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Material Penal II

SUSPENSÃO CONDICIONAL DA PENA

1. Conceito/Definição

. A suspensão condicional da pena, ou sursis, consiste na suspensão da


execução da pena privativa de liberdade aplicada pelo juiz na sentença
condenatória, desde que presentes os requisitos legais, ficando o condenado
sujeito ao cumprimento de certas condições durante o período de prova
determinado também na sentença, de forma que, se após seu término o
sentenciado não tiver dado causa à revogação do benefício, será declarada
extinta a pena.

2. Natureza Jurídica
. Trata-se de uma espécie de Medida Penal Alternativa.

. O próprio Código Penal denomina quem está em cumprimento de sursis de


beneficiário (art. 81).

. É, ao mesmo tempo, forma de execução de pena, pois pressupõe decreto


condenatório e substituição da pena de prisão pelo cumprimento de condições
- inclusive prestação de serviços à comunidade ou limitação de fim de semana.

3. Sistemas

➢ Anglo-americano: juiz reconhece a existência de provas contra o acusado,


mas não o condena, submetendo-o a um período de prova.

➢ Belgo-francês: o juiz condena o réu, mas suspende a execução da pena


imposta, desde que presentes certos requisitos.

4. Pressupostos para a concessão

. O sursis pressupõe a prolação de sentença condenatória.

. O juiz deve julgar procedente a ação penal e fixar a pena em sua


integralidade, estabelecendo seu montante final de acordo com o critério
trifásico e o regime prisional inicial. Somente depois disso poderá ser
concedido o sursis.

5. Espécies
➢ sursis simples (art. 77, caput);

➢ sursis etário e humanitário (art. 77, § 2o).

➢ sursis especial (art. 78, § 2o);

6. Sursis Simples

6.1. Requisitos Objetivos

✓ Que o réu seja condenado a pena privativa de liberdade não superior a 2


anos (art. 77, caput, do CP)

Art. 80 - A suspensão não se estende às penas restritivas de direitos nem à


multa

✓ Que não seja indicada ou cabível a substituição por pena restritiva de


direitos ou multa (art. 77, III, do CP).

. Considerando que o sursis só é cabível em condenações não superiores a 2


anos, sua incidência se dará, em regra, somente em crimes que envolvem
violência ou grave ameaça, nas quais a condenação não supera 2 anos.

. Ex.: crimes de lesão corporal de natureza grave ou gravíssima, tentativa de


homicídio simples com a redução máxima da tentativa (2/3), etc.

. Se a pena aplicada não superar a 2 anos e o delito doloso não envolver


violência ou grave ameaça, a substituição por pena restritiva de direitos terá
preferência em relação ao sursis.

6.2. Requisitos Subjetivos

➢ Que o réu não seja reincidente em crime doloso (art. 77, I, do CP).

Art. 77, § 1o - A condenação anterior a pena de multa não impede a concessão


do benefício.

➢ Que a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a personalidade do


agente, bem como os motivos e as circunstâncias do crime, autorizem a
concessão do benefício (art. 77, II, do CP).

Obs.: ainda que o réu seja primário, o juiz poderá negar-lhe o sursis, caso
ostente maus antecedentes ou tenha personalidade violenta.
6.3. Direito Subjetivo e Condições

. Presentes os requisitos legais, o acusado tem direito subjetivo ao benefício.


Deve, por isso, o magistrado, concomitantemente à concessão, fixar as
condições a que fica subordinado o agente durante o período de prova.

➢ Condições Legais – Art. 78, §1o, do CP

➢ Condições Judiciais – Art. 79, do CP

7. Sursis Etário e Humanitário (Art. 77, §2o, do CP)

. Se o condenado tiver idade superior a 70 anos na data da sentença e for


condenado a pena não superior a 4 anos, o juiz poderá também conceder o
sursis, mas, nesse caso, o período de prova será de 4 a 6 anos. Este é o
chamado sursis etário.

. Do mesmo modo poderá proceder o juiz, se razões de saúde do acusado


justificarem a suspensão no caso de ser aplicada pena não superior a 4 anos,
hipótese conhecida como sursis humanitário (doença grave, invalidez etc.).

. As demais regras são idênticas (condições a que deve se submeter o


condenado, hipóteses de revogação etc.).

8. Sursis Especial
. Nos termos do art. 78, § 2o, do Código Penal, se o condenado houver
reparado o dano, salvo impossibilidade de fazê-lo, e se as circunstâncias do
art. 59 lhe forem inteiramente favoráveis, o juiz poderá aplicar o sursis especial,
no qual o condenado terá de se submeter a condições menos rigorosas, a
saber:

a) proibição de frequentar determinados lugares;

b) proibição de ausentar-se da comarca onde reside, sem autorização do juiz;

c) comparecimento pessoal e obrigatório a juízo, mensalmente, para informar e


justificar suas atividades.

Obs.: as condições são aplicadas cumulativamente.

9. Período de Prova

. Período de prova é o montante de tempo fixado pelo juiz na sentença, no qual


o condenado deve dar mostras de boa conduta, não provocando a revogação
do benefício. Ao seu término, se o condenado não tiver dado causa à
revogação ou prorrogação do sursis, o juiz decretará a extinção da pena (art.
82 do CP).

Art. 81, § 2o - Se o beneficiário está sendo processado por outro crime ou


contravenção, considera-se prorrogado o prazo da suspensão até o julgamento
definitivo.

Art. 81, § 3o - Quando facultativa a revogação, o juiz pode, ao invés de


decretá-la, prorrogar o período de prova até o máximo, se este não foi o fixado.
LIVRAMENTO CONDICIONAL

1. Conceito/Definição

. Consiste na antecipação da liberdade plena do condenado, de caráter


precário, decretada após o cumprimento de parte da pena (ou penas),
concedida pelo juízo das execuções criminais, quando preenchidos os
requisitos legais de ordem objetiva e subjetiva, ficando o sentenciado sujeito ao
cumprimento de certas obrigações. O livramento tem caráter precário porque
pode ser revogado pelo descumprimento das obrigações impostas e por outras
razões.

2. Natureza Jurídica

. Trata-se de uma incidente da execução da pena, concedido pelo juízo das


execuções.

. Da mesma forma, trata-se de direito subjetivo com aspecto de benefício legal.

3. Requisitos Objetivos

➢ Que o juiz tenha aplicado na sentença pena privativa de liberdade igual ou


superior a 2 anos (art. 83, caput, do CP).

➢ Que o condenado tenha reparado o dano causado pela infração, salvo


impossibilidade de fazê-lo (art. 83, IV, do CP).
➢ Que o condenado tenha cumprido parte da pena (Art. 83, I, II e V do CP)

Obs.: Art. 84 - As penas que correspondem a infrações diversas devem somar-


se para efeito do livramento.

4. Requisitos Subjetivos

➢ Comprovação de comportamento satisfatório durante a execução da pena


(art. 83, III,1a parte), dado pelo diretor do presídio.

Obs.: A Súmula n. 441 do Superior Tribunal de Justiça estabelece que a prática


de falta grave não interrompe o prazo do livramento condicional, contudo, o
diretor do presídio evidentemente só dará atestado de boa conduta carcerária
se, após referida falta, o condenado tiver passado a ter conduta exemplar.

➢ Comprovação de bom desempenho no trabalho que lhe foi atribuído (art. 83,
III, 2ª parte), dada também pelo diretor do presídio.

➢ Comprovação de aptidão para prover à própria subsistência mediante


trabalho honesto (art. 83, III, 3a parte). O preso pode apresentar, por exemplo,
proposta de emprego.

➢ Para o condenado por crime doloso, cometido mediante violência ou grave


ameaça à pessoa, a constatação de que o acusado apresenta condições
pessoais que façam presumir que, uma vez liberado, não voltará a delinquir
(art. 83, parágrafo único, do CP).

Obs.: Esta prova pode ser feita pelo exame criminológico, por parecer da
Comissão Técnica de Classificação ou por outros meios etc.

5. Condições do Livramento Condicional (Art. 85, do CP)

5.1.Obrigatórias

. São previstas no art. 132, § 1o, da Lei de Execuções, segundo o qual o juiz
sempre imporá ao condenado as seguintes condições:

➢ Obtenção de ocupação lícita, dentro de prazo razoável (fixado pelo próprio


juiz);

➢ Comparecimento periódico para informar ao juízo sobre suas atividades;

➢ Não mudar do território da comarca do Juízo da Execução sem prévia


autorização deste.

5.2. Facultativas
. Previstas no art. 132, § 2o, da Lei de Execuções (rol exemplificativo)

➢ Não mudar de residência sem comunicação ao juiz e à autoridade incumbida


da observação cautelar e de proteção;

➢ Recolher-se à sua residência em hora fixada pelo juiz;

➢ Não frequentar determinados lugares.

6.Revogação do Livramento

6.1 Causas Obrigatórias

➢ Se o beneficiário vem a ser condenado, por sentença transitada em julgado,


a pena privativa de liberdade por crime cometido durante a vigência do
benefício (art. 86, I, do CP).

➢ Se o beneficiário vem a ser condenado, por sentença transitada em julgado,


a pena privativa de liberdade, por crime cometido antes do benefício (art. 86, II,
do CP).

Pergunta: o tempo em que o sentenciado permaneceu em liberdade poderá ser


descontado em caso de revogação do livramento por causas obrigatórias?

6.2. Causas Facultativas

➢ Se o liberado deixa de cumprir qualquer das obrigações impostas na


sentença (Art. 87, do CP)

➢ Se o liberado for irrecorrivelmente condenado, por crime ou contravenção, a


pena que não seja privativa de liberdade (Art. 87, do CP)

7. Prorrogação do Período de Prova e Extinção da Pena

. Considera-se prorrogado o período de prova se, ao término do prazo, o


agente estiver sendo processado por crime cometido em sua vigência.
Art. 89 - O juiz não poderá declarar extinta a pena, enquanto não passar em
julgado a sentença em processo a que responde o liberado, por crime cometido
na vigência do livramento.(Redação dada pela Lei no 7.209, de 11.7.1984)

Art. 90 - Se até o seu término o livramento não é revogado, considera-se


extinta a pena privativa de liberdade. (Redação dada pela Lei no 7.209, de
11.7.1984)

AÇÃO PENAL

1. Conceito/Definição

. É o procedimento judicial iniciado pelo titular da ação quando há indícios de

autoria e de materialidade, a fim de que o juiz declare procedente a pretensão

punitiva estatal e condene o autor da infração penal.

. Durante o transcorrer da ação penal, será assegurado ao acusado amplo


direito de defesa, além de outras garantias, como a estrita observância do
procedimento previsto em lei, de só ser julgado pelo juiz competente, de ter
assegurado o contraditório e o duplo grau de jurisdição, etc.

1. Classificação

Art. 100 - A ação penal é pública, salvo quando a lei expressamente a declara
privativa do ofendido.

Obs.: o Direito Penal confere a iniciativa do desencadeamento da ação penal a


um órgão público (Ministério Público) ou à própria vítima, dependendo da
modalidade de crime praticado.

Art. 225. Nos crimes definidos nos Capítulos I e II deste Título, procede-se
mediante ação penal pública incondicionada.

Art. 236, p.ú - A ação penal depende de queixa do contraente enganado (...)

Art. 186. Procede-se mediante:


I – queixa, nos crimes previstos no caput do art. 184;

II – ação penal pública incondicionada, nos crimes previstos nos §§ 1o e 2o do


art. 184;

III – ação penal pública incondicionada, nos crimes cometidos em desfavor de


entidades de direito público (...);

IV – ação penal pública condicionada à representação, nos crimes previstos no


§ 3º do art. 184.

. Portanto, para cada delito previsto em lei existe a prévia definição da espécie
de ação penal (de iniciativa pública ou privada), de modo que as próprias
infrações penais são divididas nestas duas categorias: crimes de ação pública
ou de ação privada.

1.1. Ação Penal Pública

. Ação penal pública é aquela em que a iniciativa é exclusiva do Ministério


Público.

Art. 129 da CF/88. São funções institucionais do Ministério Público:

I - promover, privativamente, a ação penal pública, na forma da lei;

. A peça processual que a ela dá início se chama denúncia e possui 02


modalidades:

➢ INCONDICIONADA: quando o exercício da ação independe de qualquer


condição

➢ CONDICIONADA: quando o exercício/propositura da ação depende de


prévia condição especial (representação da vítima ou requisição do Ministro da
Justiça)

Art. 100, § 1o - A ação pública é promovida pelo Ministério Público,


dependendo, quando a lei o exige, de representação do ofendido ou de
requisição do Ministro da Justiça.

Art. 155 - Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel:

Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.

Art. 182 - Somente se procede mediante representação, se o crime previsto


neste título é cometido em prejuízo:

I - do cônjuge desquitado ou judicialmente separado;


II - de irmão, legítimo ou ilegítimo;

III - de tio ou sobrinho, com quem o agente coabita.

Art. 147 - Ameaçar alguém, por palavra, escrito ou gesto, ou qualquer outro
meio simbólico, de causar-lhe mal injusto e grave:

Parágrafo único - Somente se procede mediante representação

Art. 130 - Expor alguém, por meio de relações sexuais ou qualquer ato
libidinoso, a contágio de moléstia venérea, de que sabe ou deve saber que está
contaminado:

§ 2o - Somente se procede mediante representação.

1.2. Ação Penal Privada

. É aquela em que a iniciativa da propositura é conferida à vítima/ofendido. A


peça inicial se chama queixa-crime, e possui 03 modalidades:

➢ EXCLUSIVA: a iniciativa da ação penal é da vítima, mas, se esta for menor


ou incapaz, a lei prevê que possa ser proposta pelo representante legal;

Obs.: em caso de morte da vítima, a ação poderá ser iniciada ou continuada


(morte da vítima) por seus sucessores.

Art. 100, § 2o - A ação de iniciativa privada é promovida mediante queixa do


ofendido ou de quem tenha qualidade para representá-lo.

Obs.: O autor da ação penal privada é chamado de querelante, ao passo que o


acusado é denominado querelado.

Art. 100, § 4o - No caso de morte do ofendido ou de ter sido declarado ausente


por decisão judicial, o direito de oferecer queixa ou de prosseguir na ação
passa ao cônjuge, ascendente, descendente ou irmão.

Art. 138 - Caluniar alguém, imputando-lhe falsamente fato definido como crime:

Art. 139 - Difamar alguém, imputando-lhe fato ofensivo à sua reputação:

Art. 145 - Nos crimes previstos neste Capítulo somente se procede mediante
queixa, salvo quando, no caso do art. 140, § 2o, da violência resulta lesão
corporal.

Parágrafo único. Procede-se mediante requisição do Ministro da Justiça, no


caso do inciso I do caput do art. 141 deste Código, e mediante representação
do ofendido, no caso do inciso II do mesmo artigo, bem como no caso do § 3o
do art. 140 deste Código.

➢ PERSONALÍSSIMA: a ação só pode ser proposta pela vítima. Se ela for


menor, deve-se esperar que complete 18 anos. Se for doente mental, deve-se
aguardar eventual restabelecimento.

Obs.: em caso de morte, a ação não pode ser proposta pelos sucessores. Se
já tiver sido proposta, se extingue pela impossibilidade de sucessão no polo
ativo.

Art. 236 - Contrair casamento, induzindo em erro essencial o outro contraente,


ou ocultando-lhe impedimento que não seja casamento anterior:

Parágrafo único - A ação penal depende de queixa do contraente enganado e


não pode ser intentada senão depois de transitar em julgado a sentença que,
por motivo de erro ou impedimento, anule o casamento.

➢ SUBSIDIÁRIA DA PÚBLICA: a ação proposta pela vítima em crime de ação


pública, possibilidade que só existe quando o Ministério Público, dentro do
prazo que a lei lhe confere, não apresenta qualquer manifestação.

Exemplo: o Ministério Público perde o prazo para oferecer a denúncia de crime


de roubo, que é de ação pública incondicionada. A partir deste dia de inércia do
MP, abre-se a possibilidade para que a vítima, seu representante legal ou seus
sucessores ingressem com a ação penal privada subsidiária da pública.

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