Discipulado Metanoia Capa
Discipulado Metanoia Capa
Verdade
O filósofo alemão Immanuel Kant adorava fazer longas caminhadas nas noites de verão
para meditar e pensar. Em uma ocasião, estava sentado em um parque, quando um
policial percebeu que permanecia lá por várias horas. Então, aproximou-se dele e
indagou: “O que você está fazendo?”, Kant respondeu: “Estou pensando.” O policial
perguntou: “Bem, quem é você?”, Kant respondeu: “Esse é exatamente o problema
sobre o qual eu tenho pensado."
Gênesis 1:2 trata da pergunta do policial: quem somos? Todo o primeiro capítulo flui
em direção à criação dos seres humanos.1
1. Leia Gênesis 1:2. A Bíblia começa: “No princípio Deus…”.O que isso nos ensina
sobre Deus?
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2. Qual é a bênção que Deus pronuncia sobre a ordem criada antes do surgimento da
humanidade (1:10, 12, 18, 21, 25)?
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3. Como a bênção muda com a criação da humanidade (1:31)? O que Deus nos diz
sobre as visões da humanidade?
1
Greg Ogden, Discipleship Essentials. Downers Grove, ILL, IVP Connect, 2007. P. 75.
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Tudo têm um início no tempo e no espaço. Estamos cercados por coisas e
pessoas que tiveram um início e por isso somos tentados a concluir que tudo teve um
inicio. Essa conclusão seria um salto fatal no abismo do absurdo. Seria fatal tanto para a
religião como também para a ciência e a razão.
Por quê? Não dissemos que todas as coisas no tempo e no espaço tiveram um início?
Não seria o mesmo, dizer simplesmente que tudo teve um início? De maneira alguma.
Lógica e cientificamente, é impossível que todas as coisas tenham tido um início. Por
quê? Se tudo o que existe um dia teve um início, então houve um tempo em que nada
existia.
Pare um pouco e reflita. Tente imaginar a existência de nada, absolutamente nada. É
muito complicado conceber a existência de absolutamente nada. O próprio conceito é
meramente a negação de alguma coisa.
Se houve, porém, um tempo em que nada absolutamente existia, o que haveria agora?
Certo. Nada! Uma lei absoluta da ciência e da lógica diz que ex nihilo nihil fit, quer
dizer, “a partir do nada, nada procede”. O nada não pode produzir coisa alguma. Nada
não pode rir, cantar, chorar, trabalhar, dançar ou respirar. O nada certamente não pode
criar. O nada não tem nenhum poder porque não tem existência.
Sabemos que, se as coisas existem hoje, de alguma maneira, em algum lugar, algo não
teve início. Bertrand Russell, em seu famoso debate com Frederick Copelston,
argumentou que o presente universo é o resultado de uma “série infinita de causas
finitas”. Isso coloca uma série sucessiva de eventos, um causando o outro, operando
retrospectivamente para sempre na eternidade. Essa ideia simplesmente dá uma
dimensão infinita ao problema da autocriação. É um conceito fundamentalmente
absurdo. É pior do que absurdo. Absurdos podem ser reais. Esse conceito, porém, pela
lógica, é impossível.
Russell pode negar a lei de que nada procede do nada, mas não pode refutá-la sem
cometer suicídio mental. Sabemos (com base na lógica) que, se as coisas existem hoje,
então deve ter havido algo que não teve início. A pergunta então é: o que ou quem
seria?
A Bíblia nos apresenta em detalhes o caráter desse Criador que não foi criado. Ele criou
tudo e tem o poder de ser em Si mesmo a fonte da qual todas as coisas procedem. A
primeira declaração da Bíblia é: "No princípio, criou Deus os céus e a terra” (Gn 1:1).2
É a grande pressuposição da Bíblia. Enquanto todas as coisas no universo foram criadas,
Deus simplesmente é. Ele é o eterno Criador de quem tudo se originou.
As escrituras nos apresentam a verdade de que os seres humanos são feitos à imagem e
semelhança desse Deus. Gênesis 1:26 diz: "Façamos o homem à nossa imagem,
conforme a nossa semelhança”. A partir disso, entendemos que Deus planejou fazer a
humanidade para ser como Ele em alguns aspectos de nosso ser. As palavras hebraicas
traduzidas como imagem e semelhança indicam que Deus estava fazendo uma cópia de
Si. Mas, em que aspectos? Nossos corpos físicos não são como Ele, porque Deus é
espírito e não tem um ser físico. Também nosso gênero não é como Deus, pois Ele criou
tanto homens quanto mulheres à Sua imagem (Gênesis 1:27). Então, qual é a imagem de
Deus? Algumas dicas podem ser encontradas ao se observar em quais aspectos os seres
humanos são retratados como únicos na história da criação. As seguintes afirmações
podem ser consideradas verdadeiras apenas para a humanidade:
Todas essas coisas estão conectadas com nossa natureza racional e espiritual. A partir
disso, vemos que homens e mulheres têm a capacidade de estarem em comunhão com
Deus, de ouvir e entender a voz de Deus, de receber Seus mandamentos e aprender com
Ele. Temos a capacidade de dominar e organizar Sua criação (com a autoridade que Ele
nos delega) a Seu serviço. Essas faculdades são as que levaram Davi a observar que,
2
R.C. Sproul. Verdades Essenciais da Fé Crista. Vol. 01. São Paulo, SP, Cultura
Cristã, 2019, p. 53-54.
embora a humanidade pareça pequena e fraca no mundo, Deus nos trata como reis,
coroando-nos com glória e honra (Salmo 8:5).
É esse projeto que nos dá valor, mais do que a qualquer outra criatura de Deus. Após o
dilúvio, a proibição de matar e a punição por isso são baseadas no valor inerente a todo
ser humano, por ter sido criado à imagem de Deus. “Quem derramar sangue do homem,
pelo homem seu sangue será derramado; porque à imagem de Deus foi o homem
criado” (Gênesis 9:6). No Salmo 139:13-16, vemos uma expressão diferente do alto
valor que Deus dá à humanidade.3 O salmista pinta um desenho íntimo do cuidado com
que Deus cria suas criaturas mais valiosas:
“Tu criaste o íntimo do meu ser e me teceste no ventre de minha mãe.
Eu te louvo porque me fizeste de modo especial e admirável. Tuas obras são
maravilhosas! Disso tenho plena certeza. Meus ossos não estavam escondidos de Ti
quando em secreto fui formado e entretecido como nas profundezas da terra."
Capacitação
Reserve alguns momentos para fazer considerações sobre algumas destas implicações
do ensino bíblico sobre a imagem de Deus:
As pessoas têm mais valor para Deus do que os animais;
Todas as pessoas, não importa quão depravadas sejam, têm um valor inerente para
Deus;
Experimentar significância na vida é algo realmente possível;
A compaixão e o evangelismo são motivados pela compreensão sobre a dignidade de
alguém para Deus;
As pessoas que não são como você, também compartilham com sua posição de coroa da
criação de Deus;
Você acredita que estas declarações têm respaldo nas Escrituras? Se sim, tem
dificuldade de viver em harmonia com elas?
Use o espaço abaixo para escrever sobre quaisquer dificuldades que você possa ter para
acreditar ou para viver tais verdades. Peça a Deus que revele Seu coração a você e te dê
graça para viver de acordo com Sua verdade.
3
Randy Pope, Buscando Uma Cosmovisão Cristã, Johns Creek, GA, Perimeter Church
Content, 2014. P. 39-46.
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Prestação de Contas
Estas perguntas o ajudarão a examinar sua vida à luz da verdade trabalhada esta semana.
Elas também dão aos outros membros do grupo uma oportunidade de encorajá-los a
viver completamente para Cristo. Há um espaço abaixo para que cada um possa fazer
anotações sobre as discussões durante a reunião do grupo.
Qual influência o argumento da lógica sobre a existência de algo ou alguém que não foi
criado trouxe sobre sua compreensão do universo?
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É possível alguém crer na existência de Deus apenas observando cuidadosamente o que
foi criado e considerando a grandeza de tudo o que existe?
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Como a verdade sobre a imagem de Deus moldou sua cosmovisão (visão de mundo)?
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Como a busca por significância para a vida em posses, realizações, relacionamentos tem
influenciado sua própria vida?
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Missão
"Os céus proclamam a glória de Deus, e o firmamento anuncia as obras das suas
mãos. (Sl 19:1)"
A meditação acerca do caráter de Deus e da grandeza de Suas obras sempre foi um
precioso instrumento para edificação da fé e discernimento do propósito da vida para
muitos homens e mulheres ao longo da história. O livro de Salmos é introduzido com a
apresentação da felicidade desses homens que meditam na Lei do Senhor.
"Bem-aventurado o homem que não anda no conselho dos ímpios, não se detém no
caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores. Antes, o seu prazer
está na lei do Senhor, e na sua lei medita de dia e de noite. Ele é como árvore plantada
junto a corrente de águas, que, no devido tempo, dá o seu fruto, e cuja folhagem não
murcha; e tudo quanto ele faz será bem sucedido. (Sl 1.1–3)."
Nesta semana tire um dia para dedicar 30 minutos à meditação. Escolha algum lugar de
quietude (preferencialmente em contato com a natureza) e releia pausadamente Genesis
1 e 2, meditando sobre o esplendor e propósito da criação, e como sua vida se encaixa
nesse glorioso plano.
Oração
Antes da reunião, escreva dois ou três pedidos de oração que você compartilhará com o
grupo. O espaço abaixo é para que você anote os pedidos de oração dos outros membros
do grupo. Lembre-se de orar por eles durante a semana.
Lição 02
2. Quais são algumas das maneiras que nossa sociedade tenta explicar a existência do
mal?
4
Greg Ogden, Discipleship Essentials. Downers Grove, ILL, IVP Connect, 2007. p. 84.
5
Alexander Solzhenitsyn, The Gulag Archipelago, 1918-1956 (New York: Harper &
Row, 1975), p. 612.
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Verdade
Uma vez que fomos criados a Imagem e Semelhança de Deus como seres
espirituais, racionais e morais, deveríamos refletir de modo perfeito o caráter do nosso
Criador em todo o nosso ser.
O que houve com a nossa moralidade? Por que tantas vezes ela destoa daquilo
que a Bíblia revela acerca do caráter de Deus? Tal distorção é consequência daquilo que
chamamos de pecado. A definição Bíblica mais simples para pecado é “errar o alvo”.
Em termos bíblicos, o alvo que não foi atingido são as “normas” da lei de Deus, o qual
expressa sua justiça e representa o padrão supremo para o nosso comportamento.
Quando falhamos em alcançar esse padrão, pecamos. É comum ouvirmos a afirmação:
“As pessoas são basicamente boas”. Embora se admita que ninguém é perfeito, essa
afirmação minimiza a impiedade humana. Se as pessoas são basicamente boas, por que
o pecado é universal?
“Nossos primeiros pais, seduzidos pela astúcia e pela tentação de Satanás, pecaram ao
comer o fruto proibido. Segundo o Seu sábio e santo conselho, foi Deus quem permitiu
esse pecado, havendo determinado ordená-lo para sua própria glória.”
“Por este pecado eles decaíram de sua retidão original e da comunhão com Deus, e
assim se tornaram mortos em pecado e inteiramente corrompidos em todas as
faculdades e partes do corpo e da alma. Sendo eles o tronco de toda a humanidade, o
delito de seus pecados foi imputado a seus filhos; e a mesma morte em pecado, bem
como a sua natureza corrompida, foram transmitidas a toda sua posteridade, que deles
procede por geração ordinária. Desta corrupção original, pela qual ficamos totalmente
indispostos, incapazes e adversos a todo bem e inteiramente inclinados a todo mal, é
que procedem todas as transgressões atuais”. (Art. 6.2-4.)
Essa última frase é crucial. Somos pecadores, não porque pecamos. Antes, pecamos
porque somos pecadores. Por isso Davi lamenta: Eu nasci na iniquidade, e em pecado
me concebeu minha mãe (Sl 51:5). A Bíblia diz que: “Todos pecaram e carecem da
glória de Deus.” (Rm 3:23)
Capacitação
Reserve alguns momentos para fazer considerações sobre algumas destas implicações
do ensino Bíblico sobre o pecado.
Prestação de Contas
Essas perguntas o ajudarão a examinar sua vida à luz da verdade trabalhada esta
semana. Elas também dão aos outros membros do grupo uma oportunidade de encorajá-
los a viver completamente para Cristo. Há um espaço abaixo para que possa fazer
anotações sobre as discussões durante a reunião do grupo.
Como a maioria das pessoas em seu convívio veem a manifestação do mal moral na
sociedade como um todo?
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Como a verdade dessa semana impactou a imagem que você tinha de si mesmo?
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De acordo com Romanos 3:9-18, quais áreas da vida humana foram afetadas pelo
pecado?
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Missão
Com uma sociedade massivamente norteada pelo humanismo materialista o qual coloca
o homem como um “ser essencialmente bom”, tente refletir sobre da manifestação do
mal nas diversas sociedades e quais as suas múltiplas facetas.
Oração
“Bem-aventurados os pobres de espírito, porque deles é o Reino dos céus.” (Mt 5.3).
Jesus deixou claro para a multidão que lhe ouvia durante o seu ministério que o
caminho para verdadeira felicidade começa com o reconhecimento de sua pobreza
espiritual diante de Deus. O Rei Davi foi um homem que modelou como todo aquele
que se achega a Deus deve lidar com os seus pecados e culpas, ao declarar:
“Compadece-te de mim, ó Deus, segundo a Tua benignidade; e, segundo a multidão das
Tuas misericórdias, apaga as minhas
Tire alguns minutos para refletir e orar sobre a sua real condição diante de Deus, na
certeza de que a Sua misericórdia e perdão através de Cristo nos purifica de todo
pecado.
Verdade
Certamente, ele tomou sobre si as nossas enfermidades e as nossas dores levou sobre
si; e nós o reputávamos por aflito, ferido de Deus e oprimido. Mas ele foi traspassado
pelas nossas transgressões e moído pelas nossas iniquidades; o castigo que nos traz a
paz estava sobre ele e pelas suas pisaduras fomos sarados. Todos nós andávamos
desgarrados como ovelhas; cada um se desviava pelo caminho, mas o Senhor fez cair
sobre ele a iniquidade de nós todos. (Is 53.4–6)
Jesus Cristo foi enviado por Deus Pai para ser o mediador entre Deus e a humanidade.
(1 Timóteo 2:5) Através da morte substitutiva de Cristo na cruz, a penalidade foi paga,
e por sua ressurreição corpórea da tumba, a morte foi derrotada.6
6
Greg Ogden, Discipleship Essentials. Downers Grove, ILL, IVP Connect, 2007. p. 96.
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2. No seu entendimento, por que nós precisamos de um mediador para ser salvo?
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A questão sobre estar salvo é a suprema questão da Bíblia. O tema principal das
Sagradas Escrituras é a salvação. Jesus, quando foi concebido no ventre de Maria, foi
anunciado como Salvador. Salvador e salvação caminham juntos. O papel do Salvador é
salvar.
O significado bíblico de salvação é amplo e variado. Em sua forma mais simples,
o verbo salvar significa "ser resgatado de uma situação perigosa ou ameaçadora." Quando
Israel escapava das derrotas das mãos de seus inimigos em batalhas, dizia-se que fora
salvo. Quando as pessoas se recuperam de uma enfermidade grave, experimentam
salvação. Quando a colheita é poupada das pragas e das secas, o resultado chama-se
salvação.
Usamos a palavra salvação de maneira semelhante. Dizemos que um boxeador foi
"salvo pelo gongo" se o assalto termina antes que o juiz possa fazer a contagem que
determina o nocaute. Salvação significa ser resgatado de alguma calamidade. Entretanto,
a Bíblia também usa o termo salvação em um sentido específico para referir-se à nossa
redenção suprema do pecado e à nossa reconciliação com Deus. Nesse sentido, somos
salvos da pior de todas as calamidades – do juízo de Deus. A salvação suprema é
concretizada por Cristo, o qual "nos livra da ira vindoura" (I Ts. 1.10). A palavra
“redenção” está intimamente ligada à salvação. Redimir significa “resgatar através do
pagamento de um preço”.
A Bíblia anuncia, claramente, que haverá um dia de julgamento quando todos os
seres humanos prestarão contas diante do tribunal de Deus. Para muitos, este "dia do
Senhor" será um dia de trevas, sem luz alguma. Será o holocausto supremo, a hora mais
triste, a pior calamidade da história da humanidade. Salvação suprema significa ser
poupado da ira divina que certamente virá sobre o mundo. Essa é a operação de resgate
que Cristo realiza por seu povo como seu Salvador.7
A salvação por meio de Cristo está relacionada, primariamente, ao caráter justo
de Deus. Uma vez que o próprio Deus declarou que “o salário do pecado é a morte” (Rm
6:23), todo ser humano estaria condenado a pagar eternamente pelos seus pecados.
Contudo, como a expressão mais sublime de amor, “Deus amou o mundo de tal maneira
que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida
eterna.” (Jo 3.16). Cristo viveu uma vida de total obediência a Deus em nosso lugar.
Contudo, foi em sua morte na cruz que Ele pagou a pena por nossos pecados. Paulo
declara, “Aquele que não conheceu pecado, Ele o fez pecado por nós; para que, Nele ,
fôssemos feitos justiça de Deus.” (2Co 5.21)
A imagem mais poderosa que captura a obra substitutiva de Cristo na cruz é o
cordeiro de Deus. Quando João Batista viu Jesus se aproximando, declarou: “Eis o
Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo!” (Jo 1.29). A imagem do cordeiro de
Deus é uma associação com o cordeiro pascal que era oferecido anualmente em Israel
para perdão dos pecados do povo no Dia da Expiação.
A morte de Cristo na cruz satisfez a justiça de Deus e adquiriu misericórdia. A
justiça exige que o pecado seja pago. Morrendo em nosso favor, Jesus morreu a morte
que merecíamos, para que pudéssemos ter misericórdia que não merecemos. O
pagamento foi feito.Quando reconhecemos nossa necessidade de perdão através do
arrependimento e cremos no sacrifício suficiente de Cristo, recebemos o dom da
misericórdia.
O símbolo central da nossa fé é a cruz vazia. A cruz desocupada é um sinal de que
não buscamos os vivos entre os mortos. Cristo está vivo. Mas que diferença faria se Cristo
não fosse ressuscitado?
O obstáculo final que todos enfrentamos é a morte. Jesus assumiu nossa
humanidade: “Visto, pois, que os filhos têm participação comum de carne e sangue,
7
R.C. Sproul. Verdades Essenciais da Fé Crista. (Vol. 02). São Paulo, SP, Cultura
Cristã, 2019, p. 51-52.
destes também ele, igualmente participou, para que, por sua morte, destruísse aquele que
tem o poder da morte, a saber, o diabo, e livrasse todos que, pelo pavor da morte, estavam
sujeitos à escravidão por toda a vida” (Hb 2.14–15).
Por seu triunfo sobre a morte na ressurreição, Jesus tomou o medo e a dor da morte,
através da ressurreição de Cristo dentre os mortos, E, quando este corpo corruptível se
revestir de incorruptibilidade, e o que é mortal se revestir de imortalidade, então, se
cumprirá a palavra que está escrita: Tragada foi a morte pela vitória. Onde está, ó morte,
a tua vitória? Onde está, ó morte, o teu aguilhão?
(1Co 15.54–55).
Capacitação
Reserve alguns momentos para fazer considerações sobre algumas destas implicações
do ensino Bíblico sobre a Redenção em Cristo.
Por que ninguém foi capaz de conquistar a própria salvação através das boas obras?
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Por que a ressurreição de Cristo foi necessária para nossa vitória final sobre o poder do
pecado?
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Prestação de Contas
Você crê na obra completa de Cristo através de sua vida de obediência, morte na cruz e
ressurreição para lhe trazer salvação?
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Você já orou com sinceridade de coração reconhecendo sua incapacidade de salvar a si
mesmo e confessando a Cristo como seu Senhor e Salvador?
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Oração
Através de Jesus Cristo temos livre acesso a uma vida de plena comunhão com
Deus Pai. Como declara o escritor aos Hebreus, “Tendo, pois, irmãos, intrepidez para
entrar no Santo dos Santos, pelo sangue de Jesus, 20 pelo novo e vivo caminho que ele
nos consagrou pelo véu, isto é, pela sua carne, 21 e tendo grande sacerdote sobre a
casa de Deus, 22 aproximemo-nos, com sincero coração, em plena certeza de fé, tendo
o coração purificado3 de má consciência e lavado o corpo com água pura” .(Hb
10.19–22)
Ore ao Pai agradecendo por este presente maravilhoso da vida eterna através de
Jesus e goze de toda alegria da comunhão de sua presença. Caso você precise de algum
auxílio , peça a alguém de seu grupo de discipulado para orar junto com você.
A Nova Vida em Cristo
Lição 4
Verdade
E, assim, se alguém está em Cristo, é nova criatura; as coisas antigas já passaram; eis
que se fizeram novas. (2Co 5.17)
2. O que aconteceu de novo em sua vida ao confessar a Cristo como seu Senhor e
Salvador?
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8
Nancy Pearcey, Love Thy Body, Grand Rapids, MI, Baker Books, 2018. p. 11.
9
Nancy Pearcey, Love Thy Body, 11.
Foi Jesus quem primeiro declarou que o novo nascimento, espiritual era uma absoluta
necessidade para se entrar no Reino de Deus. Ele declarou a Nicodemos: "Em verdade,
em verdade te digo que, se alguém não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus"
(Jo. 3.3). A expressão "a menos que", no ensino de Jesus, sinaliza uma condição
universalmente necessária para ver e entrar no Reino de Deus. O novo nascimento,
portanto, é uma parte essencial do cristianismo; sem ele, é impossível a entrada no Reino
de Deus.
Regeneração é o termo teológico usado para descrever o novo nascimento.
Refere-se a uma nova geração, um novo gênesis, um novo princípio. É mais do que
simplesmente "virar uma página"; marca o início de uma nova vida, numa pessoa
radicalmente renovada. Pedro fala dos crentes que "fostes regenerados, não de semente
corruptível, mas de incorruptível, mediante a palavra de Deus, a qual vive e é
permanente" (I Pe.1.23).
A regeneração é obra do Espírito Santo naqueles que estão espiritualmente mortos
(ver Ef. 2.1-10). O Espírito recria o coração humano, vivificando-o da morte espiritual
para vida espiritual. Pessoas regeneradas são novas criaturas. Onde anteriormente não
havia nenhuma disposição, inclinação ou desejo para com as coisas de Deus, agora estão
dispostos e inclinados para tais.
Na regeneração, Deus implanta um desejo por Ela próprio no coração humano, que de
outra forma não estaria lá.
A regeneração não deve ser confundida com a plena experiência de conversão.
Assim como o nascimento é nossa iniciação, nossa primeira entrada na vida fora do ventre
materno, assim nosso novo nascimento espiritual é o ponto de partida de nossa vida
espiritual. Acontece pela iniciativa de Deus e é um ato soberano, imediato e instantâneo.
A conscientização da nossa conversão pode ser gradual. Mesmo assim, o novo
nascimento em si é instantâneo. Ninguém pode nascer de novo parcialmente, assim como
uma mulher não pode ficar parcialmente grávida.
A regeneração não é o fruto ou o resultado de fé. Pelo contrário, a regeneração
precede a fé, como a condição necessária para a fé. Também não temos em nós mesmos
participação nenhuma na regeneração, ou seja, não cooperamos como colaboradores do
Espírito Santo para que ela seja realizada. Não escolhemos ou decidimos ser regenerados.
Deus decide nos regenerar antes mesmo de decidirmos abraçá-lo. Em suma, depois que
somos regenerados pela graça soberana de Deus, decidimos agir, cooperar e crer em
Cristo. Deus não exerce fé por nós. É por meio de nossa própria fé que somos justificados.
O que Deus faz é nos injetar a vida espiritual, nos resgatando das trevas, da escravidão e
da morte espiritual. Deus torna a fé possível e disponível a nós. Ele gera a fé em nosso
interior.10
Quando olhamos para a vida do apóstolo Paulo antes de sua conversão a Cristo,
encontramos um homem extremamente zeloso em sua vida religiosa com uma vida ética
admirável em sua sociedade. No entanto, após seu novo nascimento e conversão, as coisas
velhas ficam para trás; sua justiça própria, antigas ambições, velhos valores e conceitos
contrários a ética de Cristo. Foi uma experiência que mudou não apenas a compreensão
de Paulo, mas também suas prioridades e vontades. De igual modo, o Espírito Santo
realiza na vida de todo aquele que Ele regenera, dando-lhe uma nova vida em Cristo.
Capacitação
Reserve alguns momentos para fazer considerações sobre algumas destas implicações do
ensino Bíblico sobre A Nova Vida em Cristo.
De acordo com Efésios 2:1-10, qual era a nossa condição espiritual antes do novo
nascimento e como isso interferia em nosso comportamento?
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Por que passamos a ter novos desejos e pensamentos após o novo nascimento?
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Em Gálatas 5:16-26, Paulo nos fala de um conflito entre a velha natureza chamada
de “carne” e a nova natureza identificada como “Espírito”. Esse conflito é uma realidade
na vida de todo crente quando nasce de novo. Qual a orientação que Paulo nos dá para
vivermos de modo que agrada a Deus?
10
R.C. Sproul. Verdades Essenciais da Fé Crista. (Vol. 02). São Paulo, SP, Cultura
Cristã, 2019, p. 60-61.
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Prestação de Contas
Para tornar a nova vida possível, além de nos dar um novo coração, o Senhor
Jesus antes de subir aos céus prometeu enviar o seu Espírito para habitar
permanentemente em nós e nos guiar e capacitar a vivermos de modo que agrade a
Deus. Como o Senhor declarou, quando vier, porém, o Espírito da verdade, ele vos
guiará a toda a verdade; porque não falará por si mesmo, mas dirá tudo o que tiver
ouvido e vos anunciará as coisas que hão de vir. (Jo 16.13). Ele cumpriu sua promessa
derramando do Seu Espírito em nossos corações quando nos deu nova vida.
Como você tem buscado o auxílio do Espírito Santo para andar em novidade de vida?
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Quais conflitos você tem enfrentado em seu coração acerca desse novo momento de sua
caminhada com Cristo?
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Missão
Como vimos, a nova vida é gerada e mantida pelo poder do Espírito Santo. Por
essa razão, Paulo adverte aos crentes de Éfeso: E não vos embriagueis com vinho, no
qual há dissolução, mas enchei-vos do Espírito”. (Ef 5.18). Durante essa semana, leia,
medite e ore sobre o texto de Gálatas 5.16-26. Memorize quais são os frutos do
Espírito.
Oração
Verdade
1. Qual semelhança você encontra nos desafios da agenda de Jesus e na sua própria
agenda?
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2. Como Jesus tratou a Sua necessidade de tirar um tempo para orar ao Pai?
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Jesus tinha uma agenda muito apertada diante das multidões que o buscava
continuamente por cura e salvação. Mesmo as necessidades das pessoas ao seu redor
sendo reais, Jesus não permitiu que as pessoas ditassem sua agenda. Ele, ao longo de
Seu ministério, demonstrou a prioridade absoluta da sua vida devocional. Como nosso
Mestre, encontramos em Seu exemplo o padrão a ser seguido.
A vida devocional consiste de, pelo menos, três disciplinas espirituais:
· A leitura da Bíblia com o propósito de encontrar-se com Cristo através da Palavra de
Deus e não meramente um estudo bíblico.
· Meditar naquilo que lemos para que a verdade bíblica comece a saturar nossas mentes,
emoções e vontades. “Medite no livro da lei dia e noite” (Josué 1: 8).
· Orar para (comungar) com Deus: louvando, agradecendo e adorando-o, bem como
confessando nossos pecados, pedindo-lhe para suprir nossas necessidades e interceder
pelos outros.11
A Bíblia nos apresenta claramente a necessidade que temos de manter nosso
relacionamento com Deus através da oração, leitura bíblica e meditação. Essa
necessidade aplica-se a cada ser humano e não apenas aos cristãos. Dentre os mandatos
da criação, encontramos o mandato espiritual, através do qual o Deus transcendente
revelou sua imanência ao se relacionar com Suas criaturas. O relacionamento com o
Criador é um aspecto do caráter funcional da imagem de Deus refletida no homem.
Assim, como Deus se relaciona com ele mesmo, o homem, ao refletir a imagem do
Criador, tem a necessidade existencial de se relacionar com Deus, isso foi algo
estabelecido no Édem (Genesis 2:1-2).
A queda de Adão tornou o deleite original que o homem tinha, no seu Criador,
em morte espiritual, ou seja, total separação e fuga permanente da presença de Deus. O
homem caído após o Édem não nutre em seu coração nenhum desejo por Deus, como o
11
Greg Ogden, Discipleship Essentials. Downers Grove, ILL, IVP Connect, 2007. p.
35.
apóstolo Paulo precisamente menciona aos romanos: “Não há quem entenda, não há
quem busque a Deus” (Romanos 3.11).
Todas as religiões formuladas pelos homens são um continuo esforço de escapar do
verdadeiro Deus, pois, os homens constroem deuses segundo suas próprias paixões. No
entanto, todas as pessoas que vão verdadeiramente até Jesus, através do chamado
específico do Espírito Santo, passam a desfrutar de um genuíno e prazeroso
relacionamento com Deus. Como Jesus declarou em João 6.37: “Todo aquele que o Pai
me der virá a mim, e quem vier a mim eu jamais rejeitarei.”
A vida devocional para esses não é mero ritual ou uma obrigação, mas antes, uma
necessidade tangível que urge nas suas almas sedentas por Deus e sua gloriosa presença.
Davi, sob inspiração do Espírito Santo, declarou exaustivamente no livro de salmos essa
real necessidade por Deus, pois mesmo sendo um homem tão afortunado, a presença
abençoadora de Deus era o seu continuo anseio, como ele afirma no salmo 42: “A minha
alma tem sede de Deus, do Deus vivo. Quando poderei entrar para apresentar-me a
Deus?”.
Toda a nossa comunhão com Deus, através da leitura bíblica, meditação e
oração, deve ser feita em nome de Jesus. Como Ele mesmo declarou: “E tudo quanto
pedirdes em meu nome, isso farei, a fim de que o Pai seja glorificado no Filho” (Jo
14.13).
As disciplinas espirituais desenvolvem hábitos do coração: a prática de
disciplinas espirituais desenvolve hábitos do coração que tornam o discípulo mais capaz
de responder ao chamado de Deus. Quando Jesus pediu a Pedro, Tiago e João que
esperassem e orassem nas proximidades, enquanto ele lutava com seu Pai, sobre a
dificuldade que havia pela frente, por três vezes esses discípulos foram dormir. Então
Jesus falou aquelas palavras mais penetrantes: "O espírito está disposto, mas o corpo é
fraco" (Mateus 26:41). Esse episódio responde por que precisamos praticar as
disciplinas. Jesus disse aos discípulos que, participando de uma determinada ação -
nesse caso, permanecendo acordados e orando - eles poderiam alcançar uma qualidade
de força espiritual, caso contrário, seria impossível. Em outras palavras, praticar as
disciplinas espirituais não acentua nossas forças, mas trata das nossas fraquezas. Pense
no contraste entre os primeiros discípulos depois que o poder do Espírito Santo veio
sobre eles. No jardim, eles não conseguiam ficar acordados e rezar, nem por alguns
minutos. Mais tarde, eles mantiveram a disciplina de oração por dez dias (ver Atos 1–2).
Observe que ser capacitado pelo Espírito Santo é essencial; de fato, o Espírito das
disciplinas é o Espírito Santo, mas é apenas o ponto de partida.
Muitos seguidores cheios do Espírito são indisciplinados, destreinados,
subutilizados e ineficazes. Ser cheio e capacitado com o Espírito fala da intenção de
nossos corações. Isso nos dá o desejo de sermos treinados, mas o desejo não faz o
treinamento. Disciplinas espirituais são ferramentas, assim como o desejo de ser
treinado não é igual a ser treinado, pois as disciplinas não têm valor em si mesmas. É
auto-indulgente produzir profundidade espiritual apenas por causa da profundidade.12
Capacitação
Quando aprendemos que o Espírito Santo usa nossas disciplinas devocionais para
aprofundar nossa comunhão com Ele e nos dá graça para viver uma vida santa diante de
Deus, vamos observar alguns princípios práticos:
Bíblia: Escreva a referência das Escrituras, leia-a e escreva o que aprendeu com a
leitura. Medite no versículo. Lembre-se de que você não pode mudar o que a Bíblia diz,
mas pode mudar como isso afeta sua vida. Existem muitos bons livros devocionais, mas
nenhum pode substituir a Bíblia.
Caneta e caderno: Durante o seu tempo devocional, escreva seus pensamentos e o que
você sente que Deus está lhe dizendo. “E lembrareis de todos os caminhos que o Senhor
teu Deus te conduziu ...” (Dt. 8: 2). Você também pode escrever os nomes e as
necessidades daqueles pelos quais está orando. Observe também as respostas a essas
orações para se encorajar.
Local: Escolha um local onde você possa encontrar-se com Deus sem ser incomodado.
Deus quer que você se concentre quando O encontrar.
Tempo: Encontre o tempo mais apropriado para encontrar-se com Deus de forma
consistente.
Plano: Escolha um livro da Bíblia para ler no seu ritmo e depois medite, registre, ore e
obedeça.
12
Hull, Bill. The Complete Book of Discipleship: On Being and Making Followers of
Christ, (The Navigators Reference Library 1), pp. 194-195, (Kindle Edition).
Ore: “Abra meus olhos para que eu veja coisas maravilhosas em sua lei.” (Salmos 119:
18)
Prepare-se: Colete as coisas de que precisa e encontre um lugar tranquilo. Prepare seu
coração e espere em Deus. Confesse seus pecados. Busque a Deus: Leia uma parte das
Escrituras. Medite sobre como isso se relaciona com você. Converse com Deus sobre o
que você lê. Ore por cada item listado acima.
Acompanhamento: Obedeça o que Deus lhe revela nas Escrituras e compartilhe com
outras pessoas o que aprendeu.
Leitura adicional: Tire um tempo em outros momentos do dia (agora ou antes de
dormir) para ler grandes quantidades de Escrituras. Comece a ler três capítulos do
Antigo Testamento e um capítulo do Novo Testamento todos os dias. Ao fazer isso,
você pode ler a Bíblia inteira em cerca de um ano.13
Prestação de Contas
Como vimos, as disciplinas espirituais são ferramentas que Deus deixou para que
possamos utilizá-las com zelo e dedicação para mantermos uma vida constante diante
de Deus. Não é incomum que muitos cristãos, com o passar do tempo, comecem a
negligenciar algumas disciplinas espirituais e consequentemente enfraqueçam seu
relacionamento com Cristo.
1. Você tinha algum tipo de prática devocional antes da sua conversão a Cristo? Como
costumava ser?
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2. Qual a sua maior dificuldade hoje em observar os princípios estabelecidos por Deus
para uma vida de profundo relacionamento com Ele?
13
Kai, Ying. Ying and Grace Kai's Training for Trainers: The Movement That Changed
the World . WIGTake Resources. Position 2471 of 2757 (Kindle Edition).
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3. Quais atitudes você precisa tomar para tornar sua vida devocional mais consistente?
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Missão
Frutos saudáveis em nossas vidas são resultados de raízes bem cultivadas e nutridas. Se
mergulharmos nossas vidas na profundidade da Palavra de Deus, frutos de vida brotarão
em nós. Antes da nossa próxima reunião, reserve um período de um dia para um tempo
de quietude para ler, meditar e orar no Salmo 1.
Tenho visto que toda perfeição tem seu limite; mas o teu mandamento é ilimitado.
97 Quanto amo a tua lei! É a minha meditação, todo o dia! 98 Os teus
mandamentos me fazem mais sábio que os meus inimigos; porque, aqueles, eu os
tenho sempre comigo. (Sl 119.96–98)
O Rei Davi exemplificou como ter uma vida devocional abundante e deleitável em
Deus. Leia, medite e ore para que essas realidades na vida de Davi sejam uma realidade
continua em seu coração.
A Grande Comissão
Lição 6
Verdade
Alguns cristãos, antes de partirem para estar com o Senhor, têm a oportunidade
de se despedirem das pessoas que mais amam. Por mais doloroso que seja esse
momento, ele é especial, pois, concede àquelas pessoas a oportunidade de reafirmarem
o seu amor pelos seus, como também de falarem daquilo que a seu ver é o mais
importante para os que permanecerão suas jornadas nessa vida. Como vimos, Jesus
enfrentou a morte em nosso lugar, ressuscitou ao terceiro dia e permaneceu nessa terra
por quarenta dias, nos quais apareceu diversas vezes para os seus discípulos, a fim de
encorajá-los e instruí-los. Contudo, o dia de voltar aos céus é chegado e Ele encontra-se
pela última vez com seus discípulos. Nesse momento, Ele entrega a maior de todos as
missões a eles confiada, uma missão que se estenderia para a sua igreja em todas as
gerações, até a sua segunda vinda na redenção final de sua criação. Nossa “Grande
Comissão”!
Jesus, aproximando-se, falou-lhes, dizendo: Toda a autoridade me foi dada no céu e na
terra. 19 Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do
Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; 20 ensinando-os a guardar todas as coisas que vos
tenho ordenado. E eis que estou convosco todos os dias até à consumação do
século. (Mt 28.18–20)
1. De acordo com Mateus 28.18-20, que garantia temos de que conseguiremos fazer
discípulos de Cristo?
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14
Keith Anderson and Randy D. Reese, Spiritual Mentoring (Downers Grove: IVP
Books, 1999), 15.
primitiva era fazer discípulos (ver Atos 2:47; 14:21), e essa ainda é a missão de Cristo
para Sua igreja. ”15
Depois de serem chamados, treinados e comissionados pelo Mestre supremo,
esses discípulos começaram a cumprir sua missão. O Senhor ordenou que ficassem em
Jerusalém até a vinda do Espírito Santo. Durante a festa de Pentecostes, a promessa foi
cumprida, e o apóstolo Pedro, sob a autoridade do Espírito Santo, pregou o Evangelho.
Naquele dia, o Senhor acrescentou cerca de três mil pessoas que creram e foram
batizadas (ver Atos 2: 14-31). O evangelismo, no entanto, foi apenas o primeiro estágio
para fazer novos discípulos de Cristo. Agora, esperava-se que os apóstolos replicassem
exatamente o que o Senhor Jesus havia feito em suas vidas.
Capacitação
15
John MacArthur, Matthew 24-28, The MacArthur New Testament Commentary
(Chicago: Moody Publishers, 1989), 340.
3. Os discípulos foram chamados para serem testemunhas de tudo o que tinham visto
(Lucas 24.48; Atos 1.8). Como somos chamados para ser testemunhas hoje?
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Prestação de Contas
Fazer discípulos não tem nada a ver com conquistar outros para uma filosofia ou
transformá-los em pessoas legais que sorriem muito. Em vez disso, a Grande Comissão
lança uma missão de resgate; todos os seguidores recebem ordens com total autoridade
para agir onde quer que estejam. O discipulado envolve salvar as pessoas de si mesmas
e o esquecimento eterno, permitindo que o poder transformador de Deus as mude de
dentro para fora. "Todo" é a palavra-chave da Grande Comissão - toda autoridade, todo
sacrifício, todo esforço, o tempo todo, para todas as pessoas.16
16
Hull, Bill. The Complete Book of Discipleship: On Being and Making Followers of
Christ, (The Navigators Reference Library 1), p. 26-27. (Kindle Edition).
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Missão
Oração
17
Hull, Bill. The Complete Book of Discipleship: On Being and Making Followers of
Christ. P. 28.
Na realização da maior missão confiada a nós por nosso Salvador, somos
tentados a nos sentir amedrontados ou tímidos diante de sua grandeza. Contudo,
precisamos lembrar das suas palavras no inicio da grande comissão, “Toda a autoridade
me foi dada no céu e na terra”, e no final, “E eis que estou convosco todos os dias até à
consumação do século”. Estamos realizando a missão do Deus Salvador que tem poder
sobre todas as coisas e prometeu estar conosco! Ore durante essa semana pedindo ao
Senhor sabedoria, autoridade no falar e por pessoas que você poderá discipular.
Testemunhas de Cristo
Lição 7
Verdade
“Mas recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e sereis minhas
testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judeia e Samaria e até aos confins da
terra.” (At 1.8)
Durante seu ministério, Jesus estabeleceu qual seria a prioridade máxima na vida
de todo verdadeiro discípulo. “Amar a Deus sobre todas as coisas e, o próximo como a
si mesmo...” (Mat 22: 37-38). Esse amor deveria ser demonstrado através do socorro
aos necessitados nas mais diversas demandas materiais, físicas e, principalmente,
espirituais. A prioridade em suprir a carência de reconciliação com Deus foi
demonstrada pelo próprio Cristo que alimentou e curou as multidões, quando ele declara
metaforicamente: “Se o teu olho direito te faz tropeçar, arranca-o e lança-o de ti; pois
te convém que se perca um dos teus membros, e não seja todo o teu corpo lançado no
inferno.” (Mt 5.29) Mesmo levando em conta a vida humana como um todo, Jesus
deixou claro que a salvação da escravidão do pecado e condenação eterna era a
necessidade suprema de todo ser humano. Por essa razão, o poder do Espírito sobre os
discípulos teria como um dos principais objetivos transforma-los em “testemunhas”.
1. No seu entendimento, como o poder do Espírito Santo age na vida dos discípulos no
cumprimento de seu testemunho sobre Cristo?
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18
Rebecca Manley Pippert, Out of the Saltshaker & into the World (Downers Grove, Ill,
InterVarsity Press, 1979), p 16.
19
Greg Ogden, Discipleship Essentials. Downers Grove, ILL, IVP Connect, 2007. p,
167.
suas próprias obras e reputação, eles descobrem que a verdadeira alegria só é possível
quando nos esquecemos completamente de nós mesmos”. Humildade é essencial para
que possamos compartilhar o Evangelho sem qualquer apego a nossa autoimagem.
É importante enfatizar que nem todo cristão é chamado para ser um evangelista.
Todos são testemunhas de Cristo, todos devem ser um comitê para a tarefa da igreja de
evangelismo. Peter Wagner acredita que apenas dez por cento das pessoas em qualquer
igreja têm esse dom em particular. Isso significa que, embora esses dez por cento devam
ser treinados e incentivados nesse dom, os outros noventa por cento (com outros dons
igualmente necessários) devem resistir a um sentimento persistente de culpa de que não
estão evangelizando como os outros. Mas isso não nos isenta da responsabilidade de
sermos testemunhas.
Segundo David Watson, encontramos quatro características em uma testemunha
de Cristo:
1. Uma testemunha deve ter, antes de tudo, uma experiência pessoal com Cristo. Boatos
não são aceitáveis em um tribunal, como também não possuem valor para as pessoas em
nosso convívio. As pessoas apenas ouvirão o que temos visto e ouvido pessoalmente.
2. Uma testemunha deve ser capaz de se expressar verbalmente. Podemos testemunhar
efetivamente através de nossas vidas, nosso trabalho, nossos relacionamentos, nossas
atitudes, nossos sofrimentos e até nossa morte, mas ainda devemos, como Pedro disse,
“estando sempre preparados para responder a todo aquele que vos pedir razão da
esperança que há em vós”. (1 Pedro 3.15) Enunciarmos com a integridade de nossas
vidas demonstrando a verdade das nossas palavras.
3. Uma testemunha terá confiança no poder de Deus. Ela confia no poder da mensagem
do Cristo crucificado, e no poder do Espírito Santo. Ela sabe que Deus pode romper
todas as defesas e mudar qualquer coração. Essa confiança não será impetuosa, mas
humilde e sensível, marcada por muita oração. Ela sabe que sem Deus ele não pode
fazer nada, mas que com Deus todas as coisas são possíveis.
4. Uma testemunha terá compaixão pelos perdidos espirituais. Ele cuidará deles como
indivíduos que importam profundamente para Deus; feito à sua imagem, redimido por
seu Filho e habitado por seu Espírito.20
20
David Watson, Called & Committed: World-Changing Discipleship. Middletown,
DE, Harold Shaw Publishers, 2015, p, 142-143.
Depois de estar ciente das marcas necessárias, toda testemunha precisa estar
comprometida com a mensagem do evangelismo. A mensagem de Filipe para Samaria
era clara,
“Filipe, descendo à cidade de Samaria, anunciava-lhes a Cristo”. (At 8.5)
“Quando, porém, deram crédito a Filipe, que os evangelizava a respeito do reino de
Deus e do nome de Jesus Cristo, iam sendo batizados, assim homens como mulheres”.
(At 8.12)
Então, Filipe explicou; e, começando por esta passagem da Escritura, anunciou-lhe a
Jesus”.(At 8.35)
A mensagem de Deus para nós é Jesus Cristo. Ela não está centrada em uma
proposição, nem em uma filosofia, mas firmemente em uma Pessoa. Evangelismo é a
apresentação das reivindicações de Cristo no poder do Espírito Santo ao mundo
necessitado.
Capacitação
As reivindicações de Cristo são baseadas em sua pessoa única, sua morte por
nossos pecados, sua ressurreição dentre os mortos e seu retorno para julgar os vivos e os
mortos. Na epístola de Hebreus, a mensagem de evangelismo é clara: Jesus é descrito
como a última palavra de Deus, o Criador do mundo, refletindo a natureza e a glória de
Deus e sustentando o universo pela palavra de seu poder. Ele se ofereceu de uma vez
por todas como sacrifício pelos pecados, para que agora tenhamos confiança para entrar
na presença de Deus, pelo seu sangue. Não há ninguém como Ele (Hb 1: 1-3; 10:10-20)
1. Na sua opinião, qual é a principal razão pela qual vários cristãos negligenciam o
testemunho de Cristo?
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2. Em sua vida cotidiana, qual é o maior desafio para “estar sempre preparado para
defender sua fé diante de alguém que pede uma razão para a esperança que existe em
você?
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Prestação de contas
Alegramo-nos por sabermos que Cristo nos transforma naquilo que fomos
designados por Deus para ser. Em resposta a tão poderosa transformação,
testemunhamos ao mundo a salvação de Deus através de Cristo. Pedro descobriu seu
potencial em seu primeiro encontro com Cristo. “E ele [André] o trouxe [Pedro] a Jesus.
Mesmo Pedro tendo problemas com sua personalidade e temperamento, foi escolhido
para ser transformado pelo Espírito Santo e tornar-se “pescador de homens”. Do mesmo
modo, Cristo nos chamou e nos deu um novo coração pelo poder do seu Espírito e já
nos deu autoridade para proclamar sua glória e salvação.
1. Você está entusiasmado quando se trata de ser testemunha de Cristo? Se sim,
descreva a natureza desse entusiasmo. Se não, por que você acha que não tem esse
desejo tão intenso?
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2. Você já testemunhou sua conversão a Cristo para alguém? Se sim, como foi?
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3. Qual é o principal assunto sobre o qual as pessoas que se encontram diariamente com
você falam? Como você poderia usá-los para apresentar o Evangelho a elas?
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Missão
O apóstolo Paulo foi o maior evangelista da igreja primitiva. Ele usou todas as
oportunidades para testemunhar para as pessoas que o Senhor colocou ao seu redor. Em
Atenas, ele viu uma oportunidade no ambiente religioso daquela cidade. (Atos 17: 22-
33). Quando a oportunidade chegou, Paulo tinha a mensagem em mente para
compartilhar. Escreva abaixo um verso principal sobre: A Criação de Deus, o pecado
dos homens e a salvação por meio de Cristo.
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Oração
Nosso Senhor Jesus nos modelou perfeitamente como o testemunho do evangelho deve
trabalhar junto com a oração.
“Tendo-se levantado alta madrugada, saiu, foi para um lugar deserto e ali orava.
36 Procuravam-no diligentemente Simão e os que com ele estavam. 37 Tendo-o
encontrado, lhe disseram: Todos te buscam. 38 Jesus, porém, lhes disse: Vamos a
outros lugares, às povoações vizinhas, a fim de que eu pregue também ali, pois para
isso é que eu vim. 39 Então, foi por toda a Galileia, pregando nas sinagogas deles e
expelindo os demônios. ”. (Marcos 1.35–39)
Ore para que o Senhor derrame abundante amor em seu coração pelas pessoas em sua
esfera de influência. Quem são as pessoas que você tem no coração para investir em
suas vidas?
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