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Problema 3

Objetivos de aprendizagem

1) Descrever a história natural do HIV/AIDS, destacando sua transmissão,


incubação, o ciclo reprodutivo do HIV, sua manifestação clínica e
evolução.
● HIV - 1: nível global
● HIV- 2: predominante na África
● Subdivididos em grupos M, N e O.

Transmissão
● Exposição a líquidos corporais de uma pessoa infectada.
● Relação sexual.
● Agulhas contaminadas para administração intravenosa de drogas.
● Uso de sangue e derivados para fins terapêuticos.
● Praticamente eliminou a transmissão por administração acidental de sangue
humano infectado nos países desenvolvidos.
● Parto ou amamentação.

Manifestação clínica/evolução
● Infecção inicial: exposição a líquidos corporais de uma pessoa infectada.
● É encontrado na forma de partículas virais livres e células infectadas no
sêmen, no líquido vaginal e no leite materno.
Duas a 8 semanas após a infecção:
● Viremia aguda (80% das pessoas).
- Febre alta
- Dor de garganta
- Cefaléia
- Aumento de volume dos linfonodos.
● Esse quadro é denominado síndrome retroviral aguda e os sintomas cessam
espontaneamente em 1 a 4 semanas.
● Explosão de replicação viral, principalmente nas células TCD4 + intestinais.
● Declínio acentuado correspondente das células TCD4 + circulantes.
● Resposta de células TCD8 + HIV-específicas (importante no controle da
viremia primária) seguida por produção de anticorpos HIV-específicos
(soroconversão).
● Os níveis de vírus alcançam um pico e caem à medida que as células TCD4
+ ressurgem, mas em níveis ainda abaixo do normal (800 células/ml em
comparação com 1.200 células/ml).
2 - 15 anos após infecção primária:
● Período de latência clínica
- Assintomático ou com poucos sintomas (HIV continua a se multiplicar).
● Declínio gradual da função e do número de células TCD4 +.
1. Efeitos citopáticos diretos do vírus sobre a célula T hospedeira.
2. Células infectadas têm maior suscetibilidade à indução de apoptose.
3. Perda de células não infectadas por exposição a produtos virais ou moléculas
que levam à ativação imune.
● Eliminação de células TCD4 + infectadas por células TCD8 + que
reconhecem os peptídeos virais exibidos pelo MHC classe I.
● O número de células TCD4 + funcionais cai abaixo de um limiar (cerca de
400 células/ml); infecções oportunistas. Depois que o número de células
TCD4 + cai abaixo de 200 células/ml = AIDS.
Estágios iniciais da doença:
● Micróbios oportunistas: Candida e o Mycobacterium tuberculosis
- Monilíase oral.
- Tuberculose.
Mais tarde:
- Herpes zóster.
- Linfomas de células B
- Sarcoma de Kaposi (câncer de células endoteliais).
- Co infecção de hepatite C/HIV.
- Pneumonia (fungo Pneumocystis jirovecii) *fatal
Estágios finais
- Infecções respiratórias.
● O tempo de avanço da infecção pelo HIV para AIDS varia muito em razão
das variações genéticas no vírus e/ou no hospedeiro.
*Criptococose, toxoplasmose.

Ciclo reprodutivo HIV-1


● O HIV-1 infecta especificamente as células que expressam CD4, incluindo
linfócitos T (produz novos vírus), macrófagos e células dendríticas (ficam
resguardados)
Entrada viral
● A fixação inicial do vírus à célula é mediada por interações inespecíficas
entre as espículas do envoltório na superfície do vírus e as moléculas-alvo na
superfície das células T.
● Espícula do envoltório: subunidades glicoproteína de superfície (gp120) +
glicoproteína transmembrana (gp41).
1. Gp120 ocupa CD4 na superfície da célula T-alvo.
2. CD4 + gp120 = estrutura de gp120 em complexo com CD4.
- Estimula alterações da conformação em gp120 que expõem e formam o local
de ligação do correceptor (receptor da quimiocina CCR5 ou CXCR4).
*Quimiocina iniciaria o sistema imunológico, mas o vírus não deixa isso acontecer.
- Receptores normalmente atuam por quimioatração, na qual as células
imunes movem-se de acordo com gradientes de moléculas de quimiocinas
até locais de inflamação.
3. Ligação do correceptor induz alterações da conformação na glicoproteína
transmembrana, gp41 = exposição do peptídeo de fusão de gp41, antes
oculto na estrutura da espícula.
4. O peptídeo de fusão insere-se na membrana da célula T hospedeira como
um arpão, desestabilizando a membrana da célula T-alvo (feixe de seis
hélices).
● A fusão é um processo de alta cooperação que ocorre em minutos; requer a
interação de uma a várias espículas com receptores e correceptores
correspondentes para ser um processo eficiente.
● Se a formação do feixe for impedida usando-se análogos peptídicos que
competem pela ocupação das hélices, a fusão também é impedida.
● Um desses peptídeos foi transformado em fármaco contra o HIV, o primeiro
de uma classe de fármacos denominados inibidores da entrada viral.
5. Após a fusão: partícula viral perde seu envoltório exterior, e o core viral, ou
complexo de transcrição reversa, permanece.

Replicação
● Começa após a integração, com produção de transcritos virais nascentes por
RNA polimerases celulares.
● Bifásica:
- Fase inicial: os transcritos virais são processados e exportados para
o citoplasma 》tradução 》três produtos gênicos: Tat, Rev e Nef.
- HIV-1 usa um único molde e para que os outros genes sejam expressos são
empregados padrões alternativos de recomposição (splicing), que ocorre
depois de ser alcançado um limiar crítico de Rev no núcleo.
- Segunda fase: os mRNA parcialmente recompostos e não recompostos são
traduzidos em Env, Vif, Vpr e Vpu e em Gag e Gag-Pol, respectivamente.
- Essa é uma adaptação crucial por parte do vírus, já que transcritos com
íntrons normalmente são retidos e degradados se não puderem ser
processados.
- Sem Rev, o HIV-1 não é capaz de transportar seu material genético
(contendo vários íntrons) para o citoplasma. Experiências nas quais Rev é
retirada do genoma, os clones virais produzidos não conseguem se replicar.
- Na ausência de Tat, a transcrição começa, mas não há alongamento eficiente
da polimerase ao longo do genoma viral.
- Nef não se liga diretamente ao RNA viral, mas atua no ambiente da célula
infectada e favorece a replicação. Afeta as cascatas de sinalização, diminui a
expressão de CD4 na superfície da célula infectada e promove a geração de
mais vírions infecciosos, além da disseminação do vírus.
- Por diminuição da expressão das moléculas do MHC classe I na superfície
celular, Nef compromete as respostas imunológicas contra o HIV e inibe a
apoptose.
*Transcriptase reversa: RNA 》DNA 》Proteína
Normal: DNA 》RNA 》Proteína
Montagem, brotamento e maturação do vírus
● A montagem de novas partículas virais ocorre na membrana plasmática da
célula infectada.
● Com o brotamento do vírion imaturo da membrana plasmática, há
processamento proteolítico do capsídeo, com geração da partícula viral
madura.
● Grande parte da propagação de infecção pelo HIV-1 ocorre por disseminação
do vírus célula a célula.
● As proteínas Env na superfície da célula infectada ocupam receptores em
células T-alvo vizinhas, mas a transferência de HIV-1 ainda requer
brotamento viral.
● Há transferência direcionada das partículas de HIV-1 por meio de locais de
contato entre células T infectadas e não infectadas em um arranjo que foi
denominado sinapse virológica.
● Nef promove a formação dessas sinapses entre macrófagos infectados e
células T.
2) Explicar a resposta imunológica do organismo contra o vírus HIV.
● As respostas imunes inatas à infecção pelo HIV são principalmente a intensa
produção de citocinas, como interleucina (IL)-1 e interferon (IFN)1, e a
ativação das células natural killers (NK), que podem controlar
temporariamente a replicação do HIV através da apoptose de células
infectadas.
● As respostas imunes específicas mediadas pelas células T surgem quando a
viremia se aproxima do seu pico, atingindo o máximo da resposta e
consequente redução da carga viral plasmática.
● Os anticorpos que neutralizam os vírus desenvolvem-se lentamente,
aproximadamente 12 semanas ou mais após a transmissão do vírus HIV,
entretanto, esse anticorpos iniciais não reagem aos vírus mutantes, sendo
ineficazes contra a infecção.
● O vírus nas células TCD4+ se diferenciam em células Th1 e Th2 e
comprometem a resposta imunológica relacionada a atuação dos
macrófagos, combate à bactérias, parasitas e alergias.

3) Explicar o mecanismo de ação dos antirretrovirais, abordando seus


efeitos colaterais e as complicações da falta de adesão ao tratamento.

● Inibidores Nucleosídeos da Transcriptase Reversa: esses medicamentos atuam


na enzima transcriptase reversa, se aderindo a cadeia de DNA que o vírus cria,
tornando essa cadeia defeituosa e impedindo que o vírus se reproduza. São o
Abacavir, Didanosina, Estavudina, Lamivudina, Tenofovir, Zidovudina e a
combinação Lamivudina/Zidovudina;
● Inibidores Não Nucleosídeos da Transcriptase Reversa: eles bloqueiam
diretamente a ação da enzima e a multiplicação do vírus. São eles o Efavirenz,
Nevirapina e Etravirina;
● Inibidores de Protease: estes atuam na enzima protease, bloqueando a sua ação e
consequentemente impedindo a produção de novas cópias de células infectadas
com HIV. Os medicamentos são o Atazanavir, Darunavir, Fosamprenavir,
Lopinavir/r, Ritonavir, Saquinavir e Tipranavir;
● Inibidores de Fusão: esse medicamento impede a entrada do vírus na célula e,
com isso, ele não pode se reproduzir. É a Enfuvirtida;
● Inibidores da Integrase: atua no bloqueio da atividade da enzima integrase, que é
responsável pela inserção do DNA do HIV ao DNA humano, inibindo a 24 replicação
do vírus e a sua capacidade de infectar novas células.
4) Refletir acerca do papel do enfermeiro na adesão ao tratamento de
pacientes soropositivos.
● Contribuir para a superação do preconceito e discriminação que envolvem as
questões relacionadas à sexualidade, ao uso de drogas etc.
● Promover a inserção social das pessoas vivendo com HIV/aids.
● Aumentar a conscientização da população com relação à promoção,
prevenção, diagnóstico e assistência a esses agravos.
● Garantir acesso e atendimento às populações mais vulneráveis para essas
infecções.
● Atuar de forma integrada com os profissionais dos serviços especializados no
tratamento de pessoas com esses agravos.
● Identificar e desenvolver ações em parceria com os serviços existentes na
comunidade (Casas de Apoio, Casas de Passagem etc.).

Na comunidade:
● Desenvolver atividades informativo-educativas, com o objetivo de
conscientizar a população quanto à prevenção e controle desses agravos e
ao uso indevido de drogas.
● Estabelecer uma relação de confiança com o portador de DST, HIV/aids, e
UD.
● Verificar se as gestantes estão sendo acompanhadas no pré-natal e se foram
realizados testes para HIV, Hepatite B e sífilis, conforme recomendado.
● Verificar também se foram realizados os testes no momento da internação
hospitalar, seja para o parto, seja por curetagem uterina, abortamento ou
outra intercorrência na gestação.
● Identificar as pessoas com queixa sugestiva de DST e encaminhar para
avaliação na Unidade Básica de Saúde.
● Realizar o processo de programação e planejamento das ações de promoção
à saúde e prevenção às DST/HIV/aids e UD envolvendo a comunidade.

Na UBS:
● Estabelecer uma relação de confiança, com o portador de DST, HIV/aids,
hepatites e HTLV, que busque a UBS.
● Desenvolver atividades informativo-educativas de prevenção e controle
desses agravos.
● Garantir acolhimento a todas as pessoas que busquem as UBS.
● Organizar o processo de trabalho da unidade para atendimento da demanda
identificada na comunidade.
● Realizar aconselhamento e oferecer o teste anti-HIV aos portadores de DST,
às pessoas vulneráveis e aos que buscam o serviço com clínica sugestiva de
DST, HIV/aids ou história de risco para esses agravos.
● Promover a adesão das gestantes ao pré-natal e oferecer o teste para sífilis,
para Hepatite B e para o HIV, a todas as gestantes da área de abrangência
da unidade, realizando aconselhamento pré e pós-teste.
● Inserir a abordagem de risco para as DST e infecção pelo HIV nas diferentes
atividades realizadas (acolhimento, atividades em grupo, planejamento
familiar, pré-natal etc.).
● Utilizar a abordagem sindrômica na assistência ao portador de DST, levando
em conta o contexto pessoal, familiar e social em que a doença se
desenvolve.
● Desencadear ações de aconselhamento/testagem e tratamento voltadas aos
parceiros sexuais dos portadores desses agravos.
● Realizar a coleta de sangue para encaminhamento ao laboratório de
referência na medida em que a unidade esteja organizada para essa
atividade.
● Garantir a observância das normas de precaução universal, a fim de evitar
exposição ocupacional a material biológico.
● Realizar as ações de vigilância epidemiológica, pertinentes a cada caso.
● Encaminhar as pessoas vivendo com HIV/aids e/ou hepatites virais aos
serviços de referência, e realizar acompanhamento que contribua com esses
serviços para melhorar a adesão às recomendações a ao tratamento.
● Atuar em conjunto com os serviços especializados no tratamento da
dependência química e na assistência aos usuários de drogas portadores do
HIV e/ou hepatites virais.
● Realizar assistência domiciliar aos pacientes portadores de aids, buscando
atuar de forma integrada com a equipe de assistência domiciliar terapêutica
(ADT/aids).

Referências
Fundamentos da imunologia - Roitt 12ª edição
A Resposta Imunológica à Infecção pelo Vírus HIV: Principais Alterações
Imunopatológicas (2015) - Instituto de Ciências da Saúde, Universidade Federal de
Mato Grosso; Geraldelli & Castoldi.
Cadernos de Atenção Básica - n.º 18 - HIV/Aids, hepatites e outras DST

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