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Fármacos Cardiovasculares: Guia de Estudo

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Campus Universitário de Viana

Universidade Jean Piaget de Angola


(Criada pelo Decreto n. 44-A/01 do conselho de Ministros, em de 6 de Julho de 2001)

Faculdade de Ciências da Saúde

FARMACOLOGIA E FARMACOTERAPIA

FÁRMACOS QUE ACTUAL NO APARELHO


CARDIOVASCULAR

Grupo nº: 08
Período: Diurno
Curso: Enfermagem
2º Ano

Docente
__________________________
Dr. António Sabalo

Viana, Outubro de 2024


Campus Universitário de Viana

Universidade Jean Piaget de Angola


(Criada pelo Decreto n. 44-A/01 do conselho de Ministros, em de 6 de Julho de 2001)

Faculdade de Ciências da Saúde

FARMACOLOGIA E FARMACOTERAPIA

FÁRMACOS QUE ACTUAL NO APARELHO


CARDIOVASCULAR

Nº NOME COMPLETO COTAÇÃO


01
03
04
05
06
07
ÍNDICE

INTRODUÇÃO ............................................................................................................................ 1
OBJECTIVOS DO ESTUDO ....................................................................................................... 1
Objectivo Geral ............................................................................................................................. 1
Objectivos Específicos .................................................................................................................. 1
CAPÍTULO I – FUNDAMENTAÇÃO TÉCNICO-CIENTÍFICA ............................................... 2
1.1. CONCEITOS DE DOENÇAS CARDIOVASCULARES ..................................................... 2
1.2. ASPECTOS FISIOPATOLÓGICOS DOS FÁRMACOS QUE ACTUAM NO APARELHO
CARDIOVASCULAR .................................................................................................................. 2
1.2.1. Hipertensão Arterial ............................................................................................................ 2
1.2.2. Insuficiência Cardíaca ......................................................................................................... 3
1.2.3. Doença Arterial Coronariana (DAC) .................................................................................. 3
1.2.4. Arritmias ............................................................................................................................. 4
1.2.5. Trombose e Coagulação ...................................................................................................... 4
1.3. ACÇÕES FARMACOLÓGICAS E UTILIZAÇÃO CLÍNICA ............................................ 5
1.3.1. Diutéticos ............................................................................................................................ 5
1.3.1.1. Utilização clínica .............................................................................................................. 5
1.3.2. Inibidores da Enzima Conversora de Angiotensina (IECA) ............................................... 5
1.3.2.1. Utilização clínica .............................................................................................................. 5
1.4. FÁRMACOS USADOS NA INSUFICIÊNCIA CARDÍACA .............................................. 6
1.4.1. Inibidores da Enzima Conversora de Angiotensina (IECA) ............................................... 6
1.4.2. Bloqueadores dos Receptores de Angiotensina II (BRA) ................................................... 6
1.4.3. Betabloqueadores ................................................................................................................ 6
1.5. ANTIARRITMICOS .............................................................................................................. 7
1.5.1. Classe I – Bloqueadores dos Canais de Sódio ..................................................................... 7
1.5.2. Classe II – Betabloqueadores .............................................................................................. 8
1.5.3. Classe III – Bloqueadores dos Canais de Potássio .............................................................. 8
1.5.4. Classe IV – Bloqueadores dos Canais de Cálcio ................................................................. 9
1.6. ANTIAGINOSOS .................................................................................................................. 9
1.6.1. Principais Classes de Antianginosos ................................................................................... 9
1.7. ANTI-HIPERTENSORES ................................................................................................... 10
1.7.1. Principais Classes de Anti-hipertensores .......................................................................... 11
CONCLUSÃO ............................................................................................................................ 12
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................................ 13

III
INTRODUÇÃO

Os fármacos que atuam no aparelho cardiovascular desempenham um papel


fundamental no tratamento e na prevenção de diversas doenças que afectam o coração e
os vasos sanguíneos. O sistema cardiovascular, responsável por bombear e transportar o
sangue para todas as partes do corpo, é vital para o funcionamento adequado dos órgãos
e tecidos. Quando ocorrem desequilíbrios ou patologias nesse sistema, como
hipertensão arterial, insuficiência cardíaca, arritmias ou doença coronariana, a
intervenção farmacológica é muitas vezes necessária para restaurar o equilíbrio e
melhorar a qualidade de vida do paciente.

Esses medicamentos podem atuar em diferentes alvos dentro do sistema


cardiovascular, modulando a pressão arterial, a frequência cardíaca, a força de contração
do coração, o tônus vascular, e influenciando a coagulação sanguínea. Entre os
principais grupos de fármacos estão os antihipertensivos, antiarrítmicos,
vasodilatadores, diuréticos, anticoagulantes e inotrópicos, cada um com mecanismos de
ação específicos que visam melhorar a função cardiovascular e prevenir complicações
graves, como infarto do miocárdio, acidente vascular cerebral e insuficiência cardíaca.

Compreender o mecanismo de ação e os efeitos desses fármacos é essencial para


o manejo adequado das doenças cardiovasculares, permitindo a personalização dos
tratamentos de acordo com as necessidades individuais dos pacientes e a gravidade de
sua condição clínica.
OBJECTIVOS DO ESTUDO

Objectivo Geral

Estudar sobre os fármacos que actuam no aparelho cardiovasculares num


contexto geral.

Objectivos Específicos

1. Descrever os aspectos fisiopatológicos dos fármacos que actuam no aparelho


cardiovasculares;
2. Identificar as acções farmacológicas e utilização clínica;
3. Descrever os fármacos usados na insuficiência cardíaca.

1
CAPÍTULO I – FUNDAMENTAÇÃO TÉCNICO-CIENTÍFICA

1.1. CONCEITOS DE DOENÇAS CARDIOVASCULARES

As doenças cardiovasculares (DCV) constituem um grupo de condições que


afetam o coração e os vasos sanguíneos, sendo uma das principais causas de morte em
todo o mundo. Elas englobam patologias como hipertensão, insuficiência cardíaca,
doença arterial coronariana, arritmias, entre outras. (Ferreira, 1999).

Men, (2009, p. 7), afirma que doenças cardiovasculares são “as doenças que
afectam o coração ou os vasos sanguíneos, prejudicando o funcionamento da
circulação”.

1.2. ASPECTOS FISIOPATOLÓGICOS DOS FÁRMACOS QUE


ACTUAM NO APARELHO CARDIOVASCULAR

Os fármacos que atuam no aparelho cardiovascular são amplamente utilizados


no tratamento de diversas condições, como hipertensão, insuficiência cardíaca, arritmias
e doenças coronarianas.

Segundo Ferreira, (1999, p. 27), “a compreensão dos aspectos fisiopatológicos


dessas drogas envolve a análise de como elas afetam a função cardíaca, o tônus
vascular e o volume sanguíneo, entre outros fatores”.

Isso destaca a importância de compreender os aspectos fisiopatológicos dos


fármacos que atuam no sistema cardiovascular, ressaltando como esses medicamentos
influenciam a função cardíaca, o tônus vascular e o volume sanguíneo.

1.2.1. Hipertensão Arterial

A hipertensão é uma condição caracterizada pelo aumento persistente da pressão


arterial, o que sobrecarrega o coração e os vasos sanguíneos. Os fármacos
antihipertensivos atuam em diferentes sistemas para reduzir a pressão arterial:

Diuréticos: Aumentam a excreção de sódio e água pelos rins, reduzindo o


volume sanguíneo e, consequentemente, a pressão arterial. (CBHA, 2008).

Inibidores da ECA (Enzima Conversora de Angiotensina): “Bloqueiam a


conversão da angiotensina I em angiotensina II, um potente vasoconstritor. Com isso,
promovem a dilatação dos vasos sanguíneos” (CBHA, 2008, p. 75).
2
Bloqueadores dos Receptores de Angiotensina II (BRA): Inibem os efeitos da
angiotensina II nos receptores, prevenindo a vasoconstrição.

Betabloqueadores: Reduzem a frequência cardíaca e a força de contração do


coração, diminuindo a demanda de oxigênio e a pressão arterial.

Bloqueadores dos Canais de Cálcio: Impedem a entrada de cálcio nas células do


músculo liso vascular e cardíaco, resultando em relaxamento dos vasos sanguíneos e
menor contratilidade cardíaca. (Castro et al, 2004).

1.2.2. Insuficiência Cardíaca

“Na insuficiência cardíaca, o coração não consegue bombear sangue de forma


eficiente” (Pivetta, 2002, p. 40). O tratamento farmacológico visa melhorar a função
cardíaca e reduzir o acúmulo de líquidos no corpo:

Digitálicos (Digoxina): Aumentam a força de contração do coração (inotropismo


positivo), melhorando o débito cardíaco.

Diuréticos: Reduzem o volume de líquido no corpo, aliviando o edema e a


sobrecarga de trabalho do coração.

Inibidores da ECA e BRA: Além de reduzir a pressão arterial, esses


medicamentos reduzem a resistência vascular periférica, facilitando o trabalho do
coração. (Pivetta, 2002).

Betabloqueadores: Apesar de sua ação de reduzir a contratilidade, em doses


controladas, eles são benéficos a longo prazo, reduzindo o remodelamento cardíaco
patológico.

1.2.3. Doença Arterial Coronariana (DAC)

A DAC é causada pelo estreitamento ou obstrução das artérias coronárias,


resultando em isquemia miocárdica. (Loures, 2002). Os fármacos usados para tratá-la
incluem:

Nitratos (Nitroglicerina): “Causam vasodilatação das artérias coronárias e


periféricas, aumentando o fluxo sanguíneo para o miocárdio e reduzindo a demanda de
oxigênio do coração”. (Loures, 2002, p. 41).

3
Antagonistas dos Canais de Cálcio: Reduzem a contratilidade cardíaca e
promovem a dilatação das artérias coronárias, aliviando a isquemia.

Antiplaquetários (ex.: Aspirina): Reduzem a agregação plaquetária, prevenindo a


formação de coágulos que podem obstruir as artérias coronárias. (Loures, 2002).

Estatinas: Reduzem os níveis de colesterol, diminuindo a progressão da


aterosclerose nas artérias coronárias.

1.2.4. Arritmias

As arritmias são distúrbios no ritmo cardíaco, que podem ser tratadas com
diferentes classes de fármacos antiarrítmicos, classificados de acordo com o efeito nas
fases do potencial de ação do coração:

Classe I (Bloqueadores dos Canais de Sódio): Reduzem a excitabilidade das


células cardíacas, estabilizando o ritmo.

Classe II (Betabloqueadores): Inibem a ação do sistema nervoso simpático no


coração, controlando a frequência cardíaca.

Classe III (Bloqueadores dos Canais de Potássio): Prolongam o potencial de


ação cardíaco, prevenindo ritmos anormais.

Classe IV (Bloqueadores dos Canais de Cálcio): Reduzem a condução do


impulso elétrico através do nódulo atrioventricular, controlando a frequência em
arritmias supraventriculares.

1.2.5. Trombose e Coagulação

Os fármacos anticoagulantes e antiplaquetários são usados para prevenir a


formação de trombos que podem levar a eventos cardiovasculares graves, como infarto
e acidente vascular cerebral (AVC):

Anticoagulantes (Varfarina, Heparina): Inibem diferentes etapas da cascata de


coagulação, prevenindo a formação de coágulos.

Antiplaquetários: Inibem a agregação das plaquetas, que são fundamentais na


formação inicial do trombo.

4
1.3. ACÇÕES FARMACOLÓGICAS E UTILIZAÇÃO CLÍNICA

As ações farmacológicas e a utilização clínica dos fármacos que atuam no


aparelho cardiovascular dependem de seus mecanismos de ação e das condições
patológicas que buscam tratar.

Costanzo, (2007, p. 67), “descreve uma visão mais detalhada de alguns grupos
principais de medicamentos, suas ações e indicações clínicas”.

1.3.1. Diutéticos

Ação farmacológica: Aumentam a excreção de sódio e água pelos rins,


reduzindo o volume plasmático e a pressão arterial. Eles também diminuem o edema em
casos de insuficiência cardíaca congestiva. (Costanzo, 2007).

Diuréticos de alça (Furosemida): Bloqueiam a reabsorção de sódio na alça de


Henle, promovendo uma diurese intensa.

Tiazídicos (Hidroclorotiazida): Inibem a reabsorção de sódio no túbulo distal,


com ação moderada.

Diuréticos poupadores de potássio (Espironolactona): Inibem a reabsorção de


sódio no túbulo coletor, poupando o potássio.

1.3.1.1. Utilização clínica

 Hipertensão arterial;
 Insuficiência cardíaca congestiva;
 Edema de origem renal ou hepática.

1.3.2. Inibidores da Enzima Conversora de Angiotensina (IECA)

Ação farmacológica: Inibem a conversão de angiotensina I em angiotensina II,


um potente vasoconstritor. Ao reduzir os níveis de angiotensina II, esses fármacos
promovem vasodilatação e diminuição da pressão arterial. (Costanzo, 2007).

1.3.2.1. Utilização clínica

 Hipertensão arterial;
 Insuficiência cardíaca crônica;
 Proteção renal em pacientes com diabetes (nefropatia diabética).

5
1.4. FÁRMACOS USADOS NA INSUFICIÊNCIA CARDÍACA

A insuficiência cardíaca (IC) é uma condição em que o coração não consegue


bombear sangue de maneira eficaz para atender às necessidades do corpo. O tratamento
farmacológico da insuficiência cardíaca visa melhorar a função cardíaca, reduzir os
sintomas e prevenir a progressão da doença.

Segundo Guyton e Hall, (1998, p. 51), “a escolha dos fármacos depende da


gravidade da condição e da presença de outros fatores, como hipertensão, arritmias ou
disfunção renal”. Os autores descrevem os principais grupos de fármacos usados no
tratamento da insuficiência cardíaca.

1.4.1. Inibidores da Enzima Conversora de Angiotensina (IECA)

Ação farmacológica: Bloqueiam a conversão de angiotensina I em angiotensina


II, promovendo vasodilatação, redução da pressão arterial e diminuição da retenção de
sódio e água. (Guyton e Hall, 1998).

Benefícios: Reduzem a pré-carga e a pós-carga, melhoram a função cardíaca e


diminuem a mortalidade em pacientes com insuficiência cardíaca.

Exemplos: Enalapril, Captopril, Ramipril.

1.4.2. Bloqueadores dos Receptores de Angiotensina II (BRA)

Ação farmacológica: Bloqueiam diretamente os receptores de angiotensina II,


prevenindo a vasoconstrição e a retenção de sódio.

Benefícios: São uma alternativa para pacientes que não toleram os IECAs,
especialmente em casos de tosse induzida por IECAs.

Exemplos: Losartana, Valsartana, Candesartana.

1.4.3. Betabloqueadores

Ação farmacológica: Bloqueiam os receptores beta-adrenérgicos, reduzindo a


frequência cardíaca, a pressão arterial e a força de contração do coração, além de
proteger o coração dos efeitos do sistema nervoso simpático excessivo. (Guyton e Hall,
1998).

6
Benefícios: Reduzem a mortalidade, melhoram a função cardíaca a longo prazo
e evitam a remodelação patológica do coração.

Exemplos: Carvedilol, Bisoprolol, Metoprolol.

1.5. ANTIARRITMICOS

Os antiarrítmicos são medicamentos usados para tratar e prevenir arritmias


cardíacas, que são distúrbios no ritmo ou na frequência dos batimentos cardíacos. “Eles
atuam de diversas formas no sistema de condução elétrica do coração, dependendo do
tipo de arritmia e da necessidade de regular o ritmo cardíaco, a condução elétrica ou a
contratilidade do coração”. (Vaughan Williams, 1984, p. 57).

A classificação de Vaughan Williams é a mais amplamente utilizada para


organizar os antiarrítmicos com base em seus mecanismos de ação. Ela divide os
antiarrítmicos em quatro classes principais, além de alguns agentes adicionais.

1.5.1. Classe I – Bloqueadores dos Canais de Sódio

“Os antiarrítmicos de classe I inibem a entrada de sódio nas células cardíacas,


retardando a despolarização e a condução elétrica”. (Vaughan Williams, 1984, p. 71)

Classe IA

 Mecanismo de ação: Bloqueiam moderadamente os canais de sódio e também


os canais de potássio, prolongando o potencial de ação e o período refratário.

 Utilização clínica: Tratamento de taquiarritmias supraventriculares e


ventriculares.

 Exemplos: Quinidina, Procainamida, Disopiramida.

Classe IB

 Mecanismo de ação: Bloqueiam fracamente os canais de sódio e encurtam o


potencial de ação, principalmente em tecidos cardíacos isquêmicos.

 Utilização clínica: Tratamento de arritmias ventriculares, especialmente em


situações de isquemia (como após infarto do miocárdio).

 Exemplos: Lidocaína, Mexiletina.

7
Classe IC

 Mecanismo de ação: Bloqueiam fortemente os canais de sódio, retardando


significativamente a condução sem alterar o potencial de ação.

 Utilização clínica: Tratamento de arritmias supraventriculares e ventriculares


refratárias; pode ser utilizado na fibrilação atrial paroxística.

 Exemplos: Flecainida, Propafenona.

1.5.2. Classe II – Betabloqueadores

 Mecanismo de ação: Inibem os receptores beta-adrenérgicos, diminuindo a


atividade simpática sobre o coração, o que reduz a frequência cardíaca e a
contratilidade, além de prolongar o período refratário do nódulo atrioventricular.

 Utilização clínica: Tratamento de taquicardias supraventriculares, controle da


frequência na fibrilação atrial e prevenção de arritmias após infarto do
miocárdio.

 Exemplos: Metoprolol, Atenolol, Carvedilol, Propranolol.

1.5.3. Classe III – Bloqueadores dos Canais de Potássio

 Mecanismo de ação: Bloqueiam os canais de potássio, prolongando o potencial


de ação e o período refratário, o que ajuda a prevenir reentrada e outras
arritmias.

 Utilização clínica: Tratamento de arritmias ventriculares e supraventriculares,


como a fibrilação atrial e a taquicardia ventricular.

 Exemplos:

o Amiodarona: Usada em uma ampla gama de arritmias; eficaz, mas com


risco elevado de efeitos colaterais a longo prazo (como toxicidade
pulmonar e hepática).

o Sotalol: Também tem propriedades de betabloqueador; eficaz na


prevenção de arritmias supraventriculares e ventriculares.

o Dofetilida e Ibutilida: Usados para a conversão de fibrilação e flutter


atrial.

8
1.5.4. Classe IV – Bloqueadores dos Canais de Cálcio

 Mecanismo de ação: Bloqueiam os canais de cálcio tipo L no coração,


retardando a condução através do nódulo atrioventricular e diminuindo a força
de contração cardíaca.

 Utilização clínica: Controle da frequência cardíaca em pacientes com fibrilação


atrial e taquicardias supraventriculares.

 Exemplos: Verapamil, Diltiazem.

1.6. ANTIAGINOSOS

Os antianginosos são medicamentos utilizados para tratar a angina — uma


condição caracterizada por dor ou desconforto no peito causada pela diminuição do
fluxo sanguíneo para o coração, geralmente devido à doença arterial coronariana
(DAC). Esses fármacos atuam para aliviar a isquemia miocárdica (falta de oxigênio no
músculo cardíaco) e prevenir a progressão da angina para infarto do miocárdio.
(Vaughan Williams, 1984).

Os antianginosos atuam de diferentes maneiras, como dilatando os vasos


sanguíneos, reduzindo a demanda de oxigênio pelo coração ou melhorando o fluxo
sanguíneo coronariano.

1.6.1. Principais Classes de Antianginosos

Nitratos

Os nitratos são vasodilatadores que aliviam rapidamente a dor anginosa,


principalmente em situações de angina estável ou instável.

 Mecanismo de ação: Promovem a liberação de óxido nítrico (NO) nas células


vasculares, causando vasodilatação das veias e artérias. Isso reduz o retorno
venoso (pré-carga) e diminui a pressão arterial (pós-carga), resultando em menor
demanda de oxigênio pelo coração.

 Benefícios: Aliviam rapidamente a dor da angina e reduzem a frequência de


crises de angina em longo prazo.

 Exemplos:

9
o Nitroglicerina: Uso sublingual ou spray para alívio rápido de crises
agudas de angina.

o Dinitrato de Isossorbida e Mononitrato de Isossorbida: Uso oral para


prevenção de episódios de angina.

Betabloqueadores

Betabloqueadores reduzem a frequência e gravidade dos episódios de angina,


principalmente por diminuírem a demanda de oxigênio pelo coração.

 Mecanismo de ação: Bloqueiam os receptores beta-adrenérgicos, reduzindo a


frequência cardíaca, a pressão arterial e a contratilidade cardíaca, o que diminui
o consumo de oxigênio pelo miocárdio.

 Benefícios: Reduzem a frequência dos episódios de angina e melhoram a


sobrevida em pacientes com doença arterial coronariana, especialmente após
infarto do miocárdio.

 Exemplos: Atenolol, Metoprolol, Propranolol, Carvedilol.

Ranolazina

Ranolazina é um antianginoso que atua de forma única, sem influenciar


diretamente a frequência cardíaca ou a pressão arterial.

 Mecanismo de ação: Inibe a corrente tardia de sódio nas células miocárdicas, o


que ajuda a melhorar a eficiência do metabolismo energético do coração e a
reduzir a isquemia.

 Benefícios: Alivia os sintomas de angina crônica, especialmente em pacientes


que não respondem bem a outros antianginosos.

 Exemplo: Ranolazina.

1.7. ANTI-HIPERTENSORES

Os anti-hipertensores são medicamentos usados para o controle da pressão


arterial elevada (hipertensão). Seu objetivo é prevenir as complicações da hipertensão,
como doenças cardiovasculares (infarto do miocárdio, insuficiência cardíaca), acidente
vascular cerebral (AVC) e doenças renais. Eles atuam em diferentes mecanismos

10
fisiológicos que regulam a pressão arterial, incluindo o volume sanguíneo, a resistência
vascular periférica e a função cardíaca. (Vaughan Williams, 1984).

1.7.1. Principais Classes de Anti-hipertensores

Inibidores da Enzima Conversora de Angiotensina (IECA)

Os IECA são amplamente utilizados no tratamento da hipertensão e oferecem


benefícios adicionais para pacientes com insuficiência cardíaca ou doença renal crônica.

 Mecanismo de ação: Inibem a enzima conversora de angiotensina (ECA), o que


impede a conversão de angiotensina I em angiotensina II, um potente
vasoconstritor. Isso resulta em vasodilatação e redução da retenção de sódio e
água.

 Benefícios: Reduzem a pressão arterial, protegem os rins em pacientes com


diabetes e têm efeitos benéficos em pacientes com insuficiência cardíaca.

 Exemplos: Enalapril, Ramipril, Captopril, Lisinopril.

Alfa-bloqueadores

Os alfa-bloqueadores são menos usados como tratamento de primeira linha para


hipertensão, mas podem ser úteis em combinação com outros anti-hipertensores,
especialmente em pacientes com hiperplasia prostática benigna.

 Mecanismo de ação: Bloqueiam os receptores alfa-adrenérgicos nas artérias,


causando vasodilatação e reduzindo a resistência vascular periférica.

 Benefícios: Redução da pressão arterial e melhora dos sintomas de obstrução


urinária em pacientes com hiperplasia prostática.

 Exemplos: Doxazosina, Prazosina, Terazosina.

11
CONCLUSÃO
Depois do estudo feito sobre o tema em abordagem, o grupo chegou à conclusão
que os fármacos que atuam no aparelho cardiovascular desempenham um papel
importante no tratamento de diversas condições cardíacas e vasculares, como
hipertensão, arritmias e insuficiência cardíaca. Esses medicamentos agem sobre
diferentes mecanismos, incluindo a modulação do tônus vascular, a contratilidade
cardíaca e o controle do volume sanguíneo, visando restaurar o equilíbrio
hemodinâmico e corrigir disfunções que comprometem a saúde cardiovascular. O
desenvolvimento contínuo de novas drogas, com base em uma compreensão cada vez
mais aprofundada dos mecanismos fisiopatológicos envolvidos, tem permitido avanços
significativos na redução da mortalidade e na melhoria da qualidade de vida dos
pacientes. Assim, o uso adequado e racional desses medicamentos é essencial para o
sucesso terapêutico e a gestão eficaz das doenças cardiovasculares.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Castro, L. C. V.; Franceschini, S. C. C. & Priore, S. E. (2004). Nutrição e doenças
cardiovasculares: os marcadores de risco em adultos. Rev. Nutrição, vol. 17, n. 3,
p.369-377.

CBHA. Consenso Brasileiro de Hipertensão Arterial. (2008). Critérios Diagnósticos e


Classificação da Hipertensão Arterial. Disponível em:
http://www.sbh.org.br/documentos/consenso3_documento.htm.

Costanzo, L. S. (2007). Fisiologia. (3ª Ed). Rio de Janeiro-RJ: Elsevier.

Ferreira, C.; Carneiro. & Maria T. R. C. (1999). Prevenção das Doenças do Coração:
Fatores de Risco. (1ª Edição). São Paulo: Atheneu.

Fox, S. I. (2007). Fisiologia Humana. (7ª Ed). Baurueri-SP: Manole.

Guyton, A. C. & Hall, J. E. (1998). Fisiologia Humana e Mecanismos das Doenças. (6ª
Ed). Rio de Janeiro: Guanabara.

Loures, D. L. (2002). Estresse Mental e Sistema Cardiovascular. Arq. Bras.


Cardiologia, São Paulo, v. 78, n. 5, p. 529, maio/2002. Disponível em: . Acesso em: 03
de Jul/2008.

Men, M. J. (2009). Doenças Cardiovasculares: Prevenir é fundamental. Estado da


Educação - SEED

Pivetta, M. (2002). Infarto: o que causa ou evita. Ciência Medicina, Pesquisa FAFESP,
n. 79, p. 40.

Vaughan Williams, E. M. (1984). A classification of antiarrhythmic actions reassessed


after a decade of new drugs. Journal of Clinical Pharmacology, 24(4), 129–47.

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