1.
1 Energia
A energia representa a capacidade de realizar trabalho. Existem varias formas de energia,
sendo de destacar as seguintes:
1.2 Energia cinética
Associada ao movimento do corpo.
Variação da energia cinética: quando a força resultante, F, que actua sobre o corpo de
massa, m, não é nula, esta imprime uma aceleração, a, fazendo com que haja variação da
velocidade do corpo e a consequente variação da sua energia cinética.
𝑚𝑣 2
𝐸𝑐 =
2
A Variação da energia cinética de um corpo entre dois
instantes é medida pelo trabalho da resultante das forças
entre os instantes considerados.
𝑊 = ∆𝐸𝑐 ; ∆𝐸𝑐 = 𝐸𝑐𝐵 − 𝐸𝑐𝐴
Exemplo
Determine a energia cinética de um corpo com massa 4 kg e velocidade 2 m/s.
𝑚𝑣 2 4 ∗ 22
𝐸𝑐 = = = 8𝐽
2 2
Exemplo
Um corpo de 10 kg parte do repouso sob a acção de uma força
constante paralela à trajectória e 5s depois atinge velocidade de
15 m/s. Determine sua energia cinética no instante 5s e o
trabalho da força, suposta única, que actua no corpo no intervalo
de 0s a 5s.
Resolução
A energia cinética no instante t = 5s é:
𝑚𝑣 2 10 ∗ 152
𝐸𝑐 = = = 1125𝐽
2 2
Pelo teorema da energia cinética:
𝑊 = 𝐸𝑐𝐵 − 𝐸𝑐𝐴 = 1125 − 0 (𝑛𝑜𝑡𝑒 𝑞𝑢𝑒 𝐸𝑐𝐴 = 0 𝑝𝑜𝑖𝑠 𝑣𝑜 = 0)
Portanto: 𝑊 = 𝐸𝑐𝐵 = 1125𝐽
Exemplo
Um corpo de massa m = 2 kg passa por um ponto A com uma velocidade vA = 3 m/s.
Se a velocidade do corpo ao passar por um outro ponto B for vB = 4 m/s, qual foi o trabalho
total realizado sobre o corpo?
Resolução
𝑚𝑣𝐵 2 2 ∗ 42
𝐸𝑐𝐵 = = = 16𝐽
2 2
𝑚𝑣𝐴 2 2 ∗ 32
𝐸𝑐𝐴 = = = 9𝐽
2 2
𝑊 = 𝐸𝑐𝐵 − 𝐸𝑐𝐴 = 16 − 9 = 7𝐽
1.3 Energia potencial gravitacional
Este tipo de energia está relacionada a altura. Quando um corpo de massa, m, está a uma
determinada altura, h, em relação a um nível de referência ligado à terra, a energia potencial é
igual à:
𝑬𝒑 = 𝒎𝒈𝒉
Exemplo:
Um corpo de massa 4 kg encontra-se a uma altura de 16 m do solo. Admitindo o solo como
nível de referência e supondo g = 10 m/s2, calcular sua energia potencial gravitacional.
Resolução
𝐸𝑝=𝑚.𝑔.ℎ=4∗16∗10=640𝐽
1.4 Energia potencial elástica
É associada à posição das duas extremidades de uma mola quando esta está comprimida ou
distendida.
𝑘𝑥 2
𝐸𝑝𝑒𝑙𝑎 =
2
Onde:
K- Constante de rigidez da mola, em N/m
X - deformação da mola, em m
Exemplo: UEM 2014 Nr. 8
Uma mola de constante elástica igual a 10 N/m é esticada desde sua posição de equilíbrio até
uma posição em que seu comprimento aumenta 20 cm. Qual é, em Joules, a energia potencial
da mola esticada?
A. 0.1 B. 0.2 C. 0.5 D. 0.8 E. 0.9
Resolução
𝑘𝑥 2 10(20 ∗ 10−2 )2
𝐸𝑝𝑒𝑙𝑎 = = = 5 ∗ 4 ∗ 10−2 = 0.2𝐽
2 2
Exemplo:
Suponha que, para comprimir de x = 30 cm a mola da figura fosse necessário exercer sobre
ela uma força F = 15 N.
Resolução
a) Qual é a constante elástica da mola?
𝐹 15
𝐹 = 𝑘𝑥 → 𝑘 = = → 𝑘 = 50 𝑁/𝑚
𝑥 0.30
b) Considere, Xa = 20 cm e Xb = 10 cm. Quais os valores da Ep elástica do corpo em A e
em B?
𝑘𝑥𝐴 2 50 ∗ (0.2)2
𝐸𝑝𝐴 = = = 1𝐽
2 2
𝑘𝑥𝐵 2 50 ∗ (0.1)2
𝐸𝑝𝐵 = = = 0.25𝐽
2 2
c) Qual o trabalho que a mola realizou ao empurrar o corpo de A para B?
𝑊𝐴𝐵 = 𝐸𝑝𝐴 − 𝐸𝑝𝐵 = 1 − 0.25 = 0.75𝐽
1.5 Conservaçao Da Energia Mecanica
A energia pode transformar-se de cinética em potencial ou vice-versa, nos processos
mecânicos.
Um corpo atirado para cima com velocidade inicial 𝑣𝑜retorna à mesma posição com a mesma
velocidade em sentido contrário, se desprezarmos a resistência do ar.
Quando o corpo sobe, diminui sua velocidade e sua energia cinética; porém o corpo ganha
altura e, portanto, aumenta sua energia potencial.
Na altura máxima, o corpo tem somente energia potencial, pois sua velocidade é nula
Durante a queda, o corpo perde energia potencial, pois perde altura, mas adquire energia
cinética.
ENEGIA MECÂNICA
Chamando de energia mecânica a soma da energia potencial gravitacional com a energia
cinética e energia potencial elástica, temos:
𝐸𝑀 = 𝐸𝑐 + 𝐸𝑝 + 𝐸𝑝𝑜𝑡 𝑒𝑙𝑎𝑠𝑡𝑖𝑐𝑎
Quando temos um sistema formado com um bloco e uma mola, também há conservação da
energia mecânica e ela é dada por:
𝐸𝑐𝐴 + 𝐸𝑝𝑒𝑙𝑎𝐴 = 𝐸𝑐𝐵 + 𝐸𝑝𝑒𝑙𝑎𝐵
Exemplo :
Determine a velocidade que um corpo adquire ao cair de uma altura h, conhecida, a partir do
repouso. Dados g = aceleração da gravidade local.
Pela conservação da energia mecânica:
𝐸𝑚𝑒𝑐.𝐴 = 𝐸𝑚𝑒𝑐.𝐵
𝐸𝑃.𝐴 + 𝐸𝑐.𝐴 = 𝐸𝑃.𝐵 + 𝐸𝑐.𝐵
𝑚𝑣𝐵 2
𝑚𝑔ℎ + 0 = 0 +
2
𝑚𝑣𝐵 2
𝑚𝑔ℎ =
2
𝑣𝐵 = √2𝑔ℎ
Exemplo
Uma esfera de massa 5 kg é abandonada de uma altura de 45m num
local onde g = 10 m/s2. Calcular a velocidade do corpo ao atingir o
solo. Despreze os efeitos do ar.
Solução
Usando a anterior, tem se que a velocidade em B é igual a:
𝑣𝐵 = √2 ∗ 10 ∗ 45 = 30𝑚/𝑠
Exemplo
Uma bola é lançada horizontalmente do alto de uma colina de 129 m de altura com
velocidade de 10 m/s. Determine a velocidade da bola ao atingir o solo. Despreze a
resistência do ar e adote g = 10m/s2.
Resolução
𝐸𝑚𝑒𝑐.𝐴 = 𝐸𝑚𝑒𝑐.𝐵
𝐸𝑃.𝐴 + 𝐸𝑐.𝐴 = 𝐸𝑃.𝐵 + 𝐸𝑐.𝐵
𝑚𝑣0 2 𝑚𝑣 2
𝑚𝑔ℎ + =0+ → 𝑣 2 = 2𝑔ℎ + 𝑣0 2
2 2
𝑆𝑢𝑏𝑠𝑡𝑖𝑡𝑢𝑖𝑛𝑑𝑜 𝑜𝑠 𝑣𝑎𝑙𝑜𝑟𝑒𝑠 𝑑𝑎𝑑𝑜𝑠, 𝑣𝑒𝑚:
𝑣 2 = 2 ∗ 10 ∗ 120 + 102 → 𝑣 2 = 2500 → 𝑣 = 50𝑚/𝑠
Exemplo:
Um bloco de massa m = 4 kg e velocidade horizontal v = 0.5 m/s chora-se
com uma mola de constante elástica k = 100 N/m. Não há atrito entre o bloco
e a superfície de contacto. Determine a máxima deformação sofrida pela
mola.
Resolução
A energia cinética que o bloco possui será transferida integralmente à mola quando esta
estiver totalmente comprimida: 𝐸𝑐𝑜𝑟𝑝𝑜 = 𝐸𝑝𝑚𝑜𝑙𝑎
𝑚𝑣 2 𝑘𝑥 2
=
2 2
4 ∗ 0.52 = 100 ∗ 𝑥 2 → 𝑥 = 0.1𝑚
Exemplo:
Um bloco de massa m = 2 kg está apoiado em uma superfície
horizontal lisa encostado a uma mola de constante elástica k = 32
N/m. A mola está comprimida de x = 10 cm e assim mantida por
meio de um barbante amarrado a ela. Queimando-se o barbante, a
mola se distende, empurrando o bloco. Qual é a velocidade com que o bloco abandona a
mola?
𝐸𝑐𝐴 + 𝐸𝑝𝑒𝑙𝑎𝐴 = 𝐸𝑐𝐵 + 𝐸𝑝𝑒𝑙𝑎𝐵
𝑘𝑥 2 𝑚𝑣 2 𝑘 32
= → 𝑣 = (√ ) 𝑥 = (√ ) ∗ 0.1 = 0.4𝑚/𝑠
2 2 𝑚 2
1.6 Não Conservação da Energia Mecânica
Quando há perdas por atrito, tem-se a expressão das energias:
𝐸𝑚𝐴 = 𝐸𝑚𝐵 + 𝐶𝑎𝑙𝑜𝑟
Exemplo
Um corpo de massa 1 kg move-se horizontalmente com
velocidade constante de 10 m/s, num plano sem atrito.
Encontra uma rampa e sobe até atingir a altura máxima de 3
m. A partir do ponto A, início da subida da rampa, existe
atrito. Determine a quantidade de energia mecânica
transformada em energia térmica durante a subia do corpo
na rampa. Considere g = 10 m/s2.
Resolução:
Nesse caso não há conservação da energia mecânica. A transformação de energia mecânica
em energia térmica é devida ao atrito.
𝐸𝑚𝐴 = 𝐸𝑚𝐵 + 𝐶𝑎𝑙𝑜𝑟
A energia mecânica transformada em energia térmica é dada pela diferença entre as energias
mecânicas inicial e final.
𝐶𝑎𝑙𝑜𝑟 = 𝐸𝑚𝐴 − 𝐸𝑚𝐵
𝑚𝑣 2 1 ∗ 102
𝐸𝑚𝐴 = 𝐸𝑝𝐴 + 𝐸𝑐𝐴 = 0 + = = 50𝐽
2 2
𝐸𝑚𝐵 = 𝐸𝑝𝐵 + 𝐸𝑐𝐵 = 𝑚𝑔ℎ + 0 (𝑛𝑜𝑡𝑒 𝑞𝑢𝑒 𝐸𝑐𝐵 = 0)
𝐸𝑚𝐵 = 1 ∗ 10 ∗ 3 = 30𝐽
𝐶𝑎𝑙𝑜𝑟 = 𝐸𝑚𝐴 − 𝐸𝑚𝐵 = 50 − 30 = 20𝐽
Exemplo:
Suponha que existisse atrito no movimento do menino, ao descer o
escorregador. Sabendo-se que a altura do escorregador é h = 8,0m, a massa
do menino é m = 50 kg e que ele chega em B com uma velocidade v = 10
m/s, determine:
a) A energia mecânica total do menino em A e em B.
No ponto A, a energia mecânica do menino é representada apenas por sua
energia potencial, pois sua energia cinética, nesse ponto, é nula. Então,
considerando g = 10 m/s2, temos:
𝐸𝐴 = 𝑚𝑔ℎ = 50 ∗ 10 ∗ 8 = 4 ∗ 103 𝐽
Ao chegar em B, o menino possui apenas energia cinética, pois h = 0 (as alturas estão
contadas em relação a B). Assim, a energia mecânica do menino, em B, é:
𝑚𝑣 2 50 ∗ 102
𝐸𝐴 = = = 2.5 ∗ 103 𝐽
2 2
b) Qual a quantidade de calor gerada pelo atrito no deslocamento do menino?
Observe que a energia em B é menor do que a energia mecânica em A, isto é, a energia
mecânica não se conservou. Esse resultado já era esperado, pois atua no menino uma
força de atrito faz com que parte da energia mecânica se transforme em calor. Pelo
Princípio Geral de Conservação da Energia podemos concluir que a quantidade de calor
gerada será igual à diminuição da energia mecânica do menino, isto é:
𝐶𝑎𝑙𝑜𝑟 = 4 ∗ 103 𝐽 − 2.5 ∗ 103 𝐽 = 1.5 ∗ 103 𝐽