GOVERNO DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL
Governador: Eduardo Leite
Vice-Governador: Gabriel Souza
SECRETARIA DA EDUCAÇÃO
Secretária: Raquel Teixeira
Secretária Adjunta: Stefanie Eskereski
Chefe de Gabinete: Aline Mendes
Diretor-Geral: André Agne Domingues
Superintendente da Educação Profissional:
Tomás Marques de Hollanda Collier
Subsecretário de Desenvolvimento da Educação:
Marcelo Jeronimo R. Araújo
Subsecretária de Governança e Gestão da Rede Escolar:
Neri Barcelos
Subsecretário de Infraestrutura e Serviços Escolares:
Rômulo Mérida Campos
Subsecretário de Planejamento e Gestão Organizacional:
Diego Ferrugem
PRODUÇÃO GRÁFICA
Assessoria de Comunicação Social da Secretaria da
Educação do RS
Coordenação: Bianca Garrido
Projeto Gráfico e Diagramação: Nicole Costa
ORGANIZAÇÃO
Subsecretaria de Desenvolvimento da Educação
Assessoria de Integridade e Atendimento ao Cidadão
Núcleo de Cuidado e Bem-Estar Escolar
Coordenação: Guilherme Corte
Sumário
1. Carta da Secretária 04
2. Apresentação 05
3. Contextualização 08
16
19
24
28
32
34
36
"
1 Carta da
Secretária
Senhoras e senhores,
É com grande orgulho que hoje lançamos o Código de Conduta Antirracista,
um guia essencial que orienta a atuação de nossos servidores na luta contra
o racismo. Este documento, construído coletivamente, visa promover a
identificação e o combate ao racismo nas instituições ligadas à Secretaria da
Educação do Estado do Rio Grande do Sul, por meio da educação e
da conscientização.
O Código de Conduta faz parte do Programa de Educação Antirracista,
lançado pela Secretaria da Educação em 2021. Este projeto reafirma nosso
compromisso com a inclusão e a justiça racial, conforme estipulado pelo
Plano Estadual de Implementação das Diretrizes Curriculares Nacionais para
a Educação das Relações Étnico-Raciais.
A conduta antirracista no ambiente institucional envolve ações de
conscientização, como o letramento racial, orientações sobre instrumentos
legais de responsabilização e proteção, além da disseminação de práticas
antirracistas que podem ser observadas e implementadas no dia a dia. Para
isso, é fundamental reconhecer a existência do racismo e compreender como
ele opera na estrutura das instituições.
A educação deve ser um espaço de acolhimento e respeito, e nosso objetivo
é garantir o direito à aprendizagem para todos os estudantes, especialmente
aqueles que pertencem a comunidades negras, indígenas e quilombolas.
Por meio desse programa, buscamos integrar a pauta antirracista no
cotidiano de trabalho de nossos servidores, valorizando a rica cultura
afro-gaúcha e as contribuições dos povos indígenas. Estamos
implementando formações voltadas para o letramento racial, que são
fundamentais para uma transformação genuína em nossa sociedade.
Reforço que cada um de nós tem um papel crucial nesta missão. Ao
incluirmos o Código de Conduta Antirracista como documento fundamental
para todos os servidores da educação e ao implementarmos o Termo de
Compromisso anexo ao Código, estamos reafirmando nossa determinação
em construir uma educação mais justa e igualitária, livre de preconceitos.
Juntos, faremos do Rio Grande do Sul um exemplo de respeito e inclusão.
Muito obrigado.
Raquel Teixeira
4
Apresentação
5
do Sul lançou o Programa de Educação Antirracista
para o Ensino das Histórias e das Culturas Afro-Brasileiras, Africanas e
Curriculares Nacionais para ERER5
É nesse contexto que se encontra este Código de Conduta Antirracista,
orientar a conduta antirracista dos
funcionários públicos estaduais que compõem a comunidade escolar
gaúcha, ou seja, de todos (as) os (as) funcionários (as) vinculados à
Secretaria da Educação, às Coordenadorias Regionais e às escolas: todos
5 As Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino
6
Código
de Conduta Antirracista
ao Código de Conduta da Alta Administração e ao Código de Ética dos
-
-
7
Contextualização
8
O racismo estrutural não é apenas uma questão de preconceito
pessoal, mas de um sistema de dominação que distribui privilégios e
desvantagens com base na cor da pele.
a conduta
antirracista deve ser uma norma tanto na estrutura institucional que
planeja e orienta a política pública educacional, quanto na estrutura de
, que representando
5
retrato da administração pública estadual na área
da educação
9
A representatividade de lideranças negras e indígenas na área da
educação no Rio Grande do Sul é outro elemento importante para se
lideranças por lotação
10
Tratando-se do ambiente escolar
índice de clima escolar
observar uma tendência de que estudantes negros percebem o clima
escolar pior que estudantes brancos em todas as etapas de ensino para
Estudantes autodeclarados
11
racismo
12
são colocados, consciente ou incoscientemente, em servidores negros,
como únicos ou principais responsáveis pela implementação da ERER e de
Kabengele Munanga, renomado antropólogo e pesquisador do
racismo, argumenta que o racismo é uma construção social e histórica
que se manifesta por meio de práticas discriminatórias conscientes ou
inconscientes. Em sua obra, ele destaca que o racismo é uma forma de
discriminação que tem a raça como fundamento e que organiza a
sociedade de maneira hierárquica, gerando desigualdades e exclusões.
Ele também observa que o racismo opera de forma individual e
institucional, afetando tanto as relações interpessoais quanto as
estruturas de poder e oportunidades.
Para Munanga (2003), o racismo não é apenas um preconceito, mas
um sistema que justifica a subordinação e desumanização de pessoas
negras e outros grupos racializados. Ele defende que, no Brasil, o mito da
democracia racial foi uma estratégia para mascarar essas desigualdades,
perpetuando a exclusão e a marginalização da população negra, mesmo
após o fim da escravidão.
13
Munanga ainda explora a ideia de que o racismo institucionalizado se
manifesta nas políticas públicas, nas relações de trabalho, na educação e em
outras áreas, onde práticas discriminatórias estão incorporadas às normas e
estruturas da sociedade, limitando o acesso a direitos e recursos essenciais
para a população negra.
ou procedência nacional5
Recentemente, a legislação
14
•
•
•
•
•
•
•
combatidas pelos funcionários públicos nos espaços da Secretaria da
Educação, das Coordenadorias Regionais e das escolas da rede estadual
de ensino, seja nas interações entre funcionários, entre funcionários
e alunos, entre funcionários Práticas como essas,
15
Conduta
Antirracista:
prevenção e
combate
16
Secretaria da Educação do Governo do Estado do
Rio Grande do Sul e das Coordenadorias Regionais de Educação, desde
Trilha de Educação Antirracista
ações voltadas para promoção efetiva de uma educação antirracista
lançamento
da Trilha em formato de curso autoinstrucional no Portal da Educação
estadual de ensino, seja professor, diretor, secretário de escola ou servidor da
ato de posse,
deste Código de Conduta Antirracista formação e
orientação
a prática
17
Ângela
Davis:
livremente suas ideias e culturas,
•
•
•
•
18
Fluxo de
Encaminhamento
de Denúncias
19
seja nas interações entre servidores, entre servidores e estudantes ou
2) Registro:
Se o ato de racismo ocorreu ou foi cometido por servidor público
que atua em escola:
deve reportar relatar para a
(a) ou Orientador (a) da escola, que deve realizar o registro via
,
via
Se o ato de racismo ocorreu ou foi cometido por servidor
público que atua em Coordenadoria Regional de Educação:
reportar
20
ou relatar Coordenador (a) da CRE, que deve realizar o
registro via ,
Se o ato de racismo ocorreu ou foi cometido por servidor público
que atua na Secretaria da Educação:
reportar relatar para
sua
Subsecretários, Secretária), que deve realizar o registro via Canal
,
Procuradoria
CANAL DE DENÚNCIAS:
denúncia pode ser feita de forma
21
, que dispõe sobre o
Estatuto e Regime Jurídico Único dos Servidores Públicos Civis do Estado
do Rio Grande do Sul
dever do servidor público de
2.1) Escuta Protegida:
coletivo! Escute, Acolha e Respeite!
22
3) Procedimentos:
penalidade prevista a ser aplicada seja de repreensão ou suspensão
23
Ações de
Acolhimento e
Orientação
24
o
1) Criar espaços necessários de conversa e acolhimento
25
2) Encaminhamentos à rede de apoio para acolhimento e
atendimento do servidor público
3) Apoio/suporte in loco, junto da CRE ou SEDUC, para a
Comunidade Escolar através das equipes de psicólogos e
assistentes sociais
4) Atividades pedagógicas e ações coletivas na escolas com a
temáticas da Educação para as Relações Étnico-Raciais
26
5) Estar atento se os envolvidos direta ou indiretamente
encaminhamentos.
disponibilizado pelo
6) Criação das comissões da CIPAVE+ nas Escolas
27
Referências
28
29
das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-
nacionais-para-a-educacao-das-relacoes-etnico-raciais-e-para-o-ensino-
Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais e para
MUNANGA, Kabengele. Rediscutindo a mestiçagem no Brasil: identidade
nacional versus identidade negra. Petrópolis: Vozes, 2003.
30
RIBEIRO, Djamila. O que é lugar de fala?. Belo Horizonte: Letramento, 2017.
Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino das
31
Anexo I
Termo de Compromisso
32
ANEXO I
Nome:
CPF:
Conduta Antirracista da Secretaria da Educação do Governo do Estado do Rio
Assinatura
33
Anexo II
Termo de Compromisso ao
Código de Conduta Antirracista
da Secretaria da Educação do
Governo do Estado do
Rio Grande do Sul
34
ANEXO II
Informativo de
Apoio à rede de Educação Estadual e os Catálogos dos Equipamentos e
Serviços da Rede de Apoio à Educação
é
crucial acionar e manter viva esta rede de apoio à educação.
35
Anexo III
Marco Legal
36
ANEXO III
• Constituição da República Federativa do Brasil, de 5 de outubro
• Lei nº 7.716, de 5 de janeiro de 1989
preconceito de cor e raça e estabelece penalidades para situações
Essa é a lei que prevê o crime de racismo,
crime
• Lei
nº 7.716, de 5 de janeiro de 1989
de preconceito de raça ou de cor, adicionando à referida lei os
termos etnia, religião e procedência nacional
37
• Declaração e Plano de Ação de Durban (2001), resultado da III
• Lei nº 10.639, de 9 de janeiro de 2003
educação nacional, para
Ensino a obrigatoriedade da temática "História e Cultura Afro-
Brasileira".
• Resolução CNE/CP nº 1, de 17 de junho de 2004, que institui as
Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações
Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira
• Parecer CNE/CP nº 3/2004, parecer do Conselho Nacional de
• Programa de Combate ao Racismo Institucional (PCRI) - 2005
• Lei nº 11.645, de 10 de março de 2008 – Ensino História e Cultura
Afro-Brasileira e Indígena
que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para
38
• Resolução nº 297, de 07 de janeiro de 2009 do Conselho Estadual
de Educação do Rio Grande do Sul,
Étnico-Raciais e para o ensino de História e Cultura Afro-Brasileira
• Lei nº 12.288, de 20 de julho de 2010, que institui o Estatuto
da Igualdade Racial destinado a garantia à população negra
da efetivação da igualdade de oportunidades, da defesa dos
direitos étnicos individuais, coletivos e difusos e do combate à
discriminação e às demais formas de intolerância étnica; altera
• Lei nº 12.519, de 10 de Novembro de 2011, institui o Dia Nacional
• Resolução CNE/CEB
• Lei nº 12.711/2012 Lei de Cotas
• Parecer CNE/CEB nº 13/2012, aprovado em 10 de maio de 2012,
que institui as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação
• Resolução CNE/CEB nº 5, de 22 de junho de 2012
•
Nações Unidas (ONU)
• Lei nº 12.987, de 2 de junho de 2014, que dispõe sobre a criação
39
•
Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais e para
o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana,
• Parecer CNE/CEB nº 14/2015, aprovado em 11 de novembro de
2015
• Declaração Americana sobre os Direitos dos Povos Indígenas
(DADPI), 2016,
• Decreto nº 53.817, de 28 de novembro de 2017, institui o Plano
para a Educação das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino das
Histórias e das Culturas Afro Brasileiras, Africanas e dos Povos
Indígena
• Resolução nº 1, de 15 de Janeiro de 2018
As informações de cor, raça e etnia são obrigatórias
• Decreto nº 10.088, de 5 de novembro de 2019, consolida
40
• Decreto nº 10.932, de 10 de janeiro de 2022
Convenção Interamericana contra o Racismo, a Discriminação
Racial e Formas Correlatas de Intolerância,
• , que institui o Dia Nacional das
• Lei nº 14.532 de 11 de janeiro de 2023
como crime
de racismo a injúria racial
• Lei nº 14.723, de 13 de novembro de 2023
programa especial
para o acesso às instituições federais de educação superior e
de ensino técnico de nível médio de estudantes pretos, pardos,
indígenas e quilombolas
•
20 de novembro feriado nacional para celebração do Dia Nacional
de Zumbi e da Consciência Negra.
41
educacao.rs.gov.br