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Ano: Turma: Data de entrega do material: Disciplina: Professora:
EF-8 M1 / M2 / M3 / T1 ____/____/2024 | 1º trimestre Gramática Geovana
APANHADÃO DE SINTAXE 01 | TIPOS DE SUJEITO
No 7º ano, você teve o primeiro contato com uma vasta área de estudos
gramaticais: a SINTAXE. Este campo do conhecimento se dedica a entender e
nomear as funções das palavras na oração, ou seja, a análise sintática classifica as
palavras da oração de acordo com o que elas fazem. Mas o que é oração? O que é
análise sintática? Neste Apanhadão, iremos rever cada um desses conceitos, bem
como estudar os tipos de sujeito.
Bons estudos! ❤
CONCEITO FUNDAMENTAL: oração
“Oração” é como se chama a frase que possui um verbo (ou uma locução verbal). Cada verbo
(ou locução verbal) corresponde a uma oração.
EXEMPLOS de orações:
● “Chove muito no verão.”
Trata-se de uma oração, pois apresenta o verbo “chover”.
● “Os alunos estão lendo o Apanhadão.”
Também é uma oração, mas que, ao invés de um verbo, apresenta uma locução verbal, a qual é formada
pelo “estar” + gerúndio do verbo “ler”.
atenção!
Se a frase NÃO APRESENTA VERBO, trata-se de uma FRASE NOMINAL.
Por exemplo: “Boa tarde, queridos alunos!” Neste caso, não é possível fazer análise
sintática, já que não há um verbo.
Quando, na frase, só há uma oração, entre a letra maiúscula e o ponto, tem-se um período simples.
Sendo assim, “Chove muito no verão” e “Os alunos estão lendo o Apanhadão” são períodos simples, já
que, no primeiro caso, tem-se uma oração formada por um verbo e, no segundo, uma oração formada
por uma locução verbal.
Quando há mais de uma oração (ou seja, mais de um verbo ou locução verbal), entre a letra maiúscula e
o ponto, temos um período composto. Vejamos alguns exemplos de período composto na próxima
página.
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EXEMPLOS de período composto:
● “Chove e venta muito no verão.”
Período composto por duas orações (dois verbos).
● “Está chovendo agora, mas não faz frio, embora o vento esteja gelado.”
Período composto por três orações (uma locução verbal e dois verbos).
Para contabilizar períodos, sejam eles simples ou compostos, você deve contar o número de sinais de
pontuação presentes no texto. Lembre-se de que não são quaisquer sinais de pontuação que fecham
período. Verifique quais são eles em seu caderno de Gramática.
análise sintática
É o que se chama de estudo dos termos da oração: cada palavra exerce uma função, a que chamamos de
função sintática. Por isso, cada termo da oração exerce uma função sintática diferente. Como só existe
oração se existir um verbo, é fundamental que ele seja o primeiro termo a ser encontrado. Primeiro
passo a se fazer na análise sintática? ACHAR O VERBO!
Antes de partir para as funções desempenhadas pelas palavras na oração, devemos nos lembrar de que
ela pode ser dividida entre sujeito e predicado, em que fica o verbo. Vamos começar, então, pelo
SUJEITO.
SUJEITO
Termo que:
● faz com que o verbo (ou locução verbal) seja flexionado(a) em número (singular/plural) e em pessoa
(1ª, 2ª ou 3ª);
● na voz ativa, ou seja, quando o foco é o agente do processo verbal, o sujeito identifica quem/o que
realiza a ação descrita pelo verbo e/ou locução verbal;
● majoritariamente (na maioria), identifica sobre quem/o que se declara algo (porque nem todo verbo
descreve uma ação).
Para que possamos compreender o sujeito e suas classificações, devemos entender o conceito de núcleo
do sujeito.
NÚCLEO DO SUJEITO
O NÚCLEO é a palavra mais importante do sujeito, o que quer dizer que, sem o núcleo, a
identificação do sujeito fica precária e não produz efeito de sentido.
A função de núcleo é exercida por um substantivo ou uma palavra com valor de substantivo (como os
pronomes). Lembre-se de que “substantivo” e “pronomes” não são classificações da sintaxe, e sim da
morfologia (classe de palavras), área da gramática que estuda o que as palavras são. Nesse sentido,
muitas vezes, substantivos, pronomes e palavras substantivadas funcionam sintaticamente como
núcleos do sujeito. Vejamos alguns exemplos na próxima página.
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EXEMPLOS de núcleos do sujeito:
ORAÇÃO Núcleo do sujeito (classe de palavras)
Ninguém testemunhou contra o réu. “Ninguém” (pronome indefinido)
Alguém chegou cedo hoje. “Alguém” (pronome indefinido)
Elas foram embora cedo. “Ela” (pronome pessoal)
Eu entendi este conteúdo! “Eu” (pronome pessoal)
Nenhum dos alunos tem dúvidas. “Nenhum” (pronome indefinido)
Os alunos e alunas assistem a filmes com frequência. “Alunos” e “alunas” (substantivo)
A chuva e o vento atrapalham a ida à praia. “Chuva” e “vento” (substantivos)
Empatia, caridade e respeito são essenciais para a boa convivência. “Empatia”, “caridade” e “respeito” (substantivos)
O primeiro da fila pode apagar a luz, por favor? “Primeiro” (numeral substantivado)
Observe que, nos casos acima, há termos que identificam o sujeito. Por isso, devemos esclarecer o que
são os sujeitos determinados.
sujeito determinado
O verbo deve sempre concordar em número (singular/plural) e em pessoa (1ª, 2ª e 3ª) com o
sujeito se ele for do tipo DETERMINADO. Isto quer dizer que é possível identificar quem ou o
que realizou a ação do verbo, ou sobre quem ou o que se declara algo. Assim, podemos explicar a razão
de o verbo estar flexionado. Há três tipos de sujeito determinado: simples, composto e desinencial (ou
oculto). Veremos cada um dos casos nas próximas páginas.
eXEMPLOS de sujeitos determinados:
● O grupo de crianças e adolescentes desceu as escadas rapidamente.
O núcleo do sujeito do verbo “descer” é o substantivo “grupo”.
● Começaram, finalmente, as aulas de alemão e meu curso de judô!
Os núcleos do sujeito do verbo “começar” são os substantivos “aulas” e “curso”.
Observe que esta oração está articulada em uma ordem diferente daquela com a qual estamos
acostumados, ou seja, fora da ordem direta.
ORDEM DIRETA
É o nome que se dá à organização comum/intuitiva das palavras em uma oração. Geralmente,
a ordem do português é: SUJEITO + VERBO + COMPLEMENTO. No entanto, como a língua é
viva e seus usuários fazem dela o que bem entendem para que consigam expressar aquilo que desejam,
é possível alterar a ordem das palavras, como se observa no exemplo acima, “Começaram, finalmente, as
aulas de alemão e meu curso de judô!”. Por isso, é fundamental que se siga o passo a passo da análise
sintática, conforme vimos em nossas aulas.
Agora que já retomamos aspectos imprescindíveis da sintaxe, vamos conhecer cada um dos tipos de
sujeito.
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TIPOS DE SUJEITO
i. sujeito simples
● Sujeito determinado.
● Há apenas um núcleo.
eXEMPLOS de sujeito simples:
● Os meus queridos alunos do 8º ano estudam muito durante a semana.
O sujeito do verbo “estudar” é “os meus queridos alunos do 8º ano”. O núcleo é “alunos” (um único
substantivo).
● Alguém me cutucou.
O sujeito do verbo “cutucar” é “alguém”. O núcleo também é “alguém”!
atenção à acentuação!
Alguns verbos mudam de grafia ou recebem um acento gráfico quando apresentam sujeito simples
flexionado no plural. É o caso de “ter”, “vir”, “ver”, “ler” etc.
● Os alunos não TÊM dúvidas.
● Vocês VÊM à escola de perua? Ou de carro? Ou a pé?
● Professores LEEM muito.
● Aquelas pessoas VEEM televisão à noite.
ii. sujeito composto
● Sujeito determinado.
● Há mais de um núcleo.
eXEMPLOS de sujeito composto:
● Os alunos e a professora leem silenciosamente.
O sujeito do verbo “ler” é “os alunos e a professora”, sendo que os núcleos são: “alunos” e “professora”
(dois substantivos).
● Chegaram pelos Correios aqueles livros, cadernos e canetas.
O sujeito do verbo “chegar” é “aqueles livros, cadernos e canetas”, sendo que os núcleos são: “livros”,
“cadernos” e “canetas” (três substantivos).
NA PRÓXIMA PÁGINA: atenção à acentuação!
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Alguns verbos mudam de grafia ou recebem um acento gráfico quando apresentam um sujeito
composto. É o caso de “ter”, “vir”, “ver”, “ler” etc.
● Os alunos e alunas não TÊM dúvidas.
● Professores, funcionários e alunos VÊM à escola de carro.
● Professores e vários alunos LEEM com frequência.
● Aqueles adultos e seus filhos VEEM pouca televisão.
iii. sujeito desinencial (ou oculto)
Existe um tipo de sujeito em que o agente não está expresso, mas sabemos quem ele é devido à
conjugação verbal e ao contexto.
Embora o sujeito não esteja ali, visível na oração, isto é, textualmente representado por uma ou mais
palavras, a desinência do verbo (parte final do verbo, em que se observa a conjugação) e o contexto
podem nos revelar seu agente (ou sobre quem/o que se declara algo).
EXEMPLOS de sujeito desinencial:
● Chegamos cedo hoje.
Quem “chegamos”? NÓS!
Não há uma palavra textualmente evidente, mas é possível identificar o sujeito “nós” por meio da
desinência do verbo “chegamos”.
● Li um excelente livro este final de semana: “A droga da obediência”, do brasileiro Pedro Bandeira.
Quem “li”? EU!
Não há uma palavra textualmente evidente, mas é possível identificar o sujeito “eu” por meio da
desinência do verbo “li”.
caso especial: sujeito desinencial no período composto E NO CONTEXTO
Considere os dois períodos compostos abaixo:
Os alunos adoram esportes, pois entendem a importância da atividade física para a nossa saúde. Por
isso, praticam diversas modalidades e se divertem bastante!
O sujeito do verbo “adorar” é “os alunos”, o qual é classificado sintaticamente como sujeito simples, já
que só há um núcleo. Agora, qual é o sujeito dos verbos “entender”, “praticar” e “divertir-se”? Dentro do
contexto, é possível saber quem é o agente de tais ações, não é? Sendo assim, o sujeito dos verbos
“entender”, “praticar” e “divertir-se” é “os alunos”, mas a classificação sintática é: sujeito desinencial
(ou oculto). Esse tipo de sujeito é utilizado para manter a coesão textual, isto é, a organização dos
textos, de forma a evitar repetições desnecessárias de termos.
iv. oração sem sujeito
A ação/declaração expressa pelo verbo não é atribuída a nenhum ser/coisa.
Os verbos deste tipo de oração não admitem nenhum sujeito e, por isso, a morfologia os classifica como
verbos impessoais.
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atenção!
Os verbos de orações sem sujeito estão SEMPRE NO SINGULAR, pois não há um
sujeito com o qual concordar! Chamamos esses verbos de verbos impessoais, que é
um tipo de verbo que não admite sujeito.
VERBOS IMPESSOAIS: não admitem sujeito
● “HAVER” E “TER” NO SENTIDO DE “EXISTIR”:
a) HÁ vagas de emprego para motociclistas com experiência.
O verbo “haver”, neste caso, indica a existência de vagas, certo?
b) HOUVE algumas perguntas interessantes durante o debate.
O verbo “haver” fica no singular porque não existe sujeito!
c) TINHA mais de cem mensagens no chat daquela live.
O verbo “ter”, no sentido de “existir”, não admite sujeito, tal qual o verbo “haver” no mesmo sentido.
o verbo “existir” admite sujeito?
Quando se troca o verbo “haver” ou “ter" pelo “existir”, a oração passa a ter sujeito. Na oração “existem
vagas de emprego para motociclistas”, a expressão “vagas de emprego para motociclistas” é classificada
sintaticamente como sujeito simples e o núcleo é o substantivo “vagas”.
Afinal, “o que existem?” VAGAS!
● “FAZER” E “HAVER” NO SENTIDO DE TEMPO TRANSCORRIDO (tempo passado):
a) FAZ anos que moro em Campinas.
b) Você saiu da sala FAZ 15 minutos!
c) HÁ dias que eu não assisto às minhas séries da Netflix.
● “SER” QUANDO INDICA TEMPO GERAL OU TEMPO TRANSCORRIDO:
a) ERA noite quando começou a tempestade.
b) É cedo ainda! SÃO* quatro da manhã! Volte a dormir!
* EXCEÇÃO: ao indicar as horas, o verbo “ser”, mesmo que não tenha sujeito, concorda com a quantidade de horas.
● VERBOS QUE INDICAM FENÔMENOS NATURAIS:
a) Às vezes, NEVA em cidades do sul do Brasil.
b) VENTA muito em Barão Geraldo quando CHOVE.
v. sujeito indeterminado
Neste caso, não há nenhum sujeito expresso. É aquele que não é nomeado na oração, ou por não se
querer nomeá-lo, ou por se desconhecer quem pratica a ação.
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IMPORTANTE: NÃO IDENTIFICAÇÃO DO AGENTE DA AÇÃO VERBAL
Quando o sujeito é classificado como indeterminado, existe sujeito, isto é, o verbo permite que exista
algo/alguém que executou a ação. Entretanto, NÃO é possível identificar quem/o que realizou a ação
descrita pelo verbo. Isso quer dizer que não há marcas textuais que evidenciem quem/o que realizou a
ação do verbo ou sobre quem se declara algo.
Existem DUAS FORMAS de se indeterminar o sujeito. Mas, cuidado, as nomenclaturas abaixo não são
oficializadas pela Gramática: elas só foram criadas para facilitar o seu entendimento. Por enquanto,
estudaremos apenas o “modo simplão”. Em breve, veremos o “modo elegante”, descrito ao final deste
Apanhadão.
INDETERMINAR O SUJEITO: “MODO SIMPLÃO”
● Sujeito indeterminado.
● Verbo conjugado na 3ª PESSOA DO PLURAL.
● NÃO HÁ, na oração, quaisquer marcas textuais de quem seja o agente da ação.
EXEMPLOS de sujeito indeterminado pelo “modo simplão”:
● Levaram meus livros.
Quem “levaram”? Sei lá! Só sei que aconteceu!
● Estão querendo aumentar o tempo do recreio!
Quem “estão querendo”? Não sei! Só sei que seria massa!
● Deixaram a gente sair mais cedo hoje, prô!
Quem “deixaram”? Não sei! Isso me parece história pra boi dormir.
INDETERMINAR O SUJEITO: “MODO elegante”
● Sujeito indeterminado.
● Verbo conjugado na 3ª PESSOA DO SINGULAR.
● Adiciona-se o ÍNDICE DE INDETERMINAÇÃO DO SUJEITO (função sintática), que é representado pelo
pronome SE.
● NÃO HÁ, na oração, quaisquer marcas textuais que identifiquem quem é o agente da ação.
EXEMPLOS de sujeito indeterminado pelo “modo elegante”:
● Precisa-se de livros doados.
Quem “precisa”? Sei lá! A oração não nos dá nenhuma pista sobre quem precisa de livros doados.
Entretanto, podemos deduzir (inferir) quem é o agente do verbo “precisar”, por meio de nosso
conhecimento de mundo: uma instituição sem fins lucrativos que visa ensinar literatura a crianças, por
exemplo. Veja que não há qualquer evidência sintática que informe isso, trata-se apenas de nossa
interpretação de texto.
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● Não se sabia da existência do Apanhadão.
Quem não sabia? Bem, alguns alunos, mas essa é apenas uma inferência, pois a oração não revela
qualquer possibilidade de sujeito determinado, isto é, não há um termo que mostre quem não sabia.
Aqui, temos uma oração que marca uma generalização sobre o fato apresentado.
USOS DO “modo elegante” | RESTRIÇÕES SINTÁTICAS
O “modo elegante” só pode ser utilizado com alguns tipos de verbos, isto é, com determinadas
classificações sintáticas dos verbos (diferentes predicações verbais), as quais serão tema no segundo
Apanhadão deste ano.
Só indeterminamos o sujeito por meio do índice de indeterminação do sujeito, com o verbo na 3ª
pessoa do singular com: verbos de ligação, verbos intransitivos e verbos transitivos indiretos.
atenção!
Verbos transitivos diretos (que precisam de complemento sem preposição) NÃO
ACEITAM 3ª pessoa do singular + índice de indeterminação do sujeito. Neste caso,
haverá voz passiva sintética, assunto que estudaremos apenas no final do 8º ano.
VERBO DE LIGAÇÃO
ERA-SE jovem naquela época.
VERBO intransitivo
MORRIA-SE de peste negra durante a Idade Média.
VERBO transitivo indireto
NECESSITA-SE de atenção para usar o “modo elegante” de indeterminação do sujeito.
Caso você não se recorde das classificações dos verbos na análise sintática, ou ainda
não as tenha estudado, não se preocupe: em nossas próximas aulas de Gramática,
iremos estudar “predicação verbal”, isto é, as classificações dos verbos na sintaxe.
Quando terminarmos o conteúdo de “predicação verbal”, voltaremos ao “modo
elegante”. Por enquanto, observe os exemplos desse tipo de articulação presentes
neste Apanhadão.
Espero que este material tenha sido proveitoso para você! ❤
Bons estudos!
Beijocas,
Gê.
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