Projeto Escola 1
Projeto Escola 1
PROJETO ESCOLA
SCHOOL PROJECT
Doutorando em Psicologia
Graduanda (o) em psicologia
INTRODUÇÃO
Jean Piaget é reconhecido pela sua vasta produção teórica e pelas implicações práticas
de sua teoria, principalmente no campo da Educação. Shaffer (2012) afirma que, para Piaget,
a criança interage com o meio ambiente de maneira a construir uma nova compreensão sobre
objetos e conhecimentos. Dessa maneira, a relação da criança com o meio externo é
participativa e ativa. O caráter biológico e o maturacional são relevantes na teoria de Piaget,
ou seja, desenvolvimento é a base e suporte para que o processo de aprendizagem ocorra.
Jean Piaget foi um construtivista e desenvolveu diversos campos de estudos
científicos: a psicologia do desenvolvimento e a teoria cognitiva que veio a ser chamada de
epistemologia genética. Suas pesquisas sobre o tema tinham como objetivo entender como o
conhecimento evolui.
Um dos conceitos piagetiano essencial e mais difíceis de compreender é o de um
esquema (palavra para ações básicas de conhecer incluindo ações físicas e mentais), cada ação
é o que ele entendia por um esquema. Quando as pessoas atuam em seus ambientes, um
processo inato chamado organização faz com que uma pessoa deduza esquemas
generalizáveis de experiências especificas. Há, além disso, esquemas figurativos que são
representações mentais das propriedades básicas dos objetos no mundo.
Os esquemas nem sempre funcionam da forma que esperamos. Portanto, de acordo
com Piaget, o processo mental que ele chama de adaptação (processos dos quais os esquemas
mudam) complementa a organização. Três subprocessos estão envolvidos na adaptação e um
complementa o outro:
* Assimilação: A parte do processo de adaptação proposto por Piaget que envolve a
absorção de novas experiências ou informações aos esquemas existentes. Entretanto a
experiência não é assimilada “como é”, mas é um pouco modificada (ou interpretada) a fim de
se ajustar aos esquemas preexistentes;
* Acomodação: A parte do processo de adaptação proposto por Piaget pela qual uma
pessoa modifica esquemas existentes como resultados de novas experiências ou cria novos
esquemas quando os antigos não mais administram dados;
* Equilibração: A terceira parte do processo de adaptação proposto por Piaget,
envolvendo uma reestruturação periódica de esquemas para criar um equilíbrio entre
assimilação e acomodação.
Contrapondo essa posição, Lev Vygotsky, estabelece sua teoria no enfoque da
aprendizagem. A teoria sociocultural é uma perspectiva de Vygotsky sobre o
desenvolvimento cognitivo; segundo essa abordagem, as crianças adquirem seus valores
culturais, crenças e estratégias de solução de problemas por meio do diálogo colaborativo com
membros mais sábios da sociedade. Para Vygotsky, a cognição humana, mesmo quando
realizada de forma isolada, é inerentemente sociocultural, afetada por crenças, valores e
ferramentas da adaptação intelectual transmitidas aos indivíduos por meio de sua cultura.
Para ele, a aprendizagem é o motor do desenvolvimento, é ela quem “puxa” o
desenvolvimento. Assim, o “aprendizado adequadamente organizado desperta vários
processos internos de desenvolvimento, que são capazes de operar somente quando a criança
interage com pessoas em seu ambiente e quando em cooperação com seus companheiros”.
Dessa forma, essa visão vygotskyana rompe com a concepção idealista e mecanicista em
torno da dinâmica do aprender e do desenvolver. De acordo com Bock (2002): Vygotsky foi
um dos teóricos que buscou uma alternativa dentro do materialismo dialético para o conflito
entre as concepções idealista e mecanicista na Psicologia. Ao lado de Luria e Leontiev,
construiu propostas teóricas inovadoras sobre temas como relação pensamento e linguagem,
auge no decurso dessa etapa. A dominação do pensamento por imagens encerra a criança em
si mesma. O pensamento imagístico egocêntrico, característico desta fase, pode ser observado
no jogo simbólico, no qual a criança transforma o real ao sabor das necessidades e dos desejos
do momento. O real é transformado pelo pensamento simbólico, na medida em que o jogo se
desenvolve, ao sabor das exigências do desejo expresso no e pelo jogo.
É por isso que Piaget considera o jogo simbólico como o egocentrismo no estado puro.
Um pensamento assim dominado pelo simbolismo essencialmente particular, pessoal e, por
isso, incomunicável, não é um pensamento socializado. Ele não repousa em conceitos, mas no
que Piaget chama pré-conceitos, que são particulares, no sentido em que evocam realidades
particulares, tendo seu correlato imagístico ou simbólico próprio à experiência, de cada
criança. Entre os 5 e 7 anos, período geralmente chamado de “intuitivo”, ocorre uma evolução
que leva a criança, pouco a pouco, à maior generalidade. Seu pensamento agora repousa sobre
configurações representativas de conjunto mais amplas, mas ainda está dominado por elas. A
intuição é uma espécie de ação realizada em pensamento e vista mentalmente: transvasar,
encaixar, seriar, deslocar etc. ainda são esquemas de ação aos quais a representação assimila o
real. Mas a, intuição é, também, por outro lado, um pensamento imagístico, versando sobre
configurações de conjunto e não mais sobre simples coleções sincréticas, como no período
anterior.
O pensamento da criança entre 2 e 7 anos é dominado pela representação imagística de
caráter simbólico. A criança trata as imagens como verdadeiros substitutos do objeto e pensa
efetuando relações entre imagens. A criança é capaz de, em vez de agir em atos sobre os
objetos, agir mentalmente sobre seu substituto ou imagem, que ela nomeia. Proveniente da
interiorização da imitação, a representação simbólica possui o caráter estático da imitação,
motivo pelo qual versa, essencialmente, sobre as configurações, por oposição às
transformações. Com a instalação das estruturas operatórias do período seguinte, a psicologia
do desenvolvimento passa a ser subordinada às operações. Na passagem da ação sensório-
motora para a representação, pela imitação, é possível apreender melhor as ligações entre as
operações e a ação, tornando mais compreensível a origem de certos distúrbios dos processos
figurativos: espaço, tempo, esquema corporal etc.
Por volta dos 7 anos a atividade cognitiva da criança torna-se operatória, com a
aquisição da reversibilidade lógica. A reversibilidade aparece como uma propriedade das
Por isso, quem nos dá a condição para o aprendizado é o meio externo, ou seja, o
convívio social, a interação do eu com o outro. Aprendemos no contexto histórico-social ao
sermos influenciados pela cultura. Pois a criança nasce com as funções psicológicas
elementares e a partir do aprendizado da cultura elas se transformam em funções psicológicas
superiores: as ações conscientes, a atenção voluntária, o pensamento abstrato e o
comportamento intencional.
Desse modo, a cultura é a responsável por tornar os indivíduos sociais, com
características típicas da espécie humana, estabelecendo gradativamente as funções
psicológicas superiores (ações conscientes, determinantes e intencionais) em seus repertórios
comportamentais. Na teoria vygotskyana, a relação do indivíduo com a cultura ocorre por
meio da mediação simbólica, isto é, a relação do homem com o mundo não é direta e sim
mediada por instrumentos e signos, ambos, conceitos desenvolvidos por Vygotsky para
designar a relação do indivíduo com o meio (externo) e consigo mesmo (interno) cuja
linguagem é o signo primordial. Nesse sentido, toda relação do indivíduo com o mundo é feita
por meio de instrumentos técnicos – como, por exemplo, as ferramentas agrícolas, que
transformam a natureza – e por meio da linguagem – que traz consigo conceitos consolidados
da cultura à qual pertence o sujeito. A linguagem tem um papel fundamental no processo de
desenvolvimento, pois é ela que constitui os comportamentos humanos, por isso, Vygotsky
(2007), afirma que a linguagem: “libera a criança das impressões imediatas sobre o objeto,
oferece-lhe a possibilidade de representar para si mesma algum objeto que não tenha visto e
pensar nele. Com a ajuda da linguagem, a criança obtém a possibilidade de se libertar do
poder das impressões imediatas, extrapolando seus limites”.
2 METODOLOGIA
conjuntamente aplicou-se a pesquisa de campo, que procurou coletar dados para que a
pergunta problema fosse respondida.
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
3.1 Projeto Criança - Berçário e Educação Infantil (Escola Privada)
onde após o laudo é realizado uma intervenção por meio de projetos pedagógicos para ajudar
a criança na sua adaptação com os outros. A instituição prevê iniciativas para a orientação de
estudos e incentivo à leitura, onde todas as sextas-feiras são realizadas a “roda literária”,
fazendo com que cada aluno escolha um livro e leve para casa. Por fim, relatou que a intuição
possui um histórico médico de cada aluno, que a mesma faz uso dos princípios que uma
escola deve ter para ser considerada “inclusiva”, sendo que já ocorreu a passagem de crianças
especiais e que foi realizado toda adaptação necessária, e comentou os critérios que são
utilizados para a seleção das crianças a serem matriculadas, tendo os critérios a questão
financeira e o status social dos pais.
Com o fim da entrevista, a diretora direcionou o grupo a sala onde seria realizada a
aplicação do projeto, apresentando-o a professora responsável pelos alunos participantes,
onde por meio de uma conversa, foi apresentado toda a proposta do projeto e sugerido que a
mesma fosse entrevistada na sala de aula, enquanto as crianças participassem da aplicação do
mesmo. A mesma relatou como lida com questões afetivas de seus alunos, sendo uma relação
bastante amistosa, que vai desde abraços, até frases de eu te amo. Comentou como lida com as
dificuldades de seus alunos, dizendo que leva em consideração que cada um tem seu tempo,
mas que consegue perceber avanços. Em relação ao nível sociocultural implicado ao
aprendizado, disse ser bastante satisfatório, pois eles trazem muitas coisas que vivenciam com
suas famílias, por exemplo, passeios, peças, visitas a museus, entre outros. Sobre a implicação
da estrutura familiar no aprendizado, não vê problemas, já que todos são muito bem cuidados,
pois os pais são muito presentes, mesmo alguns sendo separados. Focando nas atividades
alternativas para melhorar a apropriação de conhecimento, relatou que costuma trabalhar
muito com a questão lúdica, trabalhando a compreensão das vogais, os números, as letras do
alfabeto através de brincadeiras. Descreveu a relação de aluno/aluno sendo bastante afetiva,
havendo preocupação quando uma falta, relatando também a relação professor/aluno, sendo
muito forte, todos tendo uma liberdade para brincar e interagir com a mesma.
Já na descrição da relação de professor/família, comentou ser bastante tranquila, não
tão próxima, mas sempre havendo um contato, tanto no momento da busca dos filhos, até
através de uma agenda, que cada aluno possui. Ressaltou o quanto essa relação intervém no
processo de aprendizagem de seu aluno, sendo fundamental, pois se algo acontece em casa,
isso vai refletir na sala e assim vice-versa. Contou sobre como os alunos são estimulados por
meios de projetos, algo que ocorre a todo momento, onde a instituição aborda a cada semana
um assunto para trabalhar com as crianças, tendo todo apoio da família. Finalizando, relatou
que entre reforçar os pontos fortes ou trabalhar os pontos fracos dos alunos, prefere trabalhar
um pouco de cada, sempre dando suporte.
Seguiu-se com a aplicação do projeto, onde dos quatros pesquisadores, um ficou
responsável para realização da entrevista com a professora, já que a mesma seria feita no
mesmo momento da aplicação da atividade lúdica, como já havia sido dito anteriormente.
Durante a entrevista, foi iniciada a aplicação do projeto, onde o grupo apresentou-se aos
alunos e relataram o motivo de estarem presentes naquele dia, sendo recebidos amavelmente
pelas crianças. Antes de iniciarem a aplicação da atividade lúdica, pediram para que cada
criança falasse um pouco sobre os seus gostos, brincadeiras, família, entre outros, onde
notaram uma grande abertura por meio dos mesmos, que não hesitaram em relatar tudo, onde
observaram uma fala fluente, todos bem sossegados, extrovertidos, alguns egocêntricos, bem-
educados, atentos e com um alto conhecimento.
Para Vygotsky (1989), a criança nasce inserida num meio social, que é a família, e é
nela que estabelece as primeiras relações com a linguagem na interação com os outros. Nas
interações cotidianas, a mediação (necessária intervenção de outro entre duas coisas para que
uma relação se estabeleça) com o adulto acontece espontaneamente no processo de utilização
da linguagem, no contexto das situações imediatas. Segundo Vygotsky (1995), o homem se
produz na e pela linguagem, isto é, é na interação com outros sujeitos que formas de pensar
são construídas por meio da apropriação do saber da comunidade em que está inserido o
sujeito.
Para Vygotsky (1995), o surgimento da fala egocêntrica indica a trajetória da criança:
o pensamento vai dos processos socializados para os processos internos. A fala egocêntrica
emerge quando a criança transfere formas sociais e cooperativas de comportamento para a
esfera das funções psíquicas interiores e pessoais. No início do desenvolvimento, a fala do
outro dirige a ação e a atenção da criança. Esta vai usando a fala de forma a afetar a ação do
outro. Durante esse processo, ao mesmo tempo que a criança passa a entender a fala do outro
e a usar essa fala para regulação do outro, ela começa a falar para si mesma.
No final da conversa, deu-se início a aplicação da atividade lúdica, do qual as crianças
foram convidadas a participarem, onde o grupo explicou toda a metodologia da atividade,
sendo ela, descobrir por meio do toque o que havia dentro da caixa.
mostrando estarem confortáveis com a presença do mesmo, olhares para cima, demostrando
felicidade, levantar das sobrancelhas, mostrando se surpresas, postura ereta, projetando serem
fortes e intimidadores, mordendo os lábios, mostrando ansiedade, sorriso aberto, , em alguns
momentos apoiando a cabeça entre as mãos, demonstrando desinteresse e muito contato
visual, mostrando atenção.
Em relação a fala, foi notado uma linguagem bem formal, pronúncia clara e correta
das palavras, utilização de vocabulário rico e diversificado, ocorrendo bem pouco a entrada de
uma linguem informal, sendo possível ver algumas diferenças nítidas entre a linguagem
formal e a informal.
Após a participação de todas as crianças, foi chegado o momento do encerramento,
onde o grupo despediu-se, agradecendo cada um pela sua participação e os presenteando com
doces. Com isso, o grupo comentou que estavam sentindo se bastante realizados, tanto pela
boa realização do projeto, quanto pelo resultado, onde notaram por meio da visita escolar, o
quão importante e necessário é a teoria de Piaget (2011) e Vygotsky (2007) para o
desenvolvimento infantil, que ambas mesmo sendo diferentes, se interlaçam.
sendo o de leitura “Quem Conta Reconta”, porque os alunos gostam de ouvir histórias e
através disso ensina para os alunos: esquerda e direita, tempo é hoje, ontem, cores e números.
E além disso, a leitura é como prazer, e tudo é tirado de histórias.
E por fim, relatou que entre reforçar os pontos fortes ou trabalhar os pontos fracos dos
alunos, trabalha os dois pontos, na qual os pontos fortes normalmente são os mais fáceis,
dando exemplo quando todas as crianças cantam, entram com um desafio, onde todo mundo
tem que dançar e cantar, a mesma aborda outros estilos musicais como, forró, funk, mais
infantis, tudo de acordo com a faixa etária deles.
Com o fim da entrevista, o grupo entrevistou a diretora, onde a mesma descreveu que
as reuniões são feitas em horários compatíveis para a família acompanhar o desenvolvimento
do aluno e que cada agrupamento possui uma pedagoga e uma auxiliar de atividade educativa.
A mesma também afirma que a instituição possui uma boa estrutura e que em casos de
acidentes aciona os serviços do SAMU. Relatou que as crianças têm acesso direto a
brinquedos e livros pedagógicos, e que em casos de indisciplina e dificuldade de
aprendizagem, realiza reuniões, procurando ajudar por meio da coordenação, onde a
instituição possui apoio psicopedagógico, parceria com CORAI e CMAI, que possui uma
equipe toda preparada para atender. Afirma que a instituição não possuir um critério de
escolha, sendo por ordem de matricula. Os pais vão ao site da prefeitura e inscrevem seus
filhos. Mas a partir deste ano de 2018, crianças que possuem o benefício do governo bolsa
família tiveram um ponto a mais na hora de serem selecionados pelo governo.
Com isso, o grupo comentou que estavam sentindo se bastante realizados, tanto pela
boa realização do projeto, quanto pelo resultado, onde notaram por meio da visita escolar, o
quão importante e necessário é a teoria de Piaget (2011) e Vygotsky (2007) para o
desenvolvimento infantil, que ambas mesmo sendo diferentes, se interlaçam.
presente estudo tem como objetivo avaliar e comparar o desenvolvimento infantil das crianças
que frequentam escolas públicas e privadas, tanto como a metodologia, quanto à qualidade.
Participaram deste estudo cerca de 32 crianças com idade entre 3 a 4 anos, sendo 19
residentes do CMEI Jardim Curitiba e 13 do Projeto Criança - Berçário e Educação
Infantil, ressaltando, ambas escolas tiveram o presente estudo realizado em dias diferentes e a
aplicação no seu próprio ambiente escolar. Para a escolha das escolas, foi considerado o
critério de diferença de condições sociodemográficas.
Para avaliar o desenvolvimento infantil foi aplicado uma atividade lúdica, direcionada
as crianças, sendo ela uma caixa repleta de objetos (brinquedos), possuindo apenas um
buraco, onde os participantes tinham como objetivo descobrir o que havia dentro, usando
apenas o tato como seus “olhos”. O intuito desta atividade, é ajudar na realização da
observação do processo de aprendizagem e desenvolvimento, e a desenvoltura por meio das
brincadeiras para o pensamento e linguagem das crianças.
Para avaliação qualitativa das escolas foi aplicado questionários aos professores e
diretores, visando espaço, rotina e cuidados das crianças, atividades, interação, pais e equipes.
O intuito desta metodologia é ajudar na obtenção de informações do ambiente escolar e dos
membros presentes na convivência da criança, para análise do seu meio social, econômico e
sociodemográfico.
Examinando alguns pontos e realizando uma análise segundo a teoria Vygotskyana,
nota-se algumas características marcantes e algumas divergências entre uma instituição e
outra.
As diretoras de ambas afirmam que possuem uma boa estrutura, com ambiente limpo e
ventilado, reuniões acontecem em dias de mais flexibilidade para os pais e em caso de
acidentes o serviço de emergência é acionado. Algumas divergências são notadas, enquanto a
instituição privada usa como critério a questão financeira e status social dos pais, a pública
quem realiza a seleção é a prefeitura, onde a mesma a partir do ano de 2018 da preferência a
crianças cadastradas no programa Bolsa Família. A partir disso nota-se que uma possui uma
grande desigualdade social e que cada escola mantem a estrutura da instituição conforme a
verba disponível.
A partir da entrevista com as professoras, nota-se também uma semelhança marcante,
onde ambas lidam com as questões afetivas de seus alunos através do diálogo e os alunos são
estimulados através de projetos, juntamente com apoio da família. Uma das divergências mais
eminente entre uma e outra é que, na instituição privada há uma relação ao nível sociocultural
implicado ao aprendizado, a mesma afirma ser bastante satisfatória, pois as crianças
costumam trazem muitas coisas que vivenciam com suas famílias, como passeios, peças,
visitas a museus, entre outros, enquanto na publica, o nível sociocultural implicado ao
aprendizado é bem misto, com crianças com níveis culturais bons, que tem pais com ensino
superior, os quais as crianças tem acesso a coisas mais restritas, e crianças que tem pais bem
simples, e que com isso a instituição acaba percebendo a restrição de algumas crianças a
atividades culturais. Com bases na teoria de Vygotsky nota-se como o meio social interfere no
desenvolvimento das crianças e como a falta de acessibilidade a cultura pesa no seu
desenvolver.
Em relação ao comportamento das crianças, percebe-se que algumas crianças da
instituição pública apresenta um comportamento agitado, agressivo, carência por falta de afeto
familiar, as brincadeiras também são influenciadas pelo meio social na qual estão inseridos,
onde apresentaram brincar de polícia e ladrão.
Em relação a instituição privada, nota-se que as crianças apresentam um
comportamento calmo, restrito, e de extremo respeito e educação, tanto nas brincadeiras,
quanto nos assuntos em que são relacionados.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
As diferenças entre Piaget e Vygotsky parecem ser muitas, mas eles partilham de
pontos de vista semelhantes. Ambos entenderam o conhecimento como adaptação e como
construção individual e concordaram que a aprendizagem e o desenvolvimento são
autorregulados. Discordaram quanto ao processo de construção, ambos viram o
desenvolvimento e aprendizagem da criança como participativa, não ocorrendo de maneira
automática. Estavam preocupados com o desenvolvimento intelectual, porém cada um
começou e perseguiu por diferentes questões e problemas. Enquanto Piaget estava interessado
em como o conhecimento é construído, e com isso, a teoria é um acontecimento da invenção
ou construção que ocorre na mente do indivíduo, Vygotsky estava interessado na questão de
como os fatores sociais e culturais influenciam o desenvolvimento intelectual.
Diante da pesquisa realizada neste trabalho, podemos perceber que os alunos das
Escolas pesquisadas possuem o desenvolvimento segundo a teoria Vygotskyana e Piagetiana
para compreender os conteúdos apresentados em sala pelo docente, e que a interação entre os
discentes é um entrave no desempenho de muitos alunos na resolução de atividades em seu
percurso. O ato de ensinar consiste num comprometimento dos indivíduos envolvidos de
modo que se possa alcançar uma educação de qualidade, onde haja uma preocupação
Rev. LeiaCby, Goiânia, v. 01, n. 1, p. 89–112, jul./dez. 2018
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reflexiva de como, com qual objetivo e a quem ensinar, com metodologias diversificadas, a
fim de promover atividades de aprendizagem significativa, na qual deve ser oferecido ao
aluno situações do cotidiano de forma a despertar o interesse de conhecer os conteúdos no
respectivo estabelecimento de ensino.
Nesse contexto, o objetivo central foi mostrar as principais características das teorias
com a definição dos estágios e os processos de desenvolvimento no decorrer dos anos. Dessa
forma, há uma analogia, pois, esses esquemas mentais ajudam a obter uma melhor
compreensão, possibilitando a um melhor conhecimento de aprendizagem, tornando o mesmo
ou aprimorando um conhecimento maior sobre determinada aprendizagem.
Portanto, Piaget e Vygotsky colaboram em estabelecer as relações pertinentes ao
indivíduo em seu meio, na forma de aderir o conhecimento de forma ampla e a estruturar a
partir dos estágios de desenvolvimento, como também na zona proximal para uma melhor
aprendizagem no que condiz ao desenvolvimento do alunado.
REFERÊNCIAS
LA TAILLE, Ives, Dantas, H. e Oliveira, M.K. Piaget, Vygotsky e Wallon. Teorias Genéticas em
Discussão. São Paulo: Summus, 1992.
PIAGET, Jean. A formação do símbolo na criança: imitação, jogo e sonho, imitação e representação.
Rio de Janeiro: LTC, 1990.