03/11/2024, 08:16 · Tribunal de Justiça do Estado do Maranhão - 1º Grau
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PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DO MARANHÃO
TERCEIRA VARA CÍVEL DA COMARCA DE IMPERATRIZ
PLANTÃO JUDICIAL
Processo nº 0801075-22.2024.8.10.0042
MEDIDAS PROTETIVAS DE URGÊNCIA
Representante: TALITA BEATRIZ SILVA MEIRELES
Endereço: Rua H, nº 30, Novo Horizonte, Imperatriz/MA
Telefone: (99) 99228-1753
Representado: LUCAS DE SOUSA LIMA
Endereço: Rua Nicolau Dino, nº 291, Santa Rita, Imperatriz/MA
Telefone: (99) 99197-2791
DECISÃO
TALITA BEATRIZ SILVA MEIRELES requereu, por intermédio da Delegacia de Polícia, a
concessão das medidas protetivas de urgência descritas na representação.
Relatei. Decido.
As medidas protetivas de urgência objetivam garantir a integridade psicológica, física, moral
e material da mulher vítima de violência doméstica e familiar, permitindo que ela possa agir livremente e
buscar a proteção estatal, em especial a jurisdicional contra o seu suposto agressor.
Verifico os fatos narrados pela ofendida que a vítima encontra-se em situação de violência
doméstica/familiar, merecendo a proteção que lhe foi endereçada pela Lei nº 11.340/06. É que os relatos
apresentados informam que a parte requerente conviveu maritalmente com o requerido por 08 anos e
que, desde o dia 31.10.2024, estão separados. Consta, ainda, que o requerido pediu um prazo para poder
efetuar sua mudança e que, no dia 02.11.2024, por volta das 04h00, o requerido agrediu a requerente
após insistir para olhar o seu aparelho celular. Ainda de acordo com os relatos, o requerido teria
arremessado a vítima contra o filho em comum que possuem, tendo a criança acordado assustada. Após,
o requerido teria batido a cabeça da requerente contra a parede e, em seguida, com tapas, arranhões e
"capacetadas". Por fim, consta que o requerido injuriou a requerente e lhe ameaçou de morte.
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Assim, diante dos fatos relatados, em que a vítima descreve que foi ameaçada pelo
requerido, dentro do ambiente familiar, tem-se, a princípio, segundo os elementos até aqui colhidos, que
ela se encontra em situação de violência doméstica e familiar, o que justifica a aplicação das medidas
protetivas de urgência pleiteadas. Nesse sentido, o afastamento do requerido do lar familiar, a proibição de
ele se aproximar ou manter contato com a ofendida e seus familiares são medidas que buscam trazer a
paz e a tranquilidade moral e psicológica da requerente e das pessoas que convivem com ela, diante dos
relatos de agressões descritos.
Com efeito, tenho por presentes os requisitos exigidos para concessão das medidas
pleiteadas na inicial.
Ao teor do exposto, com fundamento na Lei nº 11.340/06, defiro as medidas protetivas
requeridas pela ofendida e, em consequência:
1 – determino o afastamento do requerido do lar de convivência familiar,
assegurando-se que este leve consigo seus pertences e objetos pessoais;
2 - fica o requerido proibido de aproximar-se da requerente e de seus familiares, a
uma distância mínima de 200 metros;
3 – fica o requerido proibido de manter contato com a ofendida e seus familiares,
por qualquer meio de comunicação, inclusive telefone;
4 - defiro o pedido de proibição de o requerido frequentar o endereço da vítima e
seu local de trabalho;
5 - defiro o pedido de acompanhamento da patrulha Maria da Penha;
6 – defiro o pedido de restituição dos bens da requerente que por ventura se
encontrem na posse do requerido (cartão de crédito e aparelho celular).
Indefiro os pedidos de imposição de acompanhamento psicossocial e tratamento alcoólico
do representado, tendo em vista que, em conformidade com os elementos até aqui encartados, não se
verifica dos autos que o requerido tenha manifesto desejo de se submeter a tais terapias, o que se mostra
necessário para o êxito do tratamento.
Fixo em 90 (noventa) dias o prazo de validade das medidas protetivas de urgência deferidas
em favor da ofendida, as quais poderão ser oportunamente avaliadas pelo juízo competente para o
processamento e julgamento do feito. Registre-se ainda que, surgindo fatos novos, a qualquer tempo, as
medidas protetivas podem ser ampliadas, alteradas ou revogadas.
Deverá o(a) oficial(a) de justiça encarregado de cumprir a ordem diligenciar perante a
vítima, bem como do número de telefone constante dos autos atribuído ao ofensor, a fim de localizar o
requerido.
Comunique-se o conteúdo desta decisão à autoridade policial, e entregue-se uma cópia
desta decisão à ofendida.
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Cumpra-se, servindo esta decisão como mandado, inclusive, para, querendo, apresentar o
requerido resposta à medida cautelar, no prazo de 15 (quinze) dias.
Advirta-se ainda ao requerido que o descumprimento das medidas protetivas poderá
implicar no decreto imediato de sua prisão e na caracterização de crime (artigos 20 e 24-A, ambos da Lei
nº 11.340/06).
Se necessário, expeça-se carta precatória para intimação do representado.
Ao término do plantão, encaminhem-se os autos para distribuição a Vara Especial de
Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher de Imperatriz.
Serve cópia dessa decisão como mandado/ofício.
Dê-se ciência ao Ministério Público.
Imperatriz, data do sistema.
GO HENRIQUE OLIVEIRA DE ÁVILA
e Direito titular da 3ª Vara Cível
Assinado eletronicamente por: THIAGO HENRIQUE OLIVEIRA DE
AVILA
03/11/2024 07:30:24
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