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Resumo de "Cinzas do Norte"

resumo de obras literárias cobradas na UFMS

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OBRAS LITERÁRIAS PASSE UFMS

CINZAS DO NORTE – MILTON HATOUM ( MANUS – AMAZONAS)

Narrador em primeira pessoa: Lavo, amigo do protagonista Mundo.

Antes do primeiro capítulo, narra-se a morte de Mundo.´

Antes de alguns capítulos, a narrativa fica por conta de Ranulfo, tio de Lavo.

CAPÍTULO 1 :

O narrador conhece Mundo no ginásio Pedro II, voltam a se encontrar em 1964. No


colégio, um fato marcante é a morte de um dos alunos, Chiado, numa luta promovida pelo
professor de Educação Física. Mundo fez alguns desenhos satirizando o diretor e alguns
alunos. Minotauro, um dos alunos, levou-o à praça e ateou fogo no traseiro de sua calça.
Mundo se joga no pequeno lago da praça.

CAPÍTULO 2:

Mundo vai à casa de Ranulfo e Ramira, irmãos. Moram numa vila pobre. Ranulfo
trabalhava em uma estação de rádio, mas foi demitido porque os padres e os militares não
gostavam do seu programa sobre casos amorosos. Ramira é costureira. Ranulfo vive bêbado e
pega dinheiro da irmã.

CAPÍTULO 3:

Lavo vai visitar Jano e Alícia, pais de Mundo. Lavo e Jano saem de carro e Jano lhe oferece
dinheiro para que o menino ajude o filho, aproxime-se de Mundo. Acha ruim Mundo
frequentar o ateliê de Arana, para Jano um vagabundo.

CAPÍTULO 4:

Quando Alícia se casou com Jano, arranjou um emprego para Ranulfo. Algisa, sua irmã,
casa-se com Ranulfo e vão morar na Vila Amazônica. O casamento acaba quando Algisa
descobre um filho de Ranulfo com uma nativa. Ranulfo some por meses. Algisa se casa com
Feliciano.

Antes do capítulo 5, narra-se um relacionamento sexual entre Algisa e Ranulfo. Alícia pega um
vestido de Ramira e vai a uma festa. Ramira vai até a festa e humilha Alícia. Esta lhe diz que
um dia vai se arrepender e costurar para ela. Alícia fica noiva, mas transa com Ranulfo.

CAPÍTULO 5:

Jano não aceita a opção de Mundo em ser artista. Jano discute com Alícia e diz que não
vão mais ao Rio de janeiro. Mundo escuta a discussão do quarto. Em fevereiro, Alícia e
Mundo vão para Copacabana. Na despedida dos veteranos do colégio, Minotauro e Delmo
humilham os novatos. Alícia vai à casa de Ramira e manda fazer um vestido para um recital no
Teatro Amazonas. Ranulfo conversa com Alícia sobre a ida de Mundo para o Colégio Militar.

CAPÍTULO 6

Ranulfo critica Arana para Lavo. Diz que conhece as malandragens do artista. Conta que
Arana se aproximou de Jabel, um louco que fazia esculturas. Arana vendia aos turistas. Um
dia, deu um golpe numa ricaça, viajaram pelo mundo e quando a velha morreu, ganhou uma
casa de herança. Jobel morreu no hospício. Lavo pensa em contar a Mundo o que escutou de
Ranulfo, mas Mundo está obcecado pela arte de Arana. Antes do capítulo 7, Ranulfo narra a
dia do casamento de Alícia. Algisa vira prostituta.

CAPÍTULO 7

Albino Palha, amigo de Jano, tenta convencer Mundo a não ser artista. Jano e Mundo
discutem. Jano o agride com um cinturão. Não houve aula na faculdade de Direito, pois um
estudante foi morto. A OAB acusou os militares. Lavo estuda Direito.

CAPÍTULO 8

Ranulfo conta a Lavo que Zanda, amigo de Jano, caçou e matou guerrilheiros. Zanda
frequenta a casa de Jano e joga cartas com Alícia. Sonha em ser prefeito.

CAPÍTULO 9

Lavo e Mundo vão aos bares da Castalhola, uma rua de prostíbulos. Mundo diz que ficou
perdido na selva durante horas, a mando de Zanda. Mundo e Lavo vão à casa de Arana. O
artista está num bar, com menores prostitutas.

Antes do capítulo 10, Ranulfo narra a chegada da família de uma mulher e duas meninas. Um
barco as trouxe e um homem, de vez em quando, deixa mantimentos. Uma professora
também vai todos os dias, mas desiste de ensinar as meninas. Aos 14 anos, Algisa pede comida
nos bares. Ramira passa a dar comida para Algisa. Raimunda e Jonas, pais de Lavo,
morreram num naufrágio. Quando adolescente, Ranulfo roubou batons e espelhos para Alícia.
Ela procura seus parentes, mas um deles disse a ela para não mais procurá-los, pois ela não era
uma Dalemer. Ranulfo e Alícia transam muito na juventude.

CAPÍTULO 10

Lavo arranja um emprego como estagiário num escritório do professor de Direito. Mundo
e Ranulfo tramam algo. Lavo vai à casa de Arana e este lhe entrega uma mochila de Mundo.
No diário de Mundo, narra-se a morte de Cará, um jovem que sonhava ser militar.

Durante meses, Ramira costura roupas para os empregados de Jano. Haverá uma grande
festa e o patrão quer todos bem vestidos. Um dia, Jano vai a casa com o motorista Macau e
queima todas roupas. O motivo da raiva de Jano é uma exposição de Mundo chamada
“Campo das cruzes”, criticando a prefeitura e o novo conjunto de casas construídas para os
moradores pobres. Antes do capítulo 11, Ranulfo narra um fato inusitado: Algisa toma banho
nua no rio. O padre se desespera. Algisa é internada num hospício.

CAPÍTULO 11

Quando Alícia descobre que Jano destruiu as obras de arte de Mundo, expulsa-o do
quarto. Antes, Jano descobre que Mundo fora expulso do colégio militar, porque fez uma
exposição humilhando o prefeito Zanda e denunciando a morte de Cará.

Lavo percebe que a casa de Jano e Alícia se transformou num cemitério. Tia Ramira
pergunta ao sobrinho Lavo se a advocacia já está dando dinheiro, pergunta como vão seus
crimes. São crimes dos outros, tia, responde Lavo.

Capangas batem em Ranulfo, mas Mundo está escondido. Lavo vai visitar o tio no
hospital. No caminho vê Mundo numa manifestação. No final do capítulo, Mundo agride Jano.
CAPÍTULO 12

Jano morreu. Lavo confessa que Jano lhe causava medo. Ranulfo continua internado. Os
capangas o descobriram escondido numa Igreja. Quando entraram, Mundo se escondeu em
cima de uma árvore.

CAPÍTULO 13

Lavo encontra Mundo em um bar. Lavo lamenta a queima de “Campo das cruzes”.
Mundo diz que Ranulfo o auxiliou no trabalho porque odiava Zanda. Mundo desconfia que
Ranulfo seja seu pai. Após a morte de Jano, Alícia, Naiá e Mundo partem para o Rio de Janeiro.

Antes do capítulo 14, Ranulfo narra o nascimento de Mundo. Jano estava na Vila Amazônica e
o menino nasceu prematuro, de oito meses, a cara da mãe. Jano o chama de Herdeiro, para
irritação de Alícia.

CAPÍTULO 14

Os amigos de Ranulfo zombam dele. Dizem que vai morar com a viúva em Copacabana.
Mundo foi preso durante uma manifestação, Alícia vive bêbada. Ramira está com poucos
clientes e pergunta a Lavo se algum advogado precisa de roupas. Lavo vê uma foto de Ranulfo
e Alícia se beijando em 1951. Ramira vê Albino Palha negociando o palacete de Jano. O
cachorro Fogo está na soleira da casa. Arana vê Lavo e o trata de ilustríssimo advogado. Lavo
se incomoda e diz estar atrasado para uma audiência. Arana diz que Mundo chega em janeiro
para uma exposição. Uma mendiga pede dinheiro, Arana se irrita e lhe dá um coice. Vocifera:
“Bando de leprosos”. Mundo lava pratos em Berlin, mandou um cartão para Lavo com uma
caricatura de Arana, chamada “O descanso do impostor”. Arana busca Lavo para ver o novo
ateliê, o novo barco, a nova casa. Depois descobrem que o artista se juntou a Albino Palha e
está exportando mogno. Arana dá um cheque para Lavo e pede ao jovem que envie a Mundo.
Lavo se assusta com o valor. Depois devolve o dinheiro.

CAPÍTULO 15

Mundo conversa durante horas com a mãe pelo telefone. Ela só bebe. A conta de
telefone na Alemanha chega altíssima. Mundo agradece Alex, o seu amigo alemão, e parte
para a Inglaterra.

CAPÍTULO 16

Mundo manda uma carta a Lavo e diz como sobreviveu na Alemanha e como chegou à
Inglaterra. Encontrou Adrian, um homem que filmava pelo bairro, em Londres. Ele o acolheu
e falou que Mona (amiga de Alex) é sua vizinha. Mundo fez pequenos trabalhos em Londres
com Adrian, como entregar pacotes. Um dia, os dois batem o carro e Adrian é demitido.
Mundo foge para o bairro. O fato foi bom, porque Adrian é premiado num concurso e arranja
um emprego com cineastas. Mundo convida Lavo para ir à sua casa, em Londres.

Antes do capítulo 17, Ranulfo narra a infância de Mundo, as agressões de Jano, que trancava o
menino no porão, o início do alcoolismo em Alícia.

CAPÍTULO 17 ( 1978)

Alícia vai a Londres. Ranulfo pede dinheiro a Lavo, precisa ir ao Rio de janeiro. Lavo vê no
jornal que Mundo foi preso no Rio de Janeiro. Estava vestido de índio, fazendo um protesto
contra os militares. Lavo encontra Albino Palha. Este lhe diz que Alícia está pobre no Rio de
Janeiro.

CAPÍTULO 18 ( 1980)

Ranulfo avisa a Lavo que Mundo morreu. Acusa-o de omissão. Ranulfo sai da casa de
Ramira e vai morar com Américo, que outrora o havia escondido na igreja. Alícia quer
encontrar Lavo. Ranulfo pede a Lavo que retire um homem da cadeia. Lavo vê Macau preso,
injustamente, por cinco meses, por ter ofendido um oficial. A partir daí, decide advogar para
os mais miseráveis.

Macau diz a Lavo que se juntou com uma moça, mas ela dava todo o dinheiro para a
Igreja. Macau pegou Leishmaniose; “Os homens destroem a mata, o mosquito vem”.

Antes do capítulo 19, Ranulfo conta seu amor por Alícia. O casamento com Algisa era mentira.
Ele sempre se encontrava com Alícia e Algisa se prostituía. Até o filho com uma nativa era uma
invenção para despistar Jano. Macau e Naiá ajudavam-no nas mentiras.

CAPÍTULO 19

No Rio para um Congresso, Lavo visita Alícia. Naiá o recebe. Ela limpa os apartamentos
do Leblon e ajuda Alícia nas despesas. Alicia sobrevive também das pinturas de Mundo. Um
marchand de Ipanema as compra. Alícia toma três uísques. Antes de se despedirem, dá uma
carta de Mundo para Lavo. Fim da ditadura militar. Alícia morreu. Naiá avisou a Lavo por
Telefone. Ranulfo escreve um livro sobre Alícia e Mundo. Pede a Lavo que o publique. Na carta
de Mundo a Lavo, revela-se que Arana é o pai de Mundo.

EXERCÍCIOS

01 - Assinale a alternativa que apresenta informações corretas sobre o narrador do romance


Cinzas do Norte, de Milton Hatoum.

A) Para a escrita da história do protagonista, o narrador-testemunha narra em primeira


pessoa, mas orquestra diferentes vozes, rememorando experiências vivenciadas ou partilhadas
com o amigo e recolhendo informações com outros personagens.

B) O narrador constrói sua própria história por meio de um monólogo, instaurando um


interlocutor que se dispõe gentilmente a ouvi-lo, num franco diálogo intertextual com
narradores de Machado de Assis.

C) O narrador não é personagem e posiciona-se como testemunha dos fatos narrados, mas, na
maior parte do romance, limita-se a registrar o que os personagens secundários dizem sobre o
protagonista.

D) A historia é contada na assim chamada terceira pessoa, por um narrador onisciente, que
conhece profundamente cada personagem, incluindo seus pensamentos, mas que se distancia
afetivamente em relação ao que narra e aos personagens.

E) Narrada em primeira pessoa, por um narrador- -protagonista, a obra revela o envolvimento


afetivo do narrador com os fatos que narra e os fatos históricos que vivencia.
02 - Assinale a alternativa correta a respeito do romance Cinzas do norte, de Milton
Hatoum.
A) É uma narrativa composta por um narrador externo e que aborda questões
ambientais, sociais e psicológicas, sempre marcadas pela realidade política e
econômica do norte do País.
B) Trata-se de um romance de tipo social, ambientado na cidade de Manaus, em
que o sistema matriarcal se revela contra a opressão patriarcal.
C) É um romance memorialista em que o narrador retoma as lembranças juvenis de
sua vida no norte do País, marcadas fortemente pela aversão ao pai e pelo amor
obsessivo pela mãe.
D) É uma narrativa constituída por um narrador que busca compreender a revolta
de seu amigo artista plástico, mas que é incompreendido pelo pai, que lhe impõe a
obrigação de assumir os negócios da família. Como pano de fundo, há a realidade
política brasileira durante as décadas de 1950 e 1960 do século passado.
E) É um livro de contos de temática variável e abordagem eclética sobre a selva
amazônica – desde a origem de seu bioma aos problemas e às perspectivas
contemporâneas.

VIAS DO INFINITO SER – RUBÊNIO MARCELO

2017 - Poesia

PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS

1. APROXIMAÇÃO COM O SIMBOLISMO, COM O TRANSCENDENTAL, O ONÍRICO, O


SONHO:
“Estava despido no sonho
Leve
Breve
Qual pássaro
Com olhos de estrela”.

2. PREOCUPAÇÃO METALINGUÍSTICA

À Poesia

Mais que a vida

Devo-lhe o sentido

O vinho servido

Das incertezas hesitações

Os conflitos necessários

No desmaio da tarde

Ante a absurda nuvem do autodomínio

A necessidade primária

De entender as segundas intenções

Dos infortúnios

A abstenção da mesmice:
Inédita primazia

Que dá vida

Ao sexto sentido do antidesejo

Mais que a vida

Devo-lhe a dúvida

E a dádiva

Grávida

E ávida de amanhãs.

3. Intertextualidade
Às vezes
O produto da dúvida
trafega ao final da luz
Mas outras vezes
Puto da vida
Renega o sinal da cruz.

4. A PREOCUPAÇÃO COM O LÚDICO


Tomo o peso de um A
Peso de um átomo
De um A tomo o peso
E passo de A a Z
E penso em paz.

5. INTEGRAÇÃO ENTRE A POESIA E A NATUREZA


E um colibri
Com o bico de pólen
Pousou no silêncio do seu poema
Que
Brotou
Girassol...

6. A RELAÇÃO COM O PANTANAL


“São bois de verdade
Nem nelores nem piores”.

7. A PRESENÇA DA MORTE
“ No primeiro poema terei que partir
Mas não levo mala nem o velho relógio
Nem traje de gala
A minha urgência já foi num trem-bala.”

8. CRÍTICA AO CONSERVADORISMO
“Se o mundo é redondo pra que nossa quadradice?
O plano global do círculo não atura nossa quadratura.

9. HOMENAGEM AOS ANTEPASSADOS


“Nascia um menino, um gênio, um poeta, um homem de Deus:
Francisco de Aquino”.

10. O LÚDICO, A AUTOAJUDA E A ALITERAÇÃO


“Em si não caia
Em sinuca
Nunca
Super em si
Supere-se!

11. OS LUGARES
TOCANTINS
Em toque tocante
Toquei-te
E assim
Qual tocata tocável
Em torvelins...
Ficaste em mim!

12. QUESTIONAMENTOS METAFÍSICOS


Incrível como o tempo nos arrasta
Como o tempo nos afasta de nós mesmos
Pela incerta fresta
Que talvez nos resta.
13. VISÃO PANTEÍSTA AO MODO DE FERNANDO PESSOA
Rios e pedras harmonizam-se,
Mas os peixes
Não cobiçam estátuas nem anéis,
Apenas são felizes nadando
Sem desejos e obstáculos.

14. AS VARIANTES DO AMOR


“Amor não adormece
É dor e messe”.

EXERCÍCIOS

Leia o poema “Estrela azul”, de Rubenio Marcelo, para responder às questões 14 e 15.
De repente aquele claro instante

ganhou luz...azul...semblante,

um prelúdio,

uma estrela, um tom azul...

Nesta aura em leve pulsação

azul sonhei um coração...

azulejando a vida, o sonho

num risonho seduzir...

Contemplei o lume da harmonia,

me vesti de primazia

e no azul eu viajei...

Assim velejei tantos encantos,

afagando afinal

o real em sonhos azuis...

Ah, se aquela estrela

agora estivesse

no azul desta messe

escutando o meu blues...

(MARCELO, Rubenio. Vias do infinito ser. Campo Grande: Letra Livre Editora, 2017. p. 131)

1 - O jogo poético elaborado pelo poeta com a palavra “azul” abriga diferentes figuras de
linguagem. Em qual das alternativas estão indicadas essas figuras?

A) Personificação, paradoxo e pleonasmo.

B) Eufemismo, metonímia e hipérbole.

C) Sinestesia, eufemismo e hipérbole.

D) Metonímia, sinestesia e metáfora.

E) Paradoxo, metonímia e antítese.

2 - Pode-se interpretar que a substantivação do verbo no infinitivo, em associação com o


adjetivo “risonho”, o uso de reticências e o uso do gerúndio concorrem para a produção do
efeito de sentido de:

A) intemporalidade.
B) angústia existencial.

C) ampliação do espaço.

D) ausência de movimento.

E) prolongamento do instante.

03 - Leia o poema “Prece”, de Rubenio Marcelo, para responder à questão.

“que seja conferido com fogo sagrado o ferro que fere o sentido do verso… a poesia não malha
em ferro morno – é flama imutável [somente por meio das suas artérias emana hálito de
jasmim da garganta da palavra] Ah, Poesia, que a tua nudez e o teu espírito as nossas mãos
aqueçam…”

MARCELO, Rubenio. Vias do infinito ser (Poemas). Campo Grande: Editora Letra Livre, 2017. p.
60.

Feita a leitura e a análise do poema, assinale a alternativa que NÃO corresponde aos sentidos
produzidos ou aos recursos empregados pelo poeta.

A) O poeta recorre ao uso de verbos no presente do subjuntivo e de frases optativas, além do


vocativo, que são marcas linguísticas do gênero “prece”.

B) O sentido do título do poema resulta do predomínio das funções poética e emotiva, aliado
ao emprego das palavras “fogo”, “sagrado” e “espírito”.

C) Para construir a coerência entre o título e o corpo do poema, o poeta instaura um


interlocutor com status de ser poderoso ou sacralizado, a quem roga/pede algo.

D) A figura de linguagem que prevalece no poema é a personificação, atestada pelo uso das
palavras “artérias”, “hálito”, “garganta”, “espírito”, entre outros recursos.

E) A aliteração de /f/ sugere os sentidos que escapam ou “escorrem” das palavras arranjadas
em versos, o que se articula à ideia de flexibilidade do ferro submetido ao fogo, metaforizando
o trabalho do poeta.

SEMINÁRIO DOS RATOS – LYGIA FAGUNDES TELLES – CONTOS ( 1977)

1.AS FORMIGAS

Duas estudantes, uma de medicina e outra de Direito vão se hospedar numa pequena
pensão. Há uma porção de ossos de anão. Aparecem milhares de formigas, e as estudantes
matam algumas.

A estudante de medicina sonha ter dois namorados ao mesmo tempo, sonha com provas
difíceis na faculdade. De madrugada elas levantam e percebem que as formigas estão
montando o esqueleto do anão. Fogem da pensão.

2.SENHOR DIRETOR

Uma senhora, professora aposentada, virgem, tenta escrever uma carta ao Senhor
Diretor, provavelmente de um grande jornal de São Paulo. No meio da tentativa de escrita,
emergem pensamentos que reprovam a imundície em que se tornou a sociedade no que se
refere aos padrões morais. Ela reclama do filme da manteiga, reclama do homem que enfiou
uma coca-cola na menina, Enquanto isso, Mariana, sua amiga, lê notícias da seca no nordeste.

Uma das suas amigas, Elza, morre por causa de uma anestesia. A professora critica as
feministas e não gosta do debate sobre retirar o clitóris das mulheres para perderem o prazer.
Gosta de ler Bilac. Critica o cinema brasileiro, só cama e prostitutas. Entra num cinema, mas
não quer se esbarrar no homem da poltrona ao lado. Acabou o filme. Sai do cinema chorando
e volta a escrever ao senhor diretor.

3.TIGRELA

Ramona se separou do quarto marido. Um ex-namorado lhe deu um tigre. Ela cria o
bicho como se fosse uma pessoa. Dá uísque para o animal. Convenceu Aninha, a empregada,
de que era um gato. Tigrela sabe quando o uísque é falsificado. O porteiro vem avisar que de
algum lugar uma jovem se jogou do terraço.

4.HERBARIUM

Uma menina vai ao sítio da família e começa a colher folhas para um primo. Caminha
entre formigas, besouros e abelhas. Acha uma folha aguda, diferente. Guarda-a no bolso. Tia
Marita vem avisar à menina que o primo está com uma namorada. A menina sente ciúmes e
não vai entregar a folha rara que achou. A menina entrega a folha ao primo botânico.

5.A SAUNA

Um homem de aproximadamente 50 anos, rico, está numa sauna, relembrando o seu


casamento com Rosa. Com a leitura do conto, percebe-se que ele era amigo do namorado de
Rosa e se casou com ela porque era rica. Também se entende que o protagonista mandou
internar o tio de Rosa para poder usar o seu quarto como ateliê.

Além disso, quando resolveram ficar juntos, Rosa engravidou e ele mandou abortar, para
que ele pudesse estudar na Europa. Agora mais velho e famoso, vende quadros que não julga
tão bons e acha o seu trabalho mecânico. Largou Rosa um tempo depois e se casou com
Marina, com quem vive.

6.POMBA ENAMORADA OU UMA HISTÓRIA DE AMOR

Ela conheceu Antenor no baile da primavera. Trocaram telefones. Ela descobriu o lugar
onde ele trabalhava e começou a mandar cartas, bilhetes, ursinhos, chocolates. Ele se irritou
com tamanha perturbação. Pediu que não o procurasse. Um amigo dela, Roni, cabeleireiro
homossexual, também ajudava no assédio. Um dia ela foi até o serviço dele. Ele, nervoso com
a derrota do Corinthians, mandou-a embora.

A menina tomou soda cáustica e quase morreu. Foi amparada por Roni e por Gilvan.
Antenor foi embora para Piracicaba e ela casou-se com Gilvan. No noivado de sua caçula, foi
até uma cigana. Esta lhe disse que o grande amor de sua vida iria chegar domingo no ônibus na
estação rodoviária e o nome dele começava com A. Sete horas da manhã ela foi para a
rodoviária.

7.WM

Dois irmãos, Wanda e Wlado convivem com a mãe, Webe, uma artista decadente, que
não recebe propostas de trabalho. Wlado se encontra com uma prostituta, Wing, por quem se
apaixona. A mãe morre. Wlado visita um hospital psiquiátrico do doutor Werebe, médico de
Wanda.

8.LUA CRESCENTE EM AMSTERDÃ

Um jovem casal em Amsterdã. Uma menina pede um bolo. A jovem chora, apesar dos
pedidos do namorado. Chama-a de querida e ela pede para não mais chama-la assim. Ela
reclama da fome. Ana é o seu nome e ela reclama de tudo, do amor, de Amsterdã, da viagem.
Os dois estão com fome. A menina reaparece com o bolo.

9. MÃO NO OMBRO

Um homem analisa a sua vida ao lado da esposa, o fim do amor e o começo da rotina. Ele
é um empresário de sucesso e ela é uma mulher da moda. Ele sonha com uma alameda, com
jardins e insetos.

10.A PRESENÇA

Um jovem quer se hospedar num hotel para velhos. O porteiro insiste para que ele
procure outro hotel. O jovem, de 25 anos, quer ficar. Moram no hotel velhos decadentes: um
ex- atleta olímpico, uma ex-atriz famosa, um comerciante. Os velhos o observam.

O jovem vai à piscina, depois volta para jantar. Às 21h já não se sente bem.

11. NOTURNO AMARELO

Laurinha é casada com Fernando. Um dia, vai à chácara de seus avós pedir desculpas a
Eduarda, de quem havia tomado o namorado, Rodrigo. Eduarda tem uma filha e namora um
alemão, com quem vai casar e partir para a Europa. O avô reclama que Laurinha roubava no
jogo de Xadrez. Ducha, a filha de Eduarda, diz que não é nada se comparado a roubar o
namorado de outra.

Rodrigo, o pivô da discórdia, saiu de uma clínica de recuperação de drogados. Havia


tentado o suicídio com o tiro no peito. Rodrigo volta, Laurinha pede desculpas para os dois.
Laura volta para casa para jantar com Fernando.

12. A CONSULTA

O Médico sai e deixa Maximiliano, um louco, tomando conta do hospital. Maximiliano


senta na cadeira do médico e atende Gutierrez, um homem de 35 anos, casado, com dois
filhos e uma amante. Gutierrez pensa que Maximiliano é o médico e desabafa seus problemas.
Maximiliano recomenda a Gutierrez que se mate. O doutor Ramazian volta e pergunta se há
algum recado para ele.

13.SEMINÁRIO DOS RATOS

O governo luta contra uma infestação de ratos. Há cem ratos para cada habitante da
cidade. Promove-se um seminário para combatê-los, com representantes de vários países,
inclusive dos Estados Unidos.

Alugam uma mansão luxuosa. O chefe das relações públicas e o secretário agilizam o
congresso. O secretário escuta algo. O cozinheiro entre e diz que vai fugir, porque os ratos
invadiram a cozinha. Os ratos comeram os fios de ignição dos carros e não há como fugir.
O secretário se esconde na geladeira e, quando percebe que os ratos saíram, tenta fugir.
Antes de partir, percebe que os ratos destruíram tudo. Longe da casa, ele observa, embaixo da
luz da sala, os ratos em seminário.

CARACTERÍSTICAS:

Surrealismo, Prosa intimista, A questão feminina, A classe média burguesa e seus conflitos, A
violência e O grotesco.

EXERCÍCIO
1 - No conto de “O seminário dos ratos”, de Lygia Fagundes Telles, o Chefe de
Relações públicas faz um gracejo com a doença do Secretário, conforme transcrito
a seguir. Assinale a alternativa correta sobre o que diz o Chefe de Relações
Públicas.
“— É algo... grave? — A gota. — E dói, Excelência? — Muito. — Pode ser a gota
d’água! Pode ser a gota d’água! — cantarolou ele, ampliando o sorriso que logo
esmoreceu no silêncio taciturno que se seguiu à sua intervenção musical” (p. 102)
A) Trata-se de referência a uma medida administrativa tomada pelo Ministério de
Minas e Energia, em 1979, para conter a revolta dos funcionários da empresa de
fornecimento de água do Distrito Federal.
B) Trata-se da gota, doença causada pelo excesso de ácido úrico nas articulações,
proveniente do consumo exagerado de remédios, de bebida alcóolica, de proteínas,
ou diabetes.
C) Referência ao título de um filme produzido por Ruy Guerra, nos anos de 1980, e
que tinha por objetivo representar a opressão à população brasileira.
D) Referência ao título de uma peça de teatro escrita por Chico Buarque e Paulo
Pontes, em 1975, a partir da tragédia grega, Medeia. A princípio, a exibição fora
proibida pelo governo militar. Após negociações, foi exibida e logo em seguida
muito premiada.
E) A personagem refere-se a uma expressão popular muito usada quando se
pretende informar que a situação é muito crítica, caótica.

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