RESUMO - Direito Processo Penal Comum e Militar
RESUMO - Direito Processo Penal Comum e Militar
UNIDADE II
UNIDADE I
SUJEITOS E ÓRGÃOS DA RELAÇÃO JURÍDICA E SUAS
Conceito: PRERROGATIVAS DE FUNÇÃO
É o conjunto de princípios e normas que regulam a aplicação
jurisdicional do Direito Penal. Regulam ainda as atividades RAMOS DA JUSTIÇA
preliminares da Polícia Judiciária. (ASSIS, 2020, p. 29).
Assim, toda vez que alguém pratica um ilícito penal (crime ou
contravenção), surge para o Estado o direito de punir através de
sanções previamente estabelecidas.
Finalidade:
Há duas finalidades, ditas como clássicas, do Direito Processual
Penal:
Finalidade Imediata ou Direta - Fazer valer o direito de punir do
Estado (jus puniendi).
Finalidade Mediata ou Indireta - Promover proteção da sociedade,
da paz social e a defesa dos interesses da coletividade JUSTIÇA ESTADUAL
Em suma: Propiciar a adequada solução jurisdicional do conflito de A Justiça Estadual é responsável por julgar matérias que não sejam
interesses entre o Estado-Administração e o infrator, através de da competência dos demais segmentos do Judiciário - Federal, do
uma sequência de atos que compreendam a formulação da Trabalho, Eleitoral e Militar, o que significa que sua competência é
acusação, a produção das provas, o exercício da defesa e o residual, apesar de englobar o maior volume de processos judiciais.
julgamento da lide.
JUIZES ESTADUAIS
PRINCÍPIOS DO PROCESSO PENAL Os Estados organizarão sua Justiça, observados os princípios
estabelecidos na CF/88.
DEVIDO PROCESSO LEGAL (ART. 5º, LIV, CR/88) - A competência dos tribunais será definida na Constituição do
PLENITUDE DE DEFESA: Estado, sendo a lei de organização judiciária de iniciativa do
*Direito de ser ouvido, informado dos atos processuais, acesso à Tribunal de Justiça.
defesa técnica, manifestar depois da acusação, julgado perante MG: Lei complementar n. 59/01
juízo competente, duplo grau de jurisdição, imutabilidade da
sentença transitada em julgado; JUSTIÇA MILITAR JUSTIÇA MILITAR ESTADUAL
*Ampla Defesa (art. 5º, XXXVIII, LV, LXXIV, CR/88): Defesa técnica
e autodefesa (interrogatório); Art. 125, §§ 3º ao 5º da CF, arts. 109 à 111 da CE e arts. 184 à
*Contraditório (art. 5º, LV, CR/88): Ciência e participação efetiva no 220 da LC n. 59/01
processo + a paridade de armas “par conditio” - participação em 1.Processar e julgar os militares dos estados nos crimes militares
simétrica paridade; definidos em lei (PM e BM).
2.Decidir sobre a perda do posto e da patente dos oficiais e da
PRINCÍPIO DO CONTRADITÓRIO E DAAMPLA DEFESA graduação das praças.
OBS.: A Lei n. 13.245/16, que alterou o art. 7º da Lei n. 8.906/94, 3.Processar e jugar as ações judiciais contra atos disciplinares.
Estatuto da OAB, não estabeleceu que o inquérito policial deve ser 4.1ª grau: auditorias de justiça militar estadual (AJME) 2ª grau: TJM
regido pelo princípio do contraditório e ampla defesa, mas apenas ou TJ
garantiu assistência de advogados para os investigados.
Assim, a Justiça Militar Estadual de Minas Gerais, com jurisdição
Oficialidade: Órgão oficial, MP é o exclusivo titular da ação penal em todo o território do Estado, é constituída, em primeiro grau,
militar, que é sempre pública, ressalvada a possibilidade da ação pelos Juízes de Direito do Juízo Militar e pelos Conselhos de
privada subsidiária da pública. Justiça, Permanente e Especial, e, em segundo grau, pelo Tribunal
de Justiça Militar, com sede na Capital do Estado.
Contraditório: Ciência e participação efetiva no processo + a
paridade de armas “par conditio” - participação em simétrica AUDITORIAS DE JUSTIÇA MILITAR - 1ª INSTÂNCIA JME
paridade;
Juiz Natural (art. 5º, LIII e XXXVII, CR/88); CONSELHOS DE JUSTIÇA - SUPORTE CONSTITUCIONAL
Não autoincriminação (art. 5º, LXIII, CR/88; art. 296, § 2º e 308 CONSTITUIÇÃO FEDERAL - (art. 125, § 3º)
CPPM, 186e 198CPP): direito de ficar calado e não produzir prova A lei estadual poderá criar, mediante proposta do Tribunal de
contrária ao seu interesse. Justiça, a Justiça Militar estadual, constituída, em primeiro grau,
pelos juízes de direito e pelos Conselhos de Justiça e...
1
CONSTITUIÇÃO ESTADUAL - art. 109. UNIDADE III
Art. 109 – A Justiça Militar é constituída, em primeiro grau, pelos
Juízes de Direito e pelos Conselhos de Justiça e, em segundo grau, DA COMPETÊNCIA E ATRIBUIÇÕES DE POLÍCIA JUDICIÁRIA
pelo Tribunal de Justiça Militar. MILITAR.
2
Exemplos: Tortura (Lei 9.455/97), Abuso de Autoridade (Lei Afastando a tese da autora de que a apuração dos referidos crime
13.869/19 deveriam ser feita em inquérito policial civil e não em inquérito
policial militar. O Tribunal, por maioria, indeferiu a liminar por
Competência para apuração dos crimes dolosos contra a vida ausência de relevância na arguição de ofensa ao inc. IV, do § 1º, e
ao § 4º do art. 144 da CF, que atribuem à Polícia Federal e Civil, o
Quais são os crimes dolosos contra a vida no CPM? exercício das funções de polícia judiciária e a apuração das
Homicídio simples infrações penais, exceto as militares. Considerou-se que o
Art. 205. Matar alguém: dispositivo impugnado não impede a instauração paralela de
Pena - reclusão, de 6 a 20 anos [...] inquérito policial civil [...]
OBS.: a lei n. 13.491/17 não revogou o preceito acima trazido pela c) Cumprir os mandados de prisão expedidos pela justiça militar.
lei n. 9.299/96. Envolvendo prática de crime militar.
STF ADI 1494 MC / DF – DISTRITO FEDERAL d) Representar as autoridades judiciárias militares acerca da:
EMENTA: AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE – Prisão preventiva -(art. 254-CPPM).
CRIMES DOLOSOS CONTRA A VIDA, PRATICADOS CONTRA Insanidade mental do indiciado - (art. 156, § 2º - CPPM).
CIVIL, POR MILITARES E POLICIAIS MILITARES - CPPM, ART.
82, § 2º, COM A REDAÇÃO DADA PELA LEI Nº 9299/96 - e) Cumprir as determinações da justiça militar relativas aos presos
INVESTIGAÇÃO PENAL EM SEDE DE I.P.M. - APARENTE sob sua guarda.
VALIDADE CONSTITUCIONAL DA NORMA LEGAL - VOTOS Resolução n. 4092/10-CG.
VENCIDOS - MEDIDA LIMINAR INDEFERIDA. O Pleno do O Comandante da Unidade militar prisional é o diretor do presídio.
Supremo Tribunal Federal - vencidos os Ministros CELSO DE
MELLO (Relator), MAURÍCIO CORRÊA, ILMAR GALVÃO e f) Solicitar das autoridades civis as informações e medidas que
SEPÚLVEDA PERTENCE - entendeu que a norma inscrita no art. julgar úteis à elucidação dos crime militares:
82, § 2º, do CPPM, na redação dada pela Lei nº 9299/96, reveste-se Certidões.
de aparente validade constitucional. Imagens.
Decisão Dados Bancários.
Por maioria de votos, o Tribunal indeferiu o pedido de medida
liminar, vencidos os Ministros Celso de Mello (Relator), Maurício g) Requisitar da polícia civil e das repartições técnicas civis as
Corrêa, Ilmar Galvão e Presidente (Min. Sepúlveda Pertence). pesquisas e exames necessárias ao IPM:
Plenário, 09.4.97. Vistorias.
Exame de Corpo de delito.
Posição do TJMMG HC 1299 2001 - o feito trata-se de HC
impetrado pela PCMG para trancar o IPM h) Atender a pedido de apresentação de militar ou funcionário de
Habeas corpus. Trancamento de IPM. Pedido de concessão de repartição militar à autoridade civil competente.
liminar. Nega-se a concessão de liminar quando o pedido é Com observância dos regulamentos militares, e desde que:
destituído de fundamentação. A notícia de um fato de homicídio não a) pedidos fundamentados.
pode, tecnicamente, ser predefinido como criminoso, como doloso b) e com amparo legal.
ou culposo. Daí, ocorrido o fato que, em tese, seja crime militar,
cabe à Polícia Militar instaurar IPM, nos termos do art. 82, § 2º, do Unidade IV
CPPM, com a redação dada pela lei n. 9299/96. O IPM será
encaminhando à justiça Militar, que o remeterá à Justiça Comum DO INQUÉRITO POLICIAL MILITAR
quando o fato apurado constituir, em tese, o crime de que trata o art.
81,§ 2º, do CPPM. Decisão preliminar unânime. E, no mérito, O IPM é um procedimento administrativo que se destina à apuração
majoritária. de fatos que possam constituir crimes militares, previstos no art.
Código de Processo Penal Militar Anotado. Jorge César de Assis, 9°do Código Penal Militar (CPM), bem como as suas autorias.
Editora Juruá, 2020, paginas 215/216
No inquérito são obtidos os elementos que servirão de base para a
Então, por que é comum a instauração de IPM e IP (comum) promoção adequada do Ministério Público, a exemplo do
paralelamente? oferecimento de denúncia e da promoção de arquivamento.
Vide posição do STF na citada ADIN . 1494-MC/DF
Crimes dolosos contra a vida. Inquérito. Julgada medida cautelar em Conceito
ação direta de inconstitucionalidade ajuizada pela Associação dos (art. 9º - CPPM) É a apuração sumária de fato que, nos termos
Delegados de Polícia do Brasil – ADEPOL, contra a lei 9299/96, que legais, configure crime militar e de sua autoria.
ao dar nova redação ao art. 82 do CPPM, determina que “nos
crimes dolosos contra a vida, praticados contra civil, a Justiça Finalidade (art. 9º - CPPM)
Militar, encaminhará os autos de inquérito policial à justiça comum”.
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É uma instrução provisória, com a finalidade de colher os elementos inqualificada sejam, ao menos parcialmente procedentes, instaura-
necessários à propositura da ação penal, fornecendo ao titular da se inquérito.
ação penal – o Ministério Público Militar – elementos seguros para o O mesmo ocorre no direito processual penal militar (LI, RIP).
oferecimento da denúncia.
INDICIADO OU INVESTIGADO?
Investigado: é o militar em relação ao qual há frágeis indícios, ou
Conceito seja, há mero juízo de possibilidade de autoria. Não foi indiciado,
Art. 9º O inquérito policial militar é a apuração sumária de fato, que, formalmente, no IPM, por meio do respectivo termo de indiciamento
nos termos legais, configure crime militar, e de sua autoria. Tem o ou no próprio Relatório do IPM.
caráter de instrução provisória, cuja finalidade precípua é a de Indiciado: é o militar que tem contra si indícios convergentes que o
ministrar elementos necessários à propositura da ação penal. apontam como provável autor da infração penal militar, isto é, há
O IPM visa apurar qualquer crime militar, exceto deserção e juízo de probabilidade de autoria.
insubmissão, desde que não tenha havido prisão em flagrante. Indiciamento: é o juízo de valor da Autoridade de Polícia Judiciária
Militar sobre determinada infração penal militar atribuindo-a ao
Destinatário do IPM investigado que, a partir desse momento, passa a figurar a condição
Como instrução provisória, preparatória e informativa, sua finalidade de indiciado.
precípua é a de ministrar elementos necessários à propositura da
ação penal. (art. 9º - CPPM). DESIGNAÇÃO DO ENCARREGADO
Destinatário IMEDIATO: Ministério Público. A designação de Encarregado do IPM será feita na “Portaria de
Destinatário MEDIATO: O juiz (juiz-auditor - juiz de direito do juízo Instauração” da autoridade nomeante, recaindo, sempre que
militar ou Conselho de Justiça Permanente ou Especial). possível, sobre Oficial de posto não inferior a Capitão ou Capitão-
Tenente, observando-se o contido no art. 15 do CPPM.
SUFICIÊNCIA DO APF Havendo necessidade de substituição do Encarregado, no curso
Se, por si só, for suficiente para a elucidação do fato e sua autoria, o das investigações, esta será feita por meio de nova portaria da
auto de prisão em flagrante delito (APF) substituirá o inquérito, autoridade nomeante, na qual deverá conter a motivação do ato.
dispensando outras diligências, salvo o exame de corpo de delito no
crime que deixe vestígios, a identificação da coisa e sua avaliação, Se, durante as investigações, o Encarregado verificar a existência
quando o seu valor influir na aplicação da pena, conforme art. 27 do de indícios contra Oficial mais antigo, emitirá um relatório parcial,
CPPM. apontando os fatos e documentos que apresentam indícios de ilícito
penal, bem como os envolvidos, sem realizar juízo de valor quanto à
DISPENSABILIDADE DO APF ação do mais antigo e remeterá os autos à autoridade originária, de
Assim como no inquérito policial do direito processual penal comum, acordo com art. 10, § 5°, do CPPM.
o inquérito militar poderá ser dispensado, e o artigo 28 do CPPM A autoridade originária, caso entenda não proceder o alegado
traz os três casos em que isso ocorrerá: indício, restituirá os autos por meio de despacho fundamentado,
Art. 28. O inquérito poderá ser dispensado, sem prejuízo de determinando o prosseguimento do IPM ou nomeará outro
diligência requisitada pelo Ministério Público: Encarregado, se considerar conveniente.
a) quando o fato e sua autoria já estiverem esclarecidos por
documentos ou outras provas materiais; DESIGNAÇÃO DE ESCRIVÃO
b) nos crimes contra a honra, quando decorrerem de escrito ou A designação do escrivão, caberá ao respectivo Encarregado do
publicação, cujo autor esteja identificado; IPM, caso não tenha sido efetuada pela autoridade originária na
c) nos crimes previstos nos arts. 341 e 349 do Código Penal Militar.” “Portaria de Instauração”, sendo a função exercida por um Oficial
(Desacato - Desobediência a decisão judicial) Subalterno, quando houver Oficial como indiciado, ou por Suboficial
ou Sargento nos demais casos (art. 11 do CPPM).
INÍCIO DO IPM: O escrivão designado prestará o compromisso legal, de acordo com
O IPM é iniciado mediante “Portaria de Instauração”, por uma das o art. 11, parágrafo único do CPPM, e lavrará o competente “Termo
situações mencionadas no art. 10 do CPPM, tão logo tenha de Compromisso”.
conhecimento do fato a ser apurado, que deva ser esclarecido.
CARÁTER SIGILOSO DO IPM
Art. 10. O inquérito é iniciado mediante portaria: O IPM tem caráter sigiloso, nos termos do art. 16 do CPPM. Este
a) de ofício, pela autoridade militar em cujo âmbito de jurisdição ou sigilo não poderá ser oposto ao advogado do indiciado, salvo no que
comando haja ocorrido a infração penal, atendida a hierarquia do concerne aos elementos de prova ainda não documentados no
infrator; procedimento, de acordo com o enunciado da Súmula Vinculante n.
b) por determinação ou delegação da autoridade militar superior, 14, do Supremo Tribunal Federal e do inciso XIV do art. 7º da Lei n.
que, em caso de urgência, poderá ser feita por via telegráfica ou 8.906/94 (Estatuto da OAB).
radiotelefônica e confirmada, posteriormente, por ofício;
c) em virtude de requisição do Ministério Público; A nova Lei dos Crimes de ABUSO DE AUTORIDADE, Lei
d) por decisão do Superior Tribunal Militar, nos termos do art. 25; 13.869/19, NÃO possui mais previsão de responsabilização da
e) a requerimento da parte ofendida ou de quem legalmente a autoridade militar que deixar de cumprir o disposto na Lei 8.906/94
represente, ou em virtude de representação devidamente autorizada (Estatuto da OAB), contudo, a Lei 13.869/19 acrescentou, em seu
de quem tenha conhecimento de infração penal, cuja repressão art. 43, o art. 7º-B à Lei 8.906/94, criminalizando a violação de
caiba à Justiça Militar; direito ou prerrogativa do advogado.
f) quando, de sindicância feita em âmbito de jurisdição militar, Art. 7º-B Constitui crime violar direito ou prerrogativa de advogado
resulte indício da existência de infração penal militar. previstos nos incisos II, III,IV e V do caput do art. 7º desta Lei:
Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa.
NOTÍCIA-CRIME (Notitia Criminis):
a) Notitia Criminis de Cognição: imediata, mediata ou ORDEM DE OITIVAS
coercitiva. O Encarregado deverá, preferencialmente, ouvir a(s) testemunha(s),
A notitia criminis será imediata (ou Espontânea) quando a própria em seguida, o(s) ofendido(s), e, por último, o(s) indiciado(s).
instituição militar toma conhecimento do crime militar e instaura a
inquisa. Por outro lado, será mediata quando alguém, fora da TERMO DA OITIVA
instituição militar comunica à instituição a ocorrência de um crime a) O ofendido ouvido em “Termo de Inquirição”.
militar. A notitia criminis coercitiva, que se dará quando alguém for b) O indiciado ouvido em “Termo de Interrogatório”.
preso em flagrante. c) A testemunha ouvida em “Termo de Inquirição”.
Obs: A requisição de instauração do IPM se dará pelo MPM. Já
quanto a Justiça Militar, esta não poderá requisitar a instauração de AUDIÇÃO DE TESTEMUNHAS
IPM, ou seja, nem o juiz e nem o STM poderão requisitar a Deveres das Testemunhas:
instauração de IPM. a) Comparecer para depor (art. 350 do CPPM).
b) prestar depoimento (art. 354 do CPPM).
b) Notitia Criminis Inqualificada (“Denúncia Anônima”): c) Prestar o compromisso de dizer a verdade (art. 352 do
No direito processual penal comum não se permite a instauração CPPM). Se mentir – calar – ou negar a verdade, comete crime (art.
mediata de inquérito, mas permite-se em primeiro a VPI (verificação 346 do CPM).
da procedência das informações), e caso as informações da notitia
Dispensadas de comparecer em juízo:
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AUTORIDADES: senador, deputado, juiz, deputado e, também, o No que se refere aos prazos, em tempos de paz, se o indiciado
militar superior/mais antigo que o Encarregado do IPM (art. 149 do estiver preso, o IPM deve durar no máximo 20 (vinte) dias, e se
MAPPA). estando solto, 40 (quarenta) dias, prorrogáveis uma vez por mais 20
(vinte) dias, decisão esta que será tomada pelo próprio comandante
Proibidas de depor: militar (CPPM, art. 20).
a) Pessoas que devem guardar segredo, em razão de Função Outras prorrogações podem ser efetuadas, desde que por ordem
/Ministério / Ofício / Profissão. EXCEPCIONALMENTE, poderão judicial.
depor se desobrigadas pela parte interessada e quiserem dar o seu O Encarregado de IPM, ao solicitar prorrogação de prazo para
testemunho. conclusão, deve fazer constar na solicitação um ligeiro histórico do
fato que motivou a abertura do inquérito, das diligências
Desobrigadas de depor: empreendidas e da necessidade de prorrogação, para
a) Ascendente/descendente, afim em linha reta, cônjuge, ainda que conhecimento da autoridade nomeante.
desquitado, irmão do acusado, bem como, pessoa que, com ele, Essas informações constituem-se em elementos essenciais à
tenha vínculo de adoção. justificação prevista no § 2° do art. 20 do CPPM.
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transgressão disciplinar, ou determine novas diligências, se as julgar Ou seja, o início da ação penal depende da sua classificação,
necessárias. podendo ser iniciada pelo Ministério Público ou pelo particular, por
A autoridade delegante poderá, nos termos do §2º do art. meio de advogado ou da Defensoria Pública.
22 do CPPM, em discordando da solução dada ao IPM pela
autoridade delegada, avocar para dar solução diversa.
A avocação é providência extraordinária, só se
justificando quando se fizer de forma fundamentada, não devendo
ser suprimida dos autos nem modificada a solução de que se
discorde.
Quando ficar constatado que o fato apurado constitui
transgressão/contravenção disciplinar, não tipificada como crime
militar, ou que, além da conduta considerada crime militar, foi
constatada a existência de transgressão/contravenção disciplinar, a
autoridade nomeante fará constar tal circunstância na Solução do
IPM e deverá adotar as providências necessárias para apuração do
fato. AÇÃO PENAL PÚBLICA INCONDICIONADA
A solução de IPM é ato privativo da autoridade policial Ação Penal Pública incondicionada é aquela na qual o Ministério
judiciária militar, não se atendo à pessoa ocupante do cargo, mas Público não precisa de autorização de ninguém para oferecer a
sim à autoridade que dele advém. denúncia. Ou seja, na ação penal pública incondicionada não é
Quando a instauração decorrer de determinação de necessário que a vítima se manifeste no processo.
autoridade superior, caberá a esta homologar a “Solução” ou avocá- De modo que se o Ministério Público tiver conhecimento do delito e
la, dando outra diferente. elementos suficientes, poderá dar início à ação penal pública
A “Solução” dada por outrem, no impedimento, só é incondicionada desde já. Isso acontece porque os crimes sobre os
admitida em caso plenamente justificável, que, nela, deverá estar quais recaem a ação penal pública incondicionada têm, em regra,
explicado. como vítima a própria sociedade.
REMESSA DE IPM AÇÃO PENAL PÚBLICA INCONDICIONADA
Solucionado o IPM, a autoridade originária remeterá imediatamente Como saber se o crime é de ação penal pública incondicionada?
os autos do inquérito diretamente à AJME, acompanhados dos De acordo com o art. 100 do Código Penal, a ação penal pública
instrumentos desta, bem como todos os objetos que interessem à incondicionada é a regra no nosso ordenamento jurídico. Vejamos o
sua prova, informando, ainda, acerca das diligências que não dispositivo mencionado:
puderam ser concluídas. Art. 100 – A ação penal é pública, salvo quando a lei expressamente
Mesmo quando ficar constatado que o fato, não caracteriza crime a declara privativa do ofendido.
militar, a autoridade nomeante deverá encaminhar o IPM à AJME,
pois o arquivamento só poderá ser feito judicialmente, mediante Como saber se o crime é de ação penal pública incondicionada?
pedido do MP (art. 24 do CPPM). Quando o dispositivo penal que prevê o crime não constar
expressamente que o crime é de ação penal pública condicionada à
Unidade V representação da vítima ou que é de ação penal privada, estaremos
diante de um crime que será processado por uma ação penal
DA AÇÃO PENAL pública incondicionada à representação da vítima.
CONCEITO
Ação penal consiste no direito de se exigir ou pedir a tutela Princípios da Ação Penal Pública Incondicionada:
jurisdicional do Estado, tendo como objetivo a resolução de um Princípio da Oficialidade = consiste na atribuição de promover a
conflito decorrente de um fato concreto. ação penal às instituições estatais (Ministério Público).
É o direito de pedir ao Estado-Juiz a aplicação do Direito Penal Princípio da Obrigatoriedade = traz o dever (obrigatoriedade) ao
Militar objetivo. É o direito de invocar-se o Poder Judiciário para Ministério Público de promover a ação penal pública incondicionada
aplicar o Direito Pena objetivo ao caso concreto” (ASSIS, pág. 85). à representação da vítima.
Princípio da Indisponibilidade = uma vez oferecida a ação penal
De maneira resumida, a ação penal é um direito autônomo, pública incondicionada, o Ministério Público não poderá desistir
abstrato, subjetivo e público. (dispor) dela.
AUTÔNOMO = Pois o autor satisfaz sua pretensão. Princípio da Intranscendência = A ação penal só pode ser
ABSTRATO = Pois independe do resultado do processo. proposta contra o autor do delito.
SUBJETIVO = Porque o titular do direito pode ou não exigir do Princípio da Indivisibilidade (divisibilidade) = A ação pública
Estado a prestação de sua função jurisdicional. incondicionada não poderia ser dividida e proposta contra apenas
PÚBLICO = Porque a prestação jurisdicional é de natureza um ou parte dos autores do delito.
pública.
Ação Penal Pública Condicionada à Representação:
Ação Penal é dividida em pública ou privada. Diferente da ação penal pública incondicionada, a condicionada
Privada quando é promovida pela pessoa que foi precisa da participação da vítima para sua proposição da Ação
ofendida, que pede a punição do ofensor, porque o bem violado é Penal pelo Ministério Público. Essa participação da vítima é
exclusivamente dela. chamada de representação, a qual uma vez dada, será irretratável.
Pública quando os crimes têm reflexos na sociedade, por Observe que a representação nada mais é do que uma
isso o próprio Estado tem interesse na sua punição e repressão. “autorização” da vítima ao Ministério Público para que o autor do
delito seja processado.
Classificação da ação penal: Observação: A legitimidade da ação penal continua sendo do MP,
Como mencionado, ela pode ser pública e privada, dependendo de tanto é que seu nome continua sendo Ação Penal Pública. Ela é
como a infração foi cometida. Mas, além desses dois modelos de apenas condicionada à representação da vítima.
base, existem os seguintes tipos: RETRATAÇÃO: a representação é retratável até a apresentação da
Ação Penal Pública Incondicionada; denúncia - Dentro do prazo decadencial, a representação pode ser
Pública Condicionada à Representação; novamente oferecida (retratação da retratação).
Ação Penal Pública Condicionada à Requisição;
Privada Exclusiva; Ação Penal Pública Condicionada à Requisição do MJ:
Privada Subsidiária da Pública; Analisada a conveniência política da ação penal. Ocorre quando
Ação Penal Privada Personalíssima. estrangeiro comete crime contra brasileiro fora do país (CP, 7º §3º
b), ou quando cometido crime contra a honra do Presidente da
Quem pode propor uma ação penal: República ou chefe de governo estrangeiro - Não vincula o
Pode ser iniciada pelo Ministério Público ou pelo particular. São, Ministério Público.
portanto, peças fundamentais para a deflagração de um processo e
o cumprimento do dever do Estado, em analisar e punir Ação Penal Privada
corretamente as infrações cometidas aos setores públicos e Inicialmente, cabe ressaltar que os crimes que comportam
privados. a ação penal privada são de interesse eminentemente particular,
não existindo motivos para que o Estado tome para si o dever de
processar o criminoso.
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O motivo da existência desse instituto é para que se evite Oficialidade: a ação se rege por impulso oficial do MP, que é um
o chamado escândalo do processo (streptus judicii), o qual pode órgão público, oficial.
causar à vítima um mal maior que o próprio delito. Individualidade: havendo “vários” indiciados, o MP terá de
O ofendido quem decide se o criminoso será processado denunciar todos aqueles em relação aos quais se convenceu da
ou não. Portanto, ao invés da ação penal ser proposta pelo autoria.
ministério público, ela o será pelo ofendido por meio de um Legalidade: a ação penal militar se desenvolve com base na lei, e
advogado. independe da vontade das partes.
A vítima deverá buscar um advogado para que ele Indisponibilidade: o MP não pode transigir nem desistir da ação
proponha a ação penal privada por meio de uma queixa-crime, que penal ajuizada (art. 32 do CPPM). Exceção: suspensão condicional
é o equivalente à denúncia proposta pelo Ministério Público nas do processo (art. 89 da Lei n. 9.099/95).
ações penais públicas. Depois de proposta a queixa-crime, se inicia Obrigatoriedade: existindo prova do fato criminoso e indícios de
a ação penal privada. autoria, o MP é obrigado a oferecer a denúncia (art. 30 do CPPM).
Exceção: transação penal (art. 76 da lei n.9.099/95). Se, depois
Espécies de ação penal privada: de oferecida a denúncia, o promotor entender que não existem
Ação Penal Privada Exclusiva = É a ação que pode ser elementos suficientes para pedir a condenação, ele pode opinar
proposta pela vítima ou seu representante legal. pela absolvição do acusado (art. 54. Parágrafo único, do CPPM)
Ação Penal Privada Personalíssima = Na personalíssima, Espécies de Ação Penal no Processo Penal Militar
a ação só pode ser movida pela vítima, sendo que, caso venha a Ação Penal Pública Condicionada À Requisição Do Ministro - art.
óbito, outros não poderão exercê-lo em seu lugar. O único exemplo 122 do CPM e art. 31 do CPPM.
é o art. 236 do CPP: Induzimento a erro essencial e ocultação de Crimes contra a segurança externa do Brasil.
impedimento.
art. 236 – Contrair casamento, induzindo em erro essencial o outro Ação Penal Privada Subsidiária da Pública
contraente, ou ocultando-lhe impedimento que não seja casamento É um direito fundamental - art. 5, inciso LIX, da CF/88.
anterior: Só é cabível se o MP não oferece a denúncia no prazo legal, ou
Parágrafo único – A ação penal depende de queixa do contraente seja, a ação penal pública não foi intentada no prazo legal.
enganado e não pode ser intentada senão depois de transitar em O CPPM não dispõe de dispositivos que regulam a ação penal
julgado a sentença que, por motivo de erro ou impedimento, anule o privada subsidiária da pública. Neste caso, aplica-se o art. 3º, letra
casamento. “a” do CPPM (suprimento dos casos omissos).
Ação Penal Privada Subsidiária da Pública = Essa é a possibilidade Prescrição da Ação Penal Militar:
de o ofendido tomar o lugar do Ministério Público quando a Conceito:
instituição se demonstrar inerte. No Direito Penal Militar, a prescrição é a perda do direito de punir do
Em sua origem tratava-se de uma ação penal pública, no entanto, Estado pelo seu não exercício em determinado lapso de tempo.
ocorrendo a inércia do Ministério Público (cinco dias para acusado O Estado perde o "jus puniendi" (direito de punir) antes de transitar
preso ou quinze dias para acusado solto), Art. 5º, LIX, CF/88, a em julgado a sentença, em decorrência do decurso de tempo, entre
vítima poderá contratar um advogado e propor uma ação penal a prática do crime e a sentença penal condenatória transitada em
privada subsidiária da pública. julgado.
Princípio da Conveniência: Esse princípio norteia que a vítima não é Termo inicial da prescrição da ação penal:
obrigada a oferecer a ação penal privada contra os autores do Caso de concurso de crimes ou de crime continuado
delito. Sendo uma questão de conveniência se o faz ou não. O que § 3º No caso de concurso de crimes ou de crime continuado, a
difere do princípio da ação penal pública, onde o promotor é prescrição é referida, não à pena unificada, mas à de cada crime
obrigado a oferecer a denúncia. considerado isoladamente.
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relação aos fatos discorridos e alegados, fazendo o seu fim ser a
produção do convencimento do juiz no que diz respeito à verdade
processual, sendo a verdade tangível de ser alcançada no
processo, conforme a realidade ou não.
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Admissibilidade do tipo de prova - art. 295 do CPPM. - provar que 22 horas é noite.
Admite-se qualquer espécie de prova. Exceto prova que atente
contra a: b) Presunções legais absolutas:
1) Moral. - a menoridade penal.
2) Saúde. - a idade da vítima (menor de 14 anos).
3) Segurança individual ou coletiva. - o parentesco na escusa absolutória.
4) Hierarquia ou disciplina.
c) os fatos impossíveis:
Para verificar a possibilidade de haver sido a infração praticada de - A arma no coldre disparou sozinha.
determinado modo, o encarregado do inquérito poderá proceder à - o réu foi abduzido no momento do crime.
reprodução simulada dos fatos, desde que esta não contrarie a
moralidade ou a ordem pública, nem atente contra a hierarquia ou a d) fatos irrelevantes ou impertinentes:
disciplina militar. (art. 13, P. único - Reconstituição dos fatos) - desertor nos EUA.
- os antecedentes da vítima de furto
Admissibilidade do tipo de prova
Art. 5º, LVI (CF) – são inadmissíveis, no processo, as Inversão do ônus da prova - art. 296, §1º, do CPPM.
provas obtidas por meios ilícitos. Nesse sentido, também, prevê o § 1º Inverte-se o ônus de provar se a lei presume o fato até prova
art. art. 157 do Código de Processo Penal (CPP). em contrário.
Não há, no CPPM, a mesma previsão, contudo, POR SE
TRATAR DE UM DIREITO FUNDAMENTAL, APLICA-SE NO Princípio da não auto-incriminação - art. 296, §2º
PROCESSO PENAL MILITAR. § 2º Ninguém está obrigado a produzir prova que o incrimine, ou ao
A doutrina brasileira dominante sustenta a ADMISSÃO DA seu cônjuge, descendente, ascendente ou irmão.
PROVA ILÍCITA PRÓ RÉU, levando-se em consideração a
valorização da liberdade e da inocência do acusado, que poderá ser Meios de prova e Meios de obtenção de prova:
provada a qualquer custo, ainda que diante de prova ilícita e desde Meios de prova são as formas utilizadas pelas partes no
que o julgador avalie a necessidade, a adequação e a processo para o convencimento do juiz, que remontam à formação
proporcionalidade da aceitação da prova ilícita . do fato criminoso, isto é, à sucessão de acontecimentos,
(VIDE:https://mandi2005.jusbrasil.com.br/artigos/327692730/hipoteses-de-admissibilidade- demonstrada dentro uma linha cronológica, referente ao delito
das-provas-ilicitas-segundo-a-doutrina-brasileira).
cometido.
- PROVA ILÍCITA: são aquelas obtidas com infringência ao direito Esses elementos probatórios servirão de base para a
material, seja constitucional ou legal, no momento da sua obtenção decisão que será tomada pelo magistrado, podendo citar como
(confissão mediante tortura). Impõe-se observar que a noção de exemplos a prova testemunhal, documental, pericial, etc
prova ilícita está diretamente vinculada com o momento da Desta forma, os meios de prova são considerados como a
obtenção da prova (não com o momento da sua produção, dentro prova em si, aquela produzida para remontar a dinâmica de
do processo). determinada infração penal.
Ex: interceptação telefônica clandestina, apreender uma Meios de obtenção de prova são aqueles que objetivam
correspondência no interior de um domicílio, com entrada ilegal. adquirir a prova em si, servindo de instrumentos para o alcance da
mesma.
- PROVA ILEGÍTIMA: são as obtidas com desrespeito ao direito São exemplos de meios de prova a busca e apreensão,
processual, que viola regra de direito processual no momento de interceptação telefônica, etc.
sua produção em juízo (ou seja: no momento em que é produzida
no BUSCA DOMICILIAR – ART. 170 A 184 DO CPPM
processo). Conforme Eugênio Pacelli (2004, p. 431)
Ex: ouvir uma testemunha proibida de depor, inobservando o art. “trata-se, por certo, de medida de natureza eminentemente cautelar,
355 do CPPM. para acautelamento de material probatório, de coisa, de animais e
até de pessoas, que não estejam ao alcance, espontâneo, da
- PROVA ILÍCITA DERIVADA justiça”.
Teoria dos frutos da árvore envenenada - Origem - Suprema Corte
Americana - O vício da planta se estende a seus frutos. Art. 170 do CPPM – A busca poderá ser domiciliar ou pessoal.
Ex: A confissão obtida por tortura se estende (contamina) o material Art. 171 do CPPM - A busca domiciliar consistirá na procura
apreendido com base na informação do torturado. material portas adentro da casa (art. 5º, inciso XI, da CF/88).
Teoria dos frutos da árvore envenenada - Origem - Suprema Corte XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo
Americana - O vício da planta se estende a seus frutos. penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de
Ex: A confissão obtida por tortura se estende (contamina) o material flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o
apreendido com base na informação do torturado. dia, por determinação judicial;
Art. 157 do CPP
§ 1º São também inadmissíveis as provas derivadas das ilícitas, Art. 172. Quando será realizada: - Fundadas razões a autorizarem,
salvo quando não evidenciado o nexo de causalidade entre umas e para (finalidade):
outras, ou quando as derivadas puderem ser obtidas por uma fonte Prender criminosos: - flagrante – desertor – insubmisso –
independente das primeiras. mandado.
Apreender coisas obtidas por meios criminosos ou guardadas
ÔNUS DA PROVA - ART. 296 DO CPPM ilicitamente: - produto de crime – bens de receptação.
Art. 296. O ônus da prova compete a quem alegar o fato, mas o juiz Apreender documentos de falsificação ou contrafação: -
poderá, no curso da instrução criminal ou antes de proferir Falsificação: cria algo novo. - contrafação: faz imitação.
sentença, determinar, de ofício, diligências para dirimir dúvida sobre Apreender armas e munições e instrumentos utilizados na prática
ponto relevante. Realizada a diligência, sobre ela serão ouvidas as de crime ou destinados a fim delituoso: - revólver – pistola –chave
partes, para dizerem nos autos, dentro em quarenta e oito horas, mixa – machado – martelo – munição – etc.
contadas da intimação, por despacho do juiz. Descobrir objetos necessários à prova da infração ou à defesa do
acusado: - roupa suja de sangue – computador – caderno do tráfico
Quando o CPPM refere que o ônus da prova cabe a quem alega, – etc.
dirige-se às parte do processo penal militar, ou seja, MP e réu. Apreender correspondência destinada ao acusado ou em seu
MP - caberá provar o que foi alegado na denúncia/acusação – a poder.
autoria, a materialidade, o elemento subjetivo (dolo/culpa), etc. Apreender pessoas vítimas de crime: - Vítima de sequestro ou
Réu - caberá provar (ou gerar dúvida razoável que o beneficie) cárcere privado.
que não foi o autor do fato criminoso, ou que agiu amparado por Colher elemento de convicção: - serve para formar o juízo acerca
uma excludente de ilicitude ou de culpabilidade, etc. do fato. Um fio de cabelo, uma mancha de sangue, etc.
OBS.: Prova de acusação - deve ser robusta. A dúvida favorece o
réu - “In dúbio pró réu” BUSCA PESSOAL – ART. 180 DO CPPM Art. 180.
A busca pessoal consistirá na procura material feita nas
Fatos que não necessitam de prova: vestes, pastas, malas e outros objetos que estejam com a pessoa
a) Fatos notórios revistada e, quando necessário, no próprio corpo.
- o desfile militar de 07 de setembro.
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Assim como a busca domiciliar será feita portas adentro
da casa, a busca pessoal será realizada diretamente nas pessoas,
verificando-se suas vestes, pastas, malas, e outros objetos que
estejam como revistado, como exemplo, uma caixa ou uma sacola.
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REVISTA PESSOAL – ART. 181 DO CPPM Prisão preventiva = é uma outra modalidade de prisão
Art. 181. Proceder-se-á à revista, quando houver fundado suspeita cautelar, que apesar de possuir o mesmo efeito prático da prisão
de que alguém oculte consigo: temporária, guarda poucas semelhanças com o instituto que
a) instrumento ou produto de crime; estudamos anteriormente.
b) elemento de prova.. A prisão preventiva não possui uma lei específica que a regule,
Observa-se que há uma distinção entre Busca Pessoal e Revista apenas o próprio CPP.
Pessoal, sendo esta uma atividade mais restrita, limitando-se à A prisão preventiva pode ser decretada a qualquer tempo (ou
pessoa e as suas vestes e àquela é mais ampla e envolve, além da seja, tanto na fase investigativa quanto na fase processual).
pessoa e suas vestes, também, pastas, malas, caixas ou sacolas
que carregue consigo. Prisão domiciliar = incluída no CPP após a reforma
ocorrida em 2011, não se confunde com a medida cautelar de
UNIDADE VII recolhimento domiciliar no período noturno e nos dias de folga
quando o investigado ou acusado tenha residência e trabalho fixo.
DA PRISÃO E DA LIBERDADE PROVISÓRIA São institutos diferentes!
Na prisão domiciliar, o indivíduo está apenas preso em um local
Requisitos Básicos diferente, só podendo ausentar-se de sua casa com autorização
Em primeiro lugar, é importante ressaltar o que fora os casos de judicial.
flagrante delito, uma prisão só pode ser realizada por ordem judicial Note que a prisão domiciliar é uma espécie da prisão preventiva,
escrita e fundamentada. não sendo considerada uma nova modalidade de prisão cautelar,
Ou seja, para que alguém seja preso preventivamente, como ensina AURY LOPES JÚNIOR.
temporariamente, ou em decorrência do trânsito em julgado de sua
sentença condenatória (prisão pena), será absolutamente Prisão em Flagrante
necessária a apresentação de mandado de prisão emanado por A prisão em flagrante é uma modalidade de prisão cautelar, de
autoridade judiciária competente. natureza administrativa, realizada no instante em que se desenvolve
ou que se termina de concluir a infração penal.(Guilherme Nucci).
Horário: a prisão em flagrante delito pode ser realizada a qualquer O conceito acima é uma das mais conhecidas definições sobre o
momento (seja do dia ou da noite), afinal de contas, o poder público que é uma prisão em flagrante. Temos ainda o que diz o CPP:
deve atuar para cessar a conduta delitiva do agente. Art. 302. Considera-se em flagrante delito quem:
Já nos casos que necessitam de mandado de prisão, existem I – está cometendo a infração penal;
algumas limitações. Em regra, se o agente público se deparar com II – acaba de cometê-la;
um indivíduo para o qual existe mandado de prisão em aberto, III – é perseguido, logo após, pela autoridade, pelo ofendido ou por
poderá proceder à sua prisão a qualquer hora do dia. qualquer pessoa, em situação que faça presumir ser autor da
Se o indivíduo estiver em sua casa, temos as restrições relativas à infração;
inviolabilidade de domicílio. IV – é encontrado, logo depois, com instrumentos, armas, objetos
ou papéis que façam presumir ser ele autor da infração.
MEDIDAS CAUTELARES X PRISÃO
Segundo o STF, medida cautelar é um procedimento que Natureza da prisão em flagrante = segundo a doutrina,
visa prevenir, conservar ou defender direitos. O nome, obviamente, tem uma natureza administrativa e de ato complexo.
deriva do termo cautela, e caracteriza um ato PREVENTIVO Administrativa = visto que dispensa ordem judicial expressa e
decretado pelo Judiciário. fundamentada para sua efetivação.
A medida cautelar, portanto, é um gênero que abrange Ato complexo = tendo em vista ser um ato administrativo na
diversas medidas diferentes a serem decretadas pelo poder origem mas que vem a ser judicializado.
Judiciário na defesa de determinados direitos. Flagrante próprio, perfeito ou real = indivíduo está cometendo a
A prisão cautelar, portanto, é apenas uma de diversas infração penal ou acaba de cometê-la.
outras medidas que integram esse rol, sendo classificada como Flagrante impróprio, imperfeito ou quase flagrante = indivíduo é
medida cautelar de natureza pessoal. perseguido em situação que faça presumir que ele é o autor do
Para o nosso legislador, encarcerar um indivíduo nem delito.
sempre é a solução necessária ou adequada para resguardar um Flagrante ficto ou presumido = indivíduo é encontrado, logo
determinado bem jurídico, de modo que outras medidas cautelares depois, com instrumentos que façam presumir que ele é o autor da
podem ser tão ou mais eficientes do que a prisão. infração penal.
Esclarecido isso, vamos seguir em frente, agora
apresentando o conceito doutrinário de prisão: Flagrante preparado = ocorre quando o agente
Segundo Nucci, Prisão é a privação da liberdade, provocador induzo indivíduo a cometer uma infração penal, para
tolhendo-se o direito de ir e vir, através do recolhimento da pessoa depois prender.(crime impossível - Súmula 145/STF).
humana ao cárcere. - Ressalte-se ainda que, segundo o STJ, em sua súmula
567, a existência de sistema de vigilância composto por seguranças
Espécies de prisão ou por câmeras não torna impossível a configuração do crime de
1. Prisão Cautelar = Espécie de medida cautelar, e pode ser furto.
decretada antes do trânsito em julgado da sentença penal
condenatória. Também chamada de prisão provisória, processual ou Flagrante forjado = é aquele cuja materialidade foi
mesmo de prisão sem pena. inteiramente composta por terceiros. É um flagrante totalmente
2. Prisão Pena = Decretada ao condenado, após o trânsito artificial, uma verdadeira armação.
em julgado da sentença penal condenatória. Ou seja, não há mais
recurso, e só resta ao Estado submeter o indivíduo à execução da Flagrante esperado = também chamado de intervenção
pena cominada. predisposta da autoridade policial, diferentemente das duas
modalidades anteriores, é uma modalidade válida de flagrante.
Prisões Cautelares:
Os bens jurídicos estão em risco, e as medidas cautelares Flagrante diferido = também chamado de flagrante
diversas da prisão não são suficientes para que o Estado ofereça prorrogado, postergado ou de ação controlada. Nesse caso a
uma tutela adequada no caso concreto. infração penal está em andamento, e a polícia retarda a realização
Não resta alternativa senão privar o acusado de sua liberdade, da prisão,
antes mesmo da conclusão do processo. pois considera que há um momento melhor para obter mais
Existem três principais hipóteses legais que permitem informações sobre a prática delituosa. Este tipo de flagrante possui
essa privação de liberdade antecipa da: a prisão temporária, a previsão na Lei de drogas (n. 11.343) e na Lei de organizações
prisão em flagrante e a prisão preventiva. criminosas (n. 12.850). Na lei de drogas, exige-se a autorização
judicial prévia e a oitiva do MP para autorizar a realização do
Prisão Temporária = uma espécie de prisão cautelar, flagrante diferido. Já no caso da Lei n. 12.850, basta prévia
prevista na Lei n. 7.960/1989. Sua peculiaridade é a seguinte: A comunicação ao magistrado.
prisão temporária tem um vínculo com a INVESTIGAÇÃO realizada
pela polícia e por outros órgãos (como o MP, por exemplo). A regra, Prisão Pena
nas prisões temporárias, é que tal prisão tenha a duração de 5 dias, A prisão pena é uma modalidade de sanção penal, e o início de
prorrogável por mais 5 dias, respeitados os ditames do art. 2º da lei. seu cumprimento está relacionado com a mudança do processo
para a sua fase de execução.
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o STF entende que NÃO é possível o cumprimento antecipado da No Processo Penal Militar (CPPM, Art. 254), ela pode ser decretada
chamada prisão-pena (ou seja, da prisão em razão da condenação). pelo juiz de Direito Militar ou pelo Conselho de Justiça, de ofício, a
Liberdade Provisória requerimento do Ministério Público ou por representação do
A liberdade provisória NÃO pode ser utilizada como argumento encarregado do IPM, dês que presentes os pressupostos e
para combater prisões ilegais e sim prisões LEGAIS consideradas requisitos exigidos pela lei processual penal militar.
DESNECESSÁRIAS.
Quando presentes os pressupostos para a prisão preventiva ou Concorrendo os requisitos seguintes:
temporária, o juiz poderá converter a prisão em flagrante em uma a) prova do fato delituoso;
dessas duas modalidades. Entretanto, via de regra o que deve ser b) indícios suficientes de autoria.
feito é conceder a liberdade provisória ao acusado!
Casos de decretação.
PRISÕES PROVISÓRIAS NO CPPM a) garantia da ordem pública;
b) conveniência da instrução criminal;
Prisão Provisória c) periculosidade do indiciado ou acusado;
Art. 220. Prisão provisória é a que ocorre durante o inquérito, ou no d) segurança da aplicação da lei penal militar;
curso do processo, antes da condenação definitiva. e) exigência da manutenção das normas ou princípios de hierarquia
Espécies de prisão provisórias previstas no CPPM: e disciplina militares, quando ficarem ameaçados ou atingidos com
1) Prisão em flagrante - arts. 243-253. a
2) Prisão preventiva - arts. 254-261. liberdade do indiciado ou acusado.
3) Detenção do indiciado - art. 18.
4) Menagem - arts. 263-269. Desnecessidade da prisão.
5) Prisão do desertor - arts. 243 e 452. Art. 257. O juiz deixará de decretar a prisão preventiva, quando, por
6) Prisão do insubmisso - arts. 243 e 463, § 1º. qualquer circunstância evidente dos autos, ou pela profissão,
condições de vida ou interesse do indiciado ou acusado, presumir
Prisão em Flagrante que este não fuja, nem exerça influência em testemunha ou perito,
A prisão em flagrante é uma prisão processual, cautelar, prisão nem impeça ou perturbe, de qualquer modo, a ação da justiça.
provisória, ou seja, não há sentença definitiva condenando o Modificação de condições
indivíduo ao cárcere ou a outra pena. Parágrafo único. Essa decisão poderá ser revogada a todo o tempo,
Encontra amparo no próprio texto constitucional, especificamente desde que se modifique qualquer das condições previstas neste
no inciso LXI do art. 5º, mas deve sempre partir da ideia de que se artigo.
constitui em medida excepcional (Coimbra Neves, 2018).
Proibição
SUPORTE LEGAL da prisão em flagrante: art. 243 do CPPM e Art. 258. A prisão preventiva em nenhum caso será decretada se o
301 do CPP: Qualquer pessoa poderá e os militares deverão juiz verificar, pelas provas constantes dos autos, ter o agente
prender quem for insubmisso ou desertor, ou seja encontrado em praticado o fato nas condições dos arts. 35, 38, observado o
flagrante delito. disposto no art. 40, e dos arts. 39 e 42 do CPM.
O art. 243 do CPPM evidencia, então, 03 (três) hipóteses de • Estado de necessidade, com excludente de culpabilidade;
prisão sem ordem judicial em crimes militares: a do insubmisso (183 • Coação física ou material,
do CPM), a do desertor (187, ss, do CPM) e a decorrente do • Exclusão de crime:
flagrante delito. Estado de necessidade;
Legítima defesa;
Quem executa a PRISÃO EM FLAGRANTE DE MILITAR - art. 243 Estrito cumprimento do dever legal;
do CPPM: Exercício regular de direito.
- Qualquer pessoa PODE...
- Os militares DEVEM... Detenção do Indiciado
EXECUTOR SUBORDINADO do PRESO: O art. 18 do CPPM, que possibilita a detenção do
1º) dá a voz de prisão. indiciado pelo encarregado de inquérito policial militar, sem a
2º) retém o superior (preso) no local. necessidade de ordem judicial e mesmo fora das situações de
3º) aciona um superior/mais antigo que o militar preso para fazer flagrante delito.
sua condução. Com natureza de prisão provisória (cautelar), o
dispositivo, datado da edição do Código de 1969, sofreu uma
Na ótica de Lima, 2020, na sistemática do CPPM/CPP, o flagrante redução considerável de sua aplicabilidade, em face do que dispõe
se divide em quatro momentos distintos: captura, condução o inciso LXI do art. 5º da Constituição Federal.
coercitiva, lavratura do APF e recolhimento à prisão. Diante desse cenário, segundo Jorge César de Assis, a
No primeiro momento, o agente encontrado em situação de detenção aqui explanada somente pode ser efetuada nos crimes
flagrância (CPPM, art. 244) é capturado, de forma a evitar que propriamente militares (ASSIS, 2020, p. 93).
continue a praticar o ato delituoso. A captura tem por função A mencionada detenção/prisão, como anteriormente
precípua resguardar a ordem pública, fazendo cessar a lesão que falado, é uma espécie de prisão provisória (cautelar) decretada pelo
estava sendo cometida ao bem jurídico pelo impedimento da encarregado do IPM, independentemente de flagrante delito ou
conduta ilícita. ordem de juiz, cujo prazo de duração é de 30 (trinta) dias, podendo
este ser prorrogado por mais 20 (vinte) dias a critério da autoridade
ESPÉCIES DE FLAGRANTE detentora das atribuições de Polícia Judiciária Militar.
1º) FLAGRANTE FACULTATIVO - art. 243, 1ª PARTE. = Qualquer Essa detenção pode ser decretada analogicamente nas seguintes
PESSOA e Não gera responsabilidade a omissão. situações (BRASILEIRO, 2013, p.863):
2º) FLAGRANTE COMPULSÓRIO OU OBRIGATÓRIO - art. 243, 2ª • Evitar a fuga do infrator;
PARTE. • Auxiliar na colheita de elementos informativos,
- Militares (e autoridades policiais – art. 301 do CPP). • Impedir a consumação do delito e para preservar a integridade
- Pode gerar responsabilidade ao omisso. física do preso.
- Dever legal.
ATENÇÃO!
O QUE FAZER APÓS A PRISÃO? Uma vez decretada a detenção, o encarregado do Inquérito Policial
Efetuada a prisão em flagrante, o militar preso deverá ser Militar deverá comunicar o fato imediatamente ao juiz a quem
imediatamente apresentado pelo condutor ao Comandante, ou ao caberá decidir acerca da manutenção ou não da prisão.
Oficial de Dia, ou à autoridade correspondente - art. 14 da ICC e art.
245 do CPPM. Diante o exposto, é cabível no ordenamento jurídico
Em regra, o condutor será quem deu a voz de prisão - art. 14,§ 1º, nacional a decretação da prisão na fase de Inquérito Policial pelo
da ICC. encarregado do IPM, desde que observados os limites
OBS: o REDS do crime militar é endereçado ao à Autoridade de constitucionais, fundamentando o ato, e respeitados os requisitos
Polícia Judiciária Militar competente para a lavratura do APF - art. inerentes a toda e qualquer decisão que objetive liberdade a
14, § 3º, da ICC. liberdade do militar/cidadão.
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Na legislação comum, atualmente, somente as Leis nº 7.960/89 e “Trata-se da apresentação do autuado preso em flagrante delito
12.850/2013 determinam o tempo de duração da prisão. perante um juiz, permitindo-lhes o contato pessoal, de modo a
A prisão temporária, por exemplo, deve durar até 5 dias, assegurar o respeito aos direitos fundamentais da pessoa
prorrogáveis por igual período. Nos delitos hediondos, esse prazo é submetida à prisão. Decorre da aplicação dos Tratados de Direitos
dilatado para 30 dias, também prorrogáveis pelo mesmo tempo. Humanos ratificados pelo Brasil”. (CNJ)
Menagem
Competência e requisitos para a concessão RESOLUÇÃO n. 168 de 05/05/16 – TJMMG
Art. 263. A menagem poderá ser concedida pelo juiz, nos crimes 1º) FUNDAMENTOS (considerandos):
cujo máximo da pena privativa da liberdade não exceda a quatro - Art. 7º, item 5, da Convenção Americana Sobre DUDH (Pacto de
anos, tendo-se, porém, em atenção a natureza do crime e os São José da Costa Rica), de 22/11/69:
antecedentes do acusado. “toda pessoa detida ou retida deve ser conduzida, sem demora, à
Lugar da menagem. presença de um juiz ou outra autoridade autorizada pela lei a
Art. 264. A menagem a militar poderá efetuar-se no lugar em que exercer funções judiciais...”
residia quando ocorreu o crime ou seja sede do juízo que o estiver - O Brasil se submete à jurisdição da Corte Interamericana de
apurando, ou, atendido o seu posto ou graduação, em quartel, DUDH (Decreto n. 678, de 06/11/92)
navio, - A prisão é medida extrema e quando não comportar as medidas
acampamento, ou em estabelecimento ou sede de órgão militar. A cautelares diversas
menagem a civil (...). - A Resolução n. 213/15-CNJ
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arquivamento do inquérito / decretação da prisão preventiva / a
adoção de outras medidas necessárias à preservação de direitos do
militar preso / etc.
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