Aula 03
Aula 03
Resumo
Como parte do processo de afirmação do candomblé como religião autônoma, portadora
de uma cosmovisão e uma ritualística próprias, o continente africano tem sido invocado
como fundamento capaz de legitimar, seja a adoção de determinadas práticas, seja a
rejeição de outras, mesmo que consideradas tradicionais. Nesta conjuntura, termos
como “dessincretização”, “reafricanização” e outros têm se tornado comuns no jargão
de adeptos e pesquisadores. A própria denominação de “matriz africana” parece ter
como objetivo destacar essa vinculação direta entre a origem (matriz) e a
contemporaneidade dessas religiões. Desse modo, elas passam a ser pensadas em função
da sua contigüidade para com uma tradição específica e não mais como um “mix” de
tradições culturais distintas, tal como expressa o termo “afro-brasileiro”. Enfim, não
mais religiões sincréticas, mas, sim, africanas. De forma ainda mais radical, alguns
sacerdotes e sacerdotisas, rejeitam a própria denominação “candomblé”, alegando que
esta se refere a uma religião sincrética, e optando pelo termo “tradição de orixá” para
definir a sua religião. Mas de que África está se falando? Qual(is) imagem(ns) do
continente africano estão sendo criadas/reproduzidas entre os adeptos das religiões de
matriz africana? Como esta África mítica convive com as práticas contemporâneas?
Baseando-se no depoimento de adeptos na cidade do Recife e Salvador este artigo
procura identificar algumas dessas imagens.
Introdução
Meu pai foi criado dentro dessa religião. Mas como na época... Meu
pai alcançou a época de Agamenon Magalhães. Então não era religião
de matriz africana era considerado “seita”. O que era religião? Era a
católica e a protestante. E no caso, meu pai teve a criação de dupla
pertença, porque apesar dos pais dele serem do candomblé, os pais
mesmo obrigavam a que ele assistisse a missa, se comungasse e se
confessasse porque precisava ter essa dupla pertença, precisava ter
uma religião. E o candomblé era uma seita.5
Ainda de acordo com Reginaldo Prandi (2003), foi só recentemente, na medida
em que a sociedade brasileira pôde prescindir do catolicismo como fonte única de
legitimação da ordem social, que o candomblé pôde começar a se desligar do
catolicismo. Nessa nova configuração social:
Não é mais preciso ser católico para ser brasileiro: pode-se ter
qualquer religião, ou nenhuma. O sincretismo não faz mais sentido e
para muitos adeptos do Candomblé, sobretudo sua liderança mais
esclarecida (em todas as partes do Brasil) retirar dessa religião afro-
brasileira os elementos católicos faz parte desse retorno à origem,
dessa volta à África (...) ao negar o sincretismo, deixando para trás a
religião da Igreja, seus ritos e santos, o novo Candomblé se põe em pé
de igualdade com o Catolicismo, deixa de ser religião subalterna, já
que não se vê a si mesmo como a religião do escravo. (PRANDI,
2006, p.97 – grifos nossos)
É, portanto, nesse processo de construção de um “novo Candomblé” elaborado a
partir de um, ainda, pequeno grupo de sacerdotes e sacerdotisas, que é necessário situar
o movimento atual de africanização (ou reafricanização) das religiões afro-brasileiras.
Reafricanização que implica numa rejeição do sincretismo e, por conseqüência, numa
desvalorização da umbanda. Ainda que tudo isso se expresse mais no plano do discurso
do que das práticas religiosas.
A religião do candomblé
Como foi dito anteriormente a preocupação com a adequação dos ritos aos
modos tradicionais, entendidos como aqueles praticados na África, não é algo novo
dentro do candomblé. De acordo com Silva (2006), o processo de reafricanização faz
parte da história do candomblé onde são recorrentes as menções às viagens
empreendidas por adeptos e ou sacerdotes, das quais retornavam trazendo novos
conhecimentos e liturgias.
Uma distinção importante marca o debate contemporâneo sobre reafricanização:
o peso atribuído ao sincretismo. Prática que anteriormente não era percebida como
constituindo um entrave à aproximação da religião aos ritos africanos. Esta é uma
situação bem diferente da atual, na qual várias lideranças religiosas estão engajadas num
movimento de depuração do candomblé das influências católicas e ameríndias. Como se
“apagando no presente as marcas da dominação católica e de outras misturas no
Candomblé, surgisse aqui a África no seu estado puro, tal qual teria sido trazida pelos
escravos no passado” (SILVA, 2006, p. 154).
CAOS – Revista Eletrônica de Ciências Sociais, n.14, Setembro 2009 Página 100
www.cchla.ufpb.br/caos
pessoas têm salões separados. Aqui a gente está tentando fazer isso.
Temos alguns espaços aqui dentro e a gente está tentando construir
um espaço só para a Jurema. Enquanto isso não acontece faz a
festividade no mesmo espaço.12
A gente que é mais novo... a gente vê o sincretismo com respeito por
causa dos mais velhos que foram criados assim. Mas tenta
desmembrar um pouco para não ficar preso a laços que foram feitos
antigamente. Na casa que eu sou ogã, acontece às vezes da minha mãe
de santo celebrar uma missa dentro do terreiro (...) Foram coisas que
não dá para tirar porque está enraizada, senão a gente bate de frente
com os nossos mais velhos. Os mais novos hoje em dia é que tem que
acabar com isso.13
A fala acima, de um adepto da cidade de Salvador, ilustra uma aparente
contradição: embora o manifesto contra o sincretismo e a celebração da cultura tida
como “africana” sejam bem mais fortes naquela cidade, é também lá onde o peso das
ligações com o catolicismo se faz sentir de modo particularmente forte, fato
reconhecido por praticantes das duas cidades. Nos dois contextos as palavras “África” e
“reafricanização” assumem diferentes significados.
Uma das diferenças significativas diz respeito ao peso adquirido pelo tema. No
caso do Recife, há uma primeira leitura que relaciona o termo “reafricanização” aos
praticantes do Sudeste, particularmente, do estado de São Paulo. Esse movimento é
visto, por alguns, como algo mercantilizado e pouco sério:
O movimento lá fora está muito grande, mais em São Paulo. Todo
esse processo de africanização, de trazer algumas coisas do ritual,
aparentemente “africano”, que já começou a perder também o sentido.
O que está acontecendo é que muitas coisas são falsas. É a
africanização... Nisso todo mundo é rei. Tem muita linhagem de reis e
rainhas não se sabe de onde. Tem muita gente vendendo determinados
fundamentos, querendo modificar a tradição... Pessoas que, inclusive,
têm nomes muçulmanos, não têm nenhuma ligação com o orixá.14
Eu contratei um professor para me dar umas aulas particulares de
yorubá, algumas noções e tal. Ele freqüentou a minha casa por um
tempo e ficamos amigos, ele é nigeriano e ele me disse assim:
“engraçado eu tenho o maior desprezo por isso. Na minha família isso
é uma briga porque essa religião é tradicional. Quando o meu avô
morrer, meu pai já disse que não vai ser ele, vai ser um dos filhos,
quer dizer um dos netos. Eu estou fora, não quero nem saber. Meus
irmãos nenhum quer. A gente não quer falar yorubá, a gente quer falar
inglês. É impressionante quando eu vejo vocês... Eu fico
impressionado com essa besteira.”15
A busca da adoção de um modelo supostamente mais “africano” é vista pelos
entrevistados como um modismo superficial ou como estratégia de disputa de poder
simbólico.
Você chega numa casa hoje e tudo veio da África. Essas estatuetas
vieram da África, esse traje veio da África. Muitas vezes nem veio da
África, foram comprados aqui em Fortaleza. E para tristeza de todos,
todos os modelos que nós usamos não são africanos são muçulmanos,
a começar pelo próprio chapeuzinho aqueté. O que é africano é muito
CAOS – Revista Eletrônica de Ciências Sociais, n.14, Setembro 2009 Página 101
www.cchla.ufpb.br/caos
pouco. A África foi invadida e tomada por várias etnias, por vários
povos.16
Essas falas trazem consigo uma concepção de África que parece comum entre os
sacerdotes entrevistados no Recife. A África que se busca aqui, não como um modelo a
ser copiado, mas como uma fonte de inspiração é a África das religiões animistas
tradicionais – as mesmas que o nigeriano improvisado em professor de yorubá rejeita
tão enfaticamente. A África contemporânea, marcada pela ocidentalização e pela
presença de religiões universalistas como o catolicismo e o islamismo, não apenas não é
interessante como é vista, de certo modo, como menos africana do que a África
preservada pelas religiões afro-brasileiras. Neste sentido, embora se reconheça também
a possibilidade de se aprender através dessa África não se vê motivo real para modificar
práticas tradicionais em função dos ensinamentos adquiridos de fonte e de modo menos
confiável:
Não adianta dizer que o de lá é mais correto do que o daqui. Do que
aquilo que foi deixado aqui. A gente tem que preservar o que foi
deixado aqui. Preservar a cultura afro-brasileira. Se a gente quiser
buscar lá, se a gente quiser aprender algo mais lá para correlacionar
como que fazemos aqui, isso é bom, só enriquece, mas nunca
menosprezando o que foi feito aqui. Porque se eu vou para a África
me iniciar em Oyó e chego aqui dizendo que nada do que foi feito
aqui está certo. Então tem que acabar tudo para africanizar tudo de
novo? 17
A fala acima traduz um sentimento comum a estes sacerdotes, a noção do
sentido de ser afro-brasileiro. Para eles, embora seja imperativo afirmar o candomblé
como religião, buscando, na medida do possível, desvinculá-los dos elementos
sincréticos, não há a perspectiva de uma volta à África, enquanto tentativa de
reconstrução da religião africana enquanto tal. Há pelo contrário uma valorização da
tradição aqui desenvolvida, tida como a mais adequada a nossa própria experiência. A
própria oposição “lá x aqui” presente nessas falas reafirma o pertencimento pleno a uma
sociedade diferente (a daqui) e o desejo de nela construir a sua religião.
Eu acho que as pessoas têm que sacar que o grande barato não é ir
buscar lá. Eu acho que é estudar o que você tem, é ver de onde você
veio. Procurar ao máximo sua identidade, sua história. 18
Percepções diferentes se expressam nas falas dos adeptos entrevistados em
Salvador. Em primeiro lugar, há uma tendência a se pensar na herança cultural africana
como algo unificado, um bloco coeso que, através do candomblé, pôde se manter
relativamente pura desde que foi trazida pelos escravos:
Nós temos um berço cultural, assim como os católicos e os
protestantes, e nesse berço cultural tem toda uma tradição que veio
com os nossos ancestrais e que se resgatou nesse espaço, tendo
contato com outras formas civilizatórias, que gerou o terreiro de
candomblé. 19
A base ancestral é a mesma, certo? Essa parte do respeito, da
tolerância, do respeito à liberdade sexual... Tudo isso já vem do
africano. Modificou porque misturou com índio, português... Aí,
certas coisas se modificaram. Em certas coisas até de santo que não é
a mesma coisa lá na África, mas a base é a mesma. Essa base ancestral
de respeito é a mesma de 07 mil anos atrás. Nós somos socialistas,
comunistas, democráticos, feministas há mais de 07 mil anos. 20
CAOS – Revista Eletrônica de Ciências Sociais, n.14, Setembro 2009 Página 102
www.cchla.ufpb.br/caos
Essa tradição contínua é também encarada como uma “matriz civilizacional
primeira”, uma espécie de início de tudo, onde outras tradições vieram beber para
construir sua ritualística:
Eu fiquei boquiaberta vendo aquela cerimônia de sepultamento do
Papa. Porque assim... 70% eram rituais dos orixás do candomblé (...)
Aí, você chega a dizer: se a religião da gente tem mais de 07 mil anos
e a do padre só tem 2 mil anos, onde é que se criou todo aquele círculo
de ritual, entendeu?21
O pertencimento a essa tradição parece levar os entrevistados a procurar
construir uma identidade simbólica africana. Nesse processo de identificação as nações
do candomblé passam a ser localizadas numa zona nebulosa – algo entre denominação
ritualística e identidade étnica. Vejamos algumas falas:
Eu tô falando da minha parte, porque eu sou keto. Eu falo da minha
parte, da minha etnia. Aí, não se trata de sincretismo, realmente é
tribo, né? Porque na África é coisa de tribo, de nação, né? Angola por
parte do Quênia, não Quênia, Moçambique. Isso tudo é yorubá.
Angola eu acho que vem do Congo, Congo em diante (...).22
Nós somos povos daomeanos! Somos jêjês! Nós somos keto! Somos
povos keto! Nós somos bantos! Somos povos bantos. Aqui no Brasil
nos juntamos, mas somos povos. Não deixamos de ser povos. As
matrizes que se abrem no Brasil pelo próprio processo histórico (...).
Os grupos que chegaram aqui se identificaram e se juntaram. A
religião de matriz africana brasileira se deu num outro contexto.23
As duas falas reproduzidas acima, embora provindas de pessoas com posições
bem distintas em termos de instrução formal e status social, expressam uma
similaridade espantosa. Ambos os entrevistados se vêem como parte de uma linhagem
contínua – expressa pela nação do candomblé – e, em decorrência disso, como
africanos. Tal como ocorreu com a tradição, cujas transformações são encaradas como
acidentais – motivadas pelo contexto histórico – e, portanto, incapazes de alterar a sua
essência, o mesmo parece ter ocorrido com as linhagens e os indivíduos. Nessa
concepção, o compartilhar coletivo dessa tradição ininterrupta torna os adeptos do
candomblé algo que podemos chamar de “cidadãos de matriz africana”. Esse sentimento
de pertencimento incita a construção de uma visão especifica da África, baseada num
apagamento das suas tensões sociais e políticas e numa aposta, mais ou menos
consciente, na idéia de uma unidade básica subjacente aos diferentes povos africanos:
Nós tivemos aqui um fórum África-Brasil (...). E nós passávamos a
madrugada discutindo. Numa dessas rodas, o A., que é de Cabo
Verde, disse: “Eu não admito que se diga que os grupos étnicos no
Zimbábue tenham racismo um em relação ao outro. Eles não estão
discutindo racismo, mas poder, não é?” E eu disse; “Claro. Imagine
que você me reconhece como yoruba e você não me garante espaço.
Mas você não me garante espaço porque eu sou yoruba. Que coisa boa
não é? Você me reconheceu que eu sou ... Você parte do princípio que
eu sou alguém. Eu não sou uma coisa, eu não sou um animal. A luta
agora vai ser, se eu sou alguém, esse alguém vai disputar o poder com
você. Aí então vem essa discriminação que foi construída dentro
desses grupos na África. Lá tem essa discriminação étnica, mas que
isso não é racismo. 24
De forma bastante incipiente e generalista, poderíamos falar de três diferentes
modelos25 ou seja, modos de se posicionar diante do movimento de africanização das
religiões afro-brasileiras: a primeira seria caracterizada pelos sacerdotes e sacerdotisas
CAOS – Revista Eletrônica de Ciências Sociais, n.14, Setembro 2009 Página 103
www.cchla.ufpb.br/caos
sediados, principalmente em São Paulo, para quem o movimento de “ir à África”
aparece tanto como a busca de uma pureza ritual e doutrinária, como também como
estratégia de legitimação frente às aclamadas casas da Bahia. Um segundo modelo, o
baiano, parece dizer: “Não precisamos ir a lugar nenhum. A África está aqui preservada
em nossa tradição”. Nesse caso, embora se condene o sincretismo, pode-se conviver
com ele em nome mesmo da tradição e, também por considerá-lo, apenas um elemento
exterior incapaz de modificar de forma profunda a religião. Por último, temos o modo
como os sacerdotes do Recife – cuja tradição, embora antiga, nunca foi tida como tão
pura quanto a da Bahia – buscam se situar aceitando a possibilidade de se enriquecerem
através desse contato, mas buscando reafirmar a sua como uma religião autonomamente
afro-brasileira.
Referências
CONSORTE, Josildete. Em torno de um manifesto de ialorixás baianas contra o
sincretismo. In CAROSO, Carlos & BACELAR, Jefferson (org.) Faces da tradição
afro-brasileira: religiosidade, sincretismo, anti-sinretismo, reafricanização,
práticas terapêuticas, etnobotânica e comida. 2 ed. Rio de Janeiro: Pallas, Salvador:
CEAO, 2006. p. 71-91.
JENSEN, Tina Gudrun. Discurso sobre as religiões afro-brasileiras: da desafricanizaçao
para a reafricanizaçao. In Revista de Estudos da Religião. n° 1. 2001. São Paulo.
ORO, Ari Pedro. “A desterritorialização das religiões afro-brasileiras” In Horizontes
Antropológicos. Vol.1. n° 03, 1995. disponível em
http://www.seer.ufrgs.br/index.php/HorizontesAntropologicos/article/viewArticle/.
Acessado em 25/08/2007
PRANDI, Reginaldo. Referências sociais das religiões afro-brasileiras: sincretismo,
branqueamento, africanização. In CAROSO, Carlos & BACELAR, Jefferson (org.)
Faces da Tradição afro-brasileira: religiosidade, sincretismo, anti-sinretismo,
reafricanização, práticas terapêuticas, etnobotânica e comida. 2 ed. Rio de Janeiro:
Pallas, Salvador: CEAO, 2006. p. 93-111.
_______, As religiões afro-brasileiras e seus seguidores. In Civitas, Porto Alegre, v. 3,
nº 1, jun. 2003. Disponível em
http://revistaseletronicas.pucrs.br/ojs/index.php/civitas/article/view/108/104. Acessado
em 16/08/2007
SILVA, Wagner Gonçalves da. Reafricanização e sincretismo: interpretações
acadêmicas e experiências religiosas. In CAROSO, Carlos & BACELAR, Jefferson
(org.) Faces da tradição afro-brasileira: religiosidade, sincretismo, anti-sinretismo,
reafricanização, práticas terapêuticas, etnobotânica e comida. 2 ed. Rio de Janeiro:
Pallas, Salvador: CEAO, 2006. p. 149-157.
ABSTRACT
CAOS – Revista Eletrônica de Ciências Sociais, n.14, Setembro 2009 Página 104
www.cchla.ufpb.br/caos
researchers. The very term "African roots" seems to have as a goal to highlight the
direct link between the origin (root) and the contemporaneity of these religions. Thus,
they come to be considered in the light of their proximity to a particular tradition and
not as a “mix” of different cultural traditions, as identified by the term "African-
brazilian". That is to say as African and not as syncretic religions. In an even more
radical manner some divines reject the very term "candomblé", claiming that this refers
to a syncretic religion, and choose instead the word "tradition of orisha" to define their
religion. But, which Africa is spoken about? What image or images of the African
continent are being created/reproduced by the adepts of religions of African origin?
How does this mythical Africa live together with current practices? Based on the
testimony of adepts in the cities of Recife and Salvador, this article seeks to identify
some of these images.
NOTAS
1
Texto publicado nos anais do III Simpósio Internacional sobre Religiosidades, Diálogos Culturais e
Hibridações realizado em Mato Grosso do Sul de 21 a 24 de abril de 2009.
(www.simposioreligioes.ufms.br)
2
Drª. em Antropologia, pesquisadora da Fundação Joaquim Nabuco – Recife. Email:
<[email protected]>
3
Sacerdote do candomblé, branco, Recife. Entrevista pessoal realizada em 22/07/2008
4
Quero diferenciar o funeral (enterro) realizado dentro do rito católico do “axexê” que é realizado após o
enterro.
5
Sacerdote do candomblé, negro, Recife. Entrevista pessoal realizada em 04/09/2008.
6
Sacerdote do candomblé, branco, Recife. Entrevista pessoal realizada em 23/08/2008.
7
Sacerdote do candomblé, negro, Recife. Entrevista pessoal realizada em 04/09/2008.
8
Sacerdote do candomblé, negro, Recife. Entrevista pessoal realizada em 04/09/2008. Grifos nossos.
9
Sacerdote do candomblé, branco, Recife. Entrevista pessoal realizada em 23/08/2008. Grifos nossos.
10
Sacerdote do candomblé, branco, Recife. Entrevista pessoal realizada em 22/07/2008. Grifos nossos.
11
Sacerdote do candomblé, negro, Recife. Entrevista pessoal realizada em 04/09/2008
12
Sacerdote do candomblé, negro, Recife. Entrevista pessoal realizada em 04/09/2008
13
Adepto do candomblé, negro, Salvador. Entrevista pessoal realizada em 18/12/2008
14
Sacerdote do candomblé, branco, Recife. Entrevista pessoal realizada em 23/08/2008
15
Sacerdote do candomblé, branco, Recife. Entrevista pessoal realizada em 22/07/2008
16
Sacerdote do candomblé, branco, Recife. Entrevista pessoal realizada em 23/08/2008
17
Sacerdote do candomblé, negro, Recife. Entrevista pessoal realizada em 04/09/2008. Grifos nossos.
18
Sacerdote do candomblé, branco, Recife. Entrevista pessoal realizada em 22/07/2008.
19
Adepto do candomblé, negro, gestor público, Salvador. Entrevista pessoal realizada em 16/12/2008.
20
Adepto do candomblé, negro, Salvador. Entrevista pessoal realizada em 18/12/2008
21
Adepta do candomblé, negra, Salvador. Entrevista pessoal realizada em 18/12/2008.
22
Adepto do candomblé, negro, Salvador. Entrevista pessoal realizada em 18/12/2008
23
Adepto do candomblé, negro, Salvador. Entrevista pessoal realizada em 17/12/2008
24
Idem
25
Estou usando os modelos no sentido de atitudes estereotipadas que, ao menos ao nível do discurso,
permitem-nos contrastar os três grupos.
CAOS – Revista Eletrônica de Ciências Sociais, n.14, Setembro 2009 Página 105
www.cchla.ufpb.br/caos