FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE ALÉM PARAÍBA
FACULDADE DE CIÊNCIAS GERENCIAIS ALVES FORTES
ARTHUR
HYGOR
PEDRO
RAÍSSA
SILMARA
DEBATE CONTRA O MARCO TEMPORAL
2° PERÍODO DE DIREITO
ALÉM PARAÍBA
2023
INTRODUÇÃO:
Boa noite a todos. Hoje, nossa equipe argumentará contra o conceito do "marco temporal" em relação às
terras indígenas no Brasil. O "marco temporal" é uma abordagem jurídica que propõe que apenas as terras
ocupadas pelos povos indígenas até a data da promulgação da Constituição de 1988 sejam reconhecidas
como suas terras. No entanto, acreditamos que essa abordagem tem implicações negativas para os direitos
dos povos indígenas e deve ser reconsiderada.
NOSSOS ARGUMENTOS:
Argumento 1: Respeito aos Direitos Humanos e à Justiça:
O argumento fundamental contra o "marco temporal" é que ele desconsidera os princípios fundamentais dos
direitos humanos, que incluem o direito à autodeterminação, o direito à cultura e o direito à propriedade. A
imposição de um limite de tempo para reivindicações de terras indígenas nega o direito dessas comunidades
à sua cultura, à preservação de seus modos de vida e à propriedade das terras onde historicamente viveram.
Isso vai contra os princípios de justiça e igualdade, não apenas em nível nacional, mas também
internacional, conforme refletido em tratados e convenções dos quais o Brasil é signatário. Portanto, o
"marco temporal" entra em conflito com a obrigação do Brasil de respeitar os direitos humanos e a justiça.
Argumento 2: Direitos Históricos e Culturais:
O "marco temporal" ignora a ocupação histórica contínua dessas terras muito antes da colonização e da
formação do Estado brasileiro. É fundamental reconhecer o direito dos indígenas à preservação de sua
cultura e modos de vida.
Argumento 3: Direitos Internacionais:
O Brasil tem vários tratados internacionais que reconhecem os direitos dos povos indígenas, é a Declaração
das Nações Unidas sobre os Direitos dos Povos Indígenas. Esse tratado estabelece a necessidade de consulta
e consentimento livre, prévio e informado dos indígenas em relação às terras e recursos que afetam suas
comunidades. O "marco temporal" entra em conflito com esses compromissos internacionais.
Argumento 4: Contexto Político e Pressão Sobre Terras Indígenas:
O Brasil enfrenta crescente pressão sobre suas terras indígenas, incluindo desmatamento, mineração e
agropecuária. A imposição do "marco temporal" poderia exacerbar essas pressões, tornando mais difícil a
proteção dos territórios indígenas.
Argumento 5: Impacto Ambiental e Sustentabilidade:
O "marco temporal" pode ter impactos ambientais adversos, pois pode encorajar a exploração irresponsável
e insustentável de terras indígenas. Muitas vezes, as terras indígenas abrigam ecossistemas preciosos e
frágeis. A imposição de um limite de tempo para a ocupação indígena pode resultar na exploração intensiva
de recursos naturais, como mineração, desmatamento e agropecuária, sem levar em consideração a
sustentabilidade a longo prazo. Isso coloca em risco não apenas as comunidades indígenas, mas também o
meio ambiente e a biodiversidade. Em vez disso, é crucial adotar uma abordagem que valorize a gestão
sustentável das terras indígenas, que são frequentemente consideradas fundamentais para a conservação
ambiental e a mitigação das mudanças climáticas.
Argumento 6: O que os ruralistas propõem é Ilegal:
A tese do Marco Temporal afronta diretamente o artigo 231 da Constituição Federal – e por isso precisa ser
rejeitada por toda a população brasileira! Neste artigo, o texto da Carta Magna fala em “direitos originários”
dos povos indígenas – ou seja, o direito desses povos é anterior à formação do Brasil. Por isso, a história de
colocar uma data a partir de quando os direitos indígenas seriam válidos não faz sentido e não encontra
respaldo em nosso ordenamento jurídico. Ou seja: o que os ruralistas estão propondo é ilegal!
MINISTROS QUE VOTARAM CONTRA O MARCO TEMPORAL:
O Relator, ministro Edson Fachin,
Alexandre de Moraes,
Cristiano Zanin;
Dias Toffoli;
Luiz Fux;
Cármen Lúcia;
Luís Roberto Barroso;
Rosa Weber;
Gilmar Mendes.
ARGUMENTOS A FAVOR DO MARCO TEMPORAL !!!CONTRA A GENTE!!!:
Argumento Favorável 1: Segurança Jurídica e Ordem Legal: A aplicação do "marco temporal" fornece uma
base sólida para a segurança jurídica e a ordem legal, pois define um ponto claro no tempo para a
determinação das terras indígenas. Isso evita disputas intermináveis e incertezas legais.
Resposta: Embora a segurança jurídica seja importante, essa abordagem não deve comprometer os direitos e
a justiça para os povos indígenas. Alternativas, como consultas aprofundadas e acordos de consentimento,
podem ser implementadas para equilibrar a segurança jurídica com os direitos indígenas.
Argumento Favorável 2: Desenvolvimento Econômico: O "marco temporal" pode incentivar o
desenvolvimento econômico nas áreas de terras indígenas, promovendo a produção agrícola, a mineração e
outras atividades. Isso pode beneficiar a economia do Brasil como um todo.
Resposta: O desenvolvimento econômico é importante, mas não deve ocorrer à custa dos direitos e do bem-
estar das comunidades indígenas. Medidas podem ser implementadas para garantir que o desenvolvimento
seja sustentável e respeite as necessidades das comunidades indígenas.
Argumento Favorável 3: Necessidade de Definir Limites Territoriais: Para fins práticos e administrativos, é
necessário definir limites territoriais claros para as terras indígenas. O "marco temporal" fornece um critério
objetivo para essa definição.
Resposta: A definição de limites territoriais é importante, mas o "marco temporal" não é a única maneira de
fazê-lo. É possível estabelecer critérios que levem em consideração tanto os direitos indígenas quanto as
necessidades práticas de administração.
NOVOS ARGUMENTOS: (CONTRA O MARCO TEMPORAL) (A FAVOR DOS ÍNDIOS)
Um mapeamento feito com uma tecnologia conhecida como Lidar (ferramenta de sensoriamento remoto que
emite feixes de laser) estimou a existência de algo entre 10 mil e 23 mil sítios arqueológicos ainda
desconhecidos, escondidos sob a densa floresta em toda a Amazônia. São locais onde, por mais de 12 mil
anos, viveram sociedades complexas, que construíram estruturas de terra e domesticaram plantas, alterando
a paisagem em seu entorno de modo a torná-la mais produtiva. As modificações profundas, feitas entre
1.500 e 500 anos atrás, mas com efeitos de longo prazo, moldaram a floresta à composição que conhecemos
hoje. A revelação científica em si é interessantíssima (confesso que meu lado repórter-nerd-de-ciência vibrou
quando eu vi o paper). Com uma varredura inicial com o Lidar, em uma área que representa apenas 0,08%
da Amazônia, eles encontraram sob a copa das árvores 24 sítios desconhecidos, com diversas estruturas
feitas pelos povos originários, como aldeias fortificadas, estruturas de defesa e cerimoniais, assentamentos
em topos de montanha, além de geoglifos. A revelação científica em si é interessantíssima (confesso que
meu lado repórter-nerd-de-ciência vibrou quando eu vi o paper). Com uma varredura inicial com o Lidar, em
uma área que representa apenas 0,08% da Amazônia, eles encontraram sob a copa das árvores 24 sítios
desconhecidos, com diversas estruturas feitas pelos povos originários, como aldeias fortificadas, estruturas
de defesa e cerimoniais, assentamentos em topos de montanha, além de geoglifos.