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Psicologia Cognitiva Do Envelhecimento

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Campus Universitário de Viana

Universidade Jean Piaget de Angola


Criada pelo Decreto n. 44-A/01 do conselho de Ministros, em de 6 de Julho de 2001

Faculdade de Ciências da Saúde

ENFERMAGEM GERIÁTRICA

ASPECTOS PSICOLÓGICOS E COGNITIVO DO


ENVELHECIMENTO

AVALIAÇÃO DO NÍVEL DE CONCHECIMENTO DOS


ESTUDANTES DO Iº ANO DO CURSO DE ENFERMAGEM
DA UNIVERSIDADE JEAN PIAGET DE ANGOLA NO I
SEMESTRE DE 2024-2025

Período: Diurno
Curso: Enfermagem
2º Ano

Docente
_____________________________
Dr. Stanislau Félix e Idalina Amaro

Viana, Novembro de 2024


Campus Universitário de Viana

Universidade Jean Piaget de Angola


Criada pelo Decreto n. 44-A/01 do conselho de Ministros, em de 6 de Julho de 2001

Faculdade de Ciências da Saúde

ENFERMAGEM GERIÁTRICA

ASPECTOS PSICOLÓGICOS E COGNITIVO DO


ENVELHECIMENTO

AVALIAÇÃO DO NÍVEL DE CONCHECIMENTO DOS


ESTUDANTES DO Iº ANO DO CURSO DE
ENFERMAGEM DA UNIVERSIDADE JEAN PIAGET DE
ANGOLA NO I SEMESTRE DE 2024-2025

Nº INTEGRANTES DO GRUPO Nº 19 PERCENTAGEM


01 Isabel Vakanda 100%
02 Josefina Rafael 100%
03 Leila Kalonjinji 100%
04 Samuel Ngunza 100%
05 Suzana da Costa 100%
06 Suzete José 100%
ÍNDICE

INTRODUÇÃO..............................................................................................................................1

OBJECTIVOS DO ESTUDO........................................................................................................2

Objectivo Geral..............................................................................................................................2

Objectivos Específicos...................................................................................................................2

CAPÍTULO I – FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA.......................................................................3

1.1. PSICOLOGIA COGNITIVA..................................................................................................3

1.2. ENVELHECIMENTO COGNITIVO.....................................................................................3

1.2.1. Memória...............................................................................................................................4

1.2.1. Velocidade de Processamento..............................................................................................4

1.2.3. Tomada de Decisão e Resolução de Problemas...................................................................5

1.2.4. Atenção.................................................................................................................................5

1.2.5. Neuroplasticidade e Envelhecimento...................................................................................6

1.3. DECLÍNIO COGNITIVO E DÉFICE COGNITIVO NO ENVELHECIMENTO.................6

1.3.1. O envelhecimento e a demência...........................................................................................7

1.4. O PAPEL DOS PSICÓLOGOS NO ENVELHECIMENTO..................................................8

1.5. FACTORES QUE INFLUENCIAM O ENVELHECIMENTO.............................................9

CONCLUSÃO..............................................................................................................................11

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.........................................................................................12
INTRODUÇÃO
A psicologia cognitiva do envelhecimento é um campo de estudo que investiga
as mudanças cognitivas que ocorrem ao longo do processo de envelhecimento, focando
nos mecanismos que sustentam essas transformações e nas implicações para o
funcionamento mental em idosos.
À medida que as pessoas envelhecem, muitas experimentam modificações nas
funções cognitivas, como memória, atenção, percepção e funções executivas, que
podem impactar a qualidade de vida e a independência. Embora o envelhecimento esteja
frequentemente associado a declínios nas capacidades cognitivas, a psicologia cognitiva
também explora a variabilidade desse processo, reconhecendo que nem todos os idosos
apresentam perdas significativas, e muitos demonstram habilidades compensatórias e
adaptações.
A psicologia cognitiva do envelhecimento não se limita a descrever as perdas,
mas também investiga os factores que influenciam essas mudanças, como genética,
saúde física, estilo de vida, educação e actividades cognitivamente estimulantes.
Além disso, o campo também se dedica a entender as estratégias de manutenção
e melhora das funções cognitivas em idosos, como intervenções psicossociais,
treinamentos de memória e a prática de actividades físicas e cognitivas.
Nesse sentido, a área busca fornecer um entendimento mais completo sobre as
transformações cognitivas que ocorrem com o envelhecimento, oferecendo capacidade
para o desenvolvimento de políticas públicas e programas de intervenção que
promovam o envelhecimento saudável e a longevidade cognitiva.

1
OBJECTIVOS DO ESTUDO

Objectivo Geral

Estudar sobre a psicologia cognitiva do envelhecimento

Objectivos Específicos

1. Descrever a psicologia cognitiva;


2. Identificar o envelhecimento cognitivo;
3. Descrever o declínio cognitivo e défice cognitivo no envelhecimento.

2
CAPÍTULO I – FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

1.1. PSICOLOGIA COGNITIVA


A psicologia se interessa primeiramente em compreender o comportamento
humano e o processo mental que está sob ele, e para entender este comportamento, a
psicologia cognitiva tem adotado a noção de processamento da informação. Tudo que se
vê, sente, toca, prova, cheira e faça é expresso em termos de processamento de
informação. (Preece, 2005).

Os psicólogos cognitivos estudam as bases biológicas da cognição, tanto quanto


as imagens mentais, a atenção, a consciência, a percepção, a memória, linguagem, a
resolução de problemas, a criactividade, a tomada de decisões, o raciocínio, as
mudanças cognitivas durante o desenvolvimento ao longo da vida, a inteligência
humana, a inteligência artificial e vários outros aspectos do pensamento humano.

Para Both, (1989), muito do que a psicologia cognitiva conhece do


processamento de informação e comportamento humano é de uso dentro da Interação
Humano-Computador (IHC) e em particular, na investigação de métodos e técnicas que
abordem empiricamente o que o estudo do comportamento humano tem a oferecer.

Preece (2005) descreve que a estrutura dominante que tem caracterizado a IHC
tem sido cognitiva. Em geral a cognição se refere ao processo pelo qual nós nos
familiarizamos com as coisas ou, em outras palavras, como nós ganhamos
conhecimento. O objetivo principal na IHC tem sido entender e representar como as
pessoas interagem com o computador em termos de como o conhecimento é transmitido
entre os dois. A autora conclui dizendo que alguns dos tópicos mais importantes para a
IHC são: percepção, atenção, memória, aprendizado, pensamento e solução de
problemas. O objetivo da psicologia cognitiva tem sido caracterizar estes processos em
termos de suas capacidades e limitações.

1.2. ENVELHECIMENTO COGNITIVO


O envelhecimento cognitivo refere-se às mudanças naturais nas funções mentais
que ocorrem à medida que as pessoas envelhecem. Essas mudanças podem afetar várias
áreas da cognição, como memória, atenção, aprendizado, tomada de decisão, raciocínio
e velocidade de processamento de informações.

3
Embora o envelhecimento cognitivo seja uma parte normal da vida, ele pode variar
significativamente de pessoa para pessoa, dependendo de factores genéticos,
ambientais, estilo de vida e saúde geral. A maioria das pessoas experimenta uma
diminuição gradual em algumas funções cognitivas à medida que envelhece, mas
muitos continuam a ser cognitivamente ativos e mantêm suas capacidades mentais
em bom nível por muitos anos.
(Sternbeg, 2008, p. 77)

Esse trecho demostra que o envelhecimento cognitivo é uma parte natural da


vida, mas enfatiza que o impacto desse processo varia de pessoa para pessoa. Factores
como genética, ambiente, estilo de vida e saúde geral desempenham papéis importantes
nesse processo.

Ainda de acordo com Sternbeg, (2008), o autor menciona algumas áreas-chaves


do envelhecimento cognitivo:

 Memória;
 Velocidade de Processamento;
 Tomada de Decisão e Resolução de Problemas;
 Atenção;
 Neuroplasticidade e Envelhecimento.

1.2.1. Memória
A memória é uma das funções cognitivas mais importantes e envolve a
capacidade de armazenar, reter e recuperar informações. Segundo Nitrini, (1999, p. 31),
“a medida que envelhecemos, é natural que ocorram mudanças na memória, mas a
forma como essas mudanças se manifestam pode variar bastante de pessoa para
pessoa”. Entender como a memória funciona no envelhecimento é fundamental para
manter a saúde cerebral ao longo dos anos.
O envelhecimento cognitivo refere-se às mudanças naturais nas funções mentais
que ocorrem à medida que as pessoas envelhecem. Essas mudanças podem afetar várias
áreas da cognição, como memória, atenção, aprendizado, tomada de decisão, raciocínio
e velocidade de processamento de informações. (Nitrini, 1999).
1.2.1. Velocidade de Processamento

A velocidade de processamento reflete a eficiência dos processos cognitivos, ou


seja, a velocidade com que as atividades cognitivas e respostas motoras são

4
desempenhadas. A sua redução é uma característica do envelhecimento, iniciando-se
por volta da terceira década de vida e prolongando-se ao longo da vida.

Pereira, (2019, p. 183), afirma que “esta redução pode comprometer a


performance noutros domínios cognitivos, tais como a memória, a linguagem, e exercer
uma influência negativa nas competências sociais que dependem da capacidade de
comunicação e interação com os outros”

A afirmação de Pereira (2019) destaca um impacto potencialmente negativo da


redução cognitiva em várias áreas, como memória, linguagem e competências sociais. A
perda de eficiência cognitiva pode prejudicar a capacidade de processar informações de
maneira eficaz, o que, por sua vez, afeta a comunicação e as interações interpessoais.

1.2.3. Tomada de Decisão e Resolução de Problemas


Para Pelzer (2002), A tomada de decisão e a resolução de problemas são
processos cognitivos fundamentais para o funcionamento diário e a adaptação a novas
situações. À medida que envelhecemos, ambos os processos podem ser influenciados
por diversas mudanças no cérebro, mas o impacto dessas mudanças pode ser mitigado
por factores como experiência de vida, saúde mental, estimulação cognitiva e estilo de
vida.
Pelzer (2002, p. 15), afirma que “a tomada de decisão envolve escolher entre
diferentes alternativas com base em informações disponíveis, expectativas de resultados
e valores pessoais”. Ela pode ser influenciada por vários factores, incluindo emoção,
memória, julgamento e contexto social.
1.2.4. Atenção
Preece (2005) define atenção como o processo de selecionar coisas em que se
concentrar, num certo momento, dentre a variedade de possibilidades disponível.

Segundo Sternberg (2000) a atenção é o fenômeno pelo qual processamos


activamente uma quantidade limitada de informações do enorme montante de
informações disponíveis por meio de nossos sentidos, de nossas memórias armazenadas
e de outros processos cognitivos. O fenômeno psicológico da atenção possibilita-nos o
uso criterioso de nossos limitados recursos mentais.

5
1.2.5. Neuroplasticidade e Envelhecimento
Preece (2005) define atenção como o processo de selecionar coisas em que se
concentrar, num certo momento, dentre a variedade de possibilidades disponível.

Segundo Sternberg (2000) a atenção é o fenômeno pelo qual processamos


activamente uma quantidade limitada de informações do enorme montante de
informações disponíveis por meio de nossos sentidos, de nossas memórias armazenadas
e de outros processos cognitivos. O fenômeno psicológico da atenção possibilita-nos o
uso criterioso de nossos limitados recursos mentais.

1.3. DECLÍNIO COGNITIVO E DÉFICE COGNITIVO NO


ENVELHECIMENTO
As alterações psicológicas decorrentes da velhice e do envelhecimento,
manifestam-se a nível cognitivo e emocional.

A cognição engloba vários domínios do funcionamento cerebral que se traduzem


no que chamamos de funções cognitivas. Estas incluem a perceção; orientação;
atenção; linguagem; memória e funções executivas (tais como a abstração);
resolução de problemas e raciocínio lógico.
(Oliveira, 2021, p. 11)

O trecho de Oliveira destaca os principais componentes da cognição humana,


que englobam uma série de funções essenciais para o funcionamento do cérebro. Essas
funções cognitivas, como percepção, atenção, memória e raciocínio, são
interdependentes e fundamentais para a nossa capacidade de interagir com o mundo,
processar informações e tomar decisões.

Para Oliveira (2021), isso permite ao indivíduo apreender o que se passa à sua
volta. No processo de envelhecimento, estas capacidades cognitivas sofrem uma
alteração contínua. Estas alterações podem representar um declínio cognitivo
fisiológico, ou seja, associado ao processo normal de envelhecimento ou representar um
declínio cognitivo patológico, o chamado défice cognitivo.

Este défice cognitivo pode surgir por doenças neurodegenerativas (como a


demência), traumas (como Traumatismo Crânio Encefálico (TCE) - muito comum em
sequência de quedas) ou acidentes (como os Acidentes Vasculares Cerebrais (AVC) ou
Acidentes Isquémicos Transitórios (AIT)). Pode ainda estar associado a quadros
depressivos.

6
1.3.1. O envelhecimento e a demência
A idade é o principal fator de risco para o surgimento de patologias responsáveis
por défice cognitivo. O envelhecimento populacional tem levado a um aumento das
taxas de incidência e prevalência de doenças neurodegenerativas crónicas,
especialmente de demência.

Para Afonso, (2022, p. 31), A demência é definida como sendo “uma doença
neurodegenerativa progressiva e que se caracteriza por deterioração cognitiva
(memória e pensamento), alterações comportamentais e dificuldades na realização de
atividades de vida diária”.

Esse conceito de Afonso enfatiza sua natureza neurodegenerativa e progressiva,


destacando a deterioração cognitiva, especialmente nas áreas de memória e pensamento,
como sintomas centrais.

Embora maioritariamente, as pessoas com demência sejam pessoas mais velhas,


esta doença não faz parte do processo de envelhecimento normal.

Em 2010 estimou-se que em 2050, 115,4 milhões de pessoas a nível mundial,


vivam com demência. Ainda a nível mundial, previa-se um custo com a demência de
cerca de 604 mil milhões de dólares, dos quais 70% seriam na Europa Ocidental e
América do Norte. (Afonso, 2022).

Existem vários tipos de demência, sendo a mais comum, a Doença de Alzheimer.


Num estudo realizado em 2005, calculou-se que a Doença de Alzheimer afetasse
cerca de 24 a 25 milhões de pessoas em todo o mundo, tornando-se numa das
maiores causas de incapacidade, dependência e morbilidade nas pessoas mais
velhas. Um relatório da OCDE de 2017 coloca Portugal como o 4º país com mais
casos por cada mil habitantes.
(Almeida, 2014, p. 72)

O trecho de Almeida (2014) destaca a prevalência global da Doença de


Alzheimer, identificando-a como a forma mais comum de demência e uma das
principais causas de incapacidade e dependência entre os idosos. O dado de 2005, que
estimou que cerca de 24 a 25 milhões de pessoas eram afectadas pela doença, sublinha a
magnitude do problema, enquanto o relatório da OCDE de 2017 coloca Portugal entre
os países mais afectados, reflectindo a crescente carga social e económica da doença no
país.

7
Vários estudos têm demonstrado que a partir dos 60 anos, a probabilidade de
sofrer de doença de Alzheimer duplica a cada cinco anos.

1.4. O PAPEL DOS PSICÓLOGOS NO ENVELHECIMENTO

Os Psicólogos podem contribuir para responder adequadamente aos desafios que


o envelhecimento da população coloca. Tendo em conta a sua formação e conhecimento
científico teórico-prático sobre o comportamento ao longo do ciclo vital, os aspectos
cognitivos do envelhecimento e o impacto psicológico e social do processo de
envelhecer, os Psicólogos são profissionais preparados para desempenhar um conjunto
diverso de papéis em diferentes contextos de vida dos idosos (privados, hospitalares e
comunitários).

À medida que a população idosa cresce, as oportunidades de intervenção


psicológica aumentam também dramaticamente. As evidências científicas
demonstram a custo-efectividade da intervenção psicológica com idosos. Estudos
indicam que os idosos preferem intervenções psicológicas a medicação, até porque
muitas vezes já tomam medicação para várias doenças físicas e estão mais
propensos aos efeitos adversos da medicação.
(OPP, 2015, p. 06)

Isso realça a crescente relevância da intervenção psicológica à medida que a


população idosa aumenta, destacando sua eficácia e aceitação por parte dos próprios
idosos.

Para a OPP, (2015), por um lado, podem contribuir para um envelhecimento


activo, ou seja, para rentabilizar o potencial desta fase da vida e promover um estilo de
vida activo, saudável e em que haja envolvimento social com a comunidade e que
permita manter e melhorar a qualidade de vida:

 Informar a população acerca dos processos de envelhecimento e das suas


consequências;
 Desmistificar crenças e mitos sobre a velhice e o envelhecimento, promovendo
uma visão mais realista, activa e positiva do processo de envelhecimento;
 Facilitar a participação dos idosos na vida colectiva da sociedade;
 Desenvolver programas que estimulam o envelhecimento activo e o atingir do
potencial máximo de cada pessoa durante a velhice;
 Desenvolver programas de prevenção e promoção da Saúde Psicológica na
velhice.

8
1.5. FACTORES QUE INFLUENCIAM O ENVELHECIMENTO

São vários os indicadores envolvidos no processo de envelhecimento, que vão


desde mudanças estruturais do SN e herança genética, aos hábitos de vida, que incluem
actividades físicas, treinamento cognitivo alimentação adequada e convívio social.
Alguns desses factores são conferidos empiricamente e, em muitos casos, os resultados
são comprovados com uso de técnicas de neuroimagens, que mostram as alterações
ocorridas no SNC.

O exercício físico, de acordo com Lage (2013, p. 415), é tido como um


“fenômeno social moderno” capaz de “contribuir de forma decisiva para a
manutenção do desempenho motor na velhice e, consequentemente, para a qualidade de
vida dessa população”. Realizados de forma sistematizada, exercícios físicos podem
contribuir para incrementar a saúde em toda vertente e inclusive trazer benefícios sobre
o desempenho cognitivo do idoso, uma vez que esse está relacionado com o
condicionamento cardiorrespiratório, o equilíbrio e a coordenação motora.

O autor apresenta alguns estudos empíricos que demonstram ganhos em prol da


saúde, como, por exemplo, resultantes de actividade aeróbica e exercícios calistênicos,
isso é, que usam o peso do próprio corpo para aumentar a massa muscular, descritos a
seguir:

Idosos participantes de programa de atividade aeróbica tiveram, em seis meses de


exercícios, melhora de 5,1% no consumo de oxigênio, a qual esteve associada a
melhoras no desempenho de funções executivas, mais especificamente no
planejamento, no controle inibitório e na memória de trabalho.
(Kramer et al, 1999 Apud Lage, 2013, p. 416)

Esse estudo destaca os benefícios da atividade aeróbica para a saúde cognitiva


de idosos, mostrando que, após seis meses de exercícios, houve uma melhora
significativa de 5,1% no consumo de oxigênio, refletindo um aumento da capacidade
física.

Exercícios calistênicos, por exemplo, quando praticados por quatro meses, com
sessões de uma hora de duração durante três dias por semana, proporcionam
melhoria significativa na capacidade respiratória de idosos e, consequentemente,
no desempenho cognitivo.
(Kara et al., 2005 Apud Lage, 2013, p. 416)

9
São notórias as contribuições de exercícios físicos para a saúde do idoso, e Lage
(2013, p. 413) afirma que “cresce o número de estudos que comprovam isso, porém ele
alerta para a necessidade de maiores investimentos em pesquisas que demonstram os
reais benefícios para a cognição”. O autor contrapõe exercícios físicos às actividades
físicas na vida diária, que incluem actividades laborais, domésticas, recreacionais,
esportivas, entre outras.

10
CONCLUSÃO
Depois do estudo, o grupo chegou à conclusão que a psicologia cognitiva do
envelhecimento oferece uma compreensão fundamental sobre as mudanças cognitivas
que ocorrem à medida que envelhecemos, reconhecendo a complexidade e a
variabilidade desse processo. Embora o declínio cognitivo seja uma preocupação
associada ao envelhecimento, estudos indicam que muitos idosos mantêm ou até
melhoram certas capacidades cognitivas ao longo dos anos, especialmente quando têm
acesso a intervenções adequadas, como actividades físicas e cognitivas, além de um
estilo de vida saudável. A identificação de factores que contribuem para a preservação e
o aprimoramento das funções cognitivas, como a educação e socialização, tudo isso é
essencial para promover a qualidade de vida e a autonomia na terceira idade.

Contudo, podemos perceber que a psicologia cognitiva do envelhecimento não


só busca compreender as perdas cognitivas, mas também examinar as estratégias de
compensação e os mecanismos de plasticidade cerebral que permitem a adaptação a
novas exigências. Com isso, ela desempenha um papel importante na elaboração de
políticas e práticas que favoreçam o envelhecimento saudável, contribuindo para um
envelhecimento activo e com maior bem-estar psicológico e funcional.

11
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Almeida, H. (2014). A difícil relação entre envelhecimento e doença. Envelhecimento,
saúde e doença. Novos desafios para a prestação de cuidados a idosos. Lisboa: Coisas
de Ler. (p. 63-91)

Lage, G. M. (2013). Exercício físico. In: In: MALLOY-DINIZ, Leandro Fernandes;


FUENTES, Daniel; COSENZA, Ramon Moreira. (Org.) Neuropsicologia do
envelhecimento: uma abordagem multidimensional. Porto Alegre: Artmed. p. 412-427.

Nitrini, R. (1999). Epidemiologia da doença de Alzheimer no Brasil. Rev Psiquiatr Clín;


26 (5):1-10.

Oliveira, C. (2021). Envelhecimento e défice cognitivo. (1ª Edição). Porto Alegre:


Artmed

Ordem dos Psicólogos Portugueses “OPP”. (2015). O Papel dos Psicólogos no


Envelhecimento. Lisboa.

Pelzer M. T. (2002). A enfermagem e o idosos portador de demência tipo Alzheimer:


desafios do cuidar no novo milênio. Est Interdiscipl Envelhec; 4: 97-111.

Pereira, T. (2019). A função cognitiva no Envelhecimento. Instituto Politécnico de


Coimbra, ESTeSC. Departamento de Fisiologia Clínica.

Sternbeg, R. J. (2008). Psicologia Cognitiva. (4ª Ed). Porto Alegre: Artmed.

12

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