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MATEMÁTICA 1

2024/2025

1

WOLFRAMALPHA

2
TOPOLOGIA

]1,2[ é um intervalo aberto.

[1,2] é um intervalo fechado.

O conjunto

]1,2[ ∪ {3}

é aberto?

3
DISTÂNCIA E BOLA ABERTA

Definição: Dados a, b ∈ ℝ a distância de a a b é dada por

d(a, b) = | a − b | , para todo x ∈ I.

Definição: Dado um ponto a ∈ ℝ, define-se bola aberta de centro a


e raio r ao conjunto

Br (a) = {x ∈ ℝ : | x − a | < r} = ]a − r, a + r[.

Note-se que:

|x − a| < r ⇔ − r < x − a < r


⇔ a − r < x < a + r.

4
VIZINHANÇA E PONTO INTERIOR

Definição: Dado um ponto a ∈ ℝ e um conjunto V ⊆ ℝ. Diz-se que V


é uma vizinhança de a se existe uma bola aberta centrada em a
contida em V

Definição: Dados a ∈ ℝ e A ⊆ ℝ, diz-se que a é um ponto interior de A se existe


r > 0 uma (ou uma vizinhança), tal que

Br (a) ⊆ A.

O interior de A é o conjunto de todos os pontos de A que são interiores a A e que


se representa por int (A).

Conjunto [a, b] ∪ {c}

a d b c
5
d é o único ponto interior
PONTO DE ACUMULAÇÃO E PONTO ADERENTE
Definição: Dado um ponto a ∈ ℝ e um conjunto A ⊆ ℝ. Diz-se que a é um ponto de acumulação de
A se para todo o r > 0, tem-se que

Br (a) ∩ A∖{a} ≠ ∅

Ao conjunto dos pontos de acumulação de A chamamos de derivado de A e representamos pelo A′.

Definição: Dado um ponto a ∈ ℝ e um conjunto A ⊆ ℝ. Diz-se que a é um ponto de aderente


de A se para todo o r > 0, tem-se que

Br (a) ∩ A ≠ ∅

O conjunto dos pontos aderentes de A é chamado de aderência (ou fecho) de A e representa-


se por Ā.

Conjunto [a, b] ∪ {c}

a d b c
Todos os pontos são aderentes mas c não é ponto de acumulação
6

CONJUNTO ABERTO E CONJUNTO FECHADO

Definição: Um conjunto A é aberto se

int (A) = A.

Definição: Um conjunto A é fechado se

A = A.

7
EXERCÍCIO TOPOLOGIA

Exercício: Indique se os seguintes conjuntos são abertos ou fechados e os seus


derivados.

1. A = ℕ 4. D = [3,5] 7. G = [3,5] ∪ {6}

2. B = ℝ 5. E = ]3,5] 8. H = ]−∞,2[

3. C = ]3,5[ 6. F = ]3,5[ ∪ {6} 9. I = ]−∞,2]

Soluções

1. Fechado. int (A) = ∅, A = ℕ e 4. Fechado. int (D) = ]3,5[, 7. Fechado. int (G) = ]3,5[,
A′ = ∅. D = D′ = [3,5]. G = [3,5] ∪ {6} e G′ = [3,5].

2. Aberto e fechado. int (B) = ℝ 5. Nem aberto nem fechado. 8. Aberto. int (H ) = ]−∞,2[,
e B = B′ = ℝ. int (E) = ]3,5[, E = E′ = [3,5]. H = H′ = ]−∞,2].

3. Aberto. int (C) = ]3,5[, 6. Nem aberto nem fechado. 9. Fechado. int (H ) = ]−∞,2[,
C = C′ = [3,5]. int (F ) = ]3,5[, F = [3,5] ∪ {6} H = H′ = ]−∞,2].
e F′ = [3,5].
8









DEFINIÇÃO DE LIMITE

Definição: Sejam a ∈ ℝ um ponto de acumulação de Df e b ∈ ℝ.


Diz-se que f tende para b quando x tende para a se

∀δ>0 ∃ε>0 ∀x ∈ Df ∖{a} : x − a < ε ⇒ f (x) − b < δ.

Simbolicamente escreve-se

lim f (x) = b.
x→a

9
DEFINIÇÃO DE LIMITE - EXEMPLOS

b
a a

Existe limite Não existe limite

b b

a a

10
Existe limite Existe limite
EXERCÍCIO DEFINIÇÃO DE LIMITE

Exercício: Use a definição para provar que

lim 2x + 3 = 5.
x→1

Solução

Quer-se provar que

∀δ>0 ∃ε>0 ∀x ∈ ℝ∖{1} : x − 1 < ε ⇒ (2x + 3) − 5 < δ

Visto que

| (2x + 3) − 5 | = | 2x − 2 | = 2 | x − 1 | < 2ε ⩽ δ,

δ
Para ε ⩽ , tem-se o resultado pretendido.
2 11
LIMITES LATERAIS

Definição: Diz-se que o limite de f é b, quando x tende para a pela esquerda, e


escreve-se

lim− f (x) = b
x→a

se

∀δ>0 ∃ε>0 ∀x ∈ Df ∖{a} : a − ε < x < a ⇒ f (x) − b < δ.

Definição: Diz-se que o limite de f é b, quando x tende para a pela direita, e escreve-
se

lim+ f (x) = b
x→a

se

∀δ>0 ∃ε>0 ∀x ∈ Df ∖{a} : a < x < a + ε ⇒ f (x) − b < δ.


12
LIMITES LATERAIS - EXEMPLO

b2

b1
a

lim− f (x) = b2
x→a

lim+ f (x) = b1
x→a

13
PROPRIEDADES DOS LIMITES

Proposição: O limite de uma função num ponto, se existir, é

único.

Proposição: Sejam f e g duas funções. Se

lim f (x) = b e lim g (x) = c,


x→a x→a

então

1. existe o limite lim (f (x) ± g (x)) e lim (f (x) ± g (x)) = b ± c;


x→a x→a

2. para α ∈ ℝ, existe o limite lim (αf (x)) e lim (αf (x)) = αb;
x→a x→a

3. existe o limite lim (f (x) × g (x)) e lim (f (x) × g (x)) = b × c;


x→a x→a

f (x) f (x) b
4. se c ≠ 0, existe o limite lim e lim = .
x→a g (x) x→a g (x) c
14
PROPRIEDADES DOS LIMITES - CONTINUAÇÃO

Teorema: Seja a um ponto de acumulação de Df. Então,

lim f (x) = b ⇔ lim+ f (x) = b = lim− f (x).


x→a x→a x→a

Teorema: Seja f uma função tal que lim f (x) = 0. Seja g uma outra
x→a
função tal que existe uma vizinhança V de a em que g é limitada em
Df ∩ V∖{a}. Então,

lim f (x) g (x) = 0


x→a

Observação: O produto de um infinitésimo por uma função limitada


é um infinitésimo. 15
EXERCÍCIO 1

Exercício: Seja h a função real de variável real definida por

x, se x < 0
h (x) = x 2, se 0 < x ⩽ 2.
8 − x, se x > 2

Indique, caso existam, os valores dos seguintes limites.


a. lim h (x) e. lim h (x) Soluções e. lim h (x) = 6
+
x→−2 x→2 x→2+

a. lim h (x) = − 2
b. lim h (x) f. lim− h (x) x→−2 f. lim− h (x) = 4
+
x→0 x→2 x→2

b. lim h (x) = 0
c. lim h (x) g. lim h (x) x→0+ g. não existe

x→0 x→2

c. lim h (x) = 0 h. lim h (x) = 5


d. lim h (x) h. lim h (x) x→0 −
x→3
x→0 x→3

d. lim h (x) = 0
x→0
16
DEFINIÇÃO DE LIMITE QUANDO x → + ∞

Definição: Sejam f : ]a, + ∞[ → ℝ uma função e b ∈ ℝ. Diz-se que f


tende para b quando x tende para +∞ se

∀δ>0 ∃M>0 ∀x ∈ Df ∖{a} : x > M ⇒ f (x) − b < δ.

Simbolicamente escreve-se

lim f (x) = b.
x→+∞

Observação: De modo semelhante pode-se definir os limites

lim f (x) = + ∞, lim f (x) = b, lim f (x) = ∞, etc.


x→+∞ x→−∞ x→a

17
LIMITES INFINITOS - EXEMPLO

−3

lim f (x) = − 3 lim− f (x) = − ∞


x→−∞ x→0

lim f (x) = − ∞ lim+ f (x) = + ∞


x→+∞ x→0

18
OPERAÇÕES ALGÉBRICAS COM LIMITES INFINITOS

• Se lim f (x) = a e lim g (x) = b, então lim f (x) + g (x) = a + b;


x→+∞ x→+∞ x→+∞

• Se lim f (x) = a e lim g (x) = ± ∞, então lim f (x) + g (x) = ± ∞;


x→+∞ x→+∞ x→+∞

• Seja a > 0, se lim f (x) = a e lim g (x) = ± ∞, então lim f (x) g (x) = ± ∞;
x→+∞ x→+∞ x→+∞

• Se lim f (x) = + ∞ e lim g (x) = − ∞, então lim f (x) g (x) = − ∞;


x→+∞ x→+∞ x→+∞

1
• lim f (x) = ± ∞, então lim = 0;
x→a x→a f (x)

+ 1
• lim f (x) = 0 , então lim = + ∞;
x→a x→a f (x)

− 1
• lim f (x) = 0 , então lim = − ∞;
x→a x→a f (x)

19
OPERAÇÕES ALGÉBRICAS COM LIMITES INFINITOS - ABREVIAÇÃO

• (+∞) + (+∞) = + ∞ b
• =0

• (−∞) + (−∞) = − ∞ ∞
• =∞
0
• (± ∞) + b = ± ∞
b
=∞
• (± ∞) × b = ± ∞, se b > 0 •
0

20
INDETERMINAÇÕES

• (+∞) + (−∞)
0

• (+∞) − (+∞) 0

• 00
• (−∞) − (−∞)

±∞ × 0
• 1∞

∞ • ∞0

21
EXERCÍCIO 2 - PARTE 1

Exercício: Calcule caso exista, cada um dos seguintes limites:

a. lim 3x 3 − 2x 2 + 4 d. lim cos (3x) x−1


x→1 x→π
g. lim
x→1 x 2 − 1
2 −x + 2
b. lim e. lim 3x 3
x→−3 x + 2 x→1 2 h. lim
x→+∞ x 3 + 2x

c. lim x+1
x→3

Soluções d. lim cos (3x) = − 1


x→π

a. lim 3x 3 − 2x 2 + 4 = 5 −x + 2 1
x→1 e. lim =
x→1 2 2
2
b. lim =−2 x−1 1
x→−3 x + 2 g. lim =
x→1 x − 1
2 2
c. lim x+1 =2
x→3 3x 3
h. lim =3 22
x→+∞ x + 2x
3
PRINCÍPIO DO ENCAIXE

Definição: Sejam f, g e h três funções. Se existe uma vizinhança V de


a tal que:

1. f (x) ⩽ h (x) ⩽ g (x), para todo o x ∈ V∖{a};

2. lim f (x) = lim g (x) = b


x→a x→a

Então,

lim h (x) = b.
x→a

23
EXERCÍCIO 3

1. Mostre que sin (x) cos (x) < x < tan (x);

sin (x)
2. Conclua que lim = 1.
x→0 x
Solução

sin (x) cos (x)


A área do triângulo OAD é
2
tan (x)
A área do triângulo OCB é
2
2 x x
A área do sector π × 1 × =
2π 2
sin (x) cos (x) x tan (x)
Logo, < <
2 2 2
24
EXERCÍCIO 3 - CONTINUAÇÃO

Como no primeiro quadrante

as funções trigonométrica são positivas, tem-se que

sin (x) cos (x) < x < tan (x)

x 1
⇔ cos (x) < <
sin (x) cos (x)
sin (x) 1
⇔ cos (x) < < .
x cos (x)
1
Como lim cos (x) = lim = 1, pelo princípio do encaixe tem-se
x→0 x→0 cos (x)

sin (x)
lim = 1.
x→0 x
25
EXERCÍCIO 4

Use o teorema do encaixe para provar que

(x)
1
lim+ x cos = 0.
3

x→0

(x)
1
Solução: Visto que −1 ⩽ cos ⩽ 1, tem-se que

(x)
1
− x⩽ x cos ⩽ x
3 3 3

Como lim − x = lim+ x = 0, então pelo teorema do encaixe


3 3
+
x→0 x→0

(x)
1
lim+ x cos = 0.
3

x→0
26
LIMITES NOTÁVEIS LIMITES IMPORTANTES

sin (x) ex
• lim =1 • lim k = + ∞, com k ∈ ℝ
x→0 x x→+∞ x

1 − cos (x) ln (x)


• lim =0 • lim = 0, com k > 0
x→0 x x→+∞ x k

ex − 1 sin (x) 1
• lim =1 • lim = lim sin (x) = 0
x→0 x x→+∞ x x→+∞ x
ln (1 + x) (infinitésimo vezes uma função
• lim =1
x→0 x limitada)

x→+∞ ( x)
x
k cos (x) 1
• lim 1 + = e k, com k ∈ ℝ • lim = lim cos (x) = 0
x→+∞ x x→+∞ x

(infinitésimo vezes uma função


limitada)
27
EXERCÍCIO 2 - PARTE 2

Exercício: Calcule caso exista, cada um dos seguintes limites:

e −5x − 1 sin2 (sin (x))


f. lim i. lim
x→0 x x→0 x sin (x)
Soluções

e −5x − 1 e −5x − 1
f. lim = − 5 lim =−5
x→0 x x→0 −5x
sin2 (sin (x)) sin2 (sin (x)) sin (x)
lim = lim
x→0 x sin (x) x→0 sin (x) x
i. sin (sin (x)) sin (sin (x)) sin (x)
= lim
x→0 sin (x) sin (x) x
=1 28
EXERCÍCIOS - LIMITES
Exercício: Calcule caso exista, cada um dos seguintes limites:

3x 2 − 3x + 2 f. lim x2 + 5 − x k. lim sin (x)


a. lim x→2 x→+∞
x→0 2x 2 − 1

(x)
2 g. lim x2 + 5 − x 1
3x − 3x + 2 l. lim sin (x) sin
b. lim x→+∞ x→0
x→+∞ 2x 2 − 1
2
x+6− 12 − x e 3x − 1
3x − 3x + 2 h. lim m. lim
c. lim x→3 x2 − 9 x→0 x
x→−∞ 2x 2 − 1
x−2
4
3
3x − 3 2e 3x+3 − 2
i. lim n. lim
d. lim x→−1 sin (x + 1)
x→1 x 2 − 1
x→16 x−4

x −4 2
j. lim f (x) se ln (1 + x 2)
e. lim o. lim
ln (sin2 (x))
x→3
x→2 x 3 − x 2 − x − 2
{2x + 17 se x > 3
3 x→0
x − 2, se x < 3
f (x) =
29
EXERCÍCIOS - LIMITES - SOLUÇÕES

a. −2 g. 0 m. 3

3 1 n. 6
b. h.
2 18
3 o. 0
1
c. i.
2 4
9 j. 25
d.
2
k. não existe
4
e.
7 l. 0
f. 1

30
DEFINIÇÃO DE CONTINUIDADE

Definição: Sejam f : Df → ℝ uma função e a ∈ Df um número real.


Diz-se que f é contínua em a se

∀δ>0 ∃ε>0 ∀x ∈ Df : x − a < ε ⇒ f (x) − f (a) < δ.

Uma função diz-se contínua se é contínua em todos os pontos do


seu domínio.

• Se a for um ponto isolado de Df, a função é contínua em a.

• Se a ∈ Df é um ponto de acumulação de Df, f é contínua em a se e só se

lim f (x) = f (a).


x→a

• As funções elementares, nomeadamente as funções polinomiais, exponenciais,


logarítmicas, trigonométricas são contínuas nos respectivos domínios.
31
DEFINIÇÃO CONTINUIDADE- EXEMPLOS

b
a a

f é contínua f não é contínua

f é contínua
32
f não é contínua
CONTINUIDADE EM PONTOS DE ACUMULAÇÃO

Sejam f : Df → ℝ uma função real e a ∈ Df um ponto de acumulação


de Df

• Diz-se que f é contínua em a se lim f (x) = f (a)


x→a

• Diz-se que f é contínua à direita em a se lim f (x) = f (a)


x→a +

• Diz-se que f é contínua à esquerda em a se lim f (x) = f (a)


x→a −

• Se [a, b] ⊆ Df , diz-se que f é contínua no intervalo [a, b] se f é


contínua em todos os pontos do intervalo ]a, b[, é contínua à
direita em a e é contínua à esquerda em b.

33
PROPRIEDADES DA CONTINUIDADE

Proposição: Se duas funções f e g são contínuas em a, então para


todo o real k, as funções
• f±g • fg • f n , com n ∈ ℤ

• kf f • f
• , se g (a) ≠ 0
g
são também contínuas em a.

Proposição: Se f é uma função contínua em a e g é uma função


contínua em f (a), então g ∘ f é contínua em a.

34
PROLONGAMENTO POR CONTINUIDADE

Definição: Sejam f e g duas funções com domínios Df e Dg, diz-se


que g é um prolongamento de f (ou que f é uma restrição de ) se

Df ⊊ Dg e ∀x ∈ Df , f (x) = g (x).

Seja a um ponto de acumulação de Df, com a ∉ Df. Diz-se que f é


prolongável por continuidade a a, se existe um prolongamento de f,
com domínio Df ∪ {a}, contínuo em a.

Proposição: Seja a um ponto de acumulação de Df, com a ∉ Df. Então,

f é prolongável por continuidade a a sse existe lim f (x).


x→a
35
PROLONGAMENTO POR CONTINUIDADE - CONTINUAÇÃO
O prolongamento por continuidade de f a a é a função f˜ definida por

f (x), se x ∈ Df

{lim
f˜ (x) = f (x), se x = a
.
x→a

Prolongamento
a por continuidade a

Prolongamento
por continuidade
a a
36
EXERCÍCIO 5

Exercício: Considere a função real de variável real definida por

e x, se x ⩽ 0
ln(3 − x)
f (x) = , se 0 < x < 2
2−x
1, se x > 2

a. Determine o domínio de f;

b. Estude f quanto à continuidade;

c. Determine, se possível, o prolongamento por continuidade da


função f ao ponto de abcissa x = 2. Justifique

37
EXERCÍCIO 5 - SOLUÇÕES

Soluções

Df = {x ∈ ℝ : (x ⩽ 0) ∨ (0 < x < 2 ∧ 3 − x > 0 ∧ 2 − x ≠ 0) ∨ (x > 2)}


a.
= ℝ∖{2}

b. Para x < 0, f é contínua pois é a função exponencial.


Para 0 < x < 2, f é contínua pois é o quociente e a composição de
funções contínuas (logaritmo e polinómios).
Para x > 2, f é contínua pois é a função constante.
Como f (0) = 1 e
x ln (3 − x) ln (3)
lim− f (x) = lim− e = 1 e lim+ f (x) = lim+ = .
x→0 x→0 x→0 x→0 2−x 2
f não é contínua em x = 0 pois lim f (x) ≠ f (0)
x→0

38
EXERCÍCIO 5 - SOLUÇÕES - PARTE 2

Soluções

c. Como

ln (3 − x) ln (1 + (2 − x))
lim− f (x) = lim− = lim− =1
x→2 x→2 2−x x→2 2−x

lim+ f (x) = 1,
x→2

então existe lim f (x) e f é prolongável a x = 2. O seu prolongamento é dado por


x→2

e x, se x ⩽ 0
ln(3 − x)
f (x) = , se 0 < x < 2.
2−x
1, se x ⩾ 2

39
TEOREMAS FUNDAMENTAIS DAS FUNÇÕES CONTÍNUAS

Teorema do valor intermédio ou Teorema de Bolzano: Seja


f : [a, b] → ℝ uma função contínua. Se f (a) ≠ f (b) e k é um número
real entre f (a) e f (b), então existe algum c ∈ ]a, b[ tal que

f (c) = k.

a c b a c1 c2
b
40
TEOREMA DE BOLZANO - COROLÁRIOS

Corolário 1: Se f é contínua no intervalo [a, b] e f (a) f (b) < 0, então


f tem pelo menos um zero em ]a, b[.

a b

Corolário 2: Se f é contínua no intervalo [a, b] e não se anula

em nenhum ponto de [a, b], então em todos os pontos de [a, b] a

função f tem o mesmo sinal.

41
TEOREMA DE WEIERSTRASS

Teorema de Weierstrass: Qualquer função contínua num intervalo


[a, b] (fechado e limitado) tem máximo e mínimo nesse intervalo.

A condição do domínio
A condição de ser um intervalo limitado
continuidade é essencial e fechado é essencial

a b

42
EXERCÍCIO 6

Exercício: Considere a função real de variável real definida por

x 2
sin ( x ),
1
se x ≠ 0
f (x) =
a, se x = 0

a. Determine o valor de a de forma que f seja contínua em 0;

b. Mostre que existe pelo menos um c pertencente ao intervalo

]π π[
3 6
, , tal que f (x) = 1;

[ 2 2]
π π
c. Mostre que, para a = 0, f tem um mínimo no intervalo − ,

43
EXERCÍCIO 6 - SOLUÇÕES
Soluções:

( )
2 1
a. Como lim f (x) = lim x sin = 0 (infinitésimo vezes função limitada) e f (0) = a, então f é
x→0 x→0 x
contínua em 0 se a = 0.

[π π]
3 6
b. No intervalo , , f é contínua pois é o produto, quociente com denominador não nulo e
a composição de funções contínuas (polinómios e seno). Como

(π) π (3) (π) π (6) π


3 9 π 9 3 6 36 π 18
f = 2 sin = <1ef = 2 sin = 2 > 1.
2π 2

]π π[
3 6
Logo, pelo Teorema de Bolzano existe um c pertencente ao intervalo , , tal que f (x) = 1;

[ 2 2]
π π
c. Se a = 0, f é contínua em − , . O Teorema de Weierstrass garante a existência do

máximo e mínimo intervalo fechado e limitado.

44
EXERCÍCIO 7

Exercício: Considere a função real de variável real definida por

f (x) = 6x 5 + 13x + 1. Mostre que f tem pelo menos um zero.

Solução:

f é contínua em ℝ pois é um polinómio.

Além disso,

f (0) = 1 e f (−1) = − 18.

Como f é contínua em [−1,0] e f (−1) f (1) < 0,


então, pelo corolário do Teorema de Bolzano,
f tem pelo menos um zero em ]−1,0[.

45
EXERCÍCIO 8

Exercício: Considere a função real definida por f (x) = e x sin (x) + x 3.


Prove que esta função tem um máximo e mínimo no intervalo [−π, π].

Solução:

f é contínua em [−π, π] pois é o produto


e a soma de funções contínuas
(exponencial, seno e polinómios).

Além disso, [−π, π] é um intervalo


fechado e limitado.

Pelo Teorema de Weierstrass, f tem um


máximo e mínimo no intervalo [−π, π].

46
CONTINUIDADE DA FUNÇÃO INVERSA

Teorema: Seja f uma função contínua e invertível. Se o domínio for um


intervalo [a, b], f −1 é contínua em f ([a, b]).

47
EXERCÍCIOS - CONTINUIDADE

Exercício1: Estude a continuidade das funções:


x e x−2
a. f (x) = e sin (3x)
{3,
, se x < 2
c. f (x) = 2x − 4
se x ⩾ 2
e x−2

{3,
, se x < 2
b. f (x) = 2x − 4
se x > 2

Exercício2: Mostre que a equação e x = 4 − x 3 admite pelo menos


uma solução no intervalo no intervalo I = [1,2]

{x 2 + 1,
x 3 + 3, se x ⩽ 1
Exercício3: A função definida por f (x) = satisfaz
se x > 1
as condições do Teorema de Weierstrass no intervalo I = [0,2]?

48
FUNÇÕES TRIGONOMÉTRICAS E TRIGONOMÉTRICAS INVERSAS

No círculo trigonométrico,
dado um ângulo α ∈ ℝ e um
ponto P = (x, y), define-se:

• sin (α) = y

• cos (α) = x
y
• tan (α) =
x

49
FUNÇÃO SENO

Domínio = ℝ

Contradomínio = [−1,1]

Período 2π

Não é injectiva

É uma função ímpar

Contínua

50
FUNÇÃO SENO - VALORES E REDUÇÃO AO PRIMEIRO QUADRANTE

(2 )
π
• sin − α = cos (α)

(2 )
π
• sin + α = cos (α)

(6) 2
• sin (0) = 0 π 1
• sin =

(2)
π • sin (π − α) = sin (α)
• sin =1

(4)
π 2
• sin = • sin (π + α) = − sin (α)
2
• sin (π) = 0

( 2 )

(3)
π 3 sin − α = − cos (α)
( 2 )
3π sin =

• sin =−1 •
2

( 2 )

• sin + α = − cos (α)

• sin (−α) = − sin (α)


51
FUNÇÃO COSENO

Domínio = ℝ

Contradomínio = [−1,1]

Periódica com período 2π

Não é injectiva nem sobrejectiva

É uma função par

Contínua

52
FUNÇÃO COSENO - VALORES E REDUÇÃO AO PRIMEIRO QUADRANTE

(2 )
π
• cos − α = sin (α)

(2 )
π
• cos + α = − sin (α)
cos (0) = 1
(6)

π 3
• cos =
2
(2)
π • cos (π − α) = − cos (α)
• cos =0

(4)
π 2
• cos = • cos (π + α) = − cos (α)
• cos (π) = − 1 2

( 2 )

(3) 2
π 1 cos − α = − sin (α)
( 2 )
3π cos =

• cos =0 •

( 2 )

• cos + α = sin (α)

• cos (−α) = cos (α)


53
FUNÇÃO TANGENTE

{2 }
π
Domínio = ℝ∖ + kπ : k ∈ ℤ

Contradomínio = ℝ

Periódica com período π

Não é injectiva mas é sobrejectiva

É uma função ímpar

Contínua no seu domínio

54
FUNÇÃO TANGENTE - VALORES

(6)
π 3
• tan (0) = 0 • tan =
3

(4)
π
• tan =1

(3)
• tan (π) = 0 π
• cos = 3

55
FUNÇÃO ARCOSENO

( 2)
π
1,

(2 )
π
,1

(0,0) (0,0)

( 2 )
π
− ,−1

( 2)
π
−1, −

[ 2 2]
π π
A restrição da função seno ao intervalo − , , que se chama

restrição principal, é injectiva e portanto invertível. 56


FUNÇÃO ARCOSENO

A função arcoseno, que se denota por arcsin, é definida por

[ 2 2]
π π
arcsin : [−1,1] ⟶ − ,

x ↦ arcsin (x) .

[ 2 2]
π π
Para todo o y ∈ − , e para todo o x ∈ [−1,1] tem-se que

sin (y) = x se e só se y = arcsin (x).

Da definição resulta que

[ 2 2]
π π
sin (arcsin (x)) = x para ∀x ∈ [−1,1] e arcsin (sin (x)) = x para ∀x ∈ − , .

57
FUNÇÃO ARCOCOSENO

(−1,π)

(0,1)

(2 )
π
( 2)
,0 π
0,

(π, − 1)

(1,0)

A restrição da função coseno ao intervalo [0,π], que se chama


restrição principal do coseno, é injectiva e portanto invertível. 58
FUNÇÃO ARCOCOSENO

A função arcocoseno, que se denota por arcsin, é definida por

arccos : [−1,1] ⟶ [0,π]


x ↦ arccos (x) .

Para todo o y ∈ [0,π] e para todo o x ∈ [−1,1] tem-se que

cos (y) = x se e só se y = arccos (x).

Da definição resulta que

cos (arccos (x)) = x para ∀x ∈ [−1,1] e arccos (cos (x)) = x para ∀x ∈ [0,π].

59
FUNÇÃO ARCOTANGENTE

π
2

π

2
π
2

π

2

] 2 2[
π π
A restrição da função tangente ao intervalo − , , que se chama

restrição principal da tangente, é injectiva e portanto invertível.


60
FUNÇÃO ARCOTANGENTE
A função arcotangente, que se denota por arctan, é definida por

] 2 2[
π π
arctan : ℝ ⟶ − ,

x ↦ arctan (x) .

] 2 2[
π π
Para todo o y ∈ − , e para todo o x ∈ ℝ tem-se que

tan (y) = x se e só se y = arctan (x).

Da definição resulta que

] 2 2[
π π
tan (arctan (x)) = x para ∀x ∈ ℝ e arctan (tan (x)) = x para ∀x ∈ − , .

61
EXERCÍCIO 9
Exercício: Considerando a restrição principal do seno, caracterize a
função inversa da função definida por

(3 )
π
f (x) = 2 − sin +x .

Solução:

[ 2 2]
π π
Como a restrição principal do seno é o intervalo − , , tem-se que f é

invertível se
π π π
−2 ⩽ 3
+x ⩽ 2
(e assume todos os valores neste intervalo)
5π π
⇔− 6
⩽x⩽ 6

[ 6 6]
5π π
Logo, Df = − , .

62
EXERCÍCIO 9 - CONTINUAÇÃO
Além disso,

−1 ⩽ sin ( 3 + x) ⩽ 1
π

⇔ − 1 ⩽ − sin ( π3 + x) ⩽ 1

⇔ 1 ⩽ 2 − sin ( 3 + x) ⩽ 3
π

Então, CDf = Df −1 = [1,3]. Como

(3 )
π
y = 2 − sin +x

(3 )
π
⇔ sin +x =2−y
π
⇔ + x = arcsin (2 − y)
3
π
⇔ x = arcsin (2 − y) −
3

[ 6 6]
π 5π π
Logo, f −1
(x) = arcsin (2 − x) − com Df −1 = [1,3] e CDf = − , .
−1
3
63
EXERCÍCIO 10

Exercício: Considere a f.r.v.r. definida por

(2 )
x
f (x) = π + 2 arccos −1 .

a. Determine o domínio de o contradomínio de f;

b. Caracterize a função inversa de f;

c. Determine, caso existam, as soluções das seguintes equações:

π
i. f (x) =
4

ii. f (x) =
2
64
EXERCÍCIO 10 - SOLUÇÃO

{ }
x
a. Df = x ∈ ℝ : − 1 ⩽ − 1 ⩽ 1 = [0,4] .
2

Note-se que

(2 )
x
0 ⩽ arccos −1 ⩽π

(2 )
x
⇔ 0 ⩽ 2 arccos − 1 ⩽ 2π

(2 )
x
⇔ π ⩽ π + 2 arccos − 1 ⩽ 3π .

Logo, CDf = [π,3π]

65
EXERCÍCIO 10 - SOLUÇÃO

b. Df −1 = CDf = [π,3π] e CDf −1 = Df = [0,4] .

Além disso,

(2 )
x
y = π + 2 arccos −1

(2 )
x y−π
⇔ arccos −1 =
2

( 2 )
x y−π
⇔ − 1 = cos
2

( 2 )
y−π
⇔ x = 2 + 2 cos

( 2 )
−1 x−π
Logo, f (x) = 2 + 2 cos .

66
EXERCÍCIO 10 - SOLUÇÃO
π
i. Como ∉ Df −1, a equação é impossível.
4

ii.


f (x) =
2

( 2 )
−1 5π
⇔x=f


2
−π
⇔ x = 2 + 2 cos
2

( 4 )

⇔ x = 2 + 2 cos

⇔x =2− 2.

67
EXERCÍCIO 11
Exercício: Considerando a restrição principal da tangente,
caracterize a função inversa da função definida por

(2 )
π
f (x) = 3 − tan − 3x .

Solução:

] 2 2[
π π
Como a restrição principal do seno é o intervalo − , , tem-se que f é

invertível se
π π π
−2 < 2
− 3x < 2
(e assume todos os valores neste intervalo)
π
⇔0<x< 3

] 3[
π
Logo, Df = 0, . Além disso, CDf = ℝ.

68
EXERCÍCIO 11 - CONTINUAÇÃO

Como

(2 )
π
y = 3 − tan − 3x

(2 )
π
⇔ tan − 3x = 3 − y
π
⇔ − 3x = arctan (3 − y)
2
π
⇔ − 3x = − + arctan (3 − y)
2
π 1
⇔ x = − arctan (3 − y) .
6 3

] 3[
−1 π 1 π
Logo, f (x) = − arctan (3 − x) com Df −1 = ℝ e CDf −1 = 0, .
6 3
69
EXERCÍCIO 12
Exercício: Calcule

arctan (x)
lim .
x→0 x

tan (x) sin (x)


Solução: Note-se lim = lim = 1.
x↔0 x x↔0 x cos (x)

Se se considerar

t = arctan (x) ⇒ tan (t) = x


x→0 ⇒ t→0

tem-se que

arctan (x) t
lim = lim = 1.
x→0 x t→0 tan (t)

70
EXERCÍCIOS - FUNÇÕES TRIGONOMÉTRICAS
Exercício 1: Calcule:

(2)
a. arcsin (0) 1 g. arccos (1)
d. arcsin

b. arcsin (−1)
( 2 )
3
e. arccos (−1) h. arccos
c. arcsin (1)
f. arccos (0)
i. arctan (0)

Exercício 2: Calcule:
a. limπ + tan (x) c. lim arctan (x)
x→− 2 x→−∞

b. lim− tan (x) d. lim arctan (x)


x→ π2 x→+∞

Exercício 3: Considere a função dada por f (x) = arccos (e x).


Determine, caso existam, os zeros de f.
71
EXERCÍCIOS - FUNÇÕES TRIGONOMÉTRICAS - SOLUÇÕES

Exercício 1: Calcule:

(2) 2
a. arcsin (0) = 0 1 π g. arccos (1) = 0
d. arcsin =
π

( 2 ) 6
b. arcsin (−1) = − 3 π
2 e. arccos (−1) = π h. arccos =
π
c. arcsin (1) = π
2 f. arccos (0) =
2 i. arctan (0) = 0

Exercício 2: Calcule:
π
a. limπ + tan (x) = − ∞ c. lim arctan (x) = −
x→− 2 x→−∞ 2
π
b. lim− tan (x) = + ∞ d. lim arctan (x) =
x→ π2 x→+∞ 2

Exercício 3: arccos (e x) = 0 ⇔ e x = cos (0) ⇔ e x = 1 ⇔ x = 0.

72
DERIVADA - RECTA TANGENTE

A noção de derivada surgiu associada


a noção de recta tangente à
representação gráfica de uma função
y = f (x).

Dados dois pontos distintos (a, f (a))


e (b, f (b)), a recta secante que passa
pelos dois pontos tem por equação

y = m (x − a) + f (a)

onde

f (b) − f (a)
m= .
b−a
Por vezes, o declive da recta secante
é chamado de taxa de variação média
do intervalo [a, b]

f (b) − f (a)
t . v . m .[a,b] = . 73
b−a
DERIVADA - DEFINIÇÃO

Definição: Sejam f : Df → ℝ uma função e a um ponto interior de Df.


Diz-se que f é diferenciável em a se existe o limite

f (a + h) − f (a)
f′ (a) = lim .
h→0 h

• De modo equivalente, f é diferenciável em a se existe o limite

f (x) − f (a)
f′ (a) = lim .
x→a x−a

• f é diferenciável num intervalo aberto ]a, b[ se for diferenciável em


todos os pontos de ]a, b[.

74


DERIVADA - MOTIVAÇÃO FÍSICA
Se se largar uma abóbora do topo de prédio da EST, que tem 20 metros de altura, então a equação do
movimento da abóbora em relação ao chão é dada por:

h (t) = 20 − 5t 2.

Quando a abóbora é largada, t = 0 segundos e h (0) = 20 metros.

Passado 2 segundos, t = 2 e h (2) = 0, ou seja a abóbora chegou ao chão.

A velocidade média é dada por

Δh 0 − 20
Δv = = = − 10m /s
Δt 2−0

As pessoas que observaram a queda da abóbora, não se interessam pela velocidade média e querem
saber qual a velocidade com que a abóbora chegou ao chão, ou seja a velocidade instantânea. A
velocidade instantânea é dada pela expressão:

dh
h′ (t) = = − 10t
dt

que passado 2 segundos é

h′ (2) = − 20m /s.


75


DERIVADA - EXEMPLO

Se f é a função constante, f (x) = c com c ∈ ℝ, tem-se que

f (x + h) − f (x) c−c
f′ (x) = lim = lim = 0.
h→0 h h→0 h

A derivada de uma função constante é zero.

76

EXERCÍCIO 1
Considere as f.r.v.r. definidas por

f (x) = e x, g (x) = sin (x) e w (x) = x.

a. Use a definição de derivada para determinar f′ (0) e g′ (0);

b. Use a definição de derivada para determinar f′ (x) e w′ (x).


Soluções:

e 0+h − e 0 eh − 1
a. f′ (0) = lim = lim =1
h→0 h h→0 h

sin (0 + h) − sin (0) sin (h)


g′ (0) = lim = lim =1
h→0 h h→0 h
77






EXERCÍCIO 1 - CONTINUAÇÃO
e x+h − e x
f′ (x) = lim
h→0 h
b.
e x (e h − 1)
= lim = ex .
h→0 h

Logo, f′ (x) = e x.

x+h− x
w′ (x) = lim
h→0 h
x+h− x x+h+ x
= lim
h→0 h x+h+ x
h
= lim
h→0
h( x + h + x)
1
= .
2 x

1 h 1
Se x ≠ 0 , w′ (x) = . Se x = 0, w não é diferenciável pois o limite lim = lim não é finito .
2 x h→0 h h→0 h

78




RECTA TANGENTE E RECTA NORMAL

Definição: Seja f uma função diferenciável em a. A recta tangente à


representação gráfica da função f em a é definida por

y = f′ (a) (x − a) + f (a).

Ou seja, é a recta que tem declive f′ (a) e passa no ponto (a, f (a)).

A recta normal à representação gráfica na função no ponto (a, f (a)) é a


recta definida por

1
y=− (x − a) + f (a) se f′ (a) ≠ 0
f′ (a)
x=a se f′ (a) = 0.

79




EXERCÍCIO 2
Considere a f.r.v.r. definida por

f (x) = ln (x).

a. Use a definição de derivada para determinar f′ (x);

b. Determine as equações da recta tangente e da recta normal ao gráfico da


função f no ponto de abcissa x = 1.
Soluções:

ln (x + h) − ln (x)
f′ (x) = lim
h→0 h
ln ( x )
ln (1 + x )
x+h h

a. = lim = lim
h→0 h h→0 h
ln (1 + x )
h
1
= lim =
h→0 h
x x
x
80


EXERCÍCIO 3
Considere a f.r.v.r. definida por

f (x) = e 2x.

a. Calcule f′ (x), usando a definição de derivada;

b. Mostre que o triângulo que é formado pela recta tangente à curva


2x 9
y=e no ponto de abcissa x = − 1 e os eixos coordenados tem área igual a .
4e 2

Soluções:

e 2x (e 2h − 1)
e 2(x + h) − e 2x = lim
f′ (x) = lim h→0 h
h→0 h
2h
e 2x+2h − e 2x 2x e −1
a. = lim = lim e ×2
h→0 h h→0 2h
e 2xe 2h − e 2x = 2e 2x
= lim
h→0 h 81


EXERCÍCIO 3 - CONTINUAÇÃO

b. Como f′ (x) = 2e 2x, então f′ (−1) = 2e −2.

A equação da recta tangente é

y = 2e −2 (x + 1) + e −2 ⇔ y = 2e −2 x + 3e −2

Esta recta intersecta o eixo dos yy no ponto (0,3e −2)

e intersecta o eixo dos xx no ponto de abcissa

−2 −2 3
0 = 2e x + 3e ⇔x=− .
2

3
2
× 3e −2 9
A área do triângulo é A = = 2.
2 4e
82


EXERCÍCIO 4

A altura, em metros, de uma árvore, t anos após o ano em que foi plantada, é
dada por

6t + 1
h (t) = .
t+2

a. Com que altura a árvore foi plantada;

b. Determine a taxa média de crescimento da árvore, durante os dois primeiros


anos após a sua plantação;

h (t) − h ( 2 )
3

c. Diga qual o significado do limite: lim = 0.897;


3
t→ 32 t− 2

d. Quanto tempo decorreu entre o instante da plantação e o instante em que a


altura atingiu 5.2 metros.

83
EXERCÍCIO 4 - SOLUÇÕES
1
a. A árvore foi plantada com h (0) = = 0.5 metros.
2
13
b. Como h (2) = , a taxa de crescimento é dada por
4
13 1
4
− 11
2
t.v.m.[0,2] = = = 1.375 metros/ano.
2−0 8

h (t) − h ( 2 )
3

c. O lim = 0.897 denota a taxa de crescimento instantânea ao fim de um ano e meio;


3
t→ 32 t− 2

d. Iguale-se a altura h (t) a 5.2:

6t + 1
= 5.2
t+2
⇔ 6t + 1 = 5.2 (t + 2) e t+2≠0
⇔ 0.8t = 9.4 e t ≠−2
⇔ t = 11.75

Logo, a árvore demorou 11 anos e 9 meses até atingir a altura de 5.2 metros.

84
DERIVADA LATERAIS

Designam-se por derivadas laterais de f em a os seguintes

limites:

• Derivada à esquerda de f em a

f (a + h) − f (a)
f′e (a) = lim− .
h→0 h

• Derivada à direita de f em a

f (a + h) − f (a)
f′d (a) = lim+ .
h→0 h

Proposição: Seja f : Df → ℝ uma função e a um ponto interior de Df. Então:

f′ (a) existe sse f′e (a) e f′d (a) existem e são iguais, sendo esse o seu valor.
85





EXERCÍCIO 5

Estude quanto à diferenciabilidade em x = 1 a função f definida por

{e
1 + ln (x) , x > 1
f (x) = x .
, x⩽1

Solução:

Como

( ( ) )
1
f (1 + h) − f (1) 1 + ln 1 + h − e
f′d (1) = = lim+ = lim+ = ∞,
h→0 h h→0 h

então f não é diferenciável em x = 1.

86

DIFERENCIÁVEL IMPLICA CONTINUIDADE

Teorema: Se f é diferenciável em a, então f é contínua em a.

Demonstração:

f (x) − f (a)
Se f é diferenciável em x = a, então o limite lim existe. Logo,
x→a x−a
x−a
lim f (x) − f (a) = lim (f (x) − f (a))
x→a x→a x−a
f (x) − f (a)
= lim (x − a)
x→a x−a
= f′ (a) × 0
= 0.

Então, lim f (x) − f (a) = 0 ⇔ lim f (x) = f (a), ou seja, f é contínua em x = a.
x→a x→a
87
DIFERENCIÁVEL IMPLICA CONTINUIDADE (MAS NÃO O CONTRÁRIO)

Observação: Uma função pode ser contínua sem que seja


diferenciável.

A função f (x) = x em
em x = 0 é contínua mas
não é diferenciável.

88
PROPRIEDADES DA DERIVADA

Teorema: Sejam f e g funções diferenciáveis em a e k ∈ ℝ, então são


diferenciáveis em x = a as funções:

f ± g e (f ± g) (a) = f′ (a) ± g′ (a);



kf e (kf ) (a) = kf′ (a);



fg e (fg) (a) = f′ (a) g (a) + f (a) g′ (a);



(g)

f f f′ (a) g (a) − f (a) g′ (a)
• se g ≠ 0 e (a) = .
g g (a)
2

89











REGRAS DE DERIVAÇÃO

1
(k) = 0

(ln (x)) =
• ′

x
( )
n ′
n−1
• x = nx 1
(lna (x)) =


x ln (a)
( )
xx ′
• e = e
(sin (x)) = cos (x)


( )
x x ′
• a = a ⋅ ln (a)
(cos (x)) = − sin (x)

90








EXERCÍCIO - REGRAS DE DERIVAÇÃO

Qual a derivada de tan (x) ?

Solução:

(tan (x)) = (
cos (x) )

′ sin (x)

(sin (x)) cos (x) − sin (x) (cos (x))


′ ′

=
(cos (x))
2

cos2 (x) + sin2 (x)


=
(cos (x))
2

1
= .
cos2 (x)


91


EXERCÍCIO 6

Considere a f.r.v.r. f definida por

x 2 + ax + b , x ⩽ 0
{x+1
f (x) = 1 , com a e b constantes reais.
, x>0

a. Determine os valores de a e b de modo que f seja diferenciável em


x = 0;

b. Considere a = b = 1:

i. Determine, justificando, a derivada de f;

ii. Determine a recta tangente e a recta normal ao gráfico de f no


ponto (1,f (1)).

92
EXERCÍCIO 6 - SOLUÇÕES
a. Calcule-se as derivadas laterais

f (0 + h) − f (0) (0 + ah + b) − b
f′e (a) = lim− = lim− = lim− a = a
h→0 h h→0 h h→0

(h+1)
1
f (0 + h) − f (0) −b 1 − bh − b
f′d (a) = lim+ = lim+ = lim
h→0 h h→0 h h→0 h ( h + 1)

Note-se que 1 − b = 0 ⇔ b = 1 e portanto

−h −1
f′d (a) = lim = lim = − 1.
h→0 h (h + 1) h→0 (h + 1)

Para que f seja diferenciável em x = 0, as derivadas laterais têm de ser


iguais. Logo, a = − 1.

93


EXERCÍCIO 6 - SOLUÇÕES - PARTE 2
x2 + x + 1 , x ⩽ 0
{x+1
b. Para a = b = 1, f (x) = 1 .
, x>0

i. O domínio de f é Df = ℝ e em x = 0 f não é diferenciável pela alínea a.


Para x < 0 f é diferenciável porque é um polinómio e

f′ (x) = (x − x + 1) = 2x + 1.
2 ′

Para x > 0 f é diferenciável porque é o quociente de funções


diferenciáveis com denominador não nulo (polinómios) e

( x + 1 ) (x + 1)

1 −1
f′ (x) = = 2
.

2x + 1 , x < 0
{ (x + 1)2
Logo, f′ (x) = −1
, x>0

94





EXERCÍCIO 6 - SOLUÇÕES - PARTE 3

2x + 1 , x < 0
{ (x + 1)2
b. Para a = b = 1, f′ (x) = −1 .
, x>0

1
ii. Note-se que f′ (1) = − . Logo, a equação da recta tangente
4
em x = 1 é

1 1 1 3
y = − (x − 1) + ⇔ y = − x +
4 2 4 4

e a recta normal é

1 7
y = 4 (x − 1) + ⇔ y = 4x − .
2 2

95


EXERCÍCIO 7

Justifique a diferenciabilidade das seguintes funções e calcule as


suas derivadas:

a. a (x) = 3 − 5x + 2x 4;

b. b (x) = sin (x) cos (x);

x 2 + 2x
c. c (x) = ;
ln (x)
2x + e x
d. d (x) = .
3 − ex

96
EXERCÍCIO 7 - SOLUÇÕES

a. A função a é diferenciável em ℝ pois é um polinómio e


a′ (x) = 8x 3 − 5;

b. A função b é diferenciável em ℝ pois é o produto de funções diferenciáveis


(seno e cosseno) e
b′ (x) = sin′ (x) cos (x) + sin (x) cos′ (x) = cos2 (x) − sin2 (x);

c. A função c é diferenciável ℝ+∖{1} pois é o quociente, com denominador não


nulo, de funções diferenciáveis (polinómio e logaritmo) e
(2x + 2) ln (x) − (x 2 + 2x) 1
x (2x + 2) ln (x) − x − 2
c′ (x) = = ;
ln2 (x) ln (x)
2

d. A função d é diferenciável ℝ∖{ln (3)} pois é a soma e o quociente, com


denominador não nulo, de funções diferenciáveis (polinómios e exponencial) e
(2 + e ) (3 − e ) − (2x + e ) (0 − e )
x x x x
2xe x + e x + 6
d′ (x) = = = .
(3 − e x)2 (3 − e x)2

97






DERIVADA DA FUNÇÃO COMPOSTA

Teorema: Seja g uma função diferenciável em a e f uma função diferenciável em


g (a). Então, f ∘ g é diferenciável em a e

(f ∘ g) (a) = f′ (g (a)) ⋅ g′ (a).


u′
(k) = 0

(ln (u)) =
• ′

u
( )
n ′
n−1
• u = nu u′ u′
(lna (u)) =


u ln (a)
( )
u ′ u
• e = u′e
(sin (u)) = u′ cos (u)


( )
u ′
x
• a = u′a ⋅ ln (a)
(cos (u)) = − u′ sin (u)

98


















EXERCÍCIO 8

Justifique a diferenciabilidade das seguintes funções e calcule as


suas derivadas:

a. a (x) = 5x 2 + 3x ;

b. b (x) = cos2 (3x);

c. c (x) = e 2x sin2 (x).

99
EXERCÍCIO 8 - SOLUÇÕES

] [
3
a. A função a é diferenciável em −∞, − ∪ ]0, + ∞[ pois é a composição de
5
funções diferenciáveis (radiciação com argumento não nulo e polinómio) e

( ) 2 5x 2 + 3x

10x + 3
a′ (x) = ( 5x + 3x ) =
′ 1

( 5x + 3x)
2 2
= 2
;

b. A função b é diferenciável em ℝ pois é a potenciação e a composição de


funções diferenciáveis (polinómio e cosseno) e
b′ (x) = (cos (3x)) = 2 cos (3x) (cos (3x)) = − 6 sin (3x) cos (3x);
2 ′ ′

c. A função c é diferenciável ℝ pois é o produto, a potenciação e a composição


de funções diferenciáveis (polinómios, exponencial e seno) e
c′ (x) = (e sin (x))
2x 2 ′

= 2e sin (x) + e 2 sin (x) (sin (x))


2x 2 2x ′

= 2e 2x sin (x) (sin (x) + cos (x)) .

100









EXERCÍCIOS - REGRAS DE DERIVAÇÃO

Exercício: Determine a função derivada das seguintes funções:


a. f (x) = (x − 1) (x 3 − 2x + 1) g. f (x) = sin (x 2)

b. f (x) = x + x+ x h. f (x) = cos2 (3x)


3

c. f (x) = (3x − 5) i. f (x) = ln (ln (x))


3

d. f (x) = e 2 x 5e x j. f (x) = sin2 (3x + π) + 4


1+x
e. f (x) = k. f (x) = tan ( e x − 1 )
1−x
3x l. f (x) = e 3x ln (x 2 − 1)
f. f (x) =
2x
101
EXERCÍCIOS - REGRAS DE DERIVAÇÃO - SOLUÇÕES

a. f′ (x) = 4x 3 − 3x 2 − 4x + 3 g. f′ (x) = 2x cos (x 2)

1 1 h. f′ (x) = − 6 sin (3x) cos (3x)


b. f′ (x) = 1 + + 2
2 x 3 x
3

1
i. f′ (x) =
c. f′ (x) = 9 (3x − 5)
2 x ln (x)
3 sin (3x + π) cos (3x + π)
d. f′ (x) = e 2e x (x 5 + 5x 4) j. f′ (x) =
sin2 (3x + π) + 4
2
e. f′ (x) = ex
(1 − x)2 k. f′ (x) =
2 e x − 1 cos2 ( e x − 1 )

(2) (2)
x
3 3
f. f′ (x) = ln
( x − 1)
2x
l. f′ (x) = e 3 ln (x − 1) + 2
3x 2

102












DERIVADA DA FUNÇÃO INVERSA

Teorema: Seja f : Df → ℝ uma função estritamente monótona e


contínua em I. Se f é diferenciável em a ∈ I e f′ (a) ≠ 0, então f −1 é
diferenciável em b = f (a) e

1
(f ) (b) =
−1 ′
.
f′ (a)

103



DERIVADA ARCO TANGENTE
Se

y = arctan (x) ⇔ x = tan (y),

então

sin (y) sin2 (y)


x= ⇔ x2 =
cos (y) cos2 (y)
sin2 (y)
⇔ x2 + 1 = +1
cos2 (y)
2 1
⇔x +1= .
cos2 (y)

Logo,

1 1
cos (y) = ⇔ cos (arctan x) = .
1+x 2 1+x 2

104
DERIVADA ARCO TANGENTE - CONTINUAÇÃO
1
Tem-se que f (x) = tan (x), f′ (x) = e f −1 (y) = arctan (y).
cos2 (x)
1 1
Note-se que: (f ) (y) =
−1 ′
⇔ ( f ) (y ) =
−1 ′
.
f′ (x) f′ (f −1 (y))

Logo,

1
(arctan (x)) =

1
cos2(arctan(x))

= cos2 (arctan (x))


1
= .
1 + x2

105





DERIVADAS DAS FUNÇÕES TRIGONOMÉTRICAS INVERSAS
As funções arcsin (x) e arccos (x) são diferenciáveis em ]−1,1[ e

1
(arcsin (x)) =

1 − x2

1
(arccos (x)) = −

.
1 − x2

A função arctan (x) é diferenciável em ℝ e

1
(arctan (x)) =

.
1+x 2

Ao aplicar a derivada da função composta, tem-se que

u′ u′ u′
(arcsin (u)) =

(arccos (u)) = − (arctan (u)) =
′ ′
• • •
1− u2 1− u2 1 + u2
106









EXERCÍCIO 10

Supondo a diferenciabilidade das seguintes funções, calcule as suas


derivadas:

a. a (x) = arccos (ln (x));

b. b (x) = arctan (e );
x2

c. c (x) = ln (arcsin (3x)).

107
EXERCÍCIO 8 - SOLUÇÕES

a.
(ln (x))

1
a′ (x) = − =− .
1 − ln2 (x) x 1 − ln2 (x)

( )
2

x
e 2xe x2
b. b′ (x) = = .
1+( )
1 + e 2x
2 2
e x2

(arcsin (3x))

3
c. c′ (x) = = .
arcsin (3x) arcsin (3x) 1 − 9x 2

108





EXERCÍCIOS - REGRAS DE DERIVAÇÃO (FUNÇÕES TRIGONOMÉTRICAS INVERSAS)

Exercício: Determine a função derivada das seguintes funções:

a. f (x) = 2 sin (3x) + 4 arccos (5x)

b. f (x) = cos (10x) + x 2 arctan (2x)

arcsin (x)
c. f (x) =
1+x

d. f (x) = arccos (sin (x))

e. f (x) = arctan (x sin (x))

109
EXERCÍCIOS - SOLUÇÕES

20
a. f′ (x) = 6 cos (3x) − .
1 − 25x 2

2x 2
b. f′ (x) = − 10 sin (10x) + 2x arctan (2x) + .
1 + 4x 2

x + 1 − arcsin (x) 1 − x2
c. f′ (x) = .
(1 + x)2 1 − x2

cos (x) cos (x)


d. f′ (x) = − =−
1 − sin2 (x) | cos (x) |

sin (x) + x cos (x)


e. f′ (x) =
1 + x 2 sin2 (x)

110





MÁXIMOS E MÍNIMOS

Dados uma função f : Df → ℝ e a ∈ Df, diz-se que:

• f (a) é um máximo absoluto de f se f (x) ⩽ f (a) para todo o x ∈ Df.

• f (a) é um mínimo absoluto de f se f (a) ⩽ f (x) para todo o x ∈ Df.

• f (a) é um máximo relativo de f se existe uma vizinhança V de a tal


que f (x) ⩽ f (a) para todo o x ∈ V ∩ Df.

• f (a) é um mínimo relativo de f se existe uma vizinhança V de a tal


que f (a) ⩽ f (x) para todo o x ∈ V ∩ Df.

111
TEOREMA DE FERMAT

Teorema: Sejam f : ]a, b[ → ℝ uma função diferenciável e c ∈ ]a, b[ .


Se f atinge um máximo ou um mínimo em c, então f′ (c) = 0.

f′ (c) = 0

112


TEOREMA DE FERMAT - OBSERVAÇÕES

Observação 1: O Teorema só é válido para intervalos 1

abertos. Por exemplo, f (x) = x com x ∈ [0,1], em


x = 0 atinge-se um mínimo e f′ (0) = 1 ≠ 0.
1

Observação 2: O recíproco não é verdadeiro - a


derivada de uma função pode ser nula num ponto
sem que a função tenha um extremo no ponto.

Observação 3: A função pode não ser diferenciável


num ponto mas ter um extremo nesse ponto. a

113

TEOREMA DE ROLLE

Teorema: Seja f uma função contínua em [a, b] e diferenciável em


]a, b[ . Se f (a) = f (b), então existe um c ∈ ]a, b[ tal que f′ (c) = 0.

a c b

Corolário: Entre dois zeros de uma função diferenciável num


intervalo há pelo menos um zero da sua derivada.

114

TEOREMA DE LAGRANGE OU TEOREMA DO VALOR MÉDIO

Teorema: Se f é uma função contínua em [a, b] e diferenciável em


]a, b[ , então existe c ∈ ]a, b[ tal que

f (b) − f (a)
f′ (c) = .
b−a

f (b)

f (a)

a c b
115

TEOREMA DE LAGRANGE

Se f : ]a, b[ → ℝ é um função diferenciável, então:

1. f′ (x) = 0 , para todo o x ∈ ]a, b[ sse f é constante;

2. f′ (x) ⩾ 0 , para todo o x ∈ ]a, b[ sse f é crescente;

3. f′ (x) ⩽ 0 , para todo o x ∈ ]a, b[ sse f é decrescente;

4. f′ (x) > 0 , para todo o x ∈ ]a, b[ sse f é estritamente crescente;

5. f′ (x) < 0 , para todo o x ∈ ]a, b[ sse f é estritamente decrescente;

116





EXERCÍCIO 11

A altura de uma bola t segundos após ter sido lançada verticalmente


de baixo para cima de uma altura de 32 m, com velocidade inicial de
48 m/s, é

f (t) = − 16t 2 + 48t + 32.

a. Verifique que f (1) = f (2).

b. Tendo em conta o Teorema de Rolle, o que pode afirmar sobre a


velocidade em algum instante no intervalo [1,2]? Determine esse
instante.

117
EXERCÍCIO 11 - SOLUÇÕES
a.

f (1) = − 16 + 48 + 32 = 64

f (2) = − 16 × 22 + 48 × 2 + 32 = 64

b. f é um polinómio logo é continua em [1,2] e diferenciável em


]1,2[. Pelo Teorema de Rolle, existe c ∈ ]1,2[, tal que

f′ (c) = 0.

Visto que f′ (t) = − 32t + 48, tem -se

−32t + 48 = 0 ⇔ t = 1.5s

118


EXERCÍCIO 12

3
Considere a função definida por f (x) = x2.

a. Justifique a diferenciabilidade desta função e calcule a sua


derivada.

b. O Teorema de Rolle é aplicável à função à função f no intervalo


[−1,1]? Justifique.

c. Recorrendo ao Teorema de Lagrange, mostre que existe pelo


menos um ponto no intervalo ]1,27[ onde a recta tangente ao
4
gráfico de f tem declive .
13

119
EXERCÍCIO 12 - SOLUÇÕES
a. f é um raiz de um polinómio e logo é diferenciável em todo o seu
domínio menos nos pontos onde o argumento é zero, ou seja, f é
diferenciável em ℝ∖{0}.

2 2
f′ (x) = ( x ) = × x = 3 .

3 2 − 13
3 3 x

b. f não é diferenciável em ]−1,1[ (não é diferenciável em 0), logo não


se pode aplicar o Teorema de Rolle.

c. f é contínua em [1,27]e é diferenciável em ]1,27[, logo pelo


Teorema de Lagrange existe c ∈ ]1,27[ tal que

f (27) − f (1) 9−1 4


f′ (c) = ⇔ f′ (c) = ⇔ f′ (c) = .
27 − 1 27 − 1 13
120





EXERCÍCIO 13

Mostre que a função f (x) = x 5 + 10x + 3 tem um único zero.

Solução: f é contínua e diferenciável em ℝ porque é um polinómio. Visto que

f (0) = 3

f (−1) = − 8,

então pelo Teorema de Bolzano, f tem um zero em ]−1,0[.

Como

f′ (x) = 5x 4 + 10 > 0,

então f é estritamente crescente e o zero é único.

121

EXERCÍCIOS - TEOREMAS FUNDAMENTAIS DAS DERIVADAS

Determine os extremos e a monotonia das seguintes funções:

1 3 5 2
a. f (x) = x − x + 6x − 7;
3 2
ln (x)
b. g (x) = .
x

122
EXERCÍCIOS - SOLUÇÃO A.
f é diferenciável em ℝ porque é um polinómio. Calcule-se os zeros da
derivada:

f′ (x) = 0 ⇔ x 2 − 5x + 6 = 0 ⇔ x = 2 ∨ x = 3.

Faça-se a tabela de sinais:

−∞ 2 3 +∞

f′ + 0 − 0 +

f Máx Mín

A função é crescente nos intervalos ]−∞,2] e [3, + ∞[ e decrescente em [2,3].

( x )
3 1 5 6 7
Visto que lim f (x) = x − + 2 − 3 = − ∞ e lim f (x) = = + ∞,
x→−∞ 3 2x x x→+∞

7 5
a função possui máximo relativo f (2) = − e um mínimo relativo f (3) = − .
3 2
123


EXERCÍCIOS - SOLUÇÃO B.

f é diferenciável em ℝ+ porque é um quociente, com denominador não nulo, de


funções diferenciáveis (logaritmo e polinómio) . Calcule-se os zeros da derivada:

1 − ln (x)
f′ (x) = 0 ⇔ = 0 ⇔ x = e.
x 2

Faça-se uma tabela de sinais:

0 e +∞

f′ n.d. + 0 −

f n.d. Máx

A função é crescente em ]0,e] e decrescente em [e, + ∞[.

1
A função possui máximo global f (e) = .
e
124


TEOREMA DE CAUCHY

Teorema: Sejam f e g são funções contínuas em [a, b] e


diferenciáveis em ]a, b[ . Se g′ (x) ≠ 0, para todo o x ∈ ]a, b[, então
existe c ∈ ]a, b[ tal que

f′ (c) f (b) − f (a)


= .
g′ (c) g (b) − g (a)

125


REGRA DE CAUCHY (OU REGRA DE L HÔPITAL)

Teorema: Sejam f e g são funções diferenciáveis em ]a, b[ tais que:

1. g′ (x) ≠ 0, para todo o x ∈ ]a, b[

2. lim f (x) = lim g (x) = 0 ou lim f (x) = lim g (x) = ∞


x→a + x→a + x→a + x→a +

f′ (x) f′ (x)
3. existe lim ou lim = ∞
x→a + g′ (x) x→a + g′ (x)

Então,

f (x) f′ (x)
lim+ = lim+ .
x→a g (x) x→a g′ (x)



126





REGRA DE CAUCHY (OU REGRA DE L HÔPITAL) - OBSERVAÇÕES

• A regra continua a ser válida, substituindo o limite x → a + por

x → a −, x → a , x → + ∞ e x → − ∞ .

f′ (x) f (x)
• Caso o lim não exista, nada se conclui sobre lim .
x→a + g′ (x) x→a + g (x)

127


EXERCÍCIO 14

Calcule os seguintes limites:

a. lim x ln (x);
x→0+

b. lim e −x x ;
x→+∞

ln (2 + x)
c. lim ;
x→+∞ e x + 2x

x→+∞ ( x )
x+3
2+x
d. lim

128
EXERCÍCIOS 14 - SOLUÇÕES A.
Repare-se que

ln (x) ∞
lim+ x ln (x) = lim+ = .
x→0 x→0 1 ∞
x

+ 1
A função logaritmo é diferenciável ℝ e a função g (x) = é diferenciável em
x
ℝ+ pois é a divisão de funções diferenciáveis, com denominador não nulo.
1
Além disso, g′ (x) = − ≠ 0 pois o numerador é não nulo.
x 2

1
x2
lim+ x1 = lim+ − = lim+ − x = 0.
x→0 − x→0 x x→0
x2

Logo, pela regra de Cauchy, o limite lim x ln (x) existe e


x→0+

lim+ x ln (x) = 0.
x→0
129

EXERCÍCIOS 14 - SOLUÇÕES B.
Repare-se que

−x
x +∞
lim e x = lim = .
x→+∞ x→+∞ ex +∞

A função raiz é diferenciável ℝ+ e a função exponencial é diferenciável em ℝ. Além


disso, g′ (x) = e x ≠ 0 pois a função exponencial nunca se anula.

1
2 x 1
lim = lim = 0.
x→+∞ e x x→+∞ 2e x x

Logo, pela regra de Cauchy, o limite lim e −x x existe e


x→+∞

lim e −x x = 0.
x→+∞

x
Observação: O lim é zero pelos limites importantes (slide 27).
x→+∞ e x
130

EXERCÍCIOS 14 - SOLUÇÕES C.
Repare-se que

ln (2 + x) +∞
lim = .
x→+∞ e + 2x
x +∞

A função f (x) = ln (2 + x) é diferenciável ]−2, + ∞[ pois é a composição de


funções diferenciáveis (logaritmo e polinómio) e a função g (x) = e x + 2x é
diferenciável em ℝ pois é a soma de funções diferenciáveis (exponencial e
polinómio). Além disso, g′ (x) = e x + 2 ≠ 0 pois a função exponencial nunca é
negativa.

1
2+x 1
lim x = lim = 0.
x→+∞ e + 2 x→+∞ (2 + x) (e + 2)
x

ln (2 + x)
Logo, pela regra de Cauchy, o limite lim existe e
x→+∞ e + 2x
x

ln (2 + x)
lim = 0.
x→+∞ e + 2x
x
131

EXERCÍCIOS 14 - SOLUÇÕES D.
Repare-se que

ln( 2x + 1)

x→+∞ ( x )
x+3
2+x 1+∞ (x+3) ln( 2 +x x ) ∞×0 1 0
lim = lim e = lim e x+3 = .
x→+∞ x→+∞ 0

(x )
2
A função f (x) = ln + 1 é diferenciável ]−∞, − 2[ ∪ ]0, + ∞[ pois é a composição, soma e quociente de
1
funções diferenciáveis (logaritmo e polinómios) e a função g (x) = é diferenciável em ℝ pois é o quociente
x+3
1
de funções diferenciáveis (polinómios). Além disso, g′ (x) = − ≠ 0 pois o numerador nunca se anula.
2
(x + 3)
2

x2
2 + 12 1x +
18
2 3 2
2
+1 2x (x + 3) 2x + 12x + 18x x2
lim x
= lim = lim = lim = 2.
x→+∞ − 1 x→+∞ x 3 x→+∞ x 3 x→+∞ 1
2
(x + 3)

ln ( 2x + 1) ln ( 2x + 1)
Logo, pela regra de Cauchy, o limite lim existe e lim = 2.
x→+∞ 1 x→+∞ 1
x+3 x+3

Finalmente,

ln( 2x + 1)

x→+∞ ( x )
x+3
2+x 1
lim = lim e x+3 = e 2.
x→+∞

132

DIFERENCIAL

Sejam f uma função diferenciável em a e Δx uma variação tal que


a + Δx ∈ Df.

Chama-se variação da função f correspondente à variação Δx a

Δf = f (a + Δx) − f (a).

Chama-se diferencial de f em a relativamente ao acréscimo Δx a:

df = f′ (a) ⋅ Δx.

Observação: O diferencial também pode ser representado por


df (a, Δx) ou df (a).

133

DIFERENCIAL E APROXIMAÇÃO LINEAR

Seja f diferenciável em a e para pequenos valores de Δx, tem-se que

Δf = f (a + Δx) − f (a) ≈ df = f′ (a) ⋅ Δx.

pelo que

f (a + Δx) ≈ f (a) + f′ (a) ⋅ Δx.

O valor de f (a + Δx) é aproximadamente o valor da ordenada do


correspondente ponto da recta tangente ao gráfico de f em
(a, f (a)). Portanto, para pequenas variações, dá-se o nome de
aproximação linear de f em a à recta tangente de f em a:

L (x) = f (a) + f′ (a) (x − a).


134



DIFERENCIAL E APROXIMAÇÃO LINEAR

y = f (x)

Δf = f (a + Δx) − f (a)
f′ (a) ⋅ Δx
(a, f (a))
Δx

a a + Δx

135

EXERCÍCIO 15

Utilize o diferencial para fazer uma estimativa da variação em


3 2
f (x) = x se:
2

a. x aumentar de 2 para 2.1;

b. x diminuir de 1 para 0.999.

136
EXERCÍCIOS 15 - SOLUÇÕES

a. f é diferenciável em ℝ porque é um polinómio, e portanto é


diferenciável em 2. A sua derivada é f′ (x) = 3x e

df = f′ (2) ⋅ Δx = 6 × 0.1 = 0.6.

A variação de f é aproximadamente 0.6.

(Note-se que f (2.1) = 6.615 ≈ f (2) + f′ (2) ⋅ 0.1 = 6.6)

b. f é diferenciável em 1 e

df = f′ (1) ⋅ Δx = 3 × (−0.001) = − 0.003.

(Note-se que f (0.999) = 1.4970015 ≈ f (1) − f′ (1) ⋅ 0.001 = 1.497)


137





EXERCÍCIO 16

Considere a f.r.v.r. definida por f (x) =


3
x − 2.

a. Justifique a diferenciabilidade desta função e calcule a sua


derivada;

b. Determine aproximação linear da função f em torno de 1 e utilize-


−0.9 .
3
a para determinar uma aproximação do número

138
EXERCÍCIOS 16 - SOLUÇÕES

a. f é diferenciável em ℝ∖{2} porque é a composição de funções


diferenciáveis, raiz e polinómio. A sua derivada é

1
f′ (x) = .
3 (x − 2)2
3

b. A aproximação linear de f em torno de 1 é

1 1 4
L (x) = f (1) + f′ (1) (x − 1) ⇔ y = − 1 + (x − 1) ⇔ y = x − .
3 3 3

−0.9 = − 0.9654… ≈ L (1.1) = − 0.9666…


3

139


DERIVADAS DE ORDEM SUPERIOR

Seja f : Df → ℝ uma função diferenciável, então f′ é uma função


definida em Df, podendo ser ou não diferenciável.

Se f′ é diferenciável, chama-se segunda derivada de f à função

(f′) = f′′.

Se f′′ é diferenciável, a terceira derivada de f representa-se por f′′′.

De um modo geral a derivada de ordem n de f é definida por

f (n)
= (f ).
(n−1) ′

140












EXERCÍCIO - DERIVADAS DE ORDEM SUPERIOR
Calcule as três primeiras derivadas das seguintes funções:

a. f (x) = x 5 − 3x 3 + 1

b. g (x) = sin2 (2x)

c. h (x) = ln (3x + 2)
Soluções:

a. f′ (x) = 5x 4 − 9x 2, f′′ (x) = 20x 3 − 18x e f′′′ (x) = 60x 2 − 18.

b. g′ (x) = 4 sin (2x) cos (2x), g′′ (x) = 8 cos2 (2x) − 8 sin2 (2x) e
g′′′ (x) = − 64 sin (2x) cos (2x).

3 9 54
c. h′ (x) = , h′′ (x) = − e h′′′ (x) = .
3x + 2 (3x + 2)2
(3x + 2)3
141


















POLINÓMIO DE TAYLOR E DE MACLAURIN

Seja f uma função n vezes diferenciável em a. Chama-se polinómio


de Taylor a

f (2) (a) 2 f (3)


(a) 3 f (n)
(a)
Pn (x) = f (a) + f′ (a) (x − a) + (x − a) + (x − a) + … + (x − a)n
2 3! n!

ou

n
f (k) (a)
(x − a)k.
∑ k!
pn (x) =
k=0

Caso a = 0, o polinómio é também conhecido como polinómio de


Maclaurin:

f (2) (0) 2 f (3) (0) 3 f (n) (0) n


Pn (x) = f (0) + f′ (0) x + x + x +…+ x .
2 3! n! 142


POLINÓMIO DE TAYLOR E DE MACLAURIN

f (x) = e x f (x) = sin (x)

P1 (x) = 1 + x P1 (x) = x
2
x x3
P2 (x) = 1 + x + P3 (x) = x −
2 3!
x2 x3 x3 x5
P3 (x) = 1 + x + + P5 (x) = x − +
2 3! 3! 5!

Polinómios de Maclaurin Polinómios de Maclaurin

de f (x) = e x de f (x) = sin (x) 143


POLINÓMIO DE TAYLOR E DE MACLAURIN - OBSERVAÇÕES

• O polinómio de Taylor de ordem n de f em a é o polinómio de grau não


superior a n tal que melhor aproxima a função f, para valores próximos
de a, pois é o único polinómio de grau não superior a n que verifica:

Pn (a) = f (a), P′n (a) = f′ (a), P′n′ (a) = f′′ (a), … , P (n) (a) = f (n) (a).

• A aproximação linear de f em torno de a, é a aproximação pelo


Polinómio de Taylor de 1ª ordem:

y = f (a) + f′ (a) (x − a)

P1 (a)

• O polinómio de Maclaurin de ordem superior ou igual de um polinómio


é igual ao próprio polinómio.
144







POLINÓMIO DE TAYLOR E DE MACLAURIN - EXEMPLOS

• O polinómio de Maclaurin de ordem n da função f (x) = e x é

x2 x3 xn
Pn (x) = 1 + x + + +…+ .
2 3! n!

• O polinómio de Maclaurin de ordem n da função f (x) = sin (x) é

x3 x5 x 2n+1
P2n+1 (x) = x − + + … + (−1)n .
3! 5! (2n + 1)!

145
EXERCÍCIO 17
Determine o polinómio de Taylor ordem 3 em potências de (x − 1) da
função:

1
f (x) = .
x+1
Solução:

A função é 3 vezes diferenciável em ℝ∖{−1}.


f (x)

1 1 1 1 P3 (x)

f (x) = , f (1) = , f′ (x) = − e f′ (1) = − .


x+1 2 (x + 1) 2 4

2 1 6 3
f′′ (x) = , f′′ (1) = , f′′′ (x) = − e f′′′ (1) = .
(x + 1) 3 4 (x + 1) 4 8

Logo,

1 1 1 2 1
P3 (x) = − (x − 1) + (x − 1) − (x − 1)3
2 4 8 16
146












EXERCÍCIO 18

Determine o polinómio de Maclaurin ordem 2 da função

(4)
1
f (x) = cos (x) e use-o para calcular um valor aproximado de cos .

Solução:

A função é 2 vezes diferenciável em ℝ.

f (x) = cos (x) , f (1) = 1 , f′ (x) = − sin (x) e f′ (0) = 0.

f′′ (x) = − cos (x) e f′′ (0) = − 1.

Logo,

(4)
1 2 1 31
P2 (x) = 1 − x e cos ≈ P2 (x) = .
2 32
147






FÓRMULA DE TAYLOR

Teorema: Seja f uma função n + 1 vezes diferenciável, definida num intervalo


aberto I, com e a ∈ I. Então, para x ∈ I, existe z entre a e x tal que:

f (2) (a) 2 f (n)


(a) n f (n+1)
(z)
f (x) = f (a) + f′ (a) (x − a) + (x − a) + … + (x − a) + (x − a)n+1
2 n! (n + 1)!

Esta expressão é conhecida por Fórmula de Taylor de ordem n em torno de a


com resto de Lagrange de ordem n e tem-se

f (x) = Pn (x) + Rn (x)

onde Pn é o polinómio de Taylor de ordem n e o resto de ordem n

f (n+1) (z)
Rn (x) = (x − a)n+1, com z entre a e x
(n + 1)!

denomina-se por resto de Lagrange.


148

FÓRMULA DE TAYLOR - OBSERVAÇÕES

• Chama-se fórmula de Maclaurin de ordem n à fórmula deTaylor de


ordem n para a = 0.

• O erro associado à aproximação de f por Pn é

εn = Rn (x) = f (x) − Pn (x) .

• Há várias maneiras de estimar o erro de da fórmula de Taylor.

• Se x ≠ a, então

a<z<x ou x < z < a.

149
EXERCÍCIO 19
Considere a f.r.v.r. definida por

f (x) = ln (1 + x).

a. Escreva a fórmula de Maclaurin da função f com resto de


Lagrange de ordem 1.

b. Escreva a fórmula de Maclaurin da função f com resto de


Lagrange de ordem 2.

c. Prove que

x2
x− ⩽ ln (1 + x) ⩽ x, ∀x ⩾ 0.
2

150
EXERCÍCIOS 19 - SOLUÇÃO A.
f é diferenciável em ]−1, + ∞[ pois é a composição de funções
diferenciáveis, logaritmo e polinómio.. Tem-se que

f (0) = 0

1
f′ (x) = e f′ (0) = 1
x+1

f′ é diferenciável pois é o quociente de funções diferenciáveis, polinómios.

1
f′′ (x) = − 2
.
(x + 1)

Logo,

−1
(z + 1)2 2 1 2
f (x) = 0 + x − x =x− x , com z entre 0 e x.
2 2 (z + 1) 2
151





EXERCÍCIOS 19 - SOLUÇÃO B.

Analogamente, f′′ é diferenciável.

2
f′′ (0) = − 1 e f′′′ (0) =
(x + 1)3

Logo,

1 2 1 3
f (x) = x − x + x , com z entre 0 e x.
2 3 (z + 1) 3

152







EXERCÍCIOS 19 - SOLUÇÃO C.
Da alínea a. tem-se que

1 2
f (x) = x − 2
x .
2 (z + 1)

Para x ⩾ 0,

1 2
− 2
x ⩽0 e f (x) ⩽ x.
2 (z + 1)

Da alínea b. tem-se que

1 2 1 3
f (x) = x − x + x
2 3 (z + 1)3

Para x ⩾ 0,

1 3 1 2
x ⩾0 e f (x) ⩾ x − x .
3 (z + 1) 3 2

Logo,

x2
x− ⩽ ln (1 + x) ⩽ x.
2
153
EXERCÍCIO 20

Considere a f.r.v.r. definida por

f (x) = x arctan (x).

a. Escreva a fórmula de Maclaurin da função f com resto de


Lagrange de ordem 2.

b. Prove que

x arctan (x) ⩽ x 2, ∀x ⩾ 0.

154
EXERCÍCIOS 20 - SOLUÇÃO A.
f é diferenciável em ℝ pois é o produto de funções diferenciáveis, polinómio e arcotangente.

f (0) = 0
x
f′ (x) = arctan (x) + e f′ (0) = 0
1+x 2

f′ é diferenciável pois é a soma e quociente com denominador não nulo de funções diferenciáveis,
arcontangente e polinómios.

2
f′′ (x) = e f′′ (0) = 2
(1 + x 2)
2

Analogamente f′′ é diferenciável.

8x
f′′′ (x) = −
(1 + x 2 )
3

Logo,

2 4z 3
f (x) = x − x , com z entre 0 e x.
3 (1 + z 2)
3

155












EXERCÍCIOS 19 - SOLUÇÃO C.

Da alínea a. tem-se que

2 4z 3 4z 3 2
f (x) = x − x ⇔ f (x) + x = x .
3 (1 + z 2) 3 (1 + z 2)
3 3

Para x ⩾ 0 e 0 ⩽ z ⩽ x


⩾0

⩾0
4z 3
x ⩾ 0 e x arctan (x) ⩽ x 2.
3 (1 + z )
3
2

156
PONTOS CRÍTICOS

Seja f uma função definida num intervalo aberto que contém a.

a diz-se um ponto crítico de f se f′ (a) = 0 ou f não tem derivada em


a.

Observação:Caso existam, os extremos relativos de uma função


definida num intervalo são atingidos em números críticos de f ou nos
extremos do intervalo (que pertençam ao intervalo).
157

MÁXIMOS E MÍNIMOS RELATIVOS

Proposição: Seja f uma função contínua no intervalo aberto I, que


contém o ponto crítico a, e diferenciável em I∖{a}:

• Se f é negativa à esquerda de a e positiva à direita de a, então f


tem um mínimo relativo em a;

• Se f é positiva à esquerda de a e negativa à direita de a, então f


tem um mínimo relativo em a;

• Se f tem o mesmo sinal em ambos os lados do intervalo, então f


não tem mínimo relativo nem máximo relativo em a.

158
SEGUNDA DERIVADA E EXTREMOS

Proposição: Seja f uma função definida no intervalo aberto I e a ∈ I.

• Se f′ (a) = 0 e f′′ (a) < 0, então f tem um máximo em a;

• Se f′ (a) = 0 e f′′ (a) > 0, então f tem um mínimo em a;

• Se f′ (a) = 0 e f′′ (a) = 0, nada se conclui.

159









CONCAVIDADES E PONTOS DE INFLEXÃO

Teorema: Seja f uma função que admite segunda derivada num intervalo
aberto I . Se para todo x ∈ I,

• f′′ (x) < 0, então o gráfico de f tem uma concavidade virada para baixo em I;

• f′′ (x) > 0, então o gráfico de f tem uma concavidade virada para cima em I;

• Se f′ (a) = 0 e f′′ (a) = 0, nada se conclui.

Teorema: Se f tem um ponto de inflexão em a e f′′ (a) existe, então


f′′ (a) = 0.

Teorema: Seja f uma função definida no intervalo aberto I e a ∈ I. Se


f′′ (a) = 0 e f′′′ (a) ≠ 0, então f tem um ponto de inflexão em a.
160
















EXERCÍCIO 21

Considere a função f definida por

3
f (x) = x − x2.

a. Determine os pontos críticos de f;

b. Determine os extremos de f.

161
EXERCÍCIOS 21 - SOLUÇÃO A.

f tem domínio ℝ e é diferenciável em ℝ∖{0} porque é a subtração de


funções diferenciáveis, polinómio e raiz com argumento não nulo.

2
f′ (x) = 1 − .
3 x
3

2 8
f′ (x) = 0 ⇔ 1 − 3 = 0 ⇔ x = ∧ x ≠ 0.
3 x 27

8
Os pontos críticos de f são x = 0 e x = .
27

162


EXERCÍCIOS 21 - SOLUÇÃO B.

3 x−2
3
2
Estude-se o sinal de f′ (x) = 1 − = .
3 x 3 x
3 3

8
−∞ 0 +∞
27
f′ + n.d. − 0 +

f Máx Mín

f tem máximo relativo f (0) = 0 e f tem um mínimo relativo

( 27 ) 27 ( 27 )
2
8 8 8 8 4 4
f = − 3
= − =− .
27 9 27

163


EXERCÍCIO 22

Considere a função

f (x) = x −2.

a. Determine o polinómio de Taylor de ordem 2 de f no ponto 1 e


1
utilize-o para calcular um valor aproximado de ;
2
(1.01)

b. Considere a função g (x) = 3x 2 + f (x). Indique o domínio, estude a


monotonia, extremos, concavidades e pontos de inflexão da
função g.

164
EXERCÍCIOS 22 - SOLUÇÃO A.
1
f (x) = 2 é diferenciável em ℝ∖{0} pois é o quociente de funções diferenciáveis, polinómios..
x

f (1) = 1

2
f′ (x) = − 3 e f′ (1) = − 2.
x

Analogamente, f′ é diferenciável.

6
f′′ (x) = 4 e f′′ (1) = 6.
x

O polinómio de Taylor de ordem 2 de f no ponto 1 é

P2 (x) = 1 − 2 (x − 1) + 3 (x − 1)2.

1
Uma aproximação de é dada por
2
(1.01)
1
f (1.01) = ≈ P2 (1.01) = 1 − 2 (1.01 − 1) + 3 (1.01 − 1)2 = 0.9803.
(1.01)2
165







EXERCÍCIOS 22 - SOLUÇÃO B.
2 1
A função g (x) = 3x + tem domínio ℝ∖{0} e é diferenciável no seu
x2
domínio pois é a soma e o quociente com denominador não nulo de
funções diferenciáveis, polinómios.

2 2 (3x − 1) 4 2 ( 3x 2 − 1) ( 3x 2 + 1)
g′ (x) = 6x − 3 = =
x x 3 x3
1 1
g′ (x) = 0 ⇔ x = 4
∨x =− 4
3 3
1 1
−∞ − 4
3
0 4
3
+∞

g′ − 0 + n.d. − 0 +

g Mín n.d. Mín



166


EXERCÍCIOS 22 - SOLUÇÃO B. PARTE 1

1 1
A função g tem dois mínimos relativos em x = − e em x = −
4 4
3 3

( 3) ( 3)
1 1
e são g − =g = 2 3.
4 4

2
A função g′ (x) = 6x − é diferenciável no seu domínio pois é a
x3
soma e o quociente com denominador não nulo de funções
diferenciáveis, polinómios.

6
g′′ (x) = 6 + 4 > 0
x

g tem concavidade para cima em ]−∞,0[ e em ]0, + ∞[ e g não tem


pontos de inflexão.
167



EXERCÍCIOS 22 - SOLUÇÃO B. PARTE2

g g′ g′′

168



PRIMITIVAS

169
DEFINIÇÃO DE PRIMITIVA
Definição: Dada uma função diferenciável F : D → ℝ, diz-se que F é
uma primitiva de f : D → ℝ se se verifica a condição

F′(x) = f(x), para todo x ∈ D.

EXEMPLO Se f(x) = 2x, então são primitivas de f as funções

2 2 32
x , x + 3, x + , …
2
uma vez que a derivada de uma constante é zero. Portanto, qualquer função da forma

F(x) = x 2 + C, C ∈ ℝ

é uma primitiva de f uma vez que

(x + C) = 2x + 0 = 2x.
2 ′

170


EXISTEM OUTRAS FUNÇÕES, PARA ALÉM DE F, CUJA DERIVADA É f ?

Teorema: Seja f uma função definida num intervalo I e sejam F e G


duas primitivas de f. Então, existe uma constante C ∈ ℝ tal que

F(x) = G(x) + C, para todo x ∈ I.

Demonstração Como F e G duas primitivas de f,

F′(x) = G′(x) = f(x)

⇔ F′(x) − G′(x) = 0

⇔ (F(x) − G(x)) = 0

Como o domínio é um intervalo, F − G é constante, ou seja,

F(x) − G(x) = C ⇔ F(x) = G(x) + C.


171





INTEGRAL INDEFINIDO
Definição: A família das primitivas de uma função f representa-se por


f(x)dx, ou P (f(x)), ou Px (f(x))

e chama-se de integral indefinido de f. A função f chama-se de função


integranda e a variável x é a variável de integração

Exemplos

• P (1) = x + C, C ∈ ℝ pois (x + C)′ = 1

• P (2x) = x 2 + C, C ∈ ℝ

• P (cos(x)) = sin (x) + C, C ∈ ℝ


172

TODAS AS FUNÇÕES TÊM PRIMITIVA ?

Teorema: Toda a função contínua num intervalo I é primitivável em I.

Existem funções que são primitiváveis mas não é possível


determinar a expressão analítica da sua primitiva.

As funções

f(x) = e e g(x) = sin (x 2)


x2

são primitiváveis mas não é possível determinar a sua primitiva em


ternos de funções de elementares.

173
EXERCÍCIO 1

Calcule a primitiva das seguintes


funções: Soluções:

1. f(x) = 3 1. P (f (x)) = 3x + C, C ∈ ℝ

5 2
2. g(x) = 5x 2. P (g (x)) = x + C, C ∈ ℝ
2
3. h(x) = 4x 3
3. P (h (x)) = x 4 + C, C ∈ ℝ
2
4. i(x) = 1
x3 4. P (i (x)) = − + C, C ∈ ℝ
x2
5. j(x) = − sin (x)
5. P (j (x)) = cos (x) + C, C ∈ ℝ
174
EXERCÍCIO

Confirme os seguintes resultados:

1. P (tan2(x)) = tan(x) − x + C, C ∈ ℝ

2. P (ln(x)) = x ln(x) − x + C, C ∈ ℝ

( 1 + x4 )
2x 2
3. P = arctan(x ) + C, C ∈ ℝ

175
PROPRIEDADES ALGÉBRICAS

Teorema: Sejam f e g duas funções primitiváveis e seja k ∈ ℝ. Então,

1. P (f′(x)) = f(x) + C, C ∈ ℝ

2. (P (f(x))) = f(x)

3. P (f(x) + g(x)) = P (f(x)) + P (g(x))

4. P (kf(x)) = kP (f(x))

Observação: A primitiva de um produto não é o produto das


primitivas

176


PRIMITIVA DE UM PRODUTO NÃO É O PRODUTO DAS PRIMITIVAS

Note-se, por exemplo, que

x4 = x2 ⋅ x2

mas

5
x
Px 4 = + C, C ∈ ℝ
5
3 3 6
x x x
Px 2 ⋅ Px 2 = ⋅ +C= + C, C ∈ ℝ.
3 3 9

177
EXERCÍCIO 2
Diga, justificando, se as seguintes afirmações são verdadeiras ou falsas:

1. As funções F (x) = arctan (x) e G (x) = arctan (x) + 1 são ambas primitivas
1
da função m (x) = .
1+x 2

[ ]
2. P ( 3 − 2x ) =

3 − 2x

[ ]

3. P ( 3 − 2x ) = 3 − 2x

Soluções:

1. Verdadeiro pois F′ (x) = G′ (x) = m (x).

[ ]
2. Falso pois P ( 3 − 2x ) =

3 − 2x + C, C ∈ ℝ

178
3. Verdadeiro





PRIMITIVAS IMEDIATAS
TODA A FÓRMUL A DE DERIVAÇÃO CONDUZ A UMA FÓRMUL A
DE PRIMITIVAÇÃO

PRIMITIVA DE UMA CONS TANTE

P (k) = kx + C, C ∈ ℝ

Exemplos

• P (−3) = − 3x + C, C ∈ ℝ

• P (2π) = 2πx + C, C ∈ ℝ

• P (0) = 0x + C = C, C ∈ ℝ
179
PRIMITIVAS IMEDIATAS
PRIMITIVA DE UM MONÓMIO
α+1
x
P (x α) = + C, C ∈ ℝ e α ≠ − 1
α+1
Exemplos

4
x
• P (x 3) = + C, C ∈ ℝ
4

( x 5 ) −4x 4
1 1
• P = + C, C ∈ ℝ

3 4
• P (3x (x − 2)) = x − 3x 2 + C, C ∈ ℝ
2
4

x2 − x3 x2 2 x3
P = − + C, C ∈ ℝ
• x 2 3
180
PRIMITIVAS IMEDIATAS
PRIMITIVA DE UM MONÓMIO - C ASO ESPECIAL

(x)
1
P = ln | x | + C, C ∈ ℝ

Exemplos

(x)
2
• P = 2 ln | x | + C, C ∈ ℝ

( x )
2x 2 − 1

P = x 2 − ln | x | + C, C ∈ ℝ

181
PRIMITIVAS IMEDIATAS
PRIMITIVA DA FUNÇÃO EXPONENCIAL
P (e x) = e x + C, C ∈ ℝ
x
a
P (a x) = + C, C ∈ ℝ
ln(a)

Exemplos

( (8) ) (8)
π x π
• P cos e = cos e x + C, C ∈ ℝ

( )
e 2x − 3e x x
P = e − 3x + C, C ∈ ℝ

e x

x
2
• P (2x) = + C, C ∈ ℝ
ln(2)
182
PRIMITIVAS IMEDIATAS
PRIMITIVA DAS FUNÇÕES TRIGONOMÉTRIC AS

P (sin(x)) = − cos(x) + C, C ∈ ℝ

P (cos(x)) = sin(x) + C, C ∈ ℝ

( cos (x) )
1
P 2
= tan(x) + C, C ∈ ℝ

Exemplo

( )
cos2(x) + cos−1(x)
P −sin(x) + = cos(x) + sin(x) + tan(x) + C, C ∈ ℝ
cos(x)

183
PRIMITIVAS IMEDIATAS
PRIMITIVA QUE RESULTAM EM FUNÇÕES TRIGONOMÉTRIC AS
INVERSAS

( 1 − x2 )
1
P = arcsin(x) + C, C ∈ ℝ

(1 + x )
1
P 2
= arctan(x) + C, C ∈ ℝ

Nota

( 1 − x2 )
1
P − = arccos(x) + C, C ∈ ℝ

( 1 − x2 )
1
P − = − arcsin(x) + C, C ∈ ℝ

184
PRIMITIVAS IMEDIATAS
FÓRMUL AS

1. P (k) = kx + C, C ∈ ℝ 6. P (sin(x)) = − cos(x) + C, C ∈ ℝ

x α+1 7. P (cos(x)) = sin(x) + C, C ∈ ℝ


2. P (x ) =
α
+ C, C ∈ ℝ e α ≠ − 1
α+1

( cos (x) )
1
8. P = tan(x) + C, C ∈ ℝ
(x)
1 2
3. P = ln | x | + C, C ∈ ℝ

( 1 − x2 )
1
9. P = arcsin(x) + C, C ∈ ℝ
4. P (e ) = e + C, C ∈ ℝ
x x

x
a
( 1 + x2 )
5. P (a x) = + C, C ∈ ℝ 1
10. P = arctan(x) + C, C ∈ ℝ
ln(a)
185
WOLFRAMALPHA - PRIMITIVAS

186
EXERCÍCIO PRIMITIVAS IMEDIATAS
DETERMINE A PRIMITIVA DAS SEGUINTES FUNÇÕES

1. a(x) = 3 9. i(x) = (x − 1) (x 3 − 2x)

2. b(x) = 2x − 1 3 3
10. j(x) = x2 + ex −
x5
3. c(x) = x
4

11. k(x) = ( x − 1) (x 2 − x + 1)
2 x
4. d(x) = e +
x 1
12. l(x) =
4 + 4x 2
5. e(x) = cos(x) + sin(x)
13. m(x) = (x 3 + 3)
2
2
6. f (x) =
1 − x2 22x + 2x
14. n(x) =
2x
π
7. g(x) =
1 + x2 22x + 2x
15. o(x) =
4x
2
8. h(x) = 3
x 16. p(x) =
9 − 9x 2
187
PROBLEMA DE CAUCHY OU PROBLEMA DE VALORES INICIAIS

Teorema: Se f é uma função contínua no intervalo I, para cada x0 ∈ I


e y0 ∈ ℝ , existe uma e uma só função y = F (x) em I tal que

y′ (x) = f(x)
{y (x0) = y0
.

A questão de determinar a única primitiva que verifica uma certa


condição inicial, F (x0) = y0,, chama-se Problema de valores iniciais
ou Problema de Cauchy.

188

EXEMPLO
PROBLEMA DE VALORES INICIAIS

Encontre a solução do sistema

{y (0) = 4
x2
y′(x) = 2xe
.

Solução

1. y(x) = P (2xe ) = e + C, C ∈ ℝ
x2 x2

02
2. y (0) = 4 ⇔ e + C = 4 ⇔ C = 3

x2
Logo, a solução é y(x) = e + 3.
189

MOVIMENTO RECTILÍNEO UNIFORMEMENTE ACELERADO

As equações do movimento rectilíneo uniformemente acelerado são

a (t) = a, a aceleração é constante

v (t) = v0 + at, a velocidade é a primitiva da aceleração

1 2
x (t) = x0 + v0t + at , a posição é a primitiva da velocidade
2

190
EXERCÍCIO
Um objecto move-se com uma aceleração de a (t) = 3m/s 2. Sabendo
que a sua posição inicial é x (0) = 0 e a sua velocidade inicial é
v (0) = − 4m/s, qual a posição do objecto passado 10 segundos?

Solução: Calcule-se a velocidade

v (t) = P (a (t)) = 3t + C, C ∈ ℝ.

Como v (0) = − 4m /s, v (0) = 4 ⇔ 4 = C e v (t) = 3t + 4.

Calcule-se a posição,

3 2
x (t) = P (v (t)) = 4t + t + C, C ∈ ℝ.
2
3 2
Como x (0) = 0, x (t) = 4t + t .
2
A posição ao fim de 10 segundos é

191
x (10) = 190m.
EXERCÍCIO 5
Um corpo está em movimento e a sua velocidade em cada instante t
(segundos) é dada por

v (t) = 1 + 4t + 3t 2 metros por segundo.

Sabendo que o corpo parte da origem, determine a distância


percorrida pelo mesmo nos primeiros 3 segundos.
Solução:

Posição: x (t) = P (v (t)) = t + 2t 2 + t 3 + C, C ∈ ℝ.

Como x (0) = 0, x (t) = t + 2t 2 + t 3.

A distância percorrida ao fim de 3 segundos é x (3) = 48m.

192
PRIMITIVAS QUASE-IMEDIATAS
Teorema: Sejam f : I ⊆ ℝ → ℝ uma função primitivável e g : J ⊆ ℝ → ℝ
uma função tal que g (J) ⊆ I. Se g é diferenciável em J, então

P (g′(x)f (g(x))) = F (g(x)) + C, C ∈ ℝ,

onde F é uma primitiva de f.

Nota: Abreviadamente esta fórmula fica

P (u′f(u)) = F(u) + C, C ∈ ℝ.

Exemplo

(x )
1
P cos (ln(x)) = sin (ln(x)) + C, C ∈ ℝ

193


PRIMITIVAS QUASE-IMEDIATAS
α+1
u
P (u′u α) = + C, C ∈ ℝ e α ≠ − 1
α+1

Exemplos

( (x + 2)5 )
1 1
P = + C, C ∈ ℝ

−4 (x + 2)4
3
sin (x)
• P (cos(x)sin (x)) =
2
+ C, C ∈ ℝ
3
4
(2x + 3)
• P ((2x + 3)3) = + C, C ∈ ℝ
8

194

PRIMITIVAS QUASE-IMEDIATAS
(u)
u′
P = ln | u | + C, C ∈ ℝ

Exemplos

(x + 3)
2
• P = 2 ln | x + 3 | + C, C ∈ ℝ

( x2 + 2 ) 2
x 1 1
( )
2 2
• P = ln | x + 2 | + C = ln x + 2 + C, C ∈ ℝ
2

( x + sin(x) )
1 + cos(x)
• P = ln | x + sin(x) | + C, C ∈ ℝ

195

PRIMITIVAS QUASE-IMEDIATAS
P (u′e u) = e u + C, C ∈ ℝ
u
a
P (u′a u) = + C, C ∈ ℝ
ln(a)

Exemplos

• P (e x+1) = e x+1 + C, C ∈ ℝ

3x 2+1
e
• P (xe 3x 2+1
)= + C, C ∈ ℝ
6
cos(2x)
5
• P (sin(2x)5cos(2x)) = − + C, C ∈ ℝ
2 ln(5)

196


PRIMITIVAS QUASE-IMEDIATAS
P (u′ sin(u)) = − cos(u) + C, C ∈ ℝ

P (u′ cos(u)) = sin(u) + C, C ∈ ℝ

( cos (u) )
u′
P 2
= tan(u) + C, C ∈ ℝ

Exemplos

1
• P (sin(5x)) = − cos(5x) + C, C ∈ ℝ
5
1
• P (x + e ) (cos (x + e )) = sin (x 2 + e 2x) + C, C ∈ ℝ
2x 2 2x
2

197



PRIMITIVAS QUASE-IMEDIATAS

( 1 − u2 )
u′
P = arcsin(u) + C, C ∈ ℝ

( 1 + u2 )
u′
P = arctan(u) + C, C ∈ ℝ

Exemplos

( 1 − x4 ) 2
x 1

P = arcsin (x 2) + C, C ∈ ℝ

( 1 + e 2x )
ex
( )
x
• P = arctan e + C, C ∈ ℝ

198


PRIMITIVAS QUASE-IMEDIATAS
FÓRMUL AS

1. P (k) = kx + C, C ∈ ℝ 6. P (u′ sin(u)) = − cos(u) + C, C ∈ ℝ

u α+1 7. P (u′ cos(u)) = sin(u) + C, C ∈ ℝ


2. P (u′u ) =
α
+ C, C ∈ ℝ e α ≠ − 1
α+1

( cos2(u) )
u′
8. P = tan(u) + C, C ∈ ℝ
(u)
u′
3. P = ln | u | + C, C ∈ ℝ

( 1 − u2 )
u′
4. P (u′e u) = e u + C, C ∈ ℝ 9. P = arcsin(u) + C, C ∈ ℝ

u
a
( 1 + u2 )
5. P (u′a u) = + C, C ∈ ℝ 10. P
u′
= arctan(u) + C, C ∈ ℝ
ln(a)

199









EXERCÍCIO 4
Determine as seguintes primitivas:

( 2 x)
x 2
( 3 x2 + 3 )
a. P 3x + + 2
; 5x
e. P ;
3

( (2 ))
π
( x 2 + 25 )
b. P sin − 3x ; x−3
f. P ;

( 1 + x2 )
ln (x 2) arctan (x)
( )
c. P ; g. P ;
x

( ( )
x)
2
d. P (e 3x cos (e 3x)); h. P x+
3
;

i. P (e 2x 2+ln(x)
);
200
EXERCÍCIO 4 - SOLUÇÕES

x 2 5 2 2

a. x 3 + + 2 ln ( | x | ) + C, C ∈ ℝ (x + 3 ) + C, C ∈ ℝ;
3
e.
4 4
;
( )
1 3 x
f. ln (x 2 + 25) − arctan + C, C ∈ ℝ;
2 5 5

(2 )
1 π
b. cos − 3x + C, C ∈ ℝ;
3 1
g. arctan2 (x) + C, C ∈ ℝ;
2
1 2 2
c. ln (x ) + C, C ∈ ℝ; x 3
6x
7
3x
5

+ C, C ∈ ℝ (x + x)
2
4 h. + +
3 3
3
;
3 7 5
1
d. sin (e 3x) + C, C ∈ ℝ; 1 2x 2
3 i. e + C, C ∈ ℝ;
4

201
EXERCÍCIO 2
cos ( x )
Determine a primitiva da função definida por f (x) = que
x
toma o valor zero para x = π 2.

Solução:

y = P (f (x)) = 2 cos ( x ) + C, C ∈ ℝ.

Visto y = 0 quando x = π 2,

0 = 2 cos ( π 2 ) + C ⇔ C = 2.

Logo,

P (f (x)) = 2 cos ( x ) + 2. 202


EXERCÍCIOS - PRIMITIVAS QUASE-IMEDIATAS
DETERMINE A PRIMITIVA DAS SEGUINTES FUNÇÕES

arctan3(x) e arctan(x)
1. a(x) = 9. i(x) =
1 + x2 1 + x2

2. b(x) = x (x 2 + 1) 10. j(x) = (e x + 2)


4 2

(3)
ln(x) x
3. c(x) = 11. k(x) = cos
x

sin ( x 2 )
4
4. d(x) = 5x 3

12. l(x) =
3x 3
x
5. e(x) =
2 − x2
13. m(x) = x 4 sin (x 5)
ex
6. f (x) =
ex + 2 1
14. n(x) =
x+3 x 1 − ln2(x)
7. g(x) =
x2 x
15. o(x) =
2 4 − 4x 4
8. h(x) =
x ln(x) 6x
16. p(x) =
9 + 9x 4
203
EXERCÍCIOS - PRIMITIVAS IMEDIATAS E QUASE-IMEDIATAS
DETERMINE A PRIMITIVA DAS SEGUINTES FUNÇÕES

x3 1 + ln(x)
1. a(x) = 9. i(x) =
1 + x4 x
e x 2x + 1
2. b(x) = 10. j(x) =
x 1 + x2

11. k(x) = e x cos (e x + 2)


3. c(x) = e 2x cos (e 2x)
x+1
4. d(x) = x 2 (10 + x ) 3 10 12. l(x) =
1 − x2
1
5. e(x) = 13. m(x) = sin (x) cos (x)
1+x
cos(x)
2x
e +e 3x 14. n(x) =
6. f (x) = 1 + sin2(x)
ex
ex
1 15. o(x) =
7. g(x) = 1 + e 2x
(3x + 1)2
arcsin(x)
16. p(x) =
8. h(x) = cos(x)sin5(x) 1 − x2
204
EXERCÍCIOS - PROBLEMA DE VALORES INICIAIS
ENCONTRE A SOLUÇÃO DOS SIS TEMAS

{y (0) = 4
y′(x) = x 2 − x
a.

{y (e) = 10
y′(x) = x
b.

y′(x) = cos (πx)


y(2)
c. 1
=−3

{y (0) = 0
y′(x) =
d. x2 + 5

205



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