Material de Apoio - Educação Física

8° ano do Ensino Fundamental

❖ Introdução à Disciplina de Educação Física.

Aos estudantes: O que é este material?

De maneira bem simples, esse material é um compilado dos conteúdos que serão
abordados ao longo do nosso ano letivo, sendo uma concretização de um material
teórico, que valorize também os conhecimentos científicos, filosóficos e artísticos da
disciplina Educação Física. Buscando sempre através de uma relação teórico-prático a
contextualização das nossas práticas corporais e aproximação desses saberes à nossa
realidade através de diversas perspectivas.

A disciplina de Educação Física nos permite através do estudo do movimento de

maneira consciente e contextualizado, alcançarmos as mais variadas áreas de
desenvolvimento do ser humano, trabalhando assim através do conceito chamado de
Cultura Corporal.

A Cultura Corporal foi e é construída ao longo da história pela ação / trabalho

humano. São todas as práticas corporais desenvolvidas ao longo da história da
humanidade a partir da essência criativa humana, expressando seus contextos históricos,
políticos, sociais, religiosos e geográficos.

Ela é o conjunto das práticas corporais de um povo, região, tempo histórico, etc.,
sempre expressando contextos e significados. É possível se falar em uma Cultura
Corporal da humanidade, de um país, de um povo, de um século, etc. Ex.: Cultura
Corporal brasileira, latina, do século XXI.

A Cultura Corporal é formada pelos seguintes Componentes:

★ Brincadeiras e Jogos;
★ Danças;
★ Esportes;
★ Ginásticas;
★ Lutas;
★ Práticas Corporais de Aventura.

Os Componentes são formados pelas Práticas Corporais. Ex.: O samba é uma

prática corporal do componente Danças. Algumas práticas corporais podem se expressar
em mais de um componente, é o caso da capoeira: Luta (sobretudo), Dança e Jogo /
Brincadeira.

Este material nos possibilitará a construção do conhecimento, utilizando todas as

possibilidades que a Educação Física nos dá: vivências práticas, diálogos, pesquisas e
debates, e a partir dele você e seu professor terão uma troca mútua. Com o presente
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material você deve fazer muito mais do que somente “seguir o livro”, vá além, seja
convidado a interagir com cada um dos conteúdos e a entendê-los por fora do que há
somente em suas linhas.

Mas a questão é: o quão fundo podemos mergulhar nos conteúdos que a

Educação Física possui?

A resposta é simples e direta, não há um limite, sejam brincadeiras, jogos,

danças, esportes, ginásticas, lutas ou práticas de aventuras, relacionadas à outras
disciplinas ou não, o corpo humano desde os primórdios buscava sobreviver e se
expressar de alguma forma e é sobre essas diversas formas que se trata a Educação
Física.

Então vamos desvendar todas essas possibilidades pouco a pouco ao longo dos
nossos anos letivos juntos? Vamos lá!
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PRÁTICAS CORPORAIS DE AVENTURA

❖ Capítulo 1: Práticas Corporais de Aventura Urbanas.

1- Práticas Corporais de Aventura

As práticas corporais de aventura caracterizam-se em explorar expressões e

formas de experimentação corporal centradas nas perícias e proezas provocadas pelas
situações de imprevisibilidade que se apresentam quando o praticante interage com um
ambiente desafiador. Algumas dessas práticas costumam receber outras denominações,
como esportes de risco, esportes alternativos e esportes extremos. Assim como as
demais práticas, elas são objeto também de diferentes classificações, conforme o critério
que se utilize.

A maioria das atividades consideradas práticas de aventura não foram criadas

para o lazer, nem para melhorar o condicionamento físico ou muito menos como forma
de competição. Elas surgiram da necessidade de explorar e conquistar novos territórios.

Atualmente, as práticas corporais de aventura são voltadas, principalmente, para

o lazer e a conscientização ambiental, pois a prática de aventura requer a preservação e
conservação do meio ambiente urbano e na natureza para que a prática tenha
continuidade.

Assim, questões como poluição, degradação, conservação ou adequação do meio

ambiente interferem no desenvolvimento dessas práticas e estão sempre sendo
discutidas entre os praticantes de aventura.

É de fundamental importância destacar que as práticas de aventura produzem a

sensação de vertigem, porém com o máximo controle dos riscos, pois nessas práticas o
risco de acidentes é grande. Sendo assim, é preciso sempre verificar o local, os
equipamentos e ter segurança para executar as técnicas corretas, para que o único
resultado seja a diversão e o contato com o meio ambiente.
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2- Práticas Corporais de Aventura Urbanas

As práticas de aventura urbanas exploram a “paisagem de cimento” para

produzir essas condições (vertigem e risco controlado) durante sua prática.

As práticas corporais de aventura urbanas surgiram como adaptação das

atividades realizadas na natureza para as cidades, reelaborando o uso e deslocamento
nestes espaços para extrair deles as experiências de quebra da rotina e experimentar
novas sensações como o skate, que surgiu como adaptação do surf. Outras são
praticadas exatamente como na natureza, como o slackline, e ainda existem aquelas
específicas dos ambientes urbanos, como o parkour e o patins. Vejamos alguns
exemplos:

Parkour Skate

BMX Escalada Indoor Slackline

2.1- Parkour

O Parkour é uma prática corporal de aventura urbana, que assim como a

tradução de seu próprio nome já sugere, vem do francês “parcour” que significa
percurso, logo essa prática visa percorrer um trajeto transpondo seus obstáculos
da maneira mais rápida e eficiente possível utilizando somente seu próprio corpo.

Os criadores do Parkour são os franceses David Belle e o amigo Sébastien

Foucan. David é filho de um dos combatentes da Guerra do Vietnã, Raymond Belle, e
ouvia muitas histórias contadas pelo pai. Até que um dia, junto com o amigo, se
inspirou nas técnicas que eram usadas nos combates. Eles fizeram então uma adaptação
de forma que pudessem ser praticadas como esporte. Os movimentos adaptados por
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David e Sébastien foram inspirados em um método natural de educação física criado

anteriormente por Georges Hébert, como parte do treinamento do exército francês.

Essa prática corporal atualmente já passou por todo o processo de

esportivização, o que significa regras definidas e regulamentadas por instituições
maiores possibilitando uma competição justa e equilibrada, assim como a definição de
diferentes tipos em sua prática, como por exemplo:

1. Parkour Outdoor: Essa é a versão da prática que mais se aproxima ao seu

original intuito, realizada em espaços abertos através de um percurso com
obstáculos a serem transpassados, vivenciado em parques, praças, ruas,
coberturas de prédios.

2. Parkour Indoor: Já o Parkour indoor, como o nome sugere, acontece em

espaços fechados, como academias e galpões. São estabelecimentos que
possuem estrutura própria para quem quer praticar a modalidade, com
obstáculos móveis como caixotes, pneus e rampas e obstáculos fixos como
barras e paredes.

O parkour assim como qualquer outra prática corporal que se direcionou a

esportividade, possui técnicas definidas que podem ser utilizadas pelos seus praticantes,
veja:

1. Big Jump - é um salto dado de um lugar com pelo menos três metros de altura,
mas também pode ser um salto longo em distância.
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2. King Kong Vault - é uma transposição na qual o praticante usa as mãos para
impulsionar o corpo.
3. Rolamento – é o movimento indicado para finalizar grandes saltos e, assim,
reduzir o impacto na queda.
4. Tic Tac - é um movimento bastante típico no Parkour, no qual o praticante apoia
o pé na parede para ganhar impulso e sai rapidamente em uma direção diferente
da qual estava seguindo.

2.2- Skate

O skate é uma prática corporal de aventura que surge na Califórnia, Estados

Unidos, consiste em executar manobras deslizando sobre uma prancha de madeira com
rodinhas com ou sem obstáculos. Essa modalidade surge no início dos anos 60 devido a
frustração dos surfistas com a baixa maré da época que impossibilitava a prática do surf,
como forma de solucionar esse problema os surfistas juntam suas pranchas de madeiras
a rodinhas de ferro de patins quebrados, criando assim o que era chamado de Sidewalk
surf (“surf de calçada”).

O esporte ganhou o mundo graças a grandes nomes do skate, assim como o

norte-americano Tony Hawk, devido a criação e realização de inúmeras manobras
atrativas, gerando um tipo de revolução com seus aéreos e flips.

O skate possui também diversas modalidades, sendo elas:

1. Freestyle: manobras feitas em sequência, no chão.

2. Down Hill: descida de ladeiras na maior velocidade possível.
3. Vertical: é praticada em pista, e pode ser subdividida em outras modalidades,
variando sempre as condições da pista. As manobras podem ser aéreas ou
deslizando pela borda metálica da pista.
4. Street (skate de rua): na modalidade mais praticada em todo o mundo, os
bancos, corrimões, escadas das ruas das cidades são utilizadas como obstáculos
para o skate.
5. Park: modalidade em que o skatista realiza suas manobras em obstáculos
projetados especialmente para a prática do skate.
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Dentre essas muitas formas de competição, grande parte delas utiliza as

manobras como centro das avaliações para conquista das pontuações, algumas das
manobras podem ser:

● Ollie: O Ollie é o salto com o skate, no qual você o tira do chão, é

fundamentalmente a base para a maior parte das manobras realizadas com o
skate.
● Nollie: É uma reinvenção do Ollie, ao invés do skatista tocar a parte de trás do
skate para saltar, ele realiza a mesma manobra, porém tocando primeiro a parte
da frente para realizar o salto.
● Kickflip: Um kickflip é uma manobra do skate que deixa o skatista no ar,
fazendo que o skate complete uma rotação completa, de 360 graus. Com um
kickflip, o skate gira no ar em direção ao skatista, facilitando a parte de
aterrissar.

O skate já ganhou tanto espaço e notoriedade ao longo dos últimos anos, que em
2020 se tornou também um esporte olímpico sendo competido nas modalidades Street e
Park.

Essa notoriedade do Skate possibilitou também uma grande visibilidade do

Brasil como potência dentro do esporte, quebrando estereótipos de uma prática que há
muito já foi considerada “rebelde” e chegou até mesmo a ser proibida principalmente
devido às lesões que gerava em sua origem, assim como estereótipos de ser uma prática
predominantemente masculina já que nossa melhor medalhista na modalidade no ano de
2020 nas olimpíadas de Tóquio foi uma menina de apenas 13 anos.