ODONTOLOGIA
HUMANIZADA:
O conceito de atendimento centrado no paciente
Anne Heracléia de Brito e Silva
Mauro Gustavo do Amaral Brito
Organização
ODONTOLOGIA
HUMANIZADA:
O conceito de atendimento centrado no paciente
2024
Conselho Editorial
Dr. Clívio Pimentel Júnior - UFOB (BA)
Dra. Edméa Santos - UFRRJ (RJ)
Dr. Valdriano Ferreira do Nascimento - UECE (CE)
Drª. Ana Lúcia Gomes da Silva - UNEB (BA)
Drª. Eliana de Souza Alencar Marques - UFPI (PI)
Dr. Francisco Antonio Machado Araujo – UFDPar (PI)
Drª. Marta Gouveia de Oliveira Rovai – UNIFAL (MG)
Dr. Raimundo Dutra de Araujo – UESPI (PI)
Dr. Raimundo Nonato Moura Oliveira - UEMA (MA)
Dra. Antonia Almeida Silva - UEFS (BA)
ODONTOLOGIA HUMANIZADA: O CONCEITO DE ATENDIMENTO
CENTRADO NO PACIENTE
© Anne Heracléia de Brito e Silva
Mauro Gustavo do Amaral Brito
Organização
1ª edição: 2024
Editoração
Acadêmica Editorial
Diagramação
Danilo Silva
Capa
Otavio Augusto Cerqueira Araujo
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)
Odontologia humanizada [livro eletrônico] : o
conceito de atendimento centrado no paciente /
Anne Heracléia de Brito e Silva,
Mauro Gustavo do Amaral Brito, organização. --
1. ed. -- Parnaíba, PI : Acadêmica Editorial,
2024.
PDF
Vários autores.
Bibliografia.
ISBN 978-65-5999-191-4
1. Ensino superior 2. Odontologia 3. Pacientes -
Cuidados 4. Pesquisa científica I. Silva, Anne
Heracléia de Brito e. II. Brito, Mauro Gustavo do
Amaral.
CDD-617.6
24-241722 NLM-WU-100
Índices para catálogo sistemático:
1. Odontologia 617.6
Eliete Marques da Silva - Bibliotecária - CRB-8/9380
DOI: 10.29327/5468757
Link de acesso: https://doi.org/10.29327/5468757
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO..............................................................................................................8
ATUAÇÃO DO CIRURGIÃO-DENTISTA COM OS PACIENTES NÃO-
COLABORATIVOS...........................................................................................................9
Beatriz Brito de Oliveira
Lília Raquel Silva de Oliveira
Rayanne dos Santos Costa
Ruana de Oliveira Costa
Anne Heracléia de Brito e Silva
Mauro Gustavo Amaral Brito
DOI: 10.29327/5468757.1-1
PERIODONTITE E SUA RELAÇÃO BIDIRECIONAL COM A DIABETES
MELLITUS: A IMPORTÂNCIA DE UM ACOMPANHAMENTO
MULTIPROFISSIONAL............................................................................................... 22
Ana Caroline Cardozo dos Santos Brito
Graziele Cristina de Sousa Moraes
Renata Ádria Sousa Brito
Tamires Rodrigues de Carvalho
Anne Heracléia de Brito e Silva
Mauro Gustavo do Amaral Brito
DOI: 10.29327/5468757.1-2
A INFLUÊNCIA DA MÁ ALIMENTAÇÃO NA INCIDÊNCIA DE CÁRIE
DENTÁRIA EM CRIANÇAS 34
Alanna Pergentino de Oliveira
Guilherme Mamede Silva de Lima
Sávia Arabelly dos Santos Monteiro
Wanessa Vitória Oliveira Boson de Castro
Anne Heracléia de Brito e Silva
Mauro Gustavo do Amaral Brito
DOI: 10.29327/5468757.1-3
ATENDIMENTO EM CRIANÇAS COM SÍNDROME DE DOWN NOS
CONSULTÓRIOS ODONTOLÓGICOS ............................................................. 46
Anne Heracléia de Brito e Silva
Bruno Rafael de Sousa Moura
José Eduardo Oliveira Furtado
Marcelo Victor Lustosa Lima
Mauro Gustavo do Amaral Brito
Raissa da Rocha Félix
DOI: 10.29327/5468757.1-4
A IMPORTÂNCIA DA ÉTICA NA INTERVENÇÃO DO CIRURGIÃO-
DENTISTA AO REALIZAR UM ATENDIMENTO COM CRIANÇAS
ESPECIAIS ......................................................................................................................57
Andreza Luana Lages Monte do Vale
Léa Vitória Puget Eulálio Costa Ribeiro
Maria Amanda Vieira Andrade
Maria Clara Alves dos Santos
Anne Heracléia de Brito e Silva
Mauro Gustavo do Amaral Brito
DOI: 10.29327/5468757.1-5
HIV: ATENDIMENTO ODONTOLÓGICO A PACIENTES
SOROPOSITIVOS.......................................................................................................... 68
Dálet Michelly Araújo Albuquerque
Emilly Laize Viana Lopes
Kauã Ferreira Silva
Maria Victoria Melo Costa
Waslei de Jesus Alves da Silva
Anne Heracléia de Brito e Silva
Mauro Gustavo do Amaral Brito
DOI: 10.29327/5468757.1-6
CONSEQUÊNCIAS DO USO DE CIGARRO ELETRÔNICO NA SAÚDE
BUCAL: UMA PESQUISA BIBLIOGRÁFICA....................................................... 82
Iasmim de Oliveira Rodrigues
Maria Eduarda Sousa Teixeira
Maria Vitória Santos Silva
Sofia Maria Castro Cruz do Nascimento
Anne Heracléia de Brito e Silva
Mauro Gustavo do Amaral Brito
DOI: 10.29327/5468757.1-7
A ATUAÇÃO DA ODONTOLOGIA ESPORTIVA EM ATLETAS DE ALTO
RENDIMENTO: REVISÃO DE LITERATURA................................................... 93
Helenyel Castelo Branco Magalhães
Monaliza da Rocha Fontelene
Raynara Rafaelly Alves Pinheiro
Anne Heracléia de Brito e Silva
Mauro Gustavo do Amaral Brito
DOI: 10.29327/5468757.1-8
A IMPORTÂNCIA DA ODONTOLOGIA NO CONTEXTO
ESPORTIVO....................................................................................................................107
Antônio Lucas Sousa Rodrigues
Marcos Gabriel Fortes Nunes
Roberto Alisson Brito Alves
Vitor José Melo Carvalho
Anne Heracléia de Brito e Silva
Mauro Gustavo do Amaral Brito
DOI: 10.29327/5468757.1-9
SOBRE OS AUTORES E AS AUTORAS................................................................ 116
ODONTOLOGIA HUMANIZADA:
O CONCEITO DE ATENDIMENTO CENTRADO NO PACIENTE
APRESENTAÇÃO
Este livro intitulado “Odontologia Humanizada: o conceito de atendimento
centrado no paciente” tem como objetivo ressaltar o valor que a disciplina de
Metodologia Científica tem para os alunos do Ensino Superior que cursam
Odontologia e que buscam realizar a pesquisa científica desde o momento
que adentram uma faculdade.
O livro possui dois eixos temáticos: Eixo 1 - Abordagem de pacientes
com necessidades especiais, composto por seis artigos que versam sobre as
condutas profissionais em várias frentes e formas de atuação em pacientes que
possuem alguma alteração de saúde seja genética, psicológica de socialização,
e Eixo 2 - Saúde e bem estar inicia pela boca, composto por três artigos que
trarão ao leitor informações importantes sobre as consequências do cigarro
eletrônico e a atuação do profissional dentista na odontologia do esporte.
A disciplina de Metodologia Científica tem o intuito de que os acadêmicos
já se apresentem como pesquisadores desde o primeiro período na faculdade,
instigando o espírito investigativo e de pesquisador a fim de buscar respostas
para as suas inquietações e dúvidas. Foram meses de pesquisas teóricas
sobre os objetos de estudo escolhidos pelos grupos e isso oportunizou que os
acadêmicos fossem os protagonistas do processo de aprendizado, permitindo
que testassem as hipóteses a partir dos teóricos estudados e assim, pudessem
encontrar possíveis respostas para seus problemas de pesquisa.
Esperamos que esse material seja mais do que um livro virtual, que
8
possa estimular os leitores a desenvolverem pesquisas científicas no intuito
de encontrarem as respostas a suas inquietações acadêmicas e assim, possam
compartilhar os resultados com a sociedade que tanto necessita de novas
descobertas diante de tantos problemas de saúde e sociais.
Anne Heracléia de Brito e Silva
ODONTOLOGIA HUMANIZADA:
O CONCEITO DE ATENDIMENTO CENTRADO NO PACIENTE
ATUAÇÃO DO CIRURGIÃO-DENTISTA COM OS
PACIENTES NÃO-COLABORATIVOS
Beatriz Brito de Oliveira
Lília Raquel Silva de Oliveira
Rayanne dos Santos Costa
Ruana de Oliveira Costa
Anne Heracléia de Brito e Silva
Mauro Gustavo Amaral Brito
1 INTRODUÇÃO
O ambiente odontológico é um espaço que visa o benefício da saúde bucal,
porém é importante ressaltar que também se tornou um local de insegurança
e medo para os pacientes.
Sob esse viés, é valido ressaltar que essa não colaboração ocorre em sua
grande maioria pelos pacientes pediátricos que possuem um conhecimento
prévio, ou seja, um conhecimento empírico, recebendo informações do
trabalho realizado pelos dentistas por meio dos relatos dos pais ou até mesmo
de outros familiares.
Nesse sentido, constata-se que os prejuízos podem ser gerados pela falta
de acompanhamento dos profissionais com a saúde bucal desses pacientes,
gerando assim enfermidades bucais.
Nesse aspecto, vale ressaltar que isso geralmente acontece pelo conhecimento 9
prévio ou pelas más experiências vivenciadas por esses pacientes, seja com um
mau atendimento, ou pela falta de conhecimento por parte do profissional
no momento de desenvolver técnicas ou metodologias para dar a segurança
qualificada que o paciente necessita em determinado procedimento. Desse
modo, surgiu o seguinte problema: Quais os tipos de ações que o Cirurgião-
Dentista deveria ter para atender os pacientes não-colaborativos?
Por conseguinte, esse trabalho visa ajudar a população, uma vez a orientação
adequada aos profissionais desenvolverá melhores ações e tratamentos menos
traumáticos para a indivíduos, sendo relevante também para os acadêmicos
ATUAÇÃO DO CIRURGIÃO-DENTISTA COM OS PACIENTES NÃO-COLABORATIVOS
ODONTOLOGIA HUMANIZADA:
O CONCEITO DE ATENDIMENTO CENTRADO NO PACIENTE
de Odontologia, pois irá auxiliá-los na sua formação para serem profissionais
competentes, agindo de modo adequado mediante os percalços que podem
enfrentar ao atender pacientes não-colaborativos.
O artigo será de grande valia para o avanço da ciência, tendo vista que
contribuirá para novos conhecimentos a favor de melhores cuidados com
pacientes, bem como o aprimoramento de atendimento dos especialistas da
Odontologia.
Dessa maneira, o artigo tem como objetivo central compreender os
principais tipos de ações que um Cirurgião-Dentista pode tomar para realizar
um melhor atendimento para os pacientes não-colaborativos, identificando os
principais itens que causam a não conformidade dos pacientes nos atendimentos
odontológicos e descrevendo a visão de especialistas que atuam no atendimento
de pacientes não-colaborativos.
2 REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 Conceito sobre pacientes não-colaborativos
Os pacientes não-colaborativos constituem um desafio significativo
para os profissionais de saúde, incluindo medicina, enfermagem, psicologia e
odontologia que impacta na eficácia dos cuidados prestados e na saúde. Esses
pacientes frequentemente apresentam dificuldades em aderir ao tratamento
proposto, o que pode resultar em complicações.
Sob essa óptica, acredita-se que esses pacientes provocam grandes
empecilhos em relação ao processo de atendimento, dificultando os tratamentos
a eles submetidos.
Nesse aspecto, a falta da colaboração por parte do paciente durante a
realização dos procedimentos, especialmente dos invasivos, em consonância
com a falta de qualificação profissional em identificar e manejar comportamentos
que não colaborem com o atendimento, pode tornar o tratamento dificultoso
10
(Possobon, 2007).
A contribuição do paciente é fundamental para ser realizado o tratamento
mais eficaz, seguro e efetivo, pois as suas ações influenciam diretamente no
processo, podendo comprometer o resultado.
Dessa forma, entende-se que com uma boa relação entre paciente e
profissional, pode acarreta em boas consequências como um cuidado mais
eficaz da saúde bucal, pela a maior frequência desse paciente ao consultório
odontológico, promovendo assim o bem-estar do paciente e sua colaboração.
Beatriz Brito de Oliveira - Lília Raquel Silva de Oliveira - Rayanne dos Santos Costa
Ruana de Oliveira Costa - Anne Heracléia de Brito e Silva - Mauro Gustavo do Amaral Brito
ODONTOLOGIA HUMANIZADA:
O CONCEITO DE ATENDIMENTO CENTRADO NO PACIENTE
Desse modo, nota-se que é necessário o estudo para o aprimoramento
das consultas realizadas em pacientes não-colaborativos, bem como o
aperfeiçoamento dos profissionais da saúde bucal, gerando assim boas relações
entre os profissionais e pacientes.
2.2 Principais causas da não conformidade dos pacientes
O comportamento não-colaborativo em pacientes pode ser influenciado
por uma variedade de fatores psicológicos, sociais e biológicos. Segundo Smith
(2017), a falta de compreensão da doença, o medo do tratamento, experiências
passadas negativas e questões psicológicas, como depressão e ansiedade, podem
contribuir para a não-colaboração do paciente.
O medo é um sentimento comum ao comportamento de todos os
indivíduos, podendo desencadear atos e ações de fuga, esquiva ou enfrentamento
dessa adversidade. O aumento do medo pode gerar efeitos negativos e maléficos
ao indivíduo, gerando maiores transtornos.
Dessa maneira, é importante avaliarmos a experiência que o paciente
recebe, pois ela pode desencadear problemas futuros. A realização de tratamentos
odontológicos tem sido relatada por muitos pacientes como uma ação geradora
de estresse e de ansiedade (Monte et.al, 2020).
Os fatores que levam os indivíduos a não colaborarem podem surgir
por diversas razões, sendo o medo pela dor que poderá acontecer um deles.
Segundo Alves (2012, p. 72) “O termo ansiedade pode ser empregado para
designar um estado afetivo normal de expectativa diante de algo ruim que
possa ocorrer.”, comprovando que esse estado antecipado de preocupação,
angústia e sofrimento pode resultar em um comportamento compulsivo e
não participativo dos procedimentos odontológicos.
O consultório odontológico em si pode ser também percebido como um
ambiente gerador da inconformidade, uma vez que o som, cheiro, iluminação
e decoração do espaço podem recordar memórias e sensações que limitam o
desenvolvimento do paciente. Atualmente, os consultórios de odontopediatria
11
utilizam balões, cores chamativas, brinquedos e espaços de diversão, afim de
gerar um conforto e segurança para as crianças.
Destaca-se também as crenças obtidas pelos indivíduos diante do Cirurgião-
Dentista, haja vista os processos preestabelecidos por outros profissionais que
utilizam equipamentos de proteção similares, recordam aspectos traumáticos.
O barulho dos equipamentos e instrumentos odontológicos, como os motores
podem colaborar para a aversão ao tratamento, assim como o uso de anestesia,
cortes e procedimentos invasivos.
ATUAÇÃO DO CIRURGIÃO-DENTISTA COM OS PACIENTES NÃO-COLABORATIVOS
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O CONCEITO DE ATENDIMENTO CENTRADO NO PACIENTE
A introdução e abordagem da família é outro elemento que pode causar
a crença de situações ameaçadoras. Como enfatiza (Possobon, 2000, p. 27.) “As
pessoas não nascem com medo de dentista: a associação de medo e Odontologia
desenvolve-se ao longo do processo de socialização e das experiências de
aprendizagem.’’, haja visto que as más vivências odontológicas dos pais são
repassadas para os filhos.
A compreensão dos especialistas sobre pacientes não colaborativos
revela os desafios enfrentados pela equipe de saúde. A não conformidade dos
pacientes pode ser atribuída a uma variedade de fatores, incluindo aspectos
psicológicos, sociais e econômicos. (Ferreira e Campos, 2023)
A resistência a mudança de hábitos, a falta de compreensão das instruções
médicas e até mesmo questões de desconfiança em relação ao sistema de saúde
são algumas das causas identificadas.
2.3 Visão de profissionais e estratégias de manejo
O desenvolvimento de estratégias de manejo com os pacientes não-
colaborativos está sendo amplamente incluído e incorporado nos atendimentos
atuais, uma vez que os profissionais foram eliminando o uso de medicamentos
para o controle do paciente.
Segundo Possobon (2019), estratégias direcionadas ao paciente, como a
comunicação empática, o estabelecimento de uma relação de confiança e o
respeito a autonomia do cidadão, são fundamentais a sua colaboração. Além
disso, o incentivo positivo e a resolução de problemas, podem colaborar para
a adesão ao tratamento (Garcia et.al, 2016).
A seguir, pode-se observar a divulgação da campanha que tem como
objetivo reforçar a proteção do paciente durante o atendimento.
12
Beatriz Brito de Oliveira - Lília Raquel Silva de Oliveira - Rayanne dos Santos Costa
Ruana de Oliveira Costa - Anne Heracléia de Brito e Silva - Mauro Gustavo do Amaral Brito
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Figura 1- Campanha do Dia Mundial da Segurança do Paciente.
Fonte: Conselho Federal de Odontologia (2019).
Diante disso, é possível notar o incentivo e adesão que o Conselho de
Odontologia enfatiza para que se prese o bem-estar do indivíduo, por meio
da comunicação profissional-paciente, haja vista que essa ação tem como
objetivo desenvolver segurança e conforto.
2.3.1 Estratégia de comunicação
A comunicação pode estabelecer um vínculo de conforto para o paciente
e uma forma de controle para o Dentista, gerando estratégias para a inclusão
e participação durante os procedimentos, dessa forma o indivíduo tem
a compreensão das ações que estão sendo realizadas, autentificando sua
13
autonomia e conhecimento.
O principal objetivo da comunicação é a compreensão. É importante
oferecer garantias de que a situação será menos ameaçadora possível,
o que exige do profissional uma atuação assertiva e que transmita
segurança e tranqüilidade para que a permanência na cadeira do
dentista ocorra sem maiores transtornos. (Albuquerque, Camila Moraes
et.al, 2010, p.111-112.)
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ODONTOLOGIA HUMANIZADA:
O CONCEITO DE ATENDIMENTO CENTRADO NO PACIENTE
Nesse sentido, o diálogo com o paciente é fundamental para promover
um tratamento eficaz, gerando uma estabilidade durante o procedimento,
pois a utilização da assistência emocional pela fala e compreensão do Dentista
sobre as sensações e sentimentos dos fatos relatados pelo paciente colaboram
para uma melhor intervenção do profissional.
2.3.2 Estratégia de dizer-mostrar-fazer
Uma das estratégias de manejo de comportamentos mais utilizadas e
discutidas pelos profissionais atualmente é o dizer-mostrar-fazer, que descrever
e informar ao paciente sobre o procedimento odontológico que será realizado,
utilizando imagens, objetos e elucidando ao paciente, por meio da visualização
e contextualização de cada passo que está sendo feito (Wilson; Cody, 2005).
Logo abaixo, segue a imagem do método dizer-mostrar-fazer aplicada
pelo profissional.
Figura 2- Aplicação da técnica dizer-mostra-fazer.
14
Fonte: Dental Office (2021).
Nesse sentido, os profissionais foram desenvolvendo atividades para a
participação do paciente diante das dificuldades apresentadas, uma vez que
as ações que o Cirurgião-Dentista estabelece no atendimento do paciente é
amplamente importante para seu comportamento.
O atendimento adequado da criança não- colaboradora requer
um cirurgião-dentista preparado para trabalhar com os problemas
comportamentais, considerando as características de cada criança,
a fase de desenvolvimento em que se encontra e as circunstâncias
específicas de cada situação. (Possobon, 2000, p. 29-30.)
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Nesse sentido, os especialistas destacam a importância de uma abordagem
empática e centrada no paciente, que leve em consideração não apenas as
necessidades clínicas, mas também as circunstâncias individuais que influenciam
o comportamento não colaborativo.
Estratégias de comunicação eficazes, educação em saúde e apoio
psicossocial são citados como elementos-chave para promover uma maior
adesão e engajamento do paciente no seu próprio processo de cuidado. A
implementação de políticas de saúde pública que abordem essas questões
de forma holística também é considerada fundamental para enfrentar esse
desafio de maneira mais abrangente e eficaz.
Entretanto ao se tratar de uma criança, estabelece-se uma relação de
um para dois: o dentista, o paciente infantil e seus pais ou responsáveis.
A importância deste contato unificador tornar-se-á evidente quando
forem descritas as técnicas de controle (Albuquerque, Camila Moraes
et.al, p. 110, 2010).
Dessa forma, os especialistas na área afirmam que a cooperação dos pais
ou responsáveis é de suma importância para o desenvolvimento desse paciente
não colaborativo principalmente na fase inicial da vida, pois é através dessa
parceria entre dentista e responsável que os pacientes podem ser tratados de
maneiras mais eficazes.
A seguir, pode-se observar a segurança que o paciente apresenta com o
acompanhamento dos pais.
Figura 3- Participação dos pais.
15
Fonte: Clínica Odontológica Dra. Mônica Avariz (2011).
Nesse viés, a presença do responsável facilita o atendimento odontológico,
ficando mais seguro e confortável, uma vez que gera uma rede de apoio
emocional para as crianças.
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ODONTOLOGIA HUMANIZADA:
O CONCEITO DE ATENDIMENTO CENTRADO NO PACIENTE
2.3.3 Estratégia de utilização do tempo
Outra técnica bastante usada é a organização do tempo, que envolve
comunicar a duração da execução do profissional, contando os segundos em
voz alta, a fim de promover ao paciente o conhecimento do tempo gasto em
cada etapa, tornando menos ameaçador. Nesse contexto, o paciente fica ciente
da duração dos procedimentos realizados.
Dividir o procedimento em intervalos de tempo pode fazer com que
o paciente tenha percepção de controle sobre o tratamento e passe a emitir
comportamentos de colaboração (Milgrom, Weinstein, Kleinknecht e Getz,
1985 apud Rolim, De Sá Rocha e De Moraes, 2015). Dessa forma, o sentimento
de segurança e autonomia colaboram para a realização do tratamento.
Sob esse viés, se faz necessário que o profissional odontológico se
especialize ou use técnicas que possam aderir uma maior segurança para
os pacientes não colaborativos, pois sem o uso de técnicas ou estratégias a
dificuldade desses pacientes se torna cada vez maior, acarretando a ausência
desses nos consultórios odontológicos e assim prejudicando a sua saúde bucal.
O atendimento adequado da criança não- colaboradora requer
um cirurgião-dentista preparado para trabalhar com os problemas
comportamentais, considerando as características de cada criança,
a fase de desenvolvimento em que se encontra e as circunstâncias
específicas de cada situação. (Possobon, 2000, p. 29-30.)
Por este motivo, o cirurgião-dentista deve analisar o próprio comportamento
e estar atento não somente aos procedimentos manuseados, mas também
aos efeitos desta prática para o paciente, os acompanhantes e para si mesmo
(Moraes e Pessotti, 1985 apud Possobon, 2007).
Logo abaixo, segue a campanha realizada pelo Conselho Regional de
Odontologia de Pernambuco, com o intuito de reforçar a importância do
cuidado que o Cirurgião-Dentista deve ter para atender o paciente.
16
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Figura 4- Campanha “Sempre bem protegida, para bem proteger”
Fonte: Conselho Regional de Odontologia de Pernambuco (2020).
Dessa maneira, a capacitação do estudante de odontologia para avaliar as
reações do paciente e usar estratégias psicológicas que reduzam a ansiedade
e aumentem a colaboração deve ser considerada tão importante quanto sua
formação técnica.
Diante dessa perspectiva, nota-se que essas técnicas de manejo devem ser
apresentadas e praticadas desde o início da profissão, ou seja, pelos acadêmicos,
uma vez que com o conhecimento prévio de informações e intervenções
sobre a utilização e explicação do tempo para o paciente podem fornecer um
maior auxílio profissional.
Portanto, é possível notarmos a relevância dessa questão para o 17
melhoramento do atendimento aos pacientes não-colaborativos e para a
atuação dos Cirurgiões-Dentistas, resultando em tratamentos mais eficazes.
3 METODOLOGIA
O artigo desenvolvido trata-se de uma pesquisa teórica bibliográfica, com
ponto de vista qualitativo, pois de acordo com Minayo (2009), essa visão tem
como finalidade de trabalhar com os significados, dos motivos, dos valores e
das atitudes.
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ODONTOLOGIA HUMANIZADA:
O CONCEITO DE ATENDIMENTO CENTRADO NO PACIENTE
Desenvolve ideias específicas e tem como aspectos centrais a opção por
métodos e teorias apropriados ao que se pretende pesquisar, e aplica meios
para a coleta de dados onde na maioria dos eventos é desempenhada mediante
o foco na interpretação e não na quantificação.
Trata-se de uma pesquisa teórica, realizada em artigos científicos e revistas,
entre 2000 a 2024, pelas bases Google Acadêmico, Scientific Electronic Library
Online (SciELO), Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações (BDTD),
Revistas de Livre Acesso (LivRe) e Index.
Por tratar-se de uma pesquisa qualitativa, é subjetiva em relação ao objeto
de estudo, baseando-se na dinâmica e abordagem do problema investigado.
Seu objetivo é descrever e interpretar os componentes do estudo realizado
de maneira detalhada.
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ao longo deste estudo, foi possível examinar o desafio enfrentado pelos
profissionais de saúde ao lidar com pacientes não colaborativos. Esses pacientes
apresentam uma variedade de comportamentos e atitudes que dificultam o
processo de tratamento e cuidado.
Notou-se que a falta de colaboração pode resultar em consequências
para a saúde do paciente, bem como para o benefício dos serviços de saúde.
Estratégias de abordagem foram discutidas, destacando a importância da
comunicação eficaz, empatia e compreensão das causas subjacentes do
comportamento não colaborativo.
Além disso, identificaram-se áreas de pesquisa adicionais que podem
fornecer insights adicionais sobre como melhorar o envolvimento dos
pacientes no processo de cuidado. Este estudo destaca a necessidade contínua
de desenvolver abordagens e intervenções personalizadas para atender às
necessidades individuais dos pacientes não colaborativos, visando melhorar os
resultados clínicos e promover uma relação mais satisfatória entre profissionais
de saúde e pacientes.
18
Diante do exposto, conclui-se que esse artigo teve o objetivo de desenvolver
uma pesquisa que visa abordar os aspectos gerais dos pacientes não colaborativos
dentro dos consultórios odontológicos. Dessa maneira se faz notório que o
cirurgião-dentista tem a principal influência na perspectiva desse paciente,
que possui um conhecimento empírico. Nesse sentido o artigo abordou a
visão de especialistas e algumas de suas estratégias para tratar o paciente
não-colaborativo.
Beatriz Brito de Oliveira - Lília Raquel Silva de Oliveira - Rayanne dos Santos Costa
Ruana de Oliveira Costa - Anne Heracléia de Brito e Silva - Mauro Gustavo do Amaral Brito
ODONTOLOGIA HUMANIZADA:
O CONCEITO DE ATENDIMENTO CENTRADO NO PACIENTE
Em suma, o artigo conseguiu explana a dificuldade que esses pacientes
podem enfrenta, por não terem uma frequência contante nos consultores
odontológicos, gerando assim prejuízos significativos para o bem estar desses
pacientes, que em sua grande maioria são crianças que possuem um medo
e uma insegurança quando se tratar de ir até um consultório odontológico.
Por fim, este estudo destaca a necessidade de mais pesquisas para explorar
intervenções específicas e estratégias de apoio para pacientes não colaborativos
em diferentes contextos clínicos. A colaboração entre profissionais de saúde,
pesquisadores e formuladores de políticas é essencial para desenvolver
abordagens inovadoras e sustentáveis que melhorem os resultados de saúde e
promovam uma experiência de cuidado mais positiva para todos os envolvidos.
REFERÊNCIAS
ALBUQUERQUE, Camila Moraes et.al. Principais técnicas de controle de
comportamento em Odontopediatria. Arquivos em odontologia, v. 46,
n. 2, 2010. Disponível em: https://periodicos.ufmg.br/index.php/
arquivosemodontologia/article/view/3535. Acesso em: 18 maio 2024.
ALVES, Simone Marin. A Relação entre capacidades empáticas, depressão
e ansiedade em jovens. Dissertação (Mestrado em Psicologia Social) -
Universidade
Federal da Paraíba, João Pessoa, p.72, 2012. Disponível em: https://
repositorio.ufpb.br/jspui/handle/tede/6920. Acesso em: 18 maio 2024.
CLÍNICA ODONTOLÓGICA DRA. MÔNICA AVARIZ. A
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em:https://www.google.com/url?sa=i&url=https%3A%2F%2F2.zoppoz.workers.dev%3A443%2Fhttps%2Fwww.
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Acesso em: 25 maio 2024.
CONSELHO FEDERAL DE ODONTOLOGIA. Campanha em apoio
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ATUAÇÃO DO CIRURGIÃO-DENTISTA COM OS PACIENTES NÃO-COLABORATIVOS
ODONTOLOGIA HUMANIZADA:
O CONCEITO DE ATENDIMENTO CENTRADO NO PACIENTE
campanha-em-apoio-ao-dia-mundial-da-seguranca-do-pa
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ATUAÇÃO DO CIRURGIÃO-DENTISTA COM OS PACIENTES NÃO-COLABORATIVOS
ODONTOLOGIA HUMANIZADA:
O CONCEITO DE ATENDIMENTO CENTRADO NO PACIENTE
PERIODONTITE E SUA RELAÇÃO
BIDIRECIONAL COM A DIABETES MELLITUS:
A IMPORTÂNCIA DE UM ACOMPANHAMENTO
MULTIPROFISSIONAL
Ana Caroline Cardozo dos Santos Brito
Graziele Cristina de Sousa Moraes
Renata Ádria Sousa Brito
Tamires Rodrigues de Carvalho
Anne Heracléia de Brito e Silva
Mauro Gustavo do Amaral Brito
1 INTRODUÇÃO
A periodontite é uma doença inflamatória crónica dos tecidos
moles que envolvem os dentes. A principal etiologia da periodontite é a
interação do hospedeiro com os microrganismos do biofilme oral, causada
por má higiene oral. Porphyromonasgingivalis, Streptococcus sanguis,
Actinomycesviscosus,Tannerellaforsítia,Fusobacteriumnucleatum, e Treponema
dentícola são alguns dos microrganismos.
Assim, a inter-relação entre microrganismos e hospedeiro ativa uma série
de respostas imunológicas e inflamatórias que causam uma liberação de vários
mediadores químicos da inflamação, células imunes, enzimas proteolíticas,
produtos microbianos e radicais livres ou espécies reativas de oxigênio (ROS)
22
na gengiva. Através dessa interação que inicia com a gengivite se não tratada, a
mesma avança para periodontite, que se manifesta clinicamente como formação
de bolsa, perda de inserção do tecido conjuntivo, mobilidade dentária, recessão
gengival, perda óssea alveolar e, subsequentemente, perda de dentes.
Nesse sentido, a doença periodontal sofre influência de fatores tanto
sistêmicos como ambientais como o tabagismo, diabetes mellitus tipo 2,
condições de doença imunocomprometida (por exemplo, HIV), deficiência
nutricional, medicamentos, má higiene bucal e fatores genéticos. Entre os fatores
sistêmicos, a diabetes mellitus tipo 2 entra como grande foco de estudo, por
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ter uma relação de mão dupla com a periodontite. A diabetes é consequência
de distúrbios metabólicos que leva a hiperglicemia, tendo como as principais
a diabetes tipos 1 e a 2 (Casanova et al., 2014).
Por isso, a dúvida que surge é de como um acompanhamento
multiprofissional influenciaria na relação bidirecional da periodontite com
a diabetes mellitus. Visto que, no trabalho de Shakib (2023) é concluído que
adultos nos EUA com diabetes mellitus não controlado foi significativamente
associado a maiores chances de doença periodontal em comparação com
aqueles com diabetes mellitus controlado e sem diabete mellitus nos EUA.
Da mesma forma, que com a presença de doença periodontal ativa se torna
mais difícil o controle glicêmico.
O interesse pelo tema surgiu a partir de uma indagação sobre a periodontite
e a diabetes possuírem uma inter-relação que estabelece um desafio para
todas as profissões que abrangem a área da saúde. Em sentido, é assunto que
possui tamanha importância para que os profissionais saibam lidar com esses
pacientes. Desse modo, com essa pesquisa, o conhecimento acerca da inter-
relação entre as duas poderá melhorar cientificamente.
O tema proposto tem grande relevância acadêmica e social, pois é
importante que o acadêmico do curso de Odontologia e o Cirurgião-Dentista
tenham conhecimento sobre o assunto, para assim, prevenir e tratar possíveis
doenças em que o pacientes já pode sofrer sem possuir conhecimento,
do mesmo modo, para reconhecer e modificar os fatores de risco para o
desenvolvimento de doenças. Logo, é a partir do conhecimento e da capacitação
que a equipe odontológica ofertará um atendimento humanizado, criando
vínculos e quebrando paradigmas junto com o paciente.
Assim, o presente estudo visa apresentar informações à sociedade no
sentido de levar esse tipo de conhecimento para superar barreiras encontradas
na prática odontológica, mantendo-lhes informados do envolvimento entre
essas duas doenças, como também a profissionais de outras áreas, já que o
tema abordado envolve toda uma equipe multidisciplinar. 23
O objetivo deste trabalho é analisar a importância de um acompanhamento
multiprofissional para a relação bidirecional da periodontite com a diabetes
mellitus, tendo como objetivos secundários em comentar sobre a diferença
da diabetes tipo 1 e tipo 2; definir os principais fatores que relacionam a
periodontite e a diabetes mellitus e identificar como funciona a periodontite.
PERIODONTITE E SUA RELAÇÃO BIDIRECIONAL COM A DIABETES MELLITUS:
A IMPORTÂNCIA DE UM ACOMPANHAMENTO MULTIPROFISSIONAL
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O CONCEITO DE ATENDIMENTO CENTRADO NO PACIENTE
2 REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 Etiopatogenia da doença periodontal
A periodontite é uma doença bucal inflamatória crônica multifatorial
causada pelo insucesso do sistema imunológico do hospedeiro na defesa em
relação ao aglomerado de biofilme microbiano, resultando na danificação
gradativa dos tecidos de suporte dentário. Devido seu desenvolvimento lento e
assintomático, consegue alcançar níveis de reabsorção óssea alveolar em grande
parte irreversível. Em geral, muitos pacientes não percebem sua existência até
que a condição tenha avançado o suficiente para causar mobilidade dental.
De acordo com o relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS) de
2022, a doença periodontal grave está entre uma das principais causas da carga
de doenças bucais (WHO, 2022). A periodontite pode causar o mau hálito,
mobilidade dentária e até a perda dos dentes. Em dentes comprometidos,
pode haver recessão gengival, expondo as raízes dos mesmos, aumentando
também a sensibilidade. A periodontite também pode estar relacionada a
outras doenças, como diabetes, pneumonia e cardíacas (Newman et al., 2023).
Entretanto, é um processo patogênico que apresenta diferente intensidade
e gravidade de acordo com o indivíduo em que está instalada, por aspectos
multifatoriais. Dispondo de uma classificação complexa, em que aspectos
como a apresentação clínica, a faixa etária do paciente quando foi submetido
ao diagnóstico, a taxa de progressão da doença e fatores sistêmicos e locais
podem aumentar o risco, assumem um papel de extrema relevância em seu
tratamento. (Steffens e Marcantonio 2018).
Isso corresponde às bactérias associadas à periodontite, que geram e
liberam lipídios imunomoduladores. Os fibroblastos gengivais podem absorver
lípidios bacterianos específicos e hidrolisá-los numa variedade de produtos.
A quantidade de mudanças ou adição de lipídios provenientes das bactérias
afetará na função da célula hospedeira e, portanto, será parte da interação
24
entre as respostas do hospedeiro e as bactérias locais. (Guido et al., 2023).
A cavidade oral comporta regularmente uma grande variedade de
microrganismos, que são capazes de prevenir infecções direta ou indiretamente,
concedendo ao hospedeiro nutrientes essenciais, aprimorando seus mecanismos
de defesa e/ou impedindo o surgimento de bactérias que ordinariamente não
causam danos à saúde em biofilmes orais, limitando sua mutação em biofilmes
virulentos (Negrini et al. 2021).
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A mudança da saúde para a doença envolve o aumento da presença de
“patógenos fundamentais”, que, apesar de estarem em quantidade reduzida,
conseguem escapar da resposta do organismo e criar um ambiente favorável ao
desenvolvimento de organismos inflamatórios que provocam a perda das estruturas
de suporte dos dentes e se manifesta como periodontite. (Hajishengallis,
Chavakis e Lambris. 2020)
O diagnóstico da periodontite é vinculado a parâmetros clínicos e
radiográficos. Características como sangramento à sondagem, perda de
inserção interproximal maior que 3mm em sítios distantes, profundidade de
sondagem maior que 4mm na vestibular e lingual e perda óssea radiográfica
devem ser investigadas clinicamente e adicionadas ao histórico médico dos
pacientes (Slots, 2017). Sua principal forma de tratamento é a contenção do
biofilme por meio da utilização de instrumentos mecânicos para raspagem e
alisamento corono radicular (Donos et al., 2020).
Portanto, compreende a periodontite como um processo patogênico que
varia em intensidade e gravidade dependendo do indivíduo, influenciado por
diversos aspectos. A instalação e a progressão da doença periodontal envolvem
variáveis modificadoras locais, sistêmicos, ambientais e genéticos.
2.2 Etiopatogenia diabetes mellitus.
Ainda nesse cenário, como já dito, em que dentro da periodontite, a
diabetes mellitus entra como um dos principais fatores sistêmicos, justamente
por ter uma relação de mão dupla com a periodontite. Nesse sentido, a diabetes
mellitus é causada pela hiperglicemia, tendo resultado de defeitos na secreção
de insulina em sua ação ou em ambas. A presente doença é caracterizada por
apresentar dois tipos, sendo elas a tipo 1 e tipo 2.
De acordo com a Pesquisa Nacional de Saúde, estimaram que para adultos
brasileiros há uma prevalência de diabetes mellitus de 9,2%, variando nas
regiões Sudeste (10,5%), seguido por Centro-Oeste (10,3%), Nordeste (8,7%), Sul
(8,5%) e Norte (6,8%), isso devido ao pouco investimento dos serviços de saúde
25
na prevenção e tratamento da doença, logo, sem prevenção a essas doenças,
mais aumenta a estimativa. (Nascimento, 2023).
No Brasil é reconhecida por ser um grande problema de saúde pública,
onde deve haver investimento para tal situação, como na prevenção, no
controle e nos cuidados longitudinais devidos. Essa doença é uma condição
sensível do setor primário, cujo, uma enfermidade que poderá ser controlada
e evitada a partir de ações de profissionais do âmbito da saúde básica, já que
no país há um cuidado para os enfermos, visando fortalecer e qualificar a
atenção voltada para eles. (Muzy, 2021).
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O CONCEITO DE ATENDIMENTO CENTRADO NO PACIENTE
Dito isso, a diabetes mellitus tipo 1 é uma doença autoimune, poligênica,
decorrente da destruição das células beta-pancreáticas, ocasionando deficiência
completa na produção de insulina, caracterizada por ser uma doença mais
agressiva e, antigamente sendo chamada como diabetes insulinodependente
ou diabetes juvenil. É uma doença crônica, justamente pela destruição que
ela causa das células responsáveis pela produção de insulina por um processo
imunológico, isto é, a formação de anticorpos pelo próprio organismo contra
essas células, ocasionando uma deficiência desse hormônio (Santos e Souza
2023).
A diabetes mellitus tipo 2 é considerada um distúrbio metabólico que
corresponde na resistência à insulina, onde está associada ao sedentarismo,
obesidade e a hábitos deletérios na alimentação. Desse modo, a hiperglicemia
causada por esta comorbidade, em um período de longo prazo, pode colaborar
para a formação de danos em diversos órgãos, como coração, rins, olhos,
sistema nervoso, sistema cardiovascular e periodonto. Como também há
diferentes condições bucais e a periodontia sendo considerada uma das
principais complicações causada por ela, fazendo com que a periodontite seja
alta e com sintomas mais graves (Texeira e Maciel, 2023)
No presente trabalho realizado por Steffens et al. (2022) abordam sobre
a conduta que deve ser tomada após ter o diagnóstico da diabetes mellitus
juntamente com o CD, já que é um profissional fundamental para o equilíbrio do
quadro da doença, são elas: se sofrerem de periodontite, suas metas terapêuticas
glicêmicas podem ser mais difíceis de serem alcançadas, tendo maiores riscos
de outras complicações, por isso realizar rotineiramente avaliação periodontal
e realizar a terapia periodontal não cirúrgica, independentemente dos níveis
glicêmicos do paciente, pois pode ajudar a alcançar as metas terapêuticas do
cuidado com a diabetes.
Contudo, a diabetes mellitus é um dos fatores mais importante a ser
cuidado quando o paciente se tem periodontite, sendo ela de dois tipos,
tipo 1 e 2. Essa doença é reconhecida como um grande problema de saúde
26
pública, tendo em vista que se trata de uma enfermidade com tratamento
multiprofissional, onde haja o controle diariamente e cuidados com a saúde
bucal. Logo, a prevenção, assim como o tratamento em conjunto poderá
melhorar consideravelmente a qualidade de vida desses pacientes.
2.3 Os principais fatores que relacionam a periodontite e a diabetes mellitus.
A periodontite e a diabetes são doenças crônicas graves com uma relação
bidirecional interativa, ou seja, o diabetes promove a ocorrência e progressão
da periodontite, e a periodontite afeta o controle glicêmico na diabetes.
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O CONCEITO DE ATENDIMENTO CENTRADO NO PACIENTE
A diabetes não causa a doença periodontal, porém pacientes diabéticos
geralmente apresentam quadros mais graves de periodontite do que pacientes
não diabéticos (Shi, et al., 2023).
São diversos os mecanismos de portadores de diabetes que influenciam na
periodontite. Entre eles está o estresse oxidativo induzido por hiperglicemia,
é de conhecimento geral que hiperglicemia é a principal característica da
diabetes induzida pela falta de insulina ou pela diminuição da ação da mesma.
Em portadores de diabetes foi constados um maior número de estresse
oxidativo no tecido periodontal, evidenciando assim, que com uma glicose
descompensada acontece um agravamento da periodontite relacionado com
o aumento do estresse oxidativo (Shinjo e Nishimura, 2024).
Além disso, a hiperglicemia pode contribuir para uma maior reabsorção
óssea alveolar na periodontite. Os estudos têm sido controversos em relação ao
efeito da glicose no processo de diferenciação de células hematopoiética em
osteoclastos maduros, alguns apontam que ela induz osteoclastos, em outros
ela inibiu a diferenciação dos osteoblastos. Porém é certo que ela dificulta a
cicatrização do tecido oral, prejudicando a remodelação óssea, o que ocasiona
uma piora do quadro da periodontite (Shinjo e Nishimura, 2024).
Ademais, segundo estudo produzido por Wang et al. (2016), a hiperglicemia
junto com a doença periodontal não tratada pode contribuir para o aumento
da produção de TNF-α, que são citocinas capazes de provocar a morte celular,
elas são produzidas por monócitos e macrófagos, e que a geração excessiva
de TNF-α, por sua vez, promoveu um maior estado pró-inflamatório e dano
tecidual levando a uma perda óssea.
A doença periodontal aumenta os níveis sistêmicos de AGEs em pacientes
com diabetes mellitus. As bactérias nos tecidos periodontais ajudam no estímulo
da formação de AGEs, essas entram no fígado e ativam a resposta de fase aguda
que causa a liberação de numerosas proteínas de fase aguda que entram nos
tecidos pancreáticos e causam disfunção pancreática. As citocinas afetam os
receptores de insulina, os receptores GLUT e as células beta do pâncreas; 27
reduzir a secreção de insulina e aumentar a resistência à insulina, o que afeta
a captação de glicose pelas células e leva à hiperglicemia (Chopra et al.2022).
Por outro lado, bactérias patogênicas periodontais têm sido associadas
a uma diminuição do controle glicêmico em pacientes diabéticos, e como
resultado tem uma elevação nos níveis de hemoglobina glicada. Os números
elevados de uma microbiota específica, que são elas P.gingivalis, T. denticola, T.
forsythiaeA. Actinomycetemcomitans. Com efeito, segundo estudo de Kassab
et al. (2020), são esses microrganismos patógenos que causam uma elevação da
hemoglobina glicada acompanhada de um aumento da resposta inflamatória.
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Assim, pode se notar que a diabetes e a periodontite possuem grande
influência uma na outra e como essa via de mão dupla é tão complexa. Em
vista do exposto, foram vários os fatores apresentados que esclareceram isso,
porém essa relação mesmo sendo uma das mais estudadas na atualidade,
ainda possuem muito estudos inconclusivos, mostrando assim que ainda
muito tem que ser estudado sobre essa relação, entretanto é certo que para
um bom equilíbrio das duas, um tratamento multiprofissional é necessário.
2.4 Atendimento multiprofissional
O atendimento multiprofissional é crucial no manejo de casos de
periodontite e diabetes devido a complexa interação entre as doenças. Dados
da Pesquisa Nacional de Saúde 2019 realizada pelo IBGE em parceria com o
Ministério da Saúde e o Ministério da Economia, demonstram que a perda
dental atribuída à periodontite está significativamente associada a diabetes e
a fatores de risco comuns, e que a presença de tabagismo ou comorbidades,
como hipertensão e artrite reumatoide, em indivíduos com diabetes, aumenta
a força dessa associação, enfatizando assim a importância do atendimento
multiprofissional (Medeiros et al. 2019).
Frente ao exposto, tanto a Sociedade Brasileira de Periodontologia
(SOBRAPE) e a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM)
nominaram comissões para elaborar diretrizes conjuntas designadas aos
pacientes, médicos, cirurgiões-dentistas e equipes atuantes no Sistema Único
de Saúde, o que pode gerar maiores chances de diagnóstico precoce; a melhora
no controle glicêmico dos pacientes com diabetes, especialmente daqueles
com maiores níveis de HbAc1; a diminuição de complicações do diabetes em
pacientes com a doença; a diminuição dos custos com o tratamento e melhora
no estilo de vida (Steffenset al. 2022).
O tratamento integrado pode melhorar significativamente a qualidade de
vida dos pacientes promovendo melhores resultados clínicos. O profissional
CD capacitado pode no momento da consulta avaliar a glicemia e caso esteja
28
alterado, encaminha o paciente para o endocrinologista para o sucesso do
tratamento periodontal. Uma abordagem colaborativa de toda a equipe é
essencial para otimizar o tratamento de saúde e garantir o bem-estar do
paciente de forma coordenada.
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3 METODOLOGIA
Para o atual trabalho, a metodologia usada foi uma revisão bibliográfica
Rubens (1980), abordando sobre a relação bidirecional entre a periodontite,
a diabetes mellitus e seu tratamento multiprofissional. Foram escolhidos os
artigos mais relevantes dos últimos 5 anos (2020, 2021, 2022, 2023 e 2024), a
partir de um estudo exploratório, por meio da leitura de artigo e livros que
abordem essa temática. Assim, foram realizadas pesquisas em plataformas
periódicas científicas, Scientific Electronic Library Online (SciELO), Bireme
(BVS), National institute sofhealth (NIH).
4 CONCLUSÃO
Através desse estudo, verificou-se que a periodontite é uma doença
inflamatória bucal crônica multifatorial que resulta na deterioração dos tecidos
de suporte dentário devido à falha do sistema imunológico do hospedeiro em
lidar com o biofilme microbiano. Essa condição, muitas vezes assintomática,
pode levar a reabsorção óssea irreversível e consequências como mobilidade e
perda dental. A relação entre periodontite e diabetes mellitus é notável, como
ambas as doenças se influenciam mutuamente, intensificando os sintomas
e complicações. Enquanto a diabetes contribui para o desenvolvimento e
progressão da periodontite, esta, por sua vez, pode afetar o controle glicêmico
na diabetes, amplificando os riscos e a gravidade das complicações de ambas
as condições.
O diagnóstico e tratamento integrados dessas doenças exigem uma
abordagem multiprofissional, destacando a importância do trabalho conjunto
entre cirurgiões-dentistas, endocrinologistas e outros profissionais de saúde.
A colaboração entre diferentes áreas da saúde é fundamental para fornecer
cuidados abrangentes e eficazes aos pacientes, desde o diagnóstico precoce até
o gerenciamento contínuo das doenças. Diretrizes conjuntas elaboradas por
organizações como a Sociedade Brasileira de Periodontologia e a Sociedade 29
Brasileira de Endocrinologia e Metabologia podem melhorar o controle
glicêmico, reduzir complicações e otimizar os resultados clínicos.
Constata-se que o atendimento multiprofissional não só beneficia o
paciente em termos de saúde física, mas também contribui para melhorar
sua qualidade de vida e bem-estar geral. Em suma, a abordagem integrada e
colaborativa no manejo da periodontite e diabetes mellitus é essencial para
enfrentar os desafios complexos apresentados por essas condições inter-
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ODONTOLOGIA HUMANIZADA:
O CONCEITO DE ATENDIMENTO CENTRADO NO PACIENTE
relacionadas. Ao reconhecer e tratar efetivamente as conexões entre essas
doenças, os profissionais de saúde podem proporcionar melhores resultados
clínicos e uma melhor qualidade de vida para os pacientes.
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PERIODONTITE E SUA RELAÇÃO BIDIRECIONAL COM A DIABETES MELLITUS:
A IMPORTÂNCIA DE UM ACOMPANHAMENTO MULTIPROFISSIONAL
ODONTOLOGIA HUMANIZADA:
O CONCEITO DE ATENDIMENTO CENTRADO NO PACIENTE
A INFLUÊNCIA DA MÁ ALIMENTAÇÃO NA
INCIDÊNCIA DE CÁRIE DENTÁRIA
EM CRIANÇAS
Alanna Pergentino de Oliveira
Guilherme Mamede Silva de Lima
Sávia Arabelly dos Santos Monteiro
Wanessa Vitória Oliveira Boson de Castro
Anne Heracléia de Brito e Silva
Mauro Gustavo do Amaral Brito
1 INTRODUÇÃO
Este trabalho retrata as influências da má alimentação na incidência de
cárie dentária em crianças, visto que apresenta obstáculos voltados à ausência
de informações da sociedade e o despreparo de realizarem uma higienização
bucal correta durante a dentição decídua. Por isso, tem-se como objetivo
mencionar os principais fatores que a alimentação inadequada pode causar no
surgimento de danos à cavidade oral, identificar os principais alimentos que
podem resultar na cárie dentária e demonstrar através de imagens os meios,
como também a importância de uma limpeza bucal adequada.
Nesse contexto, segundo Carvalho et al., (2022), a cárie dentária é classificada
como uma doença de origem multifatorial, além de ser um revés da saúde pública,
na qual pode ser adquirida em qualquer fase da vida humana, porém as crianças
34
ainda são consideradas o alvo principal dessa patologia.
Outrossim, a cárie dental afeta milhares de indivíduos em todo o mundo
e é uma das principais razões para a perda dentária em adultos e crianças.
Sendo causada por três fatores principais: Alimentos cariogênicos, bactérias
e o tempo (Karched; Ali; Ngo, 2019). Ademais, os açúcares fermentescíveis
são vistos como os principais responsáveis pelo surgimento da cárie, já que as
bactérias presentes na cavidade bucal desfrutam desses açúcares para produzir
ácidos que causam o desgaste no esmalte dentário (Martins et al., 2021).
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Wanessa Vitória Oliveira Boson de Castro - Anne Heracléia de Brito e Silva - Mauro Gustavo do Amaral Brito
ODONTOLOGIA HUMANIZADA:
O CONCEITO DE ATENDIMENTO CENTRADO NO PACIENTE
À vista disso, é essencial salientar que as mães desempenham um importante
papel ao instruir seus filhos sobre a higienização bucal e a prática de uma boa
alimentação. Assim, segundo Piasetzki, Boff, Battisti (2020) os hábitos serão
moldados por uma rede de influências genéticas e ambientais, tendo em vista
as preferências ou não por um alimento. Apesar disso, essa influência genética
é moldada ao longo da vida, a qual não é imutável.
Desta forma, manter a higienização bucal em dia, com a remoção eficiente e
regular da placa bacteriana, é fundamental para prevenir e controlar a doença.
Além disso, fatores como nível de renda, escolaridade dos responsáveis,
número de residentes na mesma residência e condições de moradia, também
são indicadores de risco para o desenvolvimento da cárie (Paredes et al., 2020).
Desse modo, surgiu o seguinte problema: Quais os fatores de risco que a
alimentação inadequada pode causar na incidência da doença cárie?
Logo, a busca de respostas à problemática se desenvolverá através dos
objetivos mencionados, por outro lado o trabalho proporcionará um comando
seguro ao acadêmico de odontologia e os conhecimentos serão aprofundados
acerca da temática cárie.
2 REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 A cárie dentária: etiologia
A cárie dentária é uma condição que atinge os dentes por meio das bactérias
chamadas Streptococcus mutans presentes na cavidade bucal. Essas bactérias
formam placas resistentes e difíceis de serem removidas, ocasionando no decorrer
do tempo dor e desconforto.
Nesse sentido, segundo Walsh et al. (2019), a cárie pode ser descrita
como uma patologia que afeta os tecidos mineralizados dos dentes, decorrente
da interação entre bactérias cariogênicas no biofilme dental e carboidratos
fermentáveis. Por isso, caracteriza-se por ser um processo que avança lentamente 35
e na escassez de tratamento adequado pode ocorrer a destruição patológica
dos tecidos dentários, sendo capaz de atingir o esmalte, a dentina e o cemento
radicular, tendo o potencial de extração dos elementos dentários.
Posto isso, relaciona-se a uma condição crônica que provoca consequências
funcionais, sociais, psicológicas e físicas, como dor, manchas escuras nos dentes,
baixa autoestima, dificuldades nas refeições, entre outras. Ademais, as doenças e
distúrbios orais resultam de alterações na microbiota oral residente. O equilíbrio
entre bactérias benéficas e patogênicas é um dos fatores que determinam a saúde
bucal de uma pessoa.
A INFLUÊNCIA DA MÁ ALIMENTAÇÃO NA INCIDÊNCIA DE
CÁRIE DENTÁRIA EM CRIANÇAS
ODONTOLOGIA HUMANIZADA:
O CONCEITO DE ATENDIMENTO CENTRADO NO PACIENTE
Sendo assim, a cárie é o resultado de um desequilíbrio ecológico na
homeostase entre os minerais dos dentes e o biofilme microbiano oral
(Alvarenga, 2020). Além do mais, segundo Crescente, Gehrke e Santos (2022), é
enfatizado que a cárie é uma consequência advinda da interação entre fatores
comportamentais, biológicos e socioeconômicos, como também da falta de
acesso aos serviços de saúde pública e aos cuidados recebidos ao longo da vida.
Assim, o surgimento da cárie é considerado como um processo complexo,
multifatorial e dinâmico que envolve bactérias produtoras de ácido através da
fermentação dos alimentos e da remoção de minerais dentários (Ancuceanu,
2019).
Nesse contexto, conforme Lima (2020), a cárie é uma doença que pode
atingir todas as crianças se os pais não tiverem os devidos cuidados de higiene
para com elas.
Portanto, quanto mais as bactérias se proliferam, mais elas agridem o dente,
com isso, pode haver uma lesão que cause a perda de uma parte significativa do
dente ou a perda completa do próprio elemento dentário, o qual sucederá
impactos negativos e complicações na saúde das crianças.
2.2 O impacto da cárie na vida das crianças e suas complicações
A doença cariosa é considerada uma condição bucal que afeta negativamente
a qualidade de vida das crianças, e com isso pode ocorrer um impacto prejudicial
na saúde delas, ocasionando incômodo, dificuldade na mastigação, como
também pode afetar o emocional, relacionando ao comportamento.
Ademais, essas complicações fisiológicas e sociais acarretam mudanças no
estilo de vida da criança. Afeta hábitos diários simples, como o de se alimentar.
A mastigação é difícil devido à sensibilidade dentária quando você ingere
certos alimentos e até beber líquidos frios ou quentes. Além disso, podem
ocorrer problemas oclusais devido à perda precoce de elementos dentários
(Carvalho et al., 2022).
Segundo estudo realizado por Moro et al. (2021) que visa demonstrar o
36
impacto da cárie dentária na qualidade de vida relacionada à saúde bucal das
crianças, concluiu-se que entre as crianças analisadas, um terço apresentou
dificuldades para dormir devido a problemas dentários.
Além do mais, Cabral et al. (2023) analisaram a relação entre o consumo
precoce de açúcar na alimentação infantil e seu impacto, e constataram que
esse alimento é motivo de grande preocupação entre muitos profissionais de
saúde devido ao seu consumo excessivo, o qual pode associar-se a diversas
doenças como cárie dentária, obesidade, diabetes, dentre outras.
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O CONCEITO DE ATENDIMENTO CENTRADO NO PACIENTE
Por conseguinte, é bastante relevante fazer o reconhecimento quando
a cárie está no nível inicial da doença, de modo que se possa resolver apenas
com uma profilaxia e aplicação tópica de flúor, um tratamento minimamente
invasivo na região bucal. Assim, cabe ressaltar a importância de se ter uma
alimentação adequada, tendo em vista que atualmente produtos industrializados
e com alto teor de açúcar são presentes nas refeições diárias, de modo que
essa má alimentação pode acarretar lesões cariosas na cavidade bucal.
2.3 Os principais alimentos que resultam na cárie dentária
A incidência da doença cárie e suas lesões em crianças está também
relacionada a respeito da alimentação, na qual possui um papel de extrema
importância durante a formação dos dentes permanentes. Uma dieta
desequilibrada, como a exemplo do consumo excessivo de açúcares, atraem
as bactérias causadoras da cárie dental, por consequência provocando impactos
no bem-estar das crianças.
Nesse sentido, a alta ingestão de doces e industrializados, como: chicletes,
chocolates, balas, refrigerantes, salgadinhos e biscoitos, podem levar a uma alta
prevalência de cárie dentária. Esses dados se assemelham com os resultados
das pesquisas feitas por Pereira et al. (2021), Feldens et al. (2021) e Damayanti
et al. (2020) a qual teve o objetivo de identificar que o consumo constante de
alimentos com alto teor de açúcar e industrializados ampliam os riscos de
cárie na infância.
Assim como Rizzardi et al. (2020) publicaram um estudo sobre os
comportamentos alimentares e cárie na primeira infância (CPI), tendo uma
correlação positiva entre o desenvolvimento de cárie, ingestão de bebidas
doces e aumento do consumo total de açúcar.
Adicionalmente, a utilização demasiada da sacarose também é um fator
determinante para a progressão de diversos tipos de doenças crônicas não
transmissíveis, como doenças cardiovasculares, diabetes e obesidade, além
de ser uma condição indispensável para o surgimento da cárie dentária,
37
sendo a cárie uma doença açúcar dependente (Pitts et al., 2019; Tinanoff et al.,
2019). Assim, dietas caracterizadas por alto consumo de alimentos e bebidas
açucaradas estão associadas a maior incidência de cárie dentária na infância
(Tinanoff et al., 2019).
Isto posto, na Declaração de Bangkok, um documento de 2019 da
International Association of Paediatric Dentistry (IAPD) recomenda limitar
a ingestão de açúcar em alimentos e bebidas e evitar açúcares livres para
crianças (Pitts et al., 2019).
A INFLUÊNCIA DA MÁ ALIMENTAÇÃO NA INCIDÊNCIA DE
CÁRIE DENTÁRIA EM CRIANÇAS
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Desse modo, se a dieta for rica em monossacarídeos, sem a remoção regular
do biofilme que está na superfície dos dentes, a cárie poderá se manifestar, pois
esses monossacarídeos serão metabolizados por muitas bactérias orais, o que
aumentará a produção de ácidos capazes de desmineralizar o dente. Depreende-
se, portanto, haver uma higiene oral eficaz, a fim de conter as diversas doenças
que podem incidir nas crianças.
2.4 A importância da higienização bucal correta na infância
Torna-se de conhecimento a primordialidade de manter uma higienização
bucal adequada como forma preventiva da doença cárie. Visto que frequentemente
as crianças são acometidas por essa patologia, devido ingerirem alimentos com
alta quantidade de açúcar e não realizarem de maneira correta a limpeza da
cavidade oral. Sob esse viés, conforme Moura et al. (2022), o Brasil por ser
um país subdesenvolvido, ainda enfrenta diversas discrepâncias na saúde
pública, especialmente no que diz respeito à saúde bucal. Isso ocorre devido
à falta de conscientização das pessoas sobre a importância de manter uma boa
higiene na região. Além de que, o sistema público não cede insumos para os
postos de saúde e escolas, os quais poderiam fornecer o conhecimento básico
sobre os hábitos de limpeza oral para adolescentes e crianças em idade escolar.
Sendo assim, consoante a Rath et al. (2021), a cárie dentária é formada
pelo biofilme, que pode ser caracterizado por diversas etapas, no qual tem o
acometimento de microrganismo na cavidade oral. Após isso tem a formação
de uma película para o desenvolvimento do biofilme, assim aumentando as
bactérias, logo depois tem a maturação do biofilme e a propagação de bactérias,
ocasionando a cárie.
Ademais, é muito importante fazer a remoção desse biofilme para que não
possa trazer prejuízos à saúde bucal. Essa retirada pode ser feita por qualquer
meio, sendo utilizada a escovação eficaz, o uso de enxaguantes bucais, o tempo
de escovação, a utilização do fio dental e retirar a placa bacteriana de todas as
áreas (Digel et al.,2020).
38
Desse modo, para realizar uma escovação, existem literaturas com
inúmeras técnicas, como podemos citar o método de Bass, Stillman modificada e
Fones, onde eles falam que o profissional tem que analisar e indicar ao paciente
uma forma mais adequada e que tenha uma eficácia maior para determinado
caso específico, no qual é analisada a sua idade, colaboração, compreensão e
coordenação (Basso et al.,2022).
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Portanto, é muito importante ter uma higienização bucal diária com
dentifrícios fluoretados, ter uma dieta moderada e em determinadas condições
que as pessoas vivem pode interferir na redução do biofilme (Menezes et al.,
2020).
Logo abaixo, segue a demonstração de como é realizada a escovação
correta.
Figura 1- Técnicas de Escovação
39
Fonte: Caderno temático do Programa Saúde na Escola (2022).
A técnica de escovação é fundamental, pois ela serve para instruir a pessoa
a fazer uma higienização bucal correta e tem o intuito de evitar as doenças que
podem acometer a saúde bucal.
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CÁRIE DENTÁRIA EM CRIANÇAS
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Figura 2- A utilização correta do fio dental
Fonte: Caderno temático do Programa Saúde na Escola (2022).
A utilização do fio dental é muito importante, pois ele remove o biofilme
que fica localizado em regiões interproximais dos dentes, onde é uma região
de difícil acesso com a escova. Entretanto, uma boa parte da população não
utiliza, sendo bastante recomendado pelos dentistas.
3 METODOLOGIA
Trata-se de uma pesquisa qualitativa que consiste na observação de fatos
e fenômenos tal como ocorrem espontaneamente, na coleta de dados a eles
referentes e no registro de variáveis que se presumem relevantes para analisá-
40
los (Lakatos; Marconi, 2010). Além da pesquisa qualitativa, teve-se também a
pesquisa bibliográfica que, segundo Severino (2007), é desenvolvida através de
documentos impressos, como teses, livros, artigos, dentre outros. Ademais, para
a seleção das referências foram utilizados os descritores obtidos nos Descritores
em Ciências da Saúde (DECS) para selecionar os estudos que foram utilizados
para pesquisa, sendo esses, descritores cárie, alimentação de crianças, açúcares,
saúde bucal. As bases de dados utilizadas foram SCIELO, PubMed, Biblioteca
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Virtual em Saúde Brasil (BVS), Google Acadêmico, Medline e Lilacs, tendo
os critérios de inclusão: artigos disponíveis em língua portuguesa e inglesa e
publicados de 2019 a 2023.
4 CONCLUSÃO
Em virtude dos fatos mencionados no presente artigo, teve como objetivo
apontar os principais motivos pelos quais a má alimentação pode causar danos
à cavidade oral na infância, como a cárie, que é uma doença multifatorial
causada por ácidos que são produzidos por bactérias presentes na boca.
Entretanto, a doença cárie atinge como maior público as crianças, por ser
um público mais vulnerável e por não terem o conhecimento necessário sobre
a doença cárie. Nesse sentido, as crianças ficam despreocupadas sobre o assunto,
comendo de forma inconsciente, gerando uma alimentação inadequada,
acompanhada de higienização incorreta.
Dessarte, é necessário dar maior atenção para essa problemática. Vale
ressaltar a importância de chamar a atenção principalmente dos pais e
responsáveis das crianças, que cabe a cada um deles ensinar e mostrar como fazer
o procedimento correto, evitando assim vários tipos de doenças na cavidade
oral, o que atrapalha no crescimento e desenvolvimento da criança.
Conclui-se que essa enfermidade pode se tornar mais comum em crianças
devido à ingestão excessiva de alimentos açucarados e à falta de higiene bucal
adequada, além de causar problemas estéticos e dificuldades na mastigação.
Portanto, é crucial que os pais supervisionem a alimentação das crianças,
direcionando-as para uma alimentação saudável e que mantenham uma higiene
adequada para evitar a proliferação de bactérias que causam a cárie dentária.
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A INFLUÊNCIA DA MÁ ALIMENTAÇÃO NA INCIDÊNCIA DE
CÁRIE DENTÁRIA EM CRIANÇAS
ODONTOLOGIA HUMANIZADA:
O CONCEITO DE ATENDIMENTO CENTRADO NO PACIENTE
ATENDIMENTO EM CRIANÇAS COM
SÍNDROME DE DOWN NOS CONSULTÓRIOS
ODONTOLÓGICOS
Anne Heracléia de Brito e Silva
Bruno Rafael de Sousa Moura
José Eduardo Oliveira Furtado
Marcelo Victor Lustosa Lima
Mauro Gustavo do Amaral Brito
Raissa da Rocha Félix
1 INTRODUÇÃO
Este artigo aborda como deve ocorrer o atendimento para crianças com
Síndrome de Down, que é uma condição clínica resultante da presença tripla
do cromossomo 21 em todas ou na maioria das células de um indivíduo,
acontecendo no Momento da concepção de uma criança. Indivíduos com
síndrome de Down, ou Trissomia do Cromossomo 21, possuem 47 cromossomos
em suas células, ao invés dos 46 encontrados na maioria da população.
Nesse contexto, de acordo com Vale et al. (2023), pacientes que possuem
essa síndrome apresentam características específicas que fazem com que
a atenção à sua saúde bucal requeira cuidado diferenciado. Nessa óptica,
geralmente esses pacientes apresentam alterações nos dentes e de ordem
sistêmica que podem afetar sua saúde bucal. Portanto, não é palpável a
46
realização de um tratamento odontológico convencional para os portadores
dessa Síndrome.
Este trabalho tem como objetivo discutir a importância de se ter um
ambiente acolhedor e respeitoso nos consultórios odontológicos, para crianças
com Síndrome de Down. Nesse Viés, a temática proposta é de suma importância
no âmbito social, visto que os pacientes com a Síndrome de Down vão se
sentir incluídos e respeitados. Nessa óptica, de acordo com Neta et al. (2021),
um atendimento individualizado e com as devidas técnicas de gerenciamento
comportamental para os pacientes, vai abrir os olhos dos familiares sobre a
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ODONTOLOGIA HUMANIZADA:
O CONCEITO DE ATENDIMENTO CENTRADO NO PACIENTE
importância do acompanhamento adequado dessas crianças, além do respeito
às suas especificidades no ambiente odontológico em busca de um tratamento
adequado.
Diante do exposto, é de suma importância comentar as devidas técnicas
de comunicação e manejo comportamental que os profissionais de odontologia
devem aplicar em crianças com Síndrome de Down. Além disso, de acordo
com Azevedo; Guimarães, (2022), em pacientes com a Síndrome de Down,
é comum a presença de doenças que podem interferir na saúde bucal e no
tratamento odontológico, além das alterações bucais presentes nesses pacientes
pediátricos. Nesse contexto, o cenário tem uma grande relevância científica,
visto que há uma maior prevalência de doenças sistêmicas e periodontais.
Assim, a adoção de práticas para essas necessidades vai contribuir para a
promoção da saúde oral desses pacientes.
Ademais, faz-se importante falar sobre as adaptações necessárias nos
atendimentos odontológicos que deixarão o ambiente físico mais inclusivo
e acessível para crianças com Síndrome de Down. No contexto acadêmico,
esse trabalho é de suma importância aos estudantes de odontologia, visto que
o profissional precisa saber se portar perante os portadores dessa Síndrome,
principalmente os pacientes pediátricos. Nessa óptica, o profissional vai passar
a ponderar sobre as características físicas e psicológicas inerentes às pessoas
com Síndrome de Down, compreendendo por fim as adaptações necessárias
para promover um ambiente e atendimento acolhedor. (Santos; Pohlmann;
Camargo, 2020).
Sendo assim, a abordagem odontológica para os pacientes com Síndrome
de Down deve ser a mais precoce possível, em virtude das dificuldades,
incluindo a realização desse tratamento e para uma melhor adaptação dos
mesmos no ambiente. Por conseguinte, o procedimento odontológico nessas
situações precisa ser um momento acolhedor e respeitoso para não gerar uma
experiência traumática.
2 REFERENCIAL TEÓRICO
47
2.1 Odontologia Humanizada
O respeito às crianças com Síndrome de Down nos consultórios
odontológicos é uma questão indispensável para garantir um atendimento
inclusivo e eficiente. Além disso, um atendimento mais acolhedor levará a
um tratamento mais efetivo e menos traumático, uma vez que o paciente se
sentirá mais confortável no ambiente.
ATENDIMENTO EM CRIANÇAS COM SÍNDROME DE DOWN
NOS CONSULTÓRIOS ODONTOLÓGICOS
ODONTOLOGIA HUMANIZADA:
O CONCEITO DE ATENDIMENTO CENTRADO NO PACIENTE
De acordo com o Movimento Down (2022), as pessoas com essa síndrome
podem apresentar algumas características comuns, como o formato facial
característico, hipotonia muscular, atraso no desenvolvimento motor e
intelectual, entre outras. É importante destacar que cada indivíduo com
Síndrome de Down é único, com habilidades, interesses e necessidades
próprias, e a compreensão dessas diferenças é fundamental para promover
uma abordagem inclusiva e respeitosa em diferentes contextos, como o devido
atendimento odontológico.
A melhoria no atendimento de crianças com a Síndrome contribuirá não
só para a capacitação profissional do dentista, como também na adesão familiar
que vai gerando ainda mais confiança ao cuidar desses pacientes (Ferreira,
et al; 2012). Nesse contexto, realizar um bom tratamento odontológico em
crianças com a síndrome de Down ajudará não só o profissional, que ganhará
experiência na área de forma efetiva, como também às famílias, que poderão
confiar e se tranquilizar quanto à efetividade dos procedimentos realizados.
Ao assegurar uma odontologia mais humanizada oferecendo um
atendimento único e próximo à realidade do paciente, será de suma importância
para garantir o respeito, dignidade, integridade física e acolhimento em
situações de anseio emocional desses pacientes. Logo, esse cuidado nos
atendimentos torna-se ainda mais importante, uma vez que, para o paciente, a
humanização da odontologia vai ter significado de tranquilidade, ao se oferecer
um atendimento acolhedor e de qualidade. (Azevedo, 2021)
Em suma, no imaginário popular, o dentista é sinônimo de dor, muitas
vezes por um trauma sofrido de tratamentos anteriores e o paciente passa a
adquirir uma fobia de dentistas. Nesse contexto, em crianças com Síndrome
de Down, onde muitas vezes os tratamentos são realizados à força, esses
traumas podem ser muito mais profundos. Dessa forma, tem-se em vista a
importância de um acolhimento e um bom relacionamento com os pacientes
antes de realizar qualquer tratamento, seja ele abrasivo ou não.
Por conseguinte, compreender o paciente como coparticipante do processo
48
de promoção da saúde bucal, poderá se entender melhor a importância de
vínculos e uma boa experiência para os mesmos nos consultórios odontológicos
(Clínica Sorridents, 2020). Portanto, para que o tratamento seja realizado da
melhor forma possível, o paciente deve estar confortável, já que o profissional
terá menos dificuldade se o paciente colaborar e essa colaboração é ainda mais
importante em pacientes com a Síndrome de Down.
É importante lembrar que cada pessoa tem suas vontades, interesses e
gostos específicos, sendo a Síndrome de Down a única característica de muitos
que convivem com a condição genética, é de suma importância não enquadrar
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ODONTOLOGIA HUMANIZADA:
O CONCEITO DE ATENDIMENTO CENTRADO NO PACIENTE
todo mundo em uma caixinha como se todos fossem iguais (Fernandes, 2023).
Nessa óptica, a sociedade sempre negligenciou a presença dos portadores
dessa Síndrome nos espaços públicos e privados, seus sentimentos e sua
confortabilidade não eram levadas em conta. Diante disso, está a importância
do acolhimento não só na odontologia como em um todo.
Comprova-se, dessa forma, a importância de se ter um ambiente
acolhedor e respeitoso para crianças com Síndrome de Down nos consultórios
odontológicos, pondo um fim nos tratamentos traumáticos e desconfortáveis.
Ademais, considerando sempre os sentimentos e vontades do paciente e
entregando o melhor trabalho que se pode como cirurgião-dentista.
2.2 Devidas Técnicas de comunicação e manejo comportamental
Crianças com Síndrome de Down podem ter mais dificuldades do que
as outras para entender instruções e o propósito de tratamentos, o que causa
ansiedade e medo na realização dos procedimentos. Nesse contexto, é preciso
estratégias de comportamento para minimizar o estresse dos pacientes e
conseguir sua confiança, realizando um tratamento que não causará traumas
e nenhum tipo de dano psicológico. Desse modo, as necessidades específicas
desses pacientes poderão ser atendidas de forma segura.
Segundo Neta et al. (2021), o atendimento odontológico voltado para
crianças com Síndrome de Down requisita uma compreensão aprofundada
das necessidades específicas desse grupo, incluindo adaptações no ambiente
do consultório, técnicas de comunicação eficazes e manejo comportamental
adequado, a fim de maior conforto e confiança do paciente.
Os efeitos da ansiedade exercem uma função essencial ao compor
sintomas físicos e psicológicos no indivíduo, sendo um comportamento natural
de crianças que se encontram ansiosas, fugir e evitar cenários assustadores
(Góes, 2010). Nessa perspectiva, o profissional deve reconhecer as emoções
demonstradas pela criança e só depois de realizar essa identificação aplicar
as devidas estratégias de prevenção e intervenção. Dessa forma, os aspectos
49
emocionais da criança poderão ser considerados e o profissional terá a
cooperação da criança ao seu lado.
Para tratar crianças, é preciso ir além do tratamento almejado, pois muitas
vezes se encontram situações como comportamentos agressivos e crises de
birra no consultório, sendo importante técnicas de manejo comportamental.
Nessa óptica, uma das técnicas mais importantes ao se falar com uma criança é
o controle pela voz e o gerenciamento da comunicação, uma vez que afirmações
positivas aumentam as oportunidades de êxito no tratamento das crianças
(Albuquerque et al; 2010).
ATENDIMENTO EM CRIANÇAS COM SÍNDROME DE DOWN
NOS CONSULTÓRIOS ODONTOLÓGICOS
ODONTOLOGIA HUMANIZADA:
O CONCEITO DE ATENDIMENTO CENTRADO NO PACIENTE
Antes de iniciar qualquer procedimento, é importante explicar para a
criança o que você está fazendo, principalmente em pacientes com Síndrome de
Down que tem mais dificuldades para entender o que se irá realizar. Ademais,
de acordo com Albuquerque et al; (2010), a escolha de palavras nesse momento
é de suma importância, pois o êxito dessa técnica está no dentista utilizar
um vocabulário substituto para seus equipamentos para que a criança possa
entender. Logo, ela deixará o medo de lado e o profissional poderá trabalhar
de forma mais efetiva, uma vez que a criança está compreendendo o que está
sendo realizado.
Em Odontopediatria, o manejo comportamental vai envolver três âmbitos
distintos, sendo eles: linguístico, físico e psicológico. Aplicar um ou mais desses
recursos para adequação do comportamento retrata a concepção da dinâmica
entre a Odontopediatria e Psicologia durante o atendimento clínico (Tovo,
Faccin, Vivian; 2016). O domínio dessas três esferas deixará o atendimento
pediátrico produtivo, tendo em vista que a aceitabilidade da criança é algo
gradativo, cheio de particularidades.
É por meio da comunicação que será estabelecida a abordagem do paciente,
podendo ser verbal, não verbal ou uma junção de ambas. A partir disso, vai
ser possível estabelecer um relacionamento com a criança, viabilizando a
execução de procedimentos odontológicos com a colaboração da mesma.
Logo, a comunicação é uma técnica subjetiva, sendo uma prolongação da
personalidade e habilidade do profissional (Simões, 2016).
A técnica de controle de voz é a mudança de tons, ritmo e volume,
para influenciar no comportamento da criança e manter a comunicação
como princípio base e manter um bom relacionamento, sendo importante
principalmente em crianças com Síndrome de Down que são mais sensíveis
aos sons. Entretanto, para que o resultado seja eficaz, essa comunicação deve
ocorrer apenas de uma única fonte, pois se a criança se encontrar em uma
situação de várias pessoas falando ao mesmo tempo, pode se sentir irritada
e confusa (Singh, 2014).
50
Um artifício efetivo é a técnica de distração, que tem como objetivo
redirecionar a atenção do paciente, para que o mesmo mantenha sua atenção
e pensamentos o mais longe possível dos procedimentos que estão sendo
realizados. Nesse Viés, o uso de desenhos animados, brinquedos, livros,
músicas ou histórias são opções utilizadas na aplicação dessa técnica. Por
conseguinte, um método padrão utilizado por profissionais é conversar com
o paciente durante o tratamento, a fim de diminuir a ansiedade, tirando sua
concentração do procedimento. (Singh, 2014)
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ODONTOLOGIA HUMANIZADA:
O CONCEITO DE ATENDIMENTO CENTRADO NO PACIENTE
Portanto, as técnicas de comunicação e manejo comportamental são
extremamente necessárias para aliviar ansiedade e o temor das crianças nos
procedimentos odontológicos, que sempre foram marcados pelo terror no
imaginário popular. Em suma, uma criança com Síndrome de Down precisa
de um atendimento positivo e eficaz para não ocasionar nenhum dano
psicológico e afetar diretamente em sua saúde bucal, uma vez que ela nunca
mais vai querer receber um tratamento odontológico. Por isso, uma consulta
didática e atrativa é a melhor solução.
2.3 Adaptações necessárias nos atendimentos odontológicos
Crianças com Síndrome de Down possuem necessidades específicas, onde
serão necessárias adaptações nos consultórios odontológicos, para levar em
conta essas características. Nesse prisma, um bom profissional deve acolher o
paciente da melhor maneira possível, levando em conta o conforto do paciente
e uma maior eficácia do procedimento.
Ao atender uma criança com Síndrome de Down, é fundamental que
o odontopediatra tenha acesso ao histórico médico do paciente, para estar
informado sobre qualquer alteração antes de realizar qualquer procedimento
(Hertel, 2022). Por conseguinte, esses pacientes estão mais sujeitos a problemas
e anomalias, nos quais o cirurgião-dentista deve sempre ter conhecimento
para evitar quaisquer problemas que possam surgir.
O ideal no atendimento odontológico em crianças com essa síndrome
é o tratamento multidisciplinar, onde o dentista trabalha em conjunto com
demais profissionais em busca de um tratamento de sucesso e um melhor
desenvolvimento da criança. Nesse sentido, no primeiro ano de vida, é
crucial dar prioridade à orientação dos responsáveis sobre possíveis hábitos
prejudiciais, cronologia de erupção dentária, dietas e riscos de cáries, além
de, principalmente, instruções de higiene bucal (Hertel, 2022).
O consultório deve ser um ambiente acolhedor e sensorialmente amigável
com essas crianças, para diminuir o estresse e a ansiedade. Nessa óptica, o
51
dentista deve reduzir o máximo possível de ruídos, fornecer distrações que
possam funcionar como calmantes e usar pistas visuais que possam distrair
o paciente durante o procedimento. Ademais, será necessário, por parte do
dentista, adaptar algumas técnicas e posicionamentos durante o tratamento,
para um melhor conforto da criança. Portanto, é importante que os profissionais
estejam sempre atualizados sobre os procedimentos, a fim de fornecer o
melhor cuidado odontológico possível (Surya, 2023).
ATENDIMENTO EM CRIANÇAS COM SÍNDROME DE DOWN
NOS CONSULTÓRIOS ODONTOLÓGICOS
ODONTOLOGIA HUMANIZADA:
O CONCEITO DE ATENDIMENTO CENTRADO NO PACIENTE
O dentista deve sempre considerar a sedação ou anestesia se possível,
dependendo da situação e do procedimento, uma vez que crianças não têm
sua colaboração estável e, quando se trata de uma criança com Síndrome de
Down, essa situação é ainda mais difícil. Desse modo, a fim de um atendimento
odontológico mais agradável para todos os envolvidos, o vínculo de confiança
também deve ser com os responsáveis, que estão diretamente relacionados à
eficácia do tratamento (Surya, 2023).
Segundo Neta et al. (2021), para um melhor conforto das crianças
com Síndrome de Down, os consultórios devem sofrer adaptações, porém
os profissionais também devem mudar e se adaptar de acordo com cada
atendimento, uma vez que em uma clínica a equipe deve estar devidamente
preparada e treinada para acolher devidamente cada paciente. Logo, sem
uma capacitação adequada, estudo e atualização frequente essa melhoria no
atendimento vai ficar apenas na imaginação.
De acordo com Surya (2023), grandes ruídos e fortes luzes são fatores que
vão atrapalhar e incomodar em certos casos, no atendimento com crianças
com a Síndrome de Down. Nesse prisma, investir em melhores equipamentos
que fazem seu trabalho sem muitos ruídos é uma melhoria que vai garantir o
conforto do paciente, além de manter sempre os aparelhos para que funcionem
de forma suave. Ademais, fones de ouvido, histórias e áudios educativos
durante os procedimentos são ótimas soluções para tirar a atenção da criança
do barulho dos aparelhos.
A melhor adaptação para os odontopediatras é um consultório totalmente
visual, colorido, com brinquedos e músicas que possam relaxar a criança e
tirar qualquer estresse que antes poderia interferir durante o atendimento.
Ademais, essas adaptações físicas são um ponto crucial, pois será responsável
por distrair a criança e deixá-la mais confortável para fazer amizade com o
seu dentista e a equipe do consultório odontológico.
Por conseguinte, mudanças são necessárias quando elas terão o propósito
de confortar e alegrar uma pessoa, as crianças são mais acolhedoras e educadas
52
quando se encontram em um ambiente confiável e tranquilizante. Nesse
contexto, essas adaptações, não só nos consultórios como também na esquipe
do consultório odontológico, são necessárias para a melhoria e maior eficácia
dos procedimentos que serão realizados nessas crianças.
Portanto, crianças com Síndrome de Down podem contribuir mais durante
o tratamento, quando estão sujeitas a um ambiente que possa entregar a elas
distração, amizade com os profissionais e um tratamento adaptado de acordo
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O CONCEITO DE ATENDIMENTO CENTRADO NO PACIENTE
com suas especificidades, seja ela ruídos, ansiedade ou medo. Desse modo,
essas mudanças individualizadas para evitar a fadiga e agonia do paciente são
coisas necessárias para a promoção da saúde oral dessas crianças.
3 METODOLOGIA
A classificação de uma pesquisa teórica é bastante simples, é quando
uma pesquisa não envolve nenhuma parte prática, composta somente
por embasamentos teóricos, sendo uma pesquisa que serve para construir
teorias, discussões pertinentes e polêmicas, (Mettzer, 2022). Ademais, com
pesquisa bibliográfica, o trabalho científico será direcionado por revisões ou
levantamentos de obras publicadas, para apoiar o trabalho.
Este estudo baseia-se em uma análise de pesquisa teórica, de caráter
explicativo, por meio de uma pesquisa bibliográfica nas bases de dados:
Revista Saúde Multidisciplinar ( RSV), Cadernos de Odontologia do Unifeso,
Research Society And Development, Conselho Federal de Odontologia (CFO),
Movimento Down, além de sites como a Codental, Sorridents, Vida Simples,
Dental Speed, Surya Dental e o Google Acadêmico. A busca foi realizada
com as palavras-chave: Síndrome de Down, odontologia inclusiva, manejo
comportamental e saúde bucal. Esta pesquisa tem como objetivo aprimorar as
ideias e conhecimentos, evidenciar e construir hipóteses acerca do problema
exibido, fundamentando o assunto.
4 CONCLUSÃO
Nesta pesquisa, percebe-se que o atendimento odontológico com crianças
com Síndrome de Down não é algo tão simples assim, é um trabalho que
necessita esforço e o querer, por parte do profissional, de proporcionar não
uma boa, mas a melhor experiência para o seu paciente. Nesse viés, clínicas
que buscam um lugar no topo precisam que sua equipe esteja preparada para
realizar o melhor atendimento e mais confortável possível para essas crianças, 53
fazendo uma amizade com esses pacientes que merecem respeito e conforto,
assim como qualquer outro.
Outrossim, por mais que muitas coisas tenham e estão evoluindo, o
desrespeito aos direitos dessas crianças com Síndrome de Down ainda é
recorrente, não só na sociedade, mas também nos consultórios onde esses
pacientes deveriam ser acolhidos. Nesse prisma, suas especificidades muitas
vezes são ignoradas por dentistas que fazem o tratamento sem considerar o
ATENDIMENTO EM CRIANÇAS COM SÍNDROME DE DOWN
NOS CONSULTÓRIOS ODONTOLÓGICOS
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O CONCEITO DE ATENDIMENTO CENTRADO NO PACIENTE
trauma que vai deixar na criança, pois não foi feita uma conversa ou explicação
sobre o procedimento e não levam em consideração o medo e a ansiedade
do paciente, fazendo por fim um tratamento à força.
Nessa perspectiva, a conversa e a tentativa de amizade com a criança
não é algo banal, mas sim uma técnica necessária onde ela vai adquirir certa
confiança no profissional e seu medo pode não sumir instantaneamente,
mas vai ser bem menor do que anteriormente. Dessa forma, as técnicas de
comunicação são de grande relevância ao atender crianças com Síndrome
de down, ela vai se sentir acolhida e ter seu espaço respeitado, diferente do
terror que é um atendimento monótono e o procedimento de forma forçada.
Diante do exposto, para que esse atendimento ocorra da melhor forma
possível é necessária a qualificação do profissional e da sua equipe, uma vez
que pacientes com Síndrome de Down tem suas especificidades e precisam de
um atendimento individualizado. Nessa óptica, são necessárias adaptações no
atendimento odontológico, como os métodos que o cirurgião-dentista vai usar,
tudo para evitar o desconforto do paciente e proporcionar uma experiência
agradável e menos traumática.
Ademais, um dentista só vai ser excepcional no seu trabalho quando ele
faz o seu melhor para qualquer paciente, respeitando e acolhendo cada um
sem importar o status ou qualquer outra coisa. Nesse viés, os tempos em que
os atendimentos eram feitos de forma monótona e eram aceitos normalmente
já passou, os pacientes querem conforto e acolhimento, uma experiência
agradável só ocorre quando o profissional interage, explica e mostra que é o
melhor ao fazer um procedimento eficaz e um atendimento receptivo.
Portanto, um bom atendimento para crianças com Síndrome de Down
deve respeitar seus limites, aliviar sua ansiedade e medo, além de conseguir
realizar o procedimento de forma eficaz. Logo, o cirurgião-dentista deve
estar preparado com sua equipe para acolher a família e a criança, conversar
e estabelecer uma amizade que gere confiança do paciente com o profissional,
com respeito, acolhimento e a experiência agradável tudo incluso de forma
54
eficaz, onde no fim a saúde bucal será proporcionada da melhor forma possível.
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56
Anne Heracléia de Brito e Silva - Bruno Rafael de Sousa Moura - José Eduardo Oliveira Furtado
Marcelo Victor Lustosa Lima - Mauro Gustavo do Amaral Brito - Raissa da Rocha Félix
ODONTOLOGIA HUMANIZADA:
O CONCEITO DE ATENDIMENTO CENTRADO NO PACIENTE
A IMPORTÂNCIA DA ÉTICA NA INTERVENÇÃO
DO CIRURGIÃO-DENTISTA AO REALIZAR UM
ATENDIMENTO COM CRIANÇAS ESPECIAIS
Andreza Luana Lages Monte do Vale
Léa Vitória Puget Eulálio Costa Ribeiro
Maria Amanda Vieira Andrade
Maria Clara Alves dos Santos
Anne Heracléia de Brito e Silva
Mauro Gustavo do Amaral Brito
1 INTRODUÇÃO
Este trabalho busca retratar a importância da ética na intervenção do
cirurgião-dentista ao realizar um atendimento com crianças especiais, visto que
apresenta obstáculos voltados à falta de capacitação profissional e o despreparo
indo desde as carências na formação até a interação com o comportamento das
crianças. Desta forma, tem-se como objetivos mostrar os principais artigos do
Código de Ética que tratam sobre a atuação do profissional odontológico com
crianças especiais, conceituar Ética correlacionando-a com o tema proposto
e descrever opiniões de especialistas da área, através de textos literários ou
bibliográficos, a fim de garantir a eficácia do profissional odontológico.
O atendimento odontológico, em muitos casos, representa um desafio
significativo tanto para o paciente quanto para o profissional, em razão das
57
condições existentes (César, 1938). Nesse cenário, uma criança pode ser vista
como especial, por apresentar dificuldades em adaptar-se às demandas do
tratamento odontológico tradicional, necessitando de modificações na rotina
do atendimento. Isso pode ser feito através da implementação de estratégias de
manejo que não são comumente utilizadas pelos cirurgiões-dentistas, visando
proporcionar um atendimento mais eficaz (Possobon, 2003).
Desse modo, segundo Barbosa, Boery e Ferrari (2012) expor fatos sobre
a ética para o indivíduo é um ponto que tem devido crédito por se tratar de
um fator frequente em meio à sociedade. De fato, o conhecimento é essencial
A IMPORTÂNCIA DA ÉTICA NA INTERVENÇÃO DO CIRURGIÃO-DENTISTA AO
REALIZAR UM ATENDIMENTO COM CRIANÇAS ESPECIAIS
ODONTOLOGIA HUMANIZADA:
O CONCEITO DE ATENDIMENTO CENTRADO NO PACIENTE
para o dentista tanto para benefícios do bem público como para os interesses
pessoais dos pacientes, garantindo-se a confiabilidade e análise crítica da
responsabilidade do acadêmico, sem praticar procedimentos degradantes ou
mazelas aos pacientes.
Ademais, o trabalho é relevante ao estudo acadêmico, pois auxilia
principalmente o estudante de odontologia a ter uma direção segura e elaborada
sobre a ética. Se mostra perceptível a importância de estudos científicos tanto
para a sociedade quanto para acadêmicos de odontologia, pois, observa-se
que a ética é um assunto bastante abordado no curso, visto que, todo trabalho
empresarial que passa ética, respeito e profissionalismo, gera sempre uma boa
imagem (Carapeto; Fonseca, 2019).
Em resumo, Ciamponi (2004) destaca que a abordagem odontológica
para pacientes com necessidades especiais deve ser fundamentada em uma
anamnese minuciosa, incluindo todas as informações do indivíduo e da
deficiência, as quais irão ajudar no planejamento, diagnóstico e prognóstico do
tratamento, onde o manejo do paciente exigirá diversas adaptações conforme
o tipo de deficiência.
Portanto, o medo específico do tratamento pode impedir a atuação
adequada do profissional. Sendo assim, o respeito a autonomia vão desde
transmitir uma maior segurança ao paciente até a necessidade de o profissional
deixá-lo ciente de todos os detalhes de sua condição de saúde.
2 REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 Noções gerais da ética propostas para um melhor atendimento odontológico com
crianças especiais
A temática proposta é a atuação do cirurgião-dentista no atendimento
com crianças especiais dentro da sociedade em que vivemos. Contudo, os
embasamentos citados a seguir apontam para a necessidade de uma abordagem
58
ética, responsável e de confiança, bem como a importância da capacitação dos
profissionais para oferecer um atendimento odontológico adequado às crianças
especiais. A falta de qualificação profissional no atendimento de crianças
especiais é uma preocupação que tem sido abordada em diversos estudos.
Barbosa, Boery e Ferrari (2012) discutem a importância atribuída ao Comitê
de Ética em Pesquisa (CEP) no contexto da pesquisa científica, destacando
a necessidade de garantir ética e responsabilidade no trabalho com grupos
vulneráveis, como crianças especiais. Dias (2021) aborda a relação entre ciência
e ética, ressaltando a responsabilidade dos cientistas na busca pela qualidade
Andreza Luana Lages Monte do Vale - Léa Vitória Puget Eulálio Costa Ribeiro - Maria Amanda Vieira Andrade
Maria Clara Alves dos Santos - Anne Heracléia de Brito e Silva - Mauro Gustavo do Amaral Brito
ODONTOLOGIA HUMANIZADA:
O CONCEITO DE ATENDIMENTO CENTRADO NO PACIENTE
e integridade em suas pesquisas. Esse debate é relevante para a formação de
profissionais que atuam no atendimento de crianças especiais, pois destaca a
importância da ética e responsabilidade na prática profissional.
Marchi et al. (2020) discutem a necessidade de capacitação dos profissionais
que trabalham na Educação Especial, especialmente em municípios como
Paulista. Este estudo enfatiza a importância de programas de capacitação e
formação continuada para garantir um atendimento de qualidade às crianças
especiais.
Ciamponi et al. (2004) abordam diretamente a questão do atendimento
odontológico a crianças com necessidades especiais, destacando a importância
da adaptação do ambiente e das técnicas de atuação, ao ressaltar a falta de
preparo como um obstáculo para um atendimento eficaz, o que requer
profissionais devidamente qualificados. Possobon et al. (2003) exploram o
comportamento de crianças durante o atendimento odontológico evidenciando
a importância da qualificação profissional para lidar com as necessidades
específicas dessas crianças. Este estudo destaca a importância de abordagens
sensíveis e adequadas ao atender crianças especiais em diferentes contextos
de cuidado.
Logo, ao lidar com o comportamento de pacientes especiais, torna-se
evidente que, além das dificuldades em colaborar com o tratamento, fatores
como insegurança e traumas específicos podem impedir a atuação eficaz
do profissional. Por conseguinte, torna-se imprescindível uma interação
contínua com a criança, direcionada pela comunicação e acompanhamento,
a fim de reduzir ou eliminar o medo e a ansiedade do paciente ao longo do
atendimento.
2.2 A qualificação profissional em conjunto com o comportamento de crianças espe-
ciais diante o atendimento odontológico
A falta de qualificação profissional diante o atendimento com crianças
especiais vai desde carências educacionais até a realidade de um maior
59
treinamento dos educadores face à complexidade que a tarefa exige. Efetivamente,
a educação inclusiva na Odontologia abrange a didática de instrumentos de
socialização e aprendizagem disponíveis no decorrer da capacitação profissional,
adotando-se técnicas que contribuam para a comunicação e efetivação de um
cuidado em saúde bucal de qualidade.
O tratamento odontológico para pacientes especiais existe há bastante
tempo, no entanto, ao longo dos anos, algumas “limitações” dos profissionais
em relação a esses usuários ainda persistem (Mendes, 2008). Não obstante, o
acompanhamento odontológico a pacientes portadores requer uma equipe
A IMPORTÂNCIA DA ÉTICA NA INTERVENÇÃO DO CIRURGIÃO-DENTISTA AO
REALIZAR UM ATENDIMENTO COM CRIANÇAS ESPECIAIS
ODONTOLOGIA HUMANIZADA:
O CONCEITO DE ATENDIMENTO CENTRADO NO PACIENTE
multiprofissional e disciplinar, capacitada a interagir com esses indivíduos,
proporcionado um tratamento seguro e uma assistência eficaz, por meio da
estabilização no decorrer de todo o procedimento. (Abreu; Franco; Calheiros,
2009).
Nesse contexto, um dos aspectos destacados no atendimento a esses
pacientes é a questão da integralidade na compreensão do paciente e na
proposta de atendê-lo plenamente em suas necessidades de saúde (Viana,
2017). De fato, os indivíduos portadores de necessidades especiais requerem
um atendimento odontológico diferenciado, assim os profissionais desta área
necessitam de mais conhecimento tanto ao tratamento como ao diagnóstico
do paciente, autocontrole e eficiência, pois requer complexidade no trabalho
do cirurgião-dentista (Oliveira; Giro, 2011).
Ademais, é fundamental recordar que todas as crianças, com ou sem
deficiência, passam pelos mesmos processos de desenvolvimento, necessitando
da mesma dedicação profissional e possuindo os mesmos direitos. Entretanto,
os profissionais sentem insegurança para promoverem uma educação inclusiva
devido ao inadequado conhecimento prático-teórico desenvolvido durante
a formação (Martins; Andrade, 2016).
Portanto, o profissional deve ter uma transformação generalista, humanista,
crítica e reflexiva, pautada em princípios éticos legais e na compreensão da
realidade socioeconômica, cultural e técnica do seu meio (Ferreira et al.,
2017). Assim, o cirurgião-dentista deve aprofundar seu aprendizado sobre o
atendimento odontológico a pessoas com necessidades especiais, já que é crucial
ter uma visão abrangente e completa da área, a fim de transmitir segurança,
confiança e garantir a adaptação do paciente durante todo o atendimento
(Andrade; Eleutéio, 2015).
Por fim, reconhecendo as deficiências e proporcionando, além da higiene
bucal, dignidade e melhor qualidade de vida, onde mais adiante será mostrado
um dos principais artigos do Código de Ética acerca do assunto debatido.
2.3 A relevância da ética na atuação do profissional odontológico com crianças espe-
60
ciais
Segundo o Art. 2° do Código de Ética (2012) afirma que a Odontologia
é uma profissão que se exerce em benefício da saúde do ser humano, da
coletividade e do meio ambiente, sem discriminação de qualquer forma ou
pretexto. Sob este viés, o paciente precisa de uma orientação profissional e
segura para realização da higiene e manutenção da saúde bucal.
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Maria Clara Alves dos Santos - Anne Heracléia de Brito e Silva - Mauro Gustavo do Amaral Brito
ODONTOLOGIA HUMANIZADA:
O CONCEITO DE ATENDIMENTO CENTRADO NO PACIENTE
A ética na atuação do profissional odontológico com crianças especiais
é de extrema relevância, pois envolve princípios fundamentais que guiam a
conduta e o cuidado desses profissionais. Logo, ao compreender o conceito
de ética e aplicá-lo em sua prática profissional, os indivíduos contribuem
para um ambiente de trabalho saudável, promovendo relações interpessoais
positivas, uma cultura organizacional saudável e resultados sustentáveis.
(Ruffato; Rampazzo, 2023).
A abordagem odontológica à pedriatia em casos especiais exige muito
cuidado, paciência, empatia, sensibilidade, determinação e conhecimento do
profissional da área. No entanto, os profissionais de Odontologia enfrentam
grandes dificuldades para lidar com esses pacientes, uma vez que a falta de
experiência e conhecimento na disciplina de Pacientes Especiais (PE) torna
ainda mais desafiador o convívio e o atendimento, sendo necessário muito
apoio e assistência para a realização da higiene bucal (Andrade; Eleutéio, 2015).
Conforme dados do Conselho Regional de Odontologia de São Paulo -
CROSP (2022) é de extrema importância que cada um desses pacientes seja
submetido aos tratamentos de maneira correta, a fim de evitar transtornos
no consultório. Outrossim, destaca-se que o profissional adapte métodos
e abordagens para melhor atendimento e experiência do paciente, como
o uso da técnica “Dizer/Mostrar/Fazer” (método que consiste em mostrar,
antecipadamente, o que será feito no procedimento odontológico), utilizada
para atendimentos a pacientes com Autismo, por exemplo.
Ao adotar uma abordagem ética, destaca-se um conjunto de normas e
valores que orientam a conduta ética dos dentistas, onde os profissionais de
odontologia contribuem para a construção de uma sociedade mais justa e
inclusiva, e garantem que a criança receba o tratamento de que necessita para
promover sua saúde bucal e bem-estar geral (Fontenele et al., 2021).
Em conjunto, esses estudos apontam para a necessidade evidente de
investimentos na qualificação profissional e formação ética dos profissionais
que atuam no atendimento de crianças especiais, visando garantir um cuidado
adequado e respeitoso às suas necessidades específicas.
61
2.4 Dificuldades dos pacientes com necessidades especiais durante o atendimento
odontológico
As pessoas com deficiência enfrentam barreiras no processo de inclusão
social, no qual um dos principais desafios é a falta de informações e investimentos,
além das questões de respeito aos direitos desse grupo. Consequentemente,
A IMPORTÂNCIA DA ÉTICA NA INTERVENÇÃO DO CIRURGIÃO-DENTISTA AO
REALIZAR UM ATENDIMENTO COM CRIANÇAS ESPECIAIS
ODONTOLOGIA HUMANIZADA:
O CONCEITO DE ATENDIMENTO CENTRADO NO PACIENTE
dificultando a homogeneidade entre os indivíduos, onde a ausência de
conhecimento dificulta que o profissional preste assistência e trate com
igualdade o paciente.
Em suma, os estudantes em formação precisam ter entusiasmo e
participação ativa para melhorar os serviços odontológicos, proporcionando
um tratamento mais humanizado aos pacientes, priorizando inicialmente
o paciente e depois a condição de saúde (Amaral et al., 2015). Além disso, a
equipe odontológica deve estar bem preparada para atender os pacientes
com necessidades especiais, que muitas vezes são pessoas vulneráveis (Dolan
et al., 2013).
Todavia, o ensino odontológico tende a focar mais em pacientes
considerados “normais” pela sociedade, deixando de capacitar adequadamente
os estudantes para lidar com pessoas com deficiência (Barros et al., 2013).
Deste modo, conclui-se que o descaso com a educação inclusiva dificulta a
homogeneidade e o acesso a serviços que possam suprir as necessidades dessa
parcela populacional (Mazzota, 1993). Convém salientar, que a adequação
desses profissionais ao ambiente de trabalho é também uma das pautas
de barreiras a ser destacada, em conjunto com a ausência de informação e
baixa qualificação profissional. Entretanto, a interação prévia com o paciente
proporciona uma nova experiência que deve ser aprendida e acumulada
ao longo da graduação até a prática profissional, prevenindo a falta de
competência e possíveis contratempos no consultório (Andrade; Eleutéio,
2015). Diante do exposto, este estudo se mostra relevante para a Odontologia,
visando aumentar a conscientização sobre essa especialidade frequentemente
negligenciada e pouco discutida na sociedade contemporânea, reconhecendo
os desafios enfrentados por pacientes com necessidades especiais durante o
atendimento odontológico e aprimorando o perfil profissional do cirurgião-
dentista.
3 METODOLOGIA
62
O estudo desenvolvido baseia-se em uma análise de pesquisa, de caráter
qualitativo e explicativo, por meio de uma pesquisa bibliográfica, visto
que, segundo Creswell (2007, p. 187) e Flick (2004) a pesquisa qualitativa é
essencialmente interpretativa, sendo valorizada pela sua importância no estudo
das interações sociais, considerando a diversidade da vida em sociedade. A
escolha por enfatizar a interpretação em vez da quantificação, dar destaque à
subjetividade e mostra maior interesse no processo do que nos resultados, exige
uma visão abrangente do objeto de estudo e suas interconexões, especialmente
em relação aos aspectos sociais, políticos e culturais.
Andreza Luana Lages Monte do Vale - Léa Vitória Puget Eulálio Costa Ribeiro - Maria Amanda Vieira Andrade
Maria Clara Alves dos Santos - Anne Heracléia de Brito e Silva - Mauro Gustavo do Amaral Brito
ODONTOLOGIA HUMANIZADA:
O CONCEITO DE ATENDIMENTO CENTRADO NO PACIENTE
Ademais, o uso bibliográfico e teórico se dá de forma subjetiva, descritiva
e interativa. De acordo com Pizzani et.al. (2012) a pesquisa bibliográfica se
baseia em teorias e trabalhos científicos, analisando questões de aprendizagem,
conhecimento e investigação, além da veracidade das informações com
destaque nos dados e não nos números.
Os critérios de inclusão foram com base nos dados online: Rev. Brasileira
de Odontologia, Rev. De Bioética y Derecho, Rev. Multidisciplinar Núcleo do
Conhecimento, Special Care in Dentistry, Conselho Regional de Odontopediatria
de São Paulo (CROSP) e Caderno de Graduação de Ciências Biológicas e de
Saúde Unit, além de sites como a Scielo, Meta Dados, ID online e o Google
Acadêmico. A busca foi realizada com as palavras-chave: ética, qualificação,
profissional odontológico, crianças especiais. Esta pesquisa tem como objetivo
explicitar e construir hipóteses acerca do problema evidenciado, aprimorando
ideias, fundamentando o assunto em questão abordado na pesquisa.
4 CONCLUSÃO
Nesta pesquisa, é possível perceber que, embora, essa situação esteja
melhorando ao longo dos anos, devido à repercussão em mídias sociais, ainda
é algo insuficiente, pois uma minoria dos profissionais odontológicos está se
capacitando para atender de forma digna as crianças especiais. Dessa maneira,
nem todos preocupam-se em proporcionar um atendimento dinâmico e
interativo para as crianças especiais, isto é, um atendimento que fará com que
essa criança sinta vontade de retornar, futuramente, ao consultório.
Diante do que foi visto, é notório observar que a ausência de ética e
qualificação do cirurgião-dentista tem inúmeros impactos negativos sobre a
vida dos pacientes, principalmente, das crianças com necessidades especiais,
que acabam sendo isoladas, deixando de frequentar consultas preventivas com
procedimentos simples para evitar enfermidades, devido à falta de técnicas
apropriadas ao atendimento delas e ausência de empatia. Dessa forma, irão
com menos frequência ao profissional odontológico, o que ocasionará,
63
posteriormente, doenças, as quais podem necessitar de tratamentos invasivos,
fazendo com a forma de tratamento seja muito mais dificultoso.
Portanto, a qualificação dos profissionais odontológicos para o atendimento
de crianças especiais é essencial, já que essas crianças exigem uma assistência
diferenciada, sendo assim, a forma que serão atendidas ajudará a evitar possíveis
futuros traumas no atendimento odontológico. Ademais, é importante ressaltar
a ética nesse âmbito, a mesma é um fator determinante no atendimento com
A IMPORTÂNCIA DA ÉTICA NA INTERVENÇÃO DO CIRURGIÃO-DENTISTA AO
REALIZAR UM ATENDIMENTO COM CRIANÇAS ESPECIAIS
ODONTOLOGIA HUMANIZADA:
O CONCEITO DE ATENDIMENTO CENTRADO NO PACIENTE
essas crianças, pois além de ajudar a passar uma tranquilidade para o paciente,
também transmite uma segurança, tornando o atendimento mais acolhedor
e humanizado.
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67
A IMPORTÂNCIA DA ÉTICA NA INTERVENÇÃO DO CIRURGIÃO-DENTISTA AO
REALIZAR UM ATENDIMENTO COM CRIANÇAS ESPECIAIS
ODONTOLOGIA HUMANIZADA:
O CONCEITO DE ATENDIMENTO CENTRADO NO PACIENTE
HIV: ATENDIMENTO ODONTOLÓGICO A
PACIENTES SOROPOSITIVOS
Dálet Michelly Araújo Albuquerque
Emilly Laize Viana Lopes
Kauã Ferreira Silva
Maria Victoria Melo Costa
Waslei de Jesus Alves da Silva
Anne Heracléia de Brito e Silva
Mauro Gustavo do Amaral Brito
1 INTRODUÇÃO
O atendimento a pacientes soropositivos é uma questão que merece
reconhecimento e estudo acerca, pois os profissionais da saúde, inclusive da
área odontológica, em muitas situações têm dificuldades ao saber como lidar,
assim como os pacientes que possuem esse vírus tem receios ao revelar, por em
ocasiões anteriores terem sofrido preconceitos, assim comoos profissionais já
devem também sair da vida acadêmica para a profissional com esseaprendizado.
O Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV) ocasiona a destruição de
linfócitos TCD4 e imunodepressão, aumentando assim a susceptibilidade do
indivíduo contaminado às infecçõesoportunistas e neoplasias, que regularmente
acarretam em desfecho letal (Roca et al., 2019). Apartir do surgimento do HIV-
AIDS o papel do profissional da saúde frente a essa questão do atendimento a
68
pacientes soropositivos, vem sendo amplamente debatida pela classe e órgãos
de regulamentação.
De acordo com Lima et al., 2020, desde meados de 1988, a Organização
Mundial da Saúde (OMS) possui o posicionamento que “os odontólogos têm
a obrigação humana e profissional de tratar e atender as pessoas infectadas
com o HIV”. Desse modo, surgiu o seguinte problema: Como é realizado o
atendimento a pacientes soropositivos no consultório de odontologia nos
dias atuais?
Dálet Michelly Araújo Albuquerque - Emilly Laize Viana Lopes - Kauã Ferreira Silva - Maria Victoria Melo Costa
Waslei de Jesus Alves da Silva - Anne Heracléia de Brito e Silva - Mauro Gustavo do Amaral Brito
ODONTOLOGIA HUMANIZADA:
O CONCEITO DE ATENDIMENTO CENTRADO NO PACIENTE
Para buscar as respostas à problemática, foram delimitados os seguintes
objetivos: Geral, de analisar as práticas, desafios e estratégias adotadas por
profissionais da odontologia no atendimento a pacientes soropositivos, e
os objetivos específicos que são: identificar os desafios enfrentados pelos
profissionais da saúde ao receber pacientes soropositivos em ambientes
odontológicos e buscar a sensibilização da saúde bucal dos mesmos e o manejo
adequado por parte do profissional.
No âmbito científico, este trabalho se torna relevante, pois o Vírus da
Imunodeficiência Humana (HIV) e a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida
(AIDS) são uma das problemáticas mais discutidas na área científica e social,
principalmente por ainda não existir acura e o tratamento determinado, muito
se discute também os efeitos que essas doenças causamnos pacientes ao longo
do tempo.
Hermenegildo (2019) afirma que ainda que o risco de contaminação seja
baixo, estudos vêm evidenciando aversão e receio entre os cirurgiões-dentistas
diante de pacientes portadores do HIV, ocasionando a violação de algumas
resoluções éticas. Isso reflete diretamente no atendimento e tratamento. Dito
isso, entende-se que determinada pesquisa, promovida peloacadêmicos,
podem modificar não somente o local em que ele está inserido, mas também
os contextos científicos.
Sobre sua relevância social, podemos destacar que é uma doença
considerada um problema de saúde pública, de grande magnitude e caráter
pandêmico que envolve diversos atores sociais, atingindo os indivíduos sem
distinção social, econômica, racial, cultural ou política. Este tema tem grande
relevância, visto que, como afirma Costa (2018) onde pessoas portadoras
dessa síndrome muitas vezes não se comunicam abertamente sobre o tema
com o cirurgião-dentista por receio de sofrer discriminação e guardam essa
informação para si.
Sobre sua importância acadêmica, está ligado ao ensinamento de práticas
de atendimento ao paciente portador de HIV soropositivo, é essencial para 69
garantir o suporte para com o paciente, de modo que as medidas de segurança
devem ser observadas e respeitadas para a proteção tanto do discente quanto
do paciente. Como destaca Rocha e Madeira (2019), a insegurança sentida
pelo profissional desinformado sobre a doença faz com que, muitas vezes,ele
prefira evitar o tratamento dos portadores do HIV.
Ao discorrer sobre esse assunto, Honório et al. (2019) acentuam que
é necessário que se tenha uma educação continuada sobre HIV/ AIDS e,
principalmente, saber identificar suas manifestações bucais, para evitar um
HIV: ATENDIMENTO ODONTOLÓGICO A PACIENTES SOROPOSITIVOS
ODONTOLOGIA HUMANIZADA:
O CONCEITO DE ATENDIMENTO CENTRADO NO PACIENTE
atendimento ruim ou até acidentes. Entretanto, o real cenário é apoderado
pelo medo do acadêmico de odontologia, gerado muitas vezes pela ausência
de conhecimento sobre a doença.
Diante dos expostos, justifica-se a escolha dessa temática mediante a
necessidade de umadiscussão qualificada a respeito da mesma no âmbito social,
acadêmico e educacional, pois é de extrema importância que os profissionais
da saúde tenham conhecimentos dos procedimentos corretos ao tratar desse
paciente, assim como os pacientes tenham segurança aoinformar sua condição
e que também os profissionais já saiam da vida acadêmica comconhecimento
para que essa realidade de preconceitos se modifique de forma positiva.
2 REFERENCIAL TEÓRICO
O atendimento a pacientes soropositivos é uma questão que merece
reconhecimento e estudo, pois os profissionais da saúde, inclusive da área
odontológica, em muitas situações têmdificuldades ao saber como lidar, assim
como os pacientes que possuem esse vírus têm receios ao revelar. A partir
disso, o papel do profissional da saúde frente a essa questão do atendimentoa
pacientes soropositivos vem sendo amplamente debatida pela classe e órgãos
de regulamentação.
O Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV) ocasiona a destruição de
linfócitos TCD4 e imunodepressão, aumentando assim a susceptibilidade do
indivíduo contaminado às infecçõesoportunistas e neoplasias, que regularmente
acarretam em desfecho letal (Roca et al., 2019). Essa doença não tem cura,
sendo que suas principais formas de contágio são através de relações sexuais
desprotegidas, aleitamento materno, transmissão vertical, transfusão de sangue
não filtrada, uso de seringas por mais de uma pessoa, ou através de acidentes
biológicos (Brasil, 2018).
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o HIV é um problema
de saúde pública mundial em virtude de seu caráter pandêmico e gravidade
(World Health Organization, 2021). Baseado no relatório do Programa das
70
Nações Unidas sobre HIV/AIDS (UNAIDS, 2020) até ofim de 2019 haviam 38
milhões de pessoas infectadas pelo HIV, com a projeção para que em 2030 a
AIDS seja a terceira causa de mortes no mundo. De acordo com Souza et al.,
(2021), noBrasil, entre 2007 e junho de 2018, foram notificados 300.496 casos
de infecção pelo HIV e, desde o início da epidemia, na década de 1980, até
junho de 2019, 966,058 pessoas foram identificadas.
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Waslei de Jesus Alves da Silva - Anne Heracléia de Brito e Silva - Mauro Gustavo do Amaral Brito
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Além disso, a UNAIDS (programa conjunto das Nações Unidas) em uma
pesquisa feita em 2019, 1 a 3 pessoas que sofrem com HIV sentem vergonha de
até mesmo falar sobre o assunto. Dessa forma, fica evidente como o estigma
relacionado à condição de soropositivo afasta e negligencia essas pessoas de
buscarem por tratamento simples, como os tratamentos odontológicos.
Deste modo, os cirurgiões-dentistas têm a obrigação humana e profissional
de tratar e atender as pessoas infectadas com o HIV. Por isso, é necessário ter
uma educação continuada eprincipalmente saber identificar suas manifestações
bucais e evitar acidentes biológicos, assimcomo os pacientes sintam segurança
ao informar sua condição e também os acadêmicos tenham conhecimentos
para essa realidade.
2.1 Desafios enfrentados pela odontologia ao receber pacientes soropositivos
O conhecimento do profissional mediante o que irá tratar faz toda a
diferença no resultado que irá obter, portanto quando se trata de pacientes
soropositivos, os dentistas têm desafios a ultrapassar para que tenham a
confiança do paciente para relatar o seu estado atual de saúde, assim como o
conhecimento irá prevenir que acidentes biológicos aconteçam.
No Brasil, a assistência à saúde possui respaldo legal, ético e biológico,
mas ainda há indisposição de profissionais em prestar atendimento à pessoa
soropositiva, sustentando atitudes discriminatórias (Geter et al., 2018). A
Política Nacional de Promoção da Saúde (PNPS) evidencia, no artigo 6º, a
importância da promoção da equidade e da melhoria das condições e dos
modos de viver, ampliando a potencialidade da saúde individual e da saúde
coletiva e a redução das vulnerabilidades. Assim, salienta-se a importância das
ações integradas e das intervenções nos determinantes sociais do processo
de adoecimento (Souza et al., 2021a). Carregando este estigma da doença, os
soropositivos ao HIV são vistos socialmente como inválidos, contaminados e
com pouco tempo de vida, além das pessoas que têm como verdadea ideia de
que pelo toque já se contamina. Essas visões acabam por isolar mais ainda
71
essesindivíduos (Cueto; Lopes, 2021), e os profissionais da saúde, devem estar
preparados e seguros para recebê-los e incluí-los na sociedade.
Nesse sentido, destaca-se a importância da assistência integral à saúde
entre PVHIV, incluindo a saúde bucal, devido a maior propensão às doenças
oportunistas e à presença de manifestações orais, as quais podem ser os sinais
iniciais da infecção pelo Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV). Algumas
doenças, como a candidose oral, a leucoplasia pilosa oral, o sarcoma de Kaposi
e o eritema linear gengival, além de sugerirem a infecção, podem indicar a
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ODONTOLOGIA HUMANIZADA:
O CONCEITO DE ATENDIMENTO CENTRADO NO PACIENTE
progressão para a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS). Ainda nesse
grupo de pacientes, a frequência de doenças periodontais reforça a importância
da atenção e assistência à saúde bucal (Howat et al., 2018).
Por esse motivo, o profissional da saúde odontológica ou não, deve estar
preparado para atender pacientes com manifestações infecciosas. Quando se
trata do vírus do HIV, Silva e Araújo (2021), têm constatado que o contágio
é uma complicação menor para a equipe odontológica. Portanto, pode-se
concluir que se as normas de prevenção são utilizadas corretamente, o risco de
infecção pelo HIV durante um atendimento odontológico é aproximadamente
nulo, baseado no preparo prévio deste profissional, assegura a ele mesmo e
ao paciente o atendimento seguro e livre de julgamentos discriminatórios, o
que é considerado parte fundamental.
Conforme Souza et al. (2021b), a política brasileira de combate ao Vírus da
Imunodeficiência Humana (HIV) e à síndrome da Imunodeficiência Adquirida
(AIDS) demonstra que nenhuma abordagem preventiva isolada possui eficácia
no controle, o que destaca a precisão de prevenção combinada, realizada por
meio de abordagens biomédicas, estruturais e comportamentais juntas para um
resultado seguro no atendimento, levando em consideração as necessidades,
especificidades, perigo de contaminação e modos de propagação do vírus.
Com isso, outro fator desafiador que o profissional irá enfrentar é alinhar o
tratamento que será realizado à medicação utilizada pelo paciente, considerando
que algumas interações medicamentosas podem trazer transtornos graves ao
quadro clínico de saúde do paciente, mas mesmo incluindo esses desafios,
deve-se manter continuado, contanto que o paciente fique seguro, pois como
lembra Hipólito et al. (2020), o acolhimento sem discriminação das PVHIV
nas áreas de saúde é um cuidado fundamental, visto que contribui para que
elas participem ativamente da vida social e do autocuidado, o que facilita a
segurança e previne a transmissão do vírus, evitando assim a evolução para
AIDS, reduzindo a mortalidade pela doença.
Além disso, a forma como o tratamento será conduzido depende de alguns
72
fatores, tais como: a disponibilidade e disposição do paciente, a medicação que
ele toma para o tratamento,como citado anteriormente; o tempo de duração
de cada consulta; o estado físico e o estado mental do paciente. Por isso, é
recomendado que uma sequência seja seguida para esse tratamento, onde
prioritariamente é recomendado que seja realizado o alívio da dor; após isto,
inicia-se a restauração das formas e das funções da dentição; e por último,
realiza-se os procedimentos estéticos, caso necessário.
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2.2 Fatores emocionais desses pacientes e o manejo adequado do profissional
As informações sobre a doença podem ser guardadas por livre e
espontânea vontade do paciente, pois é direito seu, contudo, muitas vezes,
é de suma importância para esse profissional saber dessas informações para
poder redirecionar de forma correta exames, medicações e condutas, assim
contribuindo também para que os portadores participem ativamente do
autocuidado, o que facilita a adesão e previne a transmissão do vírus, evitando
assim a evolução para AIDS e reduz a mortalidade pela doença. Por isso, essa
questão tem a importância de desmistificar e tirar o paciente do próprio
preconceito que essas doenças trazem.
A partir de pesquisas realizadas por Parola e Zihlmann (2019), reforçaram
que os pacientes por vezes não conseguem falar abertamente sobre a doença ou
o que sentem, nem com seus familiares e dificilmente querem falar a respeito
com os profissionais de odontologia, por receio de rejeição ao tratamento.
Com base nessas afirmativas, entende-se que em algum momento de sua
vida vivenciaram a discriminação e o preconceito por parte de profissionais
da saúde, fazendo com que, em muitos casos, eles omitam a informação do
sorodiagnóstico em HIV, para que o tratamento seja isento de prejulgamentos.
Deste modo, como o paciente passa a deixar de informar o seu diagnóstico,
passa a compreender como “normal” as medidas extras de biossegurança
ou incorpora mais sofrimento na sua rotina após a recusa de atendimento.
Assim, além da necessidade de inserção do tema nas políticas nacionais, há
necessidade de ocorrer estímulo a abordagens informativas que abranjam a
PVHIV e o atendimento de cirurgiões-dentistas.
Os profissionais de saúde podem se beneficiar com o treinamento
em conjunto com pessoas que vivem com HIV (Kalembo et al., 2018) com
materiais educacionais e palestras informativas sobre formas de contaminação
e transmissibilidade do HIV em serviços de saúde são essenciais, juntamente
com ações que aumentem a conscientização e a sensibilidade dos profissionais
de saúde podem ajudar a diminuir barreiras e estimular melhores resultados
73
em PVHIV. Assim, é fundamental que o vínculo profissional-paciente seja
mais humanizado e queos profissionais da saúde atuem de modo a reduzir o
estigma prevenindo os mesmos de novas infecções por HIV (Geter et al., 2018).
A cavidade oral do portador do HIV/AIDS é um sítio anatômico
frequentemente acometido por doenças oportunistas e neoplasias malignas
de etiologias distintas (Nascimento, et al., 2020). Com isso, de acordo com
Parola e Zihlmann (2019), a importância do profissionalda odontologia faz-se
HIV: ATENDIMENTO ODONTOLÓGICO A PACIENTES SOROPOSITIVOS
ODONTOLOGIA HUMANIZADA:
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notar, pois ele tem a função de contribuir para o bem-estar das pessoas que
vivem com HIV, sendo sua responsabilidade a promoção e adequação da saúde
bucal desses pacientes.
Conforme apresentado por Silva et al. (2020a), expuseram em seu estudo
que os profissionais devem estar agindo sempre de acordo com os princípios
éticos e de biossegurança, na intenção de resguardar o atendimento de seus
pacientes, a sua vida, e de sua equipe de trabalho. O tratamento odontológico
em pacientes na fase ativa da doença deve ser postergado para que não haja
uma inoculação do vírus para outras partes do corpo do paciente e que não
seja um risco para o cirurgião-dentista (Nascimento, et al. 2020).
Diante do relato de Silva, et al. (2020b), as normas de biossegurança
devem ser criteriosamente aplicadas, visto que geralmente nos primeiros anos
da infecção por HIV, o paciente é assintomático. Em levantamento realizado
por Trezena et al. (2020), os profissionaisda odontologia, entre eles cirurgiões-
dentistas e técnicos em saúde bucal relataram que já experienciaram acidentes
com perfurocortantes, bem como relataram que os fatores relacionados
aos acidentes são a falta de treinamento, capacitação e o fluxo intenso de
atendimentos.
Por isso, é imprescindível que os profissionais odontológicos tenham
todo o conhecimento possível para o atendimento aos pacientes com HIV+,
principalmente quando se trata de contaminação cruzada e disseminação de
patógenos (Silva et al.,2020b). O exame dos tecidos moles bucais, a avaliação
de todos os dentes e tecido periodontal, além do conhecimento dos sinais e
sintomas comuns da infecção pelo HIV, são de suma importância, pois a AIDS
frequentemente apresenta manifestação oral (Nascimento et al., 2020).
Ademais, Silva et al.(2020a) evidenciaram 2 etapas a serem seguidas
para atendimentos odontológicos a pacientes soropositivos: 1) realização dos
procedimentos como em qualquer outro paciente, sendo seguidas todas as
normas de biossegurança; 2) realização de avaliação demanifestações específicas
do vírus HIV/AIDS, sempre objetivando a melhoria na qualidade de vida do
74
paciente, sem transparecer conceitos errôneos sobre a doença, no qual possam
influenciar/interferir na realização do tratamento do mesmo.
Portanto, é claro o quanto torna-se indispensável para o tratamento
os fatores emocionais e de segurança para que o mesmo seja realizado com
sucesso e sem transtornos divergentes do esperado.
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3 METODOLOGIA
O presente estudo trata-se de uma revisão integrativa que inclui a análise
de pesquisas relacionadas com o tema que dão suporte para a tomada de
decisão, permitindo a adoção desses achados na prática. A revisão integrativa
é uma ferramenta científica robusta, a qual tem sido amplamente utilizada
em pesquisas em diferentes áreas do conhecimento, incluindo a Odontologia.
Este tipo de estudo é uma medida para a identificação e análise das evidências
concretas e reais de práticas de saúde, quando não está suficientemente
fundamentada a criação de conhecimento científico.
A revisão integrativa inclui a análise de pesquisas relevantes que dão
suporte para a tomada de decisão e a melhoria da prática clínica, possibilitando
a síntese do estado do conhecimento de um determinado assunto, além
de apontar lacunas do conhecimento que precisam ser preenchidas com a
realização de novos estudos. Este método de pesquisa permite a síntese de
múltiplos estudos publicados e possibilita conclusões gerais a respeito de uma
particular área de estudo (Mendes et al., 2019).
3.1 Cenário de estudo
Para sua elaboração, foi necessário adesão de fases que apresentam uma
seleção metodológica em busca de evidências sobre determinado assunto.
Essas fases compreenderam seis etapas: selecionar a questão para a revisão
(pergunta norteadora); selecionar as pesquisas que constituirão a amostra
do estudo; representar as características das pesquisas revisadas; analisar os
achados de acordo com os critérios de inclusão e exclusão estabelecidos no
projeto; interpretar os resultados e apresentar e divulgar os resultados.
3.2 Critérios de inclusão
Levando em consideração os conflitos de trabalho apresentadas pelos
profissionais da odontologia como vulnerabilidade a riscos à biossegurança
75
do profissional, sua equipe e dos demais pacientes que serão atendidos
posteriormente, entre outros, por isso o presente estudo utilizou a questão
norteadora para guiar esta pesquisa.
Os critérios de inclusão dos artigos selecionados nesta pesquisa foram:
estudos de delineamento descritivo, quantitativo e qualitativo, que foram
publicados entre os anos de 2019 a 2024 nos idiomas português, inglês e
espanhol, com resumos disponíveis nas bases de dadoseletrônicas selecionadas:
PubMed, Literatura LatinoAmericana em Ciências da Saúde (Lilacs), Sistema
Online de Busca e Análise de Literatura Médica (MEDLINE) e Scielo.
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ODONTOLOGIA HUMANIZADA:
O CONCEITO DE ATENDIMENTO CENTRADO NO PACIENTE
Para a busca dos artigos selecionados, foram utilizadas estratégias
respeitando as especificidades de cada base de dados, utilizando os descritores
e seus respectivos termos na língua inglesa: descritores de problema: “HIV”
e “Acquired Immunodeficiency Syndrome” e “Oral Health”, que fazem parte
dos Descritores em Ciências da Saúde - DeCS e MeSH.
3.3 Critérios de exclusão
Os critérios de exclusão partiram dos artigos em forma de apostilas,
cartas e editoriais, pois não contemplam os critérios necessários para uma
pesquisa científica, visto que o foco deste estudo destinou-se à busca de
evidências científicas sobre o assunto. Também foram excluídos os artigos
que não estavam disponíveis na íntegra.
3.4 Benefícios
A pesquisa contribuiu para a melhoria do cuidado prestado ao paciente,
quanto ao lado do profissional odontólogo. No Brasil, é carente o número de
publicações que empregam esse método no desenvolvimento de pesquisas, dessa
forma, este estudo trouxe subsídios para o profissional dentista compreender
os conceitos gerais, etapas e a aplicabilidade dos métodos e resultados obtidos
e ainda mais oferecer aos profissionais de diversas áreas de atuação na saúde o
acesso rápido aos resultados relevantes de pesquisas que fundamentam as
condutas ou a tomada de decisão, proporcionando um saber crítico.
3.5 Análise de dados
Por se tratar de uma pesquisa com abordagem qualitativa, a análise
dos estudos selecionados, em relação ao delineamento de pesquisa, foi
organizada e analisada conforme seus conteúdos relevantes, sendo que tanto
a interpretação quanto a síntese dos dados obtidosdos artigos foram realizadas
de forma descritiva, possibilitando observar, enumerar, descrever e classificar
76
as informações, com o intuito de reunir o conhecimento produzido sobre o
tema explorado na revisão, fazendo uso de tabelas, objetivando-se captar os
melhores achados que englobarem os focos dos objetivos secundários. Os
artigos que repetirem em suas bases de dados foram agregados na base de dados
que contém o maior número de artigos.Os resultados foram apresentados de
forma descritiva.
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4 CONCLUSÃO
Em virtude dos fatos mencionados, fica evidente como os estigmas
relacionados a imunodeficiência adquirida (HIV) por muitas vezes afasta pessoas
com HIV do ambiente odontológico. Ademais, é crucial que os profissionais
de saúde, incluindo os da área odontológica, estejam preparados para atender
pacientes com doenças infecciosas. Estudos indicam que, desde que sejam
seguidas as normas de prevenção, o risco de infecção pelo HIV durante um
atendimento odontológico, é mínimo.
Além disso, é essencial promover um ambiente de atendimento sem
discriminação, garantindo uma relação de confiança entre profissional e
paciente. Assim, ao seguir as diretrizes de segurança e proporcionar um
ambiente acolhedor, os profissionais podem oferecer um atendimento seguro
e livre de riscos desnecessários. Vale lembrar os desafios enfrentados por parte
dos profissionais nesse tipo de atendimento clínico, visto que necessitade todo
um manejo adequado desde a chegada do paciente, o uso de medicamento
correto, apreparação da equipe e obviamente o tratamento correto com alívio
da dor.
Nesse sentido, os cirurgiões-dentistas desempenham um papel crucial
na identificação precoce das manifestações orais do 10 HIV, que podem ser
os primeiros sinais de infecção e são essenciais para o encaminhamento
e tratamento oportuno dos pacientes. Esses desafios incluem não apenas o
controle de infecções, mas também a necessidade de comunicação eficaz e
empática para lidar com as preocupações e ansiedades dos pacientes.
Sob essa ótica, a educação contínua dos profissionais de saúde sobre o
HIV e outras doenças infecciosas, bem como sobre a importância de práticas
inclusivas, é fundamental para reduzir o estigma associado a essas condições.
Políticas institucionais que promovam aigualdade e a não discriminação, junto
com campanhas de conscientização, podem contribuirsignificativamente para
um ambiente mais acolhedor e seguro para todos os pacientes.
Outrossim, é importante que as instituições de ensino e os conselhos
77
profissionais incentivem e forneçam recursos para a formação continuada dos
profissionais de odontologia.Cursos, workshops e materiais educativos devem
estar amplamente disponíveis, focando nãoapenas nas questões técnicas, mas
também nos aspectos éticos e psicológicos do atendimentoa pacientes com HIV.
Portanto, a combinação das práticas de prevenção rigorosa, educação
contínua e um compromisso com a inclusão e o respeito pode transformar
o ambiente odontológico, tornando- o acessível e seguro para pacientes com
HIV. Dessa forma, podemos avançar para um sistema de saúde mais justo e
eficiente, onde todos os indivíduos têm acesso aos cuidados necessários sem
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O CONCEITO DE ATENDIMENTO CENTRADO NO PACIENTE
medo de discriminação ou exclusão. A mudança de paradigma na abordagemao
paciente com HIV é não apenas uma questão de saúde pública, mas também
de direitos humanos, garantindo dignidade e igualdade no acesso aos serviços
de saúde.
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81
HIV: ATENDIMENTO ODONTOLÓGICO A PACIENTES SOROPOSITIVOS
ODONTOLOGIA HUMANIZADA:
O CONCEITO DE ATENDIMENTO CENTRADO NO PACIENTE
CONSEQUÊNCIAS DO USO DE CIGARRO
ELETRÔNICO NA SAÚDE BUCAL:
UMA PESQUISA BIBLIOGRÁFICA
Iasmim de Oliveira Rodrigues
Maria Eduarda Sousa Teixeira
Maria Vitória Santos Silva
Sofia Maria Castro Cruz do Nascimento
Anne Heracléia de Brito e Silva
Mauro Gustavo do Amaral Brito
1 INTRODUÇÃO
De primeira análise, é necessário demarcar que no âmbito brasileiro,
mesmo com a venda, importação e propaganda dos cigarros eletrônicos
sendo proibidos pela Anvisa desde 2009, o consumo e a demanda dos jovens
interessados pelo cigarro eletrônico (CE) não diminui. O crescente uso dos
cigarros eletrônicos se caracteriza principalmente por ser uma opção menos
prejudicial que o cigarro convencional, e como uma opção terapêutica para
cessar o uso do cigarro convencional (CC), pela menor quantidade de nicotina
presente em sua formulação (Barradas, et.al., 2021). Ainda nesse contexto, o
aumento exponencial do uso do cigarro eletrônico se dá pelos benefícios
oferecidos, como a ausência de odor desagradável, a não produção de fumaça
e cinza e a ausência de mau hálito associados com a opinião geral de que os
82
CE causam menos impacto são menos viciantes que os cigarros convencionais
(Hilton, et. al., 2020).
Com seu surgimento em 2003, o CE é alimentado por bateria, apresentando
cheiros e sabores variados com alto teor de açúcar, o que acarreta riscos diretos
para a saúde bucal, uma vez que os líquidos que abastecem os cigarros eletrônicos
podem causar cárie e doenças periodontais pela grande quantidade de açúcares,
e o uso repetido do cigarro eletrônico é determinante para o prejuízo causado
dos dentes ( Jorge, 2023). De forma análoga, o uso dos dispositivos eletrônicos
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ODONTOLOGIA HUMANIZADA:
O CONCEITO DE ATENDIMENTO CENTRADO NO PACIENTE
pode causar danos às células da mucosa bucal semelhantes aos do cigarro
convencional, incluindo diferentes tipos de câncer e ainda problemas e doenças
bucais, o que inclui o câncer de boca (Gonsalvez, 2023).
Especialistas no combate ao fumo alertam sobre o surgimento de novas
formas do consumo da nicotina. Nelas, o cigarro convencional e a fumaça saem
de cena e dão lugar a dispositivos eletrônicos de design atraente, discretos e
com alto apelo entre os jovens, como uma estratégia para auxiliar usuários
do cigarro convencional a gradualmente abandonarem o vício. No entanto,
a Anvisa (2021) argumenta que a redução da emissão de substâncias por parte
dos cigarros eletrônicos não significa redução de risco ou de dano à saúde, e
que os CE causam dependência por conta da presença de nicotina nos líquidos
que abastecem os dispositivos, além disso, o elevado índice de açúcar apresenta
sérios riscos para a saúde bucal dos usuários, uma vez que se sentem atraídos
pelos aditivos adocicados, incentivando o consumo exacerbado. Desse modo,
surgiu o seguinte problema: Qual a importância de conhecer os problemas
gerados na saúde bucal pelo uso do CE?
Nesse sentido, o presente artigo tem como objetivo elucidar as doenças
associadas ao uso dos CE, bem como informar a sociedade dos riscos à
saúde acarretados pelo consumo do cigarro eletrônico. Ainda, visa educar a
população sobre os efeitos do cigarro eletrônico na saúde bucal, mostrando
os riscos de cárie, doença periodontal, mucosite oral e aumento do risco de
câncer oral, sendo relevante para desmistificar a percepção de que o cigarro
eletrônico é uma alternativa segura ao cigarro tradicional pois representam
riscos significativos para a saúde oral.
2 REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 Histórico do cigarro eletrônico
Inicialmente, ao fazer uma breve análise do surgimento e desenvolvimento 83
do cigarro eletrônico, é possível que se desmistifique a percepção de segurança
que o cigarro eletrônico tem, em relação ao cigarro tradicional. Posto isto, na
década de 60, mais especificamente em 1963, um pensilvaniano, chamado
Herbert Gilberte projetou e fabricou o primeiro cigarro eletrônico de que
se tem registro, todavia pela globalização da época mencionada, não teve
impulso para ser comercializado. (INCA- Instituto Nacional do câncer, 2016
apud Torres, 2021)
CONSEQUÊNCIAS DO USO DE CIGARRO ELETRÔNICO NA
SAÚDE BUCAL: UMA PESQUISA BIBLIOGRÁFICA
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O CONCEITO DE ATENDIMENTO CENTRADO NO PACIENTE
Adiante, no ano de 2003, na China, um farmacêutico chamado Hon Lik,
cresceu em um ambiente onde o pai faleceu em decorrência do uso exacerbado
do cigarro convencional, além do próprio, ser um usuário ativo durante anos.
Após o desejo de cessar o hábito de fumar, e observar o quão prejudicial era
o cigarro convencional, Hon Lik, desenvolveu em similaridade, o cigarro
eletrônico criado por Herbert Gilberte, o qual no mesmo ano patenteou e no
ano seguinte comercializou. (Famele et al., 2015, apud Torres, 2021)
Em primeira análise, entende-se que o cigarro eletrônico foi um meio
de substituição do cigarro do tabaco , o qual teve como objetivo solucionar os
riscos e problemas causados em decorrência do cigarro convencional (Huang
et. al.,2018, apud Torres, 2021)
Ademais, o sistema do cigarro eletrônico, também conhecido por
e-cigarette ou sistema eletrônico de entrega de nicotina (ENDS), dá-se por meio
da inalação do vapor produzido pelo dispositivo. Sua estrutura é constituído
por três partes principais, as quais são: uma bateria, podendo ser de hidreto de
metal, níquel-cádmio, íon lítio ou níquel-cádmio), um cartucho (preenchível
ou pré-carregado) e um atomizador. (INCA- Instituto Nacional do Câncer,
2016 apud Torres, 2021).
Em sequência, a figura 1 abaixo exemplifica a estrutura do cigarro
eletrônico, no qual é importante observar como funciona o caminho da
substância até chegar no organismo.
Figura 1- Estrutura do cigarro eletrônico
84
Fonte: Popov (2022)
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A partir disso, o dispositivo nutrido pela bateria, vaporiza a substância
à base de nicotina, onde o indivíduo inala a solução através da cavidade oral.
(Sousa et al., 2023 apud Andrade, 2024). No mais essa solução ao chegar ao
pulmão é absorvida
e decorre diretamente para a corrente sanguínea (Meo e Asiri, 2014, apud
Andrade, 2024). Em sequência, é notória a presença singular da nicotina na
composição do cigarro eletrônico, embora sua concentração se modifique a
depender da marca (INCA, 2016 apud Torres, 2021) .
Dessarte, uma curiosidade abordada pelo Instituto Nacional do Câncer
(INCA) é o fato de os indivíduos terem uma visão de que cigarro eletrônico é
mais seguro do que o cigarro convencional, pelo fato de mesmo produzindo
fumaça, não produz odor, todavia tal premissa não é falsa (Torres, 2021). Em
adição, uma análise produzida por Wang, identifica que a maior porcentagem
dos usuários de cigarro eletrônico, eram usuários de cigarro convencional
e migraram para o cigarro eletrônico com uma visão de que este era mais
seguro, além do mesmo ser um potencial meio para cessar o hábito de fumar
(Andrade, 2024).
Tais premissas, reforçam o fato dos indivíduos se basearem pelos sentidos
primitivos da imaginação, analisando e concluindo os benefícios e malefícios,
sem uma pesquisa prévia sobre o que estão ingerindo pela sua cavidade oral.
Desse ponto, se analisa pelas pesquisas de Sousa et al. (2023) apud Andrade
(2024) que até o presente momento não há comprovação científica mostrando
os benefícios dos dispositivos eletrônicos em relação à saúde, tampouco em
relação a parar de fumar. Reforçando tal situação, a ANVISA (Agência Nacional
de Vigilância Sanitária) declara inválida, até que se prove ao contrário, por
meio de estudos científicos, qualquer tipo de tratamento do tabaco por meio
da utilização do Cigarro Eletrônico (Brasil, 2009 apud Torres, 2021).
Em acréscimo, uma vez que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária
(ANVISA) por meio de pesquisas e estudos aprofundados, ainda não tornou
legal a utilização e comercialização do cigarro eletrônico, fica evidente que 85
o mesmo não se trata de um dispositivo seguro à saúde das pessoas, fazendo
com que se espere um posicionamento coerente da população com os estudos
científicos realizados.
2.2 Comparação da composição do Cigarro Convencional e o Cigarro Eletrônico
A nicotina é uma substância comum obtida através de duas fontes
primárias: cigarros eletrônicos e cigarros de tabaco. É altamente viciante
porque produz compostos causadores de câncer e respiratórios/cardiotóxicos.
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SAÚDE BUCAL: UMA PESQUISA BIBLIOGRÁFICA
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O CONCEITO DE ATENDIMENTO CENTRADO NO PACIENTE
Regularmente presentes tanto no vapor do cigarro eletrônico quanto na fumaça
do tabaco, esses produtos químicos garantem que os usuários ficarão fisgados
para sempre em qualquer um dos produtos.
Estudos recentes de 2023 apontam resultados como “Estudo: usuários
de vape fumam o equivalente a mais de 20 cigarros por dia” mostram que
quase 30% dos jovens escolheram cigarros eletrônicos, enquanto cerca de 20%
são atraídos pelo tabaco. Esta escolha é influenciada pelo equívoco de que os
cigarros eletrônicos são menos prejudiciais do que os tradicionais – embora
isto possa ser um fator contribuinte, outras considerações não podem ser
ignoradas.
Mas é importante notar que tanto o consumo de cigarros eletrônicos
como o de tabaco têm graves consequências para os jovens. A dependência
da nicotina destes produtos pode impactar negativamente no desempenho
acadêmico, o bem-estar mental e as relações sociais dos jovens.
Além disso, a ingestão contínua dessas substâncias leva significativamente
a grandes probabilidades de adquirir doenças crônicas que incluem, mas
não se limitam a, doenças pulmonares, doenças cardiovasculares e cancro
– levando ainda mais à privação da qualidade e quantidade de vida entre os
jovens afetados.
Além dos riscos acima mencionados, importa referir que tanto os cigarros
eletrônicos como os cigarros normais apresentam elevado potencial de
dependência. A nicotina é um fator comum nestes produtos que se encarrega
de fomentar a dependência; isso torna muito difícil superar o vício.
Além disso, deve salientar-se que a utilização tanto de cigarros eletrônicos
como de cigarros tradicionais pode levar a graves implicações para a saúde
e sabe-se que várias doenças as causam. A exposição prolongada aumenta o
risco de condições debilitantes, como doenças pulmonares crónicas, doenças
cardiovasculares que suprimem o sistema imunitário e desenvolvimento de
cancro.
Portanto, torna-se imperativo desenvolver estratégias eficazes que visem
86
parar ou limitar o uso de cigarros eletrônicos e cigarros convencionais entre os
jovens – preservando a sua saúde a longo prazo e garantindo o seu bem-estar.
2.3 Riscos significativos e o porquê de o cigarro eletrônico não ser uma alternativa
segura do Cigarro Convencional
Devido à evolução dos mercados de consumo, tudo que era antigo e
comum no passado se tornou mais novo e modernizado passando a ser ainda
mais comum principalmente pela população jovem. Como exemplo temos o
cigarro convencional (CC) produzido pela folha do tabaco, elemento criado na
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O CONCEITO DE ATENDIMENTO CENTRADO NO PACIENTE
Europa no século XVI que desde então se faz presente na atualidade, porém,
devido aos seus grandes riscos para a saúde humana foi se criado o famoso
cigarro eletrônico (CE), sendo que o tal possui a ideia de substituição do cigarro
convencional como forma de ser menos prejudicial por serem à base de tabaco,
nicotina e outras substâncias, por onde o CE atrai seus consumidores por ser
um dispositivo com composição de substâncias aromáticas, que não causam
mau hálito e com essências saborosas (Barradas, et.al., 2021).
Segundo fabricantes, todos esses componentes do CE seriam
uma alternativa de que seriam menos prejudiciais do que o cigarro
comum. Ademais, a partir de estudos médicos realizados no ano de
2018, pela fundação Oswaldo Cruz em Brasília, foi-se comprovado
que o CE pode ser mais perigoso à saúde do que o CC podendo tornar
esses consumidores dependentes da nicotina além da fragilidade na
saúde que os componentes presentes no CE podem causar no bem-
estar do indivíduo podendo acarretar graves doenças respiratórias e
cardiovasculares (Piras, et.al., 2018). Em uma contabilização feita nos
EUA, cerca de 9 milhões de pessoas são adeptas ao consumo do CE, por
onde em um determinado período foi-se constatado em um hospital,
cerca de 805 casos foram registrados em 46 dos 50 Estados Americanos
nos quais mais da metade dos casos os pacientes possuíam idade abaixo
de 25 anos e três quartos desses eram homens.
Segundo um levantamento de 2014, para cada um milhão de
fumantes que substituem os modelos comuns pelos eletrônicos,
mais de 6 mil vidas seriam salvas por ano (Barradas, et.al., 2021). No
Brasil, após as descobertas feitas em relação aos perigos do CC em
1950, foi proposta a implementação de estratégias no mercado para que
houvesse a proibição de propagandas dos cigarros, alertas nas caixas,
maior alastramento de informações sobre os riscos, proibição de fumar
em locais fechados e o aumento dos preços, com esses fatores foi-se
reduzida boa parte das vendas dos CC. 87
2.4 Efeitos causados na saúde bucal advindos do uso do Cigarro Eletrônico
Nesse contexto, é alarmante o aumento do consumo de nicotina por
adolescentes devido à disponibilidade de produtos alternativos como narguilés
e cigarros eletrônicos que estão ganhando cada vez mais popularidade entre
os jovens. Esta tendência é particularmente alarmante dado que a adolescência
forma padrões de comportamento que têm um efeito a longo prazo na saúde
(Malta, 2019).
CONSEQUÊNCIAS DO USO DE CIGARRO ELETRÔNICO NA
SAÚDE BUCAL: UMA PESQUISA BIBLIOGRÁFICA
ODONTOLOGIA HUMANIZADA:
O CONCEITO DE ATENDIMENTO CENTRADO NO PACIENTE
Além que, através de pesquisas foi-se relatado que os efeitos dos cigarros
eletrônicos na saúde bucal, podem dar origem à xerostomia (boca seca),
halitose (mau hálito), cárie dental, perda e avulsão de elementos dentários,
doença periodontal e diversas patologias orais. Outros problemas afirmados
são os componentes químicos presentes nos líquidos dos então cigarros
eletrônicos, os quais podem afetar a saúde bucal, podendo levar a danos no
esmalte dentário e riscos desconhecidos às células e tecidos da cavidade oral
(Marçal e Alves, 2024).
Em uma análise detalhada, destaca-se o estudo de Andrade (2024), no
qual o primeiro impacto na saúde geral, e sequencialmente, na saúde bucal, é
a alteração da resposta imunológica. Isto porque, um indivíduo em situação de
saúde adequada, quando exposto a estímulos bucais, o ligamento periodontal
e o epitélio gengival produzem um retorno inflamatório satisfatório. Todavia,
falando do grupo de pessoas fumantes, ao estimular a cavidade bucal de um
paciente que faz uso de cigarro eletrônico, é notório um sangramento em
maior escala, comparado aos fumantes convencionais.
Tal situação, ocorre pelo fato de a nicotina atuar como vasoconstrição,
ou seja, há um estreitamento dos vasos sanguíneos, logo compreende-se que
as inflamações no periodonto são encobertas, em fumantes convencionais.
A partir disso, é notório que, pelo fato de a composição dos dispositivos
eletrônicos possuírem menos composição de nicotina, os efeitos periodontais
nos usuários de cigarro eletrônico são mais visíveis. Além disso, o dispositivo
eletrônico tem a capacidade de fazer com que a bactéria causadora da cárie
se adere ao biofilme com maior facilidade, no qual torna maior o perigo de
cáries e perdas de dentes, além de influir na perda óssea e recessão de gengiva.
Ademais, a exposição à nicotina é uma das causas principais de
diversas doenças bucais, uma vez que também acarreta a perda de dentes,
comprometimento na cicatrização de feridas e redução da resistência a um
implante (Ramenzoni et.al., 2022). Além disso, há grandes complicações
relacionadas a problemas periodontais, pois o uso de CE afeta diretamente
88
o ligamento periodontal e nas células do epitélio gengival que compõem o
tecido do periodonto.
Diante disso, ao observar os impactos da nicotina presente no cigarro
eletrônico, destaca-se a necessidade de tornar a sociedade ciente de tais
prejuízos, visto que há uma lacuna de conhecimento quanto os efeitos não só
da nicotina, mas também dos produtos químicos e aromatizantes presentes
nos líquidos que constituem o CE.
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3 METODOLOGIA
O presente trabalho trata-se de um pesquisa teórica qualitativa do tipo
exploratória, cujo de acordo com Denzin (2000) apud Toledo e Shiaishi (2009),
a abordagem qualitativa é direcionada em estudos acerca da compreensão da
vida humana em grupos. Como também Cook (1987) apud Toledo e Shiaishi
(2009), reforça que a pesquisa exploratória opera principalmente mecanismos
da pesquisa qualitativa, a qual é fundamentada em observações, cujo tipo de
pesquisa explora o problema de forma mais complexa, mostrando que estes
mecanismos permitem o levantamento de informações as quais resultam
em análises voltadas aos detalhes dos eventos ou objetos analisados, como
no caso dos problemas gerados pelo cigarro eletrônico. Ademais, as fontes de
pesquisas utilizadas foram pesquisas de casos, pesquisa bibliográfica e artigos
científicos (2019-2024) os quais estabelecem grande relevância com a temática
“problemas relacionados ao cigarro eletrônico na cavidade bucal” com o
intuito de expandir o conhecimento sobre os problemas causados pelo cigarro
eletrônico a toda comunidade acadêmica e à sociedade vigente, para qual foi
realizada uma pesquisa bibliográfica nos bancos de dados: Google Acadêmico,
Scielo, utilizando como palavras-chave: cigarro eletrônico, impactos, saúde
bucal e problemas, e em finalização os artigos selecionados foram mencionados
em qualquer parte do texto, abordando assim o assunto no presente estudo.
4 CONCLUSÃO
Dessa maneira, conclui-se não apenas que o cigarro eletrônico não é uma
alternativa segura e terapêutica para o vício no cigarro convencional, mas
também que suas consequências na cavidade oral são um importante fator
para a saúde dos usuários. No que diz respeito à temática, torna-se evidente a
necessidade de a sociedade conhecer os problemas gerados pelo uso constante
do CE, uma vez que existem riscos e alterações na cavidade bucal que ainda
são desconhecidos. 89
Assim, o estudo visa contribuir para o conhecimento dos usuários dos
cigarros eletrônicos e também para os cirurgiões-dentistas, na abordagem
integrada com pacientes e intervenção em relação ao uso destes dispositivos,
elucidando quanto aos impactos causados pelos mesmos, visto que os danos
destes dispositivos são bem maiores do que foi pensado em sua criação.
CONSEQUÊNCIAS DO USO DE CIGARRO ELETRÔNICO NA
SAÚDE BUCAL: UMA PESQUISA BIBLIOGRÁFICA
ODONTOLOGIA HUMANIZADA:
O CONCEITO DE ATENDIMENTO CENTRADO NO PACIENTE
Dessa forma, são necessários mais estudos acerca de um assunto com
tamanha relevância e presença na sociedade atual, objetivando alertar e
evidenciar mais informações em torno do impacto dos dispositivos eletrônicos
de fumar em relação com a saúde da cavidade bucal, bem como os benefícios
aos indivíduos que cessam o uso dos mesmos.
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92
Iasmim de Oliveira Rodrigues - Maria Eduarda Sousa Teixeira - Maria Vitória Santos Silva
Sofia Maria Castro Cruz do Nascimento - Anne Heracléia de Brito e Silva - Mauro Gustavo do Amaral Brito
ODONTOLOGIA HUMANIZADA:
O CONCEITO DE ATENDIMENTO CENTRADO NO PACIENTE
A ATUAÇÃO DA ODONTOLOGIA ESPORTIVA
EM ATLETAS DE ALTO RENDIMENTO:
REVISÃO DE LITERATURA
Helenyel Castelo Branco Magalhães
Monaliza da Rocha Fontelene
Raynara Rafaelly Alves Pinheiro
Anne Heracléia de Brito e Silva
Mauro Gustavo do Amaral Brito
1 INTRODUÇÃO
A odontologia esportiva, uma área em crescimento no campo da saúde, tem
se destacado por sua importância no cuidado com atletas de alto desempenho.
Enquanto a odontologia convencional é focada em prevenir, diagnosticar
e tratar problemas dentais, a odontologia esportiva vai além ao influenciar
diretamente na performance atlética e na prevenção de lesões na região da
boca e face. Com a integração de serviços odontológicos especializados, é
possível proporcionar benefícios significativos tanto para a saúde bucal quanto
para o rendimento dos atletas.
Atletas profissionais enfrentam desafios físicos e mentais intensos, nos
quais cada aspecto da sua saúde pode ter um impacto significativo nos seus
resultados. Problemas bucais como cáries, gengivite, má oclusão e bruxismo
não só causam desconforto, mas também podem afetar a postura, a respiração
93
e até mesmo a estabilidade emocional dos atletas. Dores e infecções na boca
podem causar um aumento nos níveis de estresse e prejudicar o desempenho
esportivo. Por outro lado, tratamentos odontológicos preventivos e corretivos
podem ajudar a melhorar o rendimento dos atletas.
Diversas pesquisas sustentam a relação entre a saúde da boca e o desempenho
esportivo. Por exemplo, problemas dentários podem afetar negativamente a
capacidade de equilíbrio e coordenação, aspectos essenciais para muitas
modalidades esportivas. Além disso, infecções na boca podem desencadear
inflamações pelo corpo, prejudicando a recuperação e a performance física dos
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RENDIMENTO: REVISÃO DE LITERATURA
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esportistas. A falta de atenção da odontologia no âmbito esportivo prejudica
o rendimento de atletas de alto nível, negligenciando cuidados dentais
fundamentais que poderiam melhorar seu desempenho ou evitar lesões na
boca.
O presente estudo teve como objetivo preencher esta lacuna investigando
como a integração de serviços odontológicos especializados pode beneficiar
o desempenho e a saúde bucal de atletas de alto nível. Os objetivos deste
estudo são múltiplos. Primeiramente, buscamos compreender o impacto da
odontologia esportiva no desempenho de atletas de alto nível. Em segundo
lugar, investigamos quais tratamentos odontológicos são mais relevantes para
melhorar o desempenho esportivo e prevenir lesões orais. Além disso, foi
demonstrada a eficácia das medidas preventivas odontológicas na redução
de lesões orais em atletas.
A justificativa deste estudo reside na importância de reconhecer a saúde
bucal como um elemento essencial da saúde global e da performance esportiva.
Questões bucais específicas, como o desalinhamento dos dentes e o bruxismo,
podem prejudicar o desempenho dos atletas. A pesquisa realçará a urgência
de intervenções odontológicas preventivas e corretivas, promovendo uma
abordagem multidisciplinar para a saúde dos esportistas.
Espera-se que este estudo de pesquisa não só reconheça tratamentos
odontológicos importantes, mas também ofereça orientações para práticas
clínicas mais eficazes e específicas. Os achados terão um papel significativo na
promoção do entendimento e da prática da odontologia esportiva, visando
o bem-estar e a qualidade de vida de atletas de alto nível. Além disso, os
resultados da pesquisa servirão de base para a elaboração de políticas de saúde
direcionadas aos atletas, abrindo portas para futuras investigações neste campo.
2 REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 A atuação da odontologia esportiva na prevenção, intervenção e tratamento de
94
lesões causadas por maus hábitos de higiene bucal.
A odontologia esportiva visa garantir a saúde oral dos atletas, identificando
fatores que podem prejudicá-la, como respiração bucal, problemas na articulação
temporomandibular, doenças periodontais, má oclusão, perda de dentes e
traumas faciais. Esses problemas podem causar dor, afetar a alimentação, reduzir
o descanso e prejudicar o desempenho nos treinos e competições (Reinhel et
al., 2015). Além disso, a odontologia do esporte é importante não apenas para
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atletas de alto nível, mas também para pessoas que praticam atividades físicas
para mitigar complicações de doenças como diabetes, problemas respiratórios
e cardíacos.
Cuidar da saúde bucal é crucial para o bom funcionamento do corpo. Por
isso, a odontologia agora faz parte das equipes multidisciplinares no esporte.
Essas equipes já contam com vários profissionais da saúde, como médicos,
fisioterapeutas, nutricionistas e psicólogos (Corrêa, 2015). Antes, a odontologia
esportiva não recebia muita atenção e ficava em segundo plano na saúde dos
atletas. Mas agora está crescendo muito rapidamente, até mais do que outras
especialidades odontológicas (Souza, 2014).
O Conselho Federal de Odontologia estabelece que a odontologia esportiva
deve investigar, prevenir, reabilitar e compreender como as doenças bucais
afetam o desempenho dos atletas (Conselho Federal de Odontologia, 2015).
Assim como outros profissionais de saúde, como fisiologistas do esporte,
psicólogos, nutricionistas e fisioterapeutas, buscam melhorar o desempenho
dos atletas aplicando seus conhecimentos e recursos específicos. Portanto, é
crucial integrar a odontologia na prática de saúde esportiva para promover a
saúde e o desempenho de atletas amadores e profissionais.
Diante da crescente importância da Odontologia Desportiva, várias
pessoas se uniram para estabelecer entidades e associações com o objetivo
de transformar essa área em uma especialidade reconhecida na odontologia.
Assim, em 29 de setembro de 2012, foi fundada a Academia Brasileira de
Odontologia do Esporte (ABROE), que conta com uma comissão formada
por profissionais especializados, mestres e doutores, com linhas de pesquisa
e publicações focadas na odontologia esportiva. Esses trabalhos científicos
capacitam a identificação das necessidades específicas de suporte aos atletas e
ao seu desempenho (Barberini, 2016). Conforme destacado pelo Presidente-
fundador da ABRODESP – Associação Brasileira de Odontologia do Esporte,
Donadio (2010, apud Padilha, 2012), a saúde bucal do atleta desempenha um
papel fundamental em seu rendimento esportivo. 95
Cuidar da saúde bucal é, portanto, o principal objetivo do cirurgião-
dentista esportivo, pois uma boa saúde bucal pode impactar positivamente
o desempenho atlético. Ao garantir que o atleta esteja livre de problemas
bucais, como cáries, doenças periodontais ou desordens na articulação
temporomandibular, o cirurgião-dentista contribui diretamente para a
melhoria do desempenho do atleta. Esta abordagem multidisciplinar na saúde
do atleta ressalta a importância de incluir a odontologia no cuidado integral
dos esportistas, visando não apenas a performance atlética, mas também o
bem-estar geral do indivíduo (Donadio, 2010, apud Padilha, 2012).
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RENDIMENTO: REVISÃO DE LITERATURA
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Padilha (2012) destaca que a odontologia do esporte surge da necessidade
de cuidar da saúde bucal dos atletas, que exigem muito mais de seu
condicionamento físico do que pessoas comuns, aumentando a demanda
por cuidados e prevenindo lesões que podem prejudicar suas carreiras. De
acordo com Antunez; Reis (2010), distúrbios na cavidade bucal podem reduzir
o rendimento do atleta em até 21%, incluindo problemas como má oclusão
e perda de dentes durante a prática esportiva. Esses problemas afetam a
mastigação e, consequentemente, a nutrição adequada. Portanto, a saúde bucal
dos atletas deve ser uma preocupação multidisciplinar, com a odontologia
desempenhando um papel crucial. Cuidados odontológicos adequados não só
promovem a saúde bucal, mas também previnem a disseminação de patógenos
que podem causar lesões relacionadas ao esporte. Durante competições, é
comum encontrar problemas odontológicos, seja por acidentes ou outras
causas (Barboza, 2018).
Problemas dentários como cárie, doença periodontal, traumas,
pericoronarite e extração de terceiros molares inclusos podem impactar
negativamente o desempenho dos atletas. Além disso, hábitos como bruxismo
e onicofagia aumentam a sobrecarga muscular, levando a dores e desequilíbrios
anatômicos. A cárie, apesar de afetar a cavidade bucal, tem repercussões na saúde
geral, influenciando a função mastigatória, o desenvolvimento psicossocial,
a estética facial e a fonética, podendo resultar em complicações infecciosas
(Oliveira, 2019).
De acordo com Azodo e Osazuwa (2013), a cárie dentária é uma das
doenças mais comuns entre os atletas, sendo uma condição poli microbiana
amplamente difundida em todo o mundo e representando um sério problema
de saúde pública. Segundo Bastos et al. (2013), a cárie dentária pode afetar a
performance esportiva devido à dor que causa e à interferência na mastigação,
prejudicando a alimentação e o sono do atleta. Isso pode resultar na incapacidade
parcial ou total de treinar e competir. Ademais, a doença periodontal pode
prejudicar a recuperação muscular e articular, comprometendo-as e até mesmo
96
afetando a saúde geral do paciente, o que impactará sua performance como
jogador. (Silva, 2012).
A inflamação causada pela cárie dentária pode ter um impacto significativo
na vida dos atletas de elite. Primeiro, a dor causada pela inflamação pode afetar
a concentração e o desempenho durante o treino e a competição. Além disso,
a inflamação pode levar a complicações como inchaço e infecção, o que pode
causar desconforto adicional e interferir nas capacidades físicas do atleta.
Em casos extremos, a infecção pode se espalhar para outras partes do corpo,
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causando danos mais graves ou até mesmo colocando em risco a carreira
atlética do indivíduo. Portanto, o tratamento precoce e adequado da cárie
dentária é crucial para garantir a saúde e o desempenho dos atletas de elite.
Figura 1 – Aspecto clínico inicial da lesão de cárie oclusal no dente 75.
Fonte: https://www.researchgate.net (2024).
2.2 A prevenção com o uso adequado de equipamentos de proteção, ajuda a reduzir o
índice de lesões bucomaxilofaciais causadas pelo contato físico.
A Odontologia do Esporte é crucial para ajudar atletas com lesões na boca.
Isso envolve consertar dentes quebrados, reconstruir gengivas danificadas
e tratar ferimentos na mucosa oral. Os dentistas esportivos trabalham em
equipe com fisioterapeutas e treinadores para garantir que os atletas recebam
o tratamento certo e possam voltar a competir logo.
Os protetores bucais são dispositivos essenciais para prevenir lesões
faciais em atletas devido à sua capacidade de absorver o impacto de golpes
e choques durante atividades esportivas. Ao fornecer uma camada protetora
entre os dentes e os tecidos moles da boca, os protetores bucais ajudam a
97
reduzir o risco de fraturas dentárias, contusões nos lábios, bochechas e língua,
e até mesmo concussões cerebrais, amortecendo o impacto e distribuindo a
força de maneira mais uniforme.
Protetores bucais personalizados e cuidados adequados são fundamentais
para garantir que os atletas possam performar bem e alcançar seu máximo
potencial na competição (Dias & Coto, 2023). Além disso, a manutenção
de uma boa saúde bucal pode prevenir infecções que comprometem o
desempenho esportivo e reduzir a ocorrência de problemas como dor de
dente ou inflamações que possam distrair e prejudicar o atleta durante as
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competições. A odontologia esportiva não só trata lesões existentes, mas também
atua de maneira preventiva, minimizando o risco de traumas e promovendo
a longevidade da carreira dos atletas.
Figura 2 – Protetores feitos sob medida — São diferentes para cada usuário e feitos pelo seu
dentista. Por serem feitos sob medida, são extremamente confortáveis e oferecem excelente
proteção. A maioria dos atletas profissionais prefere este tipo de protetor, pelo conforto que
proporcionam e visual arrojado além da extrema segurança.
Fonte: https://clinicavanzelli.com.br (2022).
O MMA é um esporte de contato físico intenso e exige dos seus atletas
muita técnica, resistência e força muscular. Os golpes diferidos por um atleta
no seu adversário podem causar deslocamento de membros, asfixia e fraturas.
Uma das poucas proteções permitidas é o protetor bucal, que diminui o risco
de fraturas na região dos dentes, mandíbula e região maxilar.
Figura 3 – Yoel Romero (esq.) golpeia Alex Polizzi durante a luta pelo Bellator Paris — Foto:
Lucas Noonan/Bellator
98
Fonte: https://ge.globo.com (2022)
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No MMA, a mandíbula pode ser fraturada principalmente por
impactos diretos, como socos, chutes e cotoveladas. A força dos golpes
direcionados ao maxilar pode ser suficiente para causar uma fratura,
especialmente quando o lutador está desprotegido ou é pego de surpresa.
A anatomia da mandíbula, uma estrutura em forma de “U” que se estende
desde as orelhas até o queixo, a torna suscetível a fraturas nos pontos
onde a força é concentrada.
Figura 4 – Raio x mostrando fratura mandibular no atleta de MMA Alex Polizzi causada por
golpe direto.
Fonte: Perfil oficial no instagram @eazypolizzi. (2022).
Sharma (2021) destaca que, embora alguns esportes pareçam ter riscos
mínimos de lesão, eles podem ter uma incidência de trauma maior do que
o esperado. Os protetores bucais protegem a cavidade bucal contra traumas
diretos e indiretos. Eles são obrigatórios em esportes de contato violento como
rúgbi, hóquei e boxe, e recomendados em esportes de contato incidental como 99
basquete e futebol. As lesões mais comuns são em partes moles, seguidas
por lesões ósseas na maxila e osso zigomático (Ribeiro et al., 2021; Namba &
Padilha, 2022). Para serem eficazes, os protetores devem ter boa retenção,
conforto e não interferir na fala ( Júnior, 2018; Mattos, 2023). Protetores bucais
personalizados, moldados especificamente para a boca do atleta, oferecem
melhor proteção e são mais confortáveis, incentivando o uso regular.
A escolha do material também é crucial; materiais termoplásticos, por
exemplo, fornecem uma combinação de resistência e absorção de impacto,
otimizando a proteção. A conscientização e educação dos atletas sobre a
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importância do uso de protetores bucais são essenciais para a prevenção de
lesões (Sharma et al., 2021). Os protetores bucais, que surgiram na odontologia
esportiva, são importantes para proteger os atletas durante esportes de contato.
Eles não só previnem lesões, mas também oferecem vantagens que ajudam
a melhorar o desempenho. Antunes et al. (2016) apontam que esses benefícios
incluem melhor equilíbrio, resistência aumentada, reação mais rápida e até
mesmo redução do estresse durante a prática esportiva. O uso de protetores
bucais pode melhorar a habilidade de equilíbrio em atletas, permitindo
que mantenham uma postura mais equilibrada durante a prática esportiva,
conforme afirmado por Namba e Padilha (2022). Além disso, a utilização de
protetores bucais distribui melhor a tensão nos dentes durante o exercício,
reduzindo a fadiga muscular e aumentando o esforço e rendimento (Dias &
Coto, 2023; Gonçalves et al., 2022).
De acordo com Corrêa et al. (2010), no futebol, apesar de ser visto como
um esporte menos violento, os médicos das equipes profissionais brasileiras
observaram que cerca de 70% deles testemunharam pelo menos uma lesão
dentária, enquanto 30% relataram ter visto pelo menos quatro casos. As
fraturas dentárias são as mais comuns, seguidas pelas avulsões. Defensores
centrais e atacantes são as posições mais afetadas, devido ao maior contato
físico durante o jogo.
Needleman et.al (2015) descobriu que mais de 50% das amostras de atletas
olímpicos apresentavam cárie dentária, 76% tinham gengivite e 8,3% tinham
periodontite, resultando em mais da metade dos dentes comprometidos.
Solleveld, Arnold e Luc (2015) estudaram atletas de elite na Holanda, onde
43% relataram pelo menos um problema bucal e 20% mais de um tipo de
problema. Ashley et al. (2015) destacaram que problemas como cárie, doenças
periodontais e erosões podem impactar a saúde geral devido a dor, dificuldades
na alimentação, efeitos psicológicos e inflamações sistêmicas.
2.3 Problemas bucomaxilofaciais afetam diretamente o rendimento dos atletas.
100
Os problemas bucomaxilofaciais, como a má oclusão, podem prejudicar o
rendimento do atleta de várias maneiras, incluindo dificuldades na mastigação
que afetam a absorção de nutrientes, desequilíbrios musculares e problemas
na articulação temporomandibular (ATM), bem como cáries, dores de dente,
infecções e deformidades faciais. (Lima, 2013). Alves (2017) destaca que
problemas bucais podem comprometer o desempenho físico dos atletas,
incluindo noites mal dormidas e indisposição devido à dor de dente, afetando
diretamente seu rendimento.
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Problemas na cavidade bucal, como anodontia, traumas, má oclusões
ou avulsões, podem reduzir o rendimento do atleta em até 21%, afetando a
mastigação e, consequentemente, a nutrição adequada (Antunez; Reis, 2010).
Segundo Cardoso (2010), a oclusão refere-se à harmonia entre as superfícies
dos dentes e o sistema estomatognático. Além disso, Souza et al. (2011) destacam
que as más oclusões podem prejudicar a mastigação, a absorção de nutrientes
e causar problemas na articulação temporomandibular (ATM), levando a dores
de cabeça e desequilíbrio muscular.
A periodontite também é preocupante devido à sua influência na
recuperação muscular. Frese et al. (2015) observaram uma correlação positiva
entre o aumento do treinamento semanal e a prevalência de cárie dentária,
relacionado ao aumento do consumo de carboidratos e à diminuição do fluxo
salivar.
Reinhel et al. (2015) mencionaram que problemas como doença periodontal,
má oclusão, respiração bucal e dor nos dentes prejudicam a alimentação
e o repouso dos atletas, reduzindo sua motivação e desempenho. Alves
(2017) sugeriu que o atendimento odontológico de rotina pode melhorar o
desempenho esportivo, prevenindo ou tratando adequadamente problemas
bucais.
Os estudos revisados corroboram a importância do cuidado odontológico
regular para atletas de alto rendimento. Por exemplo, intervenções odontológicas
preventivas podem não apenas mitigar problemas bucais existentes, mas
também ajudar a prevenir o surgimento de novas condições.
Além disso, a correção de problemas como má oclusão e respiração bucal
pode não apenas melhorar a saúde bucal dos atletas, mas também contribuir
para uma melhor qualidade de sono e recuperação muscular, fundamentais
para o desempenho esportivo. Portanto, é crucial que os atletas incorporem
cuidados odontológicos regulares como parte integrante de sua rotina de
treinamento e preparação física, visando não apenas a saúde bucal, mas
também o aprimoramento do desempenho atlético. 101
3 METODOLOGIA.
Para este estudo, a abordagem escolhida foi focada principalmente em
uma revisão bibliográfica completa e minuciosa. Optou-se por esse método
devido à sua eficácia em explorar e analisar de forma crítica o campo da
odontologia esportiva, sobretudo no que tange à saúde oral de atletas de alto
desempenho. Conforme Pizzani et al. (2012, p. 54), a pesquisa bibliográfica
consiste na revisão da literatura para examinar as principais teorias que
fundamentam o trabalho científico.
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O levantamento bibliográfico abrange a busca por informações em diversos
recursos, incluindo livros, periódicos, jornais, sites da internet, entre outras
fontes. Realizar uma pesquisa bibliográfica é essencial em qualquer estudo
científico, pois ela servirá de base teórica para todo o trabalho. Essa etapa
envolve a busca, seleção, registro e organização de informações relevantes
para o estudo. A pesquisa bibliográfica utiliza como fonte de dados registros
anteriores encontrados em publicações como livros, artigos e teses (Severino,
2018).
O primeiro passo foi realizar uma busca sistemática em diversas bases
de dados acadêmicas renomadas, como PubMed, Scopus e Google Scholar.
Nessa pesquisa, utilizamos uma ampla gama de termos pertinentes, como
“odontologia esportiva”, “saúde bucal em atletas” e “lesões orais em esportistas”,
a fim de garantir a identificação abrangente de estudos relevantes. Segundo
Vieira e Hossne (2015), uma boa revisão bibliográfica é compreendida por
muita leitura, boa redação e, sobretudo, conhecimento de determinada área e
capacidade de debater e criticar. A seleção dos estudos foi realizada mediante
uma avaliação cuidadosa da relevância e qualidade dos artigos encontrados.
Sendo priorizados, estudos publicados em periódicos científicos renomados e
revisados por pares, além de livros-texto, teses e dissertações que contribuam
para o entendimento da relação entre odontologia e desempenho esportivo.
Segundo Lacerda, Ensslin e Ensslin (2012), Uma vez que a área de
conhecimento da pesquisa tenha sido identificada, é fundamental selecionar
as palavras-chave que serão empregadas na busca por referências. Com base
nos conceitos-chave estabelecidos, utilizou-se a lógica booleana de pesquisa
para elaborar a árvore de palavras-chave. Para isso, foi essencial identificar os
conceitos-chave relacionados ao tema em questão, como tratamentos dentários,
desempenho esportivo, lesões bucais em atletas, entre outros.
4 CONCLUSÃO.
O estudo realizado ressaltou a relevância fundamental da Odontologia
102
Esportiva para a saúde e performance dos atletas profissionais, destacando
a necessidade de uma abordagem conjunta entre a odontologia e o esporte.
Ele destaca procedimentos essenciais, como alinhamento ortodôntico e a
utilização de protetores bucais personalizados, que não só buscam aprimorar
o desempenho esportivo, mas também evitam lesões na região da boca,
diminuindo o tempo de recuperação e prolongando a carreira esportiva.
Além disso, a investigação destacou como problemas dentários específicos,
como cáries não tratadas, doença periodontal e bruxismo, podem afetar
negativamente o desempenho desportivo, tanto através da dor como do
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desconforto associado, da redução da capacidade de concentração devido
ao desconforto oral, ou mesmo por um impacto na respiração, bruxismo e
capacidade aeróbica. Suas diretrizes multidisciplinares propõem a melhoria
da saúde bucal dos atletas, recomendando a integração de profissionais
de odontologia, medicina esportiva, nutrição e educação física para uma
abordagem holística e personalizada. Estas intervenções não só beneficiam
o desempenho desportivo, mas também promovem a qualidade de vida dos
atletas, prevenindo doenças orais crônicas e melhorando a saúde geral.
A pesquisa desempenha um papel fundamental na formulação de políticas
de saúde específicas para atletas, recomendando a integração de exames
odontológicos regulares como parte essencial dos programas de cuidados
médicos no contexto esportivo. Essas políticas visam não apenas otimizar o
desempenho atlético imediato, mas também garantir a saúde bucal a longo
prazo dos atletas, reduzindo assim o risco de lesões e doenças orais associadas.
Ao embasar essas políticas em evidências científicas sólidas, a pesquisa fortalece
a importância da saúde bucal como um componente integral do bem-estar
geral e do sucesso esportivo dos atletas de alto rendimento.
Por último, mas não menos importante, a pesquisa aponta para novas
direções em pesquisas interdisciplinares, ressaltando a urgência de estudos
adicionais para aprofundar nossa compreensão sobre a interação entre
saúde bucal e desempenho esportivo. Além disso, destaca-se a necessidade
de desenvolver estratégias preventivas e terapêuticas inovadoras, adaptadas
às necessidades específicas de cada atleta em suas diferentes modalidades e
níveis de habilidade. Esses avanços promissores têm o potencial não apenas
de melhorar a prática da odontologia esportiva, mas também de revolucionar
a forma como ela é integrada aos programas de treinamento e cuidados de
saúde em todo o mundo, beneficiando atletas de elite e amadores.
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O CONCEITO DE ATENDIMENTO CENTRADO NO PACIENTE
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Helenyel Castelo Branco Magalhães - Monaliza da Rocha Fontelene - Raynara Rafaelly Alves Pinheiro
Anne Heracléia de Brito e Silva - Mauro Gustavo do Amaral Brito
ODONTOLOGIA HUMANIZADA:
O CONCEITO DE ATENDIMENTO CENTRADO NO PACIENTE
A IMPORTÂNCIA DA ODONTOLOGIA
NO CONTEXTO ESPORTIVO
Antônio Lucas Sousa Rodrigues
Marcos Gabriel Fortes Nunes
Roberto Alisson Brito Alves
Vitor José Melo Carvalho
Anne Heracléia de Brito e Silva
Mauro Gustavo do Amaral Brito
1 INTRODUÇÃO
O estudo teve como objetivo entender a importância da Odontologia do
Esporte para a saúde dos atletas, identificar as doenças bucais mais comuns
entre atletas de alto rendimento e verificar como essas doenças afetam o
desempenho esportivo.
A prescrição de medicamentos também deve ser cuidadosa para evitar
resultados positivos em testes antidoping. As doenças bucais podem ter
repercussões sistêmicas, prejudicando a regeneração muscular, causando
problemas respiratórios e complicações cardiovasculares, além de afetar a
mastigação, fala, e a capacidade de concentração devido à dor. O estudo destaca
a necessidade de mais pesquisas e a importância de divulgar no meio esportivo
a relevância da saúde bucal para a saúde geral e desempenho dos atletas.
A odontologia é uma área vasta e diversificada da medicina que se concentra 107
no estudo, diagnóstico, prevenção e tratamento de doenças e condições que
afetam a cavidade bucal e suas estruturas associadas. Esta especialidade é
fundamental para a saúde geral, pois problemas bucais podem impactar outras
partes do corpo. Dentro da odontologia, existem diversas subespecialidades,
cada uma direcionada a aspectos específicos da saúde bucal.
Ortopedistas tratam desde fraturas e entorses até doenças crônicas como
artrite e deformidades congênitas, utilizando tanto intervenções cirúrgicas
quanto terapias não invasivas, como fisioterapia e medicação. O objetivo é
restaurar a função, aliviar a dor e melhorar a qualidade de vida dos pacientes.
A IMPORTÂNCIA DA ODONTOLOGIA NO CONTEXTO ESPORTIVO
ODONTOLOGIA HUMANIZADA:
O CONCEITO DE ATENDIMENTO CENTRADO NO PACIENTE
(Aggio, 2024)Ortopedia funcional dos maxilares visa oferecer condições
ao sistema estomatognático de alcançar a sua normalidade morfofuncional e
trata as mal oclusões e suas consequências.
A prótese dentária é uma especialidade da odontologia focada na restauração
e substituição de dentes perdidos ou danificados. Seu objetivo é devolver a
função mastigatória, melhorar a estética do sorriso e, consequentemente, a
qualidade de vida dos pacientes.
(Ellen 2021) Fala que a prótese dentária é um dispositivo utilizado para
substituir o(s) dente perdido. Elas podem ser removíveis (encaixadas à boca),
ou fixas (implantadas). A escolha depende do tipo de tratamento mais indicado
para o caso.
(SILVA 2020) Aponta que a dentística é responsável por fazer os devidos
procedimentos em dentes comprometidos pela cárie, uma doença infectocontagiosa
que, se não tratada, vai atingir outros dentes e causar maiores danos à saúde bucal
do paciente. Além das restaurações tradicionais, a dentística também abrange
procedimentos estéticos, como clareamento dental, aplicação de facetas e
resinas compostas.
Odontologia do esporte ramos que as práticas clínicas aplicadas a atletas
de alto desempenho devem obedecer a regras e momentos adequados, levando-
se em conta o contexto das demandas relativas aos atletas de ponta, ou seja, o
desgaste fisiológico e o processo adaptativo ao sobre-esforço, e todas as suas
consequências.
(Surya 2021) Afirma que Essa área visa não apenas focar na saúde individual,
como também busca oferecer meios de prevenção de lesões musculares,
articulares e de ligamentos em atletas e equipes de base e profissionais de
clubes, associações, federações e confederações esportivas.
Os entendimentos sobre as especialidades existentes da odontologia são
de importância pra podemos entender a especialidade em si, onde iremos
falar da odontologia do esporte.
108
2 REFERENCIAL TEORIOCO
2.1 odontologia do esporte
A odontologia esportiva é uma área da odontologia que foca na prevenção,
diagnóstico e tratamento de problemas dentários no contexto esportivo. Ela é
importante para o cuidado de atleta profissionais, amadores e pra sociedade,
pois problemas dentários podem afetar o desempenho do atleta caindo em
Antônio Lucas Sousa Rodrigues - Marcos Gabriel Fortes Nunes - Roberto Alisson Brito Alves
Vitor José Melo Carvalho - Anne Heracléia de Brito e Silva - Mauro Gustavo do Amaral Brito
ODONTOLOGIA HUMANIZADA:
O CONCEITO DE ATENDIMENTO CENTRADO NO PACIENTE
até 21% porcento do rendimento do atleta além de afeta o bem-estar e o
processo de recuperação já que os problemas dentários não afetam somente
a cavidade bucal.
Prevenção: Um dos principais aspectos da odontologia esportiva é a
prevenção de lesões. Isso é geralmente feito através do uso de protetores bucais
ondem se tem o personaliesado para se adequar corretamente a diferentes
atletas , onde eles protegem os principalmente do dentes e a região bucal e
podem ajudar a reduzir o risco de concussões.
(Teixeira 2024) Educação: Dentistas esportivos também trabalham para
educar atletas, treinadores e organizações esportivas sobre a importância da
saúde bucal e como ela pode afetar o desempenho atlético.(Bodanase 2024)
Tratamento: Quando ocorrem lesões dentárias, como fraturas, luxações
ou traumas nos tecidos moles da boca, a odontologia esportiva oferece
tratamentos específicos para essas condições, buscando a recuperação rápida
e eficaz do atleta.
(Bandeira 2024) Nutrição: Aconselhamento sobre nutrição adequada
também faz parte da odontologia esportiva, pois uma dieta balanceada é
essencial para manter a saúde dos dentes e gengivas.(Rezende 2024)
Em resumo, a odontologia esportiva é uma especialidade dedicada a
manter os atletas saudáveis e seguros, focando na prevenção e no cuidado
rápido e eficiente de qualquer problema bucal que possa surgir como resultado
da atividade física.
A Odontologia Esportiva surgiu da necessidade de adaptar os cuidados
odontológicos às necessidades específicas dos atletas. Inicialmente focada na
fabricação de protetores bucais para evitar traumas, seu escopo atualmente é
mais amplo, envolvendo a prevenção e tratamento de problemas bucais como
cáries, doença periodontal, má oclusão, distúrbios temporomandibulares e
traumatismos dentários.
Assim, a Odontologia Esportiva adota uma abordagem multidisciplinar,
colaborando com outros profissionais da saúde para impactar positivamente 109
a saúde geral do atleta e seu desempenho.
( Jardim 2022) Diz sobre Doença Periodontal A doença periodontal é
caracterizada pela inflamação crônica dos tecidos de suporte dos dentes. Atletas
frequentemente apresentam gengivite e periodontite, condições que podem
impactar negativamente tanto a saúde bucal quanto a saúde geral, devido à
disseminação de infecções bucais para o resto do corpo.
(Rodrigues 2022) Fala sobre a Prevenção e Tratamento A atuação
dos cirurgiões-dentistas no contexto esportivo vai além do tratamento de
lesões, incluindo a implementação de estratégias preventivas. Isso envolve
A IMPORTÂNCIA DA ODONTOLOGIA NO CONTEXTO ESPORTIVO
ODONTOLOGIA HUMANIZADA:
O CONCEITO DE ATENDIMENTO CENTRADO NO PACIENTE
educação sobre higiene bucal, dietas adequadas, e o uso de protetores bucais
personalizados. A conscientização sobre a importância da saúde bucal é
crucial para a manutenção do bem-estar dos atletas e para a otimização de
seu desempenho esportivo.
A odontologia do esporte contém uma história ampla e pontos forte e
fracos onde será tratados mais o papel da odontologia do esporte vai muito
além do esperado.
2.2 A história da odontologia do esporte
A odontologia geral assim como a odontologia do esporte teve ao longo
dos anos seu percurso histórico, onde á observamos a história podemos ver
todos os avanços é progressos feitos por essa especialidade, além de todos os
desafios é dificuldades enfrentadas em todo esse tempo.
Conforme o dados do conselho federal de odontologia (CFO 2022) O
Conselho Federal de Odontologia (CFO) reconheceu a Odontologia do Esporte
como especialidade odontológica em 2015, por meio da Resolução CFO
160, e atualmente conta com 31 profissionais com pós-graduação na área. A
Registros históricos que mostram que a preocupação com o atleta pela parte
da odontologia.
Já vem de muito tempo antes diz (Carina 2020) Odontologia do Esporte
teve início há muitos anos. Em 1890, o dentista londrino Wooft Krause, usou
guta percha para proteger os incisivos de um lutador de boxe, antes dele
entrar no ringue. Entre 1910 1920, o primeiro protetor bucal foi usado por
Ted Kid Lewis. Esse protetor foi feito pelo dentista Phillip Krause, filho de
Wooolf Krause.
Com passa dos anos a melhoria na proteção e cuidados dos atletas veio
a aumentar principalmente na confecção de novos protetores bucais, além de
o registro de acidentes e de problemas dentais nos atletas terem aumentado
principalmente em esportes de contato como futebol, futebol americano,
basquete entre outros .
110
(Netto et al.2009) Em 1940 a 1950 na NFL mais de 50% dos jogadores
atuantes de 4000 atletas sofrerão com algum trauma dentário isso e na casa
de 2000 pessoas que a odontologia do esporte poderia ter ajudado.
A falta de um profissional odontológico nesses momentos foi crucial
para o agravamento da saúde dos atletas já que eles não tiveram os primeiros
socorros Adequadamente para o momento. Com passa dos anos em países é
estados de todo o mundo foram obrigando os atletas amadores e profissionais
a usarem o protetor bucal como medida de segurança na prática do esporte.
Antônio Lucas Sousa Rodrigues - Marcos Gabriel Fortes Nunes - Roberto Alisson Brito Alves
Vitor José Melo Carvalho - Anne Heracléia de Brito e Silva - Mauro Gustavo do Amaral Brito
ODONTOLOGIA HUMANIZADA:
O CONCEITO DE ATENDIMENTO CENTRADO NO PACIENTE
Com o conhecimento aumentando sobre a importância do profissional
odontológico no esporte, também se observou os principais desafios enfrentados
que seria a falta de reconhecimento dos clubes esportivos é jogadores onde
todo tipo de acontecimento com o atleta, relacionado a odontologia como um
trauma dentário uma patologia bucal ou até a falta de higienização na região
bucal era apenas passado pro lado já que em curto prazo não apresentava
grandes danos se o atleta ainda podia joga então não tinha problema, então
na maioria das vezes era ignorados.
Porém a longo prazo poderia apresenta danos graves e até permanentes
para o atleta Podendo, impedi o atleta de prática o esporte por um tempo
ou até mesmo podendo incapacita permanente o atleta exemplo disso são o
jogado de basquete Stephen Curry que no começo da carreira em um jogo
da faculdade acabou tomando uma cotovelada na região bucal que acabou
pegando 7 pontos ele jogava sem protetor bucal, após o acontecimento ele
aderi-o o protetor bucal até hoje.
Mais exemplos seriam o jogador Alphonso Davies lateral do Bayern
que sofreu um trauma dentário quebrando um dente um jogo, jogadores
como Ronaldinho, Iniesta, Puyol e Chygrynskyi que tinha uma média de mais
de duas cáries ativas quando atuavam no Barcelona.
(Netto et al. 2009) A odontologia do esporte surgiu no brasil no ano de
1958 com o doutor Mário Trigo, cirurgião dentista da seleção brasileira de
futebol, conhecido como pai da odontologia do esporte Brasileira, sendo o
único cirurgião dentista na equipe de uma seleção nos anos de 1958 e nos
futuros 8 anos seguidos o cirurgião dentista Mário Trigo participou da equipe
multidisciplinar da seleção brasileira de futebol. Logo, ao observamos a
atuação do doutor Mário Trigo na seleção, em 1958 foram feita 118 extração
de 33 jogadores como o próprio pelé.
A história da odontologia do esporte tem seu grande papel para o
entendimento de como começou essa especialidade e também ver todos os
avanços e desafios a serem enfrentado pela odontologia no contexto esportivo. 111
Com o conhecimento da história e da especialidade podemos ver e ter um
entendimento do que seria a odontologia do esporte e agora saber das vantagens
e desvantagem.
2.3 Vantagens e desvantagens do profissional odontológico no contexto esportivo
A odontologia do esporte é uma área especializada da odontologia que
se concentra na saúde bucal de atletas de alto rendimento, baixo rendimento
(atletas amadores) e da sociedade pessoas que buscam prática algum esporte
e manter uma boa saúde bucal também podem está procura um profissional
A IMPORTÂNCIA DA ODONTOLOGIA NO CONTEXTO ESPORTIVO
ODONTOLOGIA HUMANIZADA:
O CONCEITO DE ATENDIMENTO CENTRADO NO PACIENTE
da odontologia do esporte, também algumas vantagens e desvantagens são
observadas fatores que influenciam positivamente ou negativamente nessa
especialidade.
A odontologia do esporte por ser uma área da odontologia mais nova do
que as outras acaba sendo, menos reconhecida que as outras não tendo tanto
privilégio que elas e isso pode acaba influenciando na imagem da especialidade
onde e visto tanto pela odontologia como também pela sociedade como algo
ainda inseguro.
As vantagens do profissional odontológico na odontologia do esporte vem
de pouca concorrência com atualmente contando com apenas 42 profissional
ativo, com um mercado necessitado pelo o serviço que um profissionaio da
odontológico com a especialidade da odontologia do esporte pode oferece, com
um público buscando um produto que e escasso já que não tem uma grande
quantidade de profissionais atuantes, estão na busca de saúde e melhoria de
vida no esporte e que pode proporcionar essa melhoria será a odontologia
do esporte.
Porém contem desvantagem também como uma especialidade nova a
pouco conhecimento pelo públicos gerais tendo uma procura porém abaixo do
que devia ser além da insegurança por ser algo novo algo não muito utilizado
antes.
Entre as vantagens então prevenção de lesões, salário acima da média
dependendo do contrato, melhoras do desempenho do atleta e mais, essas são
algumas das vantagens que veremos adiante. Dados oferecido por pesquisas
mostram um avanço em problemas bucais como relatado pela (Colgate 2009)
O uso de protetor bucal poderia evitar mais de 200.000 ferimentos bucais a
cada ano.
Tendo um público específico a odontologia do esporte acaba tendo atletas
como principal publico é com avanço nos esporte e um aumento no público
a odontologia do esporte acaba se beneficiando disso já que um número maio
de fãs pelos esporte acaba trazendo um número maior de jogadores pela
112
influência do público.
Antônio Lucas Sousa Rodrigues - Marcos Gabriel Fortes Nunes - Roberto Alisson Brito Alves
Vitor José Melo Carvalho - Anne Heracléia de Brito e Silva - Mauro Gustavo do Amaral Brito
ODONTOLOGIA HUMANIZADA:
O CONCEITO DE ATENDIMENTO CENTRADO NO PACIENTE
Figura 01
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Tendo bilhões de fãs de esportes pelo mundo todo a odontologia do
esporte se beneficiar dos atletas profissionais e amadores.
Por exemplo os dados mostram que no ano de 2024 o futebol tem 113
entorno de 3,5 bilhões de fãs e 240 milhões de atletas registrados, cricket,
hockey e tênis tem mais de 1 bilhão de fãs além dos milhões de jogadores
registrados onde são mostrados apenas 10 esporte mais a milhões de esporte
pelo mundo inteiro praticado pro várias pessoas e quase o planeta interio que
prática algum esporte quase o planeta inteiro que a odontologia do esporte
pode está trabalhando no cuidado, melhoria e performasse.
A IMPORTÂNCIA DA ODONTOLOGIA NO CONTEXTO ESPORTIVO
ODONTOLOGIA HUMANIZADA:
O CONCEITO DE ATENDIMENTO CENTRADO NO PACIENTE
Mais também a desvantagens nessa especialidade como custos elevados,
falta de reconhecimento ,sub valorização e compromisso são umas das
desvantagens da odontologia do esporte pois mesmo com o profissional
ganhado bem a também um custo alto de recursos além de tempo para
acompanhamento do atleta.
(Scimago 2017) A questão dissertativa deu questionário interrogava se o
dentista poderia contribuir para a melhora do rendimento esportivo do atleta.
Dentro desse contexto, 21,9% dos entrevistados responderam que não sabiam,
10,9% responderam que a saúde bucal é capaz de interferir no rendimento
do atleta, 19,5% responderam que o dentista é importante para a manutenção
da saúde bucal e, se necessário, para o tratamento de injúrias, 7,3% disseram
que a saúde bucal interfere na respiração, 18,2% responderam que, se o atleta
estiver tratando uma injúria muscular e apresentar alguma doença bucal, isso
dificultaria o tratamento da injúria e recuperação do atleta.
Como mostrados nos dados dessa pesquisas boa parte dos próprio
atletas não sabe se é importante a odontologia do esporte está participando
no contexto esportivo, além de uns acharem que até atrapalha, a odontologia
do esporte tem seus altos e baixo como mostrado.
Uma especialidade com grande potencial porém ainda está começando a ”
engatinha” a odontologia do esporte Assim como as outras tem sua importância
para o âmbito odontológico, social e acadêmico, sendo uma especialidade que
pode ser observado com passa dos anos seu crescimento.
3 METODOLOGIA
Os critérios de inclusão foram realizados com base nos dados online e
pesquisas bibliográfica : Biblioteca Virtual em Saúde, SciELO, Google Acadêmico,
Pubmed e Portal de Periódicos Capes/MEC. A busca foi realizada as palavras
chaves: história, odontologia do esporte ,atletas, saúde. Esta pesquisa exibe que
os cuidados bucais dos atletas vão além do uso de protetores orais, envolvendo
a prevenção e tratamento de cáries, disfunções temporomandibulares, doenças
114
periodontais, má oclusão, hábitos prejudiciais, erosão dental e traumatismos
dentários e orofaciais.
4 CONCLUSÃO
A integração da odontologia no contexto do esporte de alto rendimento
é fundamental para o bem-estar e desempenho dos atletas. Este trabalho
destacou a importância da odontologia esportiva, uma especialidade que se
concentra na prevenção, diagnóstico e tratamento de problemas dentários
Antônio Lucas Sousa Rodrigues - Marcos Gabriel Fortes Nunes - Roberto Alisson Brito Alves
Vitor José Melo Carvalho - Anne Heracléia de Brito e Silva - Mauro Gustavo do Amaral Brito
ODONTOLOGIA HUMANIZADA:
O CONCEITO DE ATENDIMENTO CENTRADO NO PACIENTE
relacionados ao esporte. A utilização de protetores bucais personalizados é
um dos principais métodos preventivos, protegendo não só os dentes, mas
também reduzindo o risco de concussões. A educação de atletas, treinadores
e organizações sobre a saúde bucal e sua influência no desempenho esportivo
é igualmente crucial.
A história da odontologia esportiva demonstra um percurso significativo,
com o reconhecimento oficial da especialidade pelo Conselho Federal de
Odontologia em 2015, e exemplos históricos como o uso de guta-percha
para proteção dental em atletas de boxe no final do século XIX. No Brasil, a
especialidade ganhou destaque com o trabalho pioneiro do Dr. Mário Trigo
na seleção brasileira de futebol em 1958.
Os desafios enfrentados, como a falta de conhecimento e valorização da
odontologia nos clubes e entre os jogadores, ainda precisam ser superados.
No entanto, as vantagens, como a prevenção de lesões, o tratamento rápido e
eficaz de traumas dentários, e o aconselhamento nutricional, são evidentes e
contribuem significativamente para a saúde geral e o desempenho dos atletas.
Em resumo, a odontologia esportiva não apenas protege e trata os
problemas bucais dos atletas, mas também educa e promove práticas preventivas
que são essenciais para o sucesso e a longevidade das carreiras esportivas.
115
A IMPORTÂNCIA DA ODONTOLOGIA NO CONTEXTO ESPORTIVO
ODONTOLOGIA HUMANIZADA:
O CONCEITO DE ATENDIMENTO CENTRADO NO PACIENTE
SOBRE OS AUTOTRES E AS AUTORAS
Anne Heracléia De Brito Silva
Autora e organizadora de livros nas áreas- saúde, educação e social. Mestre em
Gestão Pública pela FEAD; Pós- graduada em Psicologia da Educação ( UFPI), em
Psicopedagogia Clinica e Institucional pela CHRISFAPI, em Docência do Ensino
Superior ( CHRISFAPI); Bacharela em Psicologia ( FACIME/UESPI); Licenciada em
Ciências Biológicas ( UESPI-campus PIRIPIRI). Atualmente trabalha no Educandário
Cristo como Psicóloga Escolar desde 2006 ; Docente ( cursos de graduações e pós-
graduação) na CHRISFAPI desde 2007, Psicóloga do DAE ( Departamento de
Assistência ao Educando ) da SEDUC/Piripiri desde 2021. Experiências nas áreas
educacional, clínica e comunitária; Doutoranda em Ensino pela UNIVATES; Bolsista
do PROSUC/CAPES e pesquisadora do Grupo de pesquisa: O olhar da criança sobre
a escola de Educação Infantil.
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-3414-8308
Mauro Gustavo Amaral Brito
Possui graduação em Odontologia pela Faculdade Integral Diferencial (2013),
aperfeiçoamento em Cirurgia Oral Menor pela Associação Brasileira de Cirurgiões
Dentistas - Secção Piauí (2014), pós-graduação Latu Sensu em Prótese Dentária pela
Faculdade de Ciências e Tecnologia de Teresina - FACET (2016), mestrado e doutorado
em Odontologia - Área de concentração Clínica Odontológica Integrada pela C.P.O.
São Leopoldo Mandic (2016 / 2023). É coordenador do curso de bacharelado em
Odontologia, e professor das disciplinas Introdução à Odontologia, Prótese Fixa,
Prótese Removível e Estágio Supervisionado em Clínica de Reabilitação Básica na
116
Christus Faculdade do Piauí - CHRISFAPI. Tem experiência na área de Odontologia,
com ênfase em Prótese Dentária, atuando principalmente nos seguintes temas: adesão
aos substratos dentais e materiais dentários aplicados à Prótese e Implantodontia.
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-9551-4025
Alanna Pergentino de Oliveira
Acadêmica do curso de Odontologia da CHRISFAPI
SOBRE OS AUTORES E AS AUTORAS
ODONTOLOGIA HUMANIZADA:
O CONCEITO DE ATENDIMENTO CENTRADO NO PACIENTE
Ana Caroline Cardozo dos Santos Brito
Acadêmica do curso de Odontologia da CHRISFAPI
Andreza Luana Lages Monte do Vale
Acadêmica do curso de Odontologia da CHRISFAPI
Antônio Lucas Sousa Rodrigues
Acadêmico do curso de Odontologia da CHRISFAPI
Beatriz Brito de Oliveira
Acadêmica do curso de Odontologia da CHRISFAPI
Bruno Rafael de Sousa Moura
Acadêmico do curso de Odontologia da CHRISFAPI
Dálet Michelly Araújo Albuquerque
Possui graduação em Enfermagem - CHRISFAPI (2021); Especialista em curativos
e coberturas - IMERSÃO4 (2022); Pós-graduando em Saúde Publica; Pós-
graduando em Urgência e Emergência; Objetiva prestar serviços de assistência de
saúde à população com profissionalismo e excelência. Habilitada para trabalhar
no atendimento e manejo de pacientes em diferentes linhas de cuidado em equipe
multidisciplinar, atuando na assistência de enfermagem com ênfase em unidade de
internação, clinica medica, classificação de risco, administração de medicamentos,
suporte de vida e atenção integral ao cliente priorizando o cuidado humanizado.
Acadêmica do curso de Odontologia da CHRISFAPI
Emilly Laize Viana Lopes
Acadêmica do curso de Odontologia da CHRISFAPI
Graziele Cristina de Sousa Moraes
Acadêmica do curso de Odontologia da CHRISFAPI 117
Guilherme Mamede Silva de Lima
Acadêmico do curso de Odontologia da CHRISFAPI
Helenyel Castelo Branco Magalhães
Acadêmico do curso de Odontologia da CHRISFAPI
Iasmim de Oliveira Rodrigues
Acadêmica do curso de Odontologia da CHRISFAPI
SOBRE OS AUTORES E AS AUTORAS
ODONTOLOGIA HUMANIZADA:
O CONCEITO DE ATENDIMENTO CENTRADO NO PACIENTE
José Eduardo Oliveira Furtado
Acadêmico do curso de Odontologia da CHRISFAPI
Kauã Ferreira Silva
Acadêmico do curso de Odontologia da CHRISFAPI
Léa Vitória Puget Eulálio Costa Ribeiro
Acadêmica do curso de Odontologia da CHRISFAPI
Lília Raquel Silva de Oliveira
Acadêmica do curso de Odontologia da CHRISFAPI
Marcelo Victor Lustosa Lima
Acadêmico do curso de Odontologia da CHRISFAPI
Marcos Gabriel Fortes Nunes
Acadêmico do curso de Odontologia da CHRISFAPI
Maria Amanda Vieira Andrade
Acadêmica do curso de Odontologia da CHRISFAPI
Maria Clara Alves dos Santos
Acadêmica do curso de Odontologia da CHRISFAPI
Maria Eduarda Sousa Teixeira
Acadêmica do curso de Odontologia da CHRISFAPI
Maria Victoria Melo Costa
Acadêmica do curso de Odontologia da CHRISFAPI
Maria Vitória Santos Silva
118
Acadêmica do curso de Odontologia da CHRISFAPI
Monaliza da Rocha Fontelene
Acadêmica do curso de Odontologia da CHRISFAPI
Raissa da Rocha Félix
Acadêmica do curso de Odontologia da CHRISFAPI
Rayanne dos Santos Costa
Acadêmica do curso de Odontologia da CHRISFAPI
SOBRE OS AUTORES E AS AUTORAS
ODONTOLOGIA HUMANIZADA:
O CONCEITO DE ATENDIMENTO CENTRADO NO PACIENTE
Raynara Rafaelly Alves Pinheiro
Acadêmica do curso de Odontologia da CHRISFAPI
Renata Ádria de Sousa Brito
Acadêmica do curso de Odontologia da CHRISFAPI
Roberto Alisson Brito Alves
Acadêmico do curso de Odontologia da CHRISFAPI
Ruana de Oliveira Costa
Acadêmica do curso de Odontologia da CHRISFAPI
Sávia Arabelly dos Santos Monteiro
Acadêmica do curso de Odontologia da CHRISFAPI
Sofia Maria Castro Cruz do Nascimento
Acadêmica do curso de Odontologia da CHRISFAPI
Tamires Rodrigues de Carvalho
Formada em Bacharelado em Serviço Social pela CHRISFAPI; Acadêmica do curso
de Odontologia da CHRISFAPI
Vitor José Melo Carvalho
Acadêmico do curso de Odontologia da CHRISFAPI
Wanessa Vitória Oliveira Boson de Castro
Acadêmica do curso de Odontologia da CHRISFAPI
Waslei de Jesus Alves da Silva
Acadêmico do curso de Odontologia da CHRISFAPI
119
SOBRE OS AUTORES E AS AUTORAS