ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE
CÂMARA MUNICIPAL DE NATAL
PALÁCIO PADRE MIGUELINHO
LEI PROMULGADA Nº 0562/2018
“Dispõe sobre a obrigatoriedade de vistoria técnica, manutenção preventiva e periódica das
edificações com mais de três pavimentos no âmbito do Município do Natal e dá outras
providências.”
O PRESIDENTE DA CÂMARA MUNICIPAL DO NATAL, no uso das atribuições que lhe são
conferidas pelo Artigo 22, Inciso XVI, Artigo 43, §§ 2º, 3º, 5º e 6º todos da Lei Orgânica do
Município do Natal, e pelo Artigo 201, §§ 3º, 4º, 6º e 9º, da Resolução nº 337/05 - Regimento
Interno - PROMULGA a seguinte Lei:
Art. 1º - Fica estabelecida a obrigatoriedade de vistoria técnica, manutenção preventiva e
periódica das edificações no âmbito do Município do Natal.
Art. 2º - São abrangidas pela obrigatoriedade de que trata esta Lei as edificações
multifamiliares e comerciais os prédios públicos, com 02 (dois) ou mais pavimentos.
Art. 3º - As edificações de que trata esta Lei deverão possuir Certificação de Inspeção
Predial, que será fornecida pelo órgão da Prefeitura Municipal de Natal competente pela
fiscalização urbanística, após a apresentação, pelo responsável pelo imóvel, de Relatório de
Vistoria Técnica, obedecidas as seguintes periodicidades:
I – anualmente, para edificações com mais de 50 (cinqüenta) anos;
II – a cada 02 (dois) anos, para edificações com mais de 31 (trinta e um) até 50 (cinqüenta)
anos;
III – a cada 03 (três) anos, para edificações com mais de 21 (vinte e um) até 31 (trinta e um)
anos;
IV- a cada 05 (cinco) anos, para edificações com até 21 (vinte e um) anos.
Parágrafo único – A determinação desta periodicidade não implica que não se possa
realizar vistoria a qualquer tempo, em havendo anomalias ou falhas que a justifique.
Art. 4º - Para efeitos desta Lei, a idade do imóvel será contada a partir da Carta de
Habitação (habite-se) e, em sua falta, a contagem se dará a partir da data da matrícula no
cartório de registro de imóveis em nome do primeiro proprietário ou, ainda, a partir de outra
evidência que possibilite sua aferição.
Art. 5º - O Relatório de Vistoria Técnica de Inspeção Predial deverá ser elaborado por
engenheiro ou arquiteto de devidamente habilitado no respectivo conselho da categoria, e
que apresente certificado de conclusão de curso de inspeção predial, com carga horária
mínima de 40 (quarenta) horas.
Art. 6º - Na elaboração do Relatório de Vistoria Técnica, o profissional deverá observar e
registrar os aspectos de segurança da edificação, obedecendo a todas as normas técnicas
da ABNT pertinentes, devidamente acompanhado da Anotação de Responsabilidade
Técnica (ART) ou Registro de Responsabilidade Técnica (RRT), contendo, no mínimo:
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I – a descrição detalhada do estado geral da edificação (estrutura, instalações e
equipamentos);
II – as características das anomalias porventura encontradas e suas causas;
III – as especificações dos pontos sujeitos à manutenção preventiva ou corretiva, bem como
a periodicidade das mesmas;
IV – os prazos máximos para conclusão das medidas saneadoras propostas;
Art. 7º - Ao proprietário ou responsável legal da edificação caberá a contratação dos
relatórios técnicos e a requisição do Certificado de Inspeção Predial junto ao Poder Público
Municipal, nos prazos determinados no art. 3º desta Lei.
§ 1º - Na hipótese da constatação de irregularidades, os responsáveis pelas edificações
deverão providenciar, nos prazos definidos no relatório técnico referido no caput deste
artigo, a recuperação, manutenção, reforma ou restauro necessário à segurança e utilização
das mesmas.
§ 2º - A Certificação de Inspeção Predial só poderá ser emitida pelo Município do Natal após
recuperação, manutenção, reforma ou reparo apontados no Relatório de Vistoria Técnica de
Inspeção Predial, e havendo sido as adequações devidamente atestadas pelo profissional
responsável.
Art. 8º - A Certificação de Inspeção Predial deverá ser afixada em local visível a todos os
usuários da edificação, bem como aos agentes públicos responsáveis pela fiscalização do
que determina esta Lei.
Art. 9º - São consideradas infrações ao que se define nesta Lei:
I – Nunca ter possuído Certificado de Inspeção Predial;
II – Não afixar o Certificado de Inspeção Predial em local visível aos usuários e agentes
públicos;
III – Apresentar Certificado de Inspeção Predial fora do prazo de validade;
IV – Não executar totalmente as medidas saneadoras indicadas no respectivo Relatório de
Vistoria Técnica, nos prazo por ele definidos;
V – Obstruir ou impedir a ação fiscalizadora dos agentes públicos.
Parágrafo único – não incidirão nas infrações dos incisos I e II os proprietários e
responsáveis pelas edificações que estiverem a providenciar a recuperação, manutenção,
reforma ou reparo apontados no Relatório de Vistoria Técnica.
Art. 10 - As infrações ao que se dispõe nesta Lei, sem prejuízo de outras sanções
administrativas ou de outra natureza, estão sujeitas às aplicações das seguintes
penalidades:
I – Multa de R$ 1.000,00 (mil reais), pelo descumprimento do inciso II do artigo 9º desta Lei;
II – Multa de R$ 2.000,00 (dois mil reais), pelo descumprimento do inciso III do artigo 9º
desta Lei;
III – Multa de R$ 3.000,00 (três mil reais), pelo descumprimento do inciso IV do artigo 9º
desta Lei;
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IV – Multa de R$ 4.000,00 (quatro mil reais), pelo descumprimento dos incisos I e V do
artigo 9º desta Lei;
V – Multa de R$ 5.000,00 (cinco mil reais), quando, além de descumprir o inciso IV do art. 9º
desta Lei, a edificação for classificada como “sem condição de uso”.
Art. 11 - Os proprietários ou responsáveis legais das edificações de que trata esta Lei
deverão apresentar o Relatório de Vistoria Técnica inicial no prazo de 180 (cento e oitenta)
dias, a contar da data de publicação da regulamentação desta Lei.
Parágrafo único – O Poder Executivo deverá dar ampla publicidade da presente Lei aos
proprietários ou responsáveis legais das edificações de que trata a esta Lei, fazendo constar
os prazos, tipos de edificações obrigadas a apresentar o Relatório de Vistoria Técnica e
sanções previstas.
Art. 12 - Caberá ao Poder Executivo Municipal a regulamentação desta Lei no prazo
máximo de 120 (cento e vinte) dias a contar de sua promulgação.
Art. 13 - Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em
contrário.
Sala das Sessões, em Natal, 14 de setembro de 2018.
Raniere Barbosa - Presidente
Dinarte Torres - Primeiro Secretário
Ana Paula - Segundo Secretário
Publicada no Diário Oficial do Município de: 18 de setembro de 2018
Autor: Raniere Barbosa, Klaus Araújo e Sueldo Medeiros
