Prof.
Sexto/Sétimo Teste UFES - CCA
Ramón Giostri Campos Fundamentos de Fı́sica 1
Nome:
Todas as respostas devem ser justificadas.
Dados adicionais:
g = aceleração da gravidade = 10 m/s2 ;
Questões
1) (2 pontos) Ordene as seguintes velocidades (dadas em um mesmo sistema de unidades), de acordo com a
energia cinética que uma partı́cula teria com cada velocidade, da maior para a menor: (a) ~v = −3î + 4ĵ, (b)~v = 4î + 3ĵ,
(c) v = 5 m/s com ângulo de 10o norte;
Solução Foi pedido para ordenar em ordem de energia cinética, está é escrita como K = 21 m v 2 , portanto temos de
calcular a velocidade ao quadrado de cada uma das letras e comparar.
Calcular o módulo ao quadrado de um vetor na forma ~v = vx î + vy ĵ é simples, basta usar o teorema de
Pitágoras, fica assim:
v 2 = vx2 + vy2
No caso descobrimos que as velocidades ao quadrado das letras (a) e (b) são iguais;
Na letra (c) você poderia inventar mil formas de se complicar, não vou entrar no mérito de como errar essa
questão e sim lembrar qual a forma mais simples de fazer... seria lembrar que um vetor escrito na notação módulo e
ângulo (forma polar) tem de cara o valor da velocidade escalar (o módulo), bastando elevar esse módulo ao quadrado
e ao fazer isso descobrimos que...
Todas as velocidades geram o mesmo valor de energia cinética;
2) (4 pontos) Um corpo de 3,0kg está em repouso sobre um trilho de ar horizontal de atrito desprezı́vel, quando
uma força horizontal F~ apontando no sentido positivo de um eixo x ao longo do trilho é aplicada sobre o corpo. Um
gráfico estroboscópico da posição do corpo quando ele desliza para a direita é mostrado abaixo.
0s 0.5 s 1s 1.5 s 2s
0.0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5
x(m)
A força F~ é aplicada ao corpo em t = 0, e o gráfico mostra a posição da partı́cula em intervalos de 0, 50 s. (a)
Usando o gráfico estroboscópico, esboce o gráfico tradicional de posição versos tempo para esse movimento (b) Qual
o trabalho realizado sobre o corpo pela força aplicada F~ no intervalo de t = 0 a t = 2, 0 s?
Solução (a) Aqui não tem segredo, basta ler os valores de posição e tempo no gráfico estroboscópico, que apesar
de ter um nome complicado ele é bem simples. Basicamente ele é uma régua (suponho que todos saibamos usar
réguas), alguns pontos pretos marcados nessa régua e um tempo associado ao ponto. O único problema talvez seja a
determinação visual do ponto, mas isso pode ser aproximado, vou sumarizar os pontos na tabela abaixo para facilitar,
para vocês a tabela era é optativa, porém didaticamente ela é vantajosa para mim.
05 de Dezembro 2013 Boa Sorte! O teste pode ser feito a lápis
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t x 0.5
0.5 0.03
1.0 0.12 0.4
1.5 0.28
2.0 0.5
0.3
x(m)
0.2
0.1
Na linha (t, x) = (1.0, 0.12), também poderia ser
colocado no lugar do 0.12 ou valores 0.125 ou 0.13 sem 0.0
problemas; 0 0.5 1 1.5 2
t(s)
Solução (b) Existem vários caminhos para calcular esse trabalho, mas todos envolvem supor que a única força que
realmente importa no corpo é a força aplicada (o que é bastante razoável dado o enunciado). Dessa forma o trabalho
total sobre o corpo é justamente o trabalho da força aplicada. Daqui podemos seguir o caminho de calcular diretamente
o trabalho via integração da força no espaço ou usar o Teorema Trabalho Energia Cinética, eu prefiro pegar a
segunda opção pois evita calcular integral das coisas.
O teorema diz que o trabalho realizado é igual a variação da energia cinética
W = ∆K = Kf − Ki ,
mas como no inı́cio do movimento estamos parados, então Ki = 0 [J], por sua vez Kf = 21 m vf2 , onde vf é a
velocidade do corpo tem t = 2s; Novamente temos de supor algo, no caso é supor que o movimento é do tipo retilı́neo
uniforme, o que também é razoável pois temos um trilho de ar horizontal e o gráfico do item (a) é flagrantemente uma
parábola. Sabendo disso temos que:
v(t) = v0 + a t ⇒ v(t = 2s) = 2 a
Não temos a aceleração a, porém temos o gráfico que é capaz de nos dar a, para tanto tomemos um ponto
qualquer do gráfico (menos a origem), eu gosto do ultimo ponto pois pf = (2 s, 0.5 m) e coloquemos esse ponto na
equação horária da posição;
1 1 1
x(t) = x0 + v0 t + a t2 ⇒ x(t = 2) = 0.5 = a 22 ⇒ a= = 0.25 [m/s2 ] .
2 2 4
Concluı́mos que
2
1 1 1 1
vf = v(t = 2s) = 2 a = = 0.5 [m/s] ⇒ W = Kf = m v 2 = 3 = 3/8 = 0.375 [J]
2 2 2 2
3) (4 pontos) inclinado com ângulo θ com a horizontal (veja a figura). O
bloco atinge uma mola de constante elástica k. Responda
o que se pede:
m a - 2.0 ponto Qual o módulo da velocidade do
bloco imediatamente antes de começar a pressionar a
k h mola?
θ
Um bloco de massa m parte do repouso, de uma al- b - 2.0 pontos Qual a compressão máxima da
tura h, e escorrega para baixo sobre um plano sem atrito mola?
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Solução (a) Essa é a parte fácil do problema. Primeiro vamos definir as referências para as energias potências. A
energia potencial elástica (Ue ) é ZERO no ponto em que a mola não está comprimida (mais natural impossı́vel). A
energia potencial gravitacional (Ug ) é zero na mesma posição, a posição em que a mola ainda não está comprimida.
Note que isso faz com que o corpo só tenha energia cinética nessa posição, e essa posição é justamente o local a que
se refere o item a.
Usando o Princı́pio da Conservação da Energia Mecânica, sabendo que só existem forças conservativas,
podemos afirmar que
∆E = 0 ⇒ Eia = Ef a ,
No inı́cio Eai , temos apenas energia potencial gravitacional e no final (Ef a descrito no item a) temos apenas
energia cinética, assim:
1 1 p
Eia = Ugi = m g h e Ef a = Kf = m vf2 ⇒ mgh= m vf2 ⇒ vf = 2gh .
2 2
Solução (b) Esse é muito mais sutil que o anterior, pois existem dois processos em andamento que realizam a
compressão da mola. O primeiro é evidente, é a energia cinética que vai para a mola até o corpo parar completamente.
O segundo é uma perda de energia potencial gravitacional em favor da energia elástica, afinal como estamos em um
declive, descer o mesmo muda a energia potencial gravitacional.
Novamente vamos usar o Princı́pio da Conservação da Energia Mecânica, porém agora o inı́cio Eib =
1 2
2 m vf = m g h é o momento antes de comprimir a mola e o final Ef b = Ugb + Ueb será quando o corpo parar no
ponto mais baixo da trajetória.
Definimos l como a compressão máxima da mola (isso está na mesma direção da descida), dessa forma o desnı́vel
que o corpo passará é de hb = l sen(θ); Assim a energia potencial gravitacional nesse ponto será Ugb = −m g l sen(θ),
o sinal negativo é por conta de estarmos em um nı́vel abaixo da referência. Por sua vez a energia potencial elástica
será, Ueb = 21 k l2 , assim podemos montar o Princı́pio de Conservação da Energia Mecânica,
1 1 1
Eib = m vf2 = m g h e Ef b = k l2 − m g l sen(θ) ⇒ m g h = k l2 − m g l sen(θ)
2 2 2
Note que isso gera uma equação do segundo grau em l,
1
k l2 − (m g sen(θ)) l − m g h = 0
2
que resolvemo usando o Teorema de Baskara, o que gera duas raı́zes.
p
m g sen(θ) ± (m g sen(θ))2 + 2k m g h
l=
k
Note que l é um comprimento e por conta disso tem de ser positivo, a raiz negativa gera uma subtração que
leva l a valores negativos, portanto ela será descartada, assim a resposta correta é:
p s !
m g sen(θ) + (m g sen(θ))2 + 2k m g h m g sen(θ) 2kh
l= = 1+ 1+
k k m g sen2 (θ)
Se você fez a conta da compressão mas não considerou a perda de energia potencial gravitacional você ganha
meia questão (afinal você entende algo do problema);
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