UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS EXATAS E
TECNOLÓGICAS
ENGENHARIA CIVIL
LEI DE HOOKE E AJUSTE LINEAR
LARA SALES SANTOS (202311552)
ESTER N. SANTOS (202311550)
ZAINNE DE O. COSTA (202311293)
ILHÉUS-BA
2024
LARA SALES SANTOS (202311552)
ESTER N. SANTOS (202311550)
ZAINNE DE O. COSTA (202311293)
LEI DE HOOKE E AJUSTE LINEAR
Relatório apresentado como parte dos critérios de
avaliação da disciplina CET788 – FÍSICA
EXPERIMENTAL 1. Turma P09. Dia de execução
do experimento: 11/11/2024.
Professora: FABIANE ALEXSANDRA ANDRADE
DE JESUS
ILHÉUS -BA
2024
Sumário
1. INTRODUÇÃO........................................................................................................... 3
2. OBJETIVO...................................................................................................................3
3. MATERIAS E MÉTODOS.........................................................................................4
3.1 Materiais....................................................................................................................... 4
3.2 Métodos.........................................................................................................................4
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO.................................................................................5
5. CONCLUSÃO............................................................................................................12
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.......................................................................... 13
3
1. INTRODUÇÃO
A Lei de Hooke é um fundamental conceito da física que descreve a relação entre a
força aplicada a um objeto e a deformação resultante. Essa lei é essencial para entender o
comportamento de materiais sob diferentes condições de carga. A equação da Lei de Hooke,
eq. (1), onde F é a força aplicada, k é a constante de elasticidade e x é a deformação resultante,
é uma ferramenta poderosa para analisar e prever o comportamento de sistemas mecânicos.
𝐹 = 𝐾. 𝑋 (1)
No entanto, a aplicação prática da Lei de Hooke requer a determinação da constante
de elasticidade (k) para cada material específico. Isso pode ser feito através de experimentos
e medições, mas também pode ser realizado utilizando técnicas de ajuste linear.
O ajuste linear é uma técnica estatística que permite determinar a melhor reta que se
ajusta a um conjunto de dados. Essa técnica é fundamental para analisar a relação entre
variáveis e para prever o comportamento de sistemas complexos.
A análise de dados é uma ferramenta fundamental em diversas áreas do conhecimento.
No entanto, a presença de erros e incertezas nos dados pode afetar a precisão e confiabilidade
das conclusões. Nesse contexto, o método mínimo quadrado eq. (11), eq. (12), eq. (13) e eq.
(14) é uma técnica estatística amplamente utilizada para ajustar modelos lineares a dados
experimentais.
Este relatório apresenta uma discussão sobre o método mínimo quadrado, incluindo
seus princípios básicos, passos para aplicação e vantagens e desvantagens. Os resultados
obtidos serão discutidos e analisados, e as implicações práticas da aplicação da Lei de Hooke,
método mínimo quadrado e do ajuste linear serão destacadas.
2. OBJETIVO
O objetivo deste relatório é investigar a relação entre a força aplicada e a deformação
resultante em um material específico, utilizando a Lei de Hooke e técnicas de ajuste linear,
com o propósito de encontrar o melhor ajuste possível entre o modelo matemático e os dados
experimentais, minimizando os erros.
Além disso, o relatório visa:
1. Determinar a constante de elasticidade (k) do material estudado;
2. Analisar a relação entre a força aplicada e a deformação resultante utilizando ajuste
linear;
4
3. Avaliar a precisão e confiabilidade dos resultados obtidos;
4. Discutir as implicações práticas da aplicação da Lei de Hooke e do ajuste linear;
5. Encontrar a equação que melhor se ajusta aos dados experimentais;
6. Prever valores futuros com base no modelo ajustado;
7. Identificar relações entre variáveis;
8. Minimizar a soma dos quadrados dos erros;
9. Análise por meio do método dos mínimos quadrados.
Esses objetivos visam fornecer uma compreensão abrangente e prática sobre a relação
entre força aplicada e deformação resultante, possibilitando a aplicação eficaz da Lei de
Hooke, ajuste linear e método dos mínimos quadrados em contextos científicos e industriais,
como engenharia, física e materiais.
3. MATERIAIS E MÉTODOS
3.1 Materiais
1. Sete discos
2. Mola
3. Dois suportes
4. Régua (precisão de 0,05mm)
5. Balança Analítica (precisão de 0,1g)
3.2 Métodos
Os métodos utilizados para determinar as dimensões e massas dos sólidos consistiram
em uma combinação de medições precisas e tratamento estatístico dos dados. Para alcançar o
resultado esperado, foram seguidos os passos descritos abaixo:
1. Inicialmente, foi realizada medição da mola na posição de equilíbrio utilizando uma
régua em seu suporte;
2. Em seguida, a massa de cada disco foi determinada utilizando uma balança, sendo
posicionada uma a uma, e esse processo foram repetidas sete vezes;
3. Foram adicionadas uma a uma o disco na mola e retirada as medidas seis vezes, e
esse processo foram repetidas setes vezes;
4. Após as medidas anotadas, foi realizada a medição da mola para constar a sua
dilatação;
5
5. Com os dados coletados, foram calculadas as médias e as incertezas de cada
dimensão e massa;
6. Esses valores foram utilizados para aplicar a teoria de propagação de incertezas.
7. A aplicação da Lei de Hooke e ajuste linear foi realizada utilizando as fórmulas
apropriadas, considerando as incertezas das medições;
8. O ajuste linear foi realizado para determinar a relação entre a força aplicada e a
deformação resultante, permitindo a determinação da constante de elasticidade (k)
dos sólidos.
9. Método dos Mínimos Quadrados (MMQ): Utilizando a eq. (11), eq.(12), eq.(13) e
eq. (14).
10. Formação do gráfico;
11. Análise e discussão sobre os resultados obtidos.
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
A aplicação prática da Lei de Hooke requer a determinação da constante de
elasticidade (k). Isso pode ser feito através de experimentos e medições, mas também pode
ser realizado utilizando técnicas de ajuste linear. E assim foi realizado, utilizando as
medições, calculando as médias e incertezas, aplicando o método mínimo quadrado e
realizando o ajuste linear através do gráfico.
Tabela 1: As medidas
N 1 2 3 4 5 6
−1
X˳A . 10 (m) 1,70 1,70 1,71 1,71 1,70 1,71
−1
XF1 . 10 (m) 2,03 2,05 2,05 2,07 2,07 2,09
−1
XF2 . 10 (m) 2,19 2,20 2,20 2,20 2,21 2,21
−1
XF3 . 10 (m) 2,25 2,25 2,26 2,26 2,26 2,26
−1
XF4 . 10 (m) 2,31 2,31 2,32 2,32 2,33 2,33
−1
XF5 . 10 (m) 2,37 2,37 2,37 2,38 2,38 2,38
XF6 . 10−1 (m) 2,43 2,44 2,44 2,44 2,45 2,45
XF7 . 10−1 (m) 2,50 2,50 2,50 2,51 2,51 2,51
X˳B . 10−1 (m) 1,71 1,71 1,72 1,72 1,73 1,73
Tabela 2: As massas
N 1 2 3 4 5 6
−2
m1 . 10 (kg) 5,67 5,67 5,67 5,67 5,67 5,67
−2
m2 . 10 (kg) 7,95 7,95 7,95 7,95 7,95 7,95
−2
m3 . 10 (kg) 8,99 8,99 8,99 8,98 8,99 8,98
−2
m4 . 10 (kg) 9,95 9,94 9,95 9,95 9,95 9,94
−1
m5 . 10 (kg) 1,09 1,09 1,09 1,09 1,09 1,09
6
m6 . 10−1 (kg) 1,19 1,19 1,19 1,19 1,19 1,19
−1
m7 . 10 (kg) 1,29 1,29 1,29 1,29 1,29 1,29
A estatística descritiva fornece medidas essenciais para compreender conjuntos de
dados. A média eq. (2) que representa o valor central, enquanto o desvio padrão eq. (3) indica
variabilidade em relação à média, o desvio padrão do valor médio ou erro padrão da média eq.
(4) mede a incerteza da média e a incerteza padrão eq. (5) que quantifica a incerteza associada
a estimativas estatísticas. Essas medidas são fundamentais para a progressão do objetivo
esperado aos dados coletados.
𝑁
1
𝑋̅ = ∑ 𝑋𝑖 (2)
𝑁
𝑖=1
Para calcular a média , utilizou-se a eq. (2), onde somou todas as medidas e dividiu pela
a sua quantidade. 𝑋̅ é o símbolo da média aritmética do conjunto de dados, ela representa o
valor médio de todos os elementos no conjunto. 𝑁 é o numero total de elementos. 𝑋𝑖 é o i-ésimo
valor do conjunto, 𝑖 = 1 até 𝑁 que é a soma para cada valor de 𝑖 começando de 1 até 𝑁.
𝑁
1
𝜎=√ ∑(𝑋̅ − 𝑋𝑖 )2 (3)
𝑁−1
𝑖=1
Usou-se a eq. (3), para determinar o desvio padrão dos dados coletados em relação ao
valor médio. 𝑁 é o numero total de elementos. 𝑋̅ é a média dos dados, 𝑋𝑖 é o i-ésimo valor do
conjunto.∑𝑁 ̅ 2
𝑖=1(𝑋 − 𝑋𝑖 ) é a soma dos quadrados das diferenças entre a média e cada valor
individual de 𝑋𝑖 no conjunto. O 𝑁 − 1 é utilizado para corrigir o viés na estimativa do desvio
padrão. A raiz quadrada e tirada para trazer o valor do desvio padrão de volta a mesma
unidade de medidas dos dados originais.
(2)
𝜎
𝜎̅ = (4)
√𝑁
Utilizou-se também a eq. (4) para calcular o desvio padrão do valor médio, que indica
o quanto os valores de um conjunto se afastam da média aritmética. 𝜎 é o desvio padrão da
7
população, que e a medida de dispersão dos dados em torno da média. 𝑁 é o numero total de
elementos, √𝑁 é o tamanho da amostra.
̅ 2 + 𝜎2𝑖𝑛𝑠𝑡
𝜎𝑋̅ = √𝜎 (5)
A incerteza padrão utilizou a eq. (5), que calculam o grau de diferença dos dados em
relação à média aritmética. 𝜎̅ 2 representa o desvio padrão associado à dispersão dos dados
2
coletados. 𝜎𝑖𝑛𝑠𝑡 é o desvio padrão total combinado, que leva em conta tanto a variabilidade dos
dados quanto a incerteza instrumental. Na equação utiliza a soma quadrática porque as
incertezas são consideradas independentes.
Tabela 3: As médias das medidas
N 𝑋̅. 10−1 (𝑚) 𝜎. 10−4 (𝑚) 𝜎̅. 10−4 (𝑚) 𝜎𝑋̅ . 10−4 (𝑚)
X˳A 1,71 5,48 2,24 2,29
XF1 2,06 2,10 8,56 8,58
XF2 2,20 7,53 3,07 3,11
XF3 2,26 5,16 2,11 2,17
XF4 2,32 8,94 3,65 3,69
XF5 2,38 5,48 2,24 2,29
XF6 2,44 7,53 3,07 3,11
XF7 2,51 5,48 2,24 2,29
X˳B 1,72 8,94 3,65 3,69
Tabela 4: As médias das massas
N 𝑋̅ (𝐾𝑔) 𝜎 (𝐾𝑔) 𝜎̅ (𝐾𝑔) 𝜎𝑋̅ (𝐾𝑔)
m1 5,67. 10 −2
7,60. 10 −18
3,10. 10 −18
1,00. 10−4
m2 7,95. 10−2 0 0 1,00. 10−4
m3 8,99. 10−2 5,16. 10−5 2,11. 10−5 1,02. 10−4
m4 9,95. 10−2 5,16. 10−5 2,11. 10−5 1,02. 10−4
m5 1,09. 10−1 5,48. 10−5 2,24. 10−5 1,02. 10−4
m6 1,19. 10−1 0 0 1,00. 10−4
m7 1,29. 10−1 5,16. 10−5 2,11. 10−5 1,02. 10−4
O aumento da dispersão do desvio e das incertezas em XB sugere que o estiramento
pode ter alterado as propriedades elásticas da mola. Embora a média tenha sofrido uma mudança
muito pequena.
A proximidade entre as médias (XA e XB) sugere que a mola ainda mantém um
8
comportamento próximo do ideal para pequenas deformações, mas o aumento das incertezas
pode indicar o início de degradação do material. Esses efeitos podem se intensificar com
sucessivos estiramentos, levando eventualmente a uma perda significativa das propriedades
elásticas da mola.
O comportamento observado em XB indica que o estiramento, embora tenha causado
mudanças sutis na média, aumentou consideravelmente a dispersão das medidas. Isso aponta
para o início de alterações físicas na mola, que podem impactar seu desempenho a longo prazo.
Avaliar esses dados pode ser crucial para prever a durabilidade do material e seu
comportamento em condições reais de uso.
A propagação de incerteza é crucial em análises estatísticas e científicas, pois permite
quantificar a incerteza final de uma medida ou cálculo, considerando as incertezas individuais
de cada variável envolvida.
Compreender essa propagação é essencial para garantir a confiabilidade e a precisão dos
resultados.
𝜕𝑤 2 2 𝜕𝑤 2 2 𝜕𝑤 2 2
𝜎𝑤2 = ( ) 𝜎𝑥 + ( ) 𝜎𝑦 + ( ) 𝜎𝑧 + ⋯ (6)
𝜕𝑥 𝜕𝑦 𝜕𝑧
A eq. (6) é a equação geral da propagação de incerteza, 𝑤 é a variável, geralmente a
gtrandeza que estamos tentando calcular ou medir. 𝑥, 𝑦, 𝑧 são as variáveis de entrada, as grandezas
que são usadas para calcular 𝑤, e podem ter incertezas associadas a elas. 𝜎𝑥 , 𝜎𝑦 , 𝜎𝑧 são as incertezas
𝜕𝑤 𝜕𝑤 𝜕𝑤
associadas a cada uma das variáveis de entrada 𝑥, 𝑦, 𝑧. , 𝜕𝑦 , 𝜕𝑧 são as derivadas parciais de 𝑤 em
𝜕𝑥
relação às variáveis 𝑥, 𝑦, 𝑧.
∆𝑥 = 𝑥𝑓 − 𝑥0 (7)
A eq. (7) foi utilizada para calcular o ∆𝑥, que descreve a variação de posição de um
objeto ao longo de um eixo, 𝑥𝑓 e a posição final do objeto e 𝑥0 é a posição inicial do objeto.
𝑃 = 𝑚. 𝑔 (8)
Para calcular o peso utilizou a eq. (8), onde descreve a força peso de um objeto em um
campo gravitacional. 𝑃 é o peso do objeto, o peso é uma força e sua unidade do Sistema Internacional
de Unidades (SI) é o Newton (N). O 𝑚 e a massa do objeto que é uma medida da quantidade de
9
matéria que ele possui, a sua unidade no (SI) é o Kilograma (Kg), o 𝑔 é a aceleração da gravidade
no local onde o objeto se encontra.
Tabela 5: Resultado do delta x e do peso e das suas propagações
N (∆𝑥 ± 𝜎∆𝑥 ). 10−2 𝑚 (𝑃 ± 𝜎𝑃 )𝑁
1 (3,55 ± 8,88) (5,56 ± 3,00)
2 (4,97 ± 3,87) (7,80 ± 4,09)
3 (5,52 ± 3,15) (8,82 ± 4,60)
4 (6,15 ± 4,34) (9,76 ± 5,07)
5 (6,70 ± 3,24) (1,07 ± 5,54)
6 (7,37 ± 3,87) (1,17 ± 6,04)
7 (8,00 ± 3,24) (1,27 ± 6,54)
A partir dos dados, o ajuste linear será realizado para encontrar o valor de a, que
corresponde à constante elástica k. Um bom ajuste confirmará a validade da Lei de Hooke para
o sistema investigado.
As incertezas (𝜎∆𝑥 e 𝜎𝑃 ) são fundamentais para avaliar a confiabilidade dos dados e a
qualidade do ajuste. Dados com grandes incertezas podem levar a um aumento de D(b,a),
indicando maior dispersão em relação à reta ajustada.
O valor de b deve ser próximo de zero em sistemas ideais, uma vez que, teoricamente, sem
força, não deve haver deslocamento. Qualquer desvio significativo de b pode indicar erros
experimentais ou a presença de forças externas (como atrito ou deformação inicial).
O valor de D(b,a) é usado para avaliar a qualidade do ajuste: quanto menor D(b,a), melhor é o
ajuste linear. Um valor elevado pode indicar a presença de um valor atípico ou um desvio do
comportamento ideal.
Os dados apresentados na tabela são consistentes com o comportamento esperado para
uma mola ideal, dentro do propósito da Lei de Hooke. A equação de D(b,a) será essencial para
determinar a constante elástica k e verificar a qualidade do ajuste. No entanto, as incertezas,
especialmente em P, podem afetar a precisão dos resultados, sendo importante considerá-las na
análise final.
𝐷(𝑏, 𝑎) = ∑[𝑦𝑖 − 𝑏 − 𝑎𝑥𝑖 ]2 (9)
A eq. (9) usou para fazer a parcial de D, para saber a soma dos quadrados dos erros,
[𝑦𝑖 − 𝑏 − 𝑎𝑥𝑖 ]2 é para calcular o erro quadrático para cada ponto de dados 𝑖. O ∑ calcula a soma
dos erros quadráticos para todos os pontos de dados 𝑖, a função 𝐷(𝑏, 𝑎) mede o quão bem a reta
10
ajustada se adapta aos dados observados.
𝑦 = 𝑎. 𝑥 + 𝑏 (10)
A eq. (10) usou para calcular o coeficiente angular e linear, 𝑦 é uma variável dependente, 𝑥 é a
variável independente, 𝑎 é o coeficiente angular da reta, ele determina a inclinação da reta e 𝑏 é o
coeficiente linear, ele determina o ponto em que a reta intercepta o eixo 𝑦.
1,6
1,4
1,2
1
Peso
0,8
Ajuste linear
0,6 Linear (Ajuste linear)
0,4
0,2
0
0 0,02 0,04 0,06 0,08 0,1
Delta X
O gráfico apresenta uma tendência linear clara, como esperado pela Lei de Hooke. Isso
sugere que os dados seguem o comportamento ideal de uma mola para deformações na faixa
medida.
As barras de erro no gráfico indicam a presença de incertezas tanto no peso quanto no
deslocamento. Essas incertezas podem surgir de erros de medição ou variações experimentais.
A inclusão dessas barras é importante para avaliar a qualidade do ajuste e validar os resultados.
A inclinação da reta ajustada fornece uma estimativa para a constante elástica da mola. Se o
valor do intercepto b for significativamente diferente de zero, pode ser necessário investigar
possíveis fontes de erro sistemático, como deformações permanentes ou falhas no sistema
experimental.
Embora o comportamento seja linear na região medida, a Lei de Hooke só é válida para
pequenas deformações. Para deslocamentos maiores, pode ocorrer deformação plástica, e a
relação deixa de ser linear.
O gráfico é consistente com a Lei de Hooke na faixa investigada. O uso do ajuste linear
11
e do método dos mínimos quadrados possibilitou a determinação da constante elástica da mola,
evidenciando a proporcionalidade entre P e ΔX. A análise também destaca a importância das
incertezas para a interpretação e confiabilidade dos dados experimentais.
𝑁 ∑ 𝑥𝑖 𝑦𝑖 − ∑ 𝑥𝑖 − ∑ 𝑦𝑖
𝑎= (11)
𝑁 ∑ 𝑥𝑖2 − (∑ 𝑥𝑖 )2
∑ 𝑥𝑖2 ∑ 𝑦𝑖 − ∑ 𝑥𝑖 ∑ 𝑥𝑖 𝑦𝑖
𝑏= (12)
𝑁 ∑ 𝑥𝑖2 − (∑ 𝑥𝑖 )2
Para fazer o cálculo do método dos Mínimos Quadrados , utilizou-se a eq. (11) e eq.
(12), onde se calculou o coeficiente angular 𝑎 e o coeficiente linear 𝑏 da reta de regressão linear. 𝑎
representa a inclinação da reta que melhor se ajusta aos dados, sendo a taxa de variação de 𝑦 em
relação a 𝑥. 𝑏 representa o intercepto da reta, o valor de 𝑦 quando 𝑥 = 0. 𝑁 é o número total de
pontos de dados. 𝑥𝑖 é o valor da variável independente para o i-ésimo ponto de dados. 𝑦𝑖 é o valor
da variável dependente para o i-ésimo ponto de dados. ∑𝑖 𝑥𝑖 é a soma de todos os valores 𝑥𝑖 das
observações. ∑𝑖 𝑦𝑖 é a soma de todos os valores 𝑦𝑖 das observações. ∑𝑖 𝑥𝑖2 é a soma dos quadrados
de todos os valores 𝑥𝑖 . ∑𝑖 𝑥𝑖 𝑦𝑖 é a soma dos produtos dos valores 𝑥𝑖 𝑒 𝑦𝑖 para todas as observações.
𝑁 ∑ 𝑥𝑖 𝑦𝑖 é a soma ponderada dos produtos de 𝑥𝑖 𝑒 𝑦𝑖 , multiplicada por N. ∑ 𝑥𝑖 − ∑ 𝑦𝑖 é
simplesmente calcula a diferença entre a soma dos valores de 𝑥 e a soma dos valores de 𝑦. ∑ 𝑥𝑖2 ∑ 𝑦𝑖
é a soma 𝑥𝑖 dos quadrados de multiplicada pela soma dos valores 𝑦𝑖 . ∑ 𝑥𝑖 ∑ 𝑥𝑖 𝑦𝑖 é o produto da
soma dos valores 𝑥𝑖 pela soma dos produtos 𝑥𝑖 𝑦. 𝑁 ∑ 𝑥𝑖2 é a soma dos quadrados de 𝑥𝑖 , multiplicada
pelo número total de observações 𝑁. (∑ 𝑥𝑖 )2 é o quadrado da soma de todos os valores de 𝑥𝑖 .
𝐷 1
𝜎𝑎 = √ [ 2 ] (13)
𝑁 − 2 𝑁 ∑ 𝑥𝑖 − (∑ 𝑥𝑖 )2
𝐷 ∑ 𝑥𝑖2
𝜎𝑏 = √ [ ] (14)
𝑁 − 2 𝑁 ∑ 𝑥𝑖2 − (∑ 𝑥𝑖 )2
Para obter os cálculos da incerteza propagada de a e b fez a propagação utilizando a eq. (13) e
eq. (14), 𝐷 é o erro residual total e 𝑁 é o número total de pontos dados. A incerteza propagada de
𝑎 o 𝐷/(𝑁 − 2) está relacionado com a variabilidade total dos resíduos, normalizada pelo número
de observações menos 2 (𝑁 − 2), que é usado porque estamos estimando dois parâmetros (𝑎 e 𝑏)na
12
regressão linear, e a subtração de 2 ajusta o número de graus de liberdade para o cálculo da variância
residual. 1/(𝑁 ∑ 𝑥𝑖2 − (∑ 𝑥𝑖 )2 ) está relacionado com a dispersão dos valores de 𝑥. Ele mede o
quanto os valores de 𝑥 são espalhados ou concentrados em torno da média de 𝑥. Quanto mais
dispersos os valores de 𝑥, menor será o erro padrão 𝜎𝑎 , pois a reta de regressão será mais bem
∑ 𝑥2
𝑖
determinada. 𝑁 ∑ 𝑥 2−(∑ esse termo está relacionado com a dispersão dos valores de 𝑥. Ele mede
𝑖 𝑥 )2
𝑖
o quanto os valores de 𝑥 estão espalhados ao redor da média de 𝑥. A dispersão de afeta diretam 𝑥
ente a incerteza sobre a estimativa do intercepto 𝑏.
Tabela 6- resultado dos métodos mínimos quadrados de a e b e as suas incertezas propagadas
(𝑎 ± 𝜎𝑎 ). 102 𝑁/𝑚 (16,03 ± 0,01)
(𝑏 ± 𝜎𝑏 ). 10−1 𝑁 (−0,01 ± 0,06)
Com base nos resultados apresentados na tabela, pode-se concluir que o parâmetro a,
foi determinado com alta precisão, refletindo a consistência dos dados experimentais e a eficácia
do método de ajuste utilizado.
Por outro lado, o parâmetro b, apresenta uma incerteza consideravelmente maior em
relação ao seu valor absoluto, sugerindo maior dificuldade na determinação ou menor influência
desse parâmetro no modelo. Esses resultados reforçam que a é o componente mais significativo
no sistema analisado, enquanto b, apesar de possivelmente desempenhar um papel secundário,
requer maior atenção para reduzir incertezas e melhorar a interpretação do modelo. A precisão
alcançada para a e os desafios relacionados ao b evidenciam a necessidade de uma análise crítica
dos dados experimentais, do modelo matemático adotado e das técnicas de medição utilizadas.
Portanto, investigações adicionais, incluindo coleta de novos dados e refinamento
metodológico, podem contribuir para aprimorar a compreensão e a confiabilidade do sistema
em estudo.
5. CONCLUSÃO
A análise apresentada evidenciou a aplicação bem-sucedida da Lei de Hooke por meio
de experimentos e do ajuste linear, permitindo determinar a constante elástica k com alta
precisão. A inclinação da reta ajustada (a) destacou-se como o componente mais relevante e foi
determinada de forma consistente, refletindo a validade do modelo para pequenas deformações
da mola.
13
Por outro lado, o parâmetro b, associado ao intercepto, apresentou uma maior incerteza
relativa, o que sugere desafios na sua determinação ou indícios de desvios experimentais.
Embora seu valor ideal em sistemas lineares seja zero, os desvios observados podem ser
atribuídos a erros sistemáticos ou fatores externos, como atrito ou deformações iniciais.
O aumento das incertezas em XB e a maior dispersão indicam possíveis alterações nas
propriedades elásticas da mola devido ao estiramento, sugerindo o início de degradação do
material. Apesar disso, a proximidade entre as médias de XA e XB indica que, para pequenas
deformações, a mola ainda apresenta um comportamento próximo do ideal.
A propagação de incertezas revelou-se essencial para avaliar a confiabilidade dos
resultados, permitindo uma análise mais robusta e detalhada. O gráfico, consistente com a Lei
de Hooke, confirmou a proporcionalidade entre P e ΔX na faixa de deformação estudada,
evidenciando a qualidade do ajuste linear realizado.
Conclui-se que o método empregado foi eficiente na determinação da constante elástica
k, validando o comportamento linear da mola para pequenas deformações. Entretanto, para
otimizar a confiabilidade e reduzir as incertezas, recomenda-se a realização de novos
experimentos, a revisão das condições experimentais e o uso de técnicas avançadas de análise.
Isso permitirá refinar ainda mais o modelo e compreender os limites de sua aplicabilidade.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
● UESC. Propagação de incerteza: laboratório virtual de física experimental. Laboratório
virtual de Física Experimental. Disponível em:
https://labfisvirtual.wixsite.com/labfisuesc/material-de-apoio. Acesso em: 25 out. 2024.
● Hugh D. Young e Roger A. Freedman: “Física I – Mecânica”; Tradução de Adir Moysés
Luiz. Editora Addison Wesley, São Paulo. 10ª Edição, 2003.
● VUOLO, José Henrique. Fundamentos da teoria de erros: propagação de incertezas. São
Paulo: Editora Edgard Blucher. 2ª Edição, 1996.