADAS À GESTAÇÃO ..................................................................... 25
REFERÊNCIAS ......................................................................................................................................................................... 30

Página 2
3

1. DATA PROVÁVEL DO PARTO E


IDADE GESTACIONAL

DATA PROVÁVEL DO PARTO - DPP


Para calcular a data provável do parto (DPP) e saber o
dia em que o bebê vai nascer, é necessário que a gestante
saiba a data da sua última menstruação (DUM), que
corresponde ao primeiro dia da sua última menstruação.

1º - Passo: Escrever num papel a data da última


menstruação no formato DD/MM/AAAA.
• Se a DUM for em janeiro, fevereiro ou março, é IDADE GESTACIONAL – IG
somado 7 ao dia; e 9 ao mês e o ano deve ser mantido.
Em geral o cálculo da idade gestacional é baseado na
Ex.: DUM: 10/01/2021 data da última menstruação, conhecida como DUM.
+7/+9 Neste caso, é muito simples. Verifica-se a quantidade de
DPP = 17/10/2021 dias quese passaram da DUM até o dia do cálculo e
divide-se por 7. O valor inteiro, resultado da divisão, é o
• Se a DUM for de abril a dezembro, é somado 7 número de semanas da gravidez e o resto da divisão é o
aodia; e subtraído 3 do mês e acrescentado 1 ao ano. número de dias passados na última semana.
Ex.: Vamos supor que, no dia 26/09/2021, queira- se
Ex.: DUM: 10/05/2021 saber qual a idade gestacional de uma gravidez em que a
+7/-3/+1 gestante menstruou pela última vez em: 10/07/2021.
DPP= 17/02/2022
Obs1: Se o dia somado ultrapassar 30 ou 31 (dependendo 1º Passo: Subtrair os dias do mês pelo número de diasque
do mês), o saldo restante deverá serconsiderado no mês passaram no mês da DUM:
seguinte.
Ex.: DPP = 32/10/2021 01/11/2021 - Julho tem 31 dias e a DUM foi dia 10
Obs2: Nas mulheres primigestas (1º gestação) usa-se o 31 – 10 = 21
+10 no lugar do +7. 2º Passo: Somar o número de dias da última menstruação
até o dia da consulta:
Quando a data da última menstruação é desconhecida. JULHO = 21 dias. AGOSTO = 31 dias. SETEMBRO =
26 dias. 21+31+25= 78 dias
Consideram-se as seguintes datas: 3º Passo: Dividir o número total de dias por 7:
RESPOSTA: IG = 11 SEMANAS E 1 DIA
• No início do mês: a data da última menstruação
será dia 05 do mês;
• No meio do mês: a data da última menstruação
será dia 15 do mês;
• No final do mês: a data da última menstruação será
dia 25 do mês.
Ex.: Se a gestante teve seu período menstrual no final de
maio de 2021, por exemplo, a sua DUM será dia
25/05/2021.

Enfermeiro Jakson Farias


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Grandes lábios: são duas pregas de tecidos adiposo e


2. ANATOMIA E FISIOLOGIA DO conjuntivo, cobertas por pele que formam os limites
laterais da vulva;
SISTEMA REPRODUTOR FEMININO
Pequenos lábios: são dois finos folhetos situados entre
os grandes lábios; São úmidos, com numerosas glândulas
O sistema reprodutor feminino consiste nas estruturas
sebáceas e não são recobertos por pelos. A abundância de
externas e internas, além de estruturas que afetam esse
nervos lhe confere uma grande sensibilidade;
sistema, como o hipotálamo e a hipófise.
Clitóris: corpúsculo pequeno, cilíndrico, localizado na
porção superior da vulva na região em que os lábios se
unem anteriormente. Composto de tecido erétil; Contém
vasos e nervos e é extremamente sensível;
Vestíbulo Vaginal: é a área triangular que se visualiza
quando se afasta os pequenos lábios. O clitóris é o ápice
deste triângulo e a fúrcula sua base. Localizam-se no
vestíbulo o meato uretral, a vagina e as glândulas de
Bartholin;
Meato Urinário: Não faz parte dos órgãos genitais
femininos, porém ele é descrito juntamente com a vulva
pela sua localização anatômica; Abaixo do clitóris e
acima do orifício vaginal;
Intróito Vaginal e Hímen: está na porção inferior do
vestíbulo. É parcialmente coberto pelo hímen, um tecido
membranoso que varia consideravelmente em espessura e
tamanho nas diferentes mulheres;
Glândulas de Bartholin: são as maiores glândulas
vulvovaginais e secretam muco. Situam-se na base dos
grandes lábios. Seus ductos se abrem imediatamente por
fora das margens laterais do orifício vaginal;
Estruturas externas
Estruturas internas

Contidos na cavidade pélvica, compreendem o útero e a


vagina no centro, um ovário e uma tuba de Falópio de
cada lado juntamente com seus vários ligamentos, vasos
sanguíneos, suprimento linfático, nervos e uma certa
quantidade de tecido adiposo e conjuntivo.

Monte de Vênus (monte pubiano): constituído de


tecido adiposo e conjuntivo que reveste a sínfise púbica e
os ossos púbicos adjacentes. A contém glândulas
sebáceas e após a puberdade é recoberta por pelos;

Enfermeiro Jakson Farias


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O corpo do útero tem três camada: Formada de uma camada muscular, de uma camada de
1) Perimétrio (externa) - camada serosa tecido conjuntivo frouxo e de uma camada mucosa e
2) Miométrio: camada muscular, intermediária e forma a bastante suprida por vasos sanguíneos e linfáticos.
maior parte do útero. São as contrações fortes e Não existem glândulas na vagina e a pequena quantidade
intermitentes desta camada que durante o trabalho de de secreção esbranquiçada nela presente deriva das
parto dilatam o canal cervical para permitir a passagem células epiteliais, das glândulas secretoras de muco do
do feto através dele; colo e das bactérias que normalmente habitam a vagina e
3) Endométrio: camada interna, membrana rósea, de seus derivados. A secreção vaginal é normalmente
aveludada, altamente vascularizada coberta por epitélio ácida com pH variando entre 4,0 e 5,0;
colunar ciliado. Sua espessura variaentre 1 e 5 mm Tubas de Falópio (Uterinas): São duas delgadas tubas
dependendo do período do ciclo menstrual; musculares que se dirigem uma de cada lado, dos cornos
da cavidade uterina para os ovários. Proporcionam o
trajeto através do qual os óvulos alcançam o útero.
Seu comprimento varia entre 7 e 14 cm. As tubas
uterinas são formadas de uma camada serosa, composta
de uma capa peritoneal, uma camada muscular e uma
membrana mucosa interna. As contrações rítmicas da
musculatura tubária, e provavelmente também o
movimento dos cílios, realizam o transporte do óvulo e
dos espermatozóides nas tubas;
Ovários: São as glândulas sexuais (gônadas) da mulher.
São dois órgãos pequenos, ovais, achatados, localizados
um de cada lado do útero.
Cada um deles mede cerca de 4 a 5 cm de comprimento,
2 cm de largura e 1 cm de espessura e tem um peso de 2
a 5g. Os óvulos encontram-se sempre envoltos por uma
túnica de células; o conjunto formado pelo óvulo + túnica
é denominada folículo. Cada ovário contém milhões de
folículos, porém somente alguns amadurecerão durante a
vida reprodutiva e liberarão o óvulo, processo chamado
de ovulação;
Os ovários têm três funções: produzir, amadurecer e
expulsar os óvulos e elaborar secreções internas ou
Colo: Constitui a menor parte do útero medindo 2,5 a 3 hormônios;
cm de comprimento. Tem o formato de uma haste que se
expande entre suas duas aberturas. Através do orifício Órgãos e estruturas relacionadas
interno ela se comunica com a cavidade do corpo uterino
e através do orifício externo se comunica com a vagina. Bexiga e Uretra: situa-se por detrás da sínfise púbica e
na frente do útero e da vagina;
Reto: situa-se por trás e a esquerda do útero e da vagina e
dirige-se para baixo até atingir sua terminação no orifício
anal;
Mamas: tem relação funcional íntima com os órgãos
reprodutivos e podem ser encarados como glândulas
acessórias do sistema reprodutor. Sua função é secretar,
na parturiente, o alimento necessário para a criança
durante os primeiros meses de vida;
Vagina: canal musculomembranoso que se estende
desde a parte inferior da vulva até o colo, ligando os
órgãos reprodutores externos e internos.

Enfermeiro Jakson Farias


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Fisiologia do sistema reprodutor

Durante a infância o sistema reprodutor sofre um


crescimento gradual, porém se torna fisiologicamente
maduro na adolescência;
Por volta dos 9 aos 11 anos, o sistema reprodutor sofre
um rápido desenvolvimento e dentro de mais 3 a 5 anos
já são fisiologicamente capazes para desempenhar sua
função reprodutora;
Puberdade: série de acontecimentos que ocorrem na
adolescência que levam a maturidade sexual do indivíduo
e sua capacidade de reproduzir;
Alterações físicas e endócrinas na puberdade:
Crescimento da pelve óssea e alargamento dos quadris;
Hiperemia e pigmentação da aréola;
Crescimento mamário; Telarca;
Aparecimento de pelos pubianos e axilares;
Ovulação e Menarca;
Hipotalamo

3. CICLO MENSTRUAL Coordena a dinâmica do ciclo menstrual


Libera o hormônio liberador de gonadotrofina (GnRh)
Conceitos
Hipófise
Menarca – 1a menstruação Produz os hormônios gonadotróficos (FSH, LH) a partir
do estímulo hipotalâmico (GnRh)
Menacme – Fase reprodutiva da mulher (+/- 37 anos) FSH – Hormônio fóliculo estimulante
LH – Hormônio luteinizante
Menopausa – Última menstruação
Prolactina – Produzida pelas células acidófilas da
Menstruação – Processo natural do corpo da mulher, a adenohipófise
menstruação marca o início da puberdade e é Ação inibitória sobre a ação do FSH e LH
caracterizada pelo sangramento causado pela descamação Pode causar amenorréia (Lactação)
do útero quando não há fecundação.
Infância – Ovários inativos
O Ciclo 9 a 10 anos – liberação de FSH e LH
Menarca – 11 e 16 anos
Duração média – 24 a 35 dias (90 % mulheres)
Fases Ciclo ovariano
Folicular Folicular
Ovulação Desenvolvimento folicular
Lútea Duração média de 10 a 14 dias
Responsável pela maioria das variações na duração da
Menstruação – Duração habitual (4 a 6 dias) menstruação
Volume – 30 ml
Composição: Lútea
Células autolisadas Período entre a ovulação e a menstruação
Exudato inflamatório Duração relativamente fixa – 14 dias
Hemácias
Enzimas proteolíticas

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Ciclo reprodutivo feminino


Fases do ciclo menstrual
Gonadotropinas hipofisárias
✓ Menstruação
✓ Folicular
✓ Ovulação
✓ Lútea
Ciclo do ovário

Hormônios do ovário

Endométrio

Folicular
Início – 1o dia da menstruação
Término – onda de gonadotrofina (Meio do ciclo)
15 ou mais folículos são recrutados
Ocorre proliferação de células da granulosa (Ou
foliculares)
Teca – Androgênios (Androstenediona e testosterona)
Granulosa – Estrogênios (Estradiol e estrona)

Ovulação

Ciclo Menstrual Normal Ruptura do folículo maduro


Pico de LH (16 h antes)
Duração do ciclo: 21 a 35 dias O LH age nas células da Teca e Granulosa tornando-as
Duração do fluxo: 2 a 6 dias secretoras de progesterona
Perda sanguínea: 20 a 60 ml
Fase Lútea (Secretória)

Período entre a ovulação e próxima menstruação


Corpo lúteo – Estrutrura transitória com atividade
endócrina (Estrogênio e progesterona) com duração de
14 dias
Progestorona – Prepara o endométrio para a implantação
Feedback negativo

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Caso haja gravidez a gonadotrofina coriônica estimulará 4. ETAPAS DO DESENVOLVIMENTO


o corpo lúteo a produzir progesterona
EMBRIONÁRIO
Embriogênese: desenvolvimento embrionário

Alterações do ciclo

Duração

Hipermenorréia – Duração maior de 5 dias


Hipomenorréia – Menor de 2 dias
Quantidade
Menorragia – Parda grande de sangue (Com coágulos) Aspectos gerais do desenvolvimento embrionário
sem alteração da duração
Oligomenorréia – Volume de sangue perdido escasso Nos mamíferos, a fecundação é interna e os filhotes
nascem frágeis e dependentes dos pais, pois os órgãos e
Intervalo sistemas precisam de tempo para se tornarem maduros;
Os estágios iniciais de vida ocorrem no útero materno,
Proiomenorréia – 21 a 25 dias que possui temperatura e condições favoráveis ao
Polimenorréia - < 21 dias desenvolvimento do ser em formação;
Opsomenorréia – 36 a 40 dias O desenvolvimento dos embriões depende dos anexos
Espaniomenirréia – 2 a 3 meses embrionários;
A placenta é um anexo embrionário exclusiva dos
Outras desordens do ciclo mamíferos.
A partir da fecundação e da formação do zigoto,
Amenorréia – Ausência de menstruação (Menacme) observa-se as maiores transformações pelas quais
Primária – Nunca menstruou um ser vivo passa em toda a sua vida.
Secundária – já mesntruavam normalmente As mudanças decorrem basicamente de três
Menóstase – Suspensão brusca damenstruação processos importantes:
Dismenorréia – Dor durante o período menstrual
Metrorragia – Perda sangüínea genital atípica, que surge
entre um ciclo menstrual e outro.

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Formação do blastocisto

Cerca de 5 dias após a concepção, aparece uma cavidade


contendo líquido em seu interior, a blastocela, marcando,
assim, o início da fase denominada blastocisto. O
blastocisto é delimitado por uma camada de células
externas, o trofoblasto, de onde se originará parte da
placenta, e apresenta ainda uma saliência de massa
celular na parede interna, o embrioblasto, que irá
desenvolver o embrião propriamente dito.

Formação do embrião e implantação no útero

À medida em que o embrião se implanta no útero


materno, o desenvolvimento acontece com
transformações contínuas

É no estágio de blastocisto que ocorre a nidação,


fenômeno em que o embrião se implanta no endométrio.
Dessa forma, inicia-se a gravidez que se encerra no parto.

Células-tronco embrionárias

A segmentação e formação da mórula Até o estágio de blastocisto, as células ainda se


encontram indiferenciadas; ou seja, se forem isoladas,
Quando o ovócito secundário é liberado do ovário e podem originar qualquer célula do corpo de um
encontra-se com o espermatozoide na porção superior da indivíduo. Por essa característica, até a fase de blástula,
tuba uterina, ocorre a fecundação. Ocorrendo a as células embrionárias são chamadas de células-tronco.
fecundação, a meiose do ovócito secundário se completa
e, a partir de então, surge o zigoto. Durante o trajeto do
zigoto até o útero, têm início sucessivas divisões
celulares, originando uma espécie de bola compacta de
células denominada mórula.

Início da organogênese:
✓ a diferenciação dos tecidos embrionários tem
início com a formação do hipoblasto, cujas células
crescem e delimitam a blastocela, originando o saco
vitelínico, que não tem função nos mamíferos;
✓ o hipoblasto se diferencia e origina o epiblasto,
ou ectoderma primitivo, que tem uma cavidade cheia de
fluido em seu interior; trata-se do líquido amniótico;
✓ o disco embrionário é formado pela porção de
células que revestem tanto a cavidade amniótica quanto o

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saco vitelínico, sendo a partir dele que são formados sanguíneos, os linfócitos e vasos linfáticos, baço e
todos os tecidos. algumas glândulas.
ENDODERMA: forma as mucosas dos sistemas
digestório, respiratório e urogenital, algumas glândulas,
como o timo e a tireoide, e também os ductos hepáticos e
pancreáticos e o revestimento da orelha interna.

Desenvolvimento embrionário e formação da nêurula

Dando continuidade, destacamos, ainda, a formação de


estruturas importantes durante o estágio embrionário
denominado nêurula: o tubo nervoso e a notocorda, ou
corda dorsal. Vejamos:
A gastrulação
O tubo nervoso: a sua formação tem início pela
O estágio seguinte é o de gastrulação, que tem seu início diferenciação de células ectodérmicas, que adquire o
em uma região periférica do disco embrionário. Nessa aspecto de uma placa achatada denominada placa neural,
fase, o plano corporal do embrião vai se definindo, desenvolvendo-se ao longo do dorso do embrião. Essa
ocorrendo migrações e reorganização de células, fazendo estrutura, por sua vez, dará origem ao encéfalo e a outras
com que a blastocela desapareça. Enquanto isso, uma estruturas.
nova cavidade se forma contendo um líquido. Essa nova A notocorda: é uma estrutura que dá suporte ao tubo
cavidade é denominada arquêntero (esboço do futuro nervoso, orientando a sua diferenciação. Essa estrutura
tubo digestório do ser). O arquêntero comunica-se com o libera substâncias que induzem as células do tubo
meio externo por meio de uma abertura, o blatóporo (que nervoso para a formação do sistema nervoso central.
posteriormente irá formar o ânus do embrião).

Formação dos folhetos germinativos

É na gástrula, ainda, que os blastômeros se diferenciam


em três conjuntos de células embrionárias ou folhetos Defeitos de formação do tubo nervoso
germinativos. São eles: ectoderma, mesoderma e Durante o desenvolvimento do embrião, podem ocorrer
endoderma, desenvolvidos a partir do disco embrionário. falhas no fechamento da região anterior do tubo nervoso,
Cada folheto cumpre seu papel formando as seguintes provocando uma condição patológica, denominada
estruturas: anencefalia. Os defeitos de formação do tubo nervoso, no
ECTODERMA: forma epiderme, anexos cutâneos, ser humano, aparecem numa proporção de 1 para cada
pelos e unhas, esmalte dos dentes, sistema nervoso 500 nascimentos.
central, receptores dos órgãos dos sentidos e parte dos
olhos, orelhas e cavidade nasal.
MESODERMA: forma derme, osso, músculo,
cartilagem, tecido conjuntivo, coração, células e vasos

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garantindo o contato direto do sangue materno com o


tecido embrionário; e outra mais interna, o
citotrofoblasto, que corresponde a uma camada de células
individualizadas do trofoblasto e envolve o embrião;
células achatadas oriundas do hipoblasto se dispõem de
modo a constituir uma membrana delgada denominada
membrana de Heuser, que reveste a cavidade do
blastocisto, constituindo-se na cavidade vitelínica
primitiva.

Formação dos anexos embrionários

À medida em que o desenvolvimento do embrião


prossegue, ele é gradativamente envolvido pela bolsa
amniótica, que o mantém bem hidratado e protegido
contra possíveis choques mecânicos. Na parte ventral do
embrião, próximo ao saco vitelínico, surge uma bolsa
denominada alantoide, que é pouco desenvolvida, mas
contribui para a formação da placenta. O
desenvolvimento do mesoderma, juntamente com o
trofoblasto, originará o córion, anexo embrionário que
envolverá o embrião e outros anexos.

Nidação: implantação do embrião no útero


Enquanto os movimentos da gastrulação acontecem, o
trofoblasto se diferencia em duas camadas de células: as
que ficam aderidas ao endométrio (mucosa uterina, rica
em vasos sanguíneos) e originam uma massa
citoplasmática denominada sinciciotrofoblasto. Essa
estrutura contém enzimas capazes de digerir os tecidos
do útero, abrindo cavidades por onde se infiltra e cresce,

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A Placenta
À medida em que o desenvolvimento embrionário
prossegue, a placenta vai se formando pela decídua
uterina (endométrio) e pelas projeções coriônicas
durante a gravidez. É por meio desse órgão que o
embrião recebe do sangue da mãe nutrientes e oxigênio e
nele elimina gás carbônico e excretas. O cordão
umbilical une a placenta ao embrião, sendo formado pelo
mesoderma extraembrionário e revestido pelo epitélio
O Momento do parto
amniótico.
No fim do nono mês de gravidez, ocorre a expulsão do
feto, devido às contrações musculares involuntárias do
útero.
A bolsa amniótica se rompe e o líquido sai pela vagina
que se dilata e permite a passagem do bebê.
A placenta desprende-se do útero, juntamente com o
sangue oriundos dos vasos sanguíneos da mãe, e o
cordão umbilical é cortado e amarrado (clampeado).

Desenvolvimento Fetal

Com cinco semanas de vida, o embrião já começa a


apresentar contrações musculares. Braços e pernas já O leite materno
são evidentes. Quando o bebê nasce, precisa ser alimentado com o leite
O feto, com nove semanas, já tem cerca de 2,5 materno, pois este contém substâncias imunizadoras,
centímetros de comprimento e aparência humana. vitaminas e enzimas digestivas importantes para a saúde
Surgem as células do recém-nascido. Além disso, estudos
revelamamentamam que mulheres que seus filhos têm
menores riscos de desenvolver câncer de mama.

No período fetal, que vai da 9ª até a 38ª semana de


gestação, verifica-se um rápido crescimento do corpo e o
novo ser já tem praticamente todos os órgãos, sistemas e
tecidos formados.
Aos sete meses, caso ocorra um nascimento prematuro, o
feto apresenta grandes chances de sobrevivência. Ferramentas da ciência
O exame pré-natal é muito importante tanto para a
mulher quanto para a saúde do bebê. Realizando o pré-
natal, a mulher é acompanhada por um profissional da
saúde que irá monitorar peso, altura, estado nutricional,
pressão arterial, tamanho da barriga da gestante e
batimentos cardíacos do bebê. Outro recurso muito útil

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13

para avaliar a saúde do bebê é o exame de


ultrassonografia. Essa técnica auxilia na detecção de
anormalidades ou situações de risco, como por exemplo,
a gravidez ectópica, caso em que o embrião se implanta
na tuba uterina.

5. GRAVIDEZ

Diagnóstico da gravidez

O diagnóstico de gravidez pode ser:


Gemelaridade Clínico;
Laboratorial ou hormonal;
Gêmeos dizigóticos ou fraternos: ocorre quando a Ultrassonográfico.
mulher libera dois ou mais ovócitos (óvulos), que, se
forem fecundados, formarão dois zigotos, podendo, Clínico
assim, desenvolver duas crianças na mesma gravidez.
Nesse caso, os gêmeos fraternos podem ter o mesmo grau É comum subdividir a descoberta da gravidez pelo
de semelhança de qualquer irmão. método clínico em três partes. A primeira é a
Gêmeos monozigóticos: ocorre quando um único zigoto "presunção" o segundo é de "probabilidade" e são os
se divide e origina dois ou mais indivíduos. Nesse caso, sinais de certeza.
os gêmeos terão a mesma constituição genética, mesmo
sexo e serão muito parecidos fisicamente. Sinais de presunção

Gemeos siameses ou unidos

.A união dos gêmeos pode variar, existindo casos em que


apenas a cabeça e os membros inferiores são separados
Em alguns casos, há possibilidade de separação cirúrgica,
permitindo a sobrevivência dos dois irmãos. Porém, há
situações em que a separação pode levar a morte de um
dos gêmeos ou de ambos.

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Sinais de probabilidade
Ultrassonografico
Hoje é mandatório o uso de ultrassom transvaginal no
primeiro trimestre da gravidez. Com 4 a 5 semanas
aparece pela primeira vez o saco gestacional que é uma
formação arredondada de contornos nítidos na
ultrassonografia. É já na 6 ou 7 semanas que através do
eco embrionário se detecta a pulsação cardíaca do feto.

Gravidez múltipla

É aquela na qual o útero contém 2 ou mais embriões. São


denominados gêmeos triplos quando são 3 e assim por
diante. A gravidez de gêmeos resulta na fertilização de
dois óvulos separadamente ou de um único óvulo.

Sinais de certeza

Complicações
Em geral são partos longos, às vezes prematuros, com
crianças incapazes de sobreviver. A gravidez múltipla
provoca hiper distensão uterina, com contrações de má
qualidade no trabalho de parto.

Hipertensão gestacional
Diabetes gestacional
CIUR ( crescimento intra-uterino restrito)
Pré-termo
Laboratorial ou hormonal
Anemia
Baseiam-se em resultados de análise químicas realizadas
Cesariana
a partir de material orgânico (sangue/urina) que revelam
Hemorragia pós-parto
taxas indicativas de gestação.
Uma semana após a fertilização, o BHCG já é produzido
em quantidades suficientes pelo trofoblasto para ser
detectado. Existem tipos diferentes de teste para a
detecção. Esses são os testes Imunológicos e o teste de
elisa.

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Modificações sistêmicas

Postura da gestante;
Alongamento das fibras musculares;
Expansão abdominal;
Aumento da caixa torácica;
Pressão pélvica;
Alterações urogenitais.

Modificações posturais

Hipersifose;
Hiperlordose;
Cuidados – alimentação Hiperextensão dos joelhos;
Durante a gravidez de gêmeos, a gestante deve Diminuição do arco plantar;
engordar no máximo 20 Kg.
frutas, legumes e cereais integrais;
Alimentos ricos em ácido fólico;
Alimentos ricos em ômega 3;
Fazer lanches saudáveis;
Alimentos fontes de ferro

Cuidados – atividade física

Porém, em alguns casos, o obstetra pode indicar a


diminuição da atividade física ou a sua proibição;
O repouso também pode ser indicado para incentivar o
crescimento dos fetos e reduzir o risco de
complicações como parto prematuro.

Outros cuidados

Aferir PA regularmente;
Alterações metabólicas
Alimentação pobre em sal;
Ingerir de 2 a 3 litros de água diariamente;
As alterações no metabolismo materno são necessárias
Fazer medicação indicada;
para suprir as exigências suscitadas pelo rápido
Buscar de forma precoce sinais de pré-eclampsia;
crescimento e desenvolvimento do concepto durante a
Buscar sinais de parto prematuro.
gravidez. Grandes modificações no metabolismo de
energia e no acúmulo de gordura têm sido documentadas.
6. MODIFICAÇÕES NO ORGANISMO
MATERNO Hiperlipidemia: HDL e LDL
Retenção de líquido (8 a 10 l)
As alterações fisiológicas observadas na gestação são Consequências:
decorrentes, principalmente, de fatores hormonais e Redução na concentração de hemoglobina (Trans. O2)
mecânicos, e os ajustes verificados no organismo da Redução do hematócrito (anemia, ac. Folico, ferro)
mulher devem ser considerados normais durante o Diminuição da concentração de albumina (renal)
estado gravídico, embora determinem, por vezes, Aumento do débito cardíaco (taquicardia)
pequenos sintomas que afetam a saúde da paciente.

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Alterações hemodinamicas Congestão nasal


Epistaxe
O acréscimo significativo da frequência cardíaca já pode Alterações na voz
ser observado na gestação de 5 semanas, e isso contribui 1º Trimestre (Aumento da FR 30 a 40%)
para a elevação do débito cardíaco (débito cardíaco = Elevação do diafragma
volume sistólico × frequência cardíaca).
Síndrome da hipotensão supina. Alterações no sistema digestivo
A partir de 20 semanas de gestação, o útero gravídico
impede o retorno venoso ao coração, quando a gestante No 1º trimestre é frequente o aparecimento de náuseas
assume a posição supina. (matinais) e vômitos (50 a 90% das gestantes)
Sintomas: Gengivite - gengivas estão comumente edemaciadas,
Palidez; hiperêmicas, e sangram com facilidade.
Taquicardia; Durante os dois primeiros trimestres há redução na
Suderose; secreção gástrica de ácidos, explicando a incidência
Náuseas reduzida de úlcera péptica e a remissão das porventura
preexistentes.

Alterações nos órgãos genitais


vulva e vagina

Sob a influência dos estrogênios, o epitélio vaginal se


espessa durante a gravidez e há aumento da sua
descamação, o que resulta maior secreção vaginal. Essa
secreção tem pH mais ácido do que o existente na mulher
não gestante (4,5 a 5,0), para proteger contra a infecção
ascendente. A vagina também aumenta a sua
vascularização com a gravidez.
Alterações hematologicas A vulva e a vagina tumefazem-se, experimentam
As principais alterações hematológicas ocorridas na amolecimento e têm sua coloração alterada. A vulva
gestação são: pigmenta-se e o sítio lindeiro à extremidade inferior da
Diminuição vagina perde o róseo característico, tomando a cor
Número de hemácias. vermelho-vinhosa, entreabertos ninfas e grandes lábios
Concentração de hemoglobina. (sinal de Jacquemier).
Hematócrito.
Aumento
Leucócitos (glóbulos brancos)
Concentração de fibrinogênio.

Alterações no sistema urinário

Deslocamento da bexiga (anteriormente), chamada pari


passu.
Hiperemia e congestão da mucosa uretral e vesical.
Incontinência urinária
Glicosúria - aumento da TFG (taxa
de filtração glomerular)
Proteinúria - 300 mg/dia

Alterações no sistema respiratório

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Útero

O útero gravídico passa por um imediato amolecimento


na região correspondente ao local da implantação,
progredindo por todo o órgão e pelas outras estruturas
pélvicas.
É a diminuição da consistência subordinada à embebição
gravídica e à redução do tônus, precocemente notadas
especialmente no istmo, determinando o sinal de Hegar.

Lactogênese:
Mamogênese: é estimulada pelos hormônios estrogênio,
progesterona, prolactina, hormônio do crescimento,
glicocorticoide e fator de crescimento epitelial.
Lactogênese: estimulada pelos hormônios prolactina,
glicocorticoides e insulina.
Lactopoiese: aumento da ocitocina, prolactina, hormônio
do crescimento, glicocorticoides, insulina, tiroxina e
paratormônio.

De volume crescente, o corpo do útero mantém a


configuração esférica até o 4º a 5º mês, quando o
alongamento predomina sobre os diâmetros transversos,
conferindo à víscera forma cilíndrica
A expansão do istmo, levando à incorporação de sua
cavidade à do corpo, acentua, nos últimos meses, a
cilindrificação da matriz
Colostro presente no parto:
Alterações mamárias Entre o 1º e 3º dia pós-parto – descida do leite.
Observar o ingurgitamento mamário – resulta congestão,
As mamas estão sensíveis e apresentam prurido nas aumento vascularização, acúmulo de leite e edema por
primeiras semanas da gravidez. Aumentam de volume obstrução dos vasos linfáticos.
por volta do 2º mês Comum em primíparas entre 3º e 5º dia pós-parto.
Os mamilos ficam maiores, mais pigmentados e mais Se presente, é importante realizar massagem nas mamas
eréteis logo no início da gravidez. antes da pega, compressas frias ou geladas, uso de anti-
As aréolas alargam-se e ficam mais pigmentadas. inflamatórios.
A presença do colostro no 2º trimestre e observa-se nas
aréolas várias saliências – glândulas de Montgomery –
são glândulas sebáceas hipertrofiadas.

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Colostro presente no parto: Orifício cervical;


Observar mamilos: Planos ou invertidos; fissuras Diafragma pélvico;
radiadas ou concêntricas. Ostio vaginal.
Se fissuras, orientar o uso de lanolina anídrica ou ácidos
graxos essenciais com vitamina A e E.
Se mamilos planos/invertidos: utilizar conchas de
amamentação de base dura.

Contratilidade uterina

Contração uterina também chamada de metrossístoles – a


contratilidade uterina é um fenômeno mais importante do
trabalho de parto, indispensável para fazer dilatar o colo
e expulsar o feto.

0 a 30 semanas (pouca)
De 30 semanas a 36 (aumentando)
>36 (alta)
Colostro presente no parto: Contrações de Braxton-Hicks
Se na passagem de visita a mãe está amamentando –
observar se a pega está correta.
A boca da criança deve abocanhar 2 cm do tecido
mamário além do mamilo.
Na pega ótima – lábios do bebê ficam voltados para fora.

Involuntária;
Espontânea;
Total;
Dolorosa;
7. PARTO A tensão miometrial depende da actomiosina proteína
complexa, que aumenta à medida que a gestação evolui.
Estudo da bacia (pelve) Função da contração no parto

Estreitamentos anulares: A função da contração no parto, na dilatação as

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contrações têm uma frequência de 2 a 3/10 minutos e até


o final chega 4/10 minutos;
A posição da gestante em decúbito lateral aumenta a
intensidade e diminui a frequência o que dá maior
eficiência para a progressão do parto.

Duração do parto
Primíparas: 10 a 12 horas
Multíparas: 6 a 8 horas Mecanismos do parto - Descida

Expulsão: Rotação interna da cabeça


5 contrações em 10 minutos Insinuação das espáduas
Intensidade
Esforços respiratórios verdadeiros (puxos)
Volume para descolamento
Volta de contrações e cessação após mamada

Mecanismos do parto

O mecanismo do parto compreende as rotações e ajustes


necessários no processo do nascimento: Insinuação Mecanismos do parto – desprendimento
(encaixamento), descida e desprendimento.
Rotação externa da cabeça
Rotação interna das espáduas
Desprendimento das espáduas

Mecanismos do parto - insinuação


Estática
Se processa na gravidez, em mais de 50% das
primigestas.
Dinâmica
Períodos clínicos do parto
Surge no fim da dilatação cervical ou no início do
período expulsivo nas multíparas.

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Ansiedade
Episiotomia (bloqueio do nervo pudendo)

Dilatação

Período mais longo Dequitação


Dilatação da cérvice (10 cm)
Fases: Inicia-se com o nascimento e termina com a expulsão da
Latente = 10 a 15 min, 15 a 20s, primípara 10h, multi 5h placenta.
Ativa = 30 a 45s, dilatação 8cm Pode levar até 30 minutos após o parto
Transição = 8 a 10 cm, 60 a 90s. Verificar a integridade placentária

Rompimento da bolsa
PREMATURA: quando acontece antes do início do
trabalho de parto;
PRECOCE: no começo do trabalho de parto;
OPORTUNA: na fase de transição;
TARDIA: no momento da expulsão.

Expulsão

Dilatação completa
Necessidade de fazer força
Primípara: variação 25-75 minutos, média 57 minutos;
Gestações subsequentes: variação 13-17 minutos, média Riscos maternos:
14 minutos. Hemorragia durante ou após a dequitação;
Maior que 2 horas indica cirúrgia Retenção de restos placentários; a hemorragia materna;
Fatores predisponentes: gestação múltipla, polidrâmnio e
trabalho de parto distócico.

Greenberg

1ª hora após a saída da placenta


Pode haver atonia uterina:
Hemorragia
Morte
Risco de lesão à mãe
Manobra de Valsava
Risco de infecção (bolsa e períneo)

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Ausência de instrumentos;
Escolha do posicionamento pela parturiente.

Parto Fórceps

Fórceps Baixo: aplicado quando a cabeça atingiu o


soalho perineal, estando no estreito inferior da bacia.
Fórceps Médio: aplicado depois do encaixamento da
cabeça.
Fórceps Alto: usado raramente. Antes de a cabeça
encaixar.

1 Miotamponamento
Contração uterina
Primeira linha de defesa contra hemorragia
2 Trombotamponamento
Recobrir a ferida aberta do sítio placentário
Segunda linha de defesa
3 Contração uterina fixa Indicações:
Ùtero adquire mais tônus Frequência cardíaca fetal irregular (-100 ou + de 160
Globo de segurança de Pinard bat/min).
Eliminação de mecônio na apresentação cefálica.
Parto humanizado Exaustão materna.
Parada de progressão no período devido à contração
Respeita sua natureza e suas vontades; uterina fraca e períneo rígido.
Busca-se evitar: Não rotação da cabeça do feto.
Indução do parto;
Corte do períneo (episiotomia); Complicações maternas:
Uso de anestesia; Perfuração ou rotura uterina;
Raspagem dos pelos pubianos; Lesão da bexiga ou reto (formação de fístula);
Parto cirúrgico (ou parto cesárea). Laceração do canal vaginal e colo uterino com
possibilidade de hemorragia e infecção;
Humanizar é acreditar na fisiologia da gestação e do Prolapso uterino.
parto. Humanizar é respeitar esta fisiologia, e apenas
acompanhá-la. Complicações fetais:
Humanizar é perceber e respeitar os diversos aspectos Céfalo-hematoma;
culturais, individuais, psíquicos e emocionais da mulher Fraturas de crânio;
e de sua família. Lesão cerebral e hemorragia intracraniana;
Humanizar é permitir o contato contínuo entre mãe, pai e Paralisia facial
recém-nascido. Humanizar é devolver o protagonismo do
parto à mulher. Parto Cesareano
É garantir-lhe o direito de conhecimento e escolha
Condições prévias:
Parto tradicional Cesáreas anteriores;
Descolamento prematuro de placenta;
Realizado em centros obstétricos; Diabetes;
Médico e/ou enfermeiro(a) obstetra; Tumores;
Caso haja intercorrências, deve-se induzir o parto Herpes genital grave;
(ocitocina principalmente); Doença renal

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Macrossomia confortável, semiescuro, agradável e calmo para repouso;


Toxemia gravídica; Controlar os SSW, anotar e comunicar anormalidades;
Desproporção feto pélvica: Observar rigorosamente o sangramento, anotar e
Apresentação pélvica em primiparturiente; comunicar anormalidades;
Placenta prévia; Observar no local da episiorrafia: presença de edema,
Distócias das partes moles; sangramento
Sofrimento fetal; Avaliar distensão abdominal (atonia uterina, gazes
Prolapso de cordão; intestinais, etc);
Gemelaridade Observar reações emocionais da mãe;
Estimular contato com o bebê;
Assistência de enfermagem à parturiente Administrar medicação prescrita;
Incentivar deambulação logo que possível;
Na admissão: Estimular a alimentação;
Material Necessário: Orientar para a higiene geral, especialmente a perineal;
Fita métrica para medir a A.U.; Estimular o aleitamento materno na 1 hora de vida;
Sonar dopllerpara ausculta dos BCF;
Termômetro; 8. ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM
Aparelho de PA;
Antisséptico para desinfecção da vulva.
AO RECÉM-NASCIDO

Após a admissão, preparar: O preparo para atender o RN na sala de parto inclui


Material para tricotomia, S/N; necessariamente:
Material para sondagem vesical (esp. em caso de • Realização de anamnese materna.
cesárea); • Disponibilidade do material para atendimento.
Roupas esterilizadas (camisola, gorro e propé) • Presença de equipe treinada em reanimação
neonatal.
Enfermagem no pré-parto:
Verificar SSVV; Assistência ao RN a termo com boa vitalidade ao
Medir A U.; nascer
Auxiliar a realizar exame obstétrico: inspeção, palpação,
toque, avaliação do estado geral, verificação da idade Se, ao nascimento, verifica-se que o RN é a termo, está
gestacional; respirando ou chorando e com tônus
Executar tricotomia da região abdominal, vulvar e muscular em flexão, sem a presença de líquido amniótico
perineal, incluindo ânus; S/N; meconial, a criança apresenta boa
Encaminhar ao banho de aspersão; vitalidade e não necessita de qualquer manobra de
Apoio emocional; Fazer anotações no prontuário que reanimação.
constam de nome da paciente; Após o clampeamento do cordão, o RN poderá ser
idade da paciente; mantido sobre o abdome e/ou tórax materno, usando o
D.U.M. e D.P.P.; A U.; corpo da mãe como fonte de calor, garantindo-se que o
N° de paridades; posicionamento da criança permita movimentos
N° de gestação; respiratórios efetivos.
N° de abortos; O contato pele a pele imediatamente após o nascimento,
Estado da bolsa (rota ou integra); em temperatura ambiente de 26º C, reduz o risco de
Duração e intervalos das contrações; hipotermia em RNs a termo que nascem com respiração
Dilatação; espontânea e que não necessitam de ventilação, desde
Estado psicoemocional; que cobertos com campos preaquecidos.6-8 Nesse
Procedimentos realizados. momento, pode-se iniciar a amamentação.

Enfermagem no pós-parto imediato: Após a realização dos cuidados de rotina na sala de parto,
Receber a puérpera no quarto e propiciar ambiente o RN em boas condições clínicas deve ser encaminhado

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com a mãe ao alojamento conjunto. realização de algum procedimento de reanimação no RN


e a rapidez com que tais manobras devem ser iniciadas, é
fundamental que pelo menos um profissional capaz de
iniciar de forma adequada a reanimação neonatal esteja
presente durante todo o parto.
Quando se antecipa o nascimento de um concepto de alto
risco, podem ser necessários dois a três profissionais
treinados e capacitados para reanimar o
Avaliação da vitalidade ao nascer RN de maneira rápida e efetiva.
Os auxiliares atuarão junto ao médico, e este deve
Imediatamente após o nascimento, a necessidade de dedicar-se exclusivamente ao RN. No caso do
reanimação depende da avaliação rápida nascimento de gemelares, deve-se dispor de material e
de quatro situações referentes à vitalidade do concepto, equipe próprios para cada criança.
sendo feitas as seguintes perguntas: Para a recepção do RN devem-se utilizar as precauções-
• Gestação a termo? padrão, que compreendem lavagem/higienização correta
• Ausência de mecônio? das mãos e uso de luvas, avental impermeável, máscara e
• Respirando ou chorando? proteção facial para evitar contaminação do profissional
• Tônus muscular bom? com material biológico do RN.

A determinação da necessidade de reanimação e a Assistência ao RN com líquido amniótico meconial


avaliação de sua eficácia dependem da
avaliação simultânea de dois sinais: Na presença de líquido amniótico meconial, fluido ou
• Respiração. espesso, o obstetra não deve realizar a aspiração das vias
• Frequência cardíaca (FC). aéreas, pois esse procedimento não diminui a incidência
de síndrome de aspiração de mecônio, a necessidade de
Escore de apgar ventilação mecânica nos RNs que desenvolvem
pneumonia aspirativa, nem o tempo de oxigenoterapia ou
de hospitalização.

Caso o neonato com líquido meconial fluido ou espesso


apresente, logo após o nascimento, movimentos
respiratórios rítmicos e regulares, tônus muscular
adequado e FC maior que 100bpm, a conduta deverá ser,
nesta ordem:

• Levar o RN à mesa de reanimação.


• Colocá-lo sob fonte de calor radiante.
• Posicionar sua cabeça com uma leve extensão do
pescoço.
Reanimação neonatal • Aspirar o excesso de secreções da boca e do nariz
com sonda de aspiração
Todo material necessário para reanimação deve ser traqueal nº 10.
preparado, testado e estar disponível, em local de fácil • Secar e desprezar os campos úmidos, verificando
acesso, antes do nascimento. Esse material é destinado à novamente a posição da cabeça.
manutenção da temperatura, aspiração de vias aéreas, • Avaliar a FC e a respiração.
ventilação e administração de medicações.
A temperatura ambiente na sala de parto deve ser, no Cuidados de rotina após a estabilização clínica do RN
mínimo, de 26º C para que se mantenha com maior na sala de parto
facilidade a temperatura corpórea normal do RN.
Considerando-se a frequência elevada da necessidade de Quando as condições clínicas do RN forem satisfatórias,

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os seguintes procedimentos devem Adolescente regulamenta a identificação do RN mediante


ser realizados em sequência: o registro de sua impressão plantar e digital e da
• Laqueadura do cordão umbilical. Fixar o clamp à impressão digital da mãe. Essa identificação é feita no
distância de 2 a 3cm do anel umbilical, envolvendo o prontuário. Pulseiras devem ser colocadas na mãe e no
coto com gaze embebida em álcool etílico 70% ou RN, contendo o nome da mãe, o registro hospitalar, a
clorexidina alcoólica 0,5%.11 Em RN de extremo baixo data e hora do nascimento e o sexo do RN.
peso utiliza-se soro fisiológico. Verificar a presença de
duas artérias e de uma veia umbilical, pois a existência Alimentaçao do recém-nascido
de artéria umbilical única pode associar-se a anomalias
congênitas. O leite materno é a melhor opção, na forma exclusiva até
• Prevenção da oftalmia gonocócica pelo método de os 6 meses de idade e complementar até 2 anos de idade.
Credé. Eficaz na proteção do neonato contra infecções
gastrointestinais causadas por enterococos, infecções no
Retirar o vérnix da região ocular com gaze seca ou trato respiratório, otites médias, alergias, obesidade e
umedecida com água, sendo contraindicado o uso de soro diabetes tipo 2.
fisiológico ou qualquer outra solução salina. Afastar as É a forma mais econômica de alimentação. Está
pálpebras e instilar uma gota de nitrato de prata a 1% no sempre disponível, na temperatura ideal, livre de
fundo do saco lacrimal inferior de cada olho. A seguir, contaminação e pronto para ingestão.
massagear suavemente as pálpebras deslizando-as sobre Contraindicações absolutas:
o globo ocular para fazer com que o nitrato de prata o Mães infectadas pelo vírus HIV.
banhe toda a conjuntiva. Se o nitrato cair fora do globo o Mães infectadas pelo vírus HTLV.
ocular ou se houver dúvida, repetir o procedimento. o Uso de fármacos antineoplásicos e radiofármacos.
Limpar com gaze seca o excesso que ficar na pele das o Criança portadora de galactosemia.
pálpebras. A profilaxia deve ser realizada na primeira Contraindicações relativas:
hora após o nascimento, tanto no parto vaginal quanto o Infecção herpética
cesáreo. - Presença de vesículas localizadas na mama.
• Antropometria. Realizar exame físico - O aleitamento materno deve ser mantido na mama
simplificado, incluindo peso, comprimento e os sadia.
perímetros cefálico, torácico e abdominal. o Varicela
• Prevenção do sangramento por deficiência de - Presença de vesículas na pele na pele cinco dias antes
vitamina K. Administrar 1mg de vitamina K por via do parto ou até dois dias após o parto
intramuscular ou subcutânea ao nascimento. - Recomenda-se o isolamento da mãe até que as lesões
• Detecção de incompatibilidade sanguínea adquiram a forma de crosta.
materno-fetal. Coletar sangue da mãe e do cordão o Doença de Chagas
umbilical para determinar os antígenos dos sistemas - Fase aguda da doença ou quando houver sangramento
ABO e Rh. Não é necessário realizar o teste de Coombs mamilar evidente.
direto de rotina. No caso de mãe Rh negativo, deve-se o Abscesso mamário.
realizar - A amamentação deve ser mantida na mama sadia, até
pesquisa de anticorpos anti-D por meio do Coombs que o abscesso tenha sido drenado e a antibioticoterapia
indireto na mãe e Coombs direto no sangue do cordão iniciada.
umbilical. o Consumo de drogas de abuso:
• Realização da sorologia para sífilis e HIV. Coletar - Recomenda-se interrupção temporária do aleitamento
sangue materno para determinar a sorologia para sífilis. materno, com ordenha do leite, que deve ser desprezado.
Caso a gestante não tenha realizado sorologia para HIV O tempo recomendado de interrupção da amamentação
no último trimestre da gravidez ou o resultado não estiver varia dependendo da droga.
disponível no dia do parto, deve-se fazer o teste rápido
para anti-HIV o mais breve possível, e administrar a USO DO COPINHO
zidovudina profilática antes do parto, caso o teste seja
positivo. A alimentação por copo tem como principal objetivo
• Identificação do RN: O Estatuto da Criança e do evitar o contato precoce do bebê com outros bicos que

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não o seio materno, evitando a confusão de bicos e 9. COMPLICAÇÕES E PATOLOGIAS


favorecendo o aleitamento materno.
RELACIONADAS À GESTAÇÃO
Vantagens do método:
o Evita a confusão de bicos.
o Permite a interação e o contato do RN com a mãe ou Hiperêmese gravídica
com o cuidador.
o Demonstra à mãe as competências do bebê. Hiperêmese gravídica consiste em náuseas e vômitos
o É um método simples, prático, de baixo custo e uma graves durante a gestação que, ao contrário da doença
forma segura de alimentar. matinal, pode causar perda ponderal, cetose, desidratação
o Favorece o início e a manutenção do aleitamento e, às vezes, anormalidades eletrolíticas. Excluir outros
materno, mesmo após o contato com o seio materno. distúrbios que podem provocar vômitos com base nos
sintomas da mulher.
ALIMENTAÇÂO ENTERAL
Consequências:
A alimentação enteral é indicada para RNs que não são Desidratação
capazes de ingerir uma quantidade adequada de Perda ponderal
nutrientes por via oral. Isso pode incluir os bebês Cetose (produção de energia por lipídios), hálito metalico
inconscientes, em uso de ventilação mecânica, deglutição
prejudicada, em transição de nutrição parenteral ou com Orientações:
broncoaspiração primária. Suspensão de alimentação via oral
Gavagem Simples: Antiemeticos
A alimentação por gavagem simples intermitente é Ringer Lactato
realizada através de um tubo de silicone ou polietileno Complexos vitamínicos:
inseridos por via orogástrica, nasogástrica ou Tiamina (b); dextroses (eleva glicemia)
gastrostomia. Este método é usado em recémnascidos
que não podem ser alimentados por via oral, mas o trato Toxemia gravídica: Eclâmpsia ou Pré-eclâmpsia
gastrointestinal é funcional, ou que ainda não coordenam
a respiração/sucção e deglutição. Essa doença acomete mulheres que estão na 20ª semana
Gastróclise ou gotejamento contínuo: de gravidez ou mais, sendo uma das principais causas de
É uma alimentação enteral contínua através de bomba de morte materna no nosso país.
infusão e uma sonda introduzida via oral ou nasogástrica.
Este método está indicado para os recém-nascidos que: Principais sintomas
não toleram a gavagem simples intermitente; apresentam
resíduo gástrico volumoso; são dependentes de prótese
ventilatória; menores de 1000 g; ou que não suportam Pré-eclampsia
volumes maiores de uma única vez. cefaleia;
Finger-feeding dores estomacais;
O método finger-feeding traduzido como alimentação taquicardia;
pelo dedo ou sonda-dedo, consiste em técnica de hematúria;
alimentação via oral e de estimulação oral. alterações visuais.
Para realização desta técnica, utiliza-se uma sonda nº
quatro ou seis, que é fixada ao dedo mínimo enluvado do Eclampsia
profissional através de um fino esparadrapo. A sonda é hemorragias vaginais;
conectada a um copo ou seringa, de preferência com leite convulsões e até mesmo o coma.
ordenhado da mãe que deve ser posicionado abaixo da
altura da boca do bebê de maneira que o leite flua por Precauções
sucção. alta ingestão diária de água, redução do consumo de sal
e, nos casos em que ela já se manifestou, repouso
absoluto.
Medicamentos: Diuréticos, sedativos, hipotensores,

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diazepínicos; complicações neonatais e o tempo de internação na


Unidade de Terapia Intensiva.
Síndrome de Hellp
Síndromes hemorrágicas na gravidez
Complicação obstétrica grave, pouco conhecida e de
difícil diagnóstico, que pode causar a morte da mãe e
também do bebê.
É chamada de síndrome porque envolve um conjunto de
sinais e sintomas, e hellp, em razão da abreviação dos
termos em inglês que querem dizer: H: hemólise
(fragmentação das células do sangue); EL: elevação das
enzimas hepáticas, e LP: baixa contagem de plaquetas. É
importante lembrar que as plaquetas são células que
auxiliam na coagulação sanguínea, e por isso um dos
sintomas dessa síndrome é a hemorragia.

Embora ocorra isoladamente, a Síndrome de Hellp


geralmente aparece como sendo uma complicação da
pré-eclâmpsia, que é a hipertensão gerada pela gravidez.
Especialistas calculam que cerca de 8% das mulheres que
sofrem de pré-eclâmpsia, desenvolvem a Síndrome de
Abortamento
Hellp. Quando uma gestante com pré-eclâmpsia
apresenta alterações laboratoriais e exames clínicos
É a morte ovular ocorrida antes da 22ª semana de
compatíveis com hemólise, alteração das enzimas
gestação – aborto; é precoce até a 13ª semana, tardio
hepáticas e queda na contagem das plaquetas, ela está
entre 13ª e 22ª semana.
com Síndrome de Hellp.
O diagnóstico é feito através de ultra-sonografia, atraso
menstrual, perda sanguínea uterina e a presença de
Os sinais e sintomas da Síndrome de Hellp podem ser
cólicas no hipogástrio. O exame ginecológico para
facilmente confundidos com os da pré-eclâmpsia grave,
avaliação da permeabilidade do colo:
que são dor na parte alta ou central do abdome, cefaleia,
náuseas, vômitos e mal estar generalizado. Quanto não é
Colo dilatado: aborto inevitável pode ser completo ou
feita uma correta avaliação laboratorial, esses sintomas
incompleto.
podem passar despercebidos, sendo feito o diagnóstico
Colo fechado: BCF negativo – abortamento retido
apenas quando a Síndrome de Hellp se agrava,
Conduta:
provocando edema agudo dos pulmões, insuficiência
Aborto completo - observação
renal, falência cardíaca, hemorragias e ruptura do
Aborto incompleto e retido – esvaziamento.
fígado, podendo ocasionar a morte materna.
Ameaça de aborto – conduta conservadora e repouso.
Mulheres que sofrem de doenças crônicas do coração e
Abortamento habitual: é a perda espontânea e sucessiva
rim, e pacientes com lúpus e diabetes têm mais
de três ou mais gestações antes da 22ª semana.
predisposição para desenvolver a síndrome. Infelizmente
não existem meios de evitá-la, sendo que somente as
As causas são anomalias do desenvolvimento uterino
mulheres que já desenvolveram essa síndrome, ao
(útero bicorno ou spetado), miomas submucoso,
engravidarem novamente, poderão se prevenir para
incompetência instimocervical, diabetes, disfunção da
diminuir o risco.
tiroide, causa hormonal, fatores imunológicos e fatores
O único tratamento capaz de frear os efeitos da Síndrome
infecciosos.
de Hellp é o término da gestação, que pode ser feito
Seu diagnóstico: anamnese (antecedentes gineco-
através de uma cesariana ou indução do parto. Caso a
obstétrico), exame ginecológico, ultra-sonografia,
gestante apresente um quadro estável, o médico pode
avaliação endócrina, pesquisa de infecções (rubéola,
optar por ministrar medicamentos para induzir o
toxoplasmose, clamídia, citomegalovírus) avaliação
amadurecimento pulmonar fetal, reduzindo as
imunológica.

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Conduta:
acompanhamento quinzenal no pré- natal, tratamento da
etiologia.
Diagnóstico clínico: atraso menstrual, sangramento
vaginal, acompanhado de dor abdominal.
Outros sinais e sintomas: sudorese, calafrios, icterícia,
taquicardia, taquisfigmia (pulso), taquipneia, agitação,
obnubilação (visão), hipotensão arterial, choque séptico.
Tipos de Aborto
Exame físico: colo pérvio, restos ovulares, odor fétido e
Induzido
secreção purulenta. Pode acontecer quando existem malformações
Toque vaginal: amolecimento e dor uterina ou anexial, congénitas, quando a gravidez resulta de um crime
sensação de crepitação. contra a liberdade e autodeterminação sexual, quando a
Formação de abscesso pélvico localizado no fundo de gravidez coloca em perigo a vida e a saúde física e/ou
saco de Douglas. psíquica da mulher ou simplesmente por opção da
mulher.
É legal quando a interrupção da gravidez é realizada de
Tipos de Aborto
acordo com a legislação em vigor. Quando feito
Espontâneo
precocemente por médicos experientes e em condições
Surge quando a gravidez é interrompida sem que seja por
adequadas apresenta um elevadíssimo nível de
vontade da mulher. Pode acontecer por vários fatores
segurança.
biológicos, psicológicos e sociais que contribuem para
Em países onde o aborto é legal, o aborto geralmente é
que esta situação se verifique.
seguro e as complicações são raras. Em todo o mundo,
13% das mortes maternas são secundárias ao aborto
induzido, e a maioria esmagadora dessas mortes ocorre
em países onde o aborto é ilegal.

Fatores de risco
Problemas no útero.
Alterações hormonais.
Doenças na tireoide.
Síndrome dos ovários policísticos.
Alterações no cromossomo.
Infeções causadas por vírus ou bactérias. Gravidez ectópica
Álcool, cigarro e café em excesso.
Doença autoimune. Nidação fora da parede uterina
Diagnóstico:
anamnese (história de atraso menstrual, teste positivo
para gravidez, perda sanguínea uterina, dores no baixo
ventre);
exame físico (avaliação das condições gerais, sinais de
irritação peritoneal);
ao toque verifica-se o amolecimento do colo;
o aumento uterino;
palpação das zonas anexiais, que, além de provocar dor,

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pode demonstrar presença de tumor Conduta no parto quando o feto está morto, realizar
Ultrassonografia - tumor anexial; amniotomia, acelerar o período expulsivo com ocitocina,
Punção do fundo de saco vaginal posterior, a procura de possibilidade de complicações: coagulopatias, lesão.
sangue na cavidade abdominal.
Sofrimento fetal
Conduta
Cirúrgica – laparotomia ou laparoscopia, para gravidez Transtorno que ocorre no organismo fetal decorrente da
tubária rota, indica-se a salpingectomia, para a íntegra, a redução das trocas materno-fetais, que pode se apresentar
conduta dependerá de a mulher ter ou não prole de forma aguda ou crônica.
constituída ou desejar nova gestação. Hipertensão arterial;
Diabetes gestacional;
Alterações das contrações uterinas;
Posições anômalas do feto;

Desproporção entre as dimensões da pélvis da mãe e do


tamanho do feto;
Nascimento de múltiplos;
Ruptura uterina;
Anomalias do cordão umbilical.

Quando o sofrimento fetal é comprovado, medidas


devem ser adotadas para resolver o problema quando
Placenta prévia possível, ou o parto deve ser finalizado o mais
rapidamente possível para não resultar em lesões
É a implantação da placenta, inteira ou parcialmente, no irreversíveis no feto.
segmento inferior do útero a partir da 22ª semana. Quando o sofrimento fetal ocorre antes do parto, deve-se
Causas: recorrer à cesariana.
multiparidade, idade avançada, prenhes gemelar,
endometrite, cesáreas anteriores. Distócias do trajeto

As distorcias classificam-se em:


1) Distorcias de trajeto: Canal vaginal e estreitos;
2) Distorcias do objeto: Distorcias fetais;
3) Distorcia do Motor: Distorcias funcionais (uterinas).

Diagnóstico
Clínico-anamnese é relatada perda sanguínea por via
vaginal, indolor, súbita, de cor vermelho-viva, em geral
pequena quantidade, é episodia, recorrente e progressiva.
O exame uterino-volume e tono uterino normal. BCF
audíveis. Ultra-sonografia confirma o diagnóstico e a
localização da placenta.
Conduta: dependem do tipo de localização, volume do
sangramento, idade gestacional e condições da vitalidade Doença Hemolítica Perinatal
fetal. A Doença Hemolítica Perinatal (DHPN), anteriormente
chamada de eritoblastose fetal, caracteriza-se como
Descolamento prematuro da placenta afecção generalizada, acompanhada de destruição das
hemácias, anemia e presença de suas formas jovens ou
Características semelhantes a placenta prévia imaturas na circulação periférica fetal (eritoblastos).

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Ocorre quando a mãe forma anticorpos contra antígenos


presentes nas hemácias fetais (herdadas pelo pai) que não
estão presentes nas hemácias da mãe.
Ocorrência da doença hemolítica perinatal
Quando o sangue fetal RhD + entra na circulação
materna (hemorragia feto-materna) durante a gravidez,
abortamento ou parto, a formação do anticorpo anti D Cordocentese
pode ser induzida nas gestantes RhD negativo não Método invasivo e com riscos
sensibilizadas (aloimunização)
A hemorragia feto-materna está relacionada ao aumento
da volemia fetal e ocorre mais frequentemente no
terceiro trimestre de gestação durante o parto.
Causas da hemorragia feto-materna

Opções terapêuticas
Transfusão intra-uterina
Fototerapia
exsanguinotransfusão
Transfusão simples

Dados
50% dos casos de DHPN são leves sem necessidade de Prevenção
tratamento Imunoglobulina anti-RhD:
25% dos casos apresentam anemia moderada, icterícia, A imunoglobulina ataca as células fetais na circulação
sem hidropisia, mas com necessidade de tratamento materna e essas hemácias são removidas pelos
neonatal. macrófagos, dessa forma, não há estímulos para
25% são graves, com hidropisia fetal. formação do anticorpo anti-D
Profilaxia
Investigação de ocorrências

Diagnóstico
Mulheres RhD negativo;
História prévia de transfusão ou procedimento fetal
anterior;
Historia de compartilhamento de seringas; Gravidez Prolongada
Multiparas;
Historico de aborto provocado ou espontâneo; Levando-se em consideração que a gravidez normal deva
Classificação do sistema ABO do pai. terminar entre 38 e 42 semanas, torna-se relevante
Rastreamento – feto conceituar alguns termos, que não sendo sinônimos, devem
Ultrassonografia – sinais de hidropisia ser conhecidos:
Gestação prolongada (pós-termo): é aquela que alcança
ou ultrapassa 42 semanas (294 dias) de gestação), sem

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comprometimento do bem estar fetal (Organização Esta indicada a indução do parto nas pacientes com
Mundial de saúde – OMS – 2006). gestações de 41 semanas por haver decréscimo da
Pós-maturidade: é a gravidez que ultrapassa o termo (42 mortalidade perinatal sem elevação do risco de cesariana,
semanas) e que cursa com sofrimento fetal, conseqüente à menor taxa de mortalidade e morbidade perinatal e por
insuficiência placentária. Pode levar à oligodramnia e haver maior satisfação da gestante em relação a indução
hipoxia fetal. do parto se comparado à conduta expectante.
Pós-datismo: é a gestação que ultrapassa 40 semanas. Quando houver comprometimento do bem estar fetal,
macrossomia fetal, ou cicatriz uterina anterior, a
Diagnóstico interrupção da gestação deverá ser feita por operação
Anamnese cesariana.
Caracterização dos ciclos menstruais anteriores à
concepção.
Pesquisar história de pós-maturidade habitual.
Investigação quanto ao uso de antiinflamatórios não
esteróides e uso crônico de aspirina.
Utilização de substâncias de ação tocolítica.
Caracterização do último catamênio (data, duração e
características da menstruação).
Arguir sobre o início da percepção dos movimentos
fetais e da ausculta dos batimentos cardíacos fetais.
Presença de obesidade, infertilidade, puberdade tardia,
primiparidade e feto do sexo masculino estão
relacionados à gestação prolongada.
Exame Físico
Sinais de oligodramnia à palpação abdominal
Curva de medida do fundo uterino

Diagnóstico
Exame contendo calculo gestacional
A existência de exames ultrassonográficos realizados
durante a gravidez torna mais precisa a estimativa da
idade gestacional. Lembrar que quanto mais precoce,
mais segura é a ultrassonografia para o diagnóstico da
idade da gravidez
Conduta
ULTRASSONOGRAFIA
Na gestação prolongada a ultrassonografia pode mostrar
oligodramnia.
CARDIOTOCOGRAFIA
Desacelerações umbilicais consequentes à compressão
funicular pela oligodramnia.
Sinais de sofrimento fetal, como ausência de acelerações
à movimentação fetal, oscilação comprimida ou lisa.
INTERRUPÇÃO DA GESTAÇÃO

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REFERÊNCIAS neonatal. Disponível


em:
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Cardiovascular Care Science with treatment
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7. KATTWINKEL J. et al. Part 15: neonatal
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SANITÁRIA (Brasil). RDC 36, de 4 de junho de
2008. Dispõe sobre regulamento técnico para
funcionamento dos serviços de atenção obstétrica e

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