0% acharam este documento útil (0 voto)
15 visualizações3 páginas

Direito Penal

Resumo de Teoria do Crime: Fato Ilícito e Fato Culpável.

Enviado por

instagramkalinda
Direitos autorais
© © All Rights Reserved
Levamos muito a sério os direitos de conteúdo. Se você suspeita que este conteúdo é seu, reivindique-o aqui.
Formatos disponíveis
Baixe no formato PDF, TXT ou leia on-line no Scribd
0% acharam este documento útil (0 voto)
15 visualizações3 páginas

Direito Penal

Resumo de Teoria do Crime: Fato Ilícito e Fato Culpável.

Enviado por

instagramkalinda
Direitos autorais
© © All Rights Reserved
Levamos muito a sério os direitos de conteúdo. Se você suspeita que este conteúdo é seu, reivindique-o aqui.
Formatos disponíveis
Baixe no formato PDF, TXT ou leia on-line no Scribd
Você está na página 1/ 3

ANTIJURICIDADE:

Conduta que é contrária ao ordenamento jurídico, ou seja, que vai contra a lei.
É um dos elementos do crime, juntamente com a conduta, a tipicidade e a culpabilidade. Existem situações em que a conduta antijurídica pode ser justificada
pela lei, como o estado de necessidade ou a legítima defesa. Nesses casos, a conduta é considerada lícita pela legislação.

FATO TÍPICO JUSTIFICÁVEL:


Conduta que, embora seja típica, não é considerada um crime. Isso acontece porque, após a análise da antijuridicidade, é possível determinar
que no fato é justificável.
Fato típico: Conduta que preenche todos os elementos descritos na lei como crime.
 Elementos – Conduta, nexo causal, resultado e tipicidade.

NORMAS PERMISSIVAS:
São causas de exclusão da ilicitude de fatos tipificados nos tipos penais incriminadores. Essas causas podem ser legais ou supralegais:
 Causas legais: São aquelas que estão expressamente dispostas em lei, como:
 Estado de necessidade
 Legítima defesa
 Estrito cumprimento do dever legal
 Exercício regular de direito
Art. 128: Não se pune o aborto praticado por médico: I. Se não há outro meio de salvar a vida da gestante; II. Se a gravidez resulta de estupro e
o aborto é precedido de consentimento da gestante ou, quando incapaz, de seu representante legal.
 Causas supralegais: São aquelas que afastam a antijuridicidade de uma conduta sem que haja previsão legal, como:
 Inexigibilidade de conduta diversa
 Consentimento do ofendido*
Critérios*:
- Só é valido consentimento nos crimes em que o bem jurídico for disponível. Quando se tratar da vida (bem jurídico indisponível), o consentimento
não é válido.
- Mas para o consentimento ter validade, além do bem jurídico ser disponível, é obrigatório que o sujeito seja capaz para dá o consentimento
(acima de 18 anos e que seja isento de perturbação mental).
Ex.: Ari consentiu o Arthur quebrar notebook

EXCLUSÃO DE ILICITUDE:
Art. 23. Não há crime quando o agente pratica o fato:
I – Estado de necessidade
II – Legítima defesa
III – Estrito cumprimento do dever legal ou no exercício regular do direito
Excesso punível: Parágrafo único. O agente, em qualquer das hipóteses deste artigo, responderá pelo excesso doloso ou culposo.

I - Estado de necessidade:
É uma ação praticada para salvar-se ou a outrem de um perigo atual.
Exemplo: Lucas, Caio e Brena fazem passeio de barco e em alto mar o barco afunda. Nesse momento vão em busca de coletes salva-vidas. Com
apenas dois coletes, Caio fica sem colete. Caio tenta tomar colete de Lucas e empurra este no mar e morre.
Identificação dos elementos, no exemplo, do Estado de necessidade:
 O agente deve estar em perigo atual e iminente Ex.: barco afundando (situação de perigo atual).
 O agente não deve ter provocado o perigo voluntariamente
 O agente deve estar a proteger um direito próprio ou de terceiros Ex.: Caio defendia a sua vida, direito próprio (bem jurídico)
 O agente deve agir para evitar um mal que pode ocorrer se não o fizer
 O sacrifício do bem ameaçado não deve ser razoável exigir-se Ex.: Caio sacrificou a vida de Lucas para proteger a vida dele
(proporcionalidade do bem jurídico sacrificado)
 O agente deve agir de forma inevitável
 Não pode alegar estado de necessidade quem tinha o dever de enfrentar o perigo Ex.: bombeiro não pode alegar estado de necessidade,
pois ele o faz como deve legar da função.

II - Legítima Defesa:
Art. 25. Entende-se em legítima defesa quem, usando moderadamente dos meios necessários, repele injusta agressão, atual ou iminente, a direito
seu ou de outrem.
Requisitos:
 Agressão injusta, atual ou iminente
 Defesa de um direito próprio ou alheio
 Uso moderado dos meios necessários
 Consciência da situação que justifica a defesa
Espécies de legítima defesa:
 Legítima defesa real: Acontece quando existe uma situação de perigo.
 Legítima defesa putativa: Ocorre quando o agente acredita que está sendo agredido, mas na verdade não está.
 Legítima defesa sucessiva: Quem era agredido passa a ser agressor.
 Legítima defesa subjetiva: Ocorre quando o defensor age em excesso por um erro de entendimento dos fatos.
 Legítima defesa de terceiro: Pode ser aplicada para defender bens particulares, o interesse da coletividade ou o do Estado.
OFENDÍCULOS E DEFESAS MECÂNICAS PREDISPOSTAS
 Ofendículos (visíveis)
São dispositivos de defesa que se destacam facilmente e não precisam de aviso. Exemplos: cacos de vidro em muros, pontas de lança em grades,
fossos.
 Defesas mecânicas predispostas (ocultos)
São aparatos ocultos que o agressor não percebe, sendo necessário avisar a sua existência. Exemplos: cerca elétrica, armadilhas, armas ocultas,
cão feroz.
Diferença: Estado de necessidade e Legítima defesa
Estado de necessidade: É uma ação praticada para salvar-se ou a outrem de um perigo atual.
Legítima defesa: É uma reação a uma agressão injusta, atual ou iminente.

III a - Estrito cumprimento do dever legal


Permite que uma pessoa não seja punida por cumprir uma obrigação legal.
Requisitos:
 O estrito cumprimento, ou seja, que apenas os atos necessários justifiquem o comportamento, que em princípio seria ilícito.
 O dever legal, ou seja, a norma que caracteriza o dever, sendo obrigatória e jurídica.
Ex.: oficial de justiça que cumpre uma ordem judicial de busca e apreensão de um veículo. O réu não permite que entre na casa e retire
o veículo. Diante desse fato o juiz determina o reforço policial. O oficial de justiça, adentra na residência e retira o carro contra a vontade
do réu.
Obs.: Lei 4.898/65: crime autônomo de abuso de autoridade: caso os agentes públicos agirem com exagero, responderão por abuso de autoridade.
Abuso de autoridade: crime autônomo, independente, que só pode ser feito por funcionário público, que extrapola os limites de sua função. Esse
crime exclui o estrito cumprimento do dever legal.

III b – Exercício regular do direito


É a prática de uma conduta ou atividade que está autorizada pela lei, tornando o ato lícito.
Ex. 1: numa competição de karatê, um atleta quebra a perna do outro durante a competição. Nesse caso não responderá por lesão
corporal. Entretanto, se o atleta golpear o adversário fora da regra, poderá responder por lesão corporal e não se aplica o Exercício
Regular do Direito.
Ex. 2: no parto cesariano é necessário fazer um corte e isso é uma lesão corporal. Entretanto não responderá por esse crime por estar no
Exercício Regular do Direito

CONCURSO DE PESSOAS:
É quando duas ou mais pessoas colaboram de forma consciente ou voluntária para cometer um crime ou contravenção penal. O que caracteriza o
concurso é a pluralidade de agentes.
Ex.: O agente quer matar um inimigo e contrata um pistoleiro. O pistoleiro não conhece a vítima e contrata um moto taxista para ir
com ele até à vítima e lá executa-a.
ESPÉCIES DE CRIMES:
Monossubjetivos: Aquele crime que pode ser praticado tanto individualmente quanto em concurso de pessoas (CONCURSO NÃO
OBRIGATÓRIO)
Plurissubjetivos: O crime só existe se for praticado com concurso de pessoas (CONCURSO NECESSÁRIO)
Ex.: Art. 288. Associação criminosa: associam-se 3 (três) ou mais pessoas, para o fim específico de cometer crimes.
TEORIAS DA AUTORIA:
1. TEORIA RESTRITIVA: O autor é quem pratica a ação (o verbo do tipo penal) nuclear do tipo, enquanto o partícipe é quem
contribui de outra forma.
2. TEORIA EXTENSIVA: Todos os participantes são autores, independentemente.
3. TEORIA DOMÍNIO DO FATO: Não importa se o autor pratica ou não, ele tem o controle da prática do crime. O partícipe
não tem nenhum domínio sobre a prática delituosa, ele apenas colabora.
- O concurso de pessoa, obrigatoriamente, tem-se além do autor, ou um partícipe ou uma coautoria.
 Partícipe: quem participa do crime, mas não é autor.
 Coautor: junção de dois ou mais autores.
Obs.: O Código Penal Brasileiro adota a teoria restritiva do autor, que distingue autor de partícipe.
TIPOS DE AUTORIAS:
1. Autoria individual: A pessoa age sozinha, detém o controle e o domínio do crime, executa materialmente o crime, executa o
verbo do tipo penal. Ex.: um agente age sozinho e mata uma pessoa. Não tem concurso de pessoa.
2. Autoria intelectual: Não executa materialmente o crime, apenas planeja a prática criminosa, se utilizando de um terceiro
(sujeito capaz penalmente) para executar materialmente o crime. Ex.: uma pessoa tem um desafeto e manda matar, se
utilizando de um terceiro. Nesse caso tem concurso de pessoa: o autor intelectual e o autor que executa o crime (coautoria).
3. Autoria mediata: Pessoa apenas planeja a prática criminosa, se utilizando de um terceiro (sujeito incapaz penalmente) para
executar materialmente o crime. Nesse caso, o terceiro que executa o crime, é incapaz. Ex.: menor de 18 anos ou pessoas mais
de 18 anos sofram de doença mental. Nesse caso não tem concurso de pessoas, uma vez que o incapaz não pratica crime.
4. Coautoria: é a reunião de dois ou mais autores no mesmo ilícito penal.
4.1. Coautoria direta: todos os autores praticam a mesma conduta e a mesma função de um ilícito penal. Ex.: três
pessoas combinam em lesar um terceiro. Cada uma delas usam de estaca de madeira e disferem pauladas na
vítima.
4.2. Coautoria funcional: dois ou mais autores, mas a suas condutas se apresentam de forma diversas. Ex.: três
pessoas combinam em realizar um assalto em posto de gasolina. Uma delas fica responsável em conduzir o
veículo, outra em fazer a vigilância e a outra executar o crime material.
TIPOS DE PARTICIPAÇÃO:
Participação: é conduta acessória, pois vai auxiliar a conduta principal que é praticada pelo autor.
1. Participação Moral:
Por induzimento: criar na cabeça da pessoa uma ideia que ela não tinha.
Por instigação: provocar/estimular a pessoa a executar o crime.
2. Participação Material:
Ajuda diretamente na prática do ilícito penal, instrumentalizando para que se cometa o crime.
 Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este cominadas, na medida de sua culpabilidade
 Se a participação for de menor importância, a pena pode ser diminuída de um sexto a um terço.
 Se algum dos concorrentes quis participar de crime menos grave, ser-lhe-á aplicada a pena deste; essa pena será aumentada até metade,
na hipótese de ter sido previsível o resultado mais grave.
NO CONCURSO DE PESSOAS TODOS OS ENVOLVIDOS RESPONDEM PELO MESMO CRIME OU POR CRIMES
DIFERENTES?
1. Teoria Unitária: Todos irão responder pelo mesmo crime (mas com penas diferentes, ou não).
2. Teoria Dualista: Autor responde por um crime e o partícipe por outro.
3. Teoria Pluralista: Todos respondem por crimes diferentes.
REQUISITOS PARA CONCURSO DE PESSOAS:
1. Pluralidade de condutas: Duas ou mais pessoas, sejam elas autoras, coautoras ou partícipes.
2. Relevância causal das condutas: Questionar se a conduta contribuiu para o crime.
3. Liame subjetivo: O meu saber se estou ajudando na conduta de outra pessoa. O liame tem que ser subjetivo, logo, só pode participar
dolosamente se o crime for doloso, assim como, só pode participar culposamente se o criem for culposo.
4. Identidade de infrações: Quando existe o concurso de pessoas, via de regra, todas as pessoas envolvidas respondem pelo mesmo
ilícito penal, não importando seu papel.

COMUNICABILIDADE E INCOMUNICABILIDADE
Comunicabilidade: As circunstancias, condições e elementares devem ser comunicados ao acusado e consideradas na dosimetria da pena.
Incomunicabilidade: As circunstancias pessoais não se comunicam entre os coautores ou partícipes do crime, exceto quando são elementares.
Circunstância elementar do crime é um elemento do tipo penal que, quando excluído, torna inexistente ou desclassifica a infração penal.
REGRAS:
1. Incomunicabilidade das circunstâncias de caráter pessoal: diz respeito somente a pessoa (CARATER INDIVIDUAL)
Ex.: Brena, Ariel e Raimundo, praticam crime de roubo contra Camila. Brena tem 19 anos, Ariel é reincidente e Raimundo é irmão de Camila. Brena
tem a pena atenuada, devido à idade (mais de 18 e menos de 21 anos). Ariel tem pena aumentada, devido ser reincidente e Raimundo por ser irmão
de Camila, agrava a pena.
2. Comunicabilidade das circunstancias de caráter objetivo: são aqueles que dizem respeito aos modos operandi.
Ex.: Brena, Ariel e Raimundo, praticam crime de roubo contra Camila. Brena tem 19 anos, Ariel é reincidente e Raimundo é irmão de Camila. Ariel
usa arma de fogo e os outros dois sabem, mas somente Ariel usa a arma para cometer o crime. Ariel tem pena aumentada, porque usou arma. A
pena de Brena e Raimundo, agrava a pena, pois o uso de arma de fogo é comunicável.
3. As elementares se comunicam: sem elementar não há crime, há uma comunicabilidade entre as elementares.
Ex. 1: Lucas enquanto delegado da PF em uma investigação apreende uma Lande Rover. Ruan é amigo de Lucas e o sugere pegar o carro para uso
particular. Lucas praticou crime art. 312, de peculato induzido por Ruan. Ruan pratica peculato também. O fato de Lucas ser funcionário público,
que é uma elementar do crime de peculato, transfere para Ruan o mesmo crime, mesmo não sendo funcionário público.

CULPABILIDADE:
Significa averiguar se o agente podia e devia agir de modo diferente. As causas que excluem a culpabilidade são chamadas de “dirimentes”.

1. Imputabilidade: Possibilidade de se imputar determinado crime a uma


pessoa.
Inimputabilidade (art. 26): Dirimente (exclui a culpabilidade)
 Doença mental
 Desenvolvimento mental incompleto
 Desenvolvimento mental retardado
 Embriaguez completa advinda de força maior

2. Potencial de consciência da ilicitude: Capacidade de uma pessoa entender


que sua conduta é ilegal.
Art. 3º LINDB. Ninguém se escusa de cumprir a lei, alegando que não a conhece.
Art. 21. O desconhecimento da lei é inescusável. O erro sobre a ilicitude do fato,
se inevitável, isenta de pena; se evitável, poderá diminuí-la de um sexto a um terço.

Erro de proibição: Dirimente


 Erro de proibição inevitável: Quando se tem uma interpretação errônea
sobre a ilicitude do fato.
Ex.1: estudante de direito do 3º período usa arma sem porte de arma. Nesse caso, o estudante tem nível intelectual para saber que isso é proibido.
Então não tem erro de proibição.
Ex. 2: o senhor de idade que teve sua espingarda roubada pelo sobrinho e foi noticiar o crime na delegacia, onde o mesmo foi denunciado por
porte ilegal de armas. Nesse caso, pela circunstância de o senhor de idade pensar que não era ilegal por seu entendimento intelectual e social do
interior, afasta a culpabilidade (erro de proibição).
 Erro de proibição evitável: Pratica-se um fato achando que era permitido, mas era proibido.
Art. 21, parágrafo único. Considera-se evitável o erro se o agente atua ou se omite sem a consciência do fato, quando lhe era possível, nas
circunstâncias, ter ou atingir essa consciência.

3. Exigibilidade da conduta diversa: Possibilidade de exigir que o agente aja de forma legal em uma determinada situação.
Inexigibilidade de conduta diversa: Dirimente
 Coação moral irresistível: Quando o agente é compelido a delinquir sob ameaça iminente e inevitável.
Ex.: sequestrador que sequestra o filho de um gerente de banco e exige o pagamento do resgate em 10 minutos, caso contrário mata o
filho. A conduta do gerente do banco se deu por coação moral e irresistível. Nesse caso exclui a culpabilidade, exclui a exigibilidade
de conduto diversa.
 Obediência hierárquica: Quando um subalterno pratica uma infração penal em decorrência de uma ordem exigida por um supervisor
hierárquico.

Você também pode gostar