SAÚDE MENTAL
Reforma Psiquiátrica
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REFORMA PSIQUIÁTRICA
• Ampla mudança do atendimento público em Saúde Mental, objetivando garantir o
acesso da população aos serviços e o respeito a seus direitos e liberdade.
Obs.: o modelo anterior primava pela internação.
• Significa mudança do modelo de tratamento: do isolamento ao convívio na família e na
comunidade.
Transtornos Mentais
Indicadores Epidemiológicos
• 3% da população geral sofre com transtornos mentais severos e persistentes.
• Mais de 6% da população apresenta transtornos psiquiátricos graves decorrentes do
uso de álcool e outras drogas.
• 12% da população necessita de algum atendimento em saúde mental, seja ele contí-
nuo ou eventual.
• 2,3% do orçamento anual do SUS para a Saúde Mental.
Política Nacional de Saúde Mental
O Governo brasileiro tem como objetivo:
• Reduzir progressivamente os leitos psiquiátricos;
• Qualificar, expandir e fortalecer a rede extra-hospitalar:
- Centros de Atenção Psicossocial (CAPS);
- Serviços Residenciais Terapêuticos (SRTs);
- Unidades Psiquiátricas em Hospitais Gerais (UPHG) – incluir as ações da saúde
mental na atenção básica, implementar uma política de atenção integral a usu-
ários de álcool e outras drogas, implantar o programa "De Volta Para Casa”.
Lei n. 10.216 de 6 de abril de 2001
5m
• Dispõe sobre a proteção e os direitos das pessoas portadoras de transtornos mentais
e redireciona o modelo assistencial em saúde mental.
ANOTAÇÕES
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Direitos da Pessoa Portadora de Transtorno Mental
Parágrafo único. São direitos da pessoa portadora de transtorno mental:
I – ter acesso ao melhor tratamento do sistema de saúde, consentâneo às suas necessidades
II – ser tratada com humanidade e respeito e no interesse exclusivo de beneficiar sua saúde, visan-
do alcançar sua recuperação pela inserção na família, no trabalho e na comunidade
III – ser protegida contra qualquer forma de abuso e exploração
IV – ter garantia de sigilo nas informações prestadas
V – ter direito à presença médica, em qualquer tempo, para esclarecer a necessidade ou não de
sua hospitalização involuntária
VI – ter livre acesso aos meios de comunicação disponíveis
VII – receber o maior número de informações a respeito de sua doença e de seu tratamento
VIII – ser tratada em ambiente terapêutico pelos meios menos invasivos possíveis
IX – ser tratada, preferencialmente, em serviços comunitários de saúde mental
Compete ao Estado
Art. 3º É responsabilidade do Estado o desenvolvimento da política de saúde mental, a assistência
e a promoção de ações de saúde aos portadores de transtornos mentais, com a devida participa-
ção da sociedade e da família, a qual será prestada em estabelecimento de saúde mental, assim
entendidas as instituições ou unidades que ofereçam assistência em saúde aos portadores de
transtornos mentais
Internação Psiquiátrica
Art. 6º A internação psiquiátrica somente será realizada mediante laudo médico circunstanciado
que caracterize os seus motivos.
Parágrafo único. São considerados os seguintes tipos de internação psiquiátrica:
I – internação voluntária: aquela que se dá com o consentimento do usuário
II – internação involuntária: aquela que se dá sem o consentimento do usuário e a pedido de terceiro
II – internação compulsória: aquela determinada pela Justiça
ATENÇÃO
É importante atentar-se às diretrizes do artigo 6º, pois é um tema bastante cobrado em prova.
10m
Portaria n. 336/GM, em 19 de Fevereiro de 2002
Estabelece que os Centros de Atenção Psicossocial poderão constituir-se nas seguintes
modalidades de serviços:
ANOTAÇÕES
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• CAPS I, CAPS II e CAPS III, definidos por ordem crescente de porte/complexidade e
abrangência populacional, conforme disposto nesta Portaria.
Conceito
• Os CAPS são instituições destinadas a acolher os pacientes com transtornos mentais,
estimular sua integração social e familiar, apoiá-los em suas iniciativas de busca da
autonomia, oferecer-lhes atendimento médico e psicológico.
• Sua característica principal é buscar integrá-los a um ambiente social e cultural con-
creto, designado como seu “território”, o espaço da cidade onde se desenvolve a vida
cotidiana de usuários e familiares.
• Os CAPS constituem a principal estratégia do processo de reforma psiquiátrica.
Objetivo
• O objetivo dos CAPS é oferecer atendimento à população de sua área de abrangência,
realizando o acompanhamento clínico e a reinserção social dos usuários pelo acesso
ao trabalho, lazer, exercício dos direitos civis e fortalecimento dos laços familiares e
comunitários.
• É um serviço de atendimento de saúde mental criado para ser substitutivo às interna-
ções em hospitais psiquiátricos.
• Os CAPS visam:
– prestar atendimento em regime de atenção diária;
– gerenciar os projetos terapêuticos oferecendo cuidado clínico eficiente e per-
sonalizado;
15m – promover a inserção social dos usuários por meio de ações intersetoriais que envol-
vam educação, trabalho, esporte, cultura e lazer, montando estratégias conjuntas de
enfrentamento dos problemas. Os CAPS também têm a responsabilidade de organi-
zar a rede de serviços de saúde mental de seu território;
– dar suporte e supervisionar a atenção à saúde mental na rede básica, PSF (Pro-
grama de Saúde da Família), PACS (Programa de Agentes Comunitários de Saúde);
– regular a porta de entrada da rede de assistência em saúde mental de sua área;
– coordenar junto com o gestor local as atividades de supervisão de unidades hospi-
talares psiquiátricas que atuem no seu território;
– manter atualizada a listagem dos pacientes de sua região que utilizam medicamen-
tos para a saúde mental.
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Os CAPS devem contar com espaço próprio e adequadamente preparado para atender à
sua demanda específica, sendo capazes de oferecer um ambiente continente e estruturado.
Deverão contar, no mínimo, com os seguintes recursos físicos:
• consultórios para atividades individuais (consultas, entrevistas, terapias);
• salas para atividades grupais;
• espaço de convivência;
• oficinas;
• refeitório (o CAPS deve ter capacidade para oferecer refeições de acordo com o tempo
de permanência de cada paciente na unidade);
• sanitários;
• área externa para oficinas, recreação e esportes.
Quem pode ser atendido nos CAPS?
• As pessoas atendidas nos CAPS são aquelas que apresentam intenso sofrimento psí-
quico, que lhes impossibilita de viver e realizar seus projetos de vida.
• São, preferencialmente, pessoas com transtornos mentais severos e/ou persistentes,
ou seja, pessoas com grave comprometimento psíquico, incluindo os transtornos rela-
cionados às substâncias psicoativas (álcool e outras drogas) e também crianças e
adolescentes com transtornos mentais;
• Os usuários dos CAPS podem ter tido uma longa história de internações psiquiátricas,
podem nunca ter sido internados ou podem já ter sido atendidos em outros serviços de
saúde (ambulatório, hospital-dia, consultórios etc.).
• O importante é que essas pessoas saibam que podem ser atendidas e saibam o que
são e o que fazem os CAPS.
20m
O CAPS poderá oferecer, conforme as determinações da Portaria GM 336/2002:
• Atendimento Intensivo: trata-se de atendimento diário, oferecido quando a pessoa se
encontra com grave sofrimento psíquico, em situação de crise ou dificuldades intensas
no convívio social e familiar, precisando de atenção contínua. Esse atendimento pode
ser domiciliar, se necessário.
• Atendimento Semi-Intensivo: nessa modalidade de atendimento, o usuário pode
ser atendido até 12 dias no mês. Essa modalidade é oferecida quando o sofrimento
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e a desestruturação psíquica da pessoa diminuíram, melhorando as possibilidades
de relacionamento, mas a pessoa ainda necessita de atenção direta da equipe para
se estruturar e recuperar sua autonomia. Esse atendimento pode ser domiciliar, se
necessário.
• Atendimento Não Intensivo: oferecido quando a pessoa não precisa de suporte con-
tínuo da equipe para viver em seu território e realizar suas atividades na família e/ou no
trabalho, podendo ser atendido até três dias no mês. Esse atendimento também pode
ser domiciliar.
Dias e Horários de Funcionamento dos CAPS
Os CAPS funcionam, pelo menos, durante os cinco dias úteis da semana (2ª a 6ª feira).
Seu horário e funcionamento nos fins de semana dependem do tipo de CAPS:
• CAPS I – municípios com população entre 20.000 e 70.000 habitantes:
Funciona das 8 às 18 horas, de segunda a sexta-feira.
• CAPS II – municípios com população entre 70.000 e 200.000 habitantes:
Funciona das 8 às 18 horas, de segunda a sexta-feira.
Pode ter um terceiro período, funcionando até 21 horas.
• CAPS III – municípios com população acima de 200.000 habitantes:
Funciona 24 horas, diariamente, também nos feriados e fins de semana.
CAPSi – municípios com população acima de 200.000 habitantes:
Funciona das 8 às 18 horas, de segunda a sexta-feira.
Os CAPS são diferentes:
25m
a) Quanto ao tamanho do equipamento, estrutura física, profissionais e diversidade nas
atividades terapêuticas.
b) Quanto à especificidade da demanda, isto é, para crianças e adolescentes, usuários
de álcool e outras drogas ou para transtornos psicóticos e neuróticos graves.
Os diferentes tipos de CAPS são:
• CAPS I e CAPS II: são CAPS para atendimento diário de adultos, em sua população
de abrangência, com transtornos mentais severos e persistentes.
ANOTAÇÕES
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• CAPS III: são CAPS para atendimento diário e noturno de adultos, durante sete dias
da semana, atendendo à população de referência com transtornos mentais severos e
persistentes.
• CAPSi: CAPS para infância e adolescência, para atendimento diário a crianças e ado-
lescentes com transtornos mentais.
• CAPSad: CAPS para usuários de álcool e drogas, para atendimento diário à população
com transtornos decorrentes do uso e dependência de substâncias psicoativas, como
álcool e outras drogas. Esse tipo de CAPS possui leitos de repouso com a finalidade
exclusiva de tratamento de desintoxicação.
Relação dos CAPS com a Rede Básica de Saúde
• Rede e território são dois conceitos fundamentais para o entendimento do papel estra-
tégico dos CAPS e isso se aplica também à sua relação com a rede básica de saúde.
• A Reforma Psiquiátrica consiste no progressivo deslocamento do centro do cuidado
para fora do hospital, em direção à comunidade, e os CAPS são os dispositivos estra-
tégicos desse movimento.
• Entretanto, é a rede básica de saúde o lugar privilegiado de construção de uma nova
lógica de atendimento e de relação com os transtornos mentais.
�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula
preparada e ministrada pelo professor Alexandre Sampaio Rodrigues Pereira.
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo
ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu-
siva deste material.
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