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Manuseio Da Nutrição, Hidratação e Dor Pós-Operatórias

NUTRIÇÃO

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tiago ribeiro
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S SEMCAD PROACI DAN L. WAITZBERG MELINA CASTRO PATRICIA CAMARGO MARQUES or Associado da Disilna de Ciurgia do Aparelo Di cultede de Medicina da Universidade de Séo Paulo Enteral Parenteral (GANEP. Nut Maina Casto ~ Geral Especasta em Medicina Esportiva pea Universitede Federal de Séo Paulo (UNIFESP). Resdente de Nutrologia pela Faculdade Médica da u ‘Séo Paulo FUUSP] Medica, Espe idade Média da Unive Pticia Camargo Marques spa de Ci lista em Gira Geral Resident em Nutlogia Séo Paulo HC-FMUSP) pelo. Neste capitulo, falaremos sobre nutrigéo, hidratagdo e dor no pés-operatério. Abordaremos a avaliagao nutricional ea estimativa do calculo de gasto energético e proteico. Também faremos uma abordagem da nutri¢ao enteral e oral precoces, Discutiremos as gastrostomias e jejunostomnias endoscépicas, os sintomas gastrntestinais e medi- das de controle, além de uma breve explanagao sobre nutrigao parenteral: indicagao, composigao e complicagies O capitulo abrangera também a hidratacao adequada no pos-operatorio, seus cuidados e métodos; a febre no pés-operatério em suas diferentes fases, as causas possiveis em cada fase e seu trata- mento adequado; ¢ 0 controle da dor nas diferentes formas de analgesia pos-operatoria. OBJETIVOS Ao final deste capitulo, espera-se que o leitor possa 1 elucidar os principais itens da prescrig&o pos-operatéria comum a todos pacientes; 1 indicar de maneira correta a terapia nutricional, assim como manejar com propriedade suas principais complicagées; m reconhecer as possive's causas de febre no pés-operatorio, bem como a melhor conduta; = realizar hidratagao e analgesia adequadas durante todo 0 pés-operatorio. uawse0pawurRGHo, HORATAGHOE DOR Pé-opRATORUS | & ESQUEMA CONCEITUAL Presorigao Vias de avesso nuticional para nutigio enteral Dieta oral Sintomas gastrntestinais e enteral precoces nutrigdo enteral Nutigdo parenteral Diaréia Hidratagio e Febre peroperatévia reposigao eletrolitica Febre nas prmeiras Manuseio da nutrigao,, Febre no ztos hidrataga0 edor |] _pés-operatrio Febre entre pes-cperalies 24 € 48 horas Febre apés 72 hores Controle da dor ‘Anestésios locais Aspirina no pO operatério Analgésicos Paracetamol Caso clio 1 nao-opides = Antinfamatérios| Caso clinico 2 Opidides fracos n&o-esteroidais Concluséo (picid fortes I PRESCRIGAO NUTRICIONAL A prescrigao pés-operatéria nutricional tem a mesma importancia que os demais itens da prescri- ‘ga médica. Ela se modifica de maneira dinémica conforme a resposta individual de cada pacien- te, respeitando-se a evolucdo clinica de acordo com a doenga de base, 0 procedimento ciruirgico empregado, a reserva fisiolégica, dentre outras particularidades. O sucesso da terapia nutricional deve-se ao planejamento coordenado e atento aos detalhes, que permitem os ajustes diarios e pertinentes com o objetivo final focado na manutengo do equilibrio nutricional para a otimizagéo da recuperagao apés o trauma cirtirgico. néstico do estado nutricional do paciente. Caso isto nao tenha ocorrido, é necessario. realizar avaliago nutricional, funcional e metabélica do doente operado para orientar 0 planejamento dietético. ) Na realidade, o cuidado nutricional deve comegar no periodo pré-operatorio com o diag- Para avaliar 0 gasto calérico de um adulto, podemos utilizar a formula de Hartis-Benedict, que es- tima 0 gasto energético basal e quilocalorias. A formula é diferente para homens e mulheres." Oo Formula de Harris-Benedict para estimar o gasto energético basal: Homens: 66,47 + (13,75 x peso (kg)) + (5 x altura (cm) - (6,76 x idade (anos) Mulheres: 685,1 + (9,56 x peso (kg)) + (1,85 x altura (cm))- (4,68 x idade (anos) © paciente sob trauma sofre a resposta endécrina e metabdlica ao trauma, o que pode aumentar © gasto energético na medida de sua intensidade, Embora 0 ideal seja usar o calorimetro indireto pata medi 0 consumo energético, ¢ possivel calcular o gasto energético total ao multiplicar-se 0 gasto energético basal por um fator de les. A seguir, alguns exemplos na Tabela 1.2 | PROACI | SEMCAD | 2 4 Tabela 1 z FATORES DE LESAO PARA ADAPTACAO DO GASTO ENERGETICO BASAI 3 ‘AO GASTO ENERGETICO TOTAL g Condicdo Fator Condigéo Fator 3 Pacienienéo-complicado 4,0 | nsufcincia renal aguda 13 S Pés-operalrio cancer 41 | Insucéncia hepatica | 13a 1,55 S Fralura 12. | Pequena crugia 12 E Sepse 1,3. | Diabetes meito 4.10 z Pertonite 1.4 | Neuroléicosfcoma 45a 12 G Multivauma 4,5. | Crohn em atvdade 13 3 Muliirauma + sepse 4.6. | Retocolte 13 Cirurgia eleva 1.1_| Sindrome do intestno cuto 13 CCnoere aids 4.4 145 | Queimados 130% 15 Transplante de medula6ssea | 1.2a 1,3 | Quemados 30-50% 15 Transplant hepatica 12a 18 | Queimados + 50% 20 A quantidade de oferta calérica e protéica dependerd das condigées de cada paciente. LEMBRAR ——__________________________ E também muito popular 0 uso da regra de bolso, que consiste em oferecer de 25 a 35kcallkg @ de 1,2 a 2,0g de proteina/kg de peso corporal para pacientes em pés- operatério. © 1. Quando deve ter inicio o cuidado nutricional dos pacientes? 2. No calculo da necessidade calérica, conforme a formula de Harris-Benedict para homens e mulheres, so necessdrios os seguintes dados: A) idade em anos, altura em centimetros e indice de massa corporal B) idade em anos, altura em metros e grau de alividade fisica C) altura em metros, tipo de cirurgia, peso em quilogramas. D) peso em quilogramas, idade em anos, altura em centimetros, Resposta no final do capitulo Wi DIETA ORAL E ENTERAL PRECOCES Aeintrodugao de dieta oral precoce no pés-operatério evita um tempo longo de permanéncia em jejum. A cieta oral geralmente @ introduzida no pés-operatério apds o trato gastrintestinal mostrar sinais clinicos de mobilidade intestinal; entretanto, verificou-se que a dieta oral precoce pode ser bem to- lerada com baixa morbidade.’ A abordagem multimodal pés-operatoria inclui manuseio sofisticado da dor e nutrigao enteral precoce.* Nas cirurgias colorretais, a ingestéo oral precoce apresenta bons resultados, ‘particularmente nos casos de ressecgiio intestinal.’ no segundo e comida amassada e purés no terceiro dia e dieta regular geral no quarto dia de pés-operatério,’ ainda que os primeiros movimentos do intestino possam ser notados em média em 2 a 3 dias de pés-operatério. Complicagdes como nauseas, distenséo abdominal e vémitos podem ocorrer, e 0 paciente deve ser cuidadosamente inguitido a respeito e examinado detalhadamente. © Uma possivel conduta é a introdugo de fuidos no primeiro dia de pés-operatério, sopa Em cirurgias oncolgicas do pancreas, introduziu-se ingest&o oral no primeiro dia pos-operatorio com a oferta de liquidos claros sem residuos ¢ seguida progressivamente por pequenas quantidades de alimentos sélidos nos trés dias de pos-operatério, Se necessario, pode ser utiizada nutrigao enteral complementar em torno do quinto dia de pés-operatério, Os resultados clinicos indicam rapida reabilitagdo alimentar deste grupo de pacientes de alto risco de cirurgia eletiva.* Em pacientes previamente desnutridos, a nutrigdo precoce traz beneficios, como se exemplifica ‘em doentes candidatos ao transplante de figado. Esses doentes apresentam alta prevaléncia de desnutrigéo pré-operatoria que se relaciona a maior morbidade e mortalidade pos-transplante por maior taxa de infeogao e permanéncia em unidades de tratamento intensivo.® Em condigdes adequadas, uma formulago industrializada enteral introduzida por uma sonda na- soenteral pode ser iniciada até 6 a 12 horas apés a cirurgia e mantida exclusivamente por periodo médio de 2 a 3 dias com estimativas de prover aporte cal6rico em 97% dos casos. Apds esse pe- riodo, reintroduz-se progressivamente a oferta oral, LEMBRAR Poder ocorrer alguma intoleréncia & terapia de nutrigao enteral precoce, mas a sua reintrodugo costuma ter sucesso apés 12 horas de interrupgdo. Atengdo aos riscos de broncoaspirago em pacientes idosos, sem reflexo de tose e que manifestarem \Omitos relacionados a infusdo da dieta, particularmente com a sonda enteral em posigao gastrica.* | PROACI | SEMCAD | & anus DANUTRIGHO, HORATAGAO E DOR PES-OPERATORAS | Mesmo nos pacientes mantidos sedados, a tolerdincia gastrintestinal pode ser alcangada na grande maioria com a nutrigdo nasoenteral precoce.* Nestes casos, a proflaxia do refluxo gastresofé- gico, aspiragdo géstrica e pneumonia aspirativa incluem o posicionamento da extremidade distal da sonda enteral no jejuno. Para locar uma sonda nasoenteral em posi¢&o jejunal, pode ser necessério o auxilio de uma endos- copia digestiva alta, Esta é de dificil realizago nos casos de traumatismo craniencefalico, em que os riscos de aumentar a pressdo intracraniana, a instablidade da coluna cervical com riscos de danos & medula espinal e a presenga de fraturas de face® podem ser limitantes a execugao do método. Eslomias de nuttigéo podem ser dispostas no préprio ato operatério de cirurgias abdominals.” A terapia de nutricdo enteral pode ser iniciada entre 12 e 24 horas apés o ato cirurgico com a oferta de formulagdes poliméricas a partir de 20mL/hora. A dieta enteral deve ser progressivamente au- mentada de forma que a oferta calorica total possa ser alcangada em 72 horas de pds-operatério. Eventual distensto abdominal pode ser controlada com diminuigo de velocidade de infusdo.” Em intervencées cirtirgicas digestivas de grande porte — gastrectomia total, esofagectomia total -, © tempo médio de nuttigao enteral pés-operatéria é de 7 dias com inicio da ingestao por via oral em tomo de 8 a 9 dias. nna-se importante distinguir quando a complicagéo se dé pela terapia nutricional precoce © Pode haver complicagées digestivas relacionadas a terapia de nutricdo enteral, mas tor- ou pelas complicagdes do préprio procedimento cinirgico.” AAs taxas de complicagdes para a alimentago precoce so baixas principalmente quando oferta- da por via oral. No entanto, existem condigdes em que alimentar por via oral pode ser uma tarefa dificil e até mesmo impossivel, quer seja por complicagées clinicas, como alteragGes do sensério, intubagao orotraqueal ou ainda por hiporexia, néuseas, dor ou outra condigdo que dificulte esta pratica.’ Por vezes, devemos utilizar a terapia de nutrigo enteral por sonda ou estomias de nutr- ao - gastrostomia, jejunostomia — para nutrir 0 paciente. Em resumo, no primeiro dia de pés-operatério, mesmo com ruidos hidraéreos débeis, a oferta oral com liquidos claros podera ser introduzida quando nao houver gastroparesia, dismotlidade digestiva ‘ou operagao sobre o estémago, Se a op¢ao for terapia nutricional enteral, de preferéncia jejunal inicia-se, por exemplo, ainfusdo lenta de uma dieta polimérica, em torno de 20mLih, de preferénoia em bomba de infusdo continua, com progresséo conforme as observagies didrias de tolerancia, LEMBRAR Atengo cuidadosa as manifestagdes de refluxo e vomits relacionados a infusdo da dieta pelo risco de broncoaspiragao,‘* que podem ser solucionadas com a simples suspenséo da infusdo da dieta temporariamente.$ VIAS DE ACESSO PARA NUTRICAO ENTERAL ‘Adecisdo por terapia nutricional enteral envolve a escolha de qual via de alimentago utiliza, Veja, a seguit, esquema na Figura 1 ‘Acesso enteral = | ————»] Tempo de tratamento erie Curt prazo = menor do que seis semanas | | Longo prazo = maior do que seis semanas | PROACI | SEMCAD | & complicagdes ‘Sonda nasoenteral (SNE) Gestrostomia Jejunostomnia | Migragao da sonda Broncoaspiragéo Infeogdo de vias aéreas superiores Paralisia de prega vocal Dor Refluxo gastresofagico Figura 1 - Esquema para deciséo de vias de acesso enteral A gestrostomia percuténea endoscépica (PEG) e a gastrojejunostomia endoscbpica percuténea (PEG)) tém sido métodos de escolha para pacientes que necessitam de um longo tempo de nutr- {G40 enteral.“ A indicagao do procedimento implica condi¢o abdominal que nao impeca a passagem de sonda por via percuténea.® Quando ha necessidade de longo tempo de terapia nutricional, a PEG ests indicada por ter baixa incidéncia de complicagdes e mortalidade muito pequena.*"° Jé nas primeiras 24 horas apés a realiza¢ao do procedimento endoscépico, a infuséo de dieta enteral podera ser iniciada.’ Podem surgir complicagées no procedimento da PEG e PEG) (Quadro 1), No entanto, nao ha re- latos de morte devidos a complicagdes da gastrostomia* [MANUSEIO DA NUTRIGAO, HIDRATAGAO E DOR PGS-OPERATORIAS Quadro 1 Cee ae OD Cae ac) Complicacées precoces* Complicages tardias* 1 Infeczéo da gastostomia 1 Encarceramento do tubo da gastrostomia na pa- 'm Remogao acidental do tubo da gastrostomia ee 15 Eversdo da mucosa géstrica da ostomia Fee ee ee SINTOMAS GASTRINTESTINAIS E NUTRIGAO ENTERAL Um assunto de grande relevancia no ambiente hospitalar é a possibilidade de complicagées gas- trintestinais correlacionada ao uso de dieta enteral. A terapia nutricional enteral nao esta isenta de complicagées gastrintestinais." Avaliar as complicagées gastrintestinais envolve nao somente considerar qual procedi- mento cirtrgico foi empregado, como também o tipo de dieta enteral escolhida. AAs diversas formulas enterais industrializadas disponiveis no mercado sao basicamente separa- das em dietas elementares, oligoméricas ou semi-elementares e poliméricas. Trata-se do grau de hidrdlise que os macroelementos sofreram. As proteinas intactas, por exemplo, so classificadas em poliméricas, polipeptiios so oligoméricos e aminodcidos séo elementares. Amesma classif- cacéo inclui carboidratos e gorduras. Geralmente estes preparados sao enriquecidos com vitami- nas @ elementos-trago Uma das consideragdes quanto ao grau de hidrdlise € a respeito da osmolaridade que o preparado apresentara ¢ a faclidade de absorgao quando administrado. Assim, quanto mais osmolar for a dieta, maior risco apresenta para deflagrar diarréia e célicas." Dentre outras complicagées, citamos residuo gastrico, constipagao, diarréia, distenso abdominal, vomits, refluxo ou regurgitagao. Algumas vezes, os sintomas so de dificil controle, e a redugo da velocidade de infuséo ou mesmo a sua suspensdo temporaria contribui para o controle da com- plicagéo." Areqiiéncia de complicagdes gastrintestinais relacionadas a nutrigao enteral em pacientes critioos. graves é de 20 a 30%. A difculdade de esvaziamento gastrico com alto volume de residuo gasti- co € freqiiente."" Devido a essas complicagdes, a oferta dos nutrientes pode ficar reduzida, e se petsistente, pode expor os pacientes 2 nutrigdo insuficiente. Tais complicagdes parecem aumentar aestada nas unidades de terapia intensiva e aumentar a mortalidade;" portanto, medidas para o ‘seu controle devem ser rapidamente tomadas (Quadro 2). Quadro 2 Se OO DULAC Las Sc) Poe maa eg ev ‘Sintomas gastrintestinais mais freqiientes _ F Pea aa ‘Sugestées para controle dos sintomas Vorrito Antieméticos, infusdo lenta da dieta Diarréia Infusdo lenta da dieta, pesquisa nas fezes de patogenos, pesquisa contaminagao da dieta Residuo gastico Uso de pro-cinétcos, dectbito elevado 30 a 45 graus, deambular apés a infusdo Constipagéo Uso de fibras (soliveis e insoliveis) Distensio abdominal Considerar a doenca de base, infusdo lenta da deta, deambular apés a infuséo, reducSo da cosmolaridade da dieta, uso de produtos menos fermentativos Refluxo ou regurgitagdo Uso de pré-cinétcos e/ou antieméticos, deciiito elevado 30 a 45 graus, deambulat apés a infusdo DIARREIA Considera-se diartéia a eliminagao de tr associada a’ vacuagées liquidas por dia. A diarréia pode acontecer m estado feb? = uso de medicamentos,"? como antidcidos'* e antibidticos;"** = hipoalbuminemia (menor do que 2,8mg/dL);'2"? = osmolalidade ou concentragao da dieta;*"> 1 velocidade de infusdo da dietay"®"* = posicionamento da sonda;"? = radioterapia;"* = gicemia mais elevada associada a menores niveis de albumina sérica;* = administracdo intermitente da dieta diretamente no intestino delgado."* Algumas instituigdes de sade ainda fazem uso de dletas enterais liquidificadas e produzidas ar- tesanalmente no ambiente do servigo de dietética e nutrigdo do hospital, Nestas condigdes, existe a possibilidade da contaminagao involuntaria da dieta enteral, Sabe-se que trato gastrintestinal éresistente aos germes veiculados pela dieta, mas acredita-se que infecgdes hospitaiares podem ter inicio nesta rota. '* Investigacao em dietas industrializadas para anaerdbios e aerdbios pode ser util A cultura inicialjé pode apresentar-se com 50% de positvidade microbiana para espécies de bacilos néio-patogénicos.'® | PROACI | SENCAD | & cialmente quando as bactérias Gram-negativas multrresistentes forem identificadas, ou quando a populagao tratada constituir-se de pacientes muito debiltados ou imunolo- gicamente comprometidos."° @ Muita atengdo devera ser dedicada ao controle de qualidade das dietas enterais, espe- Adieta enteral oligomérica ou até mesmo a elementar (mais raramente) pode ser alternativa para alguns casos de dificil manejo para complicagées de alimentagao enteral. * © 3. Quais os sintomas gastrintestinais mais freqiientes com o uso da dieta enteral? aus DANUTRGHO, HORATAGHO DOR PES OPERATORS | & 4, Alimentagdo precoce caracteriza-se por: A) iniciar alimentagao sélida no primeiro pis-operatorio, B) introdugao de sonda nasoenteral em todos os pacientes em pos-operatério. C) poder ser ofertada via oral através de liquidos nas primeitas 12 a 24 horas do pés-operatério apenas se houver ruidos hidraéreos. D) poder ser ofertada via oral através de liquidos nas primeiras 12 a 24 horas do [pos-operatério independentemente dos ruldos hidraéreos 5. As dietas industrializadas para alimentago enteral séo basicamente classifi- cadas em: A) elementares, oligoméricas ou semi-elementares, poliméricas, 8) oligoméricas, polipeptidicas, hipo-osmolares. C) semipoliméricas, liquidas, poliméricas. D) oligomeéricas, poliméricas, vitaminas. Respostas no final do capitulo BE NUTRICAO PARENTERAL Annutrigdo parenteral é utlizada, de maneira geral, quando a via digestiva nao pode ser utilza- da para adequada oferta e absorgo nutricional, seja temporaria ou permanentemente. Ela deve pretender fomecer todos os nutrientes, macro e micronutrientes, em quantidade adequada, para propiciar nutrigao celular e manutengo da vida. Uma correta nutrigéo parenteral deve fornecer, em equiliorio, os macronuttientes carboidratos, aminoacidos e lipidios. A quantidade de carboidrato & de até 7/kg/dia, com velocidade de infusao de glicose entre 3 a Smg/kgiminuto."’ A quantidade de lipidios pode ser de até 2,Ogikgidia, mas em pacientes criticos limita-se 0 uso de lipideos de até {g/kgidia, e a porcentagem da emulsdo ofere- cida no deve ultrapassar 30% do valor caldrico total estabelecido."” A quantidade de aminoacidos pode ser caloulada entre 0,8g/kgidia até 2,0gikgidia de proteina.’” Areposigdo dria de micronutrientes pode ser feta em soro glicasado a 5% ou fisiolégico infuncido em veia periférica 4 parte da solugao de nutigéo parenteral, a ndo ser que a farmacia de manipu- lago ou fabricante industrial ja fornega as quantidades dirias recomendadas na composigéo da solugdo final permanecerao em jejum por um periodo até 5 a 6 dias de pés-operatorio. No entanto, quando ela ja foi iniciada no periodo pré-operatério, devemos continué-la no pés-ope- ratério. © Anutrigdo parenteral pés-operatéria nao deve ser usada como rotina em pacientes que Em certos casos, particularmente quando ndo se dispée de acesso para nutrigéo enteral ou quando existe previsdo de longo periodo em jejum em que o trato gastrintestinal ndo puder ser utilizado, a terapia de nutrigao parenteral é util, Por exemplo, em pacientes submetidos a cistectomia e con- fecgo de ducts ileal, o uso de nutrigéo parenteral imediatamente aps o ato operatério associou- se a redugdo da freqiiéncia de complicagdes e morte por deiscéncia de anastomose na presenca de sepse abdominal.* Classicamente, uma das indicagdes mais precisas de nutricao parenteral compreende o grupo dos portadores de algum grau de faléncia e insuficiéncia intestinal, As causas de faléncia intestinal englobam os portadores da sindrome do intestino curto. Uma ressecedo intestinal extensa pode ‘ocorrer por neorose intestinal de causa vascular, trauma, cancer ou, mais recentemente, em virtude de complicagées de cirurgias bariatricas."° Hémias intemas devido ao néo-fechamento da fenda mesentérica durante o ato operatorio, obstrugéo intestinal por aderéncias, isquemia mesentérica por obstrugao ou por hipercoagulabilidade, dentre outras, podem levar a novas intervencdes cirtr- gicas e grandes ressecgées intestinais."” LEMBRAR Aterapia de nutrigdo parenteral reduz a chance de desnutri¢ao, mesmo que o pacien- te tenha indices de massa corporal ainda altos, particularmente naqueles que tém condigdes de reabilitagao intestinal. Quando a faléncia intestinal toma-se ireversivel existe dependéncia total de nutricao parenteral central domiciiar, algumas vezes com indicagao para transplante de intestino delgado. Nao podemos, contudo, deixar de abordar a opcdo da nutrigéo parenteral periférica, infundida por veia periférica, que pode ser utlizada como complementagao nutricional ou por inacessibilidade vascular central. No entanto, 0 valor calérico total ofertado geralmente é ber inferior ao permitido por veia central devido a intolerdncia venosa, a carga osmolar elevada, particularmente com 0 uso de glicose maior do que 15%, mas a infusdo de aminoacidos e lipidios é bem tolerada.” | PROACI | SEMCAD | & anus DANUTGHO, HORATAGHO DOR PES-OPERATORAS | 3 Entretanto, a nutrigdo parenteral nao é isenta de complicagdes e muitas delas podem ser graves. Chamamos a atengao para complicagdes metabolicas do pés-operatério, principalmente quando 0 doente & desnutrido previamente a cirurgia. Apds 96 horas de pos-operatério e nutrigdo parenteral, podem ocorrer disttirbios metabolicos, como a hipofosfatemia, que pode estar relacionada também A hipopotassemia, a hipomagnesemia e & hipercalcemia, Para a monitorizacao de pacientes des- nutridos, com insuficiéncias organicas prévias e com nutrgo parenteral pos-operatério, convém 0 apoio de equipe especializada de terapia nutriconal.” © Raramente se encontram distirbios hepaticos com o uso de nutrigéo parenteral, quando esses distirbios ocorrem, geralmente esto associados ao excesso da oferta de carboidratos, 6. O que 0 correto fornecimento de nutrigao parenteral deve fornecer ao paciente? 7. Quais sao as indicagdes para realizar nutrigéo parenteral? AA) Auséncia de aoesso enteral, previséo de longo tempo em jejum,trato gastrintestinal ndo-funcionante. 8) Ruidos hidraéreos ausentes, veias periféricas de facil acesso, dificuldade de passagem de sonda nasoenteral C) Obesidade mérbida, previsto de longo tempo em jejum, cirurgias do trato gastrin- testinal D) Desnutrigdo grave, facilidade de acesso central, insuficiéncia hepatica 8. Com que freqiléncia se encontram disturbios hepaticos nos pacientes com o uso de nutrigao parenteral? A) Sempre. 8) Constantemente. C) Raramente. D) Nunca. Respostas no final do capitulo BE HIDRATACAO E REPOSIGAO ELETROLITICA No periodo pés-operatério imediato, as necessidades de fluidos, eletrdlitos e acidos-base do pa- ciente, na maioria das vezes, podem ser supridas tendo como principais pardmetros a establidade hemodinamica e a ventilagao adequada. Para pacientes submetidos a procedimentos simples e sem complicagdes, como uma herniorrafia inguinal, nos quais a ingestao oral deve retornar nas proximas 24 a 48 horas, a hidratagao deve ser baseada nos sinais vitais (pressdo arterial, pulso,frequiéncia respiratoria, débito urinario). Aad- ministragao de fluidos deve seguir o esquema usual de manutengao didria, que costuma basear-se mo peso ou na superficie corporal, esquematizados nas Tabelas 2 e 3.” Tabela 2 MeO asaa eae ae rm Fluidos 1,500 mLUmidia Sédio 50-75 mEqimedia Potissio 50 mEqimidia Cloreto 50-75 mEgim‘Idia Tabela 3 Cele La sceloos ae Ue Primeitos 10kg tomLikg Segundos 10kg SOmLiKg Peso acima de 20k9 20mLikg 25-55 anos 36mLikg 56-65 anos, 30mLikg > 65 anos 25mg Sodio 1,0 1 5mEqhg Potissio 05 a0,75mEqhkg Cloreto 1,0. 1,5mEqhkg Criancas > 5 anos até adultos jovens Adultos, Em pacientes submetidos a procedimentos de grande porte envolvendo extensa resseogdo teci- dual, as necessidades hidreletroliticas tornam-se maiores. Nestes casos, & necessdria uma maior monitorizacdo, que inclui presséo venosa central ou pulmonar arterial, rigido controle de débito uri- nario, gasometria arterial. Em muitos casos, faz-se necesséria a reposigo de coldides para repor perdas para o terceiro espaco. Em adiggo & reposigao das necessidades diarias ja descritas, toma-se necessério repor as secre- bes perdidas por drenagem gastrica, intestinal, bilar e pancreatica por meio de solugées apro- | PROACI | SEMCAD | 'MANUSEIO DA NUTRIGAO, HIDRATAGAO E DOR PGS-OPERATORIAS priadas acrescidas de potassio. Amedida do peso corporal didrio também se mostra uti, visto que

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