RESOLUÇÃO RDC #658, DE 30 DE Março DE 2022 - RESOLUÇÃO RDC #658, DE 30 DE Março DE 2022 - DOU - Imprensa Nacional
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A Diretoria Colegiada da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, no uso das competências que
lhe conferem os arts. 7º, inciso III, e 15, incisos III e IV da Lei nº 9.782, de 26 de janeiro de 1999, e
considerando o disposto no art. 187, inciso VI e §§ 1º e 3º, do Regimento Interno, aprovado pela Resolução
de Diretoria Colegiada - RDC nº 585, de 10 de dezembro de 2021, resolve adotar a seguinte Resolução de
Diretoria Colegiada, conforme deliberado em Reunião Extraordinária - RExtra nº 6, realizada em 30 de
março de 2022, e eu, Diretor-Presidente, determino a sua publicação.
CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES INICIAIS
Seção I
Objetivo
Art. 1º Esta Resolução possui o objetivo de adotar as diretrizes gerais de Boas Práticas de
Fabricação de Medicamentos do Esquema de Cooperação em Inspeção Farmacêutica (PIC/S), como
requisitos mínimos a serem seguidos na fabricação de medicamentos.
Seção II
Abrangência
Seção III
Definições
Art. 3º Para fins desta Resolução e das instruções normativas vinculadas a ela, aplicam-se as
seguintes definições:
II - ação corretiva: medidas adotadas que remetem à uma contenção reativa, para tratar e
eliminar a causa raiz de desvio ou não conformidade já ocorrida;
III - ação preventiva: medidas adotadas, que remetem à mitigação proativa de riscos, para se
evitar a ocorrência de um desvio ou não conformidade, buscando, em última instância, eliminar suas
causas;
IV - antecâmara: espaço fechado com duas ou mais portas, interposto entre duas ou mais salas,
com a finalidade de controlar o fluxo de ar entre essas salas quando precisam ser adentradas, projetado de
forma a ser utilizado para pessoas, materiais ou equipamentos;
V - área limpa: área com controle ambiental definido de contaminação particulada e microbiana,
construída e utilizada de forma a reduzir a introdução, geração e retenção de contaminantes dentro da
área;
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VII - calibração: conjunto de operações que estabelece, sob condições especificadas, a relação
entre os valores indicados por um instrumento ou sistema de medição, ou valores representados por uma
medida materializada, e os valores correspondentes conhecidos de um padrão de referência;
VIII - certificado de análise: documento que fornece um resumo dos resultados dos testes em
amostras de produtos ou de materiais juntamente com a avaliação de sua conformidade com a
especificação declarada, podendo, alternativamente, basear-se, em todo ou em parte, na avalição de
dados em tempo real (resumos e relatórios de exceção) da tecnologia analítica de processo lote-
relacionada, parâmetros ou métricas, conforme a autorização de comercialização/registro do produto;
XII - controle em processo: verificações realizadas durante a produção para monitorar e ajustar o
processo, ambiente e equipamentos para garantir que o produto esteja em conformidade com sua
especificação;
XIII - data de validade de matéria-prima/insumo: data definida pelo fabricante de tais materiais,
a qual estabelece o tempo (com base em estudos de estabilidade específicos) durante o qual os materiais
em comento permanecem dentro das especificações de prazo de validade estabelecidas (caracterizado
como o período de vida útil), se armazenados sob condições definidas e após o qual não devem ser
usados;
XVIII - embalagem: todas as operações, incluindo envase e rotulagem, pelas quais o produto a
granel deve passar para se tornar um produto acabado;
XIX - especificação: documento que descreve em detalhes os requisitos aos quais produtos ou
materiais usados ou obtidos durante a fabricação devem atender, servindo de base para a avaliação da
qualidade;
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XXIV - instruções de processos: documentos que especificam, de forma detalhada, ainda que
com uma linguagem simples, como realizar uma das etapas dos processos, visando facilitar a execução
das tarefas de rotina (do ponto de vista técnico-operacional) pelos operadores e analistas, diferentemente
dos procedimentos, que geralmente abrigam informações e diretrizes mais detalhadas acerca do
gerenciamento do Sistema da Qualidade Farmacêutica;
XXVII - limite de alerta: critérios estabelecidos que dão o alerta antecipado do desvio potencial
de condições normais que não são necessariamente motivos para uma ação corretiva definitiva, mas que
requerem ações de acompanhamento;
XXXII - não conformidade: o não atendimento de um requisito preestabelecido, que pode variar
entre fatores externos e internos, e relacionar-se, por exemplo, com procedimentos, normas, legislações,
instalações, equipamentos, sistemas, processos, produtos, fornecedores, materiais, serviços, método, entre
outros;
XXXIII - número do lote: combinação distintiva de números e/ou letras que identifica
especificamente um lote;
XXXV - procedimento: descrição das operações a serem realizadas, das precauções a serem
tomadas e das medidas a serem aplicadas, direta ou indiretamente relacionadas com a fabricação de um
medicamento;
XXXVII - produto acabado: produto que tenha passado por todas as etapas de produção,
incluindo rotulagem e embalagem final;
XXXVIII - produto a granel: qualquer produto que tenha completado todos os estágios de
processamento até, mas não incluindo, a embalagem primária, sendo os produtos estéreis em sua
embalagem primária considerados produto a granel;
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XXXIX - produto intermediário: produto parcialmente processado que deve ser submetido a
etapas subsequentes de fabricação antes de se tornar um produto a granel;
XLV - recuperação: introdução de todos ou parte dos lotes anteriores de qualidade exigida em
outro lote em um estágio definido de fabricação;
XLVI - registro: documento que fornece evidências das ações adotadas para demonstrar a
conformidade com as instruções - por exemplo, atividades, eventos, investigações e, no caso de lotes
fabricados, um histórico de cada lote do produto, incluindo sua distribuição -, incluindo os dados brutos
utilizados para gerar outros registros, sendo considerados como dados brutos todos os dados sobre os
quais as decisões da qualidade são baseadas;
XLIX - Responsável Técnico: profissional reconhecido pela autoridade regulatória nacional que
tem a responsabilidade de garantir que cada lote de produto terminado tenha sido fabricado, testado e
aprovado para liberação em consonância com as leis e normas em vigor no país;
L - rótulo: identificação impressa ou litografada, bem como dizeres pintados ou gravados a fogo,
pressão ou decalco, aplicados diretamente sobre recipientes, vasilhames, invólucros, envoltórios ou
qualquer outro protetor de embalagem;
LII - sistema de Ação Corretiva e Ação Preventiva (CAPA): processo de trabalho, no qual podem
ser utilizadas diversas ferramentas, tanto de gestão da qualidade, quanto do gerenciamento de risco, que
se aplica à identificação; à avaliação e à investigação de eventos (desvios, não conformidades, etc.)
passados; à definição do plano de ação; à implementação das ações definidas no plano de ação e, por
último, à verificação da efetividade das ações (corretivas e preventivas) implementadas, ou para cessar a
causa raiz de eventos passados (desvios, não conformidades, etc.), evitando-se reincidências, ou para
prevenir a ocorrência de eventos futuros (desvios, não conformidades, etc.); e se referindo a um
componente do sistema da qualidade que, conduzido de maneira consistente e eficaz pela empresa, tem
o poder de auxiliar na promoção da melhoria contínua do Sistema da Qualidade Farmacêutica;
LIII - sistema informatizado: sistema que inclui a entrada de dados, o processamento eletrônico
e a saída de informações a serem utilizadas para relatórios ou controle automático;
LIV - Solução Parenteral de Grande Volume (SPGV): solução estéril e apirogênica, destinada à
aplicação parenteral em dose única, cujo volume é de 100mL ou superior, incluindo as soluções para
irrigação e soluções para diálise peritoneal; e
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LV - validação: ação de provar, de acordo com os princípios das Boas Práticas de Fabricação,
que qualquer procedimento, processo, equipamento, material, atividade ou sistema realmente leva aos
resultados esperados.
§ 1º O envase de produtos estéreis de que trata o inciso XVIII do caput deste artigo não é
considerado parte do processo das operações de embalagem, sendo os produtos estéreis considerados
produtos a granel quando em sua embalagem primária.
§ 2º No que se refere ao inciso XXVIII do caput deste artigo, para o controle do produto
acabado, um lote de medicamento inclui todas as unidades da forma farmacêutica, que são feitas a partir
da mesma massa inicial de material e foram submetidas a uma única série de operações de fabricação ou
a uma única operação de esterilização ou, no caso de um processo de produção contínuo, todas as
unidades fabricadas em um determinado período de tempo.
CAPÍTULO II
Seção I
Introdução
Art. 4º O detentor de uma autorização para fabricação deve fabricar medicamentos, de forma a
garantir que correspondam à finalidade pretendida, satisfaçam os requisitos do registro ou da autorização
para uso em ensaio clínico, conforme apropriado, de forma a não colocar os pacientes em risco devido à
segurança, qualidade ou eficácia inadequadas.
§ 2º Para alcançar este objetivo de qualidade de forma confiável, deve haver um Sistema da
Qualidade Farmacêutica abrangente e corretamente implementado, incorporando as Boas Práticas de
Fabricação e Gerenciamento dos Riscos de Qualidade.
Art. 6º As Boas Práticas de Fabricação se aplicam a todas as etapas do ciclo de vida do produto,
desde a fabricação de medicamentos experimentais, transferência de tecnologia, fabricação comercial até
a descontinuação do produto.
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§ 2º Embora alguns aspectos do sistema possam ser coorporativos de toda a empresa e outros
se aplicarem em estabelecimentos específicos, a eficácia do sistema é normalmente demonstrada no nível
do estabelecimento específico.
VIII - um estado de controle seja estabelecido e mantido por meio do desenvolvimento e uso de
sistemas eficazes de monitoramento e controle para o desempenho do processo e para a qualidade do
produto;
XIII - após a implementação de qualquer mudança, uma avaliação seja realizada para confirmar
que os objetivos de qualidade foram alcançados e que não houve impacto prejudicial não intencional na
qualidade do produto;
XIV - um nível apropriado de análise da causa raiz seja aplicado durante a investigação de
desvios, suspeitas de defeitos no produto e outros problemas;
XVI - existam mecanismos para garantir que os medicamentos sejam armazenados, distribuídos
e posteriormente manuseados de modo que a qualidade seja mantida ao longo do seu período de vida
útil; e
§ 1º O nível apropriado de que trata o inciso XIV do caput deste artigo pode ser determinado
pelo estabelecimento por meio da aplicação dos princípios de Gerenciamento de Risco na Qualidade.
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§ 2º No que se refere o inciso XIV do caput deste artigo, nos casos em que a(s) verdadeira(s)
causa(s) raiz(es) do problema não puder(em) ser determinada(s), deve-se considerar a identificação da(s)
causa(s) raiz(es) mais provável(eis) e abordá-la(s).
§ 3º No que se refere o inciso XIV do caput deste artigo, quando se suspeitar ou identificar erro
humano como causa, isso deve ser justificado, tendo-se o cuidado de garantir que erros ou problemas de
processo, de procedimento ou de sistema não tenham sido negligenciados, se for o caso.
§ 4º No que se refere o inciso XIV do caput deste artigo, ações corretivas e/ou ações
preventivas (CAPAs) apropriadas devem ser identificadas e implementadas em resposta às investigações,
devendo ser monitorada e avaliada a eficácia dessas ações, de acordo com os princípios do
Gerenciamento de Riscos da Qualidade.
Art. 9º A gestão superior da empresa tem a responsabilidade final de garantir que um Sistema
da Qualidade Farmacêutica eficaz esteja implementado, disponha de recursos adequados e que as
responsabilidades e autoridades sejam definidas, comunicadas e implementadas em toda a organização.
Art. 10. Deve haver revisão gerencial periódica, com o envolvimento da administração superior
da empresa, do desempenho do Sistema de Gestão da Qualidade Farmacêutica de forma que se
identifiquem oportunidades de melhoria contínua de produtos, processos e do próprio sistema.
Seção II
Art. 12. Boas Práticas de Fabricação (BPF) é a parte do Gerenciamento da Qualidade que
assegura que os produtos são consistentemente produzidos e controlados, de acordo com os padrões de
qualidade apropriados para o uso pretendido e requerido pelo registro sanitário, autorização para uso em
ensaio clínico ou especificações do produto.
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VII - quaisquer desvios significativos devem ser integralmente registrados e investigados com o
objetivo de determinar a causa raiz e implementar as ações corretivas e preventivas apropriadas;
IX - a distribuição dos produtos deve minimizar qualquer risco a sua qualidade e levar em
consideração as boas práticas de distribuição;
Seção III
Controle de Qualidade
Art. 13. O Controle de Qualidade é a parte das BPF referente à coleta de amostras, às
especificações e à execução de testes, bem como à organização, à documentação e aos procedimentos
de liberação que asseguram que os testes relevantes e necessários sejam executados, e que os materiais
não sejam liberados para uso, ou que produtos não sejam liberados para comercialização ou distribuição,
até que a sua qualidade tenha sido considerada satisfatória.
IV - os registros (manual ou por meio eletrônico) devem ser feitos, demonstrando que todos os
procedimentos de amostragem, inspeção e testes foram de fato realizados e que quaisquer desvios foram
devidamente registrados e investigados;
VII - nenhum lote de produto deve ser liberado para comercialização ou distribuição antes da
certificação, por uma Pessoa Delegada pelo Sistema de Gestão da Qualidade Farmacêutica, de que este
está em conformidade com os requerimentos das autorizações relevantes; e
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Seção IV
Art. 17. A revisão da qualidade do produto deve incluir, pelo menos, revisão:
II - dos controles em processos críticos e dos resultados de controle de qualidade dos produtos
acabados;
III - de todos os lotes que não cumpriram com as especificações estabelecidas e suas
investigações;
XII - de quaisquer disposições contratuais, definidas no Capítulo VIII desta Resolução, referente
às atividades terceirizadas, para assegurar que estejam atualizadas.
Art. 19. Revisões de qualidade podem ser agrupadas por tipo de produto, quando justificado
cientificamente.
Art. 20. Se o detentor do registro não for o fabricante do medicamento, deve existir um acordo
técnico implementado entre as partes que defina as respectivas responsabilidades na elaboração da
revisão de qualidade do produto.
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Seção V
Parágrafo único. O Gerenciamento de Risco da Qualidade pode ser aplicado de forma proativa e
retrospectiva.
CAPÍTULO III
PESSOAL
Seção I
Introdução
Art. 23. Deve haver pessoal qualificado em quantidade suficiente para desempenhar
corretamente todas as atividades pelas quais o fabricante é responsável.
Art. 25. Todo o pessoal deve estar ciente dos princípios das Boas Práticas de Fabricação que os
afetam e receber treinamento inicial e contínuo, incluindo instruções de higiene, relevantes para suas
necessidades.
Seção II
Disposições gerais
Art. 26. O fabricante deve dispor de pessoal em número adequado e com as qualificações e
experiência prática necessárias.
Art. 27. A administração superior da empresa deve determinar e fornecer recursos adequados e
apropriados (humanos, financeiros, de materiais, instalações e equipamentos) para implementar e manter o
Sistema da Qualidade Farmacêutica e melhorar sua efetividade continuamente.
Art. 28. As responsabilidades atribuídas a qualquer indivíduo não devem ser tão extensas a
ponto de apresentar qualquer risco para a qualidade.
Art. 29. O fabricante deve possuir um organograma em que as relações entre os Responsáveis
pela Produção, Controle de Qualidade e, quando aplicável, o Responsável pela Garantia da Qualidade ou
Unidade da Qualidade, e a posição do Responsável Técnico sejam claramente apresentados na hierarquia
gerencial.
Art. 30. As pessoas que ocupam cargos de responsabilidade devem ter as suas funções
específicas registradas em descrições de cargo e a autoridade adequada para execução das suas
responsabilidades.
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Art. 31. A administração superior da empresa tem a responsabilidade final de garantir que um
Sistema da Qualidade Farmacêutica efetivo esteja implementado para atingir os objetivos da qualidade, e
que as atribuições, responsabilidades e autoridades sejam definidas, comunicadas e implementadas em
toda a organização.
Art. 32. A administração superior da empresa deve estabelecer uma política da qualidade que
descreva as definições e intenções gerais da empresa em relação à qualidade e deve, ainda, garantir
adequação e efetividade contínuas do Sistema da Qualidade Farmacêutica e da conformidade com as BPF,
por meio da participação na revisão do gerenciamento.
Seção III
Pessoal-chave
Parágrafo único. Deve haver independência entre o Responsável pela Produção e a(s) Pessoa(s)
Delegada(s) pelo Sistema de Gestão da Qualidade Farmacêutica designada(s) para as liberações dos
produtos.
Art. 34. As posições-chave, normalmente, devem ser ocupadas por pessoal em tempo integral.
Art. 35. Os Responsáveis pela Produção e Controle de Qualidade devem ser independentes
entre si.
§ 1º Em grandes organizações, pode ser necessário delegar algumas das funções do Pessoal-
Chave.
III - assegurar que os registros de produção sejam avaliados e assinados por uma pessoa
designada;
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VII - assegurar que os treinamentos iniciais e contínuos do pessoal do seu departamento sejam
realizados e adaptados, de acordo com as necessidades.
Parágrafo único. As responsabilidades de que trata o caput deste artigo podem incluir:
IV - a validação de processo;
V - treinamento;
IX - a retenção de registros;
Seção IV
Treinamento
Art. 39. O fabricante deve fornecer treinamento para todo o pessoal cujas funções sejam
exercidas nas áreas de produção e armazenamento ou laboratórios de controle (incluindo o pessoal
técnico, de manutenção e limpeza) e para outras pessoas cujas atividades possam afetar a qualidade do
produto.
Art. 40. Além do treinamento básico sobre a teoria e a prática do Sistema da Qualidade
Farmacêutica e das BPF, o pessoal recém-contratado deve receber treinamento adequado às tarefas que
lhe são atribuídas.
Art. 41. Deve ser fornecido treinamento continuado, e sua efetividade prática deve ser
periodicamente avaliada.
Art. 42. Os programas de treinamento devem estar disponíveis, aprovados pelo Responsável
pela Produção ou pelo Responsável pelo Controle de Qualidade, conforme apropriado.
Art. 44. O pessoal que trabalha em áreas com risco de contaminação microbiológica dos
produtos, por exemplo, em áreas limpas, ou o pessoal que trabalha em áreas com risco de contaminação
do operador e cruzada entre produtos, como as áreas onde materiais altamente ativos, tóxicos, infecciosos
ou sensibilizantes são manuseados, devem receber treinamento específico.
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Art. 45. Os visitantes ou pessoal não treinado, preferencialmente, não devem ser conduzidos
pelas áreas de produção e de controle de qualidade.
Parágrafo único. Se for inevitável, eles devem ser cuidadosamente supervisionados e receber
informações com antecedência, especialmente sobre higiene pessoal e roupas protetoras necessárias.
Art. 46. O Sistema da Qualidade Farmacêutica e todas as medidas capazes de melhorar sua
compreensão e implementação devem ser amplamente discutidos durante as sessões de treinamento.
Seção V
Art. 47. Devem ser estabelecidos programas de higiene detalhados e adaptados às várias
necessidades da fábrica.
Art. 48. Os programas de higiene devem incluir procedimentos relativos à saúde, práticas de
higiene e paramentação.
Parágrafo único. Esses procedimentos devem ser compreendidos e seguidos rigorosamente por
todas as pessoas cujas funções impliquem na presença nas áreas de produção e controle.
Art. 49. A gestão deve promover os programas de higiene que devem ser amplamente
discutidos durante as sessões de treinamento.
Art. 50. Todo o pessoal deve passar por exame médico no momento da contratação.
Art. 51. Após o primeiro exame médico, outros exames devem ser realizados quando necessário
para assegurar o trabalho e a saúde pessoal.
Art. 52. É de responsabilidade do fabricante prover instruções escritas para garantir que as
condições de saúde de seus colaboradores que possam impactar na qualidade dos produtos sejam
imediatamente informadas.
Art. 53. Devem ser adotadas medidas para garantir que nenhuma pessoa afetada por uma
doença infecciosa ou que tenha lesões abertas na superfície exposta do corpo seja envolvida na
fabricação de medicamentos.
Art. 54. Toda pessoa que entrar nas áreas de fabricação deve usar roupas protetoras adequadas
às operações a serem executadas.
Art. 55. É proibido comer, beber, mascar, fumar, ou armazenar alimentos, bebidas, materiais
derivados do tabaco ou medicamentos de uso pessoal nas áreas de produção e armazenamento.
Art. 56. Qualquer prática que não seja higiênica dentro das áreas de fabricação ou em qualquer
outra área em que o produto possa ser adversamente afetado deve ser proibida.
Art. 57. Deve ser evitado contato direto entre as mãos do operador e o produto exposto, assim
como com qualquer parte do equipamento que entre em contato com os produtos.
Art. 58. O pessoal deve ser instruído sobre a utilização das instalações para lavagem das mãos.
Art. 59. Quaisquer requerimentos específicos para a fabricação de grupos especiais de produtos,
por exemplo preparações estéreis, estão estabelecidos nas instruções normativas específicas.
Seção VI
Consultores
Art. 60. Os consultores devem ter instrução, treinamento e experiência adequados, para que
estejam aptos a orientarem sobre o assunto para o qual foram selecionados.
Art. 61. Os registros devem ser mantidos com informações sobre nome, endereço, qualificações
e tipo de serviço prestado por consultores.
CAPÍTULO IV
INSTALAÇÕES E EQUIPAMENTOS
Seção I
Introdução
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