FACULDADE DA CIDADE DE MACEIÓ
Comportamento Humano nas Organizações
MACEIÓ – ALAGOAS
2020
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Equipe:
Cremildo Jose dos Santos Junior
Ericka dos Santos Silva
Levi Rodrigues Brandão
Trabalho Avaliativo – NP1
Trabalho apresentado a disciplina de
Comportamento Humano nas
Organizações, do 1º semestre, dos cursos
de Administração e Ciências Contábeis,
ministrado pela professora Ana Cláudia,
como requisito parcial de avaliação do
corrente semestre.
MACEIÓ – ALAGOAS
2020
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Sumário
Introdução ......................................................................................................... 4
1. Retrospectiva: Antes da pandemia ............................................................. 5
1.1 Saúde........................................................................................................ 5
1.2 Educação .................................................................................................. 5
1.3 Economia .................................................................................................. 6
1.4 Política ...................................................................................................... 7
2. Análise: Durante a pandemia ...................................................................... 9
2.1 Saúde........................................................................................................ 9
2.2 Educação ................................................................................................ 10
2.3 Economia ................................................................................................ 11
2.4 Política .................................................................................................... 12
3. Análise: Depois da pandemia.................................................................... 14
3.1 Saúde...................................................................................................... 14
3.2 Educação ................................................................................................ 14
3.3 Economia ................................................................................................ 15
3.4 Política .................................................................................................... 15
Referências ..................................................................................................... 17
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Introdução
A sociedade hoje enfrenta uma grave crise pandêmica, o vírus que
surgiu na sétima maior cidade da China se expandiu pelo mundo afetando quase
todas as nações da terra, mesmo não sendo a primeira vez que o mundo encara
uma situação como esta, é notável perceber que, o Covid-19, assim denominado
pelo ICTV (Comitê Internacional de Taxonomia de Vírus, em inglês), está
provocando uma crise sem precedentes, desestabilizando a economia mundial,
afetando os sistemas de saúde e a educação, assim como a política dos Estados
Nacionais.
Estudar como estava antes, visualizar as mudanças durante e tentar
analisar o depois é uma ótima alternativa para mostrar como tal pandemia nos
afetou e principalmente como mudara o mundo, e o nosso cotidiano daqui pra
frente. O intuito desse trabalho é esse, expor no decorrer dos tópicos essas
mudanças e possíveis soluções para o futuro.
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1. Retrospectiva: Antes da pandemia
1.1 Saúde
Mesmo antes da crise ocasionada pelo Covid-19, tanto o Brasil como boa
parte do mundo vinham sofrendo conturbações. Desse modo, a economia,
saúde, educação e política foram os principais afetados.
Em 2019, enfrentamos várias ameaças para a saúde. Tais como, surtos
de doenças preveníeis por vacinação, altas taxas de obesidade infantil e
sedentarismo, além de impactos à saúde causados pela poluição, pelas
mudanças climáticas e pelas crises humanitárias. A OMS tinhas metas
ambiciosas para 2019. Entre os objetivos da agência da ONU, estava a
ampliação do acesso e da cobertura de saúde para atender a 1 bilhão a mais de
pessoas na comparação com números atuais. A instituição também queria
garantir que 1 bilhão de indivíduos estejam protegidos de emergências de saúde,
e para tirar essas resoluções do papel, a OMS estipulou dez prioridades para o
ano de 2019:
Poluição do ar e mudanças climáticas
Doenças crônicas não transmissíveis
Pandemia de gripe
Cenários de fragilidade e vulnerabilidade
Resistência antimicrobiana
Ebola
Atenção primária de saúde
Relutância em vacinar
Dengue
HIV
Sendo assim, a OMS estava constantemente trabalhando em prol de
melhoria na saúde no mundo, além disso, há uma publicação interessante da
mesma que dizia que o mundo enfrentaria outra pandemia de influenza. Mas o
que ainda não se sabia era quando ela chegaria e o quão grave seria. Então, a
OMS estava frequentemente monitorando a circulação dos vírus influenza para
detectar possíveis cepas pandêmicas: 153 instituições em 114 países estavam
envolvidas na vigilância e resposta global.
1.2 Educação
No primeiro ano do governo Bolsonaro em 2019, a Educação foi alvo de
polêmicas em meio a importantes decisões sobre financiamento, valorização dos
professores, a função social das escolas e a importância da pesquisa e ciência.
Com isso, umas das pautas debatidas no decorrer do ano foi a alfabetização.
O Brasil tem 11,5 milhões de analfabetos e mais de 25 milhões de jovens
de 15 a 29 anos que não concluíram a graduação e nem frequentam à escola ou
cursos técnicos. Assim, a alfabetização foi eleita como o foco principal de
investimentos do governo Bolsonaro. Logo no primeiro mês de 2019, o então
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ministro Ricardo Vélez extinguiu a Secretaria de Educação Continuada,
Alfabetização, Diversidade e Inclusão (Secadi) e criou em seu lugar a Secretaria
de Alfabetização.
Vélez também deu início a um debate sobre substituir os métodos globais
de ensinar a ler e escrever pelo método fônico. Para especialistas, essas
mudanças convergem para outro entendimento de educação, mais tecnicista e
desvinculado dos contextos sociais e culturais do território. E após uma série de
polêmicas e conflitos dentro do Ministério da Educação (MEC), Vélez foi
substituído por Abraham Weintraub, que fez carreira no mercado financeiro e é
favorável às propostas neoliberais do Ministro da Economia, Paulo Guedes.
Ademais, ainda em 2019, o Plano Nacional de Educação (PNE)
completou cinco anos de vigência e também de descumprimento. No início do
ano, Jair Bolsonaro extinguiu a Secretaria de Articulação com os Sistemas de
Ensino (SASE), principal órgão responsável por prestar assistência técnica e dar
apoio aos municípios no processo de monitoramento e avaliação dos planos de
educação.
Das 20 metas elaboradas para aprimorar a qualidade da educação no
país, apenas quatro tiveram avanços parciais. O restante caminha a passos
lentos, o que torna a efetivação do PNE ao fim de 2024 uma realidade cada vez
mais improvável.
1.3 Economia
Recorde foi uma palavra recorrente no noticiário econômico brasileiro em
2019. Foi um ano de extremos: o Ibovespa alcançou inéditos 117 mil pontos e o
dólar recorde de R$ 4,2584. O número de trabalhadores no mercado informal
chegou à máxima de 38,8 milhões. Já a Selic fecha o ano na mínima histórica,
em 4,5% ao ano. Dessa forma, realço aqui alguns fatos que marcaram a
economia em 2019.
Crescimento menor que o esperado: Pesquisadores iniciaram o ano
estimando que a economia brasileira cresceria 2,5% em 2019, segundo o
primeiro boletim Focus do ano. Mas os resultados ao longo de 2019 frustraram
essa expectativa. Até a segunda semana de dezembro, as projeções giravam
em 1,12%. O mais recente resultado do Produto Interno Bruto (PIB) divulgado
pelo IBGE foi o do terceiro trimestre do ano. No acumulado de 12 meses até
setembro, a economia brasileira havia crescido 1%.
Em outubro, o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br),
considerado uma espécie de sinalizador do PIB, registrava alta de 0,96% no
acumulado de 12 meses. Para o próximo ano, os economistas ouvidos pelo BC
projetam crescimento de 2,25%.
Selic termina o ano na mínima histórica: Com a inflação abaixo do centro
da meta, o Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) avaliou que
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era possível seguir no movimento de queda de juros. Após quatro quedas
consecutivas de meio ponto porcentual, a Selic encerra o ano em uma nova
mínima histórica, de 4,5% ao ano.
Para as empresas, a notícia significa recursos mais acessíveis para
investir. Já para os investidores a redução da Selic trará menor rendimento em
aplicações de renda fixa. Com os juros básicos da economia a 4,5% ao ano, pelo
menos 32% do total das aplicações brasileiras deverão, de agora em diante,
perder para a inflação projetada para os próximos 12 meses.
Otimismo na bolsa, mas só entre os brasileiros: O ano foi de alegria para
quem resolveu investir na bolsa de valores. O Ibovespa, principal índice acionário
brasileiro, bateu sucessivos recordes, chegando a superar os 117 mil pontos em
26 de dezembro. Em 2 de janeiro, o índice estava em 91 mil pontos, o que
significa uma alta de 24% no ano.
Esse otimismo, no entanto, parece mais disseminado entre os
investidores brasileiros do que entre gringos. A expectativa era de retomada dos
investimentos estrangeiros na bolsa em 2019, mas o ano tem tido recordes de
saídas. No acumulado até 11 de novembro, segundo dados da B3, o saldo
estava negativo em R$ 5,9 bilhões, acima dos R$ 5,6 bilhões retirados em todo
o ano de 2018. Enquanto isso, o número de CPFs cadastrados sobe: eram 1,6
milhão no fim de novembro, contra 811,5 mil um ano antes.
Dólar bate recorde nominal, mas recua antes do fim do ano: R$ 4,2584 foi
o maior preço nominal de fechamento do dólar comercial desde o Plano Real. O
patamar foi alcançado em 27 de novembro. O movimento de alta foi
impulsionado pela preocupação com a desaceleração da economia mundial e as
incertezas em torno das negociações comerciais entre a China e os Estados
Unidos.
Inflação baixa, apesar da carne: A inflação medida pelo Índice Nacional
de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ficou abaixo do centro da meta, de
4,25%, ao longo de quase todo o ano. No acumulado até novembro, o IBGE
apontou uma alta de 3,12%.
No fim de 2019, no entanto, uma categoria chamou a atenção dos
brasileiros: a carne. Em novembro, os preços do alimento registraram
valorização de 8,09%, resultado da maior demanda chinesa pelo produto
brasileiro e da desvalorização do real frente ao dólar, segundo o IBGE.
1.4 Política
Em 2019, o Brasil teve um novo presidente, assim como Ucrânia e
Argentina. O Reino Unido, com o vaivém do brexit, também mudou sua liderança.
Na Bolívia, a acusação de fraude nas eleições levou à queda de Evo Morales. O
ano foi marcado ainda por troca de afagos e rusgas entre líderes mundiais.
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O ano foi marcado por crises, revoltas e manifestações em diversas
partes. Protestos de todos os tipos e ondas de calor excepcionais, e também o
Brexit ou o processo de impeachment contra Donald Trump fazem parte da longa
lista de eventos que marcaram o mundo em 2019.
O ano de 2019 se apresentou como potencialmente muito turbulento,
marcado por uma dupla luta que pode ser exacerbada por uma preocupante
desaceleração econômica, os conflitos entre potências e entre classes.
Entre potências porque vivemos um momento de mudança, com a
superpotência hegemônica. Os Estados Unidos de Donald Trump, que busca de
forma agressiva manter sua supremacia, com o confronto mais que com a
cooperação. Isto porque a ascendente, China, se sente cada vez mais segura
de si e aspira a uma maior proeminência; a decadente. A Rússia está cada vez
mais insegura e, portanto, disposta a dar pontapés para reequilibrar seu declínio;
e a União Europeia ainda afligida por desafios existenciais.
Entre as classes, no Ocidente, pela crescente tensão entre os setores até
recentemente dominantes que defendem o modelo globalista e as classes
populares que, ao se verem prejudicadas, abraçam propostas antagônicas. O
nacionalismo, em poderosa ascensão nesta década, é o grande emblema em
todo este panorama.
Na América Latina, o ano foi marcado pela dicotomia entre os primeiros
compassos dos novos líderes dos dois titãs da área: Brasil e México. O populista
de ultradireita Jair Bolsonaro e o populista de esquerda Andrés Manuel López
Obrador enfrentam, entretanto, a tarefa em condições muito diferentes.
Bolsonaro, com um Parlamento muito fragmentado, mas com uma perspectiva
de grande sintonia com Washington e em meio a uma generalizada onda
direitista no continente, obrador com uma sólida maioria parlamentar, mas com
a latente ameaça de graves atritos com o vizinho do Norte e substancialmente
isolado no continente.
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2. Análise: Durante a pandemia
2.1 Saúde
Ao se tornar conhecido que um novo vírus estava em atividade no
cenário mundial, e logo após a OMS (Organização Mundial da Saúde) classificá-
lo como Pandemia, os governos do mundo inteiro buscaram iniciar estratégias
para a diminuição da proliferação do patógeno, no entanto, durante o surto do
vírus, ficou claro que a maior parte dos sistemas de saúde no mundo não estão
verdadeiramente preparados para uma crise dessa envergadura.
É possível perceber a dificuldade hospitalar em meio à crise, ao analisar
o que a pandemia pode fazer em um país como a Itália, que já possui mais de
15.000 óbitos registrados na conta do novo vírus, em menos de três meses. Uma
grande dificuldade apresentada aos sistemas de saúde é a falta de leitos de UTI
e respiradores, que são de grande importância para o tratamento da doença que
atinge principalmente o sistema respiratório.
Neste sentido, uma volumosa quantidade de infectados, aumentaria a
demanda por tais equipamentos, que em muitos países ainda são escassos. No
Brasil, o número de leitos, por exemplo, é inferior a países recordistas de mortes
pelo coronavírus, como Itália e Espanha. Além de possuir muitas regiões sem
leitos, ou com menos que o recomendado pela OMS, como é demonstrado no
infográfico abaixo:
Figura 1: Infográfico de leitos de UTI por regiões de saúde.
Fonte: Bruno Fonseca/Agência Pública
Para conter um desequilibrado aumento de novos casos e evitar o
colapso dos sistemas de saúde, foi adotada no Brasil e em muitas partes do
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mundo a estratégia de isolamento social, que consiste em manter as pessoas a
maior parte do tempo em suas casas, fechando desta forma escolas, igrejas,
universidades, empresas, lojas, entre outras instituições que podem aglomerar
pessoas e facilitar a transmissão. Isto auxilia na contenção da pandemia com
respeito à coletividade, no entanto, em um aspecto individual, isolar algumas
pessoas pode trazer outros problemas.
Segundo Angela Dewan, jornalista da CNN, o desejo de estar
fisicamente próximo um do outro é próprio da natureza humana, já que somos
criaturas sociais desde a idade da pedra, além disto, ela ressalta que, para
muitas pessoas estar em contato fisicamente com outros seres humanos, pode
liberar todo tipo de substâncias químicas nos seus cérebros, lhes dando
sentimentos de felicidade, ou mesmo amor. Sendo assim, a privação de tais
ligações para muitas pessoas, pode acarretar uma serie de transtornos mentais,
como a depressão e a ansiedade, ou levará a muitos indivíduos a
desobedecerem às recomendações de saúde, difundida principalmente pela
OMS.
Deste modo, tanto no Brasil, como no mundo, além da possibilidade de
uma sobrecarga iminente nos sistemas de saúde, também podemos enxergar
outra adversidade, se por um lado causar aglomerações faz com que o patógeno
se espalhe mais rapidamente, ficar isoladamente em casa, para muitas pessoas,
será o estopim certo para o inicio de muitos transtornos psicológicos, por isto
muitas destas pessoas ainda continuarão a estarem em grupos sociais
presencialmente.
Por fim, podemos mencionar que, com a onda de noticias com relação à
pandemia atual, muitos cidadãos estão envoltos em pânico e ansiedade,
buscando se defender do novo vírus de todas as formas possíveis. Devemos
entender plenamente que não podemos estar expostos ao SARS-CoV-2, mas
também é possível notar o poder da mídia para a manipulação do
comportamento humano.
Nesta demanda incontrolável por proteção, buscar constantemente
meios de não ser contaminado é inevitável, mascarás, por exemplo, é um item
bastante requisitado, já que as pessoas ainda precisam sair para resolver
pendências, ou fazer compras ou por outros motivos particulares, não querendo,
porém, serem infectados, no entanto, esta busca desenfreada pode fazer com
que elas comecem a faltar para os profissionais da saúde, que estão na luta
contra o coronavírus, trazendo desta forma, mais uma dificuldade.
2.2 Educação
A tentativa de diminuir a circulação do novo coronavírus levou
instituições de ensino básico e superior no mundo todo a fecharem suas portas,
fazendo com que milhões de crianças, adolescentes e jovens estejam sem
frequentar à escola. Na tentativa de resolver este problema, instituições
educacionais em várias partes de nosso planeta, buscam cobrir a brecha das
aulas presenciais, através das aulas online.
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O sistema de ensino a distância tem crescido nestes últimos dias,
auxiliando alunos e professores durante esse primeiro semestre do atual ano
letivo. No entanto, algumas dificuldades começam a surgir com uma mudança
tão repentina de modalidades, dificultando assim o aprendizado.
A jornalista da Folha de São Paulo, Isabela Palhares, afirma que “Apesar
do uso das mais diversas metodologias de ensino (...) alunos ainda têm
dificuldades de se adaptar às atividades remotas” ela continua “para
especialistas da área, os problemas ocorrem pela falta de experiência com o
modelo e pela expectativa de reproduzir o mesmo formato e dinâmica das aulas
presenciais”. Em vista disso, é possível concluir que, muitos estudantes poderão
sofrer com uma queda no rendimento escolar, e é por este motivo que, a
orientação pedagógica é que haja um acompanhamento por meio dos pais dos
alunos.
No entanto, alguns alunos estão sofrendo ainda mais perdas, por conta
da desigualdade social, que inviabiliza o estudo através de aulas online, pois
muitas crianças e jovens principalmente de instituições públicas ainda não
possuem acesso diário a tecnologia. “Segundo a pesquisa TIC Domicílio,
realizada em 2018, mais de 30% das casas não têm nem sequer acesso à
internet, em geral as mais pobres.” (Morales, 17 mar 2020)
Ao decorrer do tempo, um problema a frente preocupa especialistas
educacionais como Renato Casagrande “Tivemos como experiência o surto
da influenza H1N1, há 11 anos, que suspendemos as aulas e, depois, foi
necessário prorrogar o período de suspensão” ele conclui “O verão está
acabando e temos outono e inverno pela frente, e o vírus se fortalece em
períodos mais frios. Tememos uma piora no cenário atual”. Desse modo, os
especialistas temem que as aulas fiquem paralisadas por um tempo ainda maior,
dificultando a vida de muitos alunos, principalmente os mais pobres.
2.3 Economia
Um dos claros impactos trazidos por esta crise que atinge todas as áreas
do mundo se concentra na economia, é indiscutível que a pandemia trouxe
declínio econômico e é provável que traga a tão temida recessão, como declara
Zeina Latif, colunista do Estadão: “A recessão mundial está batendo à porta. Só
não se sabe o tamanho”. O motivo é nítido, quase todas as organizações e
empreendimentos foram paralisados, como explica o colunista da revista Nexo,
Marcelo Roubicek:
Economistas ouvidos pelo jornal The New York Times apontam que
uma forma de detectar a gravidade da crise é ver como a doença
ecoa sobre setores que não estão diretamente ligados à
propagação do vírus. O exemplo usado é o da barbearia: quando
as pessoas deixam de cortar o cabelo, é um sinal de que os
impactos são profundos. (Roubicek, 12 Mar 2020)
Nesse contexto, empresários de todos os ramos estão em uma grande batalha
para manterem suas empresas em pé, enquanto o mundo econômico busca
soluções para o pós-crise.
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O impacto na economia do Brasil e do mundo é inevitável, uma das
primeiras áreas que sentiu o efeito da crise, foi à área das companhias aéreas,
sabendo que, após diversos países fecharem suas fronteiras, muitos vôos, como
consequência, foram cancelados, o que obrigou algumas empresas aéreas a
suspenderem completamente suas operações.
Diversas outras áreas também foram afetadas, como o comércio, por
exemplo, tendo que fechar as portas por semanas, ou mesmo meses,
dependendo de quanto tempo perdurar a pandemia, do outro lado as indústrias
estão ficando sem peças, equipamentos e insumos, já que muitas importações
foram reduzidas, isso acontece, pelo fato da dependência que países como o
Brasil tem, por exemplo, para com os produtos da própria China, na produção
industrial, além também da diminuição das exportações, deste modo outros
ramos do mercado são afetados, como o dólar e a bolsa de valores.
Com as empresas sendo afetas bruscamente pelos efeitos da crise,
algumas soluções que estão sendo utilizadas para evitar uma possível falência
pela falta de entrada de dinheiro é diminuir as atividades, além de reduzir o
salário dos funcionários ou mesmo começar a demiti-los, quando não houver
outra solução possível.
Por fim, podemos destacar que, o isolamento social causou um visível
impacto no mercado como destaca Beatriz Okubo no site Agência/Mestre: “Esse
tipo de comportamento repentino com certeza causaria mudanças no mercado,
afinal, as pessoas mudaram a maneira como consomem produtos e serviços
diariamente”, além disto, ela explica como as pessoas estão lidando com suas
necessidades de consumo, mesmo em quarentena, e como as empresas estão
conseguindo controlar a sua vitalidade:
A internet tornou-se, portanto, um dos meios mais efetivos para
manter contato com amigos e familiares. Além disso, como muitas
empresas estão adotando o método de trabalho em casa, estar
conectado também é crucial para que as equipes desempenhem
suas funções e continuem colaborando com a economia. (Okubo, 6
Abr 2020)
Muitas organizações passaram a lidar com a crise através do home
office, que consiste em “montar um escritório” em sua própria casa, Deste modo,
as relações entre consumidores e empresas com base em bens e serviços
mudou claramente. Para várias organizações a internet se tornou uma luz no fim
do túnel.
2.4 Política
Nesses últimos meses, em que o mundo passou a enfrentar uma nova
espécie de coronavírus, a política nacional e internacional foi completamente
envolvida, da base ao todo, já que, a crise é inteiramente de assunto público,
desta forma, a política em meio à pandemia, tem a responsabilidade de agir
rapidamente em diversos setores como, saúde, economia, educação, etc.
Trazendo desta forma, estabilidade e segurança a sua população.
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As decisões políticas regem a vida das sociedades, desta maneira, as
autoridades compreendem o que está em jogo, ou o país segue no rumo correto
em meio à crise, ou estará sentenciado ao mesmo destino que nações como
Itália e Espanha, agravando desse jeito, a situação atual. Por isto, muitos
decretos começaram a entrar em vigor desde o inicio deste momento crítico,
como por exemplo, o atual decreto de quarentena no qual estamos inseridos.
Além de muitas outras decisões que foram tomadas para auxiliar
diversas áreas, como, a promulgação e a entrada em vigor da lei que permite a
pessoas autônomas e desempregadas receberem um auxilio emergencial do
governo de R$ 600,00, para que durante o período de controle do vírus, a
população esteja estabilizada.
Outra questão, que está sendo analisadas pelos políticos é com respeito
às eleições desse ano, como enfatiza o deputado Giovani Cherini (PL): “No meu
entendimento isso já está dado, a eleição municipal em outubro está
comprometida porque não vamos cumprir prazo nenhum.” À vista disso,
podemos concluir que pela maneira como andam as coisas, poderá haver um
esticamento de mandatos, como destaca o próprio Cherini: “Uma das
possibilidades que a gente fala é espichar os mandatos atuais até 2022, sem
reeleição.”
Por fim, é visível que em meio à crise, muitos políticos estão utilizando
do momento para oportunismos, ou mesmo inconstitucionalidades, como o
governador do Rio de Janeiro está realizando, ao fechar aeroportos, sendo que
está autoridade somente consiste à união federal. Como relata a Agência
Nacional de Aviação Civil (Anac), ao dizer que, “Aeroportos são bens públicos
da União Federal, atendendo a interesse de toda a nação, além das localidades
imediatamente servidas.” conclui “Visando o interesse público, cabe à União
determinar o fechamento de aeroportos e de fronteiras”.
A verdade é que, o Covid-19 mesmo sendo um problema de nível global,
será um meio de transformações e mudanças, em todos os setores, inclusive na
política, afinal, o povo começou a enxergar as verdadeiras intenções de muitos
daqueles que foram eleitos.
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3. Análise: Depois da pandemia
3.1 Saúde
No Brasil ainda não estamos no pico do Covid-19, com os hospitais sendo
superlotados aos poucos, ainda não se pode afirmar como ira ficar o cenário da
saúde pós corona vírus, nesse momento os principais setores discutidos pelos
especialistas são economia e educação, porém podemos citar alguns dos
possíveis rumos.
Após o seu surto passar, o esperado é que o governo comece a investir
mais na área de unidades de terapias intensivas (UTI), tendo em vista que muitas
regiões ainda estão com o número abaixo do recomendado pela OMS, outro
possível investimento é nas vacinas, que provavelmente serão disponibilizadas
em maiores quantidades e com mais rapidez para a população. Também se
espera que itens de proteção sejam fabricados em maior número para os
hospitais ficarem com um certo estoque. Talvez haja também um possível
investimento em promoção e prevenção, tendo em vista que se feita essas duas
etapas muitas doenças podem ser evitas.
Porém sabemos que o descaso com a saúde não é de agora e desde
antigamente entra crise de saúde, sai crise e nada muda, nem melhora, muitas
das deficiências dessa área vieram à tona nesse momento, mas que vem de
crises anteriores, então as expectativas vindas da população é que o atual
governo não deixe essas deficiências passarem despercebidas e tente pelo
menos mudar esse cenário aos poucos, como vem mudando o de outras áreas.
Lembrando que essas são expectativas e possíveis rumos que o governo
pode aderir. No momento em que estamos passando, sem nem saber como sair
de tal cenário, não podemos afirmar com convicção o que irá acontecer e que
rumos serão tomados após o fim que ainda não tem previsão de chegar.
3.2 Educação
Mais de 420 milhões de crianças e jovens estão fora das escolas no
mundo todo por conta da Covid-19. Com a data da volta as aulas ainda
indefinidas, pais e educadores debatem sobre o rumo da educação com o fim da
quarentena. Planejar a volta as aulas está sendo um desafio, pois é necessário
pensar uma sequência de ações a fim de que os alunos consigam repor não só
a carga horaria, para cumprir a formalidade, mas, principalmente ter garantia da
aprendizagem.
Visando que com o ensino parado os maiores prejudicados serão,
meninos e meninas de famílias mais pobres, tal paralização ainda traz riscos
para a aprendizagem, a sociabilidade e a segurança das crianças. Sem esquecer
que ainda pode aprofundar as desigualdades na educação.
Após a pandemia, a certeza que já temos é que não será necessário
cumprir os 200 dias letivos, mas a carga horária de 800 horas está mantida.
Sabemos que aprender é um processo, não adianta condensar o
aprendizado em menos dias e muitas horas diárias. Se os alunos ficarem mais
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tempo sem ir à escola, é melhor relativizar o ano letivo e reorganizar as etapas
de aprendizagem. As possíveis saídas são: A conclusão do ano letivo em 2021,
realização de atividades pedagógicas complementares fora do ambiente escolar
e estruturação de maior carga horaria. A educação a distância deve ser um
complemento, mas, por ser desigual o acesso, não pode contabilizar no ano
letivo.
3.3 Economia
Cada choque econômico deixa uma herança de recordações e feridas.
Também de mudanças. É impossível pensar que essa inimaginável experiência
de máscaras, distanciamento social, perdas humanas e cancelamento da vida
não trará consequências após o final da pandemia. É cedo para saber
exatamente quais. Quanto mais tempo durar a crise, maior será o dano
econômico e social.
Para os especialistas em relações internacionais, as medidas tomadas
pelos governos para conter o avanço da Covid-19 terão dois tipos de impacto.
No curto prazo, a riqueza mundial, medida pelo PIB, vai diminuir, isso é quase
certo. E no longo prazo, governantes e corporações vão mudar a forma que
produzem, compram e vendem seus produtos e serviços.
Os países mais ricos do mundo, como Estados Unidos e China, com mais
dinheiro para ajudar empresas em dificuldades, devem ocupar espaço das
nações com menor poder financeiro, como Brasil. Argentina, México, Espanha
ou Itália. Esses terão mais casos de falências no setor privado. Da mesma forma,
as companhias de grande porte, com mais recursos em caixa e maior acesso ás
linhas de financiamento, vão se aproveitar do espaço deixado no mercado por
pequenas e médias empresas que sucumbirem a recessão.
Se os governos não agirem para socorrer as pequenas e medias
empresas, liberando linhas de crédito ou adiando ou cortando recolhimento de
impostos por exemplo, haverá maior mortalidade entre os menos
empreendedores. E isso acaba afetando diretamente bilhões de pessoas
Segundo Fábio Astrauskas, professor do Insper e mestre em
administração pela FEA-USP, os países mais ricos vão se recuperar mais
rapidamente desse tombo. Assim enquanto o restante do mundo estiver
passando por uma retomada lenta, os líderes globais poderão ocupar espaços
no mercado, alterando o desenho atual das cadeias de produção.
3.4 Política
Junto com o avanço da pandemia de coronavírus, despontam guerras de
narrativas entre políticos opositores, restrições de direitos e decisões tomadas
de forma monocrática.
Do lado oposto, no entanto, há uma outra movimentação de políticos
populistas, que se aproveitam de brechas institucionais, em um momento de
crise, para se promover ou ampliar seus poderes políticos. “Alguns de forma mais
aberta outros menos, mas é simplesmente oportunismo”, afirma Ventura.
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Essa lógica pode ser atribuída ao pronunciamento em cadeia nacional do
presidente Jair Bolsonaro na terça-feira, 24 de março, no qual questionou
medidas de isolamento social impostas por governadores em algumas das
regiões mais afetadas pela doença. As medidas foram impostas, principalmente,
por João Doria (PSDB), em São Paulo, e Wilson Witzel (PSC), no Rio de Janeiro
— estados com as duas principais aglomerações urbanas do país.
Desde o ano passado, o presidente tem travado embates públicos com
ambos, que foram seus apoiadores nas eleições de 2018 e por considerá-los
adversários para as eleições presidenciais de 2022. Até agora, a quarentena tem
se mostrado uma das medidas mais eficientes para evitar uma sobrecarga dos
sistemas de saúde mundo afora.
“O discurso do presidente confunde a sociedade, atrapalha o trabalho nos
estados e municípios, menospreza os efeitos da pandemia. Mostra que estamos
sem direção”, afirmou o governador do Espírito Santo, Renato Casagrande
(PSB).
Nas graves crises, os políticos ganham ou perdem credibilidade em
função de sua sensibilidade e tomadas de decisão. Há países que estão numa
aposta arriscada, mais preocupados com a economia do que com a vida. EUA,
Inglaterra e Brasil se alinham neste grupo. Em todos eles, a crise impactará
fortemente a política. Líderes que desdenharam da crise serão
responsabilizados pelas mortes que, inevitavelmente, ocorrerão
O maior impacto é que não existe espaço para perda de tempo com
polarização e politicagem. A hora é da política séria, objetiva, com letra
maiúscula. Estamos diante da maior crise humanitária de nossa geração. A
sociedade precisa cobrar que as lideranças do País deixem as disputas por
espaço de lado e se concentrem em construir soluções em conjunto. Diante de
um vírus, todas as divisões humanas perdem o sentido. Vírus não respeita
fronteiras, não distingue raças, não se importa com ideologias. Para um vírus,
somos parte de uma só comunidade.
Os principais líderes políticos, à frente o presidente da República, devem
insistir em que o momento é grave, mas sairemos dele. Realismo com
esperança. Devem se abster de 'tirar proveito' político-eleitoral da situação. Isso
sem abdicar de suas posições e valores. O governo deve agir coordenando.
Nada de oposições inconsistentes entre uma política 'horizontal' e outra 'vertical'.
Quem decide sobre quarentena e temas correlatos são os técnicos, não os
políticos. E, sobretudo, explicar o porquê ao povo. Pedir ajuda e caminhar junto.
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Referências
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