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Mandado de Segurança - Fabrízio

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EXCELENTÍSSIMO JUIZ DE DIREITO TITULAR DA VARA DE EXECUÇÕES

CRIMINAIS DE UBERLÂNDIA/M.G

Fabrízio… (nacionalidade, profissão, estado civil, portador do documento de


identidade RG nº ___, CPF nº ___, domiciliado na [endereço]), por seu (adv. subscritor),
vem, respeitosamente, à Vossa Excelência, com fulcro no art. 5º, inc. LXIX, da CF, em
conformidade com a Lei nº 12.016/2009, impetrar
MANDADO DE SEGURANÇA
em face do ato praticado pelo diretor geral do Presídio Professor Jacy de Assis, policial
penal Júlio César, conforme art. 6º da Lei nº 12.016/2009, com sede de suas
atividades na Rua Cirineu Costa Azevedo n º 500, bairro Dom Almir, Uberlândia, M.G,
pelos motivos a seguir expostos:

I – DOS FATOS

No dia 10/12/2024, Fabrízio..., atualmente custodiado na Ala “G” do Presídio


Professor Jacy de Assis, foi conduzido para realizar sua visitação íntima no pavilhão
“5” da referida unidade prisional.

Já dentro do pavilhão “5”, o impetrante recebeu a informação de que sua esposa,


Grasiela..., NÃO COMPARECEU para a visitação, sendo logo depois reencaminhado à
ala “G” e conduzido de volta à sua cela.

Em consulta ulterior com seus advogados, Fabrízio recebeu o esclarecimento de que


Grasiela estava “suspensa” e não poderia lhe visitar por um período de 90 dias.

Não foi dado a saber ao impetrante as razões que levaram o diretor geral do presídio a
suspender as visitas de sua esposa; tampouco a mesma fora notificada de que estava
impedida de visitar o marido, vindo a descobrir tal impedimento na portaria da
unidade prisional, no dia 10/12/2024, quando COMPARECEU no HORÁRIO
REGULAR previsto para visita e foi proibida de realizá-la. Quando indagou os motivos
da proibição, Grasiela foi informada de que tratava-se de sanção disciplinar
administrativa; quando arguiu que atos ocasionaram a sanção, pleiteando junto aos
policiais penais o seu direito ao contraditório no que diz respeito ao âmbito
administrativo, Grasiela foi posta a par de que “havia colocado em risco” a segurança
da unidade prisional; ao solicitar a FORMALIZAÇÃO da medida aplicada pela
administração ― as motivações, detalhadamente e por escrito, que culminaram na
sanção disciplinar ―, Grasiela não obteve resposta.
O impetrante, por sua vez, também orientado no sentido de não sofrer abusos da
autoridade administrativa à qual está submetido, buscou, sem sucesso, junto a
unidade prisional, a garantia de seu direito previsto na lei 7.219/84, Art. 41, X, no que
foi prontamente ignorado pela administração do presídio.

A) DO ATO COATOR:
É ato discricionário do diretor geral do presídio a suspensão de visitantes que
infringem normas do estabelecimento prisional; o Regulamento de Normas e
Procedimentos do Sistema Prisional de Minas Gerais estabelece que:
“Art. 588. Os visitantes que venham a praticar condutas não
permitidas serão suspensos, mediante ato fundamentado do
Diretor Geral da Unidade Prisional, por período que poderá
variar de 01 (um) dia a 06 (seis) meses, dependendo da
gravidade da ilicitude cometida.
Parágrafo único. O Diretor Geral deverá oficiar à Promotoria
de Justiça da Comarca Local, com cópia ao Juízo de Execução
competente, a fim de dar ciência do ato de suspensão de
determinado visitante, bem como das causas que motivaram
tal ato.
Art. 589. Todos os impedimentos e suspensões de visitantes
deverão ser cadastrados no Sistema INFOPEN com a
respectiva justificativa.”
Ora, não é senão o próprio Regulamento de Normas e Procedimentos do Sistema
Prisional de Minas Gerais quem evidencia a irregularidade da medida administrativa
combatida.
Cumpre aqui ressaltar que o presídio não possibilitou canais de contestação da sanção
disciplinar, recusando-se inclusive a formalizá-la, razões pelas quais o mandamus
constitui-se urgente e exequivel.
In casu, para além da impossibilidade de defesa diante da gravosa medida
administrativa, o diretor geral do Presídio Professor Jacy de Assis não cumpriu os
dispositivos previstos Art. 588, parágrafo único, e Art. 589 do REMP; a sanção
displinar ocorre, portanto, ao arrepio das próprias normas da administração prisional,
circunstância em que perde absolutamente os seus efeitos.

B) DO DIREITO LÍQUIDO E CERTO:


A lei 7.210/1984, no seu Art. 41, X, prevê expressamente a visita do cônjuge, da
companheira, de parentes e amigos em dias determinados.
Restringir este direito exige do diretor da unidade prisional a FIEL OBSERVÂNCIA DA
NORMA, não podendo ser, de maneira alguma, um ATO INFORMAL, em expresso
desacordo com os regulamentos que limitam o seu espectro de atuação; com efeito, a
visitação familiar importa no processo de ressocialização do preso, ajudando-o a se
reintegrar à sociedade de forma positiva; a visita de familiares pode trazer suporte
emocional, alívio do estresse e da solidão, e transmitir mensagens de esperança e
incentivo, além de ser uma oportunidade para o preso compartilhar informações
sobre emprego, moradia, educação, tratamento médico e outras questões pessoais
importantes. Em síntese: a visita familiar é uma oportunidade para o preso manter
vínculos saudáveis com a família e aumentar suas chances de não mais reincidir em
condutas criminosas.
Ao proibir a visitação da esposa do impetrante, sem justa causa e sem as devidas
formalidades, o diretor geral do presídio Jacy de Assis viola direito líquido e certo
previsto na lei 7.210/1984 (Lei de Execuções Penais), ato discricionário que demanda
correção, a ser aplicada pelo Juízo competente.

III – DA LIMINAR

O art. 7º, III, da Lei nº 12.016/2009, que regulamenta o mandado de segurança, dispõe
que a liminar será concedida, suspendendo-se o ato que deu motivo ao pedido,
quando for relevante o fundamento do pedido e do ato impugnado puder resultar a
ineficácia da medida.
In casu, resta evidente o fumus boni iuris, já que o ato da administração prisional não
cumpriu as formalidades previstas no Regulamento de Normas e Procedimentos do
Sistema Prisional de Minas Gerais.
Há também o risco de o mandamus tornar-se ineficaz, se não deferido de pronto,
porquanto o periculum in mora de o impetrante permanecer irregularmente impedido
de avistar-se com sua esposa por 3 meses, situação degradante e notadamente sofrível
que urge ser evitada.
Desta forma, preenchidos os requisitos legais, cabível o deferimento da liminar.

IV – DOS PEDIDOS E REQUERIMENTOS


Ante o exposto, requer o impetrante que Vossa Excelência:
a) Conceda, liminarmente, a segurança pleiteada, com a expedição do competente
ofício, determinando que a autoridade coatora suspenda o ato lesivo e cumpra as
determinações legais (art. 9º da Lei nº 12.016/2009), assegurando ao impetrante o
direito de visitação de sua esposa, Grasiela…, até o julgamento do mérito deste
mandado;
b) Determine a notificação da autoridade coatora para prestar informações no prazo
legal de dez dias, conforme art. 7º, I, da Lei nº 12.016/2009;
c) Determine a oitiva do Ministério Público para oferecer parecer, conforme da art. 12,
caput, da Lei nº 12.016/2009;
d) Ao final, pleiteia a concessão definitiva da segurança com a ratificação da liminar
deferida assegurando-se o direito líquido e certo do impetrante.
Termos em que,
Pede deferimento.

Local e data.

Nome do advogado
OAB/XX nº XXX.XXX

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