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Devemos ungir com óleo?
Por Vinicius Musselman P… em 21 maio, 2011
Introdução
Hoje em dia, muitos tem ungido com óleo buscando curar doentes e
consagrar objetivos e pessoas ao Senhor. O objetivo deste artigo não é
gerar confusão ou críticas, mas buscar agradar ao Espírito Santo
obedecendo às verdades das Escrituras. Por favor, não use este texto em
seu intelectualismo hipercrítico pecaminoso, mas em amor corrija seu
irmão. Também, não é o alvo deste um detalhamento completo sobre o uso
do óleo, principalmente no Antigo Testamento, mas questionarmos o uso
dele no Novo com o que é feito atualmente.
Transcrevo abaixo parte do estudo do Pr. Eduardo Dantas[1] sobre o
mesmo assunto, o qual nos dará uma boa base para prosseguirmos:
1. A ORIGEM DO ÓLEO
Leia (Êx 30.22-33) observamos que Deus estava
estabelecendo as primeiras diretrizes para o seu povo que
libertara do cativeiro no Egito e que colocara em uma
peregrinação em direção à terra prometida. Estava
estabelecendo mandamentos para o culto de um modo
geral.
Dentre os mandamentos estava o de que fosse preparado
um óleo que foi chamado de óleo sagrado da unção. Era um
preparado específico que tinha uma fórmula específica
ditada pelo próprio Deus a Moisés e não era, de maneira
alguma, somente o óleo da oliveira ou azeite. Era, também,
uma fórmula que não poderia ser copiada por ninguém sob
pena de ser banido do povo de Deus. O óleo da unção tinha
objetivo definido e era o de santificar os elementos do culto,
de consagrá-los completamente para Deus, de tal maneira
que quem tocasse em algum dos objetos consagrados se
tornaria Santo (Vers 29). Mas havia uma proibição: o óleo da
unção não poderia, de maneira nenhuma, ser aplicado sobre
o corpo de alguém e somente os sacerdotes poderiam ser
ungidos com o óleo (Vers 32,33).
2. UNÇÃO DE PESSOAS
2.1 Unção de Reis – Os reis eram ungidos como libertadores
para o povo de Israel e para governar sobre o povo como
seu pastor: “Amanhã a estas horas te enviarei um homem da
terra de Benjamim, o qual ungirás por capitão sobre o meu
povo de Israel, e ele livrará o meu povo da mão dos filisteus;
porque tenho olhado para o meu povo; porque o seu clamor
chegou a mim.” (I Samuel 9:16)
2.2 Unção de Sacerdotes – Deus instruiu Moisés a ungir
sacerdotes, de modo a consagrá-los e reconhecê-los como
pessoas separadas para servir a Deus através do sacerdócio.
Os sacerdotes julgavam sobre as diferenças entre as pessoas
do povo, faziam expiação, santificavam o povo perante Deus,
ouviam confissões de pecados, eram a ligação entre o povo
e DEUS.
2.3 Unção de profetas – O ofício profético era estabelecido
pelo ato da unção: “O espírito do Senhor DEUS está sobre
mim; porque o SENHOR me ungiu, para pregar boas novas
aos mansos; enviou-me a restaurar os contritos de coração,
a proclamar liberdade aos cativos, e a abertura de prisão aos
presos; A apregoar o ano aceitável do SENHOR e o dia da
vingança do nosso Deus; a consolar todos os tristes; A
ordenar acerca dos tristes de Sião que se lhes dê glória em
vez de cinza, óleo de gozo em vez de tristeza, vestes de
louvor em vez de espírito angustiado; a fim de que se
chamem árvores de justiça, plantações do SENHOR, para
que ele seja glorificado.” (Isaías 61:1-3 )
Não há uma descrição clara nas Sagradas Escrituras sobre
como, ou qual, seria o ritual para a unção de profetas, mas,
este fato está razoavelmente estabelecido através do texto
de Isaías acima citado.
Diante desses textos acima, concluímos que Cristo cumpriu
essas 3 unções de Profeta, Rei, e Sacerdote. Profeta: ao
anunciar as Boas Novas, Rei: como Libertador do povo e Rei
do universo, e Sacerdote: em fazer a ligação entre o povo e
Deus.
3. TIPOS DE ÓLEO
Existem alguns tipos de óleo usado na bíblia para diversos
fins tais como:
3.1 Unguento – Gordura misturada com perfumes especiais
que lhe davam características muito desejáveis. Era utilizado
para ungir os pés dos hóspedes, simbolizando a alegria pela
chegada daquele hóspede, e desejando-lhe boas vindas:
“E Maria era aquela que tinha ungido o Senhor com
unguento, e lhe tinha enxugado os pés com os seus cabelos,
cujo irmão Lázaro estava enfermo.” (João 11:2)
Também como era utilizado no cuidado pessoal com o
corpo, pois, é um excelente hidratante:
“Naqueles dias eu, Daniel, estive triste por três semanas.
Alimento desejável não comi, nem carne nem vinho
entraram na minha boca, nem me ungi com unguento, até
que se cumpriram as três semanas.” (Daniel 10:2-3)
“Lava-te, pois, e unge-te, e veste os teus vestidos, e desce à
eira; porém não te dês a conhecer ao homem, até que tenha
acabado de comer e beber.” (Rute 3:3)
3.2 Óleos curativos – O óleo tem poderes curativos,
permitindo amolecer feridas e purificá-las. O óleo quando
misturado a certas ervas, pode proporcionar medicamentos
poderosos para vários males. Não é de surpreender que os
médicos em Israel tivessem desde tempos antigos
conhecimento destas ervas e da forma de utilizá-las no
processo curativo de doentes.
“Desde a planta do pé até a cabeça não há nele coisa sã,
senão feridas, e inchaços, e chagas podres não espremidas,
nem ligadas, nem amolecidas com óleo.” (Isaías 1:6)
“E, aproximando-se, atou-lhe as feridas, deitando-lhes
azeite e vinho; e, pondo-o sobre a sua cavalgadura, levou-o
para uma estalagem, e cuidou dele;” (Lucas 10:34)
3.3 Unguento fúnebre – Este unguento era utilizado na
preparação do corpo para o sepultamento, como parte de
um processo de embalsamamento:
“Ora, derramando ela este unguento sobre o meu corpo, fê-
lo preparando-me para o meu sepultamento.” (Mateus 26:12)
“E as mulheres, que tinham vindo com ele da Galileia,
seguiram também e viram o sepulcro, e como foi posto o
seu corpo. E, voltando elas, prepararam especiarias e
unguentos; e no sábado repousaram, conforme o
mandamento.” (Lucas 23:55-56)
Os termos no grego para ungir do Novo Testamento
Antes, de prosseguirmos, quero mostrar um distinção feita pelo Novo
Testamento com relação ao “ungir” que em muito nos ajudará. Isto é, há
dois termos no grego para “ungir”:
– aleipho (218 αλειφω) de 1 (como partícula de união) e base
de 3045; TDNT – 1:229,37; v
1) ungir
Sinônimos ver verbete 5805
– chrio (5548 χριω) provavelmente semelhante a 5530 pela
idéia de contato; TDNT – 9:493,1322; v
1) ungir
1a) consagrando Jesus para o ofício messiânico e
concedendo-lhe os poderes necessários para o seu
ministério
1b) revestindo os cristãos com os dons do Espírito Santo
Sinônimos ver verbete 5805
– 5805 – Sinônimos
218 – é a palavra comum e mundana para ungir
5548 – é a palavra sagrada e religiosa para ungir[2]
Há ainda o termo chrisma, mas o mesmo advém do termo chrio:
– chrisma (5545 χρισμα) de 5548; TDNT – 9:493,1322; n n
1) qualquer coisa untada, ungüento, geralmente preparado
pelos hebreus com ervas aromáticas e óleo.
Unção era a cerimônia inaugural para os sacerdotes[2]
Ou seja, há um termo comum e mundano (aleipho) para ungir e um termo
sagrado e religioso (chrio e chrisma). Por mundano não entenda
pecaminosa, mas corriqueiro e habitual, como fins medicinais, estéticos ou
funerário.
O uso do óleo
Dito isto, consideremos quatro questões sobre o uso do óleo:
1) O Novo Testamento não prescreve unção com óleo na
consagração de ministros
Mas somente a imposição de mãos – considerada pelo autor de Hebreus
como “rudimentos da doutrina de Cristo” (Hebreus 6:1,2)
“E este parecer contentou a toda a multidão, e elegeram Estêvão, homem
cheio de fé e do Espírito Santo, e Filipe, e Prócoro, e Nicanor, e Timão, e
Parmenas e Nicolau, prosélito de Antioquia; E os apresentaram ante os
apóstolos, e estes, orando, lhes impuseram as mãos.” (Atos 6:5-6)
“E, servindo eles ao Senhor, e jejuando, disse o Espírito Santo: Apartai-me
a Barnabé e a Saulo para a obra a que os tenho chamado. Então, jejuando e
orando, e pondo sobre eles as mãos, os despediram.” (Atos 13:2-3)
“A ninguém imponhas precipitadamente as mãos [para o ministério], nem
participes dos pecados alheios; conserva-te a ti mesmo puro.” (1 Timóteo 5
: 22)
Alguém pode argumentar que isso era feito no Velho Testamento e
teremos que concordar. Contudo, estamos na Nova Alianças e as leis
sacerdotais não mais vigoram, pois temos um novo sacerdote, segundo a
ordem de Melquisedeque e não de Arão (Hebreus 7:11). A unção com óleo
nos tempos antigos foi realizada como simbologia para nossa esperança
(Romanos 15:4) em dois sentidos
(i) Cristo foi ungido pelo Pai como nosso Rei-Profeta-Sacerdote com o
Espírito Santo e com virtude.
Amaste a justiça e odiaste a iniqüidade; por isso Deus, o teu Deus, te ungiu
[chrio] com óleo de alegria mais do que a teus companheiros. (Hebreus 1:9)
O Espírito do Senhor é sobre mim, Pois que me ungiu [chrio] para
evangelizar os pobres. Enviou-me a curar os quebrantados do coração
(Lucas 4:18)
Porque verdadeiramente contra o teu santo Filho Jesus, que tu ungiste
[chrio], se ajuntaram, não só Herodes, mas Pôncio Pilatos, com os gentios e
os povos de Israel; (Atos 4:27)
Como Deus ungiu [chrio] a Jesus de Nazaré com o Espírito Santo e com
virtude; o qual andou fazendo bem, e curando a todos os oprimidos do
diabo, porque Deus era com ele. (Atos 10:38)
Esse é um motivo para grande alegria! Deus ungiu seu Filho para nos
libertar. A unção do Filho está diretamente relacionada a nossa Salvação!
Nós temos Aquele que foi ungido diretamente por Deus Pai como Rei,
Profeta e Sacerdote.
(ii) Cristo e o Pai, em graça divina, nos tornaram participantes da unção de
Cristo nos dando igualmente o Espírito, como também nos tornando reis e
sacerdotes diante dele.
Mas o que nos confirma convosco em Cristo, e o que nos ungiu, é Deus, o
qual também nos selou e deu o penhor do Espírito em nossos corações. (2
Coríntios 1:21,22)
“E nos fez reis e sacerdotes para Deus e seu Pai; a ele glória e poder para
todo o sempre. Amém.” (Apocalipse 1:6)
Não precisamos de nenhuma unção [chrio] de homens, pois já fomos
ungidos por Deus. O que nos leva ao próximo ponto.
2) O Novo Testamento não prescreve unção com óleo no
Batismo do Espírito Santo
Como vimos anteriormente, a simbologia do óleo e do Espírito do Antigo
Testamento foi cumprida em Cristo e em nós quando recebemos o mesmo.
Não precisamos ser ungidos com óleo, pois o verdadeiro Óleo, o Espírito,
foi derramado sobre nós.
Vemos nos relatos de batismo com o Espírito Santo somente o uso de
imposição de mãos:
“Então lhes impuseram as mãos, e receberam o Espírito Santo.” (Atos 8:17)
“E, impondo-lhes Paulo as mãos, veio sobre eles o Espírito Santo; e falavam
línguas, e profetizavam.” (Atos 19:6)
Outro texto que pode nos auxiliar neste quesito é 1 João 2:20,27:
E vós tendes a unção [chrisma] do Santo, e sabeis tudo.[…] E a unção
[chrisma] que vós recebestes dele, fica em vós, e não tendes necessidade
de que alguém vos ensine; mas, como a sua unção [chrisma] vos ensina
todas as coisas, e é verdadeira, e não é mentira, como ela vos ensinou,
assim nele permanecereis. (1 João 2:20,27)
Este texto mostra que nós, todo e qualquer verdadeiro cristão nascido de
novo, tem hoje a unção do Santo, o Espírito, porque já a receberam no
passado. Vale lembrar que o termo usado para unção é chrisma (Unção era
a cerimônia inaugural para os sacerdotes) que provem de chrio que é o
termo sagrado e religioso para ungir.
A consequência desta verdade é que não devemos ungir ninguém para
“capacitar para o ministério”, porque todo cristão já tem a unção, que é o
Espírito, que o capacita.
3) O Novo Testamento não prescreve unção com óleo com o
termo religioso e sagrado para curas físicas
Há no Novo Testamento dois episódios que relacionam doenças, cura,
ungir e óleo e ambas usam aleipho, o termo com sentido corriqueiro.
E expulsavam muitos demônios, e ungiam [aleipho] muitos enfermos com
óleo, e os curavam. (Marcos 6:13)
Está alguém entre vós doente? Chame os presbíteros da igreja, e orem
sobre ele, ungindo-o [aleipho] com azeite em nome do Senhor; E a oração
da fé salvará o doente, e o Senhor o levantará; e, se houver cometido
pecados, ser-lhe-ão perdoados. (Tiago 5:14,15)
O termo aparece 8 vezes no novo testamento (Mt 6:17; Mc 6:13; 16:1; Lc
7:38,46; Jo 11:2; 12:13; Tg 6:14). Leia os textos se deseja comprovar o uso
corriqueiro.
Isso mostra que a intenção de Marcos e Tiago não era uma unção religiosa
ou milagrosa, mas a conotação médica explicada no artigo do Pr. Eduardo
Dantas. Contextualizado os versículos para os dias de hoje seria algo como:
“eles davam o remédio e oravam com fé e Deus curava o enfermo”. Isto
significa que Tiago afirma que o presbítero não deveria zelar só pela saúde
espiritual ou pelas questões espirituais, mas também pela saúde física; e
que deveria fazer a “oração de fé”.
Apesar, do termo “oração de fé” dar outro artigo quero fazer uma breve
consideração sobre o assunto.
a) O que é Fé
Um dos enganos que as pessoas tem atualmente é não saber o que é fé.
Coloca-se fé na fé e não fé em Deus. Fé é confiar em Deus, no Seu poder e
na Sua vontade e não em nossa própria capacidade de confiar em Deus.
Orar com fé não é orar com poder é orar confiante no poder de Deus.
Observe que Tiago fala do profeta Elias, que “era homem sujeito às
mesmas paixões que nós”. Ou seja, o enfoque não é nossa capacidade ―
estamos sujeitos à paixões e falhas ― mas na capacidade de Deus.
b) Óleos, remédios e Fé
Tendo em mente o que realmente significa fé, o perigo de focar na sua fé,
no óleo ou no remédio é grande. Quando você faz isso (colocar mais
confiança em como você orou, ou se passou óleo ungido ou não, ou até se
tomou remédio ou não do que a confiança em Deus), você está cometendo
idolatria.
c) Tenha Fé
Por fim, não quero desestimular a oração pelo enfermos, mas quero
encorajar segundo a verdade. Não quero que você pense: “agora, tudo que
resta é dar o remédio e só dizer Deus seja feita sua vontade”. Não! Quando
alguém estiver doente, medique a pessoa e ore para que Deus que a cure,
confiando não no remédio, nem na sua capacidade, mas no Deus de Elias
(nosso Deus) que fez parar de chover por 3 anos.
4) O Novo Testamento não prescreve a unção para consagrar
objetos
Como bem apontou o Pr. Eduardo Dantas somente os objetos relacionados
ao templo eram ungidos e consagrados ao Senhor. Esta unção era tão série
que não era usada para ungir nenhum objeto caseiro. Logo, quero
apresentar três motivos para você não ungir os objetos em sua casa ou
igreja:
1) Como dito anteriormente, não estamos mais sob a lei cerimonial do
Velho Testamento. Ela foi abolida no novo sacerdócio de Cristo. Portanto
preceitos como ungir o templo não são válidos e praticá-los é negar as
realizações de Cristo.
2) Não temos mais templos no molde do Antigo Testamento. Sua igreja
local não é um templo. Sua igreja local é um edifício onde os templos de
Deus se reúnem. Você é o templo de Deus, habitado por Ele, através do
Espírito (1 Coríntios 6:19). Deus não habita em templos feitos por mãos de
homens; (Atos 17:24).
3) Portanto, se há alguma coisa a ser ungida ou consagrada, esta é você,
cristão. E não é você que fará isto. Deus já o fez, como vimos
anteriormente, através da unção do Espírito.
Isso significa que você não precisa ungir seu carro. Ele já é de Deus, tanto
porque toda terra Lhe pertence, quanto pela fato de você ser apenas um
servo e mordomo daquilo que Deus colocou em suas mãos. Não se iluda
achando que você pode consagrar alguns itens para Deus e outros não.
Nada é teu e tudo que você tem Ele lhe deu para o objetivo exclusivo de
exaltar Glória de Deus (e isto inclui o copo onde você bebe suco). Seu
comprometimento de usar qualquer objeto para a glória de Deus já foi
feito quando você se converteu. Renove-o e o viva intensamente.
Conclusão
Gostaria de resumir topicamente o que foi falado acima para favorecer a
compreensão:
1) Podemos observar nas Escrituras dois usos para o termo ungir: o
corriqueiro e o religioso.
a) Sentido religioso:
– No Velho Testamento, temos a simbologia da unção de reis, sacerdotes e
profetas e do templo.
– No Novo Testamento, esta simbologia foi cumprida em Cristo de duas
formas:
i) Ele foi ungido nosso Rei-Profeta-Sacerdote com o Espírito e com virtude
por Deus Pai.
ii) Nós fomos ungidos por Deus com o Espírito como reis e sacerdotes,
capacitando-nos para a vida cristã; e nos tornamos templos de Deus,
através de Seu Espírito.
– Portanto, não devemos tomar o lugar de Deus e ungir ou consagrar a
alguém ao ministério ou como simbologia do batismo do Espírito Santo.
– Nem devemos consagrar aquilo que Deus já separou para si mesmo.
Tudo quanto é nosso já é dele e igualmente, já nos comprometemos
quando nos convertemos a usar tal para glória de Deus.
b) Sentido corriqueiro:
– Nos dois testamentos vemos o óleo sendo usado com intuito medicinal,
estético e funerário.
– É neste sentido que Tiago e Marcos nos recomenda ungir as pessoas, ou
seja, cuidar de suas doenças. Atualmente, seria o mesmo que dar algum
remédio ao doente.
– Portanto, não devemos ungir o doente esperando que essa unção o cure,
mas devemos medicá-lo e orar a Deus pela cura com fé, confiando não em
óleos e remédios ou em nossa capacidade, mas na capacidade e no poder
de Deus.
Adendo 1: “Não toqueis nos meu ungidos”
Diante do que foi exposto acima, gostaria que você reconsiderasse os
versículos de Salmo 105:15 e 1 Crônicas 16:22 que dizem “Não toqueis os
meus ungidos”. Gostaria de fazer três observações
1) Os versículos são verdadeiros. Deus nos alerta contra quem toca em
Seus ungidos. Não o despreze porque alguns tem abusado dele.
2) Cristo é O Ungido de Deus. Portanto a primeira aplicação do versículo é:
“na verdade o Filho do homem vai, como dele está escrito, mas ai daquele
homem por quem o Filho do homem é traído [cuspido, batido, entregue,
crucificado]! Bom seria para o tal homem não haver nascido.” (Marcos
14:21).
3) Todo cristão (e não só alguns seletos) é ungido de Deus (1 João 2:20,27),
portanto ai daqueles que martirizam, abusam ou zombam de cristãos.
Estes iram clamar “até quando, ó verdadeiro e santo Dominador, não julgas
e vingas o nosso sangue dos que habitam sobre a terra?” (Apocalipse 6:10) e
Deus em seu devido tempo certamente responderá.
Sendo assim, não fale mal do seu irmão e também não tema denunciar
falsos profetas que usam aqueles versículos para defenderem seu pecado.
[1] Dantas, Eduardo. Estudo Bíblico – Óleo de Unção. Acessado em 21 de
Maio de 2011.
[2] DICIONÁRIO BÍBLICO STRONG. © 2002 Sociedade Bíblica do Brasil.
TeoBrasil
Vinicius Musselman
Pimentel
Vinicius Musselman Pimentel é presbítero na Igreja Batista da Graça, em São José
dos Campos/SP; Supervisor editorial no Ministério Fiel; Coordenador na
Conferência Fiel Jovens; Coordenador do Intensivo 9Marcas; fundador do Voltemos
ao Evangelho; Conselheiro e Professor no Seminário FOCO de teologia bíblica e
eclesiologia. É Bacharel em Engenharia Química pela UNICAMP e Mestre de
Divindade, com ênfase em Estudos Pastorais, pelo Centro Presbiteriano de Pós-
Graduação Andrew Jumper. Autor da revista de EBD "Marcas de uma Igreja
Saudável" (Cristã Evangélica). Vinícius é casado com Aline, com quem tem uma filha,
Beatriz.
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Por Alberto Felipe