Geodiversidade MG
Geodiversidade MG
2010
CASA CIVIL DA PRESIDNCIA DA REPBLICA Ministra-Chefe Dilma Rousseff MINISTRIO DE MINAS E ENERGIA SECRETARIA DE GEOLOGIA, MINERAO E TRANSFORMAO MINERAL MINISTRO DE ESTADO Edison Lobo SECRETRIO EXECUTIVO Mrcio Pereira Zimmermann SECRETRIO DE GEOLOGIA, MINERAO E TRANSFORMAO MINERAL Cludio Scliar CPRM SERVIO GEOLGICO DO BRASIL
CONSELHO DE ADMINISTRAO
Presidente Giles Carriconde Azevedo Vice-Presidente Agamenon Sergio Lucas Dantas Conselheiros Benjamim Bley de Brito Neves Claudio Scliar Luiz Gonzaga Baio Jarbas Raimundo de Aldano Matos DIRETORIA EXECUTIVA Diretor-Presidente Agamenon Sergio Lucas Dantas Diretor de Hidrologia e Gesto Territorial Jos Ribeiro Mendes Diretor de Geologia e Recursos Minerais Manoel Barretto da Rocha Neto Diretor de Relaes Institucionais e Desenvolvimento Fernando Pereira de Carvalho Diretor de Administrao e Finanas Eduardo Santa Helena da Silva SUPERINTENDNCIA REGIONAL DE BELO HORIZONTE Superintendente Marco Antnio Fonseca Gerncia de Hidrologia e Gesto Territorial Mrcio de Oliveira Cndido Superviso de Gesto Territorial Haroldo Santos Viana
MINISTRIO DE MINAS E ENERGIA SECRETARIA DE GEOLOGIA, MINERAO E TRANSFORMAO MINERAL CPRM - SERVIO GEOLGICO DO BRASIL
Colaborao
ngela Maria de Godoy Theodorovicz Antonio Theodorovicz Edgar Shinzato Jorge Pimentel Lo Teixeira Marcelo Eduardo Dantas Marcelo Esteves de Almeida Maria Adelaide Mansini Maia Mnica Mazzini Perrotta Nelize Lima dos Santos (estagiria) Pedro Augusto dos Santos Pfaltzgraf Regina Clia Gimenez Armesto Valter Jos Marques Wilson Wildner
Superintendncia Regional de Manaus (SUREG-MA) Gerncia de Relaes Institucionais e Desenvolvimento (GERIDE) (projeto de multimdia)
Maria Tereza da Costa Dias Aldenir Justino de Oliveira
Agradecimentos
Reviso Tcnica
Execuo Tcnica
Reviso Lingustica
Projeto Grfico/Editorao/Multimdia
Departamento de Relaes Institucionais (DERID)/ Diviso de Marketing e Divulgao (DIMARK) (padro capa/embalagem)
Ernesto von Sperling Jos Marcio Henriques Soares Trao Leal Comunicao
Claiton Piva Pinto Claudia Cerveira de Almeida Mrcio de Oliveira Cndido Mrcio Silva Ivete Souza de Almeida Evandro Silva ICMBio Joo Las Casas Jos Esprito Santo Lima Lcio Andersom Martins Marcos Cristvo Baptista Manoel Pedro Tuller
(superviso de editorao)
FOTOS DA CAPA: 1. Atrativo geoturstico e geossitio: Conophytons de Cabeludo (Estromatlito colunar) Stio Paleontolgico de Cabeludo, municpio de Vazante, Minas Gerais. 2. Recursos minerais: Mina de Ferro da Fm. Cau (Quadriltero Ferrfero), municpio de Itatiaiuu, Minas Gerais. 3. Implicaes geotcnicas: Processo erosivo muito evoludo em talude de corte, municpio de Entre Folhas, Minas Gerais. 4. Atrativo geoturstico: Cachoeira da Fumaa esculpida sobre quartzitos do Grupo Carrancas, municpio de Carrancas, Minas Gerais.
Machado, Marcely Ferreira Geodiversidade do estado de Minas Gerais / Organizao Marcely Ferreira Marchado [e] Sandra Fernandes da Silva. Belo Horizonte: CPRM, 2010. 131 p. ; 30 cm + 1 DVD Programa Geologia do Brasil. Levantamento da Geodiversidade. 1. Geodiversidade Brasil Minas Gerais. 2. Meio ambiente Brasil Minas Gerais. 3. Planejamento territorial Brasil Minas Gerais. 4. Geologia ambiental Brasil Minas Gerais. I. Silva, Sandra Fernandes (Org.). II. Ttulo. CDD 551.098151
APRESENTAO
Uma das realizaes mais marcantes da atual gesto do Servio Geolgico do Brasil, em estreita sintonia com a Secretaria de Geologia, Minerao e Transformao Mineral do Ministrio de Minas e Energia (SGM/MME), tem sido a consolidao do conceito de geodiversidade e, consequentemente, do desenvolvimento de mtodos e tecnologia para gerao de um produto de altssimo valor agregado, que rompe o estigma de uso exclusivo das informaes geolgicas por empresas de minerao. A primeira etapa no caminho dessa consolidao foi a elaborao do Mapa Geodiversidade do Brasil (escala 1:2.500.000), que sintetiza os grandes geossistemas formadores do territrio nacional. Alm de oferecer sociedade uma ferramenta cientfica indita de macroplanejamento do ordenamento territorial, o projeto subsidiou tanto a formao de uma cultura interna com relao aos levantamentos da geodiversidade quanto os aperfeioamentos metodolgicos.
A receptividade ao Mapa Geodiversidade do Brasil, inclusive no exterior, mostrando o acerto da iniciativa, incentivou-nos a dar prosseguimento empreitada, desta feita passando aos mapas de geodiversidade estaduais, considerando que nos ltimos cinco anos o Servio Geolgico atualizou a geologia e gerou sistemas de informaes geogrficas de vrios estados brasileiros. nesse esforo que se insere o LEVANTAMENTO DA GEODIVERSIDADE DO ESTADO DE MINAS GERAIS aqui apresentado. Trata-se de um produto concebido para oferecer aos diversos segmentos da sociedade mineira uma traduo do conhecimento geolgico-cientfico estadual, com vistas a sua aplicao ao uso adequado do territrio. Destina-se a um pblicoalvo variado, desde empresas mineradoras tradicionais, passando pela comunidade acadmica, gestores pblicos da rea de ordenamento territorial e gesto ambiental, organizaes nogovernamentais at a sociedade civil. Dotado de uma linguagem de compreenso universal, tendo em vista seu carter multiuso, o produto compartimenta o territrio mineiro em unidades geolgico-ambientais, destacando suas limitaes e potencialidades, considerando-se a constituio litolgica da supraestrutura e da infraestrutura geolgica. So abordadas, tambm: caractersticas geotcnicas; coberturas de solos; migrao, acumulao e disponibilidade de recursos hdricos; vulnerabilidades e capacidades de suporte implantao de diversas atividades antrpicas dependentes dos fatores geolgicos; disponibilidade de recursos minerais essenciais ao desenvolvimento social e econmico do estado. Nesse particular, em funo de fatores estratgicos, so propostas reas de Relevante Interesse Mineral (ARIMs), constituindo-se em valioso subsdio s tomadas de deciso conscientes sobre o uso do territrio. O Mapa Geodiversidade do Estado de Minas Gerais foi gerado a partir dos SIGs do Mapa Geolgico do Estado de Minas Gerais (2003), escala 1:1.000.000, e do Mapa Geodiversidade do Brasil (2006), escala 1:2.500.000, bem como de informaes agregadas obtidas por meio de trabalho de campo, consulta bibliogrfica e dados de instituies pblicas e de pesquisa. As informaes tcnicas produzidas pelo levantamento da Geodiversidade do Estado de Minas Gerais na forma de mapa, SIG e texto explicativo encontram-se disponveis no portal da CPRM/SGB (<http://www.cprm.gov.br>) para pesquisa e download, por meio do GeoBank, o sistema de bancos de dados geolgicos corporativo da Empresa, e em formato impresso e digital (DVD-ROM), para distribuio ao pblico em geral.
Com este lanamento, o Servio Geolgico do Brasil d mais um passo fundamental, no sentido de firmar os mapas de geodiversidade como produtos obrigatrios de agregao de valor aos mapas geolgicos, na certeza de conferir s informaes geolgicas uma inusitada dimenso social, que, em muito, transcende sua reconhecida dimenso econmica. E, como tal, permite maior insero dos temas geolgicos nas polticas pblicas governamentais, a bem da melhoria da qualidade de vida da populao brasileira.
SUMRIO
1. INTRODUO .................................................................................... 09 Pedro Augusto dos Santos Pfaltzgraff, Luiz Moacyr de Carvalho, Maria Anglica Barreto Ramos 2. ASPECTOS GERAIS DO MEIO FSICO.................................................. 15 Marcos Cristvo Baptista, Sandra Fernandes da Silva, Marcelo Eduardo Dantas, Ktia da Silva Duarte, Bernardo Faria de Almeida, Antenor de Faria Muricy Filho, Cintia Itokazu Coutinho, Luciene Pedrosa 3. METODOLOGIA E ESTRUTURAO DA BASE DE DADOS EM SISTEMA DE INFORMAO GEOGRFICA .......................... 35 Maria Anglica Barreto Ramos, Marcelo Eduardo Dantas, Antnio Theodorovicz, Valter Jos Marques, Vitrio Orlandi Filho, Maria Adelaide Mansini Maia, Pedro Augusto dos Santos Pfaltzgraff 4. GEODIVERSIDADE: ADEQUABILIDADES/POTENCIALIDADES E LIMITAES FRENTE AO USO E OCUPAO ................................... 49 Marcely Ferreira Machado, Sandra Fernandes da Silva APNDICES I . UNIDADES GEOLGICO-AMBIENTAIS DO TERRITRIO BRASILEIRO II . BIBLIOTECA DE RELEVO DO TERRITRIO BRASILEIRO
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INTRODUO
Pedro Augusto dos Santos Pfaltzgraff ([email protected]) Luiz Moacyr de Carvalho ([email protected]) Maria Anglica Barreto Ramos ([email protected]) CPRM Servio Geolgico do Brasil SUMRIO
Geodiversidade.........................................................................................................11 Aplicaes...............................................................................................................12 Referncias................................................................................................................13
INTRODUO
GEODIVERSIDADE
O planeta Terra se comporta como um sistema vivo, por meio de um conjunto de grandes engrenagens que se movimenta, que se modifica, acolhe e sustenta uma imensidade de seres vivos em sua superfcie. A sua vida se expressa pelo movimento do planeta no entorno do Sol e de seu eixo de rotao e no movimento interno por meio das correntes de conveco que se desenvolvem abaixo da crosta terrestre. Em decorrncia, tem-se, em superfcie, a deriva dos continentes, vulces e terremotos, alm do movimento dos ventos e diversos agentes climticos que atuam na modelagem das paisagens. Embora seja o sustentculo para o desenvolvimento da vida na superfcie terrestre, o substrato tem recebido menos ateno e estudo que os seres que se assentam sobre ele. Partindo dessa afirmao, so mais antigos e conhecidos o termo e o conceito de biodiversidade que os referentes a geodiversidade. O termo geodiversidade foi empregado pela primeira vez em 1993, na Conferncia de Malvern (Reino Unido) sobre Conservao Geolgica e Paisagstica. Inicialmente, o vocbulo foi aplicado para gesto de reas de proteo ambiental, como contraponto a biodiversidade, j que havia necessidade de um termo que englobasse os elementos no-biticos do meio natural (SERRANO e RUIZ FLAO, 2007). Todavia, essa expresso havia sido empregada, na dcada de 1940, pelo gegrafo argentino Federico Alberto Daus, para diferenciar reas da superfcie terrestre, com uma conotao de Geografia Cultural (ROJAS citado por SERRANO e RUIZ FLAO, 2007, p. 81). Em 1997, Eberhard (citado por SILVA et al, 2008a, p. 12) definiu geodiversidade como a diversidade natural entre aspectos geolgicos, do relevo e dos solos. O primeiro livro dedicado exclusivamente temtica da geodiversidade foi lanado em 2004. Trata-se da obra de Murray Gray (professor do Departamento de Geografia da Universidade de Londres) intitulada Geodiversity: Valuying and Conserving Abiotic Nature. Sua definio de geodiversidade bastante similar de Eberhard. Owen et al. (2005), em seu livro Gloucestershire Cotswolds: Geodiversity Audit & Local Geodiversity Action Plan, consideram que: Geodiversidade a variao natural (diversidade) da geologia (rochas, minerais, fsseis, estruturas), geomorfologia (formas e processos) e solos. Essa variedade de ambientes geolgicos, fenmenos e processos faz com que essas rochas, minerais, fsseis e solos sejam o substrato para a vida na Terra. Isso inclui suas relaes, propriedades, interpretaes e sistemas que se inter-relacionam com a paisagem, as pessoas e culturas. Em 2007, Galopim de Carvalho, em seu artigo Natureza: Biodiversidade e Geodiversidade, assume esta definio:
Biodiversidade uma forma de dizer, numa s palavra, diversidade biolgica, ou seja, o conjunto dos seres vivos. , para muitos, a parte mais visvel da natureza, mas no , seguramente, a mais importante. Outra parte, com idntica importncia, a geodiversidade, sendo esta entendida como o conjunto das rochas, dos minerais e das suas expresses no subsolo e nas paisagens. No meu tempo de escola ainda se aprendia que a natureza abarcava trs reinos: o reino animal, o reino vegetal e o reino mineral. A biodiversidade abrange os dois primeiros e a geodiversidade, o terceiro. Geodiversidade, para Brilha et al. (2008), a variedade de ambientes geolgicos, fenmenos e processos activos que do origem a paisagens, rochas, minerais, fsseis, solos e outros depsitos superficiais que so o suporte para a vida na Terra. No Brasil, os conceitos de geodiversidade se desenvolveram praticamente de forma simultnea ao pensamento internacional, entretanto, com foco direcionado para o planejamento territorial, embora os estudos voltados para geoconservao no sejam desconsiderados (SILVA et al., 2008a). Na opinio de Veiga (2002), a geodiversidade expressa as particularidades do meio fsico, abrangendo rochas, relevo, clima, solos e guas, subterrneas e superficiais. A Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais/Servio Geolgico do Brasil (CPRM/SGB) define geodiversidade como: O estudo da natureza abitica (meio fsico) constituda por uma variedade de ambientes, composio, fenmenos e processos geolgicos que do origem s paisagens, rochas, minerais, guas, fsseis, solos, clima e outros depsitos superficiais que propiciam o desenvolvimento da vida na Terra, tendo como valores intrnsecos a cultura, o esttico, o econmico, o cientfico, o educativo e o turstico (CPRM, 2006). J autores como Xavier da Silva e Carvalho Filho (citados por SILVA et al., 2008a, p. 12) apresentam definies diferentes da maioria dos autores nacionais e internacionais, definindo geodiversidade a partir da variabilidade das caractersticas ambientais de uma determinada rea geogrfica. Embora os conceitos de geodiversidade sejam menos conhecidos do grande pblico que os de biodiversidade, esta dependente daquela, conforme afirmam Silva et al. (2008a, p. 12): A biodiversidade est assentada sobre a geodiversidade e, por conseguinte, dependente direta desta, pois as rochas, quando intemperizadas, juntamente com o relevo e o clima, contribuem para a formao dos solos, disponibilizando, assim, nutrientes e micronutrientes, os quais so absorvidos pelas plantas, sustentando e desenvolvendo a vida no planeta Terra. Em sntese, pode-se considerar que o conceito de geodiversidade abrange a poro abitica do geossistema (o qual constitudo pelo trip que envolve a anlise integrada de fatores abiticos, biticos e antrpicos) (Figura 1.1).
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Meio Bitico
Sociedades Humanas
Exemplos prticos da importncia do conhecimento da geodiversidade de uma regio para subsidiar o aproveitamento e a gesto do meio fsico so ilustrados a seguir. Em determinada regio formada por rochas cristalinas, relevo ondulado, solos pouco espessos, clima seco e com poucos cursos dgua perenes, o que seria possvel fazer para promover o seu aproveitamento econmico (Figura 1.3)? O conhecimento da geodiversidade de uma regio implica o conhecimento de suas rochas, portanto, nesse caso especfico, a rocha, constituindo-se em um granito, mostraria aptides para aproveitamento do material como
APLICAES
O conhecimento da geodiversidade nos leva a identificar, de maneira mais segura, as aptides e restries de uso do meio fsico de uma rea, bem como os impactos advindos de seu uso inadequado. Alm disso, ampliam-se as possibilidades de melhor conhecer os recursos minerais, os riscos geolgicos e as paisagens naturais inerentes a uma determinada regio composta por tipos especficos de rochas, relevo, solos e clima. Dessa forma, obtm-se um diagnstico do meio fsico e de sua capacidade de suporte para subsidiar atividades produtivas sustentveis (Figura 1.2).
Figura 1.3 - rea de serras e morros em granito, com potencial para uso como rochas ornamentais e britas (Pedra Azul, MG).
Figura 1.2 - Principais aplicaes da geodiversidade. Fonte: Silva et al. (2008b, p. 182). 12
INTRODUO
rocha ornamental ou brita para construo civil em reas prximas. O relevo ondulado e a pouca espessura do solo seriam outros fatores para auxiliar no desenvolvimento dessa atividade. A escassez de gua (clima seco, poucos cursos dgua perenes e aquferos do tipo fraturado) tornaria a rea pouco propcia, ou com restries, instalao de atividades agrcolas ou assentamentos urbanos. Em outro exemplo, tem-se uma rea plana (plancies de inundao de um rio), inadequada para ocupao urbana ou industrial, devido possvel ocorrncia de turfas e argilas moles, alm da suscetibilidade a inundaes peridicas. Nesse caso, temos os exemplos clssicos das vrzeas e plancies de inundao onde se instalaram grandes bairros periodicamente inundados durante a poca de cheia dos rios (Figuras 1.4 e 1.5). Importantes projetos nacionais na rea de infraestrutura j se utilizam do conhecimento sobre a geodiversidade da rea proposta para sua implantao. Como exemplo, o levantamento ao longo do trajeto planejado para as ferrovias Transnordestina, Este-Oeste e Norte-Sul, em que o conhecimento das caractersticas da geodiversidade da regio se faz importante para escolha no s dos mtodos construtivos do empreendimento como tambm para o total aproveitamento econmico das regies no entorno desses projetos. Convm ressaltar que o conhecimento da geodiversidade implica o conhecimento do meio fsico no tocante s suas limitaes e potencialidades, possibilitando a planejadores e administradores uma melhor viso do tipo de aproveitamento e do uso mais adequado para determinada rea ou regio.
Figura 1.5 - Vista parcial da regio do Barreiro (Belo Horizonte), em setembro de 2009. Inundao provocada por grande volume de chuvas. (http://veja.abril.com.br/noticia/brasil: 10 de out. 2010)
REFERNCIAS
BRILHA, J.; PEREIRA, D.; PEREIRA, P. Geodiversidade: valores e usos. Braga: Universidade do Minho, 2008. CPRM. Mapa geodiversidade do Brasil: escala 1:2.500.000, legenda expandida. Braslia: CPRM, 2006. 68 p. CD-ROM. GALOPIM DE CARVALHO, A. M. Natureza: biodiversidade e geodiversidade. [S.l.: s.n.] 2007. Disponvel em: <http://terraquegira.blogspot.com/2007/05/naturezabiodiversidade-e.html>. Acesso em: 25 jan. 2010. GRAY, M. Geodiversity: valuying and conserving abiotic nature. New York: John Wiley & Sons, 2004. 434 p. OWEN, D.; PRICE, W.; REID, C. Gloucestershire cotswolds: geodiversity audit & local geodiversity action plan. Gloucester: Gloucestershire Geoconservation Trust, 2005. SERRANO CAADAS, E.; RUIZ FLAO, P. Geodiversidad: concepto, evaluacin y aplicacin territorial: el caso de Tiermes-Caracena (Soria). Boletn de la Asociacin de Gegrafos Espaoles, La Rioja, n. 45, p. 79-98, 2007.
Figura 1.4 - Vista area da cidade de Santa Rita do Sapuca (MG), rea de vrzea e de plancie de inundao, alagada devido a chuvas excessivas e de grande volume no ano de 2000. (http://www.emporiodenoticias.com: 04 out. 2010).
SILVA, C. R. da; RAMOS, M. A. B.; PEDREIRA, A. J.; DANTAS, M. E. Comeo de tudo. In: SILVA, C. R. da (Ed.). Geodiversidade do Brasil: conhecer o passa13
do, para entender o presente e prever o futuro. Rio de Janeiro: CPRM, 2008a. 264 p. il. p. 11-20. SILVA, C. R. da; MARQUES, V. J.; DANTAS, M. E.; SHINZATO, E. Aplicaes mltiplas do conhecimento da geodiversidade. In: SILVA, C. R. da (Ed.). Geodiversidade do Brasil: conhecer o passado, para entender o presente e prever o futuro. Rio de Janeiro: CPRM, 2008b. 264 p. il. p. 181-202.
XAVIER DA SILVA, J.; CARVALHO FILHO, L. M. ndice de geodiversidade da restinga da Marambaia (RJ): um exemplo do geoprocessamento aplicado geografia fsica. Revista de Geografia, Recife: DCG/UFPE, v. 1, p. 57-64, 2001. VEIGA, T. A geodiversidade do cerrado. [S.l.: s.n.], 2002. Disponvel em: <http://www.pequi.org.br/geologia.html>. Acesso em: 25 jan. 2010.
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ASPECTOS GERAIS DO MEIO FSICO
Marcos Cristvo Baptista ([email protected])1 Sandra Fernandes da Silva ([email protected])1 Marcelo Eduardo Dantas ([email protected])1 Ktia da Silva Duarte ([email protected])2 Bernardo Faria de Almeida ([email protected])2 Antenor de Faria Muricy Filho ([email protected])2 Cintia Itokazu Coutinho ([email protected])2 Luciene Pedrosa ([email protected])2
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CPRM Servio Geolgico do Brasil ANP Agncia Nacional do Petrleo, Gs Natural e Biocombustveis
SUMRIO
Introduo ............................................................................................................17 Geologia................................................................................................................17 Crton do So Francisco....................................................................................17 Embasamento ...............................................................................................17 Coberturas ...................................................................................................17 Faixa Braslia .................................................................................................18 Grupo Canastra .............................................................................................18 Grupo Arax .................................................................................................19 Grupo Andrelndia .......................................................................................19 Grupo Ibi.....................................................................................................19 Grupo Vazante ..............................................................................................19 Orgeno Araua/Ribeira ...................................................................................19 Embasamento ...............................................................................................19 Coberturas ....................................................................................................20 Bacia do Paran.................................................................................................20 Grupo So Bento ..........................................................................................20
Grupo Bauru .................................................................................................. 20 Coberturas colvio-aluviais e eluviais ................................................................. 20 Relevo .................................................................................................................... 21 Domnios geomorfolgicos e padres de relevo ................................................ 21 Domnio das unidades agradacionais............................................................. 21 Domnio das unidades denudacionais em rochas sedimentares pouco litificadas ...................................................... 23 Domnio das unidades denudacionais em rochas sedimentares litificadas................................................................. 23 Domnio dos relevos de aplainamento ........................................................... 23 Domnio das unidades denudacionais em rochas cristalinas ou sedimentares ........................................................... 24 Panorama da pesquisa e do potencial petrolfero .................................................. 25 Bacia do Paran.................................................................................................. 25 Bacia do So Francisco ....................................................................................... 28 Referncias ............................................................................................................. 31
INTRODUO
O estado de Minas Gerais apresenta grande diversidade geolgica, ocorrendo nessa rea sequncias de idades arqueana a fanerozoica, em contextos tectnicos e metamrficos dos mais variados. Tal variedade geolgica reflete-se tanto na histria mineradora do estado, cujo desenvolvimento est intimamente ligado explorao de recursos minerais desde o perodo colonial, quanto em sua geodiversidade.
GEOLOGIA
As principais unidades geolgicas aflorantes no territrio mineiro so assim divididas: (i) Crton do So Francisco; (ii) Faixa Braslia; (iii) Orgeno Araua/Ribeira; (iv) Bacia do Paran; (v) Coberturas Colvio-Aluviais e Eluviais. Tais unidades, sob uma abordagem tectnica, so resultantes da deposio de sedimentos em bacias geradas em contexto de tafrognese mundial, com a quebra do supercontinente Rodnia ocorrida durante o Toniano. Foram gerados, ainda, granitos e rochas bsicas durante o desenvolvimento de bacias rifts, bem como rochas de crosta ocenica, geradas na evoluo de bacias de margem passiva. Essas sequncias foram, posteriormente, metamorfizadas durante a fase de compresso que culminou com a amalgamao do supercontinente Gondwana durante o Neoproterozoico (Brasiliano) e o estabelecimento do Crton do So Francisco e seus limites principais: o Orgeno Araua/Ribeira e a Faixa Braslia. Nesse contexto, foram gerados vrios estilos tectnicos de bacias, possibilitando a deposio de sedimentos e gerao de granitos pr-, sin- e tarditectnicos. Durante o Mesozoico, com a quebra de Gondwana e o surgimento do oceano Atlntico, novas bacias foram geradas, sendo que os representantes mais importantes no estado referem-se s unidades que ocorrem nas bacias do Paran e Sanfranciscana. Posteriormente, sucessivos eventos erosivos de aplainamento e sedimentao de coberturas cenozoicas promoveram o entalhamento do relevo atual.
Figura 2.1 - Idades e distribuio das principais sequncias aflorantes no crton do So Francisco no estado de Minas Gerais (Bizzi et al., 2003).
Embasamento
As principais feies tectnicas do embasamento do Crton do So Francisco, localizado em seu extremo sul, em Minas Gerais, so: Quadriltero Ferrfero e Cinturo Mineiro, que envolvem um complexo metamrfico basal (TTG), supracrustais do Supergrupo Rio das Velhas, Supergrupo Minas, Grupo Itacolomi e granitoides arqueanos e paleoproterozoicos. O Supergrupo Rio das Velhas corresponde a uma sequncia greenstone belt, com metavulcnicas (komatiitos, basaltos e vulcanoclsticas) e metassedimentos, incluindo formaes ferrferas, carbonatos e terrgenos. A idade das rochas vulcnicas da base desse supergrupo 2,776 Ga (MACHADO et al., 1996). J o Supergrupo Minas constitudo por quartzitos, filitos, rochas carbonticas e formaes ferrferas (DORR, 1969). A idade mxima dessa sequncia, baseada em relaes de campo e dataes de zirco detrtico, de 2,65 Ga (MACHADO et al., 1996).
Crton do So Francisco
O Crton do So Francisco, como definido por Almeida (1977), uma unidade geotectnica que ocupa grande parte do territrio mineiro (Figura 2.1), apresentando-se delimitado pela Faixa Braslia (a oeste) e pelo Orgeno Araua/Ribeira (a sul e a leste). Almeida (1977) considera que o final do processo de cratonizao ter-se-ia dado durante o Transamaznico. Para efeito de classificao, so consideradas como embasamento as rochas mais velhas que o Supergrupo Espinhao, as quais representam as unidades mais antigas das coberturas, cujas rochas basais possuem 1,8 Ga (DUSSIN e DUSSIN, 1995; MACHADO et al., 1989).
Coberturas
A Bacia Intracratnica do So Francisco, considerada aqui como o loco deposicional das principais coberturas do Crton do So Francisco, compreende as seguintes unidades litoestratigrficas: Supergrupo Espinhao, de idade paleo/ mesoproterozoica; Grupo Bambu, de idade neoproterozoica; sedimentos paleozoicos do Grupo Santa F; unidades cretcicas dos grupos Areado, Mata da Corda e Urucuia.
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Supergrupo Espinhao
A distribuio do Supergrupo Espinhao na Bacia do So Francisco restrita, tendo sua ocorrncia mais significativa nas serras do Cabral e de gua Fria, em Minas Gerais. A unidade mais representativa corresponde Formao Galho do Miguel, constituda por quartzitos de origem elica, na serra do Cabral (ALKMIM e MARTINS-NETO, 2001).
Grupo Bambu
O Grupo Bambu, originalmente definido por Costa e Branco (1961), apresenta em sua estratigrafia atual, proposta por Dardenne (1978), seis formaes, assim denominadas da base para o topo: Jequita, Sete Lagoas, Serra de Santa Helena, Lagoa do Jacar, Serra da Saudade e Trs Marias. A Formao Jequita, originalmente denominada Carrancas, corresponde base do Grupo Bambu, constituindo-se de paraconglomerados com seixos de quartzitos, calcrios, dolomitos, chert, gnaisses, micaxistos, granitos e rochas vulcnicas. associada a um evento de glaciao generalizado no Neoproterozoico, com unidades correlatas em vrios estados e localidades. A Formao Sete Lagoas apresenta rochas carbonticas em lentes de diversas dimenses, com intercalaes margosas e pelticas, que formam um horizonte contnuo nas regies cratnicas de Januria, Itacarambi, Montalvnia e serra do Ramalho, onde recebe o nome de Formao Januria. A Formao Serra de Santa Helena um nvel-chave para a estratigrafia do Grupo Bambu, pois composta por folhelhos e siltitos acinzentados que separam os nveis carbonticos das formaes Sete Lagoas e Lagoa do Jacar. A Formao Lagoa do Jacar se caracteriza pela alternncia de calcrios oolticos e pisolticos, de cor cinza-escura, com intercalaes de siltitos e margas. Em direo ao topo, segue-se a Formao Serra da Saudade, com folhelhos, argilitos e siltitos esverdeados (verdetes), que passam progressivamente a siltitos arcoseanos. A oeste do estado de Minas Gerais, na regio de Lagoa Formosa e Patos de Minas, so includos, nessa formao, diamictitos, calcrios e conglomerados (BAPTISTA, 2004). Finalmente, a Formao Trs Marias encerra a sequncia, com siltitos, arenitos e arcseos cinza a verde-escuros.
faz segundo uma discordncia angular e erosiva de mbito regional (SEER et al., 1989). Acima da Formao Abaet ocorre um pacote de siltitos lacustres contendo ostracodes (Formao Quiric), superposto pela Formao Trs Barras, constituda por arenitos elicos e fluviodeltaicos, que tem sido, ao longo do tempo, a mais bem estudada poro do Grupo Areado, seja devido ao seu bom estado de preservao contra a ao intemprica, seja por sua grande distribuio geogrfica (SEER et al., 1989). O topo do Grupo Areado exibe uma desconformidade, de mbito local, que o separa do Grupo Mata da Corda.
Grupo Urucuia
representado por fcies fluvial e elica, constituda de arenitos vermelhos com matriz montimorilontica e, mais raramente, conglomerados. Representa, possivelmente, sedimentao sob condies fluviais (SEER et al., 1989).
Faixa Braslia
A Faixa Braslia compe um sistema orognico que delimita a poro oeste do Crton do So Francisco. Sua compartimentao define-se, em parte, pelo acrecionamento de metassedimentos gerados em bacias sedimentares de margem passiva, em um evento tafrogentico que antecedeu esses eventos de acreo. Nesse contexto, no estado de Minas Gerais depositaram-se os grupos Canastra, Ibi, Vazante, Arax e Andrelndia (Figura 2.2).
Grupo Santa F
O Grupo Santa F constitudo por diamictitos e folhelhos com seixos pingados com intercalao de arenitos. Essa sequncia aflora no centro da Bacia do So Francisco, representando depsitos glaciolacustres e glaciofluviais de idade permocarbonfera (DARDENNE et al., 1990).
Grupo Areado
Representa a unidade litoestratigrfica basal do Cretceo da Bacia do So Francisco e inicia-se com conglomerados fluviais contendo ventifactos (Formao Abaet), depositados em regime torrencial sob clima rido a semirido. Esses conglomerados jazem diretamente sobre o embasamento representado por filitos do Grupo Bambu e o contato se
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Grupo Canastra
As rochas do Grupo Canastra afloram, a oeste de Minas Gerais, como lascas tectnicas, constitudas por quartzitos e filitos. Provavelmente, essas rochas originaram-se em bacia do tipo margem passiva com fonte de sedimentos provenientes do Crton do So Francisco (BARBOSA et al., 1970).
lentes de dolomito e quartzitos; Serra do Garrote, constituda por siltitos de aspecto macio, quartzitos, lentes de dolomitos e, localmente, conglomerados (TULLER et al., 2010).
Orgeno Araua/Ribeira
A Faixa de Dobramentos Araua (ALMEIDA, 1977), estabelecida durante a Orognese Brasiliana, constitui o limite oriental do Crton do So Francisco. A passagem do Orgeno Araua para o Orgeno Ribeira marcada pela mudana na direo da estruturao brasiliana, que passa de NNE ao norte, para NE a sul, no ocorrendo descontinuidade estratigrfica ou metamrfica. A subdiviso da Faixa Araua/ Ribeira (Figura 2.3) simplifica a descrio das unidades geolgicas em: embasamento arqueano ou paleoproterozoico mais antigo que 1.7 Ga e coberturas compostas pelas sequncias metassedimentares.
Figura 2.2 - Idade e distribuio das principais unidades da faixa Braslia aflorantes no estado de Minas Gerais (Bizzi et al., 2003).
Grupo Arax
O Grupo Arax (SEER et al., 2001) constitudo por nappes de metassedimentos com rochas vulcnicas associadas. Ocorrem, ainda, rochas granitoides sincolisionais de fuso crustal.
Grupo Andrelndia
representado por uma unidade metassedimentar, no sul de Minas Gerais, constituda por sequncias semelhantes s encontradas no Grupo Arax (PACIULLO et al., 2000).
Grupo Ibi
Aflora no oeste do estado de Minas Gerais, na regio da cidade de Ibi, at o sul do estado de Gois (DARDENNE, 2000; LIMA e MORATO, 2003). Na base, ocorre a Formao Cubato, com metadiamictitos de matriz argiloarenosa bem foliada, com centenas de metros de espessura; no topo, ocorre a Formao Rio Verde, constituda por metarritmitos e filitos.
Figura 2.3 - Idades e distribuio das principais unidades do Orgeno Araua/Ribeira aflorantes no estado de Minas Gerais (Bizzi et al., 2003).
Grupo Vazante
Ocorre na poro noroeste de Minas Gerais e representado por uma espessa sequncia pelitocarbontica de origem marinha. Importantes depsitos de chumbo e zinco esto hospedados nos dolomitos desse grupo (Minas de Vazante e Morro Agudo). O Grupo Vazante pode ser dividido em trs formaes: Lapa, constituda por margas, quartzito e siltitos bandados com intercalaes de nveis carbonticos; Vazante, constituda por siltitos bandados com intercalaes de nveis carbonticos,
Embasamento
O embasamento do Orgeno Araua compreendido pelos complexos Guanhes, Gouveia, Porteirinha, Mantiqueira e Juiz de Fora. Os trs primeiros incluem gnaisses e migmatitos TTG (tonalito-trondhjemito-granodiorito), pltons granticos e sequncias do tipo greenstone belt. O Complexo Mantiqueira constitudo por ortognaisses bandados, enquanto o Complexo Juiz de Fora constitudo basicamente por ortognaisses granulticos. Esses complexos representam segmentos de um orgeno desenvolvido entre 2,2 e 2,05 Ga e retrabalhado pela orogenia Brasiliana (NOCE et al., 2007).
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Coberturas
As coberturas da Faixa de Dobramentos Araua/Ribeira compreendem sequncias metassedimentares e metavulcanossedimentares paleoproterozoicas a neoproterozoicas relacionadas a margem passiva e fechamento de oceanos.
sincolisionais, pelos granitos do tipo S sincolisionais, granito tardi- a ps-colisionais e os granitos tipo I ps-colisionais (PEDROSA-SOARES et al., 2001).
Bacia do Paran
A Bacia do Paran constituda por uma sucesso sedimentar-magmtica de idades entre o Neo-Ordoviciano e o Neocretceo (MILANI, 2004). Essa bacia distribui-se entre o Brasil meridional, Paraguai oriental, nordeste da Argentina e norte do Uruguai. No estado de Minas Gerais, essas sequncias ocorrem no Tringulo Mineiro, sendo representadas principalmente pelos grupos So Bento e Bauru (Figura 2.4).
Grupo Macabas
Os depsitos mais antigos do Grupo Macabas so constitudos por arenitos e arcseos com lentes de conglomerados da Formao Duas Barras e arenitos e pelitos da Formao Peixe Bravo, os quais representam um estgio de sedimentao fluvial durante o rift continental da Bacia Macabas (MARTINS, 2006; MARTINS-NETO e ALKMIM, 2001; NOCE et al.,1997). Idades U-Pb de zirces detrticos estabelecem uma idade de sedimentao mxima para a Formao Duas Barras de 900 21 Ma (BABINSKI et al. dados no publicados). A Formao Serra do Catuni constituda por tilitos, arenitos e varvitos, sequncias de origem glacial, durante o estgio rift da Bacia Macabas (KARFUNKEL e HOPPE, 1988). A Formao Ribeiro da Folha uma sucesso de turbiditos de gros finos, lentes de calcrios e rochas calcissilicticas e metaultramficas/metamficas, consideradas por alguns autores como o registro da crosta ocenica gerada na evoluo para bacia de margem passiva da Bacia Macabas (PEDROSA-SOARES et al., 2001; QUEIROGA, 2006).
Formao Salinas
Essa formao constituda por metarenitos, metapelitos e metaconglomerados, ocorrendo no leste do estado. Deposita-se em discordncia sobre as rochas do Grupo Macabas (SANTOS et al., 2009). Pode ser considerada como uma sequncia turbidtica depositada entre 588 e 500 Ma (PEDROSA-SOARES et al., 2008), representando a unidade supracrustal mais jovem do Orgeno Araua.
Figura 2.4 - Distribuio das principais unidades geolgicas mesozoicas da bacia do Paran, aflorantes no estado de Minas Gerais (Bizzi et al., 2003).
Grupo So Bento
constitudo pelas formaes Serra geral e Botucatu. A Formao Serra Geral constituda de basaltos toleticos, cujas dataes Ar-Ar indicam o incio dos derrames a 137,4 Ma e o encerramento a 128,7 Ma (TURNER et al., 1994). A Formao Botucatu formada por arenitos finos a mdios oriundos de um ambiente desrtico. A essa formao est relacionado o Aqufero Guarani, um dos maiores reservatrios de gua doce subterrnea do mundo.
Complexo Jequitinhonha
Representa uma associao de paragnaisses migmatizados com variadas concentraes de granada, cordierita, silimanita e grafita, quartzitos e rochas calcissilicticas. Os protlitos dessas rochas so interpretados como arcseos marinhos e grauvacas depositados em ambiente oxidante (PEDROSA-SOARES et al., 2001).
Grupo Bauru
Representa uma sequncia neocretcea, cujo substrato composto pelas rochas vulcnicas da Formao Serra Geral. No Tringulo Mineiro, esse grupo representado pelas formaes Uberaba e Marlia, constitudas por conglomerados, argilitos e siltitos gerados em sistemas de leques aluviais, fluviais e pntanos (FERNANDES, 1992).
Esses grandes compartimentos so segmentados em 17 padres de relevo, os quais se encontram representados no encarte Compartimentos de Padres de Relevo do Estado de Minas Gerais, que serviu de subsdio para elaborao do Mapa Geodiversidade do Estado de Minas Gerais (Apndice II Biblioteca de Relevo do Territrio Brasileiro). A individualizao dos diversos compartimentos de relevo foi obtida com base em anlises e interpretao de imagens SRTM (Shuttle Radar Topography Mission), com resoluo de 90 m, e de imagens GeoCover, sendo as unidades de relevo agrupadas de acordo com a caracterizao da textura e rugosidade das imagens. A escala de trabalho adotada foi a de 1:1.000.000.
O fato de o territrio brasileiro estar inserido em uma regio sujeita a intensa atividade intemprica, com altos ndices de umidade e pluviosidade, possibilitou, ao longo de milhes de anos, a gerao de extensa cobertura de solo. Tais coberturas esto distribudas de acordo com diferentes estgios de aplainamento (superfcies de aplainamento) e, a elas, podem estar relacionadas ocorrncias minerais, como bauxita, mangans, nquel e outros lateritos (BRAUN, 1971; KING, 1956).
Com base no tipo de processo atuante (agradao ou denudao) e nos tipos litolgicos presentes, o territrio mineiro foi compartimentado em cinco grandes domnios geomorfolgicos (Figura 2.6). Os cinco grandes domnios geomorfolgicos foram segmentados em padres de relevo menores (Figura 2.7).
RELEVO
Minas Gerais apresenta um relevo que difere do de outras regies do pas pela diversidade de quadros morfolgicos presentes. Tal diversidade resultante da complexa atividade tectnica atuante nas rochas constituintes do escudo brasileiro a partir do Mesozoico: arqueando, falhando e fraturando tais rochas. Na literatura, raros so os estudos que abordam exclusivamente o conjunto do relevo do estado de Minas Gerias. Uma alternativa de descrio de boa qualidade nesse domnio o trabalho proposto por Saadi (1991). Neste, o autor afirma que o relevo de uma regio o resultado do conjunto de processos associados s dinmicas internas e externas atuantes na superfcie ao longo do tempo geolgico. Logo, o quadro morfolgico de uma rea derivado da evoluo tectnica somada s aes de ordem climticas atuantes na referida regio. No trabalho proposto, Saadi (1991) explica a complexa estruturao morfolgica, a partir da evoluo morfotectnica de quatro provncias que compem o arcabouo estrutural do Brasil. No mbito do estudo da geodiversidade de Minas Gerais, adotou-se uma compartimentao do territrio em cinco grandes domnios geomorfolgicos, baseada no processo atuante (agradao ou denudao) e nos litotipos presentes.
Esses padres de relevo tm ocorrncia localizada no estado. Apresentam amplitude varivel (depende da extenso do depsito na encosta) e inclinaes das vertentes entre 5-20o, quando associados s rampas de colvio, e entre 20-45o, quando associados aos cones de tlus.
Nessas formas de relevo, h predomnio de processos de pedognese, com eventual atuao de processos de laterizao. De forma localizada, nos planaltos, podem ocorrer processos de eroso laminar ou linear acelerada (ravinas e voorocas). Os planaltos so formas de relevo caracterizadas como formas de degradao predominantemente em rochas sedimentares, mas tambm sobre rochas cristalinas.
Tabuleiros (R2a1)
Constituem formas suavemente dissecadas. So superfcies extensas, gradientes suaves, topos planos e alongados e vertentes retilneas nos vales encaixados em forma de U. Apresentam amplitude de relevo que varia de 20 a 50 m e inclinaes de vertentes entre 0-3o e topos planos. Localmente, podem existir vertentes com inclinaes superiores, entre 10-25o. Nessas formas de relevo h predomnio de processos de pedognese (formao de solos espessos e bem drenados). De forma restrita, podem ocorrer processos de eroso laminar ou linear acelerada (sulcos e ravinas).
acidentadas, com vertentes predominantemente retilneas a cncavas, escarpadas e topos de cristas alinhadas, aguados ou levemente arredondados, com sedimentao de colvios e depsitos de tlus. Exibem sistema de drenagem principal em franco processo de entalhamento. Apresentam amplitude de relevo acima de 300 m, podendo apresentar, localmente, desnivelamentos inferiores a essa medida. As inclinaes de vertentes variam entre 25-45o, com possvel ocorrncia de paredes rochosos subverticais (60-90o). Nesse padro de relevo h franco predomnio de processos de morfognese (formao de solos rasos em terrenos muito acidentados), alm da atuao frequente de processos de eroso laminar e de movimentos de massa. Pode haver gerao de depsitos de tlus e de colvios nas baixas vertentes
em franco processo de entalhamento, amplitudes entre 100 e 300 m e inclinao de vertentes de 10-25o, com possveis ocorrncias de vertentes muito declivosas (acima de 45o). Em geral, essas formas de relevo indicam uma retomada erosiva recente em processo de reajuste ao nvel de base regional. H predomnio de processos de morfognese (formao de solos rasos), com atuao frequente de processos de eroso laminar e de movimentos de massa. Com o objetivo de facilitar a descrio das unidades geolgico-ambientais, os relevos anteriormente descritos foram agrupados em nove padres (Figura 2.8 e Quadro 2.1). Cabe ressaltar que, para a legenda do Mapa Geodiversidade do Estado de Minas Gerais, esse agrupamento no foi adotado.
A ANP atua na busca pelo aumento das reservas petrolferas brasileiras no apenas por meio das concesses, como tambm de seus planos plurianuais de estudos de geologia e geofsica (PPA de G&G) (ANP, 2009). O plano atual, que compreende os anos de 2007 a 2011, vem possibilitando a aquisio de dados novos, por exemplo, por meio de aerolevantamento gravimtrico e magnetomtrico na poro norte da Bacia do Paran, de dois aerolevantamentos geofsicos na Bacia do So Francisco, estando tambm em execuo a aquisio de novos dados ssmicos 2D de dimenses regionais na poro norte dessa bacia, dentre outros projetos j concludos. Est tambm planejado um levantamento magnetotelrico na Bacia do Paran, na tentativa de, mediante a integrao com dados ssmicos e de poos, visualizar as camadas situadas abaixo do espesso pacote de vulcnicas que at ento vem camuflando o verdadeiro potencial petrolfero da bacia. Igualmente, esto previstas as perfuraes de poos estratigrficos nas bacias do Paran e So Francisco (Figura 2.13).
Bacia do Paran
Segundo Milani e Thomaz Filho (2000), a Bacia Intracratnica do Paran localiza-se na poro centro-leste da Amrica do Sul e abrange uma rea de 1.700.000 km2, dos quais aproximadamente 1.050.000 km2 se encontram em territrio brasileiro. Porm, apenas a parte do extremo leste da bacia se encontra no territrio do estado de Minas Gerais (Figura 2.9). O depocentro da bacia corresponde a um pacote sedimentar-magmtico da ordem de 7.500 m de espessura, incluindo alguns horizontes com caractersticas de rochas geradoras e outros com atributos de reservatrio. O registro
Quadro 2.1 - Agrupamento dos padres de relevo utilizados para caracterizao das unidades geolgico-ambientais do estado de Minas Gerais.
Padres de Relevo Detalhados Plancies fluviais ou fluviolacustres (R1a) Terraos fluviais (R1b1) Vertentes recobertas por depsitos de encosta (R1c) Tabuleiros (R2a1) Tabuleiros dissecados (R2a2) Planaltos e baixos plats (R2b1) Chapadas e plats (R2c) Superfcies aplainadas conservadas (R3a1) Superfcies aplainadas degradadas (R3a2) Inselbergs e outros relevos residuais (R3b) Domnio de colinas amplas e suaves (R4a1) Domnio de colinas dissecadas e de morros baixos (R4a2) Domos em estrutura elevada (R4a3) Domnio de morros e de serras baixas (R4b) Domnio montanhoso (R4c) Escarpas serranas (R4d) Degraus estruturais e rebordos erosivos (R4e) Vales encaixados (R4f)
Agrupamento de Padres Plancies fluviais ou fluviolacustres Terraos fluviais Vertentes recobertas por depsitos de encosta Tabuleiros
Terrenos acidentados
da dcada de 1950, com a criao da Petrobras, iniciou-se tectonoestratigrfico da bacia sugere a interao de fenintensa pesquisa sistemtica e organizada da bacia. Durante menos orognicos nas bordas da Placa Sul-Americana, com esse perodo, foram realizados levantamentos geofsicos, ineventos epirognicos marcados por pocas de subsidncia, cluindo levantamentos magnticos, gravimtricos e ssmica 2D soerguimento e magmatismo no interior da placa (MILANI e 3D. Os levantamentos magnticos cobrem grande rea da e RAMOS, 1998). bacia e totalizam aproximadamente 470.000 km. J a malha Conforme o relatrio de integrao elaborado por Sampaio et al. (1998), o interesse pelo potencial petrolfero da Bacia do Paran iniciou no final do sculo XIX, quando foram identificadas ocorrncias de arenitos asflticos no flanco leste da bacia, motivando trabalhos pioneiros de sondagem. Ainda no final do sculo XIX, entre 1892 e 1897, na localidade de Bofete, no estado de So Paulo, foi perfurado o primeiro poo para a explorao de petrleo no Brasil. O poo alcanou aproximadamente 500 m de profundidade e, segundo relatos, teria recuperado dois barris de petrleo. No incio, as atividades exploratrias na bacia foram direcionadas para locaes de poos pouco profundos (inferiores a 1.000 m) em reas no cobertas pelos basaltos e nas proximidades das ocorrncias superficiais de leo (ZALN et al., 1990). Entretanto, a partir Figura 2.9 - Bacias sedimentares existentes no estado de Minas Gerais.
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Tabela 2.1 - reas concedidas para produo e explorao de petrleo no estado de Minas Gerais. Blocos Exploratrios Contrato BT-SF-2 BT-SF-3 BT-SF-3A BT-SF-5 BT-SF-6 BT-SF-7 BT-SF-8 BT-SF-9 SF-T-104_R10 SF-T-114_R10 SF-T-120_R10 SF-T-127_R10 SF-T-80_R10 SF-T-81_R10 SF-T-82_R10 SF-T-83_R10 SF-T-93_R10
Fonte: ANP-SIGEP (jan./2010).
Bacia So Francisco So Francisco So Francisco So Francisco So Francisco So Francisco So Francisco So Francisco So Francisco So Francisco So Francisco So Francisco So Francisco So Francisco So Francisco So Francisco So Francisco
N Blocos 6 10 12 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1
Assinatura 12.01.2006 12.01.2006 12.01.2006 12.01.2006 12.01.2006 19.03.2008 08.07.2008 08.07.2008 30.06.2009 30.06.2009 30.06.2009 30.06.2009 30.06.2009 30.06.2009 30.06.2009 30.06.2009 30.06.2009
Licitao 7 7 7 7 7 7 7 7 10 10 10 10 10 10 10 10 10
Operador Petrobras M&S Brasil Petra Energia Orteng Cisco Oil and Gas Petra Energia Petra Energia Petra Energia Comp E&P Comp E&P Comp E&P Orteng Shell Shell Shell Shell Shell
ssmica disponvel esparsa, perfazendo um total de 36.000 km, dos quais cerca de 18.000 km lineares foram adquiridos entre 1986 e 2001. A bacia possui ainda 124 poos exploratrios, sendo que 80 deles foram perfurados sem o apoio de dados ssmicos. Os levantamentos gravimtricos se estendem desde a parte central at a parte leste/nordeste da bacia, enquanto a maior parte de toda a bacia foi coberta por levantamentos magnetomtricos. A ANP, no entanto, est fazendo a cobertura gravimtrica e magnetomtrica de toda a poro norte da bacia, o que inclui o extremo oeste do estado de Minas Gerais. Os poos perfurados na bacia apresentam distribuio irregular, concentrando-se principalmente no estado do Paran. At o momento, nenhum poo foi perfurado nessa bacia na rea que corresponde ao estado de Minas Gerais, sendo a densidade dos furos muito baixa, com um furo a cada 9.000 km2. Do total perfurado, 16 poos apresentaram indicao de gs, cinco de leo e dois de gs e condensado; 87 poos so classificados como secos, sem indicao de leo ou gs. Os melhores resultados incluem os poos 1-BB-1-PR (Barra Bonita) e 1-MR-1-
PR (Mato Rico), localizados na poro central da bacia, que produziram gs em teste. O poo de Barra Bonita classificado como descobridor e os testes de avaliao mostraram produtividade superior a 200.000 m3/dia em cada um dos dois poos perfurados na rea (CAMPOS et al., 1998). O campo de gs de Barra Bonita entrou em produo em 2009. O poo 1-MR-1-PR (Mato Rico), depois de estimulado, passou de uma vazo de 10.000 m3/dia para 300.000 m3/dia. Na Figura 2.14 mostrada a localizao dos poos da Bacia do Paran que apresentaram ocorrncias de hidrocarbonetos, com destaque para os seguintes poos: 1-RCA-1PR, que recuperou gs em teste de formao em arenito da Formao Ponta Grossa, queimando com chama de 1,5 m; 1-BB-1-PR (Barra Bonita); 1-MR-1-PR (Mato Rico). Com base no debate desenvolvido durante o workshop sobre a Bacia do Paran, realizado em abril de 2008 pela ANP, e diante de um quadro com inmeras possibilidades
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exploratrias, a ANP est realizando, alm do levantamento aerogeofsico, um importante ssmico 2D de escala regional, e prev a perfurao de um poo estratigrfico que tem por objetivo amostrar a coluna sedimentar no depocentro da bacia.
Bacia do So Francisco
A Bacia do So Francisco uma bacia proterozoica cujos limites adotados so: oeste Faixa de Dobramentos Braslia; leste Faixa de Dobramentos Araua; norte Arco do So Francisco; sul Arco do Alto Parnaba. Boa parte da poro norte da Bacia do So Francisco est situada na face oeste do estado da Bahia. Seu preenchimento sedimentar representado, principalmente, por rochas metassedimentares mesoproterozoicas e neoproterozoicas. De acordo com o relatrio de integrao elaborado por Sampaio et al. (1998), as primeiras avaliaes do potencial
Figura 2.13 - Mapa de localizao dos projetos do plano plurianual de geologia e geofsica da ANP.
Figura 2.14 - Mapa de localizao dos poos com ocorrncias de hidrocarbonetos na bacia do Paran.
petrolfero da bacia comearam na dcada de 1960, quando a Petrobras decidiu avaliar o potencial petrolfero da regio, realizando ali algumas campanhas exploratrias, baseando-se em informaes sobre a existncia de significativas reservas de petrleo em bacias proterozoicas em outros pases e na presena de exsudaes de gs em Minas Gerais. Os resultados desses trabalhos iniciais indicaram baixa prospectividade para os carbonatos do Grupo Bambu. No entanto, em
1970, constatou-se uma emanao de gs termoqumico em um poo do Departamento Nacional de Obras contra as Secas (DNOCS), perfurado para gua, nas proximidades de Montalvnia (MG); todavia, as pesquisas permaneceram desativadas at 1976, quando novas avaliaes consideraram as perspectivas para a pesquisa de gs. Na dcada de 1980, a constatao de inmeras exsudaes superficiais de gs, em reas de afloramento do Grupo
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Bambu, reacendeu o interesse exploratrio na regio. Foram retomadas as pesquisas de campo, catalogando-se vrias dessas exsudaes, com destaque para a de Remanso do Fogo (Buritizeiro, MG). Durante esse perodo, a Shell Exploration Services executava o primeiro levantamento ssmico na poro norte da bacia sob contrato de risco. Em 1988/1989, foram perfurados trs poos profundos visando obteno de informaes quanto aos possveis reservatrios e geradores da bacia para o play Bambu (formaes Sete Lagoas e Lagoa do Jacar). Em reservatrios carbonticos nas proximidades de Remanso do Fogo (poo 1-RF-1-MG) e Montalvnia (1-MA-1MG), constataram-se vazes subcomerciais de gs. Esses resultados levaram realizao de levantamentos gravimtricos, de ssmica de reflexo (490 km2) e magnetotelricos (43 estaes) em uma rea de cerca de 22.000 km2, nas proximidades do poo 1-RF-1-MG, atualmente localizado no bloco SF-T-103 concedido na 7 Rodada de Licitaes promovida pela ANP. Nessa poca, a empresa Metais de Minas Gerais (METAMIG) reportou exsudaes de gs importantes, destacando-se a do rio Indai, prxima represa de Trs Marias. Em 1994, foram adquiridos 266 km de ssmica 2D na poro norte da bacia, na regio de Barreiras (BA) e dados magnetotelricos, com 13 estaes, sendo tambm verificadas exsudaes em outros poos de gua, como em Alvorada do Norte (GO) (Figura 2.15). Foram perfurados quatro poos exploratrios na bacia: 1-MA-1-MG, 1-RF-1-MG, 1-FLU-1-BA e 1-RC-1-GO, sendo
que os trs primeiros recuperaram gs em teste de formao. Foram tambm perfurados 18 poos pela CPRM/SGB no Projeto Sondagem do Bambu, realizado de 1976 a 1980. Mais recentemente, por ocasio das 7 e 10 rodadas de licitaes promovidas pela ANP, foram arrematadas vrias concesses exploratrias na poro mineira, sul da Bacia do So Francisco. Diante do interesse demonstrado pela indstria na poro sul, a ANP vem investindo na pesquisa e coleta de dados bsicos na poro norte da bacia, tendo realizado levantamentos geofsicos areos (concludo) e ssmico 2D regional (concluindo aquisio de dados), visando a futuras licitaes de concesses exploratrias. A presena de vazes de gs em trs dos quatros poos exploratrios perfurados e as inmeras exsudaes de gs, naturais ou em poos de gua, atestam a boa perspectiva exploratria da bacia. Os dados disponveis at o momento permitem inferir que o maior potencial da Bacia do So Francisco para a produo de gs natural. Futuras descobertas em volumes comerciais podero ser aproveitadas por usinas termeltricas, indstria mineral, siderrgica e polos petroqumicos. Diante do potencial das bacias sedimentares existentes no estado de Minas Gerais, ainda que em estgio inicial de pesquisa exploratria, entende-se que a regio privilegiada e estratgica com relao prospeco de hidrocarbonetos, principalmente gs.
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METODOLOGIA E ESTRUTURAO DA BASE DE DADOS EM SISTEMA DE INFORMAO GEOGRFICA
Maria Anglica Barreto Ramos ([email protected]) Marcelo Eduardo Dantas ([email protected]) Antnio Theodorovicz ([email protected]) Valter Jos Marques ([email protected]) Vitrio Orlandi Filho ([email protected]) Maria Adelaide Mansini Maia ([email protected]) Pedro Augusto dos Santos Pfaltzgraff ([email protected]) CPRM Servio Geolgico do Brasil Consultor SUMRIO
Introduo ........................................................................................................... 37 Procedimentos metodolgicos ............................................................................. 37 Definio dos domnios e unidades geolgico-ambientais ................................... 37 Atributos da geologia .......................................................................................... 38 Deformao ..................................................................................................... 38 Tectnica: dobramentos ............................................................................... 38 Tectnica: fraturamento (Juntas e falhas)/cisalhamento ............................... 38 Estruturas......................................................................................................... 38 Resistncia ao intemperismo fsico ................................................................... 38 Resistncia ao intemperismo qumico .............................................................. 38 Grau de coerncia ............................................................................................ 39
Caractersticas do manto de alterao potencial (solo residual) ...........39 Porosidade primria .............................................................................40 Caracterstica da unidade lito-hidrogeolgica ......................................40 Atributos do relevo ..................................................................................40 Modelo digital de terreno shutlle radar topography mission (SRTM) .....41 Mosaico geocover 2000 ...........................................................................43 Anlise da drenagem................................................................................43 Kit de dados digitais.................................................................................43 Trabalhando com o kit de dados digitais .............................................44 Estruturao da base de dados: geobank .................................................44 Atributos dos campos do arquivo das unidades geolgico-ambientais: dicionrio de dados..................................................................................46 Referncias ...............................................................................................47
INTRODUO
Neste captulo so apresentadas as diversas etapas que envolveram o tratamento digital dos dados no desenvolvimento do SIG Mapa Geodiversidade do Estado de Minas Gerais, do Programa Geologia do Brasil (PGB) da CPRM/ SGB, integrante do Programa de Acelerao do Crescimento (PAC 2009), que tem como objetivo a gerao de produtos voltados para o ordenamento territorial e o planejamento dos setores mineral, transportes, agricultura, turismo e meio ambiente. As informaes produzidas esto alojadas no GeoBank (sistema de bancos de dados geolgicos corporativo da CPRM/SGB), a partir das informaes geolgicas multiescalares contidas em suas bases Litoestratigrafia e Recursos Minerais, alm da utilizao de sensores como o Modelo Digital de Terreno SRTM (Shuttle Radar Topography Mission), do Mosaico GeoCover 2000 e das informaes de estruturas e drenagem (CPRM, 2004; RAMOS et al., 2005; THEODOROVICZ et al., 1994, 2001, 2002, 2005; TRAININI e ORLANDI, 2003; TRAININI et al., 1998, 2001). Do mesmo modo que na elaborao do Mapa Geodiversidade do Brasil (escala 1:2.500.000), tambm foram utilizadas, para o Mapa Geodiversidade do Estado de Minas Gerais, informaes temticas de infraestrutura, recursos minerais, unidades de conservao, reas de proteo ambiental (APA), terras indgenas e reas de proteo integral e de desenvolvimento sustentvel estaduais e federais, dados da rede hidrolgica e de gua subterrnea, reas impactadas (eroso, desertificao), reas oneradas pela minerao, informaes da Zona Econmica Exclusiva da Plataforma Continental (ZEE), gasodutos e oleodutos, dados paleontolgicos e geotursticos.
PROCEDIMENTOS METODOLGICOS
Assim como para o Mapa Geodiversidade do Brasil e o SIG Geodiversidade ao Milionsimo, os levantamentos estaduais foram elaborados seguindo as orientaes contidas em roteiro metodolgico preparado para essa fase, apoiados em kits digitais personalizados para cada estado, que contm todo o material digital (imagens, arquivos vetoriais etc.) necessrio ao bom desempenho da tarefa. A sistemtica de trabalho adotada permitiu a continuao da organizao dos dados na Base Geodiversidade inserida no GeoBank (CPRM/SGB), desde a fase do recorte ao milionsimo at os estaduais e, sucessivamente, em escalas de maior detalhe (em trabalhos futuros), de forma a possibilitar a conexo dos dados vetoriais aos dados alfanumricos. Em uma primeira fase, com auxlio dos elementos-chave descritos nas tabelas dos dados vetoriais, possvel vincular facilmente mapas digitais ao GeoBank (CPRM/SGB), como na montagem de SIGs, em que as tabelas das shapefiles (arquivos vetoriais) so produtos da consulta sistemtica ao banco de dados.
ATRIBUTOS DA GEOLOGIA
Desde a etapa do recorte ao milionsimo, para melhor caracterizar as unidades geolgico-ambientais, foram selecionados atributos da geologia que permitem uma srie de interpretaes na anlise ambiental, os quais so descritos a seguir.
Deformao
Relacionada dinmica interna do planeta. Procede-se sua interpretao a partir da ambincia tectnica, litolgica e anlise de estruturas refletidas nos sistemas de relevo e drenagem.
Tectnica: dobramentos
- Ausente: sedimentos inconsolidados (aluvies, dunas, terraos etc.). - No-dobrada: sequncias sedimentares, vulcanossedimentares e rochas gneas no-dobradas e no-metamorfizadas. - Pouco a moderadamente dobrada: a exemplo das sequn-cias sedimentares ou vulcanossedimentares do tipo Bambu, por exemplo. - Intensamente dobrada: a exemplo das sequncias sedimentares ou vulcanossedimentares complexa e intensamente dobradas (por exemplo, grupos Aungui, Minas, dentre outros) e das rochas granito-gnaisse migmatticas.
- Anisotrpica Estratificada/Biognica - Anisotrpica Macia/Vesicular - Anisotrpica Macia/Acamadada - Anisotrpica Macia/Laminada - Anisotrpica Acamadada - Anisotrpica Acamadada/Filitosa - Anisotrpica Acamadada/Xistosa - Anisotrpica Xistosa/Macia - Anisotrpica Filitosa/Xistosa - Anisotrpica Acamadamento Magmtico - Anisotrpica Gnissica - Anisotrpica Bandada - Anisotrpica Concrecional - Anisotrpica Concrecional/Nodular - Anisotrpica Biognica - Anisotrpica com Estruturas de Dissoluo - Anisotrpica com Estruturas de Colapso
Estruturas
De acordo com Oliveira e Brito (1998), as rochas podem apresentar as seguintes caractersticas reolgicas (comportamento frente a esforos mecnicos): - Isotrpica: aplica-se quando as propriedades das rochas so constantes, independentemente da direo observada. - Anisotrpica: as propriedades variam de acordo com a direo considerada. As bibliotecas para o atributo Estruturas so: - Isotrpica - Anisotrpica Indefinida - Anisotrpica Estratificada
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Se for s um tipo de litologia que sustenta a unidade geolgico-ambiental ou se forem complexos plutnicos de vrias litologias, so definidas as seguintes classificaes para esse atributo: - Baixa: calcrios, rochas bsicas, ultrabsicas, alcalinas etc. - Moderada a alta: ortoquartzitos, leucogranitos e outras rochas pobres em micas e em minerais ferromagnesianos, quartzitos e arenitos impuros, granitos ricos em minerais ferromagnesianos e micceos etc. - No se aplica: aluvies. Entretanto, se forem vrias litologias que sustentam a unidade geolgico-ambiental, a classificao ser: - Baixa a moderada na vertical: unidades em que o substrato rochoso formado por empilhamento de camadas horizontalizadas, no-dobradas, de composio mineral e grau de consolidao semelhantes a ligeiramente diferentes e mesma composio mineralgica. - Baixa a alta na vertical: unidades em que o substrato rochoso formado por empilhamento de camadas horizontalizadas, no-dobradas, de litologias de composio mineral e grau de consolidao muito diferentes, como as intercalaes irregulares de calcrios, arenitos, siltitos, argilitos etc. - Baixa a alta na horizontal e na vertical: sequncias sedimentares e vulcanossedimentares dobradas e compostas de vrias litologias; rochas gnissico-migmatticas e outras que se caracterizam por apresentar grande heterogeneidade composicional, textural e deformacional lateral e vertical.
Grau de Coerncia
Refere-se resistncia ao corte e penetrao. Mesmo em se tratando de uma nica litologia, deve-se prever a combinao dos vrios tipos de grau de coerncia, a exemplo dos arenitos e siltitos (Figura 3.1). Para o caso de complexos plutnicos com vrias litologias, todas podem ser enquadradas em um nico grau de coerncia. As classificaes utilizadas neste atributo so: - Muito brandas - Brandas - Mdias - Duras - Muito brandas a duras Entretanto, se forem vrias litologias, esta ser a classificao: - Varivel na horizontal - Varivel na vertical - Varivel na horizontal e vertical - No se aplica.
Figura 3.1 - Resistncia compresso uniaxial e classes de alterao para diferentes tipos de rochas. Fonte: Modificado de Vaz (1996). 39
clima, relevo e evoluo do solo, o manto de alterao de um basalto ser argiloso e, o de um granito, argilo-sltico-arenoso. - Predominantemente arenoso: substrato rochoso sustentado por espessos e amplos pacotes de rochas predominantemente arenoquartzosas. - Predominantemente argiloso: predominncia de rochas que se alteram para argilominerais, a exemplo de derrames baslticos, complexos bsico-ultrabsico-alcalinos, terrenos em que predominam rochas calcrias etc. - Predominantemente argilossiltoso: siltitos, folhelhos, filitos e xistos. - Predominantemente argilo-sltico-arenoso: rochas granitoides e gnissico-migmatticas ortoderivadas. - Varivel de arenoso a argilossiltoso: sequncias sedimentares e vulcanossedimentares compostas por alternncias irregulares de camadas pouco espessas, interdigitadas e de composio mineral muito contrastante, a exemplo das sequncias em que se alternam, irregularmente, entre si, camadas de arenitos quartzosos com pelitos, calcrios ou rochas vulcnicas. - Predominantemente siltoso: siltitos e folhelhos. - No se aplica
Porosidade Primria
Relacionada ao volume de vazios em relao ao volume total da rocha. O preenchimento dever seguir os procedimentos descritos na Tabela 3.1. Caso seja apenas um tipo de litologia que sustenta a unidade geolgico-ambiental, observar o campo Descrio, da Tabela 3.1. Entretanto, se forem complexos plutnicos de vrias litologias, a porosidade baixa. - Baixa: 0 a 15% - Moderada: de 15 a 30% - Alta: >30% Para os casos em que vrias litologias sustentam a unidade geolgico-ambiental, observar o campo Tipo, da Tabela 3.1. Varivel (0 a > 30%): a exemplo das unidades em que o substrato rochoso formado por um empilhamento irregular de camadas horizontalizadas porosas e no-porosas.
ATRIBUTOS DO RELEVO
Com o objetivo de conferir uma informao geomorfolgica clara e aplicada ao mapeamento da geodiversidade do territrio brasileiro e dos estados federativos em escalas
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de anlise muito reduzidas (1:500.000 a 1:1.000.000), procurou-se identificar os grandes conjuntos morfolgicos passveis de serem delimitados em tal tipo de escala, sem muitas preocupaes quanto gnese e evoluo morfodinmica das unidades em anlise, assim como aos processos geomorfolgicos atuantes. Tais avaliaes e controvrsias, de mbito exclusivamente geomorfolgico, seriam de pouca valia para atender aos propsitos deste estudo. Portanto, termos como: depresso, crista, patamar, plat, cuesta, hog-back, pediplano, peneplanos, etchplano, escarpa, serra e macio, dentre tantos outros, foram englobados em um reduzido nmero de conjuntos morfolgicos. Portanto, esta proposta difere, substancialmente, das metodologias de mapeamento geomorfolgico presentes na literatura, tais como: a anlise integrada entre a compartimentao morfolgica dos terrenos, a estrutura subsuperficial dos terrenos e a fisiologia da paisagem, proposta por AbSaber (1969); as abordagens descritivas em base morfomtrica, como as elaboradas por Barbosa et al. (1977), para o Projeto RadamBrasil, e Ponano et al. (1979) e Ross e Moroz (1996) para o Instituto de Pesquisas Tecnolgicas do Estado de So Paulo (IPT); as abordagens sistmicas, com base na compartimentao topogrfica em bacias de drenagem (MEIS et al., 1982); ou a reconstituio de superfcies regionais de aplainamento (LATRUBESSE et al., 1998). O mapeamento de padres de relevo , essencialmente, uma anlise morfolgica do relevo com base em fotointerpretao da textura e rugosidade dos terrenos a partir de diversos sensores remotos. Nesse sentido, de fundamental importncia esclarecer que no se pretendeu produzir um mapa geomorfolgico, mas um mapeamento dos padres de relevo em consonncia com os objetivos e as necessidades de um mapeamento da geodiversidade do territrio nacional em escala continental. Com esse enfoque, foram selecionados 28 padres de relevo para os terrenos existentes no territrio brasileiro (Tabela 3.2), levando-se, essencialmente, em considerao: - Parmetros morfolgicos e morfomtricos que pudessem ser avaliados pelo instrumental tecnolgico disponvel nos kits digitais (imagens LandSat GeoCover e Modelo Digital de Terreno (MDT) e Relevo Sombreado (SRTM); mapa de classes de hipsometria; mapa de classes de declividade). - Reinterpretao das informaes existentes nos mapas geomorfolgicos produzidos por instituies diversas, em especial os mapas desenvolvidos no mbito do Projeto RadamBrasil, em escala 1:1.000.000. - Execuo de uma srie de perfis de campo, com o objetivo de aferir a classificao executada. Para cada um dos atributos de relevo, com suas respectivas bibliotecas, h uma legenda explicativa (Apndice II Biblioteca de Relevo do Territrio Brasileiro) que agrupa caractersticas morfolgicas e morfomtricas gerais, assim como informaes muito elementares e generalizadas quanto sua gnese e vulnerabilidade frente aos processos geomorfolgicos (intempricos, erosivos e deposicionais). Evidentemente, considerando-se a vastido e a enor-
Tabela 3.1 - Tabela de porosidade total dos diversos materiais rochosos. Porosidade Total %m Descrio Granito Rochas macias Rochas metamrficas Piroclasto e turfas Escrias Rochas vulcnicas Pedra-pome Basaltos densos, fonlitos Basaltos vesiculares Rochas sedimentares consolidadas (ver rochas macias) Pizarras sedimentares Arenitos Creta blanda Calcrio detrtico Aluvies Dunas Cascalho Rochas sedimentares inconsolidadas Loess Areias Depsitos glaciais Silte Argilas no-compactadas Solos superiores Calcrio macio Dolomito Mdia 0,3 8 5 0,5 30 25 85 2 12 5 15 20 10 25 35 30 45 35 25 40 45 50 Normal Mx. 4 15 10 5 50 80 90 5 30 15 25 50 30 40 40 40 55 45 35 50 60 60 Mn. 0,2 0,5 2 0,2 10 10 50 0,1 5 2 3 10 1,5 20 30 25 40 20 15 25 40 30 85 30 40 20 45 15 30 30 0,5 0,5 60 5 Extraordinria Mx. 9 20 Mn. 0,05 <0,2 <0,5 <0,5 <0,5 <5 20 <5 <1 5 <2 10 1 3 15 20 25 <5 25 15 10 2 10 Mdia Porosidade Eficaz % me Mx. 0,5 1 1 2 20 50 20 2 10 5 20 5 20 35 30 35 10 35 30 20 10 20 Mn. 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 1 0,0 0,1 1 0,0 0,0 0,2 0,5 5 10 15 0,1 10 5 2 0,0 1 E E E E E A B B A C, E C, E D A C E F B
Material
Obs.
Tipo
Fonte: Modificado de Custodio e Llamas (1983). Nota: Alguns dados, em especial os referentes porosidade eficaz (me), devem ser tomados com precaues, segundo as circunstncias locais. A = Aumenta m e me por meteorizao; B = Aumenta m e me por fenmenos de dissoluo; C = Diminui m e me com o tempo; D = Diminui m e pode aumentar me com o tempo; E = me muito varivel segundo as circunstncias do tempo; F = Varia segundo o grau de cimentao e solubilidade.
me geodiversidade do territrio brasileiro, assim como seu conjunto diversificado de paisagens bioclimticas e condicionantes geolgico-geomorfolgicas singulares, as informaes de amplitude de relevo e declividade, dentre outras, devem ser reconhecidas como valores-padro, no aplicveis indiscriminadamente a todas as regies. No se descartam sugestes de ajuste e aprimoramento da Tabela 3.2 e do Apndice II apresentados nesse modelo, as quais sero benvindas.
Gerais, justifica-se por sua grande utilidade em estudos de anlise ambiental. Um Modelo Digital de Terreno (MDT) um modelo contnuo da superfcie terrestre, no nvel do solo, representado por uma malha digital de matriz cartogrfica encadeada, ou raster, onde cada clula da malha retm um valor de elevao (altitude) do terreno. Assim, a utilizao do MDT em estudos geoambientais se torna imprescindvel, uma vez que esse modelo tem a vantagem de fornecer uma viso tridimensional do terreno e suas inter-relaes com as formas de relevo e da drenagem e seus padres de forma direta. Isso permite a determinao do grau de dissecao do relevo, informando tambm o grau de declividade e altimetria, o que auxilia grandemente na anlise ambiental, como, por exemplo, na determinao de reas de proteo
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Smbolo R1a R1b1 R1b2 R1b3 R1c1 R1c2 R1d R1e R1f1 R1f2 R1g R2a1 R2a2 R2b1 R2b2 R2b3 R2c R3a1 R3a2 R3b R4a1 R4a2 R4a3 R4b R4c R4d R4e R4f
Tipo de Relevo Plancies Fluviais ou Fluviolacustres Terraos Fluviais Terraos Marinhos Terraos Lagunares Vertentes Recobertas por Depsitos de Encosta Leques Aluviais Plancies Fluviomarinhas Plancies Costeiras Campos de Dunas Campos de Loess Recifes Tabuleiros Tabuleiros Dissecados Baixos Plats Baixos Plats Dissecados Planaltos Chapadas e Plats Superfcies Aplainadas Conservadas Superfcies Aplainadas Degradadas Inselbergs Domnio de Colinas Amplas e Suaves Domnio de Colinas Dissecadas e Morros Baixos Domos em Estrutura Elevada Domnio de Morros e de Serras Baixas Domnio Montanhoso Escarpas Serranas Degraus Estruturais e Rebordos Erosivos Vales Encaixados
Amplitude Topogrfica (m) zero 2 a 20 2 a 20 2 a 20 Varivel 2 a 20 zero 2 a 20 2 a 40 2 a 20 zero 20 a 50 20 a 50 0 a 20 20 a 50 20 a 50 0 a 20 0 a 10 10 a 30 50 a 500 20 a 50 30 a 80 50 a 200 80 a 200 300 a 2000 300 a 2000 50 a 200 100 a 300
permanente, projetos de estradas e barragens, trabalhos de mapeamento de vegetao etc. A escolha do Shuttle Radar Topography Mission (SRTM) [misso espacial liderada pela NASA, em parceria com as agncias espaciais da Alemanha (DLR) e Itlia (ASI), realizada durante 11 dias do ms de fevereiro de 2000, visando gerao de um modelo digital de elevao quase global] foi devida ao fato de os MDTs disponibilizados por esse sensor j se encontrarem disponveis para toda a Amrica do Sul, com resoluo espacial de aproximadamente 90 x 90 m, apresentando alta acurcia e confiabilidade, alm da gratuidade (CCRS, 2004 citado por BARROS et al., 2004). Durante a realizao dos trabalhos de levantamento da geodiversidade do territrio brasileiro, apesar de todos os pontos positivos apresentados, os dados SRTM, em
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algumas regies, acusaram problemas, tais como: valores esprios (positivos e negativos) nas proximidades do mar e reas onde no so encontrados valores. Tais problemas so descritos em diversos trabalhos do SRTM (BARROS et al., 2004), sendo que essas reas recebem o valor -32768, indicando que no h dado disponvel. A literatura do tema apresenta diversas possibilidades de correo desses problemas, desde substituio de tais reas por dados oriundos de outros produtos o GTOPO30 aparece como proposta para substituio em diversos textos ao uso de programas que objetivam diminuir tais incorrees por meio de edio de dados (BARROS et al., 2004). Neste estudo, foi utilizado o software ENVI 4.1 para solucionar o citado problema.
ANLISE DA DRENAGEM
Segundo Guerra e Cunha (2001), o reconhecimento, a localizao e a quantificao das drenagens de uma determinada regio so de fundamental importncia ao entendimento dos processos geomorfolgicos que governam as transformaes do relevo sob as mais diversas condies climticas e geolgicas. Nesse sentido, a utilizao das informaes espaciais extradas do traado e da forma das drenagens indispensvel na anlise geolgico-ambiental, uma vez que so respostas/resultados das caractersticas ligadas a aspectos geolgicos, estruturais e a processos geomorfolgicos, os quais atuam como agentes modeladores da paisagem e das formas de relevo. Dessa forma, a integrao de atributos ligados s redes de drenagem como tipos de canais de escoamento, hierarquia da rede fluvial e configurao dos padres de drenagem a outros temas trouxe respostas a vrias questes relacionadas ao comportamento dos diferentes ambientes geolgicos e climticos locais, processos fluviais dominantes e disposio de camadas geolgicas, dentre outros.
- Hidrografia: drenagens bifilar e unifilar - Bacias Hidrogrficas: recorte das bacias e sub-bacias de drenagem - Altimetria: curvas de nvel espaadas de 100 m - Campos de leo: campos de leo e gs - Gasodutos e Oleodutos: arquivos de gasodutos, refinarias etc. - Pontos Geotursticos: stios geolgicos, paleontolgicos etc. - Quilombolas: reas de quilombolas - Recursos Minerais: dados de recursos minerais - Assentamento: arquivo das reas de assentamento agrcola - reas de Desertificao: arquivo das reas de desertificao - Paleontologia: dados de paleontologia - Poos: dados de poos cadastrados pelo Sistema de Informaes de guas Subterrneas (SIAGAS) criado pela CPRM/ SGB - ZEE (Zona Econmica Exclusiva da Plataforma Continental): recursos minerais e feies da ZEE - MDT_SRTM: arquivo Grid pelo recorte do estado - Declividade: arquivo Grid pelo recorte do estado - GeoCover: arquivo Grid pelo recorte do estado - Simbologias ESRI: fontes e arquivos *style (arquivo de cores e simbologias utilizadas pelo programa ArcGis) para implementao das simbologias para leiaute instrues de uso por meio do arquivo leia-me.doc, que se encontra dentro da pasta. As figuras 3.2 a 3.4 ilustram parte dos dados do kit digital para o Mapa Geodiversidade do Estado de Minas Gerais. Os procedimentos de tratamento digital e processamento das imagens geotiff e MrSid (SRTM e GeoCover, respectivamente), dos Grids (declividade e hipsomtrico), bem como dos recortes e reclass dos arquivos vetoriais (litologia, planimetria, curvas de nvel, recursos minerais etc.) contidos no kit digital foram realizados em ambiente SIG, utilizando os softwares ArcGis9 e ENVI 4.4.
Figura 3.2 - Exemplo de dados do Kit digital para o estado de Minas Gerais: unidades geolgico-ambientais versus reas de proteo ambiental. 43
Figura 3.3 - Exemplo de dados do kit digital para o estado de Minas Gerais: unidades geolgico-ambientais versus relevo sombreado (MDT_SRTM).
gico-ambientais, procedia-se ao preenchimento dos parmetros da geologia e, posteriormente, ao preenchimento dos campos com os atributos do relevo. As informaes do relevo serviram para melhor caracterizar a unidade geolgico-ambiental e tambm para subdividi-la. Porm, essa subdiviso, em sua maior parte, alcanou o nvel de polgonos individuais. Quando houve necessidade de subdiviso do polgono, ou seja, quando as variaes fisiogrficas eram muito contrastantes, evidenciando comportamentos hidrolgicos e erosivos muito distintos, esse procedimento foi realizado. Nessa etapa, considerou-se o relevo como um atributo para subdividir a unidade, propiciando novas dedues na anlise ambiental. Assim, a nova unidade geolgico-ambiental resultou da interao da unidade geolgico-ambiental definida na primeira etapa com o relevo. Finalizado o trabalho de implementao dos parmetros da geologia e do relevo pela equipe responsvel, o material foi enviado para a Coordenao de Geoprocessamento, que procedeu auditagem do arquivo digital da geodiversidade para retirada de polgonos esprios, superposio e vazios, gerados durante o processo de edio. Paralelamente, iniciou-se a carga dos dados na Base Geodiversidade APLICATIVO GEODIV (VISUAL BASIC), com posterior migrao dos dados para o GeoBank (CPRM/SGB).
Figura 3.4 - Exemplo de dados do kit digital para o estado de Minas Gerais: modelo digital de elevao (SRTM) versus drenagem bifilar.
- Criao de um aplicativo de entrada de dados local desenvolvido em Visual Basic 6.0 Aplicativo GEODIV. - Implementao do modelo de dados no GeoBank (Oracle) e migrao dos dados do Aplicativo GEODIV para a Base Geodiversidade. - Entrada de dados de acordo com a escala e fase (mapas estaduais). - Montagem de SIGs. - Disponibilizao dos mapas na Internet, por meio do mdulo Web Map do GeoBank (<http://geobank.sa.cprm.gov. br>), onde o usurio tem acesso a informaes relacionadas s unidades geolgico-ambientais (Base Geodiversidade) e suas respectivas unidades litolgicas (Base Litoestratigrafia). A necessidade de prover o SIG Geodiversidade com tabelas de atributos referentes s unidades geolgicoambientais, dotadas de informaes para o planejamento, implicou a modelagem de uma Base Geodiversidade, intrinsecamente relacionada Base Litoestratigrafia, uma vez que as unidades geolgico-ambientais so produto da reclassificao das unidades litoestratigrficas. Esse modelo de dados foi implantado em um aplicativo de entrada de dados local desenvolvido em Visual Basic 6.0, denominado GEODIV. O modelo do aplicativo apresenta seis telas de entrada de dados armazenados em trs tabelas de dados e 16 tabelas de bibliotecas. A primeira tela recupera, por escala e fase, todas as unidades geolgicoambientais cadastradas, filtrando, para cada uma delas, as letras-smbolos das unidades litoestratigrficas (Base Litoestratigrafia) (Figura 3.5). Posteriormente, de acordo com a escala adotada, o usurio cadastra todos os atributos da geologia de interesse para o planejamento (Figura 3.6). Na ltima tela, o usurio cadastra os compartimentos de relevo (Figura 3.7). Todos os dados foram preenchidos pela equipe da Coordenao de Geoprocessamento e inseridos no aplicativo que possibilita o armazenamento das informaes no GeoBank (Oracle), formando, assim, a Base Geodiversidade (Figura 3.8) O mdulo da Base Geodiversidade, suportado por bibliotecas, recupera, tambm por escala e por fase (quadrcula ao milionsimo, mapas estaduais), todas as informaes das unidades geolgico-ambientais, permitindo a organizao dos dados no GeoBank de forma a possibilitar a conexo dos dados vetoriais com os dados alfanumricos. Em uma primeira fase, com auxlio dos elementos-chave descritos nas tabelas, possvel vincular, facilmente, mapas digitais ao GeoBank, como na montagem de SIGs, em que as tabelas so produtos da consulta sistemtica ao banco de dados. Outra importante ferramenta de visualizao dos mapas geoambientais o mdulo Web Map do GeoBank, onde o usurio tem acesso a informaes relacionadas s unidades geolgico-ambientais (Base Geodiversidade) e suas respectivas unidades litolgicas (Base Litoestratigrafia), podendo recuperar as informaes dos atributos relacionados geologia e ao relevo diretamente no mapa (Figura 3.9).
Figura 3.5 - Tela de cadastro das unidades geolgico-ambientais para os mapas estaduais de geodiversidade (aplicativo GEODIV).
Figura 3.9 - Mdulo Web Map de visualizao dos arquivos vetoriais/base de dados (GeoBank).
com caractersticas semelhantes do ponto de vista da resposta ambiental a partir da subdiviso dos domnios geolgicoambientais e por critrios-chaves descritos anteriormente. DEF_TEC (DEFORMAO TECTNICA/DOBRAMENTOS) Relacionado rocha ou ao grupo de rochas que compe a unidade geolgico-ambiental. CIS_FRAT (TECTNICA FRATURAMENTO/CISALHAMENTO) Relacionado rocha ou ao grupo de rochas que compe a unidade geolgico-ambiental. ASPECTO (ASPECTOS TEXTURAIS E ESTRUTURAIS) Relacionado s rochas gneas e/ou metamrficas que compem a unidade geolgico-ambiental. INTEMP_F (RESISTNCIA AO INTEMPERISMO FSICO) Relacionado rocha ou ao grupo de rochas ss que compe a unidade geolgico-ambiental. INTEMP_Q (RESISTNCIA AO INTEMPERISMO QUMICO) Relacionado rocha ou ao grupo de rochas ss que compe a unidade geolgico-ambiental.
GR_COER (GRAU DE COERNCIA DA(S) ROCHA(S) FRESCA(S)) Relacionado rocha ou ao grupo de rochas que compe a unidade geolgico-ambiental. TEXTURA (TEXTURA DO MANTO DE ALTERAO) Relacionado ao padro textural de alterao da rocha ou ao grupo de rochas que compe a unidade geolgico-ambiental. PORO_PRI (POROSIDADE PRIMRIA) Relacionado porosidade primria da rocha ou do grupo de rochas que compe a unidade geolgico-ambiental. AQUFERO (TIPO DE AQUFERO) Relacionado ao tipo de aqufero que compe a unidade geolgico-ambiental. COD_REL (CDIGO DOS COMPARTIMENTOS DO RELEVO) Siglas para a diviso dos macrocompartimentos de relevo. RELEVO (MACROCOMPARTIMENTOS DO RELEVO) Descrio dos macrocompartimentos de relevo. GEO_REL (CDIGO DA UNIDADE GEOLGICO-AMBIENTAL + CDIGO DO RELEVO) Sigla da nova unidade geolgicoambiental, fruto da composio da unidade geolgica com o relevo. Na escala 1:1.000.000, o campo indexador, que liga a tabela aos polgonos do mapa e ao banco de dados ( formada pelo campo COD_UNIGEO + COD_REL). OBS (CAMPO DE OBSERVAES) Campo-texto onde so descritas todas as observaes consideradas relevantes na anlise da unidade geolgico-ambiental.
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GEODIVERSIDADE: ADEQUABILIDADES/ POTENCIALIDADES E LIMITAES FRENTE AO USO E OCUPAO
Marcely Ferreira Machado ([email protected]) Sandra Fernandes da Silva ([email protected]) CPRM Servio Geolgico do Brasil SUMRIO
Introduo ........................................................................................................... 51 Domnio dos sedimentos cenozoicos inconsolidados ou pouco consolidados depositados em meio aquoso .............................................................................. 51 Domnio dos sedimentos cenozoicos inconsolidados do tipo coluvio e tlus...... 53 Domnio dos sedimentos indiferenciados cenozoicos, relacionados ao retrabalhamento de outras rochas, geralmente associados a superfcies de aplainamento ....................................................................................................... 53 Domnio das coberturas cenozoicas detritolaterticas........................................... 54 Domnio dos sedimentos cenozoicos pouco a moderadamente consolidados associados a tabuleiros ........................................................................................ 56 Domnio dos sedimentos cenozoicos e mesozoicos pouco a moderadamente consolidados, associados a profundas e extensas bacias continentais.................. 57 Domnio das coberturas sedimentares e vulcanossedimentares mesozoicas e paleozoicas pouco a moderadamente consolidadas, associadas a grandes e profundas bacias sedimentares do tipo sinclise .................................................. 58 Domnio do vulcanismo fissural mesozoico do tipo plateau ................................. 60 Domnio dos complexos alcalinos intrusivos e extrusivos, diferenciados do tercirio, mesozoico e proterozoico ..................................................................... 62
Domnio das sequncias sedimentares e vulcanossedimentares do eopaleozoico, associadas a rifts, no ou pouco deformadas e metamorfizadas ...63 Domnio das coberturas sedimentares proterozoicas, no ou muito pouco dobradas e metamorfizadas .................................................................................64 Domnio das sequncias sedimentares proterozoicas dobradas, metamorfizadas de baixo a mdio grau ...............................................................67 Domnio das sequncias vulcanossedimentares proterozoicas dobradas, metamorfizadas de baixo a alto grau ...................................................................74 Domnio das sequncias vulcanossedimentares tipo greenstone belt, arqueano at o mesoproterozoico .......................................................................78 Domnio dos corpos mfico-ultramficos (sutes komatiiticas, sutes toleticas, complexos bandados) ..........................................................................................82 Domnio dos complexos granitoides no-deformados e complexos granitoides deformados ...................................................................84 Domnio dos complexos granitoides intensamente deformados: ortognaisses.....88 Domnio dos complexos granito-gnaisse migmattico e granulitos ......................91
INTRODUO
O presente captulo retrata a influncia das principais caractersticas geolgicas e de relevo nos domnios e respectivas unidades geolgico-ambientais identificados no estado de Minas Gerais. O estado foi compartimentado em 19 domnios geolgico-ambientais, que, por sua vez, foram subdivididos em 62 unidades geolgico-ambientais (Figura 4.1). Estas so identificadas, juntamente com o compartimento de relevo associado em cada domnio, em quadro individualizado, com a mesma numerao com que so distinguidas no Mapa Geodiversidade do Estado de Minas Gerais.
Figura 4.2 - rea de ocorrncia dos sedimentos cenozoicos inconsolidados ou pouco consolidados depositados em meio aquoso no estado de Minas Gerais. Quadro 4.1 - Unidades geolgico-ambientais e compartimentos de relevo pertencentes ao domnio dos sedimentos cenozoicos inconsolidados ou pouco consolidados depositados em meio aquoso. Unidade Geolgico-Ambiental (1) Ambiente de plancie aluvionar recente. Figura 4.1 - Mapa geodiversidade do estado de Minas Gerais. (2) Ambiente de terraos aluvionares.
Compartimento de Relevo Plancies fluviais ou fluviolacustres Plancies fluviais ou fluviolacustres Terraos fluviais
As caractersticas geolgico-ambientais abordadas referem-se s adequabilidades e limitaes de cada domnio frente ao uso e ocupao e aos potenciais minerais e tursticos. Em termos de uso e ocupao, so retratados os temas: execuo de obras de engenharia, agricultura, recursos hdricos superficiais e subterrneos e implantao de fontes poluidoras.
DOMNIO DOS SEDIMENTOS CENOZOICOS INCONSOLIDADOS OU POUCO CONSOLIDADOS DEPOSITADOS EM MEIO AQUOSO
Esses sedimentos tm ocorrncia bem distribuda no estado e compreendem terrenos geologicamente novos, em processo de construo (Figura 4.2). Correspondem a reas baixas, onde ocorrem processos agradacionais (deposio e acumulao de materiais), e sustentam relevos de plancies fluviais ou fluviolacustres e terraos fluviais (Quadro 4.1). As unidades geolgico-ambientais presentes nesse domnio so compostas por materiais inconsolidados a semiconsolidados, de espessura varivel, com granulometria crescente da base para o topo. So constitudas por cascalho, areia e argila, com ocorrncia localizada de matria orgnica.
- O relevo suave e estvel favorece o afloramento do lenol fretico e/ou sua ocorrncia a baixas profundidades, podendo gerar problemas para obras com escavaes subterrneas. Constituem reas sujeitas a rpido alagamento e empoamento, os quais podem apresentar longo tempo de durao (Figura 4.3). - A presena de turfa e/ou solos ricos em matria orgnica pode aumentar a acidez do terreno e provocar corroso em estruturas enterradas.
- Configuram aquferos superficiais de grande importncia regional, devido a facilidade de recarga, boa expresso areal, baixo custo de explotao e potencial para uso de abastecimento. - A presena de sedimentos ricos em matria orgnica pode alterar a colorao, o odor e o sabor da gua. - A configurao topogrfica confere a esse domnio condies de drenabilidade deficiente e baixo potencial de oxidao, o que condiciona alta vulnerabilidade contaminao dos mananciais hdricos superficiais e subterrneos. So terrenos cujas caractersticas favorecem a concentrao de poluentes terrestres e atmosfricos.
Figura 4.3 - rea de relevo suave com afloramento de lenol fretico e ocorrncia de empoamento de gua em superfcie (municpio de Jequitib).
Agricultura
- Nas reas alagadias, h favorabilidade ocorrncia de manchas de solo com boa fertilidade natural, alta porosidade e alta capacidade de reter e fixar nutrientes. Aspecto positivo para a prtica agrcola, porm, de expresso local. - A configurao geomorfolgica favorece a mecanizao agrcola, principalmente no perodo no-chuvoso. Por outro lado, contribui para a ocorrncia de empoamentos e de lenol fretico aflorante muito prximo superfcie (Figura 4.4) e de lenol fretico aflorante muito prximo superfcie, tornando os terrenos inadequados ao plantio de culturas perenes e de espcies de razes profundas. - Para corrigir a acidez dos solos, devido ao excesso de matria orgnica, necessria a aplicao de calcrio dolomtico de forma continuada. Entretanto, em regies em que no h disponibilidade desse material, esse aspecto pode onerar a prtica agrcola.
Figura 4.4 - Afloramento de lenol fretico em extensa rea junto plancie fluvial (municpio de Moema).
Potencial mineral
- As unidades constituintes desse domnio apresentam potencial mineral para lavra de areia, argila e cascalho para construo civil e uso industrial (Figura 4.5). - Apresentam potencial para ocorrncia de turfeiras, ouro, cassiterita, demais minerais pesados e algumas gemas (ametista, turmalina, gua-marinha, diamante e topzio).
Figura 4.5 - Extrao de areia para uso na construo civil (rio Santo Antnio, municpio de Belo Oriente).
constituintes e das declividades associadas a esses depsitos. A execuo de obras nesses terrenos requer ateno quanto conteno de movimentos de massa natural e processos erosivos.
Agricultura
- Os solos originados nesse domnio apresentam textura heterognea, com concentrao de pedregulhos e mataces, caracterstica no-favorvel prtica agrcola. - A variabilidade textural e mineralgica confere aos materiais desse domnio uma fertilidade natural diversificada, o que torna o desenvolvimento da prtica agrcola no-uniforme. - As formas de relevo associadas a esse domnio apresentam declividades inadequadas para mecanizao agrcola, dificultando o desenvolvimento da prtica.
Potencial mineral
Figura 4.6 - rea de ocorrncia dos sedimentos cenozoicos inconsolidados do tipo coluvio e tlus no estado de Minas Gerais. Quadro 4.2 - Unidade geolgico-ambiental e compartimento de relevo pertencentes ao domnio dos sedimentos cenozoicos inconsolidados do tipo coluvio e tlus. Unidade Geolgico-Ambiental (3) Coluvio e tlus. Compartimento de Relevo Terrenos planos elevados
- Apresentam bom potencial para explorao de cascalho, saibro e blocos de rocha para construo civil.
DOMNIO DOS SEDIMENTOS INDIFERENCIADOS CENOZOICOS, RELACIONADOS AO RETRABALHAMENTO DE OUTRAS ROCHAS, GERALMENTE ASSOCIADOS A SUPERFCIES DE APLAINAMENTO
Esse domnio constitudo por apenas uma unidade geolgico-ambiental, relacionada a sedimentos retrabalhados de outras rochas. Tais coberturas ocupam duas pequenas reas do territrio mineiro, localizadas nos extremo sul e leste do estado (Figura 4.7). A origem desse domnio ocorreu a partir da deposio de detritos em pequenas e grandes depresses formadas em decorrncia de movimentos tectnicos. Os rios e enxurradas foram os responsveis pelo transporte desses sedimentos. As superfcies de aplainamento, s quais esse domnio est em sua maior parte associado, foram desenvolvidas por completo processo erosivo que vigorou durante longo perodo de estabilidade isosttica (equilbrio do movimento vertical da litosfera) e eusttica (estabilidade da variao do nvel do mar). As superfcies de aplainamento assim formadas desenvolvem-se, muitas vezes, em mais de um ciclo, o que confere unidade geolgico-ambiental desse
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domnio uma variao litolgica composta por cascalho, areia, argila, pelito e laterita que originam coberturas detrticas indiferenciadas, as quais sustentam duas formas de relevo (Quadro 4.3).
Agricultura
Como particularidade para o uso agrcola, salienta-se que: - O empilhamento irregular de camadas constitudas por cascalho, areia, argila, pelito e laterita pode interferir na qualidade do solo, funo da predominncia do sedimento que ocupar a poro superior do pacote sedimentar. Logo, poder haver regies onde predominam solos arenosos ou laterticos que so de fertilidade natural muito baixa.
Potencial mineral
- Trata-se de uma ambincia geolgica favorvel explotao de areia, argila e cascalho para utilizao na construo civil.
Figura 4.8 - rea de ocorrncia das coberturas cenozoicas detritolaterticas no estado de Minas Gerais.
Quadro 4.4 - Unidade geolgico-ambiental e compartimentos de relevo pertencentes ao domnio das coberturas cenozoicas detritolaterticas. Unidade Geolgico-Ambiental
- As altas concentraes de ferro e alumnio conferem caractersticas cidas a esses materiais, o que pode acarretar corroso em estruturas enterradas.
Compartimento de Relevo Vertentes recobertas por depsitos de encostas Tabuleiros Terrenos planos elevados Superfcies aplainadas Colinoso Terrenos acidentados
Agricultura
- So constitudos por materiais altamente lixiviados, ricos em alumnio e, por vezes, com concentrao de pedregulhos (Figura 4.10). Originam solos com fertilidade natural baixa, cidos e de difcil correo, aspectos negativos ao desenvolvimento de prticas agrcolas.
Figura 4.10 - Concentrao de pedregulhos em depsitos laterticos a linha divisria destaca a regio inferior do perfil com pedregulhos (municpio de Martinho Campos).
- Predominam formas de relevos que favorecem a mecanizao agrcola tabuleiros, terrenos planos elevados e superfcies aplainadas; porm, a ocorrncia de elevada concentrao de pedregulhos e lateritas dificulta a utilizao de maquinrio. - O eucalipto a principal espcie cultivada nas reas de depsitos detritolaterticos (Figura 4.11), que se destina, principalmente, ao suprimento de matria-prima para as indstrias de papel e celulose, siderurgia a carvo vegetal, lenha, serrados, compensados e lminas e painis reconstitudos (aglomerados, chapas de fibras e MDF).
Figura 4.9 - Estrada aberta sobre depsitos detritolaterticos (municpio de Martinho Campos).
Figura 4.12 - rea de ocorrncia dos sedimentos cenozoicos pouco a moderadamente consolidados associados a tabuleiros no estado de Minas Gerais. Quadro 4.5 - Unidade geolgico-ambiental e compartimento de relevo pertencentes ao domnio dos sedimentos cenozoicos pouco a moderadamente consolidados associados a tabuleiros. Unidade Geolgico-Ambiental (6) Alternncia irregular entre camadas de sedimentos de composio diversa (arenito, siltito, argilito e cascalho). Compartimento de Relevo
Potencial mineral
- So reas potencialmente favorveis existncia de mineralizaes secundrias de ouro, bauxita, caulim, mangans e nquel. - Apresentam potencial para explotao de diferentes materiais areias, cascalhos, argilas com diversas aplicaes na construo civil, como pedra de cantaria, revestimento e brita.
Tabuleiros
- Possui baixa resistncia ao corte. Pode ser escavado com facilidade por ferramentas e maquinrios, o que reduz os custos em obras de engenharia.
Agricultura
- O predomnio de solo arenoso confere a esse domnio baixa fertilidade natural, tornando-o inadequado ao plantio de culturas de ciclo curto, pois estas exigem, em mais quantidade, os nutrientes do solo. - A grande extenso contnua em relevos suavizados e de fcil manejo favorece a agricultura mecanizada para culturas de ciclo longo (Figura 4.13).
Figura 4.13 - Cultura de eucalipto em relevo do tipo tabuleiros (grupo Barreiras, municpio de Nanuque).
Potencial mineral
- Ambiente geolgico favorvel prospeco de areia, argila, cascalho e silte de vrias coloraes.
Figura 4.14 - rea de ocorrncia dos sedimentos cenozoicos e mesozoicos pouco a moderadamente consolidados, associados a profundas e extensas bacias continentais no estado de Minas Gerais. Quadro 4.6 - Unidade geolgico-ambiental e compartimentos de relevo pertencentes ao domnio dos sedimentos cenozoicos e mesozoicos pouco a moderadamente consolidados, associados a profundas e extensas bacias continentais. Unidade Geolgico-Ambiental (7) Predomnio de sedimentos arenosos de deposio continental, lacustre, fluvial ou elica arenitos. Compartimento de Relevo Tabuleiros Terrenos planos elevados Superfcies aplainadas Colinoso Terrenos acidentados
DOMNIO DOS SEDIMENTOS CENOZOICOS E MESOZOICOS POUCO A MODERADAMENTE CONSOLIDADOS, ASSOCIADOS A PROFUNDAS E EXTENSAS BACIAS CONTINENTAIS
Domnio constitudo por conglomerados, arenitos conglomerticos, arenitos e pelitos, de ocorrncia restrita ao extremo noroeste do estado (Figura 4.14). Tais materiais exibem empilhamento irregular de camadas. Esse domnio, que sustenta relevos diversificados (Quadro 4.6), foi formado a partir de detritos depositados em grandes depresses originadas por diferentes processos tectnicos.
o potencial para ocorrncia de processos erosivos e de movimentos naturais de massa baixo. J em reas de relevo acidentado, elevado.
Agricultura
- O predomnio de sedimentos quartzosos origina solos com fertilidade natural baixa, cidos e permeveis. A alta permeabilidade lhes confere baixa capacidade para armazenar gua, reter nutrientes e assimilar matria orgnica, assim como dificulta o desenvolvimento de prticas agrcolas de ciclo curto. - As reas de relevos suaves (tabuleiros, terrenos planos elevados e colinosos) so favorveis utilizao de maquinrio motorizado, o que se constitui em um aspecto positivo para atividade de manejo.
composto por seis unidades geolgico-ambientais, constitudas predominantemente por rochas sedimentares e vulcnicas: arenitos, conglomerados, siltitos, diamictitos, folhelhos, rocha sedimentar vulcanoclstica, tufo lapiltico e calcrios. Tais litologias sustentam diferentes relevos (Quadro 4.7).
Figura 4.16 - rea de ocorrncia das coberturas sedimentares e vulcanossedimentares mesozoicas e paleozoicas pouco a moderadamente consolidadas, associadas a grandes e profundas bacias sedimentares do tipo sinclise no estado de Minas Gerais.
Figura 4.15 - Talude de corte em manto de alterao arenoso. (a) vista geral do afloramento; (b) detalhe de feio erosiva gerada por processo de ravinamento (municpio de Bonito de Minas).
Potencial mineral
- Os materiais constituintes do domnio exibem elevado potencial para prospeco de areia e argila vermelha.
Quadro 4.7 - Unidades geolgico-ambientais e compartimentos de relevo pertencentes ao domnio das coberturas sedimentares e vulcanossedimentares mesozoicas e paleozoicas pouco a moderadamente consolidadas, associadas a grandes e profundas bacias sedimentares do tipo sinclise. Unidade Geolgico-Ambiental (8) Predomnio de sedimentos arenosos malselecionados. (9) Predomnio de espessos pacotes de arenitos de deposio elica. (10) Predomnio de espessos pacotes de arenitos de deposio mista (elica e fluvial).
Compartimento de Relevo Terrenos planos elevados Colinoso Colinoso Terrenos acidentados Tabuleiros Terrenos planos elevados Colinoso Terrenos acidentados Tabuleiros Terrenos planos acidentados Superfcie aplainada Colinoso Terrenos acidentados Terrenos planos elevados Superfcie aplainada Terrenos acidentados
Potencial turstico
- A configurao morfolitoestrutural desse domnio favorvel ocorrncia de lugares de grande beleza cnica, esculpidos por processos erosivos. Merecem destaque parques estaduais e federais, como: Grande Serto Veredas, Veredas do Peruau, Veredas do Acari e Pandeiros.
DOMNIO DAS COBERTURAS SEDIMENTARES E VULCANOSSEDIMENTARES MESOZOICAS E PALEOZOICAS POUCO A MODERADAMENTE CONSOLIDADAS, ASSOCIADAS A GRANDES E PROFUNDAS BACIAS SEDIMENTARES DO TIPO SINCLISE
Esse domnio ocorre em extensa rea na poro oeste, correspondente ao Tringulo Mineiro, e na poro noroeste do estado (Figura 4.16).
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De maneira geral, os solos argilosos tm maior capacidade de reteno de gua e nutrientes que os arenosos. Partculas de argila so caracterizadas por tamanhos extremamente pequenos, por grande rea externa por unidade de peso e pela presena de cargas em sua superfcie, por isso atraem ons (nutrientes) e gua. Como a gua essencial ao dos processos qumicos e biolgicos do solo, evidente que o contedo de umidade retido pelo material de solo argiloso de grande influncia no desenvolvimento das plantas. - Onde o relevo se apresenta de forma mais suave, h favorabilidade para a agricultura mecanizada (Figura 4.18).
Agricultura
- Os solos argilosos se apresentam em diferentes graus de dureza quando secos e plsticos; quando molhados, mostram-se pegajosos, como tambm retm mais umidade que os arenosos. Por sua vez, os solos arenosos, alm de geralmente no apresentar caractersticas de dureza, plasticidade e pegajosidade, secam mais rapidamente que os argilosos.
Potencial mineral
- Potencial para utilizao do arenito como pedra de revestimento, desde que essa rocha se encontre silicificada. - Ocorrncia de minerais de argila e calcrio, que podem ser utilizados para fins industriais e artesanais. Veja-se, por exemplo, a extrao desses minerais no municpio de Uberaba.
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Potencial turstico
- Encontra-se nesse domnio o Stio Paleontolgico de Peirpolis (Figura 4.19), o qual est inserido na unidade geolgico-ambiental 8, constituda pelos arenitos da Formao Uberaba. So encontrados diversos tipos de fsseis, destacando-se os de dinossauros. O stio considerado um dos maiores e mais importantes do Brasil e est localizado no distrito de Peirpolis, municpio de Uberaba. - Outro geosstio situado nesse domnio o Stio Geomorfolgico Pico do Itacolomy do Buritizeiro (Figura 4.20), localizado no municpio de Buritizeiro, que forma um belssimo monumento natural esculpido em arenito do Grupo Areado.
a
Figura 4.20 - Stio Geomorfolgico Pico do Itacolomy do Buritizeiro: morro-testemunho esculpido em arenitos do grupo Areado.
Figura 4.19 - (a) Um dos locais de escavaes do Stio Paleontolgico de Peirpolis; (b) detalhe do stio, mostrando o arenito malselecionado, onde so encontrados diversos tipos de fsseis. 60
Figura 4.21 - rea de ocorrncia do vulcanismo fissural mesozoico do tipo plateau no estado de Minas Gerais.
Quadro 4.8 - Unidade geolgico-ambiental e compartimentos de relevo pertencentes ao domnio do vulcanismo fissural mesozoico do tipo plateau. Unidade Geolgico-Ambiental
- O processo de alterao nas litologias desse domnio heterogneo, o que acarreta a existncia de blocos e/ou mataces em meio ao solo. Isso dificulta a execuo de obras subterrneas e pode gerar instabilizao de edificaes (Figura 4.23) - Os solos originados nesse domnio tm boa capacidade de compactao, baixa erodibilidade e boa estabilidade. Quando expostos em taludes de corte, apresentam baixa suscetibilidade ocorrncia de processos erosivos e movimentos de massa (Figura 4.24). - O manto de alterao gerado pelas litologias desse domnio apresenta potencial para usos como material de emprstimo.
Agricultura
- Os solos originados so argilossiltosos, porosos, permeveis e com baixa erodibilidade natural. Apresentam elevada capacidade para reter/fixar nutrientes e incorporar matria orgnica. So naturalmente ricos em nutrientes (Ca, Mg e Fe). Constituem os solos tipo Terra-Roxa, excelentes para o desenvolvimento de prticas agrcolas. No estado, destacase o cultivo de caf nos locais de ocorrncia desses solos (Figura 4.25). - Em reas de relevo plano e suave (terrenos planos elevados, superfcies aplainadas e terrenos colinosos), os solos so favorveis ao uso de mecanizao agrcola. - Quando o processo de pedognese avanado, so originados solos com alta concentrao de ferro e alumnio; em consequncia, solos cidos e corrosivos. - Esses solos, se mecanizados continuamente com equipamentos pesados ou pisoteados por gado, compactam-se, impermeabilizam-se e se tornam suscetveis eroso laminar.
Figura 4.22 - Taludes de corte com exposio de litotipo muito fraturado, com elevado potencial de queda de blocos, detalhe de talude em macio pouco alterado (municpio de Prata).
A B
Figura 4.23 - Presena de bloco de rocha pouco alterada em meio ao solo (municpio de So Sebastio do Paraso).
Figura 4.24 - Material de boa estabilidade, com baixo potencial ocorrncia de movimentos de massa e processos erosivos. (A) solo; (B) rocha muito alterada/saprlito (municpio de So Sebastio do Paraso). a
Figura 4.25 - rea de ocorrncia do solo originado da unidade geolgico-ambiental 14. (a) rea com plantio de caf; (b) detalhe do solo tipo terra-roxa (municpio de So Sebastio do Paraso). 62
Agricultura
- De modo geral, os solos originados das litologias desse domnio so ricos em nutrientes e apresentam boa fertilidade natural, capacidade de reter e fixar nutrientes e boa assimilao de matria orgnica. So porosos, com boa capacidade hdrica e permeabilidade varivel, entre baixa (solos pouco evoludos) e moderada (solos bem evoludos). - Os solos das unidades geolgico-ambientais 16 e 17 so ricos em magnsio. - Solos ricos em alumnio podem acarretar problemas por acidez.
- Os aquferos associados a esse domnio so fissurais. Apresentam potencial de explotao irregular, condicionado por caractersticas estruturais e climticas, aspectos que variam de local para local.
Potencial mineral
- As litologias constituintes do domnio apresentam potencial para uso como rocha ornamental, brita e pedra de cantaria; alm de ambincia geolgica favorvel ocorrncia de cobre, apatita, magnetita, bauxita, urnio, terras-raras, nquel, cromo, caulim, nibio, titnio e rochas fosfticas. - A unidade geolgico-ambiental 15 exibe potencial mineral para explorao de urnio, trio, terras-raras e alumnio.
Terrenos acidentados
Potencial turstico
Terrenos amplos elevados Colinoso Terrenos acidentados
- Os solos argilosos desse domnio apresentam, quando evoludos, permeabilidade moderada, erodibilidade baixa e boa estabilidade em taludes de corte, o que se constitui em aspecto positivo para execuo de obras. - Solos evoludos apresentam potencial para uso como material de emprstimo. - De forma geral, as litologias desse domnio originam solos com alta capacidade de compactao. Quando submetidos a cargas elevadas, sofrem impermeabilizao, o que acarreta acelerao do processo de eroso laminar. - Argilominerais expansivos, comuns em solos da unidade geolgico-ambiental 15, condicionam a ocorrncia do fenmeno de empastilhamento e geram instabilidade em talude de corte se submetidos alternncia dos estados midos e secos.
- A unidade geolgico-ambiental 15 apresenta potencial turstico focado nas qualidades medicinais das guas subterrneas, a exemplo de Poos de Caldas. A regio caracterizada por ocorrncia de chamin vulcnica preservada, configurando um local de grande beleza cnica, alm das caractersticas medicinais das guas.
DOMNIO DAS SEQUNCIAS SEDIMENTARES E VULCANOSSEDIMENTARES DO EOPALEOZOICO, ASSOCIADAS A RIFTS, NO OU POUCO DEFORMADAS E METAMORFIZADAS
Esse domnio, pouco representativo, ocupa uma rea de apenas 7 km2 na poro sul do estado (Figura 4.27). representado por uma nica unidade geolgico-ambiental, composta por metarenito, metarenito arcoseano, metarenito feldsptico, metassiltito e metaconglomerado polimtico. Sustenta um relevo do tipo terrenos acidentados (Quadro 4.10).
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tonizadas, favorveis existncia de importantes armadilhas hidrogeolgicas. - Possibilidade de ocorrncia de aquferos confinados e semiconfinados, dos tipos poroso e fraturado. - A vulnerabilidade contaminao das guas subterrneas pode variar bastante, de local para local, de baixa a alta, dependendo da permeabilidade e porosidade das litologias, que so bastante irregulares. - Em locais onde a rocha aflora, h possibilidade de contaminao do aqufero por meio de fraturas que conduzem os poluentes, rapidamente, ao lenol fretico. - Em alguns locais, a permeabilidade e a porosidade dos sedimentos arenosos podem estar prejudicadas pela silicificao ou diagnese acentuada.
Potencial mineral
Figura 4.27 - rea de ocorrncia das sequncias sedimentares e vulcanossedimentares do Eopaleozoico, associadas a rifts, no ou pouco deformadas e metamorfizadas no estado de Minas Gerais.
Quadro 4.10 - Unidade geolgico-ambiental e compartimento de relevo pertencente ao domnio das sequncias sedimentares e vulcanossedimentares do Eopaleozoico, associadas a rifts, no ou pouco deformadas e metamorfizadas. Unidade Geolgico-Ambiental (18) Predomnio de rochas sedimentares.
Agricultura
- Essa unidade se encontra em relevo acidentado (montanhoso), o qual, associado a litologias que se alteram para solos bem diferenciados, dificulta o manejo de prticas agrcolas.
Quadro 4.11 - Unidades geolgico-ambientais e compartimentos de relevos pertencentes ao domnio das coberturas sedimentares proterozoicas, no ou muito pouco dobradas e metamorfizadas. Unidade Geolgico-Ambiental (19) Predomnio de sedimentos arenosos e conglomerticos, com intercalaes subordinadas de sedimentos sltico-argilosos. (20) Predomnio de sedimentos sltico-argilosos, com intercalaes subordinadas de arenitos e grauvacas.
Compartimento de Relevo Tabuleiros Terrenos amplos elevados Superfcies aplainadas Terrenos acidentados Tabuleiros Terrenos planos elevados Superfcies aplainadas Relevo residual Colinoso Terrenos acidentados Tabuleiros
baixa resistncia ao cisalhamento, ou seja, se forem submetidas a esforo, quebram-se; quando tais camadas so expostas em talude de corte, tornam-se vulnerveis percolao de fluido e ao desprendimento de blocos. - Ocorrncia de sedimentos sltico-argilosos em finas camadas, geralmente portadores de argilominerais expansivos. Estes fendilham-se, soltam placas e se desestabilizam com facilidade em talude de corte (Figura 4.30). Os solos residuais e com pedognese pouco avanada sofrem o fenmeno do empastilhamento, ou seja, desagregam-se em pequenas pastilhas, tornando-se bastante erosivos e colapsveis se submetidos alternncia de estados seco e mido.
Terrenos planos elevados Superfcies aplainadas Colinoso Terrenos acidentados Tabuleiros Superfcies aplainadas Relevo residual Colinoso Terrenos acidentados a Figura 4.29 - Relevo colinoso, uma das formas de relevo que ocorre com frequncia na rea de definio (municpio de Jaboticatubas).
Figura 4.30 - (a) eroso em sulco em argilito verde, induzida pela exposio em talude de corte de solos contendo argilominerais expansivos; (b) detalhe do afloramento mostrando o empastilhamento que se forma com a desagregao da rocha (municpio de Crrego Danta). 65
Agricultura
- Pacotes de litologias variadas, as quais se alteram de forma diferenciada, podendo dar origem a solos agrcolas tanto muito bons como muito ruins. - Em locais com relevos mais acentuados, alm de maior dificuldade para o uso de maquinrios agrcolas, a qualidade dos solos muito varivel. - Nas unidades geolgico-ambientais 20, 21 e 22, predominam rochas que se alteram para solos argilossiltosos pouco permeveis e bastante porosos. Estes apresentam boa capacidade para reter nutrientes e manter o solo mido por longo tempo, o que favorece a agricultura. - As rochas calcrias geram solos de boa fertilidade natural (alcalinos de baixa acidez), sendo indicados para o cultivo de plantas. - Na unidade geolgico-ambiental 19, predominam sedimentos que do origem a solos arenosos, de baixa fertilidade natural, muito permeveis, logo, no conseguem reter a gua por longo tempo, tornando-se inadequados para a agricultura, principalmente no que diz respeito ao cultivo de plantas de ciclo curto. - As unidades geolgico-ambientais 21 e 22 so formadas por litologias que originam solos argilosos de baixa permeabilidade, que sofrem alta eroso hdrica laminar se forem continuamente mecanizados por maquinrios pesados e/ou pisoteados por gado.
sumos para a agricultura); argila, amplamente utilizada em diversos segmentos industriais; calcrio e ardsia, utilizados na construo civil; dolomitos, que funcionam como corretivo de solos. - Potencial para ocorrncia de conglomerados diamantferos, areia e saibro.
Potencial turstico
- As rochas calcrias originam um relevo crstico, caracterizado pela dissoluo qumica (corroso) das rochas, que leva formao de cavernas, grutas (Figura 4.31), paredes rochosos expostos e lapis. Muitas dessas formas so encontradas nas regies de Sete Lagoas e Lagoa Santa, formando belas paisagens. - A serra de Santa Helena, constituda por colinas suaves, cncavas e convexas (Figura 4.32), um local de grande beleza cnica.
a
Potencial mineral
- Depsitos e ocorrncias de pedra preciosa (diamante); fsforo, bastante utilizado como nutriente para o solo (in66
Figura 4.31 - Atrativos geotursticos em regies com ocorrncia de rochas calcrias. (a) Gruta Rei do Mato (Sete Lagoas); (b) Gruta da Lapinha (Lagoa Santa). Fonte: <http://ultimaparada.wordpress.com/2009/05/24/fosseisvoltam-para-lagoa-santa-apos-200-anos/>.
Quadro 4.12 - Unidades geolgico-ambientais e compartimentos de relevos pertencentes ao domnio das sequncias sedimentares proterozoicas dobradas, metamorfizadas de baixo a mdio grau. Unidade Geolgico-Ambiental
Figura 4.32 - Serra de Santa Helena, local de grande beleza paisagstica, esculpida sobre siltitos (municpio de Luz).
(24) Predomnio de metarenitos e quartzitos, com intercalaes irregulares de metassedimentos sltico-argilosos e formaes ferrferas ou manganesferas. (25) Intercalaes irregulares de metassedimentos arenosos e sltico-argilosos.
Terrenos planos elevados Terrenos acidentados Terrenos planos elevados Superfcies aplainadas Colinoso Terrenos acidentados Terrenos planos elevados Superfcies aplainadas Colinoso Terrenos acidentados Plancies fluviais e fluviolacustres Vertentes recobertas por depsitos de encostas Terrenos planos elevados Colinoso Terrenos acidentados Terraos fluviais Tabuleiros
DOMNIO DAS SEQUNCIAS SEDIMENTARES PROTEROZOICAS DOBRADAS, METAMORFIZADAS DE BAIXO A MDIO GRAU
Esse domnio tem origem associada sedimentao em grandes bacias ocenicas, as quais, posteriormente, sofreram processo de tectonismo distensivo e compressivo, responsveis por sua exposio em superfcie. As unidades geolgico-ambientais que compem esse domnio apresentam ampla distribuio no estado (Figura 4.33) e so constitudas por diferentes litotipos: quartzitos, filitos, pelitos, metadiamictitos, tufos, formaes ferrferas, metaconglomerados, metavulcnicas flsicas, varvitos, tilitos, calcrios, margas, calcarenitos, calcissiltitos, dolomitos e turmalinitos. Os litotipos citados sustentam diferentes tipos de relevo (Quadro 4.12).
Terrenos planos elevados Superfcies aplainadas Relevo residual Colinoso Terrenos acidentados Planaltos e baixos plats Chapadas e plats Superfcies aplainadas Relevo residual Colinoso Terrenos acidentados
Destacam-se como particularidades geotcnicas importantes: - Em funo da diversidade litolgica que constitui esse
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domnio e da complexidade deformacional associada, as unidades geolgico-ambientais apresentam grande variao lateral e vertical de suas caractersticas geotcnicas (Figura 4.34). Tais irregularidades so traduzidas em termos de caractersticas granulomtricas, mineralgicas, hidrulicas e geomecnicas, tanto do substrato como dos solos. - De modo geral, as unidades desse domnio ocorrem com elevado grau de fraturamento e outras descontinuidades geomecnicas, o que facilita a percolao de fluidos e ocorrncia de instabilizaes em taludes de corte (Figura 4.35). Isso requer maior nvel de ateno no que se refere a medidas de conteno quanto a deslizamentos, desplacamentos e quedas de blocos durante a execuo de obras. - As unidades geolgico-ambientais 23 e 24 apresentam elevada capacidade de compactao e suporte a obras, alm de elevada resistncia ao corte e penetrao por sondagem.
No so facilmente removveis por maquinrio, podendo requerer o uso de explosivo para desmonte do macio. - O manto de alterao derivado dessas rochas (unidades geolgico-ambientais 23 e 24) predominantemente arenoso e apresenta potencial para utilizao como material de emprstimo saibro e areia. Esses solos esto mais sujeitos ao fenmeno de liquefao, assim como apresentam alto potencial de ocorrncia de processos erosivos quando expostos ao da gua superficial (Figura 4.36). - Manto de alterao argilossiltoso de pedognese avanada, gerado de litologias arenosas e sltico-argilosas intercaladas com rochas qumicas (unidades geolgico-ambientais 26, 27, 28 e 29), apresenta baixa erodibilidade natural, boa capacidade de compactao e boa estabilidade em taludes de corte (Figura 4.37), o que caracteriza um aspecto positivo para execuo de obras.
Figura 4.34 - Taludes de corte com exposio de litotipos com diferentes caractersticas geomecnicas. (a) talude em quartzito com diferente constituio mineralgica e textural (municpio de Rio Pardo de Minas); (b) talude com exposio de dois litotipos diferentes quartzito ferruginoso e xisto hemattico (municpio de Berilo).
Figura 4.35 - (a) detalhe de descontinuidades geomecnicas (acamamentos e planos de fratura) com presena de umidade (municpio de Carrancas); (b) talude de corte com elevado grau de fraturamento e alto potencial para queda de blocos (municpio de Cambuquira) 68
Figura 4.36 - Exemplo de talude de corte em manto de alterao derivado da unidade geolgico-ambiental 23, com elevada suscetibilidade eroso sulcos e ravinas. Muro de conteno erguido como tentativa de conter o avano do processo erosivo (municpio de Belo Oriente).
- Manto de alterao muito evoludo, originado de unidades calcrias (unidade geolgico-ambiental 28), exibe bom potencial para uso como agregado e material de emprstimo. Por outro lado, mantos de alterao pouco evoludos so suscetveis ocorrncia de movimentos de massa e processos erosivos (Figura 4.38). - Unidades geolgico-ambientais, com predomnio de litologias finamente laminadas (25, 26, 27 e 29), apresentam alta fissibilidade, alto potencial de movimentos naturais de massa e elevado potencial de desestabilizao em taludes de corte e naturais, tanto de rocha s como alterada (Figura 4.39). Podem gerar problemas quando o ngulo de mergulho da face do talude paralelo ao ngulo de mergulho da foliao, acamamento ou xistosidade. Nesse caso, o potencial para movimentos de massa e queda de blocos mais acentuado (Figura 4.40). - Litologias com predomnio de calcrio (unidade geolgicoambiental 28) esto sujeitas ocorrncia de colapsos.
Figura 4.37 - Talude de corte em solo com boa estabilidade e baixo potencial erosivo (municpio de Crrego Fundo).
Figura 4.38 - Processo erosivo em manto de alterao pouco evoludo; voorocas desenvolvidas em encosta natural (municpio de So Roque de Minas). b
Figura 4.39 - Exemplos de movimento de massa em litologias finamente laminadas. (a) desplacamento de material medianamente alterado, com formao de cunhas paralelas ao mergulho de face do talude (municpio de Sacramento); (b) movimento de massa por rastejo (municpio de Belo Oriente). 69
Figura 4.40 - Exemplos de movimento de massa e queda de blocos em litologias com mergulho da xistosidade concordante ao mergulho da face do talude. (a) escorregamento planar em talude de corte de material levemente alterado (municpio de Guarda-Mor); (b) queda de blocos em talude de metapelitos (municpio de Lagamar).
Agricultura
Como particularidades importantes para o desenvolvimento de prticas agrcolas, destacam-se: - Solos sltico-argilosos, gerados de litologias arenosas e sltico-argilosas intercaladas com rochas qumicas (unidades geolgico-ambientais 26, 27, 28 e 29), so porosos e apresentam boa resposta ao processo de adubao. Retm e mantm nutrientes e matria orgnica, o que caracteriza um aspecto positivo ao desenvolvimento de prticas agrcolas (Figura 4.41). Por outro lado, quando continuamente mecanizados por maquinrio pesado, compactam-se excessivamente, o que acarreta impermeabilizao e aumento do processo de eroso hdrica. Em reas que apresentam excesso de alumnio, os solos tornam-se cidos. - Unidades geolgico-ambientais com predomnio de metarenitos e quartzitos (23 e 24, respectivamente) apresentam baixa fertilidade natural, pouca capacidade hdrica, baixa capacidade de reter e fixar nutrientes. So de difcil correo e quase no assimilam matria orgnica. Quando origina-
dos de unidades ferromanganesianas, podem apresentar problemas de acidez. - Litologias caracterizadas por intercalaes irregulares de sedimentos arenosos e sltico-argilosos (unidade geolgicoambiental 25) apresentam caractersticas variveis quanto ao potencial de desenvolvimento agrcola. Estas so determinadas em funo da maior ou menor proporo dos sedimentos que as compem.
Figura 4.41 - rea de cultivo de leguminosas (feijo) em solo originado da unidade geolgico-ambiental 28 (municpio de Bambu). 70
Potencial mineral
- As unidades desse domnio apresentam potencial favorvel ocorrncia de mineralizaes de chumbo, prata, cobre, ferro, mangans, ouro, fosfato, barita e fluorita, ardsias, quartzitos, turfas, rochas calcrias e diamantes. - Nos municpios de Galileia, Divino das Laranjeiras, So Geraldo do Baixio e Conselheiro Pena (unidade geolgico-ambiental 27), ocorrem muitos garimpos de pedras preciosas turmalina e berilo (Figura 4.42).
a
Figura 4.42 - Gemas extradas da unidade geolgico-ambiental 27, no municpio de Galileia. (a) detalhe de ocorrncia de turmalinas e (b) de berilo.
Potencial turstico
- Diversos geosstios, que caracterizam pontos de beleza cnica e de importante registro histrico, esto contidos nesse domnio, como: Pico do Itamb e Conglomerado Sopa-Brumadinho (unidade geolgico-ambiental 24) (Figura 4.43); Cachoeira Casca dAnta, Canyon do Talhado (Figura 4.44),
Figura 4.43 - (a) vista parcial do pico do Itamb (municpio de Santo Antnio do Itamb); (b) e (c) detalhes de afloramento tpico do conglomerado Sopa-Brumadinho (municpio de Diamantina). 71
Morro da Pedra Rica e grutas da Serra da Ibitipoca (unidade geolgico-ambiental 26); Estromatlitos Conophyton de Cabeludo, grutas do Vale do Peruau (Figura 4.45) e cavernas do Carste de Lagoa Santa (unidade geolgico-ambiental 28); Estromatlitos Colunares do Crrego do Carrapato (unidade geolgico-ambiental 29). - reas de relevos montanhosos, como nas regies de Diamantina e Gro Mogol (serra do Espinhao), Tiradentes (serra de So Jos) e de So Roque de Minas (serra da Canastra), caracterizam paisagens de grande beleza cnica que atuam como atrativos para o desenvolvimento turstico (Figura 4.46).
a
- Nas reas em que o tectonismo atuou de forma mais pronunciada sobre as irregularidades verticais e laterais de litologias, ocorrem belssimas cachoeiras e corredeiras, como na regio de Carrancas, Diamantina, Morro do Pilar, So Roque de Minas. Tais estruturas favorecem o desenvolvimento do turismo de aventura e o ecoturismo (Figura 4.47). - As unidades geolgico-ambientais 23 e 27 apresentam potencial turstico nas regies de Diamantina e Araua, devido ocorrncia de diamantes e outras gemas. Esto inseridas no contexto do roteiro turstico mineral do estado.
b
Figura 4.44 - (a) vista da cachoeira Casca dAnta (municpio de So Roque de Minas); (b) vista parcial do Canyon do Talhado (municpio de Serranpolis de Minas). a b
Figura 4.45 - (a) afloramento de Estromatlitos Conophyton de Cabeludo (municpio de Vazante); (b) vista da parte interna da gruta do Janelo Parque Nacional Cavernas do Peruau (municpio de Januria). 72
Figura 4.46 - Exemplos de paisagens de grande beleza cnica. (a), (b) vista parcial da serra da Canastra; (c) vista parcial da serra do Espinhao ao fundo (localidade de Vau, municpio de Gro Mogol); (d) relevo de morros (municpio de Lagamar).
Figura 4.47 - Cachoeiras presentes no municpio de Carrancas. (a) unidade geolgico-ambiental 23; (b) unidade geolgico-ambiental 25. 73
DOMNIO DAS SEQUNCIAS VULCANOSSEDIMENTARES PROTEROZOICAS DOBRADAS, METAMORFIZADAS DE BAIXO A ALTO GRAU
De ampla distribuio pelo estado de Minas Gerais, esse domnio geologicamente complexo, constitudo por diversas litologias: metacherts, dolomitos, itabiritos, anfibolitos, filitos, quartzitos, xistos, formaes ferrferas, gnaisses, metadiamictitos, metagrauvacas, metarriolitos, metaconglomerados, granitos e ultramafitos (Figura 4.48). A geomorfologia dessas unidades se apresenta em formas de relevo basicamente dos tipos colinoso e terrenos acidentados (Quadro 4.13), sendo esse ltimo o mais representativo do domnio.
Quadro 4.13 - Unidades geolgico-ambientais e compartimentos de relevos pertencentes ao domnio das sequncias vulcanossedimentares proterozoicas dobradas, metamorfizadas de baixo a alto grau. Unidade Geolgico-Ambiental
(31) Predomnio de metassedimentos sltico-argilosos, representados por xistos. (32) Predomnio de rochas metacalcrias, com intercalaes de finas camadas de metassedimentos sltico-argilosos.
Superfcie aplainada Colinoso Terrenos acidentados Colinoso Terrenos acidentados Plancies fluviais ou fluviolacustres
(33) Metacherts, metavulcnicas, formaes ferrferas e/ou formaes manganesferas, metacalcrios, metassedimentos arenosos e sltico-argilosos.
Terrenos planos elevados Superfcie aplainada Relevo residual Colinoso Terrenos acidentados Terrenos planos elevados Colinoso Terrenos acidentados Colinoso Terrenos acidentados Colinoso Terrenos acidentados
(34) Metagrauvaca, metarenito, tufo e metavulcnica bsica a intermediria. (35) Predomnio de rochas metabsicas e metaultramficas. (36) Predomnio de vulcnicas cidas.
Figura 4.48 - rea de ocorrncia das sequncias vulcanossedimentares proterozoicas dobradas, metamorfizadas de baixo a alto grau no estado de Minas Gerais. 74
Figura 4.49 - Empilhamento irregular de finos estratos horizontalizados, com intercalaes de camadas argilosas e arenosas, o que implica comportamentos geomecnicos e hidrulicos diferentes (municpio de Mariana).
Plano de contato
Figura 4.50 - Talude em corte de estrada em sequncias sedimentares com processo erosivo mais evoludo na camada xistosa, devido diferena geotcnica entre os litotipos (municpio de So Domingos do Prata).
Figura 4.52 - Movimento de massa em talude de corte formado a partir do plano de contato entre camadas litolgicas de comportamento geotcnico diferente (municpio de So Domingos do Prata).
- As rochas quartzticas apresentam alta resistncia ao corte e penetrao (Figura 4.51). So normalmente bastante fraturadas, podendo provocar desplacamentos e queda de blocos. - As rochas calcrias e as de composio bsico-ultrabsica so de baixa resistncia ao intemperismo qumico, originando solos com manto intemprico profundo, de resistncia mecnica fraca. - Metassedimentos sltico-argilosos xistosos apresentam maior potencial para movimento de massa e podem se apresentar instveis em talude de corte, em funo de os planos de xistosidade funcionarem como descontinuidades (Figura 4.52). - Em rochas metacalcrias, comum a ocorrncia de dolinas e cavidades subterrneas com alto potencial de colapso, sendo consideradas reas de risco geolgico para ocupao humana.
- As rochas vulcnicas cidas possuem alta resistncia ao corte e penetrao; originam solos de baixa fertilidade natural, pois possuem alto teor de slica e baixo teor de magnsio e clcio. - As rochas das unidades geolgico-ambientais 35 e 36 alteram-se de forma heterognea, deixando blocos e mataces em meio aos solos, que podem se movimentar em taludes de corte e desestabilizar obras se as fundaes forem parcialmente apoiadas sobre eles. - Os quartzitos so rochas mais resistentes ao intemperismo e apresentam maior capacidade de suporte que os metapelitos. - Predomnio de rochas que se alteram para solos argilosos, que, quando bem evoludos, possuem baixa erodibilidade natural e boa estabilidade em talude de corte.
Agricultura
- A maior parte dessas unidades sustenta um relevo do tipo terrenos acidentados (montanhoso), com solos rasos, imprprios para a agricultura. - Por apresentarem caractersticas fsico-qumicas muito diferentes, a qualidade agrcola dos solos dessas unidades pode variar de muito boa a muito ruim em um mesmo local, principalmente em locais onde o relevo acidentado. - As rochas calcrias, metabsicas e metaultramficas se alteram para solos argilosos de boa fertilidade natural e apresentam timas caractersticas fsicas para a agricultura, desde que as condies de relevo sejam favorveis. - As rochas base de quartzo alteram para solos rasos, arenosos e cidos; possuem baixa capacidade de reter nutrientes e respondem mal adubao. - Nas unidades geolgico-ambientais 31 a 36, predominam litologias que se alteram para solos argilosos que podem sofrer compactao, impermeabilizao e gerar alta eroso hdrica se forem frequentemente mecanizados com maquinrios pesados e/ou pisoteados pelo gado.
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Marcas de meia-cana
Figura 4.51 - Quartzito resistente ao corte e penetrao; as setas mostram locais com marcas de meia-cana, indicativo do uso de explosivos (municpio de Itamarandiba).
- A unidade geolgico-ambiental 32 possui um potencial hidrogeolgico irregular, em funo da existncia e do tamanho das cavidades e das condies climticas locais.
Potencial mineral
- Ambiente geolgico, no geral, favorvel ocorrncia de gemas e pedras preciosas, como, por exemplo, diamante, turmalina e gua-marinha; minerais metlicos, a exemplo de ouro, ferro e mangans; potencial para minerais nometlicos, como argila, areia, feldspato e cascalho (Figura 4.55). - A unidade geolgico-ambiental 30 apresenta potencial para explorao de areia e quartzito para revestimento. - A unidade geolgico-ambiental 32 exibe potencial para rocha ornamental, cimento, cal e diversos usos industriais. - A unidade geolgico-ambiental 33 tem ambincia geolgica favorvel existncia de depsitos de ferro e mangans (Figura 4.56).
Figura 4.53 - Quartzito fraturado em vrias direes, aspecto que favorece a infiltrao de poluentes, com consequente contaminao de aquferos (municpio de Bom Jesus da Penha).
Figura 4.55 - Fbrica de cermica: argila para utilizao na indstria (municpio de Abadia dos Dourados).
Figura 4.54 - Relevo montanhoso de vertente cncava; feio com canais de drenagem de alta energia que aumentam o potencial de oxigenao da gua superficial (municpio de Mariana). 76
Figura 4.56 - Itabirito, formao ferrfera bandada da unidade geolgico-ambiental 23 (municpio de Caet).
Potencial turstico
- A geologia, juntamente com o relevo acidentado, predominante nesse domnio, proporciona um riqussimo potencial turstico. - Esto inseridas nesse domnio cidades tursticas como as histricas Ouro Preto e Mariana, associadas ao ciclo da minerao; Arax, famosa por seus banhos de lama medicinal; e Lambari, conhecida por sua estncia hidrotermal. - Esse domnio apresenta tambm belssimas paisagens serranas, associadas diversidade litolgica e ao relevo movimentado (Figura 4.57). - As rochas quartzticas, associadas a relevos acidentados, so responsveis pela formao de belas cachoeiras (Figura 4.58), corredeiras e poos; por exemplo, o balnerio Paraso
Perdido, localizado no municpio de So Joo Batista do Glria (Figura 4.59). - Encontram-se nesse domnio os geosstios Mina da Passagem (Figura 4.60), Pico do Itabira e Serra da PiedadeQuadriltero Ferrfero (Figura 4.61), classificados como Stio da Histria da Geologia e da Minerao, associados unidade geolgico-ambiental 33; e o geosstio Bacia do Gandarela, classificado como Stio Paleoambiental Sedimentar Estratigrfico, associado unidade geolgicoambiental 32.
Figura 4.57 - Belssimas paisagens, associadas ao relevo acidentado sustentado por grande variao litolgica: (a) regio do Quadriltero Ferrfero (municpio de Mariana); (b) serra do Caraa (municpio de Santa Brbara).
Figura 4.59 - Paraso Perdido, balnerio com belos poos, cachoeira e corredeiras (municpio de So Joo Batista do Glria). 77
Figura 4.60 - Mina da Passagem, antiga mina de ouro aberta visitao pblica. (a) acesso mina por trolley (carrinho de trilho); (b) interior da mina formada por diversas galerias (municpio de Mariana). a b
Figura 4.61 - (a) igreja; (b) Cruzeiro. Pontos do Geosstio Serra da Piedade, Santurio de Nossa Senhora da Piedade, divisa entre os municpios de Caet e Sabar.
Quadro 4.14 - Unidades geolgico-ambientais e compartimentos de relevos pertencentes ao domnio das sequncias vulcanossedimentares tipo greenstone belt, Arqueano at o Mesoproterozoico. Unidade Geolgico-Ambiental (37) Sequncia vulcnica komatiitica, associada a talco-xistos, anfibolitos, cherts, formaes ferrferas e metaultrabasitos. (38) Predomnio de sequncia sedimentar. (39) Sequncia vulcanossedimentar, com alta participao de metavulcnicas cidas e intermedirias. (40) Sequncia vulcanossedimentar.
Compartimento de Relevo
Colinoso Terrenos acidentados Tabuleiros Colinoso Terrenos acidentados Colinoso Terrenos acidentados Colinoso Terrenos acidentados b
- Domnio caracterizado por irregularidades verticais de litologias, que so dotadas de diferentes aspectos mineralgicos, hidrulicos e geomecnicos. - Devido a intenso fraturamento e dobramento presentes nos macios e variabilidade no padro de mergulhos dos estratos, as unidades geolgico-ambientais desse domnio apresentam alto potencial para ocorrncia de desplacamento e queda de blocos em taludes de corte (Figura 4.63). - Em funo de marcante estratificao planoparalela dos metassedimentos sltico-argilosos e xistosidade das metavulcnicas, as unidades desse domnio no se adequam ao uso como agregados, pois o processo de britagem e/ou quebra manual gera fragmentos com formas lamelares de pequenas dimenses (Figura 4.64). - As litologias presentes nesse domnio sofrem processo de alterao heterognea, o que condiciona a existncia de blocos e/ou mataces em meio ao manto de alterao (Figura 4.65). Isso dificulta a execuo de obras subterrneas e pode gerar instabilizao de edificaes. - Os solos da unidade geolgico-ambiental 37, quando bem evoludos, so profundos, argilossiltosos e de erodibilidade baixa. Apresentam boa capacidade de compactao, capacidade de suporte mdia a alta, boa estabilidade em taludes de corte e potencial para uso como material de emprstimo. Por outro lado, quando pouco evoludos, apresentam potencial erosivo elevado (Figura 4.66). Tais solos compactam-se excessivamente, quando continuamente mecanizados por maquinrio pesado, o que acarreta impermeabilizao e aumento do processo de eroso hdrica. - Litologias da unidade geolgico-ambiental 37, quando ss, apresentam resistncia ao corte que varia entre moderada a alta. No so facilmente removveis, necessitando de uso de explosivo para desmonte de material (Figura 4.67).
Figura 4.63 - Taludes de corte em macios intensamente deformados, com alto potencial para ocorrncia de desplacamento e quedas de blocos - municpio de Nova Era. (a) macio em litotipo da unidade geolgico-ambiental 37; (b) macio em litotipo da unidade geolgico-ambiental 38.
- As litologias da unidade geolgico-ambiental 38 apresentam resistncia moderada ao corte. So removveis por maquinrio, no necessitando de uso de explosivo para desmonte de macio.
Agricultura
No que se refere s potencialidades e limitaes para o desenvolvimento agrcola, destacam-se: - De modo geral, os solos gerados das unidades desse domnio apresentam variabilidade textural arenosos a argilossiltosos. So pouco permeveis, porosos e espessos. - Apresentam boa capacidade para fixar nutrientes e matria orgnica, assim como so de boa fertilidade natural e capacidade hdrica retm gua para as plantas por um perodo relativamente longo em pocas de seca. - Os solos presentes em locais de relevo de tabuleiros ou colinosos so mais adequados ao uso de maquinrio agrcola.
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Figura 4.64 - Aspectos caractersticos da unidade geolgico-ambiental 37: (a) acamamento planoparalelo (municpio de Tiradentes); (b) xistosidade (municpio de Piranga).
Figura 4.66 - Solos pouco evoludos da unidade geolgico-ambiental 37, com alto potencial erosivo. (a) avanado processo de eroso por ravinamento em talude de corte (municpio de Mariana); (b) processo erosivo de voorocamento em encostas naturais (municpio de So Joo del-Rey).
- Os solos originados das litologias que constituem a unidade geolgico-ambiental 37 apresentam aspectos positivos ao desenvolvimento de atividades agrcolas (Figura 4.68). So, em geral, profundos, de boa fertilidade natural, boa capacidade de reter e fixar nutrientes e matria orgnica, porosidade elevada e permeabilidade baixa. Tais solos respondem bem ao processo de adubao e mantm boa disponibilidade de gua para as plantas. - Solos originados das litologias que constituem a unidade geolgico-ambiental 39 so ricos em alumnio, o que pode acarretar problemas de acidez.
- De maneira geral, predominam aquferos do tipo fissural, os quais apresentam potencial hidrogeolgico irregular. O
potencial de alimentao e armazenamento das guas subsuperficiais condicionado pela configurao litoestrutural do macio, que varia de local para local. - A predominncia de litologias que originam solos argilosos e argilossiltosos, de boa capacidade de reter, fixar e eliminar poluentes, condiciona baixo risco de contaminao das guas subterrneas, em especial em reas onde os solos so mais profundos. - Nas unidades associadas s formaes ferrferas, pode haver regies com concentraes de ferro nas guas subterrneas.
inseridas no contexto da regio do Quadriltero Ferrfero rea de grande potencial mineral. - As litologias da unidade geolgico-ambiental 37 apresentam grande potencial para explorao de nquel e platinoides.
Potencial turstico
- O tectonismo atuante na rea condicionou a ocorrncia de belas cachoeiras e relevos montanhosos de grande beleza cnica (Figura 4.69), como na regio de Santa Brbara serra do Caraa, onde est inserido o geosstio Pico Inficionado. Merece destaque, tambm, a serra do Rola Moa, na regio de Belo Horizonte e Nova Lima, inserida no contexto da APA Sul. - Esse domnio apresenta potencial turstico mineral e histrico associado unidade geolgico-ambiental 38, inserida no contexto do Circuito Turstico do Ouro.
b
Potencial mineral
- Ambincia geolgica favorvel ocorrncia de ouro, cobre, chumbo, zinco, cromo, ferro, mangans, barita, magnesita, talco, quartzitos e pedras preciosas. - As litologias da unidade geolgico-ambiental 38 esto
a
Figura 4.67 - Litotipos da unidade geolgico-ambiental 37, com elevada resistncia ao corte. Notar presena de meias-canas no macio, feio indicativa do uso de explosivos para desmonte. (a) municpio de Piranga; (b) municpio de Tiradentes. a b
Figura 4.68 - reas com desenvolvimento de prticas agrcolas sobre solo da unidade geolgico-ambiental 37. (a) plantio de hortalias (municpio de Tiradentes); (b) plantio de caf (municpio de So Joo del-Rey). 81
Figura 4.69 - Atrativos tursticos do domnio das sequncias vulcanossedimentares do tipo greenstone belts. (a) cachoeira Santo Antnio, unidade geolgico-ambiental 37 (municpio de Morro do Pilar); (b) relevo de serras da unidade geolgico-ambiental 38 (municpio de Santa Brbara).
DOMNIO DOS CORPOS MFICO-ULTRAMFICOS (SUTES KOMATIITICAS, SUTES TOLETICAS, COMPLEXOS BANDADOS)
As unidades geolgico-ambientais que compem esse domnio so representadas por pequenos corpos, sutes e unidades geolgicas com boa distribuio no estado (Figura 4.70), sendo constitudos por xistos, serpentinitos, anfibolitos, gabros, monzodioritos, monzonitos, tonalitos, metabasaltos, metadioritos e metaultramficas. Essa geologia sustenta diferentes tipos de relevo (Quadro 4.15), sendo as superfcies aplainadas e os terrenos acidentados os mais representativos do domnio.
Quadro 4.15 - Unidades geolgico-ambientais e compartimentos de relevos pertencentes ao domnio dos corpos mfico-ultramficos (sutes komatiiticas, sutes toleticas, complexos bandados). Unidade Geolgico-Ambiental (41) Srie mfico-ultramfica (dunito, peridotito etc.). (42) Srie bsico-ultrabsica (gabro, anortosito etc.). (43) Vulcnicas bsicas.
Compartimento de Relevo Superfcie aplainada Terrenos acidentados Colinoso Terrenos acidentados Terrenos acidentados
Figura 4.70 - rea de ocorrncia dos corpos mfico-ultramficos (sutes komatiiticas, sutes toleticas, complexos bandados) no estado de Minas Gerais.
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- Alteram-se para solos argilosos, que, quando bem evoludos, apresentam baixa suscetibilidade eroso e boa estabilidade em talude de corte (Figura 4.72). - O solo argiloso, com a pedognese pouco avanada, fendilha-se e sofre o processo de empastilhamento, deixando os taludes de corte suscetveis eroso e colapsveis se submetidos alternncia de estados mido e seco.
Agricultura
- Predomnio de solos argilosos ricos, principalmente em Fe, K, Ca e Mg. Quando evoludos, possuem boa fertilidade natural, so pouco suscetveis eroso e respondem bem adubao. So solos bastante favorveis agricultura em terrenos de relevo suave. - Quando os solos so bem evoludos, existe a possibilidade de formarem crosta laterticas, tornando-se de m qualidade qumica para a agricultura. - Podem se tornar solos suscetveis eroso se forem submetidos constantemente ao uso de maquinrios pesados.
Potencial mineral
- Ambincia geolgica favorvel existncia de mineralizaes, como cromo, mangans, talco e rocha ornamental. - Nesse domnio se encontra a pedra-sabo, variedade de esteatita, com multiplicidade de usos. Em Minas Gerais, utilizada em esculturas (Figura 4.73) e ornamentos arquitetnicos, assim como na confeco de objetos usados no dia a dia, como jarros, panelas, frmas para pizza, porta-copo dentre outros (Figura 4.74).
Figura 4.71 - Processos que ocorrem devido ao alto grau de fraturamento e deformao heterognea da rocha. (a) desprendimento de blocos em talude de corte (unidade geolgicoambiental 42) (municpio de Catas Altas da Noruega); (b) blocos e mataces em meio ao solo (unidade geolgico-ambiental 41) (municpio de Porteirinha).
Potencial turstico
- Existem belas paisagens, associadas ao relevo acidentado (montanhoso) e a densos canais de drenagem. - O artesanato em pedra-sabo associa-se ao turismo em cidades histricas como Ouro Preto e Mariana, por meio das grandes obras que utilizaram essa rocha como matriaprima (Figura 4.75).
Figura 4.72 - Talude em corte de estrada. Mostra a boa estabilizao em solo bem evoludo (unidade geolgico-ambiental 42) (municpio de Catas Altas da Noruega). 83
Figura 4.73 - Esculturas em pedra-sabo, grandes obras do artista barroco Aleijadinho (municpio de Congonhas).
Figura 4.74 - Artesanato em pedra-sabo. Diversos tipos de objetos vendidos na feira de artesanato da cidade de Ouro Preto.
Figura 4.76 - rea de ocorrncia dos complexos granitoides nodeformados no estado de Minas Gerais.
Figura 4.75 - Igreja de So Francisco de Assis, ponto turstico de Ouro Preto. Exibe em seu interior esculturas e ornamentos em pedra-sabo. 84
Figura 4.77 - rea de ocorrncia dos complexos granitoides deformados no estado de Minas Gerais.
Quadro 4.16 - Unidades geolgico-ambientais e compartimentos de relevos pertencentes ao domnio dos complexos granitoides no-deformados. Unidade Geolgico-Ambiental (44) Sries granticas alcalinas. (45) Sries granticas subalcalinas: calcialcalinas (baixo, mdio e alto-K) e toleticas.
Compartimento de Relevo Terrenos acidentados Terrenos planos elevados Superfcie aplainada Relevo residual Colinoso Terrenos acidentados Vertentes recobertas por depsitos de encosta
Terrenos planos elevados Superfcie aplainada Colinoso Terrenos acidentados Figura 4.78 - Pedreira de granito desativada. Taludes em rocha s, com elevada resistncia ao corte; desmonte feito por explosivos (municpio de Ibi).
Quadro 4.17 - Unidades geolgico-ambientais e compartimentos de relevos pertencentes ao domnio dos complexos granitoides deformados. Unidade Geolgico-Ambiental (47) Sries granticas alcalinas.
Compartimento de Relevo Colinoso Terrenos acidentados Terrenos planos elevados Superfcies aplainadas Relevo residual Colinoso Terrenos acidentados Superfcies aplainadas Inselbergs Colinoso Terrenos acidentados Terrenos acidentados
(50) Indeterminado.
- As rochas includas nas unidades geolgico-ambientais 47 a 50 apresentam comportamento geomecnico anisotrpico, devido presena de litotipos deformados. Localmente, as litologias dessas unidades exibem denso fraturamento, o que pode acarretar queda de blocos e desplacamentos em taludes de corte. Tal caracterstica notada tanto em macios de rocha s como em macio de rochas muito alteradas. Nesses ltimos, o potencial mais acentuado (Figura 4.80). - De modo geral, esses litotipos oferecem resistncia moderada a alta ao do intemperismo, o que pode levar a um processo de alterao heterogneo e existncia de blocos de rocha conservados em meio ao manto de alterao (Figura 4.81). Tal caracterstica dificulta a execuo de escavaes e perfuraes, podendo acarretar instabilizaes em taludes de corte e em fundaes de edificaes. Em locais onde os solos so bem evoludos e profundos, a possibilidade de existncia de blocos e mataces dispersos maior. - Os solos originados dessas rochas so argilo-slticoarenosos. Quando pouco evoludos, apresentam erodibilidade elevada e alto potencial a movimentos naturais de massa (Figura 4.82). Quando submetidos concentrao de guas pluviais, erodem bastante, no so adequados para uso como material de emprstimo em obras em que fiquem expostos. - Os solos residuais com pedognese avanada, todavia, apresentam boa capacidade de compactao, so pouco permeveis, moderadamente plsticos e pouco erosivos. Podem ser utilizados como material de emprstimo em obras em que fiquem expostos.
85
Figura 4.79 - Granitoides no-deformados da unidade geolgico-ambiental 46. (a) detalhe de macio de comportamento geomecnico isotpico pouco fraturado (municpio de Itinga); (b) detalhe de bandamento composicional incipiente (municpio de Jequitinhonha).
Figura 4.80 - Litologias das unidades geolgico-ambientais 47 e 48 com potenciais queda de blocos. (a) macio medianamente alterado e muito fraturado de litotipos da unidade geolgico-ambiental 48 (municpio de Carlos Chagas); (b) manto de alterao de litotipos da unidade geolgico-ambiental 47, com alto grau de fraturamento (municpio de Monte Azul).
Figura 4.81 - (a), (b): litotipos da unidade geolgico-ambiental 47, com presena de mataces de rocha leve a medianamente alterada imersos em manto de alterao bem evoludo (municpio de Monte Azul). 86
aumento do escoamento superficial e consequente aumento da eroso laminar. - Solos originados das unidades geolgico-ambientais 44, 45, 47 e 48 apresentam fertilidade natural um pouco melhor, devido ao contedo mineralgico ferromagnesiano.
Figura 4.82 - Processo de eroso por voorocamento em manto de alterao pouco evoludo da unidade geolgico-ambiental 48. (a) voorocas instaladas em encosta natural; (b) detalhe de afloramento do lenol fretico na base da vooroca (municpio de Lagoa Dourada).
Potencial mineral
- As rochas desses domnios apresentam elevado potencial para utilizao na construo civil. Exibem aplicaes diversificadas para uso como brita, pedra de cantaria, alicerce e rochas ornamentais (Figura 4.83). Essa ltima bem caracterizada nas unidades geolgico-ambientais 48 e 49.
Agricultura
- As rochas desses domnios alteram-se para solos argilosltico-arenosos, geralmente muito cidos e com poucos nutrientes. As rochas das unidades geolgico-ambientais 46 e 49 geram solos com uma quantidade razovel de alumnio. - Os solos de pedognese avanada, embora apresentem deficincias qumicas, exibem bom potencial para o desenvolvimento de prticas agrcolas, devido s suas boas propriedades fsicas so muito porosos, apresentam boa capacidade hdrica e boa capacidade de reter e fixar nutrientes. Quando desenvolvidos em regies de relevo favorvel (superfcies aplainadas, terrenos elevados planos e regies colinosas) e com atividades corretas de manejo, exibem alto potencial para o desenvolvimento agrcola. - Quando submetidos a processo de manejo inadequado, como o uso contnuo de mecanizao com equipamentos pesados, os solos desses domnios tornam-se mais suscetveis eroso hdrica laminar. O processo de mecanizao provoca compactao e impermeabilizao do solo, com
Figura 4.83 - Pedreira de extrao artesanal de granitos, na unidade geolgico-ambiental 45 (municpio de Pedra Azul). 87
Potencial turstico
- As unidades desses domnios apresentam resistncia moderada alterao fsico-qumica, o que acarreta a formao de relevos dotados de grande beleza cnica (Figura 4.84) terrenos acidentados com superfcies de serras e montanhosas do tipo po-de-acar, como os vistos na serra dos Aimors (unidade geolgico-ambiental 48), divisa entre os estados de Minas Gerais e Esprito Santo.
granulitos, kinzigitos, granitos, granodioritos, trondhjemito, ortognaisses e migmatitos. Do ponto de vista geomorfolgico, a rea possui predominncia para terrenos acidentados (Quadro 4.18), os quais mostram o papel da geologia em seu desenvolvimento. Apresentam um quadro morfolgico relacionado aos efeitos de um tectonismo regional e de sucessivas fases erosivas. A intensa ao tectnica reflete esses condicionamentos geolgicos, em quase toda sua extenso, formando encostas ngremes, rios encaixados, contato solo-rocha abrupto e presena de mataces espalhados por diversas encostas.
Figura 4.85: rea de ocorrncia dos complexos granitoides intensamente deformados: ortognaisses no estado de Minas Gerais. Quadro 4.18 - Unidades geolgico-ambientais e compartimentos de relevos pertencentes ao domnio dos complexos granitoides intensamente deformados: ortognaisses. Unidade Geolgico-Ambiental
Figura 4.84 - Relevos de grande beleza cnica, tipo po-deacar, caractersticos dos litotipos dos domnios granitoides: (a) no-deformados (municpio de Jequitinhonha); (b) deformados (municpio de Rubim).
(52) Sries granticas subalcalinas: calcialcalinas (baixo, mdio e alto-K) e toleticas. (53) Granitoides peraluminosos. (54) Srie shoshontica.
Superfcie Colinoso Terrenos acidentados Terrenos acidentados Colinoso Terrenos planos elevados
(55) Indeterminado.
- Os granitoides desse domnio alteram-se de forma heterognea, deixam blocos e mataces em meio ao solo, mesmo naqueles profundos e evoludos, podendo causar desestabilizao em edificaes, cujas fundaes estejam parcialmente apoiadas sobre tais blocos/mataces (Figura 4.87). Por possurem lineao mineral e heterogeneidade textural, granitoides intensamente deformados se alteram com menos blocos que os granitoides no-deformados. - Os solos dessas unidades, quando pouco evoludos, so muito suscetveis eroso e a movimentos de massa, principalmente em relevo de alta declividade (Figura 4.88). - So rochas de alto grau de coeso, elevada resistncia compresso, baixa porosidade primria e boa resistncia ao intemperismo fsico-qumico. - Os solos residuais, com pedognese avanada, apresentam boa capacidade de compactao, so moderadamente plsticos e de moderada suscetibilidade eroso, sendo bons para utilizao como material de emprstimo.
a
Figura 4.86 - Deslizamento de encosta em granitoide alterado da unidade geolgico-ambiental 51, com utilizao de maquinrio para retirada de terra que interditou a pista (municpio de Matip).
Blocos e mataces
Figura 4.87 - Eroso diferenciada em granitoide da unidade geolgico-ambiental 51; as setas indicam blocos e mataces em meio ao solo sujeitos movimentao (municpio de Carlos Chagas).
Figura 4.88 - Processo erosivo em talude de corte. (a) muro de arrimo tipo gabio, como tentativa de conter o avano da eroso em granitoide alterado da unidade geolgico-ambiental 53 (municpio de Entre Folhas); (b) eroso diferencial induzida pela concentrao de gua pluvial em granitoide alterado da unidade geolgico-ambiental 52. Em destaque na figura, observam-se postes de cerca em suspenso, devido ao grande avano erosivo no talude (municpio de Conceio do Mato Dentro). 89
Agricultura
- Os solos derivados dessas rochas so normalmente cidos e pobres em nutrientes. Alteram-se para solos argilosltico-arenosos que, quando evoludos, tm boa capacidade de reter e fixar nutrientes e assimilar a matria orgnica; so muito porosos e apresentam capacidade de reter gua por um bom tempo no perodo seco. - Alteram-se para solos suscetveis eroso laminar se forem constantemente mecanizados por equipamentos pesados e pisoteados pelo gado. - Boa parte dessas unidades encontra-se em relevo acidentado (montanhoso), desfavorvel evoluo pedogentica e agricultura mecanizada (Figura 4.89).
a
A C
Figura 4.90 - Talude de corte de estrada em granito com muitas fraturas e fendas, o que o torna bastante percolativo, favorecendo rpida infiltrao tanto de gua pluvial quanto de contaminantes (municpio de Abre Campo).
Potencial mineral
Figura 4.89 - Relevo montanhoso bem caracterstico desse domnio. (a) terreno inadequado para agricultura, principalmente para espcies de ciclo curto, devido grande elevao e ao solo pouco evoludo, sendo mais utilizado para pecuria (municpio de Entre Folhas); (b) perfil de talude de corte em rocha grantica alterada; observase o horizonte A do solo pouco espesso sobre o horizonte C (municpio de Machado). 90
- O potencial metalogentico dessas rochas prejudicado pelo metamorfismo, que mais dispersou que concentrou elementos metlicos, como tambm pelo alto grau de eroso dos macios rochosos. Entretanto, esses granitos tm potencial para brita e rocha ornamental, utilizados na construo civil; alumnio, de grande utilizao na indstria de metal; caulim, utilizado como mineral industrial.
Potencial turstico
- O predomnio de relevo de morros e montanhas, com alta densidade de canais de drenagem, origina belssimas paisagens.
Quadro 4.19 - Unidades geolgico-ambientais e compartimentos de relevos pertencentes ao domnio dos complexos granito-gnaisse migmattico e granulitos. Unidade Geolgico-Ambiental Compartimento de Relevo Terrenos planos elevados (56) Predomnio de migmatitos ortoderivados. Superfcies aplainadas Relevo residual Colinoso Terrenos acidentados (57) Predomnio de migmatitos paraderivados. Terrenos acidentados Terrenos planos elevados (58) Predomnio de gnaisses paraderivados (podem conter pores migmatticas). Superfcies aplainadas Relevo residual Colinoso Terrenos acidentados (59) Migmatitos indiferenciados. (60) Gnaisse-granulito paraderivado (podem conter pores migmatticas). (61) Granulitos indiferenciados. Terrenos acidentados Superfcies aplainadas Colinoso Terrenos acidentados Colinoso Terrenos acidentados Terrenos planos elevados (62) Predomnio de gnaisse ortoderivado (podem conter pores migmatticas). Superfcies aplainadas Colinoso Terrenos acidentados
Figura 4.91 - rea de ocorrncia dos complexos granito-gnaisse migmattico e granulitos no estado de Minas Gerais.
- A heterogeneidade geomecnica dessas unidades refletida na resistncia ao intemperismo, a qual varivel tambm. Tal processo resulta na existncia de blocos e/ou mataces imersos no solo, o que dificulta a execuo de obras subterrneas e pode gerar instabilizao em edificaes. - Quando ss, as rochas apresentam elevada resistncia ao corte e penetrao, o que implica a necessidade de uso de explosivos para execuo de desmonte de macio. - O processo de deformao atuante nessas rochas gerou muitas descontinuidades estruturais, com direes e ngulos de mergulho variados, o que pode acarretar quedas de blocos e instabilizaes em taludes de corte, em especial quando o macio se encontra alterado (Figura 4.93). - As unidades desse domnio apresentam descontinuidades geomecnicas que facilitam a ocorrncia de surgncia de gua e o desplacamento de lascas em taludes de corte. A surgncia de gua ao longo das descontinuidades facilita o processo intemprico e condiciona a ocorrncia de movimentos de massa e quedas de blocos (Figura 4.94). - Solos evoludos originados dessas unidades apresentam boa capacidade de compactao, permeabilidade baixa a moderada, erodibilidade baixa e plasticidade moderada. Apresentam bom potencial para utilizao como material de emprstimo.
91
Figura 4.92 - Heterogeneidade geomecnica devido deformao estrutural caracterstica desse domnio. (a) talude em macio da unidade geolgico-ambiental 56 (municpio de Poos de Caldas); (b) talude em macio da unidade geolgico-ambiental 62 (municpio de Porteirinha).
Figura 4.93 - Taludes de corte em macios alterados e muito fraturados, com ocorrncias de queda de blocos, na unidade geolgicoambiental 62. (a) municpio de Rio Casca; (b) municpio de Virginpolis.
Figura 4.94 - Surgncia de gua ao longo de descontinuidades geomecnicas em macios da unidade geolgico-ambiental 62 no municpio de Ponte Nova. (a) talude de corte com surgncia de gua ao longo de bandamento migmattico; (b) rea mida com surgncia de gua ao longo do plano de fratura formao de zona de alterao intemprica (rea pontilhada). 92
- Solos pouco evoludos apresentam erodibilidade e suscetibilidade a movimentos de massa naturais muito altas (Figuras 4.95 e 4.96). Desestabilizam-se com facilidade em taludes de corte, no sendo recomendvel utiliz-los como material de emprstimo. Quando continuamente mecanizados por maquinrio pesado, compactam-se excessivamente, o que acarreta impermeabilizao e aumento do processo de eroso hdrica. Nas unidades geolgico-ambientais 56, 59, 60 e 62, tais processos ocorrem com maior frequncia.
Agricultura
- Os solos dessas unidades, independentemente da evoluo pedogentica, apresentam boa capacidade de reter e fixar nutrientes e assimilar matria orgnica; so muito porosos e de boa capacidade hdrica. No necessitam de irrigao frequente e apresentam boa fertilidade natural. Predomnio de solos ricos em clcio e magnsio. - Os solos gerados, quando pouco evoludos e continuamente mecanizados por maquinrio agrcola pesado e/ou pelo pastoreio intensivo, compactam-se e impermeabilizam-se, tornando-se erosivos. Torna-se necessrio, ento, um manejo adequado para o bom desenvolvimento das atividades agrcolas. - Os solos com pedognese bem desenvolvida apresentam erodibilidade e permeabilidade baixas a moderadas, o que caracteriza bom potencial para uso agrcola.
portadoras de muitas falhas e fraturas, que condicionam a existncia de aquferos do tipo fissural. O potencial de explotao desses aquferos varia de local para local. - O manto de alterao (saprlito) gerado apresenta boas caractersticas hidrodinmicas; quando espessos, podem constituir excelentes aquferos superficiais. - Em locais onde predominam solos argilosos, a recarga de gua subterrnea varivel, sendo, no geral, pouco favorecida, devido permeabilidade varivel desses solos baixa e moderada. - Os solos de pedognese evoluda apresentam baixo risco de contaminao das guas subterrneas, devido sua baixa permeabilidade e alta capacidade de reter, fixar e eliminar poluentes. - H risco de contaminao das guas subterrneas quando ocorrem rochas muito tectonizadas com falhas e fraturas aflorantes. Solos rasos e/ou pouco evoludos tambm potencializam o risco de contaminao.
Potencial mineral
- Esse domnio apresenta ambincia geolgica favorvel existncia de pegmatitos, litotipos com bom potencial para uso como rocha ornamental. - As rochas constituintes desse domnio apresentam potencial para utilizao, tambm, na construo civil, como brita e pedra de cantaria (Figura 4.97).
Potencial turstico
- O tectonismo atuante nas rochas desse domnio favorece a ocorrncia de terrenos montanhosos de grande beleza cnica, como os existentes nas unidades geolgicoambientais 56 e 62, poro sul do estado (Figura 4.98).
b
Figura 4.95 - Solos pouco evoludos da unidade geolgico-ambiental 62, com elevado potencial de eroso. (a) processo erosivo por ravinamento (municpio de Ponte Nova); (b) processo erosivo por voorocamento (municpio de Monte Carmelo). A seta indica a base da feio. 93
Figura 4.96 - Solos pouco evoludos, com elevado potencial de ocorrncia de movimentos de massa. (a) escorregamento planar (unidade geolgico-ambiental 62; municpio de Ponte Nova); (b) escorregamento planar (unidade geolgico-ambiental 59; municpio de Aucena). A linha pontilhada destaca o volume de material que sofreu movimentao.
Figura 4.97 - Pedreira de litotipos da unidade geolgico-ambiental 62; as setas destacam material usado na construo civil: brita e pedrisco (municpio de Urucnia).
Figura 4.98 - Relevo de terrenos acidentados (montanhoso) de grande beleza cnica; unidade geolgico-ambiental 62 (municpio de Cruzlia). 94
APNDICE
CARACTERIZAO DA UNIDADE GEOLGICO-AMBIENTAL Ambiente de plancies aluvionares recentes Material inconsolidado e de espessura varivel. Da base para o topo, formado por cascalho, areia e argila. Ambiente de terraos aluvionares Material inconsolidado a semiconsolidado, de espessura varivel. Da base para o topo, formado por cascalho, areia e argila. Ambiente fluviolacustre Predomnio de sedimentos arenosos, intercalados com camadas argilosas, ocasionalmente com presena de turfa. Ex.: Fm. I.
CD. UNIGEO
DCa
DCta
DCfl
DOMNIO DOS SEDIMENTOS CENOZOICOS INCONSOLIDADOS OU POUCO CONSOLIDADOS, DEPOSITADOS EM MEIO AQUOSO.
DC
DCl
DCp
Ambiente marinho costeiro Predomnio de sedimentos arenosos. Ambiente misto (Marinho/Continental) Intercalaes irregulares de sedimentos arenosos, argilosos, em geral ricos em matria orgnica (mangues). DOMNIO DOS SEDIMENTOS CENOZOICOS INCONSOLIDADOS DO TIPO COLUVIO E TLUS. Colvio e tlus Materiais inconsolidados, de granulometria e composio diversa proveniente do transporte gravitacional.
DCmc
DCm
DCICT
DCICT
DOMNIO DOS SEDIMENTOS INDIFERENCIADOS CENOZOICOS RELACIONADOS A RETRABALHAMENTO DE OUTRAS ROCHAS, GERALMENTE ASSOCIADOS A SUPERFCIES DE APLAINAMENTO. Obs.: Engloba as coberturas que existem na zona continental e representam uma fase de retrabalhamento de outras rochas que sofreram pequeno transporte em meio no aquoso ou pouco aquoso. DOMNIO DOS SEDIMENTOS CENOZOICOS PROVENIENTES DA ALTERAO DE ROCHA IN SITU COM GRAU DE ALTERAO VARIANDO DE SAPRLITO A SOLO RESIDUAL, EXCETO AS LATERITAS. DOMNIO DOS SEDIMENTOS CENOZOICOS BIOCLSTICOS.
DCSR
Relacionado a sedimentos retrabalhados de outras rochas Coberturas arenoconglomerticas e/ ou sltico-argilosas associadas a superfcies de aplainamento.
DCSR
DCEL
Sedimentos eluviais.
DCEL
DCB
DCBr
DCE
DCEm
CD. UNIGEO
DCE
Dunas fixas Material arenoso fixado pela vegetao. Depsitos fluviais antigos Intercalaes de nveis arenosos, argilosos, siltosos e cascalhos semiconsolidados. Ex.: Formao Pariquera-Au. Depsitos detrito-laterticos Provenientes de processos de lateritizao em rochas de composies diversas sem a presena de crosta.
DCEf
DCF
DCFa
DCDL
DCDL
Horizonte latertico in situ Proveniente de processos de lateritizao em rochas de composies diversas formando crosta. Ex.: Crostas ferruginosas. Depsitos detrito-carbonticos Provenientes de processos de lateritizao em rochas carbonticas. Ex.: Formao Caatinga. Predomnio de sedimentos arenosos. Ex.: Sedimentos associados a pequenas bacias continentais do tipo rift, como as bacias de Curitiba, So Paulo, Taubat, Resende, dentre outras.
DCDLi
DCDC
DCDC
DCMRa
DOMNIO DOS SEDIMENTOS CENOZOICOS E MESOZOICOS POUCO A MODERADAMENTE CONSOLIDADOS, ASSOCIADOS A PEQUENAS BACIAS CONTINENTAIS DO TIPO RIFT.
DCMR
DCMRsa
Calcrios com intercalaes sltico-argilosas. Ex.: Formao Trememb. Alternncia irregular entre camadas de sedimentos de composio diversa (arenito, siltito, argilito e cascalho). Ex.: Formao Barreiras. Predomnio de sedimentos arenoargilosos e/ou sltico-argilosos de deposio continental lacustrina deltaica, ocasionalmente com presena de linhito. Ex.: Formao Solimes. Predomnio de sedimentos arenosos de deposio continental, lacustre, fluvial ou elica arenitos. Ex.: Formao Urucuia. Predomnio de calcrio e sedimentos slticoargilosos. DOMNIO DAS SEQUNCIAS SEDIMENTARES MESOZOICAS CLASTOCARBONTICAS CONSOLIDADAS EM BACIAS DE MARGENS CONTINENTAIS (RIFT). Predomnio de sedimentos quartzoarenosos e conglomerticos, com intercalaes de sedimentos sltico-argilosos e/ou calcferos. Predomnio de sedimentos sltico-argilosos, com alternncia de sedimentos arenosos e conglomerticos.
DCMRcsa
DCT
DCT
DOMNIO DOS SEDIMENTOS CENOZOICOS E MESOZOICOS POUCO A MODERADAMENTE CONSOLIDADOS, ASSOCIADOS A PROFUNDAS E EXTENSAS BACIAS CONTINENTAIS.
DCMld
DCM
DCMa
DSMc
DSM
DSMqcg
DSMsa
CD. UNIGEO
DOMNIO DAS SEQUNCIAS SEDIMENTARES MESOZOICAS CLASTOCARBONTICAS CONSOLIDADAS EM BACIAS DE MARGENS CONTINENTAIS (RIFT).
Intercalaes de sedimentos sltico-argilosos e quartzoarenosos. DSM Intercalao de sedimentos sltico-argilosos e camadas de carvo.
DSMsaq
DSMscv
Predomnio de sedimentos arenosos malselecionados. Predomnio de espessos pacotes de arenitos de deposio elica. Ex.: Arenito Botucatu. Predomnio de espessos pacotes de arenitos de deposio mista (elica e fluvial). Ex.: Fm. Rio do Peixe, Fm. Caiu.
DSVMPa
DSVMPae
DSVMPaef
DSVMPacg
DSVMPac
DOMNIO DAS COBERTURAS SEDIMENTARES E VULCANOSSEDIMENTARES MESOZOICAS E PALEOZOICAS, POUCO A MODERADAMENTE CONSOLIDADAS, ASSOCIADAS A GRANDES E PROFUNDAS BACIAS SEDIMENTARES DO TIPO SINCLISE (AMBIENTES DEPOSICIONAIS: CONTINENTAL, MARINHO, DESRTICO, GLACIAL E VULCNICO).
Intercalaes de sedimentos arenosos, slticoargilosos e folhelhos. DSVMP Predomnio de sedimentos sltico-argilosos com intercalaes arenosas.
DSVMPasaf
DSVMPsaa
DSVMPav
DSVMPsaacv
DSVMPcgf
DSVMPsaca
DSVMPasac
CD. UNIGEO
Intercalaes irregulares de sedimentos arenosos e sltico-argilosos com finas camadas de evaporitos e calcrios.
DSVMPasaec
Predomnio de rochas calcrias intercaladas com finas camadas sltico-argilosas. DOMNIO DAS COBERTURAS SEDIMENTARES E VULCANOSSEDIMENTARES MESOZOICAS E PALEOZOICAS, POUCO A MODERADAMENTE CONSOLIDADAS, ASSOCIADAS A GRANDES E PROFUNDAS BACIAS SEDIMENTARES DO TIPO SINCLISE (AMBIENTES DEPOSICIONAIS: CONTINENTAL, MARINHO, DESRTICO, GLACIAL E VULCNICO).
DSVMPcsa
Arenitos, conglomerados, tilitos e folhelhos. Ex.: Grupo Curu. DSVMP Arenitos, conglomerados, siltitos, folhelhos e calcrio. Ex.: Grupo Alto Tapajs. Predomnio de sedimentos sltico-argilosos intercalados de folhelhos betuminosos e calcrios. Ex.: Formao Irati. Predomnio de arenitos e intercalaes de pelitos. Ex.: Formao Utiariti.
DSVMPactf
DSVMPacsfc
DSVMPsabc
DSVMPap
DVMgd
DOMNIO DO VULCANISMO FISSURAL MESOZOICO DO TIPO PLAT. Ex.: Basaltos da Bacia do Paran e do Maranho e Diques Bsicos; Basalto Penetecaua, Kumdku.
DVMb
DVMrrd
Indeterminado.
DCAin
DOMNIO DOS COMPLEXOS ALCALINOS INTRUSIVOS E EXTRUSIVOS, DIFERENCIADOS DO TERCIRIO, MESOZOICO E PROTEROZOICO. Ex.: Alcalinas do Lineamento de Cabo Frio, Lajes.
Tufo, brecha e demais materiais piroclsticos. DCA Srie subalcalina (monzonitos, quartzomonzonitos, mangeritos etc.).
DCAtbr
DCAsbalc
Srie alcalina saturada e alcalina subsaturada (sienito, quartzossienitos, traquitos, nefelina sienito, sodalita sienito etc.).
DCAalc
DESCRIO DO DOMNIO GEOLGICO-AMBIENTAL DOMNIO DOS COMPLEXOS ALCALINOS INTRUSIVOS E EXTRUSIVOS, DIFERENCIADOS DO TERCIRIO, MESOZOICO E PROTEROZOICO. Ex.: Alcalinas do Lineamento de Cabo Frio, Lajes.
CD. UNIGEO
DCA
DCAganc
Predomnio de rochas sedimentares. DOMNIO DAS SEQUNCIAS SEDIMENTARES E VULCANOSSEDIMENTARES DO EOPALEOZOICO, ASSOCIADAS A RIFTS, NO OU POUCO DEFORMADAS E METAMORFIZADAS. Ex.: Grupo Camaqu, Fm. Campo Alegre Predomnio de vulcnicas.
DSVEs
DSVE
Sequncia vulcanossedimentar.
DSVEvs
DSVEv
Predomnio de sedimentos arenosos e conglomerticos, com intercalaes subordinadas de sedimentos sltico-argilosos. Intercalaes irregulares de sedimentos arenosos, sltico-argilosos e formaes ferrferas e manganesferas. Predomnio de sedimentos sltico-argilosos, com intercalaes subordinadas de arenitos e metarenito feldsptico. Rochas calcrias com intercalaes subordinadas de sedimentos sltico-argilosos e arenosos.
DSP1acgsa
DOMNIO DAS COBERTURAS SEDIMENTARES PROTEROZOICAS, NO OU MUITO POUCO DOBRADAS E METAMORFIZADAS. CARACTERIZADAS POR UM EMPILHAMENTO DE CAMADAS HORIZONTALIZADAS E SUBHORIZONTALIZADAS DE VRIAS ESPESSURAS, DE SEDIMENTOS CLASTOQUMICOS DE VRIAS COMPOSIES E ASSOCIADOS AOS MAIS DIFERENTES AMBIENTES TECTONODEPOSICIONAIS. Ex.: Fms. Palmeiral, Aguape, Dardanelos, Prosperana, Ricardo Franco, Roraima, Beneficente, Jacadigo e Cuiab.
DSP1asafmg
DSP1saagr
DSP1
DSP1csaa
DSP1dgrsa
DSP1sac
DSVP1va
DOMNIO DAS SEQUNCIAS VULCANOSSEDIMENTARES PROTEROZOICAS, NO OU POUCO DOBRADAS E METAMORFIZADAS. Ex.: Fms. Uatum, Uail e Iriri.
DSVP1vb
DSVP1vs
Vulcanismo cido a intermedirio e intercalaes de metassedimentos arenosos e sltico-argilosos e formaes ferrferas e/ou manganesferas.
DSVP1vaa
CD. UNIGEO
DSP2mqmtc
Predomnio de metarenitos e quartzitos, com intercalaes irregulares de metassedimentos sltico-argilosos e formaes ferrferas ou manganesferas. Intercalaes irregulares de metassedimentos arenosos e sltico-argilosos. DOMNIO DAS SEQUNCIAS SEDIMENTARES PROTEROZOICAS DOBRADAS, METAMORFIZADAS EM BAIXO A MDIO GRAU.
DSP2mqsafmg
DSP2msa
DSP2
Predomnio de metassedimentos sltico-argilosos, com intercalaes de metarenitos feldspticos. Intercalaes irregulares de metassedimentos arenosos, metacalcrios, calcossilicticas e xistos calcferos. Predomnio de metacalcrios, com intercalaes subordinadas de metassedimentos sltico-argilosos e arenosos. Predomnio de sedimentos sltico-argilosos com intercalaes subordinadas de arenitos.
DSP2sag
DSP2mcx
DSP2mcsaa
DSP2saa
Indiferenciado.
DSVP2in
Predomnio de quartzitos.
DSVP2q
Predomnio de metassedimentos sltico-argilosos, representados por xistos. DOMNIO DAS SEQUNCIAS VULCANOSSEDIMENTARES PROTEROZOICAS DOBRADAS METAMORFIZADAS DE BAIXO A ALTO GRAU. Predomnio de rochas metacalcrias, com intercalaes de finas camadas de metassedimentos sltico-argilosos. Metacherts, metavulcnicas, formaes ferrferas e/ou formaes manganesferas, metacalcrios, metassedimentos arenosos e sltico-argilosos. Metarenitos feldspticos, metarenitos, tufos e metavulcnicas bsicas a intermedirias.
DSVP2x
DSVP2
DSVP2csa
DSVP2vfc
DSVP2gratv
DSVP2bu
CD. UNIGEO
Metacherts, metarenitos, metapelitos, vulcnicas bsicas, formaes ferrferas e formaes manganesferas. DOMNIO DAS SEQUNCIAS VULCANOSSEDIMENTARES PROTEROZOICAS DOBRADAS METAMORFIZADAS DE BAIXO A ALTO GRAU. Metarenitos, metachert, metavulcnicas cidas a intermedirias, formaes ferrferas e/ou manganesferas.
DSVP2af
DSVP2
DSVP2avf
DSVP2va
Sequncia vulcnica komatiitica associada a talcoxistos, anfibolitos, cherts, formaes ferrferas e metaultrabasitos. DOMNIO DAS SEQUNCIAS VULCANOSSEDIMENTARES TIPO GREENSTONE BELT, ARQUEANO AT O MESOPROTEROZOICO. Ex.: Crixs, Araci, Rio das Velhas, Natividade e Rio Maria.
DGBko
Predomnio de sequncia sedimentar. DGB Sequncia vulcanossedimentar, com alta participao de metavulcnicas cidas e intermedirias.
DGBss
DGBvai
Sequncia vulcanossedimentar.
DGBvs
DCMUmu
DOMNIO DOS CORPOS MFICO-ULTRAMFICOS (SUTES KOMATIITICAS, SUTES TOLETICAS, COMPLEXOS BANDADOS). Ex.: Cana Brava, Barro Alto e Niquelndia. Bsicas e Ultrabsicas Alcalinas e Vulcanismo Associado.
DCMUbu
DCMUvb
DCMUmg
Associaes charnockticas. Ex.: Piroxnio granitoides etc. Minerais diagnsticos: hiperstnio, diopsdio. Sries granticas peralcalinas. Ex.: Granitos alcalinos a riebckita e arfvedsonita. Sries granticas alcalinas. Ex.: Alcalifeldspato granitos, sienogranitos, monzogranitos, quartzomonzonitos, monzonitos, quartzossienitos, sienitos, quartzo-alcalissienitos, alcalissienitos etc. Alguns minerais diagnsticos: fluorita, alanita.
DCGR1ch
DCGR1palc
DCGR1
DCGR1alc
CD. UNIGEO
Sries granticas subalcalinas: calcialcalinas (baixo, mdio e alto-K) e toleticas. Ex.: Sienogranitos, monzogranitos, granodioritos, DCGR1salc tonalitos, dioritos, quartzomonzonitos, monzonitos etc. Alguns minerais diagnsticos: hornblenda, biotita, titanita, epidoto. Granitoides peraluminosos. Ex.: Sienogranitos, monzogranitos, granodioritos etc. Minerais diagnsticos: muscovita, granada, cordierita, silimanita, monazita, xenotima. Srie shoshontica. Ex.: Gabrodiorito a quartzomonzonito etc. Minerais diagnsticos: augita, diopsdio e/ou hiperstnio, anfiblio e plagioclsio.
DCGR1
DCGR1pal
DCGR1sho
Indeterminado.
DCGR1in
Associaes charnockticas. Ex.: Piroxnio granitoides etc. Minerais diagnsticos: hiperstnio, diopsdio.
DCGR2ch
Sries granticas peralcalinas. Ex.: Granitos alcalinos a riebckita e arfvedsonita. Sries granticas alcalinas. Ex.: Alcalifeldspato granitos, sienogranitos, monzogranitos, quartzomonzonitos, monzonitos, quartzossienitos, sienitos, quartzo-alcalissienitos, alcalissienitos etc. Alguns minerais diagnsticos: fluorita, alanita. Sries granticas subalcalinas: calcialcalinas (baixo, mdio e alto-K) e toleticas. Ex.: Sienogranitos, monzogranitos, granodioritos, tonalitos, quartzomonzodioritos, dioritos quartzomonzonitos, monzonitos etc. Alguns minerais diagnsticos: hornblenda, biotita, titanita, epidoto. Granitoides peraluminosos. Ex.: Sienogranitos, monzogranitos, granodioritos etc. Minerais diagnsticos: muscovita, granada, cordierita, silimanita, monazita, xenotima. Srie shoshontica. Ex.: Gabrodiorito a quartzomonzonito etc. Minerais diagnsticos: augita, diopsdio e/ou hiperstnio, anfiblio e plagioclsio.
DCGR2palc
DCGR2alc
DCGR2
DCGR2salc
DCGR2pal
DCGR2sho
Indeterminado.
DCGR2in
10
CARACTERIZAO DA UNIDADE GEOLGICO-AMBIENTAL Associaes charnockticas. Ex.: Piroxnio granitoides etc. Minerais diagnsticos: hiperstnio, diopsdio.
CD. UNIGEO
DCGR3ch
Sries granticas peralcalinas. Ex.: Granitos alcalinos a riebckita e arfvedsonita. Sries granticas alcalinas. Ex.: Alcalifeldspato granitos, sienogranitos, monzogranitos, quartzomonzonitos, monzonitos, quartzossienitos, sienitos, quartzo-alcalissienitos, alcalissienitos etc. Alguns minerais diagnsticos: fluorita, alanita.
DCGR3palc
DCGR3alc
DCGR3
Sries granticas subalcalinas: calcialcalinas (baixo, mdio e alto-K) e toleticas. Ex.: Sienogranitos, monzogranitos, granodioritos, tonalitos, dioritos, quartzomonzonitos, monzonitos DCGR3salc etc. Alguns minerais diagnsticos: hornblenda, biotita, titanita, epidoto. Granitoides peraluminosos. Ex.: Sienogranitos, monzogranitos, granodioritos etc. Minerais diagnsticos: muscovita, granada, cordierita, silimanita, monazita, xenotima. Srie Shoshontica. Ex: Gabrodiorito a quartzomonzonito etc. Minerais diagnsticos: augita, diopsdio e/ou hiperstnio, anfiblio e plagioclsio.
DCGR3pal
DCGR3sho
Indeterminado.
DCGR3in
DCGMGLmo
DCGMGLmp
DCGMGL
DCGMGLgnp
Migmatitos indiferenciados.
DCGMGLmgi
DCGMGLglp
11
CD. UNIGEO
DCGMGLglo
Granulitos indiferenciados.
DCGMGLgli
Predomnio de gnaisses ortoderivados. Podem conter pores migmatticas. DOMNIO DOS COMPLEXOS GNAISSEMIGMATTICOS E GRANULITOS. DCGMGL Gnaisses indiferenciados.
DCGMGLgno
DCGMGLgni
Metacarbonatos.
DCGMGLcar
Anfibolitos.
DCGMGLaf
12
APNDICE
II
campo e anlise de sensores remotos (fotografias areas, imagens de satlite e Modelo Digital de Terreno (MDT)). Essa avaliao diretamente aplicada aos estudos de ordenamento do uso do solo e planejamento territorial, constituindo-se em uma primeira e fundamental contribuio da Geomorfologia. A estrutura superficial das paisagens consiste no estudo dos mantos de alterao in situ (formaes superficiais autctones) e coberturas inconsolidadas (formaes superficiais alctones) que jazem sob a superfcie dos terrenos. de grande relevncia para a compreenso da gnese e evoluo das formas de relevo e, em aliana com a compartimentao morfolgica dos terrenos, constitui-se em importante ferramenta para se avaliar o grau de fragilidade natural dos terrenos frente aos processos erosivodeposicionais.
Demonstrao dos nveis de abordagem geomorfolgica, seguindo a metodologia de anlise de AbSaber (1969).
A fisiologia da paisagem, por sua vez, consiste na anlise integrada das diversas variveis ambientais em sua interface com a Geomorfologia. Ou seja, a influncia de condicionantes litolgico-estruturais, padres climticos e tipos de solos na configurao fsica das paisagens. Com essa terceira avaliao objetiva-se, tambm, compreender a ao dos processos erosivodeposicionais atuais, incluindo todos os impactos decorrentes da ao antropognica sobre a paisagem natural. Dessa forma, embute-se na anlise geomorfolgica o estudo da morfodinmica, privilegiando-se a anlise de processos.
baixos interflvios, denominados reas de Acumulao Inundveis (Aai), frequentes na Amaznia, esto inseridos nessa unidade. Amplitude de relevo: zero. Inclinao das vertentes: 0-3.
R1a Plancie fluvial do alto curso do rio So Joo (Rio de Janeiro). Zona de Baixada Litornea.
R1a Plancie fluvial da bacia do rio Paquequer (Rio de Janeiro). Zona montanhosa.
ser mapeada em vales de grandes dimenses, em especial, nos rios amaznicos. Amplitude de relevo: 2 a 20 m. Inclinao das vertentes: 0-3 o (localmente, ressaltam-se rebordos abruptos no contato com a plancie fluvial).
R1b3 Terraos Marinhos (paleoplancies marinhas retaguarda dos atuais cordes arenosos)
Relevo de agradao. Zona de acumulao subatual. Superfcies sub-horizontais, constitudas de depsitos arenosos, apresentando microrrelevo ondulado, geradas por processos de sedimentao marinha e/ou elica. Terrenos bem drenados e no inundveis. Amplitude de relevo: at 20 m.
R1b1 Mdio vale do rio Juru (sudeste do estado do Amazonas).
R1c Vertentes recobertas por depsitos de encosta (leques aluviais, rampas de colvio e de tlus)
Relevo de agradao. Zona de acumulao atual. Os cones de tlus consistem de superfcies deposicionais fortemente inclinadas, constitudas por depsitos de encosta, de matriz arenoargilosa a argiloarenosa, rica em blocos, muito malselecionados. Ocorrem, de forma disseminada, nos sops das vertentes ngremes de terrenos montanhosos. Apresentam baixa capacidade de suporte. As rampas de colvio consistem de superfcies deposicionais inclinadas, constitudas por depsitos de encosta arenoargilosos a argiloarenosos, malselecionados, em interdigitao com depsitos praticamente planos das plancies aluviais. Ocorrem, de forma disseminada, nas baixas encostas de ambientes colinosos ou de morros.
5
R1b1 Plancie e terrao fluviais do mdio curso do rio Barreiro de Baixo (mdio vale do rio Paraba do Sul SP/RJ).
Amplitude de relevo: varivel, dependendo da extenso do depsito na encosta. Inclinao das vertentes: 5-20o (associados s rampas de colvio). Inclinao das vertentes: 20-45 (associados aos cones de tlus).
o
R1c Rampas de colvio que se espraiam a partir da borda oeste do plat sinclinal (Moeda Quadriltero Ferrfero, Minas Gerais). 6
de mars; ou resultantes da colmatao de paleolagunas. Baixa capacidade de suporte dos terrenos. Amplitude de relevo: zero. Inclinao das vertentes: plano (0o).
R1d Ampla superfcie embrejada de uma plancie lagunar costeira (litoral norte do estado da Bahia, municpio de Conde).
R1d Plancie fluviomarinha do baixo curso do rio Cunha, originalmente ocupado por mangues e atualmente desfigurado para implantao de tanques de carcinucultura (litoral sul-oriental do estado do Rio Grande do Norte).
R1e Sucesso de feixes de cordes arenosos em linha de costa progradante (Parque Nacional de Jurubatiba Maca, Rio de Janeiro).
R1f1 Litoral oriental do estado do Rio Grande do Norte. R1e Plancie costeira com empilhamento de cordes arenosos e depsitos fluviolagunares (litoral norte do estado da Bahia). 8
cionados, constitudos de sedimentos finos em suspenso depositados por ao elica em zonas peridesrticas ou submetidos a paleoclimas ridos ao longo de perodos glaciais pleistocnicos. Apresentam solos com alta suscetibilidade eroso. Amplitude de relevo: 0 a 20 m. Inclinao das vertentes: 0-5o.
R1g Recifes
Relevo de agradao. Zona de acumulao atual. Os recifes situam-se na plataforma continental interna em posio de linha de arrebentao ou off-shore, podendo ser distinguidos dois tipos principais: RECIFES DE ARENITO DE PRAIA, que consistem de antigos cordes arenosos (beach-rocks), sob forma de ilhas-barreiras paralelas linha de costa, que foram consolidados por cimentao ferruginosa e/ou carbontica; RECIFES DE BANCOS DE CORAIS, que consistem de bancos de recifes ou formaes peculiares denominadas chapeires, submersos ou
R1f1 Campos de dunas junto linha de costa, sobrepondo falsias do grupo Barreiras (municpio de Baa Formosa, litoral sul do estado do Rio Grande do Norte).
R1f1 Campo de dunas transversais na restinga de Massambaba (Arraial do Cabo, Rio de Janeiro).
parcialmente emersos durante os perodos de mar baixa. Estes so produzidos por acumulao carbontica, devido atividade biognica (corais). Amplitude de relevo: zero. Inclinao das vertentes: plano (0o).
R2a1 Plantao de eucaliptos em terrenos planos de tabuleiros no dissecados do grupo Barreiras (municpio de Esplanada, norte do estado da Bahia).
derada suscetibilidade eroso). Ocorrncias espordicas, restritas a processos de eroso laminar ou linear acelerada (sulcos e ravinas). Amplitude de relevo: 20 a 50 m. Inclinao das vertentes: topo plano: 0-3o (localmente, ressaltam-se vertentes acentuadas: 10-25o).
10
moderada suscetibilidade eroso). Ocorrncia de processos de eroso laminar ou linear acelerada (sulcos e ravinas). Amplitude de relevo: 20 a 50 m. Inclinao das vertentes: topos planos restritos: 0-3o (localmente, ressaltam-se vertentes acentuadas: 10-25o).
R2a2 Tabuleiros dissecados em amplos vales em forma de U, em tpica morfologia derivada do grupo Barreiras (bacia do rio Guaxindiba, So Francisco do Itabapoana, Rio de Janeiro).
R2a2 Tabuleiros dissecados, intensamente erodidos por processos de voorocamento junto rodovia Linha Verde (litoral norte do estado da Bahia).
voorocas). Situao tpica encontrada nos baixos plats embasados pela Formao Alter do Cho, ao norte de Manaus. Amplitude de relevo: 20 a 50 m. Inclinao das vertentes: topo plano a suavemente ondulado: 2-5o, excetuando-se os eixos dos vales fluviais, onde se registram vertentes com declividades mais acentuadas (10-25o).
R2b1 Baixos plats no dissecados da bacia do Parnaba (estrada Floriano-Picos, prximo a Oeiras, Piau).
declivosas nos vales encaixados, resultantes da dissecao fluvial recente. Deposio de plancies aluviais restritas em vales fechados. Equilbrio entre processos de pedognese e morfognese (formao de solos espessos e bem drenados, com moderada suscetibilidade eroso). Eventual atuao de processos de laterizao. Ocorrncias espordicas, restritas a processos de eroso laminar ou linear acelerada (ravinas e
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R2b2 Baixos plats dissecados em forma de colinas tabulares sobre arenitos imaturos da formao Alter do Cho (Presidente Figueiredo, Amazonas).
R2b3 Planaltos
Relevo de degradao predominantemente em rochas sedimentares, mas tambm sobre rochas cristalinas. Superfcies mais elevadas que os terrenos adjacentes, pouco dissecadas em formas tabulares ou colinas muito amplas. Sistema de drenagem principal com fraco entalhamento e deposio de plancies aluviais restritas ou em vales fechados. Predomnio de processos de pedognese (formao de solos espessos e bem drenados, em geral, com baixa a moderada suscetibilidade eroso). Eventual atuao de processos de laterizao. Ocorrncias espordicas, restritas a processos de eroso laminar ou linear acelerada (ravinas e voorocas). Amplitude de relevo: 20 a 50 m. Inclinao das vertentes: topo plano a suavemente ondulado: 2-5o, excetuando-se os eixos dos vales fluviais.
R2b3 Escarpa erosiva do planalto de Uruu (bacia do Parnaba, sudoeste do estado do Piau).
R2b3 Topo do planalto da serra dos Martins, sustentado por cornijas de arenitos ferruginosos da formao homnima (sudoeste do estado do Rio Grande do Norte).
espordicas, restritas a processos de eroso laminar ou linear acelerada (ravinas e voorocas). Amplitude de relevo: 0 a 20 m. Inclinao das vertentes: topo plano, excetuando-se os eixos dos vales fluviais.
R2c Tepuy isolado da serra do Tepequm, uma forma em chapada sustentada por arenitos conglomerticos do supergrupo Roraima.
No bioma da floresta amaznica: franco predomnio de processos de pedognese (formao de solos espessos e bem drenados, em geral, com baixa suscetibilidade eroso). Eventual atuao de processos de laterizao. Nos biomas de cerrado e caatinga: equilbrio entre processos de pedognese e morfognese (a despeito das baixas declividades, prevalece o desenvolvimento de solos rasos e pedregosos e os processos de eroso laminar so significativos).
R2c Topo da Chapada dos Guimares e relevo ruiniforme junto a seu escarpamento. 14
Caracteriza-se por extenso e montono relevo suave ondulado sem, contudo, caracterizar ambiente colinoso, devido a suas amplitudes de relevo muito baixas e longas rampas de muito baixa declividade.
R3a1 Extensa superfcie aplainada da depresso sertaneja (sudoeste do estado do Rio Grande do Norte).
R3a1 Extensa superfcie aplainada, delimitada por esparsas cristas de quartzitos (Canudos, norte do estado da Bahia).
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R3b Inselbergs e outros relevos residuais (cristas isoladas, morros residuais, pontes, monolitos)
Relevo de aplainamento. Relevos residuais isolados destacados na paisagem aplainada, remanescentes do arrasamento geral dos terrenos. Amplitude de relevo: 50 a 500 m. Inclinao das vertentes: 25o-45o, com ocorrncia de paredes rochosos subverticais (60o-90o).
R3b Neck vulcnico do pico do Cabugi (estado do Rio Grande do Norte).
R3b Agrupamentos de inselbergs alinhados em cristas de rochas quartzticas delineadas em zona de cisalhamento (estrada Senhor do Bonfim-Juazeiro, estado da Bahia). 16
R4a1 Colinas amplas e suaves modeladas sobre granulitos (cercanias de Anpolis, Gois).
R4a1 Relevo suave colinoso (municpio de Araruama, regio dos Lagos, Rio de Janeiro).
Predomnio de processos de pedognese (formao de solos espessos e bem drenados, em geral, com baixa a moderada suscetibilidade eroso). Ocorrncias espordicas, restritas a processos de eroso laminar ou linear acelerada (ravinas e voorocas). Gerao de rampas de colvios nas baixas vertentes. Amplitude de relevo: 20 a 50 m. Inclinao das vertentes: 3-10o.
R4a2 Tpico relevo de mar-de-morros no mdio vale do rio Paraba do Sul (topo da serra da Concrdia, Valena, Rio de Janeiro).
R4a2 Colinas e morros intensamente dissecados sobre metassiltitos (municpio de Padre Bernardo, Gois). 17
Equilbrio entre processos de pedognese e morfognese (formao de solos espessos e bem drenados, em geral, com moderada suscetibilidade eroso). Atuao frequente de processos de eroso laminar e ocorrncia espordica de processos de eroso linear acelerada (sulcos, ravinas e voorocas). Gerao de rampas de colvios nas baixas vertentes. Amplitude de relevo: 30 a 80 m. Inclinao das vertentes: 5-20o.
e centrfugo. Sistema de drenagem principal em processo inicial de entalhamento, sem deposio de plancies aluviais. Predomnio de processos de pedognese (formao de solos espessos e bem drenados, em geral, com baixa a moderada suscetibilidade eroso). Ocorrncias espordicas, restritas a processos de eroso laminar ou linear acelerada (ravinas e voorocas). Amplitude de relevo: 50 a 200 m. Inclinao das vertentes: 3-10o.
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R4c Domnio Montanhoso (alinhamentos serranos, macios montanhosos, front de cuestas e hogback)
Relevo de degradao em qualquer litologia. Relevo montanhoso, muito acidentado. Vertentes predominantemente retilneas a cncavas, escarpadas e topos de cristas alinhadas, aguados ou levemente arredondados, com sedimentao de colvios e depsitos de tlus. Sistema de drenagem principal em franco processo de entalhamento. Franco predomnio de processos de morfognese (formao de solos rasos em terrenos muito acidentados, em geral, com alta suscetibilidade eroso). Atuao frequente de processos de eroso laminar e de movimentos de massa. Gerao de depsitos de tlus e de colvios nas baixas vertentes. Amplitude de relevo: acima de 300 m, podendo apresentar, localmente, desnivelamentos inferiores a 200 m. Inclinao das vertentes: 25o-45o, com ocorrncia de paredes rochosos subverticais (60o-90o).
R4b Relevo de morros elevados no planalto da regio serrana do estado do Rio de Janeiro.
R4b Relevo fortemente dissecado em morros sulcados e alinhados a norte do planalto do Distrito Federal.
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R4c Relevo montanhoso do macio do Caraa, modelado em quartzitos (Quadriltero Ferrfero, Minas Gerais).
R4c Vale estrutural do rio Araras; reverso da serra do Mar (Petrpolis, Rio de Janeiro).
R4d Aspecto imponente da serra Geral, francamente entalhada por uma densa rede de drenagem, gerando uma escarpa festonada com mais de 1.000 m de desnivelamento.
R4e Degrau estrutural do flanco oeste do planalto de morro do Chapu (Chapada Diamantina, Bahia).
R4e Degrau estrutural no contato da bacia do Parnaba com o embasamento cristalino no sul do Piau. 21
Amplitude de relevo: 100 a 300 m. Inclinao das vertentes: 10-25, com ocorrncia de vertentes muito declivosas (acima de 45).
R4f Vale amplo e encaixado de tributrio do rio Gurgueia no planalto de Uruu (sudoeste do estado do Piau).
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ANTENOR FARIA DE MURICY FILHO Gelogo (1964) formado pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). Ingressou na Petrleo Brasileiro S.A. (Petrobras) em 1965, onde permaneceu at 1983. Nessa empresa se aperfeioou por meio de inmeros cursos, principalmente na rea de interpretao de perfis e anlise de bacias. Exerceu os cargos de chefe de seo, de setor, de diviso e superintendncia interina, alm do exerccio da Gerncia de Explorao das Sucursais da Petrobras Internacional (Braspetro) do Egito e da Lbia (1976-1979). Em 1985 reingressou, como contratado, na Braspetro, onde exerceu a Gerncia de Explorao das Sucursais do Yemen do Sul e da Colmbia (1985-1992). Ingressou na Agncia Nacional do Petrleo, Gs Natural e Biocombustveis (ANP) em dezembro de 2005, onde exerceu a funo de Assessor de Superintendncia (2007-2008) e a Superintendncia Adjunta de Definio de Blocos (em 2009). Atualmente, superintendente interino desse rgo. ANTNIO THEODOROVICZ Gelogo (1977) formado pela Universidade Federal do Paran (UFPR), com especializao (1990) em Geologia Ambiental (CPRM/SGB). Ingressou na Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais/Servio Geolgico do Brasil (CPRM/SGB) Superintendncia Regional de Porto Velho (SUREG/PV) em 1978. Desde 1982 atua na Superintendncia Regional de So Paulo (SUREG/SP). Executou e chefiou vrios projetos de Mapeamento Geolgico, Prospeco Mineral e Metalogenia em diversas escalas nas regies Amaznica, Sul e Sudeste. Desde 1990 atua como supervisor/executor de vrios estudos geoambientais, para os quais concebeu uma metodologia, adaptada e aplicada na gerao dos mapas Geodiversidade do Programa SIG Geologia Ambiental. Ministra treinamentos de campo para caracterizao do meio fsico para fins de planejamento e gesto ambiental, para equipes da CPRM/SGB e de pases da Amrica do Sul. Atualmente, tambm coordenador regional do Projeto Geoparques da CPRM/SGB, Conselheiro da Comisso de Monumentos Geolgicos do Estado de So Paulo e Membro do Conselho Gestor do Geopark Estadual Bodoquena-Pantanal. BERNARDO FARIA ALMEIDA Graduado (2003) em Engenharia Civil pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), mestre (2005) em Engenharia de Produo (Logstica) pela COPPE/UFRJ. Atua na ANP, como Analista Administrativo, na Superintendncia de Definio de Blocos desde 2005, nos estudos de Geologia e Geofsica para as Rodadas de Licitaes de Blocos Exploratrios realizadas pela ANP, e no acompanhamento dos contratos realizados por essa superintendncia de acordo com o Plano Plurianual de Estudos de Geologia e Geofsica. CINTIA ITOKAZU COUTINHO Engenheira civil formada pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) e mestre em Engenharia Ambiental pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Servidora da ANP desde 2004. KTIA DA SILVA DUARTE Geloga (1989) formado pela Universidade de Braslia (UnB), mestre (1992) e doutora (2003) em Geotecnia pelo Departamento de Tecnologia da UnB. Servidora da ANP desde 2002, atualmente Superintendente Adjunta. Experincia na rea de Geocincias, com nfase em Geotecnia, Geologia Ambiental e Geologia de Petrleo. LUCIENE PEDROSA Oceangrafa formada pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Servidora da Agncia Nacional do Petrleo, Gs Natural e Biocombustveis (ANP) desde 2006. LUIZ MOACYR DE CARVALHO Gelogo (1968) formado pela Universidade Federal da Bahia (UFBA) e especializao em Metalogenia do Ouro pela Escola de Minas da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP). Como gelogo do Departamento Nacional de Produo Mineral (DNPM), participou nos trabalhos da Diviso de Fomento Produo Mineral e de Fiscalizao de Projetos de Financiamento Pesquisa Mineral no Territrio Federal de Rondnia no perodo de 01 de junho de 1969 a 31 de dezembro de 1970. Gelogo da Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais/Servio Geolgico do Brasil (CPRM/SGB) desde 1971, ocupando o cargo de Coordenador de Recursos Minerais da ento Superintendncia de Porto Velho (RO). Participou do mapeamento geolgico dos projetos Noroeste e Sudeste de Rondnia entre 1972-1978 e atuou como gelogo de prospeco mineral na Diviso de Pesquisa Mineral da Superintendncia Regional de Salvador no perodo 1979-2003. Atualmente, Supervisor do GATE, setor do Departamento de Geologia e Gesto Territorial (DEGET). reas de interesse: pesquisa mineral, metalogenia e patrimnio geolgico geoconservao. MARCELO EDUARDO DANTAS Graduado (1992) em Geografia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), com os ttulos de licenciado em Geografia e Gegrafo. Mestre (1995) em Geomorfologia e Geoecologia pela UFRJ. Nesse perodo, integrou a equipe de pesquisadores do Laboratrio de Geo-Hidroecologia (GEOHECO/UFRJ), tendo atuado na investigao de temas como: Controles Litoestruturais na Evoluo do Relevo; Sedimentao Fluvial; Impacto das Atividades Humanas sobre as Paisagens Naturais no Mdio Vale do Rio Paraba do Sul. Em 1997, ingressou na CPRM/SGB, atuando como geomorflogo at o presente. Desenvolveu atividades profissionais em projetos na rea de Geomorfologia, Diagnsticos Geoambientais e Mapeamentos da Geodiversidade, em atuao integrada com a equipe de gelogos do Programa GATE/CPRM. Dentre os trabalhos mais relevantes, destacam-se: Mapa Geomorfolgico e Diagnstico Geoambiental do Estado do Rio de Janeiro; Mapa Geomorfolgico do ZEE RIDE Braslia; Estudo Geomorfolgico Aplicado Recomposio Ambiental da Bacia Carbonfera de Cricima; Anlise da Morfodinmica Fluvial Aplicada ao Estudo de Implantao das UHEs de Santo Antnio e Jirau (Rio Madeira-Rondnia). Atua, desde 2002, como professor-assistente do curso de Geografia/UNISUAM. Atualmente, coordenador nacional de Geomorfologia do Projeto Geodiversidade do Brasil (CPRM/SGB). Membro efetivo da Unio da Geomorfologia Brasileira (UGB) desde 2007. MARCOS CRISTVO BAPTISTA Graduado em Geologia (2002) pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e mestre (2004) em Geologia Regional pela mesma universidade. Atuou nas reas de gesto de guas subterrneas no Instituto Mineiro de Gesto das guas (IGAM), monitoramento de reas de risco geolgico na prefeitura de Belo Horizonte (URBEL) e como consultor na rea de paleontologia, ministrando cursos e palestras. Atua, desde 2007, na CPRM/SGB, junto Gerncia de Geologia e Recursos Minerais (GEREMI) na SUREG-BH, em projetos de mapeamento geolgico. MARIA ADELAIDE MANSINI MAIA Geloga (1996) formada pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), com especializao em Geoprocessamento pela Universidade Federal do Amazonas (UFAM). Atuou de 1997 a 2009 na Superintendncia Regional de Manaus da CPRM/SGB, nos projetos de Gesto Territorial e Geoprocessamento, destacando-se o Mapa da Geodiversidade do Estado do Amazonas e os Zoneamentos Ecolgico-Econmicos (ZEEs) do Vale do Rio Madeira, do estado de Roraima, do Distrito Agropecurio da Zona Franca de Manaus. Atualmente, est lotada no Escritrio Rio de Janeiro da CPRM/SGB, desenvolvendo atividades ligadas aos projetos de Gesto Territorial dessa instituio, notadamente o Programa de Levantamento da Geodiversidade. MARIA ANGLICA BARRETO RAMOS Graduada (1989) em geologia pela Universidade de Braslia (UnB) e mestre (1993) em Geocincias pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). Ingressou na CPRM/SGB em 1994, onde atuou em mapeamento geolgico no Projeto Aracaju ao 2
Milionsimo. Em 1999, no Departamento de Gesto Territorial (DEGET), participou dos projetos Acajutiba-Apor-Rio Real e Porto Seguro-Santa Cruz Cabrlia. Em 2001, na Diviso de Avaliao de Recursos Minerais integrou a equipe de coordenao do Projeto GIS do Brasil e de Banco de Dados da CPRM/SGB. A partir de 2006, passou a atuar na coordenao de geoprocessamento do Projeto Geodiversidade do Brasil no DEGET. Ministra cursos e treinamentos em ferramentas de SIG aplicados a projetos da CPRM/SGB. autora de 32 trabalhos individuais e coautora nos livros Geologia, Tectnica e Recursos Minerais do Brasil e Geodiversidade do Brasil, dentre outros (12). Foi presidenta da Associao Baiana de Gelogos no perodo de 2005-2007 e vice-presidenta de 2008 a 2009. MARCELY FERREIRA MACHADO Graduada (2002) em Geologia pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), especialista (2007) em Engenharia de Segurana, Meio Ambiente e Sade (SMS) pelo Programa de Mobilizao da Indstria Nacional de Petrleo e Gs Natural (PROMINP), oferecido pela Petrobras em conjunto com a UFBA. Atuou (2006 a 2008) em Geoprocessamento e Cartografia Digital junto SEI (Superintendncia de Recursos Econmicos e Sociais da Bahia). Atua desde 2009 na CPRM/SBG, junto ao Departamento de Gesto Territorial (DEGET), em projetos de Geologia Aplicada. PEDRO AUGUSTO DOS SANTOS PFALTZGRAFF Gelogo (1984) formado pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), mestre (1994) em Geologia de Engenharia e Geologia Ambiental pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e doutor (2007) em Geologia Ambiental pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Trabalhou, entre 1984 e 1988, em obras de barragens e projetos de sondagem geotcnica na empresa Enge Rio Engenharia e Consultoria S.A. e como gelogo autnomo entre os anos de 1985-1994. Trabalha na CPRM/SGB desde 1994, onde atua em diversos projetos de Geologia Ambiental. SANDRA FERNANDES DA SILVA Graduada (1998) em Geologia pela Universidade Federal do Par (UFPA), mestre (2000) em Geotecnia (Avaliao de Alteraes Ambientais em Bacia Hidrogrfica) pela Escola de Engenharia de So Carlos/Universidade de So Paulo (EESC/USP) e doutora (2005) em Geotecnia (Zoneamento Geoambiental com Uso de Lgica Fuzzy e Geoindicador) pela mesma universidade. Atuou como professora contratada de Geologia (graduao e ps-graduao) de 2004 a 2006, junto Universidade de Braslia (UnB), como geloga plena na execuo de projetos geotcnicos voltados para minerao e hidroenergia de 2006 a 2008, junto BVP Engenharia e atua, desde 2008, na CPRM/SGB, junto ao Departamento de Gesto Territorial (DEGET), em projetos de Geologia e Geotecnia Aplicada. VALTER JOS MARQUES Gelogo (1966) formado pela UFRGS, especializao em Petrologia (1979) pela USP e em Engenharia do Meio Ambiente (1991) pela UFRJ. Nos primeiros 25 anos de carreira, dedicou-se ao ensino universitrio, na UnB, e ao mapeamento geolgico na CPRM/SGB, entremeando um perodo em empresas privadas (Minerao Morro Agudo e Camargo Correa), onde atuou em prospeco mineral em todo o territrio nacional. Desde 1979, quando retornou CPRM/SGB, exerceu diversas funes e ocupou diversos cargos, dentre os quais o de Chefe do Departamento de Geologia da CPRM/SGB e o de Superintendente de Recursos Minerais. Nos ltimos 18 anos, vem se dedicando gesto territorial, com destaque para o Zoneamento Ecolgico-Econmico (ZEE), sobretudo na Amaznia e nas faixas de fronteira com os pases vizinhos, atuando como coordenador tcnico de diversos projetos binacionais. Nos ltimos 10 anos, vem desenvolvendo estudos quanto avaliao da Geodiversidade para o desenvolvimento regional utilizando tcnicas de cenrios prospectivos. VITRIO ORLANDI FILHO Gelogo (1967) pela UFRGS, especializao em Sensoriamento Remoto e Fotointerpretao no Panam e Estados Unidos. De 1970 a 2007, exerceu suas atividades junto CPRM/SGB, onde desenvolveu projetos ligados a Mapeamento Geolgico Regional, Prospeco Mineral e Gesto Territorial. Em 2006, participou da elaborao do Mapa Geodiversidade do Brasil (CPRM/SGB).
GEODIVERSIDADE DO
Geodiversidade do Estado de Minas Gerais um produto concebido para oferecer aos diversos segmentos da sociedade mineira uma traduo do atual conhecimento geocientfico da regio, com vistas ao planejamento, aplicao, gesto e uso adequado do territrio. Destina-se a um pblico alvo muito variado, incluindo desde as empresas de minerao, passando pela comunidade acadmica, gestores pblicos estaduais e municipais, sociedade civil e ONGs. Dotado de uma linguagem voltada para mltiplos usurios, o mapa compartimenta o territrio mineiro em unidades geolgico-ambientais, destacando suas limitaes e potencialidades frente agricultura, obras civis, utilizao dos recursos hdricos, fontes poluidoras, potencial mineral e geoturstico. Nesse sentido, com foco em fatores estratgicos para a regio, so destacadas reas de Relevante Interesse Mineral ARIM, Potenciais Hidrogeolgico e Geoturstico, Riscos Geolgicos aos Futuros Empreendimentos, dentre outros temas do meio fsico, representando rico acervo de dados e informaes atualizadas e constituindo valioso subsdio para a tomada de deciso sobre o uso racional e sustentvel do territrio nacional.
SEDE SGAN Quadra 603 Conj. J Parte A 1 andar Braslia DF 70830-030 Fone: 61 3326-9500 61 3322-4305 Fax: 61 3225-3985 Escritrio Rio de Janeiro ERJ Av. Pasteur, 404 Urca Rio de Janeiro RJ 22290-040 Fone: 21 2295-5337 21 2295-5382 Fax: 21 2542-3647 Presidncia Fone: 21 2295-5337 61 3322-5838 Fax: 21 2542-3647 61 3225-3985 Diretoria de Hidrologia e Gesto Territorial Fone: 21 2295-8248 Fax: 21 2295-5804 Departamento de Gesto Territorial Fone: 21 2295-6147 Fax: 21 2295-8094 Diretoria de Relaes Institucionais e Desenvolvimento Fone: 21 2295-5837 61 3223-1166/1059 Fax: 21 2295-5947 61 3323-6600 Superintendncia Regional de Belo Horizonte Av. Brasil, 1731 Bairro Funcionrios Belo Horizonte MG 30140-002 Fone: 31 3878-0307 Fax: 31 3878-0383 Assessoria de Comunicao Fone: 21 2546-0215 Fax: 21 2542-3647 Diviso de Marketing e Divulgao Fone: 31 3878-0372 Fax: 31 3878-0382 [email protected] Ouvidoria Fone: 21 2295-4697 Fax: 21 2295-0495 [email protected] Servio de Atendimento ao Usurio SEUS Fone: 21 2295-5997 Fax: 21 2295-5897 [email protected]
Geodiversidade o estudo do meio fsico constitudo por ambientes diversos e rochas variadas que, submetidos a fenmenos naturais e processos geolgicos, do origem s paisagens, ao relevo, outras rochas e minerais, guas, fsseis, solos, clima e outros depsitos superficiais que propiciam o desenvolvimento da vida na Terra, tendo como valores intrnsecos a cultura, o esttico, o econmico, o cientfico, o educativo e o turstico, parmetros necessrios preservao responsvel e ao desenvolvimento sustentvel.
www.cprm.gov.br
2010