Polícia Militar da Bahia - PMBA
Centro de Formação e
Aperfeiçoamento de Praças - CFAP
Divisão de Ensino
CURSO DE FORMAÇÃO DE SOLDADOS
Apostila de Policiamento Ostensivo Geral (POG) – Módulo I
Salvador / Bahia - Brasil, 15 de janeiro de 2023
CURSO DE FORMAÇÃO DE SOLDADOS - PMBA 2
Direitos desta edição reservados ao
CENTRO DE FORMAÇÃO E APERFEIÇOAMENTO DE PRAÇAS - CFAP ©
ESTABELECIMENTO CEL PM JOSÉ IZIDRO DE SOUZA NETO
Criado em 06/03/1922, com missão de formar exclusivamente Graduados
instituída através de publicação do Estado da BAHIA, Lei nº 20.508 de
19/12/1967.
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Diretor - Cel PM Fernando Jorge Portugal do Nascimento
Diretor Adjunto -Ten Cel PM José Mesquíades Rodrigues dos
Santos
Equipe Pedagógica
Chefe da Divisão de Ensino: Maj PM Helena Carolina Jones da Cunha
Coordenadora dos Núcleos de Ensino: Maj PM Karina Silva Seixas
Design: Sub Ten PM Karina da Hora Farias
Créditos de Autoria e Atualização
Apostila Revisada e Atualizada pelo Maj PM Alexandre Augusto de Andrade Lopes.
Colaboração anterior do Cap PM André Luis Alvares Seixas.
Apostila Revisada e Atualizada 2023pelo C a p PM Gutemberg de Oliveira Passos Júnior, Cb PM Marcos
Antônio Félix da Silva e do Sd 1ª Cl PM Henrique dos Santos Silva Nascimento.
VENDA PROIBIDA. A reprodução e divulgação do material é permitida mediante citação da
fonte;nenhuma parte desta obra poderá ser reproduzida, copiada, transcrita ou mesmo transmitida
por meios eletrônicos ou gravações, para fins não educacionais, comerciais ou ilícitos. Os infratores
serão punidos com base na Lei nº 9.610/98.
Impresso no Brasil / Printed in Brazil
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1. CONCEITO E MISSÃO CONSTITUCIONAL DA POLÍCIA MILITAR
A Polícia Militar é uma organização lastreada no princípio da hierarquia e
disciplina, que tem por objetivo a preservação e manutenção da Ordem Pública através
do policiamento ostensivo, para promoção do bem comum. Possui caráter militar, com
vinculação ao Exército Brasileiro (EB) na condição de Força Auxiliar, porém, é
subordinada aos Governadores dos Estados Federados do Brasil.
A Constituição da República Federativa do Brasil (CRFB) de 1988 classifica a
segurança como um DIREITO SOCIAL e dedica a esse assunto um capítulo intitulado “DA
SEGURANÇA PÚBLICA”.
No tocante às Polícias Militares (CRFB, art. 144, inciso V), estabelece que a sua
competência está na execução da polícia ostensiva para a preservação da ordem
pública e incolumidade das pessoas.
Art. 144. A segurança pública, DEVER do Estado, DIREITO e
responsabilidade de todos, é exercida para a preservação da ordem
pública e DA INCOLUMIDADE DAS PESSOAS E DO
PATRIMÔNIO, através dos seguintes órgãos:
I - polícia federal;
II - polícia rodoviária federal;
III - polícia ferroviária federal;
IV - polícias civis;
V - polícias militares e corpos de bombeiros militares.
VI - polícias penais federal, estaduais e distrital.
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 104, de 2019)
§ 8º Os Municípios poderão constituir guardas municipais destinadas
à proteção de seus bens, serviços e instalações, conforme dispuser a lei.
Grifo nosso (BRASIL, 1988)
A Polícia existe para defender os anseios da coletividade, dos bens jurídicos
relevantes como a paz social, a incolumidade das pessoas e A PERPETUAÇÃO DA VIDA, logo,
bens jurídicos essenciais que devem ser tutelados para perpetuação da espécie humana.
As atividades policiais devem estar fundamentadas nos valores principiológicos existentes
na Constituição Federal, na Constituição Estadual, nos princípios da Administração Pública e
demais institutos legais que visam à garantia dos direitos humanos coletivos e
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individuais, com forte apelo à dignidade da pessoa humana.
Apesar de todos os entraves ao alcance dessa missão, é importante conscientizar- se de que
esse é o objetivo a ser buscado e alcançado pela Polícia Militar do Estado da Bahia.
Para fins didáticos observem que houve significativas mudanças no quadro geral da
Segurança Pública brasileira, tendo sido acrescentado a função de Guarda Municipal em 2014 e em
2019, a função de Polícia Penitenciária, através da Emenda Constitucional 104.
EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 104, DE 4 DE DEZEMBRO DE 2019
Altera o inciso XIV do caput do art. 21, o § 4º
do art. 32 e o art. 144 da Constituição Federal,
para criar as polícias penais federal, estaduais
e distrital.
Art. 3º O art. 144 da Constituição Federal passa a vigorar com as seguintes
alterações:
Art. 144 [...]
VI - polícias penais federal, estaduais e distrital.
...
§ 5º-A. Às polícias penais, vinculadas ao órgão administrador do sistema
penal da unidade federativa a que pertencem, cabe a segurança dos
estabelecimentos penais.
§ 6º As polícias militares e os corpos de bombeiros militares, forças
auxiliares e reserva do Exército subordinam-se, juntamente com as polícias
civis e as polícias penais estaduais e distrital, aos Governadores dos
Estados, do Distrito Federal e dos Territórios. (BRASIL, 2019)
1.1. CONCEITOS DO ÂMBITO POLICIAL
• SEGURANÇA PÚBLICA: É a garantia que o Estado (União, Unidades Federativas e
Municípios), proporciona as pessoas, a fim de assegurar ordem pública, contra a
violação de toda espécie aos bens jurídicos mais relevantes da nação.
• ORDEM PÚBLICA: Conjuntos de regras formais, coativas, que emanam do
ordenamento jurídico da Nação, tendo por escopo regular as relações sociais em todos
os níveis e estabelecer um clima de convivência harmoniosa e pacifica. Constitui, assim,
uma situação ou condição que conduz ao bem comum.
• MANUTENÇÃO DA ORDEM PÚBLICA - É o exercício dinâmico do poder de polícia, no
campo de segurança pública, manifestado por atuações predominantemente ostensivas, visando
a prevenir e/ou reprimir os eventos que violem essa Ordem para garantir sua normalidade.
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• POLICIAMENTO OSTENSIVO - É a atividade de Manutenção da Ordem Pública PA
executada com exclusividade pela Polícia Militar, observando características, princípios
e variáveis próprias, visando a tranquilidade pública.
• TRANQUILIDADE PÚBLICA - É o estágio em que a comunidade se encontra num clima
de convivência equilibrado, representando assim uma situação de bem-estar social.
• DEFESA PÚBLICA - É o conjunto de medidas adotadas para superar antagonismos ou
pressões, sem conotações ideológicas, que se manifestam ou produzem efeitos no
âmbito interno do País, de forma a evitar, impedir ou eliminar a prática de atos que
perturbem a ordem pública.
• TÁTICA POLICIAL MILITAR– É o emprego doutrinário da tropa em ações e/ou
operações policiais militares.
• TÉCNICA POLICIAL MILITAR - É o conjunto de métodos e procedimentos usados para
a execução eficiente das atividades policiais militares.
• ÁREA - É o espaço físico atribuído à responsabilidade de um Batalhão de Polícia
Militar (BPM) ou Regimento de Polícia Montada.
• SUB-ÁREA - É o espaço físico atribuído a responsabilidade de uma Companhia PM (Cia
PM) ou Esquadrão de Polícia Montada (por exemplo Esqd. P. Mont.).
• SETOR - É o espaço físico atribuído a responsabilidade de um Pelotão PM (Pel PM).
• SUB-SETOR - É o espaço físico atribuído a responsabilidade de um Grupo PM
(GPM).
• POSTO - É o espaço físico, delimitado, atribuído a responsabilidade de fração
elementar ou constituída, atuando em permanência e/ou patrulhamento.
• ITINERÁRIO - É o trajeto, que interliga Pontos-Base no Posto, percorrido
obrigatoriamente pela fração.
• LOCAL DE RISCO - É todo local que, por suas características, apresente grande
possibilidade de ocorrência policial-militar.
• OCORRÊNCIA POLICIAL MILITAR - É todo fato que exige intervenção policial-
militar, por intermédio de ações ou operações.
• AÇÃO POLICIAL MILITAR - É o desempenho isolado de fração elementar ou
constituída com autonomia para cumprir missões rotineiras.
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• OPERAÇÃO POLICIAL MILITAR - É a conjugação de ações, executada por fração de
tropa constituída que exige planejamento especifico.
• FRAÇÃO ELEMENTAR - Fração de tropa, de até três policiais militares (PM),
quenão constitua Grupo Policial-Militar (GPM), para emprego coordenado.
• FRAÇÃO CONSTITUÍDA - É a tropa com efetivo mínimo de 01 (um) GPM.
1.2. FUNDAMENTOS DA ATIVIDADE POLICIAL
a) Ordem Pública:
Conjunto de regras formais, coativas, que visam estabelecer um clima de convivência
harmoniosa e pacífica entre os cidadãos;
b) Segurança Pública:
A garantia que o Estado proporciona a Nação a fim de assegurar a Ordem Pública contra violações de
toda espécie;
c) Tranquilidade Pública:
Estágio em que a comunidade se encontra em uma situação de bem estar social;
d) Manutenção da Ordem Pública:
Exercício dinâmico do Poder de Polícia através de ações predominantemente ostensivas que
visam à garantia da coexistência pacífica.
1.3. ORGANOGRAMA DA SEGURANÇA PÚBLICA NA BAHIA
No Estado da Bahia a Secretaria de Segurança Pública se subdivide em diversos
órgãos e instituições policiais e não policiais, tem como missão “Preservar a ordem pública e a
incolumidade das pessoas e do patrimônio” e como Visão “Ser reconhecida nacionalmente, até
2025, pela excelência da qualidade dos serviços de segurança pública cidadã e pela efetiva
contribuição para a redução dos índices de criminalidade”.
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Possuindo como Valores, Servir e proteger; Respeito à vida, à cidadania e aos Direitos
Humanos; Honestidade; Integração; Coragem; Aprimoramento Técnico profissional; Ética;
Tradição; Responsabilidade Social; Tecnicidade. Notem tais valores são estendidos a todos os
seus subordinados, logo, emanam também a Polícia Militar e seus agentes.
ORGANOGRAMA DA SECRETÁRIA DE SEGURANÇA PÚBLICA DA BAHIA
Fonte: Secretaria de Segurança Pública da Bahia – 28 Junho 20211
1.4 AÇÕES E OPERAÇÕES POLICIAIS MILITARES
Trata-se de estratégia organizacional da Instituição Policial Militar para combater inúmeras
formas de delinquência, especialmente relacionadas à atuação das organizações criminosas
específicas como narcotráfico, tráfico de armas, tráfico de pessoas, redes ilegais de prostituição ou
ainda, visa combater a ação de qualquer
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Disponível em http://www.ssp.ba.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=41
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Indivíduo ou grupo, contrário às leis, em especial ferindo as leis penais estabelecidas para o convívio
pacífico.
No campo policial, estas ações envolvem a organização de recursos técnicos e humanos em um
complexo desdobramento territorial (virtual ou físico), de modo a não levantar suspeita dos grupos
ilegais, antes da ocorrência da operação, logo, nesse contexto, visa à prisão e/ou a prevenção “surpresa” de
determinado evento criminoso e, esse fato surpresa é preponderante para o sucesso da operação policial
militar.
Frequentemente, estas estratégias recebem um nome chave, é empregada uma
palavra operação seguida de um conceito relacionado ao crime em questão que se
não levantar
busca coibir oususpeita dosperíodo
alusão ao gruposde
ilegais, antesda
aplicação daoperação,
ocorrência da como,
bem operação, logo, nesse
o bem
jurídico específico que se deseja proteger (Operação “Bahia em Paz”, Operação
“Verão”, Operação “Blitz Lei Seca”, Operação “Corpus Christi”).
O nome de uma operação serve a polícia para referir-se a ela sem levantar suspeitas e, ao
mesmo tempo, é utilizada pelos meios de comunicação quando essa
operação já é conhecida pela opinião pública, a fim de demonstrar seus resultados
junto à sociedade.
Um exemplo interessante é a execução de uma Operação de “Blitz” [Policiamento Ostensivo
de Trânsito] visto que possui uma peculiaridade singular, pode ser desencadeada sob duas
vertentes distintas: a primeira com um caráter meramente ADMINISTRATIVO (fiscalização de
documentos e regularidade do veículo e do condutor em via pública) e a outra, sob o caráter da
prevenção e repressão PENAL.Não é correto chamar de ‘Operação’ qualquer emprego policial que
ocorra dentro da normalidade, isso é o serviço ordinário; mas sim, aquelas operações que
ocorrem com objetivo e temporalidade específica.
Não obstante, além de promover suas próprias operações de prevenção e repressão da
criminalidade, bem como, administrativas a PMBA sempre concebe apoio às operações de
diversos outros órgãos como o Ministério Público.
Em especial, em conjunto com o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime
Organizado – GAECO (Ex: Op. de combate a roubo a bancos), apoio à Fazenda Pública (Op. de
combate a sonegação fiscal), à Polícia Civil (repressão a roubo de carros), à Polícia Federal (Op.
“Cartão Vermelho” que investiga superfaturamento nas obras da Arena Fonte Nova em Salvador),
Polícia Rodoviária Federal (Operação Réveillon), IBAMA (Op. Contra tráfico de animais), Vigilância
Sanitária /Agência Estadual de Defesa Agropecuária da Bahia - ADAB (Op.
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“Carro de Boi"), que visou combater roubo de gado e carne clandestina, entre outros.
Para fins didáticos, o Grupo Especial de Combate às Organizações Criminosas e
Investigações Criminais(GAECO) é órgão do Ministério Público criado pela Resolução nº
004/2006 do Colégio de Procuradores de Justiça do Estado da Bahia e tem por atribuição oficiar
nas representações, procedimentos investigatórios, inquéritos policiais e processos destinados a
identificar e reprimir as organizações criminosas, coletando elementos de prova, frente à
ocorrência de práticas criminosas ou ilícitas de maior dimensão ou complexidade, ou que
importem maior gravame à coletividade.
Deste modo, compete também ao GAECO combater a ação de AGENTES PÚBLICOS de
qualquer instituição (inclusive de policiais militares), que integrem organizações criminosas e
grupos de extermínio, realizando, em caso de necessidade, trabalho em conjunto com órgãos de
Segurança Pública. O perfil do grupo é de atuação discreta e de resultados, sempre buscando
agilidade e efetividade na investigação e persecução dos crimes, de forma a embasar uma
prestação jurisdicional segura e uma atuação ministerial voltada para o efetivo combate ao
crime organizado no âmbito do Estado da Bahia.
1.5 IMPACTOS DA ATUAÇÃO POLICIAL NA VIDA DA COMUNIDADE
A Polícia Militar sempre aparece através de ações e operações junto à sociedade para evitar
crimes e, apesar de não ser a única responsável pela segurança pública, possui a função mais
árdua que as demais instituições, visto que busca o cumprimento das leis e regras sociais junto
pela sociedade, coibindo desvios de conduta, restringindo direitos em pró da coletividade,
impactando de sobremodo na vida da comunidade.
É comum ouvir acusações de abusos às operações policiais militares por parte de
diversos segmentos da sociedade, pautada em uma tradição generalista e negativa de que a
Polícia é ineficiente, corrupta e corruptível, nem sempre verdadeiras, porém, como modo de
especializar a tropa as operações policiais militares devem seguir os preceitos fundamentados
dos direitos humanos e da limitação do uso da força, dentro da perspectiva dos riscos presentes,
proporcionalidade e razoabilidade aque estão submetidos.
Com a Constituição de 1988 a atuação de uma Polícia ditatorial tornou-se inconcebível
passando a ter o respaldo legal para atuar a Polícia cidadã, logo, a tortura (posição de dor física
ou psicológica mediante crueldade para obtenção de confissão ou informação), transformou-se
em crime INAFIANÇÁVEL E INSUSCETÍVEL DE GRAÇA OU ANISTIA podendo alcançar sanção
penal e administrativa, todo e qualquer policial militar que vier a utilizá-la como meio de
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trabalho, ao contrário senso os policiais hoje precisam estar perto da PA
comunidade em um processo de colaboração para combater com eficiência o crime
organizado.
É importante salientar o papel da polícia não é apenas voltados para incidentes
criminais como versa Greene (2002, p.47), também auxilia as pessoas nas mais diversas
situações, como acidentes, pessoas feridas, mordidas de animais, tentativa de suicídio, em
acidentes automobilísticos, perdidas, dentre outras; muitas vezes bastando um aceno ou um
olhar para o policial passar a servir como mediador de conflitos sociais, intervindo em situações
importantes com procedimentos de atuação devem se pautar na defesa social.
Os procedimentos policiais que impactam na vida da comunidade devem se pautar no
respeito aos direitos fundamentais constitucionais, à diversidade, inclusive étnica e cultural,
bem como, na atenção para causar o menor impacto possível na vida das pessoas.
1.6 FUNDADA SUSPEITA NO TRABALHO POLICIAL
Apesar de ser um termo amplo e não objetivamente delimitado, visto a gama de
situações nas quais podem surgir, a Polícia Militar do Estado de São Paulo (PINC, 2006, p. 33),
realizou uma definição para atitude suspeita no intuito de orientar a conduta dos policiais
militares nas suas ações de área.
Nesse contexto, a(s) atitude(s) suspeita(s) é “todo comportamento anormal
ou incompatível com o horário e o ambiente considerados, praticado por pessoa(s), com a
finalidade de encobrir ação ou intenção de pratica delituosa” (PINC, 2006, p. 33).
São exemplos (não exaustivos):
Para Araujo (2008), as circunstâncias mais comuns de suspeição policial definem- se a partir
de três elementos principais: LUGAR SUSPEITO, SITUAÇÃO SUSPEITA e
CARACTERÍSTICAS SUSPEITAS, logo,“embora a suspeita esteja fundada na
atitude, é o fator comportamental associado ao ecológico que despertará a atenção do policial”.
(PINC, 2006, p. 33)
Entretanto, o policial não pode esquecer-se das regras que regem sua atuação policial,
sendo inconcebível o cometimento de ABUSO DE AUTORIDADE pelo profissional, como
ordenar ou executar medida privativa da liberdade individual, sem formalidades e com abuso,
extrapolando os atributos de sua função; submeter pessoa sob guarda ou custódia a vexame ou
a constrangimento não autorizado em lei e ato lesivo da honra ou patrimônio de pessoa natural
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ou jurídica, quando praticado com abuso ou desvio de poder, ou sem competência legal. (Artigo
4º da Lei nº 4.898 de 09 de Dezembro de 1965).
Ainda, com o agravante do art. 6º, § 5º da mesma lei: “Quando o abuso for cometido por
agente de autoridade policial, civil ou militar, de qualquer categoria, poderá ser cominada a pena
autônoma ou acessória, de não poder o acusado exercer funções de natureza policial ou militar
no município da culpa, por prazo de um a cinco
anos.”(BRASIL, 1965)
No tocante ao USO DA FORÇA POLICIAL, o Brasil como membro da Organização
das Nações Unidas (ONU) está vinculado às resoluções que criaram o Código de Conduta
(CCEAL) e os princípios básicos sobre a utilização da força e de armas de fogo pelos
funcionários responsáveis pela aplicação da lei (PBUFAF). Os princípios básicos sobre o uso da
força e arma de fogo pelos policiais identifica como princípios fundamentais: a legalidade, a
necessidade e a proporcionalidade na ação policial.
O treinamento policial é um processo de assimilação de conhecimentos culturais e
técnicos em curto prazo, que objetiva repassar ou reciclar conhecimentos, habilidades ou
atitudes relacionados diretamente a procedimentos operacionais relacionados com o uso da
força. O policial tem de estar apto a cumprir seu dever de aplicação da lei e de prestação de
assistência com poder e autoridade, administrando do uso da força.
Segundo Araujo (2008), o policial treinado auxilia a organização policial a alcançar
os seus objetivos institucionais, produzindo um estado de mudança no policial, modificando a
bagagem particular de cada um proporcionando oportunidade aos funcionários de todos os
níveis para obterem conhecimentos, habilidades e competências que vão se refletir em
atitudes.
O uso de arma de fogo é permitido na autodefesa ou na defesa de outros, contra a ameaça
iminente de morte ou ferimento grave, ou para prender uma pessoa que exibe esse tipo de
ameaça, quando os meios menos extremados forem insuficientes. O uso letal intencional de arma
de fogo é proibido, exceto quando estritamente inevitável para proteger a vida.
Nesse contexto, é importante conhecer os princípios do uso da força que deve estar
presente nas abordagens policiais, modo progressivo, realizando as perguntas que limitarão a
sua ação em dado evento, como se segue:
LEGALIDADE – Obediência irrestrita as leis postas e que os policiais estão
subordinados, vinculados obrigatoriamente. (É legal a ação que estou desenvolvendo?)
NECESSIDADE - Estrita observância a necessidade de se utilizar a força para reprimir
a injusta agressão pessoal ou a terceiros. (Mesmo sendo legal, é necessária nesse
contexto?)
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PROPORCIONALIDADE – Uso da força de modo proporcional ao emprego da violência
utilizada pelo suspeito. (É proporcional a força que está sendo empregado pelo agente?)
CONVENIÊNCIA - Juízo de valor se vale à pena, se é conveniente usar a força em
detrimento do contexto de violência apresentado.(É conveniente realizar essa dimensão
de força, nessa situação específica?)
MODELO DO USO DIFERENCIADO DA FORÇA (USO
PROGRESSIVO)
A depender do tipo de ameaça por parte do cidadão durante a abordagem, o policial
militar deverá atuar e reagir com força proporcional à conduta do agente suspeito, logo,
se o cidadão abordado atua de modo cooperativo, mas, com resistência verbal, o PM
deve atuar apenas com a verbalização. A força letal usada pelo policial deve ser
exclusivamente usada de modo excepcional para resguardar sua própria vida em casos
extremos.
QUADRO 1 - MODELO DO USO DIFERENCIADO DA FORÇA
Fonte: SENASP, 2009.
2. POLICIAMENTO OSTENSIVO GERAL
Como preconiza o novo Manual de Doutrina de Polícia Ostensiva da Polícia
Militar da Bahia – MDPO, conforme aprovação da Portaria nº 100-CG/2020, publicado
no BGO nº 195, de 19 de Outubro de 2020, que visou modernizar a temática; considera
que o policiamento ostensivo é a prioridade de atuação da Corporação, visto que está
estabelecido no arcabouço constitucional, conhecer suas peculiaridades se faz
totalmente necessário a todos, portanto conheça-o de modo a dominar seus
ensinamentos.
2.1. DEFINIÇÃO DE POLICIAMENTO OSTENSIVO GERAL
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É a atividade de Manutenção da Ordem Pública executada com exclusividade pela Polícia
Militar, observando características, princípios e variáveis próprias, visando
àtranquilidade pública.
2.2. CARACTERÍSITCAS
São aspectos gerais que revestem a atividade policial-militar, identificam o campo de
atuação e as razões de seu desencadeamento.
2.2.1. IDENTIFICAÇÃO:
O PO é a atividade de Manutenção da Ordem Pública em cujo emprego a fração é
identificada de relance pela farda ou formas complementares;
2.2.2. AÇÃO PÚBLICA:
O PO é exercido visando a preservar o interesse geral da Segurança Pública nas
comunidades, resguardando o bem comum em sua maior amplitude. Não se confunde
com zeladoria nem com segurança pessoal de indivíduos sob ameaça.
2.2.3. TOTALIDADE:
O PO deve fazer frente a toda e qualquer ocorrência, quer por iniciativa própria, quer
por solicitação, quer por determinação.
2.2.4. LEGALIDADE:
As atividades de PO desenvolvem-se dentro dos limites que a Lei estabelece. Ele é
discricionário, não arbitrário.
2.2.5. AÇÃO DE PRESENÇA:
É ação que produz uma sensação de segurança, por parte da comunidade, pela certeza
de cobertura da Polícia que pode ser Real ou Potencial:
Real: presença física nos locais com maior possibilidade de incidência de crimes;
Potencial: capacidade de, em tempo mínimo, acorrer a local onde a ocorrência seja
iminente ou esteja acontecendo.
2.2.6. DINÂMICA:
Deve ocorrer com prioridade o cumprimento e aperfeiçoamento dos planos de rotina,
com fim de manter continuado e íntimo o engajamento da fração com sua circunscrição.
2.3. PRINCÍPIOS
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Preceitos essenciais considerados no planejamento e na execução visando à eficácia PA
operacional.
2.3.1. UNIVERSALIDADE:
A natural, e às vezes imposta, tendência à especialização não constitui óbice à
preparação do Policial Militar, capaz de dar tratamento adequado aos diversos tipos de
ocorrências.
2.3.2. RESPONSABILIDADE TERRITORIAL:
Todo e qualquer Policial Militar em atividade fim – na execução do Policiamento Ostensivo – é
responsável pela segurança na área geográfica sob sua jurisdição.
2.3.3. CONTINUIDADE:
O Policiamento Ostensivo é atividade imprescindível, de caráter absolutamente
operacional, e será exercido diuturnamente.
2.3.4. APLICAÇÃO:
O PO, por ser uma atividade facilmente identificada pela farda, exige atenção e atuação
ativas de seus executores, de forma a proporcionar o desestímulo ao cometimento de
atos antissociais, pela atuação preventiva e repressiva.
2.3.5. ISENÇÃO:
No exercício profissional, o Policial Militar, através de preparo psicológico, deve
procurar atuar sem demonstrar emoções ou concepções pessoais.
2.3.6. ANTECIPAÇÃO:
A fim de ser estabelecido e alcançado o espírito predominantemente preventivo do PO, a
iniciativa de providências estratégicas, táticas e técnicas, destina-se a minimizar a
surpresa, caracterizar um clima de segurança na comunidade e fazer frente ao fenômeno
de evolução da criminalidade, com maior eficiência.
2.4. VARIÁVEIS
2.4.1. CONCEITO:
São critérios que identificam os aspectos do Policiamento Ostensivo:
Tipo
Policiament
Desem
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2.4.2. TIPO
2.4.2.1. Policiamento Ostensivo Geral:
Visa à satisfação das necessidades básicas de segurança inerentes a qualquer
comunidade ou cidadão.
2.4.2.2. Policiamento Ostensivo de Trânsito Urbano ou Rodoviário:
Visa à execução do PO nas vias terrestres abertas à livre circulação objetivando disciplinar o
público no cumprimento e respeito às normas e regras de trânsito.
2.4.2.3. Policiamento Ostensivo Florestal e de Mananciais:
Visa preservar a fauna, os recursos florestais, as extensões d’água e mananciais, coibir a
caça e pesca ilegal, a derrubada indevida da flora a poluição. Atua em convênio com
órgãos federais ou estaduais.
2.4.2.4. Policiamento Ostensivo de Guardas:
Visa à guarda de aquartelamento, segurança externa de estabelecimentos prisionais,
segurança física da sede dos Poderes Estaduais e outras repartições públicas relevantes
e escolta de detentos.
2.4.3. POLICIAMENTOS ESPECIAIS:
2.4.3.1 – POLICIAMENTOS DE MISSÕES ESPECIAIS (CPME):
• Batalhão de Polícia de Choque;
• Batalhão de Operações Policiais Especiais;
• Batalhão de Policiamento Tático Móvel
• CIPE (Companhia Independente de Policiamento Especializado);
• GRAER (Grupamento Aéreo);
• Canil;
2.4.3.2 – POLICIAMENTOS ESPECIALIZADO (CPE)
• Batalhão Especializado de Policiamento de Eventos;
• Batalhão de Polícia de Guardas;
• Esquadrão de Motociclistas Águia / Falcão / Asa Branca
• Esquadrão de Polícia Montada Feira de Santana / Itabuna;
• Companhia Independente de Polícia de Proteção Ambiental – COPPA
(Salvador);
• Companhia Independente De Polícia De Proteção Ambiental – CIPPA (Lençóis e Porto
Seguro).
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2.4.4. PROCESSOS: PA
• A pé;
• Motorizado;
• Montado;
• Aéreo;
• Em embarcação;
• Em bicicleta.
2.4.5. MODALIDADES:
2.4.5.1. Patrulhamento:
Atividade móvel de observação, fiscalização, proteção, reconhecimento ou emprego de
força.
2.4.5.2. Permanência:
Atividade predominantemente estática de observação, fiscalização,
proteção, emprego de força ou custódia, realizada pelo PM no Posto;
2.4.5.3. Diligência:
Atividade de busca e captura de pessoas e/ou busca e apreensãode objetos em
cumprimento a mandado judicial;
2.4.5.4. Escolta:
Atividade destinada à custódia de pessoas ou bens em deslocamento.
2.4.6. CIRCUNSTÂNCIAS:
2.4.6.1. Ordinário:
Emprego rotineiro de meios operacionais em obediência a um plano sistemático sob
uma escala de prioridade.
2.4.6.2. Extraordinário:
Emprego eventual e temporário de meios operacionais em face de acontecimento imprevisto
que exige manobra de recursos.
2.4.6.3. Especial:
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Emprego temporário de meios operacionais em eventos previsíveis que exijam esforçoPA
específico.
2.4.7. Lugar:
● Urbano;
● Rural.
2.4.8. FORMA (disposição da tropa no terreno):
2.4.8.1. Desdobramento:
Disposição das Unidades Operacionais no terreno até o nível de Destacamento.
2.4.8.2. Escalonamento:
Grau de responsabilidade dos sucessivos e distintos níveis da Cadeia de Comando, no
seu espaço físico.
2.4.9. TEMPO (período do empenho):
• Jornada: 24 horas do dia;
• Turno: fração da jornada previamente determinada.
2.4.10. SUPLEMENTAÇÃO (recursos adicionais):
• Cães;
• HT (rádio transceptor);
• Armamentos e equipamentos peculiares;
• Outros.
2.4.11. DESEMPENHO
2.4.11.1. Atividade de linha:
Emprego diretamente relacionado com o público(emprego do PM na atividade fim).
2.4.11.2. Atividade auxiliar:
Emprego em apoio imediato ao policial em Atividade de Linha.
2.5. PROCEDIMENTOS BÁSICOS
2.5.1. CONCEITO:
São comportamentos padronizados que proporcionam às condições básicas para o pleno
exercício das funções policiais militares e, por isso, refletem o nível de qualificação profissional do
homem e da Corporação. Compreendem os requisitos básicos, as formas de empenho em ocorrências, os
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fundamentos legais e as técnicas mais usuais. PA
2.5.2. REQUISITOS BÁSICOS:
a) CONHECIMENTO DA MISSÃO
O desempenho da atividade de Policiamento Ostensivo impõe como condição essencial
para eficiência operacional, o completo conhecimento da missão, que tem origem na tomada da
informação real em tempo hábil, no preparo técnico- profissional e se completa com o interesse
do indivíduo;
b) CONHECIMENTO DO LOCAL DE ATUAÇÃO
Compreende o conhecimento amplo do espaço geográfico - seu aspecto físico e a
realidade político-econômica e social da comunidade que habita esse ambiente;
c) RELACIONAMENTO
Compreende o estabelecimento de contatos com os integrantes da comunidade, proporcionando a
familiarização com seus hábitos, costumes e rotinas, de forma a criar uma empatia entre o Policial
Militar e a comunidade, para que juntos possam trabalhar por uma melhor segurança;
d) POSTURA E COMPOSTURA
A atitude, compondo a apresentação pessoal, bem como a correção de maneiras no trato
com as pessoas, influi decisivamente no grau de confiabilidade do público em relação à
Corporação e mantém elevado o grau de autoridade do Policial Militar, facilitando-lhe o
desempenho operacional;
e) COMPORTAMENTO NA OCORRÊNCIA
O caráter impessoal e imparcial da ação Policial Militar revela a natureza
eminentemente profissional da atuação, em qualquer ocorrência, e requer que seja revestida de
urbanidade, energia serena, brevidade compatível e, sobretudo, isenção, tolerância e bom senso.
3. PARTICULARIDADES DO POLICIAMENTO OSTENSIVO
a) CONCEITO:
Tipo de policiamento que visa a satisfazer as necessidades basilares de segurança
pública, inerentes à comunidade ou qualquer cidadão.
b) MISSÃO:
A missão do policiamento é atuar sistemática e permanentemente na preservação da
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ordem e da segurança pública através da circulação dos prepostos PM de modoPAa
desestimular o cometimento de atos antissociais, preservando, desse modo, o
patrimônio público e privado e a integridade física dos indivíduos, garantindo o
cumprimento dos dispositivos legais que compõem o ordenamento jurídico.
c) APRESENTAÇÃO:
O Policiamento Ostensivo Geral (POG) se exerce em sua maior intensidade, através do
emprego de frações elementares e/ou constituídas em um posto, a fim de realizar
observação, reconhecimento ou proteção. Considerados em seu conjunto, a soma dos
postos de PO, constitui um mosaico que corresponde à área onde atua a fração de maior
valor que detém sobre ela a responsabilidade territorial. Fundamentalmente, se
apresenta pela combinação dos seguintes fatores:
✔ processos (a pé, a cavalo, em bicicleta, em embarcações e motorizado);
✔ modalidades (patrulhamento, permanência, escolta e diligencia);
✔ circunstâncias (ordinário, extraordinário e especial);
✔ lugares (urbano e rural);
✔ duração (turno e jornada);
✔ efetivo (fração elementar e constituída);
✔ suplementação (cão, rádio transceptor, armamento e equipamento);
✔ desempenho (atividade de linha e auxiliar).
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PA
d) EXECUÇÃO:
A execução do policiamento ostensivo geral é feita a partir de postos. Estes por sua vez,
são constituídos por ponto base (PB) ou vários PB, interligando itinerário. Havendo
vários PB, a fração que atua no posto obedecerá a um cartão programa, que é um roteiro
destinado a distribuir no tempo e no espaço o trabalho de rondas do PM.
e) PONTO BASE:
Espaço físico limitado que exige a presença real ou potencial, por ser local de risco. É
conveniente que possua iluminaçãosuficiente para que à noite, a fração seja facilmente
localizada, quando o processo for motorizado, deve ser instalado de forma a permitir o
deslocamento imediato em duas direções no mínimo.
f) CARTÃO-PROGRAMA:
É a representação gráfica do posto, indicando a localização dos PB, os itinerários a
obedecer e os horários a serem observados. O cumprimento do horário do cartão
programa obriga o PM a estar, por determinado espaço de tempo, em certos locais, o
que, entretanto, não dispensa o atendimento a eventuais ocorrências, no posto, fora do
itinerário. Se houver a necessidade de intervenção de ocorrência que impeça de cumprir
o roteiro e horário previsto, o PM fará o registro do fato no relatório de
serviço,justificando assim, o não cumprimento do programa.
g) REGISTRO DE OCORRÊNCIA:
É qualquer documento que se destina ao registro de ocorrências atendidas pelo PM
empenhado no Policiamento Ostensivo. Dá condições de, uma vez tabulado, apresentar
dados estatísticos quanto à incidência de delitos, úteis para fins de planejamento
operacional, além de permitir avaliação relativa da produção. Pode ser utilizado também
o livro de parte de serviço operacional, relatório de serviço, utilizado por todos os PMs
de um determinado posto, ou ainda o Registro de Ocorrência Policial (ROP), um
documento mais completo e detalhado para fins de registro de ocorrência, usado
principalmente em eventos especiais.
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PA
h) EXTENSÃO DO POSTO:
A extensão do posto com mais de um PM varia em função do processo a ser adotado e
deve proporcionar a possibilidade de serempercorridos preferencialmente entre três a
seis vezes, pela fração, em cada turno, estes limites se justificam porque, aquém do
mínimo, o posto pode estar sendo escassamente policiado, e se acima do limite máximo,
pode estar havendo uma supervalorização de um ponto em detrimento de outros
espaços que também devam ser cobertos. Para delimitação dos postos devem ser
utilizados os índices de ocorrência. Estes fatores determinam, também, a prioridade de
cobertura.
3.1. CONHECIMENTO ESPAÇO/TERRENO
Uma guarnição policial poderá se deparar, durante seu serviço ordinário, com situações
onde seja necessário o emprego de técnicas específicas de deslocamento no terreno,
cabendo ao comandante da guarnição adotar a postura mais adequada para a ação. O
tipo do terreno a ser progredido pela tropa será elemento determinante da técnica a ser
adotada na conduta da guarnição, podendo ser área edificada ou de mato.
3.1.1. Tipo de Espaço:
a) Zona Urbana:
É oespaço ocupado por uma cidade, caracterizado pela edificação contínua e pela
existência de infraestrutura urbana, que compreende ao conjunto de serviços públicos
que possibilitam a vida da população.
b) Zona Rural:
É o espaço compreendido no campo, sendo uma região não urbanizada.
3.1.2. Tipo do terreno:
a) Área Edificada:
Localidade onde exista edificação, caracterizada ainda por um conjunto de construções,
não devendo ser confundido com zona urbana, uma vez que se podem encontrar áreas
com característica edificada na zona rural.
b) Área de Mato
Denomina-se toda área ou localidade onde possa ser observada vegetação abundante
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e podendo possuir construções esparsas ou isoladas. Pode-se observar Área de Mato na
zona urbana.
3.2. PO A PÉ
3.2.1. PECULIARIDADES DO P.O. A PÉ
a) EMPREGO:
Nas áreas urbanas, o policiamento ostensivo geral é empregado em postos situados em
zonas residências de elevada densidade demográfica ou maciça concentração vertical. É
ainda indicado para zona de concentração comercial, em logradouros públicos, e na
cobertura a eventos especiais.
b) RESTRIÇÕES:
À noite, não é recomendável a utilização de PM isolado, sendo o efetivo mínimo de 02
(dois) PMs o indicado para o posto, por proporcionar apoio mútuo e maior flexibilidade
operacional.
c) ELEMENTOS DE APOIO:
Em determinadas situações, seu rendimento será aumentado quando apoiado pelo
processo motorizado, dada a capacidade adicional de transporte de pessoas e de
material. A utilização de rádio transceptor aumenta consideravelmente a eficiência do
processo.
d) DURAÇÃO:
O turno de 06(seis) horas se apresenta como o mais indicado para o policiamento a pé,
tendo em vista o ajustamento fisiológico (regularidade entre horas de descanso e de
trabalho), à atividade profissional.
3.3. MOTORIZADO
3.3.1. PECULIARIDADES DO POLICIAMENTO MOTORIZADO
a) EMPREGO:
1- Realizando escoltas e diligências;
2- RP (Radio Patrulha) é uma viatura de 04 (quatro) rodas equipadas com rádio
interligado junto a Central de Comunicações para fins de controle e acionamento,
composta de no mínimo 02(dois)policiais militares – guarnição PM tipo A.
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b) EFETIVO:
Deve ser composta de no mínimo dois patrulheiros, sendo um deles o motorista, dar- se
o nome de guarnição PM.
c) JORNADA:
O turno de serviço da RP não pode ser superior a 12 (doze) horas por guarnição PM.
d) BINÔMIO DE RP:
Para que o serviço tenha maior eficiência, é necessário que se observe rigorosamente o
binômio: “baixa velocidade e expectativa de surgimento de ocorrência”. A
velocidade de ronda da viatura PM deve ser realizada nessa perspectiva do binômio.
e) COMO PARAR A VIATURA:
Deve estacionar o veículo em um local de fácil retirada para mais de uma direção,
devendo os policiais militares desembarcar no Ponto Base (PB) para aumentar a ação de
presença e aumentar a segurança deles. Buscar sempre estacionar a viatura com a sua
frente para rua, visando facilitar uma saída rápida e segura do local em caso de urgência.
O motorista deve sempre que parar e estacionar a viatura promover a retirada da chave
da ignição, pois esta deve ficar sempre na posse do motorista PM.
f) USO DA SIRENE:
A sirene é um sinal sonoro regulamentar de trânsito, para proporcionar prioridade de
trânsito, devendo ser utilizado apenas em casos de emergência.
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BASE LEGAL PARA UTILIZAÇÃO DE SIRENES E CARROS DE EMERGÊNCIA
Art. 29, VII, do Código de Trânsito Brasileiro
(Redação do inciso VII dada pela Lei n. 14.071/20, em vigor a partir de 12ABR21)
VII - os veículos destinados a socorro de incêndio e salvamento, os de polícia, os de
fiscalização e operação de trânsito e as ambulâncias, além de prioridade no trânsito,
gozam de livre circulação, estacionamento e parada, quando em serviço de urgência,
de policiamento ostensivo ou de preservação da ordem pública, observadas as
seguintes disposições:
a) quando os dispositivos regulamentares de alarme sonoro e iluminação
intermitente estiverem acionados, indicando a proximidade dos veículos, todos os
condutores deverão deixar livre a passagem pela faixa da esquerda, indo para a
direita da via e parando, se necessário;
b) os pedestres, ao ouvirem o alarme sonoro ou avistarem a luz intermitente,
deverão aguardar no passeio e somente atravessar a via quando o veículo já tiver
passado pelo local;
c) o uso de dispositivos de alarme sonoro e de iluminação vermelha intermitente só
poderá ocorrer quando da efetiva prestação de serviço de urgência;
d) a prioridade de passagem na via e no cruzamento deverá se dar com velocidade
reduzida e com os devidos cuidados de segurança, obedecidas as demais normas
deste Código;
e) as prerrogativas de livre circulação e de parada serão aplicadas somente quando
os veículos estiverem identificados por dispositivos regulamentares de alarme
sonoro e iluminação intermitente;
f) a prerrogativa de livre estacionamento será aplicada somente quando os veículos
estiverem identificados por dispositivos regulamentares de iluminação
intermitente.
[...]
§ 3º Compete ao Contran regulamentar os dispositivos de alarme sonoro e
iluminação intermitente previstos no inciso VII do caput deste artigo.
§ 4º Em situações especiais, ato da autoridade máxima federal de segurança
pública poderá dispor sobre a aplicação das exceções tratadas no inciso VII do caput
deste artigo aos veículos oficiais descaracterizados.
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3.4. PO EM BICICLETAS
3.4.1. PECULIARIADES DO POLICIAMENTO EM BICICLETAS
O emprego de bicicleta no PO obedece às mesmas prescrições do PO a pé, sendo
que os seus postos tem maior extensão, em face de sua maior mobilidade, observando
maiores cuidados em terrenos acidentados, sendo desaconselhável o emprego em
condições climáticas adversas, como também, em locais com muito fluxo de veículos
motorizados. Buscar priorizar esse emprego policial em locais com ciclovias e ciclo
faixas.
Este tipo de policiamento permite grande interação com a comunidade, com a
vantagem de permitir maior agilidade que os policiais em PO a Pé. A bicicleta, além de
transporte, também pode ser utilizada como arma de ataque e defesa.
a) VANTAGENS:
1-DISCRETA: Todas as polícias destacam o fato de serem veículos silenciosos, quase
“invisíveis”. Podem-se surpreender grupos de criminosos surgindo por onde eles menos
esperam, sobretudo por rotas de fuga onde não dá para passar um carro.
2-RÁPIDA: Em Londres, onde há mais bicicletas de patrulha do que viaturas, o tempo de
resposta a chamadas caiu pela metade. E em 70% dos casos elas chegam à cena antes
das ambulâncias. Forma sustentável, inteligente e rápida de se locomover.
3-ACESSÍVEL: As pessoas têm mais facilidade de acenar e conversar com policiais
ciclistas. Também é comum relatos de crianças que se aproximam querendo saber sobre
as bicicletas. Um sargento britânico salienta “este tipo de conversa revelam algumas
excelentes informações que levam a uma série de problemas de comportamento
antissocial a serem abordados e resolvidos”.
4-BAIXO CUSTO: A cidade de Glasgow relatou que “podem ser empregados 15 policiais
ciclistas pelo mesmo custo de adquirir e manter um carro.” Mas um gasto suplementar
que não pode ser esquecido é a manutenção, que por vezes pesa tanto quanto a
aquisição das bicicletas.
5-SAUDÁVEL: Bicicletas mantêm os policiais em boa forma física. Além de melhorar a
autoestima pessoal, a corporação e a cidade ganham porque as faltas ao trabalho por
motivo de doença são reduzidas drasticamente.
b) DESVANTAGEM:
É inviável para transportar pessoas presas, sendo necessário apoio de viatura 04 rodas.
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c) KIT BIKE
Esse kit consta fardamento específico (bermuda, capas, faixas/coletes fluorescentes,
luvas, sapatos, etc), bem como equipamentosde proteção individual (capacetes, trancas,
sirenes e outros opcionais). Em alguns lugares, bicicletas podem usar as luzes piscantes
que identificam os veículos da polícia, mas isto depende de cada legislação.
d) DURAÇÃO:
O turno de 06(seis) horas se apresenta como o mais indicado para o PO BIKE, tendo em
vista o ajustamento fisiológico (regularidade entre horas de descanso e de trabalho), à
atividade profissional.
5. ABORDAGEM POLICIAL MILITAR
5.1. INTRODUÇÃO
Art. 42, de acordo com o Art. 144 da CF de 1988, in verbis:
“A Segurança Pública, dever do Estado, direito e responsabilidade de todos, é exercida
para preservação da Ordem Pública, da incolumidade das pessoas e do patrimônio e
asseguramento da liberdade e garantias individuais, através das Polícias Militares e
Civil”.
A Polícia Militar é um dos órgãos que integra o Sistema de Segurança Pública Estadual e
compete-lhe: “exercer as funções de polícia ostensiva e de preservação da Ordem
Pública”, conforme § 5º do art. 144 da CF/88.
A Polícia Militar tem por objetivo prevenir e reprimir a criminalidade em relação à
incolumidade pessoal, à propriedade e à tranquilidade pública e social.Ação policial,
exclusiva da Polícia Militar, desenvolvida como um dos mecanismos de prevenção e de
repressão da criminalidade e, por conseguinte, uma forma de promover a Segurança
Pública e garantir a Ordem Pública.
Como o próprio nome indica que é visível, marcado por uniformes, símbolos, veículos
caracterizados e desenvolve táticas que propiciem a maior visibilidade possível e a
demonstração de força (exibição de armamento, verbalização, posicionamento na
abordagem, etc).
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Parte da crença de que a visibilidade da polícia inibe a ação dos criminosos,
constituindo-se no principal elemento da prevenção pela redução da oportunidade de
delinquir.
• Prevenção:
Mecanismo de dissuasão que visa evitar e impedir a perturbação potencial e iminente da
Ordem Pública, através da presença e da força policial;
• Repressão:
Mecanismo de contenção que visa restabelecer a Ordem Pública, através da força
policial.Para fins didáticos, classifica-se a abordagem policial em duas espécies:
PREVENTIVA X REPRESSIVA
5.2. ESPÉCIES DE ABORDAGEM
5.2.1. ABORDAGEM PREVENTIVA
É aquela que deriva do exercício do Poder de Polícia. Esta, por sua vez, tem que ser
entendida pela sociedade como uma atribuição da Polícia Ostensiva, que tem caráter de
atuação preventiva, no sentido de se utilizar dos meios disponíveis para dissuadir a
vontade de delinquir dos infratores da lei. O conceito está disposto no art. 78 do Código
Tributário Nacional (CTN):
“Considera-se poder de polícia a atividade da Administração Pública que, limitando ou
disciplinando direito, interesse ou liberdade, regula a prática de ato ou abstenção de
fato, em razão de interesse público concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos
costumes, à disciplina da produção e do mercado, ao exercício de atividades econômicas
dependentes de concessão ou autorização do Poder Público, à tranquilidade pública ou
ao respeito à propriedade e aos direitos individuais ou coletivos (grifo nosso).”
5.2.2. ABORDAGEM REPRESSIVA
É aquela que resulta de prisão em flagrante delito ou por ordem judicial, ou mesmo em
decorrência de situação de “fundada suspeita”, à luz do que estabelece o art. 244, do
Código de Processo Penal (CPP):
“A busca pessoal independerá de mandado, no caso de prisão ou quando houver
fundada suspeita de que a pessoa esteja na pose de arma proibida ou de objetos ou
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papeis que ou quando a medida for determinada no curso da busca domiciliar (grifo
nosso)”.
Essa modalidade de abordagem, exceto no que diz respeito à noção de fundada suspeita,
geralmente, não causa grandes entreveros jurídicos, pois retrata uma situação em que
há uma imperiosa necessidade de atuação estatal.
5.3. CONCEITO
Abordagem Policial é o ato de aproximar-se de pessoas, com o intuito de orientar,
assistir, interpelar, advertir, realizar busca, identificar e/ou prender, utilizando-se dos
processos do Policiamento Ostensivo, executando-se para isso, se necessário for, as
técnicas de busca em veículos, edificações ou perímetros.
5.4. PILARES DA ABORDAGEM POLICIAL
Existem três pilares que embasam a Abordagem Policial:
a) PRINCÍPIOS - São preceitos norteadores da abordagem policial, apresentando
verdades universais que estabelecem valores inegociáveis.
b) FUNDAMENTOS - São as bases para as condutas que estabelecem conceitos
básicos nos quais se apoia e se desenvolve a abordagem policial.
c) CONDUTAS - São os procedimentos e ações desenvolvidas pelo policial militar
durante a abordagem policial.
5.4.1. PRINCÍPIOS:
• Preservação da vida
• Legalidade
• Dignidade da pessoa humana
• Isonomia
• Interesse público
• Proporcionalidade no uso da força
5.4.2. FUNDAMENTOS (BASES PARA AS CONDUTAS):
a) Segurança:
Aplicação de medidas adotadas pela força policial militar para diminuir os riscos na
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ação PM. É um conjunto de cautelas necessárias visando a redução do perigo de uma
reação por parte do abordado ou mesmo de perigos externos à abordagem.
b) Unidade de Comando:
É a atividade dinâmica de prever, dirigir, coordenar, fiscalizar a ação de uma tropa a
cargo de uma pessoa dentro de uma linha de comando verticalizada. A responsabilidade
da ação será proporcional ao nível de comando.
c) Flexibilidade:
Condição de realizar manobras diversificadas com viaturas ou efetivos, buscando atingir
o objetivo da abordagem policial. Para este fundamento deve ser observada a RAPIDEZ
como uma atitude a ser adotada durante a ação, buscando executar corretamente as
técnicas com velocidade e eficiência.
d) Ação Vigorosa:
É a atitude firme e resoluta dos componentes da ação policial que darão ordens claras e
precisas ao abordado, caracterizadoras do conhecimento técnico profissional. Jamais
deverá confundir-se com arbítrio ou violência.
e) Vigilância:
Capacidade de perceber a existência de ameaças, estando o PM sempre alerta ao perigo.
5.4.3. CONDUTAS(PROCEDIMENTOS E AÇÕES):
a) Aproximação:
Consiste na técnica de aproximar-se do alvo a ser abordado, identificando possíveis
pontos de perigo iminente, bem como prováveis desdobramentos no cenário da
abordagem. Deve se atentar para a SURPRESA como um elemento a ser utilizado na
execução desta conduta, haja vista ser o ato de aparecer inopinadamente diante de uma
pessoa, visando evitar sua reação.
b) Contenção:
Técnica utilizada para controlar o ambiente e/ou pessoa a ser abordada impedindo
qualquer reação contra a fração de tropa. Visa estabelecer a Zona de Segurança (Setor de
Busca, Setor de Custódia) e a estabilização para a ação policial.
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c) Busca:
É o procedimento técnico operacional que tem como objetivo a localização e a identificação de
objetos ilícitos.
d) Identificação:
É o procedimento técnico de verificação de documentos e/ou caracteres que visa a identificação
pessoal e/ou veicular.
5.5. FASES DA ABORDAGEM
5.5.1. PLANEJAMENTO MENTAL
Elaborará uma linha de ação:
• O que faremos?
• Para que abordaremos?
• Quem iremos abordar?
• Onde se dará a ação?
5.5.2. PLANO DE AÇÃO
Elaborada linha de ação adaptável,as circunstâncias do ambiente devem
ser
respondidas as seguintes indagações:
• Como atuaremos?
• Quando realizaremos a abordagem?
5.5.3. EXECUÇÃO
A execução consiste na aplicação prática do plano de ação, aplicando as Condutas da
Abordagem Policial (Aproximação, Contenção, Busca e Identificação).
5.5.4. CONCLUSÃO
Após a abordagem, o PM procederá a orientação, assistência e em caso de necessitar
realizar a busca pessoal e verificando-se o cometimento de um ilícito, o abordado deverá
ser conduzido a uma delegacia de polícia. Em caso de realizar a busca pessoal e não for
constatado o cometimento de ilícito penal, o PM deverá explicar o motivo de sua atitude
e o porquê de ter sido realizado daquela forma.
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5.6. NÍVEIS DE ABORDAGEM
NÍVEL DE SITUAÇÃO TIPO POSTURA DE
ABORDAGEM DE SEGURANÇA
BUSCA
PESSOA
L
1 ADMINISTRATIV VISUAL BÁSICA
A
2 ORDINÁRIA LIGEIRA BÁSICA/
RELATIVA
3 FUNDADA MINUCIOSA* SEMIPRONTA
SUSPEITA
4 SUSPEITA MINUCIOSA MÁXIMA
CONFIRMAD COMPLETA
A
Nível 1 – Adotada para situações de assistência, orientação e informações em geral;
Nível 2 - Adotada em situações onde haja necessidade de uma verificação rápida;
Nível 3 - Adotada em situações onde exista a fundada suspeita;
Nível 4 – Adotada em situações onde exista a certeza do cometimento de delito.
Lembrete: Partindo do conceito do Uso Seletivo da Força, os níveis de abordagem podem
progredir ou regredir de acordo com o desenvolvimento da abordagem policial.
5.7. ESTADOS DE ALERTA
São os estados delineados para descrever comportamentos do policial militar durante o
seu cotidiano, esteja ele em serviço ou fora dele, a fim de se portar de maneira
compatível perante as possíveis ameaças.
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ESTADOS DE ALERTA
ESTADOS DE ALERTA DESCRIÇÃO
Quando a condição ou o local em que se encontra permite o
BRANCO relaxamento, devido ao cansaço ou notória ausência de perigo. Neste
estado o policial não está pronto para o enfrentamento.
Quando a condição ou o local em que se encontra não provoca tensão
nem desestabiliza a calma, mas requer atenção multidirecional,
AMARELO devendo estar precavido e em constante vigilância. A agressão é
possível e exige atenção a sinais que possam indicar uma ameaça
potencial.
Quando a condição ou o local em que se encontra apresenta
probabilidade de confronto, momento em que são identificadas pessoas
LARANJA
que possam apresentar ameaça, avaliando-se a postura de
segurança adequada.
Quando a condição ou o local apresenta suspeita confirmada, sendo o
VERMELHO risco real, exigindo do policial postura máxima afim de controlar a
situação conforme as circunstâncias.
Quando a condição ou o local em que se encontra apresenta-se como
ameaça para a qual não está preparado ou, devido ao período de tensão
PRETO
prolongada, há sobrecarga física e emocional de seu organismo
gerando estado de pânico.
5.8. ZONAS DE AÇÃO POLICIAL MILITAR
ZONAS DE AÇÃO POLICIAL MILITAR ESTADO
SIGLA ZONA DESCRIÇÃO DE
ALERTA
Área em que o policial militar deve manter a
ZL ZONA LIVRE vigilância em face da possibilidade de ocorrência AMARELO
de ilícitos.
Área crítica que exige, para atuação do policial
ZONA
ZR militar, a utilização de técnicas e LARANJA
DE
táticas
RISCO
específicas.
ZONA DE
Zona de Risco em que há a possibilidade real de
ZPI PERIGO VERMELHO
injusta agressão ao policial militar
IMINENT
E
ZONA
ZC VERMELHO
CONFLAGRADA Zona de Risco em que há o confronto armado.
5.9. POSTURAS DE SEGURANÇA DA ABORDAGEM
POSTURA DESCRIÇÃO
Com a arma de porte o PM tomará a posição diagonal em relação ao abordado,
BÁSICA ficando a arma no coldre no lado oposto ao abordado. Arma portátil voltada
para baixo engajada com o cano para local seguro.
Arma de porte e/ou portátil engajada à 45º para baixo em posição de
RELATIVA
segurança.
Arma de porte e/ou portátil engajada em condições de disparo, um pouco
SEMIPRONTA abaixo da linha de visada, com o objetivo de ampliar a visão periférica do
policial.
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MÁXIMA Arma de porte e/ou portátil engajada em condições plenas de disparo. PA
Postura RELATIVA Postura BÁSICA
Postura SEMIPRONTA
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PA
Postura MÁXIMA
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PA
Lembre-se que a postura máxima sempre vai ocorrer somente quando a situação de risco
alcançar o nível máximo. Não obstante, se utiliza o princípio da progressividade no uso da força
para agir nessa condição, é importante considerar os aspectos da necessidade, legalidade,
conveniência e proporcionalidade.
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6. TÉCNICAS DE BUSCA
6.1. BASE LEGAL
Legislação Artigo Tipificação Descrição
Proceder-se-á à busca pessoal quando
Busca houver fundada suspeita de que alguém
Código de
240- §2º Pessoal oculte consigo arma proibida ou objetos
Processo
(Fundad mencionados nas letras b a f e h do
Penal
a parágrafo anterior.
Suspeita)
A busca pessoal independerá de mandado,
no caso de prisão ou quando houver
fundada suspeita de que a pessoa esteja na
Código de Busca Pessoal e
244 posse de arma proibida ou de objetos ou
Processo Busca Domiciliar
papéis que constituam corpo de delito, ou
Penal
quando a medida for determinada no curso
de busca domiciliar.
A busca em mulher será feita por outra
Código de Busca Pessoal
249 mulher se não importar retardamento ou
Processo em Mulher
prejuízo da diligência.
Penal
São condições de acesso e permanência no
Revista Pessoal de recinto esportivo, sem prejuízo de outras
Estatuto do
13A- III Prevenção e condições previstas em lei: III- consentir
Torcedor
Segurança com a revista pessoal de prevenção e
segurança.
6.2. MODALIDADES DE BUSCA
São meios ou instrumentos utilizados para realizar a busca. Estão divididas conforme
segue abaixo:
MODALIDADES DE BUSCA
MODALIDADE DESCRIÇÃO
Com o uso do sentido da visão, realiza-se a observação do indivíduo, objeto
OCULAR
e/ou cenário.
Realizada através do contato físico entre o policial e o abordado, ou entre
MANUAL
aquele e os seus pertences.
Realizada com utilização de aparelhos específicos, a exemplo de detectores de
MECÂNICA
metais e equipamentos de raio X.
Utilizada através de cães de faro para busca em objetos, veículos ou
CANINA
perímetros.
6.3. BUSCA PESSOAL
Conforme conceitua Aranha (1995, p.315) as buscas pessoais são “inspeções
executadas em pessoas, podendo ser realizadas por qualquer policial em serviço, com
ou sem o respectivo mandado, a qualquer hora do dia ou da noite, respeitada a
inviolabilidade domiciliar”. Abrange as vestes e os demais objetos pertencentes ao
abordado, como bolsa, carteira, mala, dentre outros.
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a) Tipos de Busca Pessoal
Os tipos de busca pessoal serão empregados de acordo com o nível de abordagem e risco
oferecido pelo abordado ou pelas circunstâncias da abordagem.
TIPOS DE BUSCA PESSOAL
TIPO DESCRIÇÃO
É o primeiro momento da Busca Pessoal. O agente visa a localização e
VISUAL identificação de objetos ilícitos, apenas de forma visual, com uma
distância segura e sem contato físico.
É o tipo de Busca Pessoal, de caráter ordinário, onde há o prévio
LIGEIRA contato físico, sem que haja a informação e/ou cometimento de
prática delituosa.
É o tipo de Busca Pessoal manual que pode ser realizada em situação
MINUNCIOSA de fundada suspeita ou suspeita confirmada, utilizar-se-á da riqueza
de detalhes para a consecução da abordagem.
É aquela que dar-se-á após a busca minuciosa em situações de
suspeita confirmada sendo necessário, sua condução a um local
COMPLETA
apropriado, onde será feita a retirada de vestes e a busca visual nos
orifícios corpóreos.
b) Posições de Busca Pessoal
As posições de busca pessoal podem ser feitas em pé (com e sem anteparo), ajoelhado e deitado.
b.1) postura do homem busca - O responsável pela realização da busca pessoal no
abordado deverá fazê-la, em regra, com pés parcialmente paralelos (Postura isósceles),
fazendo a busca no corpo do indivíduo por quadrantes, ou seja, linha de cintura para
cima e linha de cintura para baixo, um lado do corpo por vez.
Em Pé Com Anteparo - o abordado será posicionado, com ambas as mãos apoiadas no anteparo,
acima da linha da cabeça, com a visão voltada para o alto (impedindo que este visualize a
movimentação das pernas e braços do Homem Busca), com as pernas e o quadril afastados do
anteparo no limite máximo. O Homem Busca deverá posicionar-se com um dos braços estendido
apoiando na região escapular contrária ao braço de apoio (p.ex. braço estendido direito na
escápula esquerda), e com o outro braço é executada a busca manual no corpo e vestes, tendo a
mesma perna do lado que mantem o abordado sob domínio, pressionando a parte interna do pé
do abordado, possibilitando desequilíbrio, em caso de esboço de reação por parte do indivíduo.
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PA
Em Pé Sem Anteparo– é aquela em que o abordado é colocado em posição de desequilíbrio sem
pôr as mãos em local de apoio. Essa posição de desequilíbrio acontecerá quando o abordado
estiver com as pernas afastadas, braços elevados, com as mãos sobre a região da nuca e os dedos
entrelaçados.
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PA
Ajoelhado – é aquela que será utilizada em suspeita confirmada e o tipo de guarnição não
dispuser de todos os elementos para suprir todas as funções requeridas na abordagem, em
relação aos abordados. Aqueles serão postos na posição de joelhos, afastados, pés cruzados à
retaguarda, braços elevados, mãos sobre a região da nuca e dedos entrelaçados.
Deitado – é aquela utilizada quando houver a suspeita confirmada e o nível máximo de
periculosidade da situação, onde o abordado será posto na posição de decúbito ventral, as
pernas afastadas, braços abertos e estendidos horizontalmente com as palmas das mãos
voltadas para cima e a cabeça virada para um dos lados. O Homem Busca deverá algemá-lo e, só,
então, dar-se-á a busca pessoal. A busca pessoal será realizada colocando-se o abordado em
posição lateralizada.
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PA
c) Recomendações:
Havendo objetos (mochilas, sacolas, pochetes) com os abordados, esta busca deve ser
realizada em um segundo momento priorizando a busca nas pessoas.
A busca em objetos deverá ser realizada pelo policial permanecendo o abordado a
uma distância de segurança, mas que possibilite a visualização de seus pertences.
Salienta-se que a busca ajoelhado ou deitado ocorrerá em situações de suspeita
confirmada, colocando os abordados ajoelhados (suspeita confirmada com ilícito) ou
em decúbito ventral (suspeita confirmada com arma).
É importante salientar que após a busca na posição do abordado ajoelhado e deitado,
o mesmo será colocado de pé, quando deverá ser realizada uma nova busca pessoal,
visando proporcionar maior segurança no procedimento.
Vale ressaltar, que independente da posição empregada, durante a busca pessoal, se o
abordado apresentar resistência, o agente deverá provocar o desequilíbrio do mesmo
e afastar-se facilitando a atuação do segurança de busca e adotar postura de segurança
condizente com a situação.
Ao aproximar-se para executar a busca pessoal o Homem Busca a realizará com a
arma de porte coldreada e a portátil travada evitando que esteja a frente do corpo.
BUSCA VEICULAR
É aquela realizada em veículos, desde que haja a fundada suspeita de que no seu interior
possam existir objetos que constituam corpo de delito, mesmo que o condutor não
permita. Deve ser observado que existem hipóteses em que o veículo pode ser
considerado a extensão do lar, portanto, inviolável:
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PA
- Se o carro está na garagem da casa;
- Se é um veículo tipo trailer, enquanto parado;
- Se é uma embarcação;
- Eventualmente a cabine de um caminhão, no qual, assim como nos dois
casos citados anteriormente, o proprietário também se estabeleça com
ânimo de moradia.
6.4. BUSCA DOMICILIAR
É aquela realizada em locais indicados como domicílio. Para a realização da busca
pessoal, o ordenamento jurídico usa o termo, fundada suspeita, contudo, na busca
domiciliar utiliza-se o termo fundadas razões. É válido ressaltar que nem toda edificação
será um domicílio, porém o policial deverá saber em que situações ele poderá realizar a
sua intervenção.
6.5. BUSCA DE PERÍMETRO
É aquela realizada pelos policiais, nas proximidades ou interior de ruas, veículos ou
edificações no intuito de buscar algum material ilícito, que tenha sido guardado ou
dispensado pelo abordado.
7. USO DE ALGEMAS
7.1. BASE LEGAL
Legislação Artigo Tipificação Descrição
Não será permitido o emprego da força,
Código de
284 Emprego da salvo a indispensável no caso de resistência ou de
Processo
Força tentativa de fuga do preso.
Penal
Se houver, ainda que por parte de terceiros,
resistência à prisão em flagrante ou à
determinada por autoridade competente, o
Código de executor e as pessoas que o auxiliam poderão
292 Emprego da
Processo usar dos meios necessários para se defender ou
Força
Penal para vencer a resistência, do que tudo se lavrará
auto subscrito também
por duas testemunhas.
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O emprego da força só é permitido quando PA
indispensável, no caso de desobediência,
resistência ou tentativa de fuga. Se houver
Código de resistência da parte de terceiros, poderão ser
Processo 234 Emprego da usados os meios necessários para vencê- la ou
Penal Força para defesa do executor e seus auxiliares,
Militar inclusive a prisão do ofensor. De tudo se lavrará
auto subscrito pelo executor
e por duas testemunhas.
Se o executor do mandado verificar com
segurança que o réu entrou ou se encontra em
alguma casa, o morador será intimado a entrega-
lo, à vista da ordem de prisão. Se não for
obedecido imediatamente, o executor convocará
duas testemunhas e, sendo dia, entrará à força na
casa, arrombando as portas, se preciso; sendo
noite, o executor, depois da intimação ao
Código de morador, se não for atendido, fará guardar todas
293 Emprego da
Processo as saídas, tornando a casa incomunicável, e, logo
Força
Penal que amanheça, arrombará as portas e efetuará a
prisão. Parágrafo único. O morador que se recusar
a entregar o réu oculto em sua casa será levado à
presença da autoridade, para que se proceda
contra ele como for de direito.
Só é lícito o uso de algemas em caso de resistência
e de fundado receio de fuga ou de perigo à
integridade física própria ou alheia, por parte do
preso ou de terceiros, justificada a
Súmula
Empreg excepcionalidade por escrito, sob pena de
Vinculante nº
o de responsabilidade disciplinar civil e penal do
11 do STF agente ou da autoridade e de nulidade da prisão
Algemas
ou do ato processual a que se refere, sem
prejuízo da responsabilidade civil do Estado.
É permitido uso de algemas apenas em casos de
Decreto nº resistência e de fundado receio de fuga ou de
Empreg
8.858 de Art. 2º perigo à integridade própria ou alheia, causado
o de
26Set16 pelo preso ou terceiros,
Algemas
justificada sua excepcionalidade por escrito.
7.2. TÉCNICAS DE EMPREGO DA ALGEMA NA ABORDAGEM POLICIAL
A algema será empregada antes, durante ou após a busca pessoal, dependendo das
circunstâncias da ocorrência, estando o abordado na posição em pé, ajoelhado ou
deitado, devendo ser observado pelo policial os aspectos legais que respalda esta ação.
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PA
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PA
a) Algemação em pé sem anteparo
Estando o abordado em pé, com as pernas afastadas, os braços elevados, dedos
entrelaçados sobre a nuca, o Homem Busca sacará a algema, segurando-a com a mão
forte e com o gancho de fechamento voltado para frente.
A algemação deverá ser iniciada de acordo com a mão forte do PM. Em seguida, será
determinada ao abordado que leve a outra mão às suas costas. Preferencialmente, a
posição das duas mãos do abordado, após a algemação, deverá ser “costa-costa”.
b) Algemação em pé com anteparo
Estando o abordado em pé, com as pernas afastadas, os braços elevados, apoiados no anteparo, o
Homem Busca sacará a algema, segurando-a com a mão forte e com o gancho de fechamento
voltado para frente; com a mão fraca, o policial fará a torção no punho do abordado em direção à
região da nuca, procedendo, a partir deste momento de maneira análoga à algemação sem
anteparo.
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c) Algemação Ajoelhado
Procederá de forma análoga a algemação em pé sem anteparo, porém, devendo atentar para a
altura que estará o abordado e a sua colocação em pé.
d) Algemação Deitado
O abordado será posto na posição de decúbito ventral, as pernas afastadas, braços abertos e
estendidos horizontalmente, com a cabeça virada para um dos lados, o PM se aproximará pelo
lado oposto ao rosto do abordado, posicionando ambos os joelhos nas costas do mesmo (sendo
um na região cervical e outro na região dorsal), imobilizando um dos braços entre as pernas,
realizando a algemação deste, em seguida levará o braço algemado às costas, será determinado
que o abordado leve a outra mão à suas costas.
Note que não é previsto qualquer sufocamento no indivíduo ao chão, a técnica é bem clara
para contenção do braço do indivíduo. A verbalização deverá ser firme por ocasião.
e) Posicionamento das algemas:
Ao término da algemação, o abordado deverá estar com as mãos nas costas, e a posição das mãos
deverá ser mão “costa-costa”, sendo que as bases da algema deverão estar posicionadas na parte
externa do antebraço, na altura do pulso, com a fechadura voltada para a nuca do abordado.
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f) Como levantar o abordado algemado ajoelhado:
Mantendo-se o controle físico sobre um dos braços do abordado, será determinado ao mesmo
que descruze os pés que estão a retaguarda e se posicione de pé. Dependendo da compleição
física do abordado dentre outras variáveis, esse procedimento será realizado com apoio de outro
policial que auxiliará mantendo o controle físico sobre o outro braço do abordado.
g) Como levantar o abordado algemado deitado:
O abordado será colocado numa posição lateralizada,e a partir dessa posição o policial irá
entrelaçar o seu braço oposto ao braço do abordado que está voltado para cima, apoiando a
outra mão na nuca do abordado. Estando o policial com um braço entrelaçado e o outro apoiado
na nuca do abordado, fará um movimento de rotação na direção do braço que está apoiado na
nuca, até que o abordado se posicione totalmente de pé. Dependendo da compleição física do
abordado dentre outras variáveis, esse procedimento será realizado com apoio de outro policial
que auxiliará, mantendo o controle físico sobre o outro braço do abordado.
h) Condução do abordado algemado:
A depender da circunstância, o abordado poderá ser conduzido tanto com o controle físico do
policial sobre a algema, como usando o braço entrelaçado ao braço oposto do abordado.
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Lembrete: quando for necessário o emprego de algemas plásticas (tipo lacre), o
abordado estará, preferencialmente, com às mãos para trás e o procedimento será o
seguinte: 1) colocar as mãos do preso às costas, com um pulso sobre o outro, com as
palmas da mão voltada para cima; 2) passar a algema plástica em volta dos pulsos,
fixando-a, sem exagerar, para não provocar a interrupção do fluxo sanguíneo. (ARANHA,
1995. ADAPTADO) Quando for necessário o emprego de algemas plásticas (tipo lacre),
serão utilizados dois lacres: 01 (um) para cada pulso, com um passando pelo elo do
outro, fixando de forma que não prejudique o fluxo sanguíneo.
8. TÉCNICA DE ABORDAGEM A PESSOA À PÉ
8.1. ABORDAGEM COM POLICIAL MILITAR A PÉ
8.1.1. POLICIAL MILITAR ISOLADO
O policial militar isolado não deverá realizar abordagem. Caso o policial militar esteja
isolado e ocorra uma situação extrema, que ofereça risco iminente à segurança do
policial militar ou a vida de terceiros, e que necessite sua intervenção, este deverá
adotar a postura de segurança condizente com a situação, colocar o abordado na posição
de joelhos ou em decúbito ventral e solicitar reforço/apoio.
8.1.2. COM DOIS POLICIAIS MILITARES
I – Deverá ser feita a aproximação observando a disposição em linha entre policiais,
formando um triângulo, cujo vértice será o abordado, atentando para a distância de
cerca de 2 (dois) metros entre os policiais e de 1 (um) a 3 (três) metros destes para o
abordado.
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II – A postura de segurança do armamento dos policiais deverá ser compatível com o nível de
segurança da abordagem.
III – O Comandante deve fornecer todas as orientações para que o abordado tome a posição de
busca pessoal evitando, nesse instante, o contato físico.
IV – O Comandante será o segurança de busca além de responsável pela observação
periférica relativa à segurança externa.
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V – Havendo 2 (dois) abordados, o Comandante, após o estabelecimento da Zona de Segurança,
quando da execução da Busca Pessoal deverá estabelecer locais distintos para este
procedimento. O Setor de Busca deverá ser estabelecido a cerca de 1 (um) metro à retaguarda do
Setor de Custódia. Para o segundo abordado será feito o mesmo procedimento, havendo a
inversão dos setores.
Esta abordagem necessita de aumento no estado de alerta, pois o Comandante será o Segurança
de Busca, acumulando a Segurança de Custódia além da observação periférica relativa à
Segurança externa.
VI – Em caso de mais de 2 suspeitos, a abordagem será executada somente em caso de suspeita
confirmada, colocando os abordados ajoelhados (suspeita confirmada com ilícito) ou em
decúbito ventral (suspeita confirmada armado).
Lembrete: diante da inexistência de um anteparo para ser feita a custódia, esta deverá ser
executada colocando-se o(s) suspeito(s) com as mãos sobre a cabeça e os dedos entrelaçados.
Excepcionalmente será utilizada a posição de joelhos ou em decúbito ventral quando a situação
assim o exigir.
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8.1.3. COM TRÊS POLICIAIS MILITARES
I – Havendo uma pessoa, deverá ser feita a aproximação observando a disposição em
linha entre policiais, formando um triângulo, cujo vértice será o abordado, atentando
para a distância de cerca de 1 (um) metro entre os policiais e de 1 (um) a 3 (três) metros
destes para o abordado. O Comandante fará a função de Segurança de Busca, o
Patrulheiro nº 1 a função de Homem Busca e o Patrulheiro nº 2 atuará como Segurança
Externa da abordagem.
II – Havendo mais de uma pessoa, inicialmente, o enquadramento dos abordados deverá ser
realizado por todos os policiais da guarnição sendo que, completada a aproximação e a
contenção, o Patrulheiro nº 2 acumulará a função de Segurança de Custódia e Segurança Externa.
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Lembrete: Na abordagem, o Comandante deverá fazer com que o abordado se movimente o
mínimo possível. Havendo necessidade a movimentação deve ser feita pelos policiais, até mesmo
mudando as funções.
8.1.4. COM QUATRO POLICIAIS MILITARES
I – Deve ser observado o quanto disposto no Item anterior, salientando que cada um dos
policiais assumirá uma função específica, a saber: Homem Busca, Segurança de Busca, Segurança
de Custódia e Segurança Externa, sendo que havendo necessidade da função de Segurança de
Custódia 2, esta será acumulada com a Segurança Externa.
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8.1.5. MAIS DE QUATRO POLICIAIS MILITARES
Estabelecidos todos os setores (Busca, Custódia 1 e 2, Segurança Externa), o
Comandante fará a coordenação e o controle observando o desempenho de todos, bem
como procederá a entrevista dos suspeitos já abordados. Se houver outros policiais,
estes poderão observar o rádio ou fazer o controle de trânsito.
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Lembrete:
Para o estabelecimento dos setores de abordagem, o policial deverá observar os
seguintes critérios de avaliação de risco:
pessoas que não foram abordadas
quem está sendo abordado
segurança externa
pessoas que já foram abordadas
liberdade de ação para o comandante
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8.2. QUADRO RESUMO DA ABORDAGEM COM PM A PÉ
VIABILIDADE DA OUTRAS
TIPO DE NÍVEL DA ABORDAGEM CONDUTA
POSTURA DE POSICIONAMENT
GUARNIÇ ABORDAG SITUAÇAO POLICIAL S
SEGURANÇA O DO ABORDADO
ÃO EM (RISCO TÁTICAS
CONTROLÁVEL A
) SEREM
ADOTADA
S
COLOCAR OBSERVAR /
FUNDAD NO SOLICITAR
03 SEMIPRONTA NÃO
A ANTEPARO REFORÇO/AP
SUSPEIT OU EM OI O
A PÉ/JOELHO
SUSPEITA COLOCAR OBSERVAR /
PM CONFIRMA NO SOLICITAR
ISOLAD 04 MÁXIMA NÃO
DA ANTEPARO REFORÇO/AP
O COM ILICÍTO OU EM OI O
PÉ/JOELHO
SUSPEITA
OBSERVAR /
CONFIRMA
SOLICITAR
04 DA MÁXIMA NÃO DEITADO
REFORÇO/AP
COM
OI O
ARMA DE
FOGO
COLOCAR CONTER/
FUNDAD SIM ATÉ 02 (DOIS) NO SOLICITAR
03 SEMIPRONTA
A ABORDADOS ANTEPARO REFORÇO/AP
SUSPEIT (REGRA) OI O
A OU EM PÉ
SUSPEITA COLOCAR CONTER/
DUPLA CONFIRMA SIM ATÉ 02 (DOIS) NO SOLICITAR
04 MÁXIMA REFORÇO/
DA ABORDADOS ANTEPARO
COM ILICÍTO OU EM APOI O
PÉ/JOEL
HO
SUSPEITA
CONTER/
CONFIRMA
SIM ATÉ 01 SOLICITAR
04 DA MÁXIMA DEITADO
(UM) REFORÇO/AP
COM ARMA
ABORDADO OI O
DE FOGO
COLOCAR CONTER/
FUNDAD SIM ATÉ 03 (TRÊS) NO SOLICITAR
03 SEMIPRONTA
A ABORDADOS ANTEPARO REFORÇO/AP
SUSPEIT (REGRA) OI O
A OU EM PÉ
SUSPEITA COLOCAR CONTER/
TRIO CONFIRMA SIM ATÉ 03 (TRÊS) NO SOLICITAR
04 DA
MÁXIMA
ABORDADOS ANTEPARO REFORÇO/AP
COM ILICÍTO OU EM OI O
PÉ/JOELHO
SUSPEITA CONTER/
CONFIRMAD SIM ATÉ 02 (DOIS) SOLICITAR
04 MÁXIMA DEITADOS
A ABORDADOS REFORÇO/
COM
ARMA DE APOI
FOGO O
9. IMUNIDADES
9.1. CONCEITO:
São privilégios atribuídos a certas pessoas, em vista dos cargos ou funções que exercem.
Imune quer dizer isentoou livre.Assim, a pessoa que gozar de imunidade, ficará isenta do
cumprimento da lei nacional, quanto aos seus atos pessoais. Admitimos suas classes de
imunidades: Diplomática e Parlamentar.
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PA
As prerrogativas são direitos atribuídos a determinadas categorias profissionais,
conferindo-lhe grau de especialidade para atos da administração pública contra si.
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PA
9.2. IMUNIDADES DIPLOMÁTICAS
São atribuídas ao agente diplomático, cuja função principal é servir de intermediário
entre o governo de seu país e o governo junto ao qual é creditado.
São também invioláveis as sedes das embaixadas ou legações e os navios de guerra. Por
um princípio de cortesia internacional, a sede da embaixada é considerada como se fora
o próprio território do país amigo; nela não se pode entrar discricionariamente sem
prévia autorização do diplomata.
Os agentes diplomáticos gozam, portanto, de imunidade absoluta, não podendo ser
processados por nossos tribunais, nem sequer chamados à polícia para prestarem
declarações. E não podem ser presos em hipótese alguma, mesmo que hajam praticado
um delito grave, como homicídio.
No caso de haver o diplomata cometido um delito de qualquer natureza, cumpre apenas
ao policial-militar reunir os dados da ocorrência e efetuar a respectiva comunicação à
autoridade competente; o Chefe do Governo, se assim o entender, é que tomará as
providências que o caso comportar, junto ao governo representado.
a) Os agentes diplomáticos:
1. Embaixadores;
2. Legados;
3. Núncios apostólicos,
4. Embaixadores extraordinários,
5. Ministros plenipotenciários,
6. Internúncios,
7. Ministros residentes
8. Encarregados de negócios.
b) Os soberanos e Chefes de Estados.
c) O pessoal oficial das legações e embaixadas:
1. Composto de secretários,
2. Intérpretes,
3. Conselheiros,
4. Adidos civis e militares,
5. Correios e funcionários subalternos de administração.
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d) O pessoal sem caráter oficial:
1. Pessoas da família do diplomata ou dos funcionários e os empregados no serviço
doméstico (quando em exercício imediato da função).
e) Cônsules
Os Cônsules gozam de imunidade, quando investidos de missões diplomáticas especiais,
pela mesma forma os agentes de relações comerciais, que são equiparados aos Cônsules.
9.2.1. A AÇÃO POLICIAL-MILITAR deve ser nesses casos de:
a) Respeitar as imunidades diplomáticas, que são absolutas.
b) Respeitar a inviolabilidade das embaixadas e legações.
c) Respeitar a inviolabilidade do domicílio das pessoas que gozam de imunidade
diplomática.
d) Respeitar a inviolabilidade dos objetos de propriedade do diplomata ou
destinados à embaixada ou legação.
e) Dispensar tratamento condigno aos diplomatas.
f) Reconsiderar imediatamente sua atitude, se por acaso ferir a inviolabilidade
pessoal do diplomata, por desconhecer sua identidade.
g) Em caso de homizio de criminoso na sede da embaixada ou legação, não penetrar
na mesma sem a autorização do diplomata, ou de quem suas vezes fizer.
9.3. IMUNIDADES PARLAMENTARES
São atribuídas, pela constituição Federal, aos Deputados e Senadores, visando
assegurar-lhes todas as garantias como membros do Congresso Nacional, a fim de
desempenharem com plenitude o “múnus” público para o qual o povo os elegeu.
Eles são invioláveis no exercício do mandato, por suas opiniões, palavras e votos.
Desde a expedição do diploma até a inauguração da legislatura seguinte, não poderão
ser presos, a não ser em FLAGRANTE DE CRIME INAFIANÇÁVEL (ex: Crimes
Hediondos, Tráfico Drogas, Terrorismo, Tortura), nem processados criminalmente
sem a antecipada licença de sua Câmara.
Os Deputados Estaduais gozam, também, de imunidades, nas mesmas condições
que os Deputados Federais, mas, somente, dentro do Estado cuja Assembleia Legislativa
exerça seu mandato.
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Os Vereadores Municipais gozam de imunidades formais, apenas pelo uso de suas
opiniões na condição de vereador.
Como se vê, há situações em que os Senadores e os Deputados podem ser presos,
enquanto que os diplomatas, em hipótese alguma, sofrerão restrições da liberdade
individual.
Quanto aos VEREADORES Municipais, estes gozam de imunidade formal, APENAS
PELO USO DE SUAIS OPINIÕES, pela sua condição de vereador (INVIOLABILIDADE
MATERIAL, CF - art. 29, VIII).
VIII - inviolabilidade dos Vereadores por suas opiniões,
palavras e votos no exercício do mandato e na circunscrição
do Município” (inciso VIII, renumerado pela EC 1/92).
(BRASIL, 1988)
INVIOLABILIDADE MATERIAL - consiste em não ser violado na
CIRCUNSCRIÇÃO DO MUNICÍPIO, logo, tudo que o vereador pratica dentro dos
limites da sua inviolabilidade constitui fato atípico (não se constitui crime).
Entretanto, os Vereadores, não possuem algumas prerrogativas para serem
processados:
-NÃO é preciso LICENÇA da Câmara de Vereadores (STF, HC 74.201-7- MG,
1.ª T., rel. Celso de Mello, j. 12.11.1996, v. U., DJU 13.01.1996, p. 50.164);
-NÃO contam com FORO ESPECIAL por prerrogativa de função, salvo alguns
Estados específicos fixados exclusivamente pelas Constituições estaduais,
entretanto, não prepondera sobre a competência do Tribunal do Júri(Súmula
721 do STF);
- NÃO desfrutam da IMUNIDADE PRISIONAL, podendo ser presos
cautelarmente (STF, Pleno, HC 70.352-6-SP, rel. Celso de Mello,
DJU03.12.1993, p. 26.357 e RT 707/394);
Se o vereador for criminalmente condenado, pode perder o cargo que ocupa, nos
termos do art.92doCP(mas não se trata de pena automática). Também é possível
acassaçãodo seu mandato, nos termos do art.7.ºdo Dec.-lei201/67 (não se trata de
responsabilidade penal, e sim, administrativa ou político-administrativa).
9.3.1. A AÇÃO POLICIAL-MILITAR nesses casos deve ser de:
a) Respeitar a inviolabilidade pessoal dos Deputados e Senadores da República, em
qualquer parte do território nacional.
b) Respeitar a inviolabilidade pessoal dos Deputados Estaduais, dentro do
respectivo Estado.
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c) Só efetuar a prisão de um representante do povo, em FLAGRANTE DE CRIME
INAFIANÇÁVEL.
d) Verificada esta situação, agir com extremo respeito.
e) Não remover o preso do local e, sim, providenciar o acompanhamento da
autoridade policial.
f) Dispensar aos presos as garantias pessoais que se fizerem necessárias.
g) Tratando-se de crime afiançável, não efetuar a prisão em flagrante, limitando- se
a colher os dados para a comunicação da ocorrência.
h) Reconsiderar imediatamente sua atitude se, por desconhecer a pessoa do
Deputado ou Senador, ferir sua imunidade.
STJ - Cabine de caminhão não é local de trabalho ou residência para descaracterizar
porte de arma
A cabine do caminhão não pode ser considerada nem como uma extensão do local de
trabalho e nem como extensão de residência para fins de descaracterizar o porte ilegal de
arma de fogo. A Quinta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) teve esse entendimento
em habeas corpus impetrado a favor de caminhoneiro preso próximo ao município de Volta
Grande, Minas Gerais Processo relacionado: HC 172525 Fonte: Superior Tribunal de Justiça
https://www.jusbrasil.com.br/noticias/stj-cabine-de-caminhao-nao-e-local-de-trabalho-
ouresidencia-para-descaracterizar-porte-de-arma/3166410
STJ valida flagra de arma em revista durante ocorrência de acidente de trânsito
Com esse entendimento, a 6ª Turma do Superior Tribunal de Justiça negou provimento ao
recurso especial ajuizado por um caminhoneiro e manteve a condenação pelo delito de
posse de arma de fogo com numeração raspada. Resp 1.859.003
https://www.conjur.com.br/2022-jul-23/stj-valida-flagra-arma-revista-durante-
ocorrenciaacidente/
9.4. PRERROGATIVAS DOS MILITARES
Os militares (Exército, Marinha e Aeronáutica) gozam de prerrogativas
estabelecidas no Estatuto dos Militares (Decreto-Lei nº 9.698, de 02 de setembro de
1946). Assim, só em caso de flagrante delito, pode o militar ser preso pela autoridade
policial e pelos auxiliares desta. Isto ocorrido deverá a autoridade policial fazer entrega
do preso à autoridade militar mais próxima, retendo-o na Delegacia apenas o tempo
necessário à lavratura do flagrante.
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PA
A autoridade policial e seus auxiliares serão responsabilizados, se maltratarem ou
consentirem que seja maltratado qualquer preso militar.
Sempre que possível, deverá o policial solicitar uma patrulha do quartel do preso
para escoltá-lo até a Delegacia. Ao policial militar cabe ainda observar o disposto no
regulamento Disciplinar, quando o preso for seu superior hierárquico e, segundo os
artigos abaixo:
Art. 75: Somente em caso de flagrante delito, o policial-militar poderá
ser preso por autoridade policial, ficando esta obrigada a entregá-lo,
imediatamente, à autoridade policial-militar mais próxima, só podendo
retê-lo na Delegacia ou Posto Policial durante o tempo necessário à
lavratura do flagrante.
Art. 76: O policial-militar da ativa no exercício de funções policiais -
militares é dispensado do serviço do júri na Justiça Comum e do serviço
na Justiça Eleitoral, na forma da legislação competente.
9.5 PRERROGATIVAS DOS JUÍZES
Os JUÍZES DE DIREITO somente podem ser presos pelos policiais militares se houver
mandado escrito de prisão, emitido por outra autoridade judicial, bem como, pelo
cometimento de CRIME INAFIANÇÁVEL(tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas
afins, o terrorismo e os definidos como crimes hediondos - Art. 5º CF).
LEI COMPLEMENTAR Nº 35, DE 14 DE MARÇO DE 1979
LEI ORGÂNICA DA MAGISTRATURA
(LOM- ADAPTADA)
Art. 33 - SÃO PRERROGATIVAS DO MAGISTRADO: [...]
II - não ser preso SENÃO POR ORDEM ESCRITA do Tribunal ou do
órgão especial competente para o julgamento, SALVO EM FLAGRANTE
DE CRIME INAFIANÇÁVEL;
III - ser recolhido a prisão especial, ou a sala especial de Estado- Maior,
por ordem e à disposição do Tribunal ou do órgão especial competente,
quando sujeito a prisão antes do julgamento final;
[...]
V - portar arma de defesa pessoal.
Parágrafo único - Quando, no curso de investigação, houver indício da
prática de crime por parte do magistrado, A AUTORIDADE POLICIAL,
CIVIL OU MILITAR, remeterá os respectivos autos ao Tribunal ou órgão
especial competente para o julgamento, a fim de que prossiga na
investigação.
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Art. 34 - Os membros do Supremo Tribunal Federal, do Tribunal
Federal de Recursos, do Superior Tribunal Militar, do Tribunal Superior
Eleitoral e do Tribunal Superior do Trabalho TÊM O TÍTULO DE
MINISTRO; os dos Tribunais de Justiça, o de Desembargador; SENDO O
DE JUIZ PRIVATIVO dos outros Tribunais e da Magistratura de primeira
instância. (BRASIL, 1979)
9.6 PRERROGATIVAS DOS PROMOTORES DE JUSTIÇA
ALei Orgânica Nacional do Ministério Público (LONMP), Lei8.265/93, determina em seu
artigo 40, inciso III, que o este servidor também somente será preso mediante ordem
judicial escrita ou em flagrante por crime inafiançável, ex atamente igual às
prerrogativas dos juízes, no tocante a prisão.
Art. 40.Constituem PRERROGATIVAS DOS MEMBROS DO
MINISTÉRIO PÚBLICO, além de outras previstas na Lei Orgânica:
[...]
III- ser preso SOMENTE POR ORDEM JUDICIAL ESCRITA, salvo em
FLAGRANTE DE CRIME INAFIANÇÁVEL, caso em que a
autoridade fará, no prazo máximo de vinte e quatro horas, a
comunicação e a apresentação do membro do Ministério Público ao
Procurador-Geral de Justiça;
IV- ser processado e julgado originariamente pelo Tribunal de Justiça
de seu Estado, nos crimes comuns e de responsabilidade, ressalvada
exceção de ordem constitucional; [...] (BRASIL, 1993)
10. CÓDIGO FONÉTICO
O código fonético visa evitar que pessoas estranhas ao serviço policial saiba quais
as ações que as guarnições de área estão realizando no combate a criminalidade, ele
pode salvar vidas se bem utilizado e, ao contrário, pode colocar os policiais em grande
risco, quando desconhecidos interceptam a comunicação.
Quando pessoas estranhas a atividade policial sabem do significado dos códigos
estes podem chegar de surpresa a um local ou interceptar fisicamente uma guarnição em
deslocamento com o fator surpresa, logo, sob qualquer hipótese deve- se divulgar a
correlação entre os códigos, pois colocará em risco a sua própria vida.
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ALFABETO
A ALFA N NOVEMBER
B BRAVO O OSCAR
C CHARLIE P PAPA
D DELTA Q QUEBEC
E ECO R ROMEU
F FOX S SIERRA
G GOLF T TANGO
H HOTEL U UNIFORM
I INDIA V VICTOR
J JULIETE W WHISKEY
K KILO X EXRAY (X-RAY)
L LIMA Y YANKEE
M MIKE Z ZULU
PRONÚNCIA
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NUMÉRICO
0 NEGATIVO
1 PRIMO
2 SEGUNDO
3 TERCEIRO
4 QUARTO
5 QUINTO
6 SEXTO
7 SÉTIMO
8 OITAVO
9 NONO
10 DÉCIMO
OBS: quando houver numeral repetido, por duas vezes consecutivas, utiliza-se o termo
DOBRADO. Exemplo: 22 = SEGUNDO DOBRADO e 11 = PRIMO DOBRADO
GAMA – PROVIDÊNCIAS ADOTADAS
GAMA 1 SEGUIU GUINCHO
GAMA 2 SEGUIU TÉCNICO
GAMA 3 SEGUIU SOCORRO
GAMA 4 SEGUIU REFORÇO
GAMA 5 SEGUIU PATRULHA
GAMA 6 SEGUIU PERÍCIA
GAMA 7 SEGUIU LEGISTA
GAMA 8 SEGUIU BOMBEIRO
GAMA 9 SEGUIU ESCOLTA
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ALFA – DETERMINAÇÕES
ALFA 1 INFORME HORÁRIO DE CHEGADA DA VIATURA
ALFA 2 INFORME HORÁRIO DE SAÍDA DA VIATURA
ALFA 3 INFORME QUILOMETRAGEM DA VIATURA
ALFA 4 INFORME O NOME DO OPERADOR
ALFA 5 INFORME AS HORAS
ALFA 6 INFORME LOCALIZAÇÃO EXATA DA VIATURA
ALFA 7 INFORME A PLACA E CARACTERISTICAS DO VEÍCULO APREENDIDO
ALFA 8 INFORME A PLACA E CARACTERISTICAS DO VEÍCULO ABANDONADO
ALFA 9 INFORME A PLACA E CARACTERISTICAS DO VEÍCULO ROUBADO
ALFA 10 INFORME A PLACA E CARACTERISTICAS DO VEÍCULO ASSALTADO
ALFA 11 ALERTA GERAL
ALFA 12 FAÇA BLOQUEIO
ALFA 13 DESLOQUE-SE PARA OUTRA MISSÃO
ALFA 14 COMUNIQUE-SE COM A CENTRAL POR TELEFONE
ALFA 15 RETORNE A UNIDADE DE ORIGEM
ALFA 16 FAÇA RONDAS NO SETOR
ALFA 17 RETORNE AO SETOR DE AÇÃO
ALFA 18 FAÇA PONTO BASE
ALFA 19 VERIFIQUE CARRO SUSPEITO
ALFA 20 VERIFIQUE PESSOA SUSPEITA
ALFA 21 DETENHA E AGUARDE ESCOLTA
ALFA 22 PRENDA E CONDUZA A DP COMPETENTE
ALFA 23 CESSE A TRANSMISSÃO
ALFA 24 AGUARDE NA ESCUTA
ALFA 25 REPITA A MENSAGEM
ALFA 26 USE A SIRENE
ALFA 27 ISOLE O LOCAL
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BETA – SITUAÇÕES
BETA 1 VIATURA EM PANE PEDE SOCORRO
BETA 2 VIATURA EM DESLOCAMENTO
BETA 3 VIATURA NO SETOR
BETA 4 VIATURA NA UNIDADE DE ORIGEM
BETA 5 VIATURA CONDUZINDO PRESO
BETA 6.1 VIATURA PRESTANDO SOCORRO NO HGE
BETA 6.2 VIATURA PRESTANDO SOCORRO NO HRS
BETA 6.3 VIATURA PRESTANDO SOCORRO NO HES
BETA 7 VIATURA PRONTA PARA AÇÃO
BETA 8 VIATURA EM PERSEGUIÇÃO A MARGINAL
BETA 9 VIATURA EM ALERTA - ASSALTO NA ÁREA
BETA 10 VIATURA ENTRANDO EM AÇÃO
BETA 11 RÁDIO APRESENTADO DEFEITO
BETA 12 MENSAGEM CHEGANDO BEM
BETA 13 MENSAGEM CHEGANDO MAL
BETA 14 MENSAGEM NÃO ENTENDIDA
BETA 15 MENSAGEM ENTENDIDA
BETA 16 MENSAGEM TRANSMITIDA RÁPIDA
BETA 17 GUARNIÇÃO EM PERIGO PEDE SOCORRO
BETA 18 GUARNIÇÃO PEDE GUINCHO
BETA 19 GUARNIÇÃO PEDE PERMISSÃO PARA USAR SIRENE
BETA 20 ELEMENTO SUSPEITO NA ÁREA
BETA 21 ACIDENTE DE TRÂNSITO
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BETA – SITUAÇÕES
BETA 22 NEGATIVO
BETA 23 POSITIVO
BETA 24 ENGARRAFAMENTO DE TRÂNSITO
BETA 25 DILIGENCIA SIGILOSA
BETA 26 LOCAL PERIGOSO
BETA 27 PERMISSÃO PARA AFASTAR-ME DA ÁREA DA UNIDADE
BETA 28 PERMISSÃO PARA AFASTAR-ME DA VIATURA
BETA 29 PERMISSÃO PARA AFASTAR-ME DO RÁDIO
BETA 30 AFASTAMENTO PARA REFEIÇÃO
BETA 31 VIATURA NO COMANDO GERAL (QCG)
BETA 32 AFASTAMENTO PARA NECESSIDADES FISIOLÓGICAS
TELEFONES EMERGENCIAIS NO BRASIL
Para fins de conhecimento todos os policiais militares devem conhecer os
números gratuitos emergenciais no Brasil:
● Disque 190: Polícia Militar
● Disque 192: Ambulância Pública (SAMU)
● Disque 193: Corpo de Bombeiros.
● Disque 197: Polícia Civil
● Disque 191: Polícia Rodoviária Federal
● Disque 100: Disque Direitos Humanos
● Disque 180: Atendimento à Mulher – Violência Doméstica
● Disque 181: Disque Denúncia
● Disque 199: Defesa Civil.