UFRJ
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO
INSTITUTO DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS E DEFESA
Beatriz Vilar dos Anjos
Bianca Ferreira Lima Pinheiro
João Borges de Avila Carvalho Magalhães
Sofia Fischer Chianello
Thiago Avellar de Barros
Inside/Outside e o Pós-Estruturalismo
Rio de Janeiro — 2023
SUMÁRIO
1. Introdução
1.1 Sobre o autor
1.2 Sobre o contexto histórico
1.3 Sobre a corrente teórica:
1.4 Sobre a obra
2. Inside/Outside e o Pós Estruturalismo
2.1 A questão espaço-temporal
2.2 Soberania
2.3 Fronteiras, limiares e distinções
2.4 As relações internacionais como teoria política
3. Elementos externos que se conectam à obra
4. Conclusão
5. Referências bibliográficas
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1. Introdução
1.1 Sobre o autor
R. B. J. Walker, renomado intelectual da área de relações internacionais, nasceu em
1947 em Reading, na Inglaterra. Sua trajetória acadêmica iniciou-se na Universidade de
Gales, quando graduou-se aos 21 anos. Posteriormente, movido por sua forte ambição para
com a academia, Walker se mudou para o Canadá, onde iniciou seus estudos de mestrado e
doutorado na prestigiada Queen's University de Ontário. Atualmente ocupa o cargo de
professor do Instituto de Relações Internacionais da Pontifícia Universidade Católica do Rio
de Janeiro (PUC-Rio), trabalhando, também, em outras instituições internacionais.
Embora exista uma certa relutância em enquadrar o autor e suas ideias sob uma
mesma categoria, fenômeno que ele, bem como outros autores pós-estruturalistas como
Foucault, expressamente repudiava, é possível analisar seus trabalhos predominantemente
como metateóricos. Isto é, teorias que se fundamentam na análise e crítica de outras teorias já
existentes. Esse fenômeno é verificado em (citar um exemplo que vi no capítulo), onde o
autor retoma uma discussão sobre teorias já existentes nas Relações Internacionais.
A partir da análise do contexto histórico-social em que o autor viveu e produziu suas
obras iniciais, torna-se possível compreender a ótica sob qual Walker escreve, questionando
conceitos engessados de Estado, soberania e anarquia. Sob essa perspectiva, percebe-se que
seus estudos analíticos sobre construção de fronteiras, demarcações espaciais arbitrárias e
conceptualizações dicotômicas o auxiliaram a desenvolver o conceito de “aqui & lá” e “nós
& eles”, tema central abordado em sua obra “Inside/Outside”, principal objeto de pesquisa
deste trabalho.
1.2 Sobre o contexto histórico
R. B. J. Walker escreveu “Inside/Outside: International Relations as Political Theory”
em um contexto de mudanças significativas no campo de estudo das relações internacionais e
de estudos críticos de segurança. O autor viveu na intersecção de momentos importantes da
história humana: o desfecho da Segunda Guerra Mundial, a criação de um novo sistema
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mundo baseado na bipolaridade, o início e escalada da Guerra Fria, o fim dos movimentos de
independência africanos e o encabeçamento de diversos movimentos contraculturais tanto na
produção acadêmica quanto na sociedade em geral, como os movimentos hippie e punk.
Além disso, é fundamental frisar que Walker escreveu Inside/Outside em um contexto de
mudanças significativas para as Relações Internacionais, o cenário internacional estava sendo
redefinido após eventos cruciais como a queda do muro de Berlim, o fim da guerra fria —
ambos em 1989 —, e o fim da União Soviética, em 1991. Assim sendo, Walker presenciou
uma transição paradigmática na área das ciências sociais, que passavam por uma crescente
ênfase no questionamento das estruturas tradicionais de poder e na crítica aos pressupostos
dominantes nas teorias de Relações Internacionais.
Ademais, sob a luz do pós-estruturalismo, movimento que rejeita as concepções que
promovem verdades imutáveis acerca da realidade global e que carrega como premissa a
realidade como intrinsecamente influenciada por construções sociais e subjetivas, o autor,
partindo pressuposto de que, assim como a realidade é fluida e a língua é uma invenção
humana — capaz de conter preconceitos, falhas, e lembranças passadas —, levanta o debate
acerca da forma como as teorias das relações internacionais estavam sendo desenvolvidas
anteriormente, visto que os discursos, em vez de descrever aspectos centrais das dinâmicas
internacionais, concentram-se em explicar as razões pelas quais os Estados agem de
determinada forma a partir dos próprios exemplos contemporâneos, ignorando, muitas vezes,
que tais debates estão sujeitos à própria realidade na qual habita o autor.
1.3 Sobre a corrente teórica:
O pós-estruturalismo, ou pós-modernismo, é uma corrente filosófica que surgiu na
segunda metade do século XX, desencadeando uma análise crítica das bases das filosofias
modernas. Apesar de frequentemente ser designada como uma escola de pensamento, vê-se
que é mais apropriado compreendê-lo como uma constelação de intelectuais cujas ideias
convergem em certos aspectos. A associação entre os autores e os estudos produzidos nesse
período do tempo são conectadas entre si a posteriori por meio de estudos sociológicos.
Nesse sentido, muitos dos pensadores agora associados ao pós-estruturalismo ou ao pós-
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modernismo jamais se auto-rotularam dessa maneira, nem se conceberam como integrantes
de um movimento filosófico coeso, exceto no sentido mais amplo de compartilhação de
influências, imbróglios e no meio intelectual geral da França na segunda metade do século
XX.
O termo “pós-moderno” entrou no léxico filosófico pela primeira vez com a
publicação de "La Condition Postmoderne", obra escrita por Jean-François Lyotard, em 1979
(em inglês: The Postmodern Condition: A Report on Knowledge). Consequentemente,
batizou-se o grupo de outras obras feitas no mesmo contexto como pós-modernistas. A
França das décadas de 1960 e 1970, particularmente marcada pelos movimentos políticos de
Maio de 68, caracterizados por greves generalizadas e ocupações estudantis, serviu como
forma de incitar uma profunda reflexão e produção de material acadêmico e analítico sobre os
fundamentos epistemológicos e ontológicos da modernidade e da corrente filosófica. Além de
Lyotard, autores notáveis desse período incluem Michel Foucault, Jacques Derrida, Gilles
Deleuze e Jean Baudrillard.
Entre os vários interesses que interseccionam os autores em suas teorias e que
marcam estas como pós-modernas estão a linguística, a semiótica e o ceticismo em relação ao
racionalismo científico e ao conceito de uma realidade objetiva (em oposição à
subjetividade). Também é caracterizado pelo questionamento frente às “grandes narrativas”
da modernidade, rejeita a certeza do conhecimento e da estabilidade identitária, reconhecendo
a influência da ideologia na manutenção do poder político. O pós-modernismo abrange a
autorreferencialidade, o relativismo epistemológico, o relativismo moral, o pluralismo, a
ironia, a irreverência e o ecletismo. Opõe-se à "validação universal" das oposições binárias,
da hierarquia e da categorização.
1.4 Sobre a obra
Em "Inside/Outside: relações internacionais como teoria política", R.B.J.
Walker discorre sobre o estado atual da elaboração de teorias políticas e políticas globais,
conceitos de espaço/tempo nas relações internacionais, princípios e práticas de soberania
estatal e o pensamento político moderno como um todo. No livro, publicado em 1993 pela
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Cambridge University Press, o escritor oferece uma análise original da relação entre as
teorias das relações internacionais do século XX e a teoria política da sociedade civil desde o
início do período moderno. Nesse sentido, ele analisa as teorias das relações internacionais
tanto como uma expressão ideológica do Estado moderno, quanto como uma indicação clara
das dificuldades de pensar sobre uma política mundial caracterizada por aceleradas mudanças
espaço-temporais. Assim sendo, as teorias das relações internacionais deveriam ser vistas,
argumenta o autor, mais como aspectos do que como explicações da política mundial
contemporânea. Sob essa perspectivas, essas teorias são examinadas à luz dos debates dos
limites da teoria social e da política moderna. Percebe-se, logo, que Inside/Outside é uma
obra fundamental para o campo de análise das dinâmicas internacionais críticas no que
concerne as fronteiras e as dimensões do conhecimento acadêmico.
2. Inside/Outside e o Pós Estruturalismo
2.1 A questão espaço-temporal
A partir da introdução do texto, é evidente que um dos recortes mais importantes do
autor: a mudança de tempo. Por meio da abordagem de Walker, averigua-se que os teóricos
que estão dedicados à apreensão da estrutura subjacente à dinâmica temporal frequentemente
negligenciam o potencial analítico inerente às Relações Internacionais, privilegiando assim o
exercício de previsão em detrimento de uma investigação substantiva. A tentativa de criar
uma teoria que seja extremamente abrangente e faça a humanidade parecer homogênea,
revela-se como uma abordagem demasiadamente simplista e reducionista por parte do
escritor.
Assim sendo, Walker caracteriza um dos dilemas da teoria política fundamentais sobre
enquadrar a análise no espaço ou no tempo, concluindo que ambos são pertinentes. Sua
argumentação destaca a tendência dos estruturalistas e modernistas em estabelecer verdades e
precedentes universais que são intrinsecamente ligados ao contexto espacial e temporal em
que estão inseridos. Esse contexto leva RBJ Walker a destacar vertentes marginalizadas de
pensamento que contribuem para a construção do conhecimento nas RI, sobretudo por
introduzirem uma nova combinação e perspectiva de espaço-tempo ao campo disciplinar.
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2.2 Soberania
Outro ponto de contenção observado por Rob Walker na área das Relações
Internacionais é na atuação da soberania estatal, que, para ele, estava inerte em uma lógica
pré-guerras (1ª e 2ª Guerras Mundiais), não levando em conta o impacto profundo desses
eventos na organização do cenário global. Simultaneamente, ele destaca uma certa hipérbole
da discussão acadêmica sobre esse mesmo conceito, que era pautada no prospecto do fim dos
Estados como na época (e até hoje) eram conhecidos.
Dentro do vigente cenário da política contemporânea, em que a projeção temporal é
cada vez mais acelerada, o autor adverte para a possibilidade de desarmonia entre as “novas
articulações de poder” e a interpretação de como se dá o envoltório político a partir de uma
linha de raciocínio moderna na qual o tempo se submeteria dentro das delimitações temporais
— linha essa que o autor julga como falaciosa
Deste modo, o autor provoca a reflexão ante sua crítica supracitada, questionando “até
onde” o princípio de soberania estatal, quando pensado a partir do modernismo, haveria de
explicar as atuais políticas, dentre diferentes níveis de atuação (desde o local até as presentes
na orientação estatal). Assim, o autor se afasta, em certa medida, do debate de se o futuro da
política internacional contemplará uma “cosmópole global” oriunda do desaparecimento dos
Estados, haja vista seu real interesse em discorrer na linha de como esse rompimento da
soberania do Estado outrora engessada pode orientar as práticas dos agentes globais.
2.3 Fronteiras, limiares e distinções
O autor descreve que é proposto, a partir das teorias já existentes, uma descrição do
como atuar em quesitos de segurança e (algum sinônimo pra transgressão fronteiriça), esta
última a partir da percepção também do "outside/inside". O "inside" fronteiriço apresenta
caráter ordeiro partilhante de um senso de pertencimento comunitário; o "outside", contanto,
apresenta duas possibilidades de relação ante o dentro, ou uma ameaça a tal seguridade ou, de
certa forma,uma extensão do "inside" de maneira a ser, nas palavras de Walker, "uma
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humanidade concebida universalmente". Não obstante, a própria proposta modernista do
dualismo presente no “outside/inside” configura no imaginário de um nós contra eles, e
impede a criação de uma terceira via ao conjunto.
O estudos das Relações Internacionais para Walker, campo de estudo com “teorias
de relações por meio de fronteiras”, obtiveram sua construção acadêmica basilar em
“argumentações históricas específicas” que, para o autor, estão passando por uma progressão
de contentamento sobre o que, de fato, são o estabelecimento, defesa e transgressão das
fronteiras, tanto de caráter acadêmico quanto às físicas.
2.4 As relações internacionais como teoria política
A conceitualização de Walker das Relações Internacionais como teoria política vem
da sua crença que o estudo da política global não pode ser separado de questionamentos mais
amplos sobre a natureza da política, do poder e da sociedade. Sob essa perspectiva, ele
argumentava que abordagens tradicionais às RI costumam focar em observações empíricas e
cálculos estratégicos, negligenciando questões mais profundas sobre valores, normas,
ideologias e práticas aliada à teoria.
Walker dizia que as Relações Internacionais deveriam ser vistas como teoria política
própria, buscando enriquecer a compreensão de políticas globais e prover uma estrutura
melhor para analisar problemas contemporâneos como globalização, soberania e segurança.
De modo geral, a perspectiva do Walker promove a interconectividade entre teoria e prática
no estudo das RI, acentuando a necessidade de uma abordagem multidisciplinar que ilumina
as dinâmicas das políticas globais.
3. Elementos externos que se conectam à obra
Destarte, apesar de publicada em 1993, a obra de Rob Walker ainda se mantém atual
em muitos aspectos, alguns que só vieram a se concretizar na contemporaneidade. Dessarte, é
possível elevar a discussão sobre a obra para algo além de à ela contido.
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Primeiramente, nessa linha de raciocínio, é possível traçar paralelos entre o conceito
da verdade pós-estruturalista, abordado por Walker em Inside/Outside, com eventos de escala
internacional. Para os pós-estruturalistas, conceituar o que é "a verdade" é uma tarefa
impossível, pois a conexão entre o significador e o significado não é engessada e linear como
previamente teorizado pelos estruturalistas, com o significado podendo ser alterado por uma
confluência de elementos externos que estimulam o significador. Sob essa ótica, por
exemplo, a verdade construída por um Estado pode não ser necessariamente a mesma
experienciada por outro; Para a França e os franceses, a verdade é que sua presença no
continente africano não passou de uma "missão civilizadora" que levou a modernidade e o
progresso social a uma região que antes "não o possuíam". Contudo, para os africanos, a
verdade é que a presença dos franceses em suas sociedades foi um evento devastador, que
lhes despiu de qualquer tipo de dignidade. Seguindo essa lógica, a verdade construída pelas
nações vencedoras da Guerra do Paraguai não é a mesma verdade experienciada pelo
Paraguai, a nação derrotada, que ainda sofre com as consequências assoladoras deste evento.
Ademais, um elemento presente no artigo de Walker que ganha especial importância
no contexto hodierno são o de ameaças não-estatais, que não necessariamente podem ser
abordadas por uma ângulo centrado no Estado como ator central do sistema internacional.
Ameaças como a do terrorismo, que cresceram no início do século XXI, a de pandemias
(como a pandemia da COVID-19, que, até o momento, é o evento definitivo da década de 20
do século XXI) e os crescentes, e cada vez mais avassaladores, efeitos das mudanças
climáticas e todas suas consequências foram acontecimentos que foram interpretados por uma
lente holística, desviando do aquilo defendido pelos estruturalistas.
Finalmente, outro evento que pode ser analisado pela ótica dos estudos de Walker é o
atual conflito em Gaza. Seguindo o conceito de “nós & eles”, é possível demarcar que Israel,
com apoio dos Estados Unidos, procura se posicionar como o “nós” e criar uma narrativa
desumanizante colocando os palestinos como “eles”. Aprofundando-se mais nos pensamentos
de Walker, é notável que um dos principais atores do conflito seja exatamente um ator não-
estatal, o Hamas, exemplificando a complexidade das relações de poder na região e
demonstrando como a análise exclusiva de atores estatais tradicionais não é suficiente. A
noção de soberania estatal neste cenário se torna difícil de estabelecer , já que a influência
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política e militar de atores não-estatais é tão perceptível. Outro grau de complexidade nesta
situação é a influência da mídia e de redes de informação. Redes sociais, em particular, se
tornaram cruciais na disputa, por oferecerem espaços para narrativas opostas e esforços
ativistas. As teorias de Walker mostram como o fluxo de informações e tecnologias modernas
tornam tênue a divisão entre atores do “inside” e do “outside”, modelam o discurso ao redor
do conflito e influenciam os atores internacionais estatais e não-estatais.
4. Conclusão
Ao refletir sobre o primeiro capítulo de "Inside/Outside" de RBJ Walker, observa-
se, de forma evidente pela perspectiva do autor, que diversas teorias de relações
internacionais frequentemente negligenciam a complexidade das interações globais,
concentrando-se em previsões simplificadas e modelos homogêneos, ignorando o fato de que
tais teorias — por mais neutras que almejam ser — são incapazes de definir a totalidade das
dinâmicas globais, visto que ademais de serem enviesadas pela visão de seus autores,
enfrentam dificuldades em acompanhar as mudanças temporais dos posicionamentos dos
Estados — impossibilitando a previsão de diversos eventos geopolíticos. Assim sendo, essa
abordagem, embora apreciável em determinados contextos, tende a ocultar a diversidade de
perspectivas e experiências que moldam as relações internacionais — algo extremamente
valorizado no pós-modernismo. É fundamental, portanto, reconhecer que as teorias da área de
Relações Internacionais dificilmente são estáticas, mas evoluem ao longo do tempo e do
espaço, refletindo, junto a elas, as mudanças nas ações e nos pensamentos políticos. Dessarte,
segundo Walker, a análise política eficaz requer uma compreensão dinâmica e
contextualizada, que integre tanto a dimensão temporal quanto a espacial dos eventos globais.
Quando essa abordagem holística é abraçada pela área, os estudiosos podem contribuir para
uma compreensão mais rica e precisa das relações internacionais, transcendendo as limitações
das teorias simplificadas e estáticas.
Verifica-se, também, que a partir do conceito estabelecido por ele de "dentro e
fora", estrutura-se uma crítica para com as teorias anteriores que tendem a criar uma forte
dicotomia entre as relações entre os países — estabelecendo sujeitos como ruins e bons, não
desenvolvidos e desenvolvidos. Nesse sentido, em consequência a essa ideia, a binaridade na
teoria das relações internacionais feitas pelo movimento pós-estruturalista são o advento de
teorias futuras, tais como teorias feministas, queer, e de raça.
5. Referências bibliográficas
WALKER, RBJ (1993) "Inside/Outside: International Relations as Political Theory",
Cambridge University Press
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Stanford Encyclopedia of Philosophy. (s.d.). Postmodernism. Em Stanford Encyclopedia of
Philosophy. Recuperado de https://plato.stanford.edu/entries/postmodernism. Acesso em 7 de
maio de 2024.
GRIFFITHS, Martin. Fifty Key Thinkers in International Relations. Routledge, 1999.
SAFRATI, Gilberto. Teorias de Relações Internacionais. 1ª Edição. Editora Saraiva, 2005.
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