0% acharam este documento útil (0 voto)
20 visualizações33 páginas

Ap. Educação Infantil

Pós em Educação infantil e ensino fundamental

Enviado por

thaisquaresma89
Direitos autorais
© © All Rights Reserved
Levamos muito a sério os direitos de conteúdo. Se você suspeita que este conteúdo é seu, reivindique-o aqui.
Formatos disponíveis
Baixe no formato PDF, TXT ou leia on-line no Scribd
0% acharam este documento útil (0 voto)
20 visualizações33 páginas

Ap. Educação Infantil

Pós em Educação infantil e ensino fundamental

Enviado por

thaisquaresma89
Direitos autorais
© © All Rights Reserved
Levamos muito a sério os direitos de conteúdo. Se você suspeita que este conteúdo é seu, reivindique-o aqui.
Formatos disponíveis
Baixe no formato PDF, TXT ou leia on-line no Scribd
Você está na página 1/ 33

EDUCAÇÃO INFANTIL

1
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 2

2. A EDUCAÇÃO INFANTIL E O SEU CONTEXTO HISTÓRICO ............................ 3

2.1 O Que é a Educação Infantil .......................................................................................... 8

3. As Normas e Diretrizes que Fundamentam a Educação Infantil no Brasil .......... 12

3.1 Como é formada a Educação Básica brasileira ..................................................... 14

4. Diversidade ......................................................................................................... 18

4.1 A Diversidade na Escola ............................................................................................... 27

4.2 O Papel do Professor Diante da Diversidade ......................................................... 29

REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 32

1
1. INTRODUÇÃO

A educação infantil é a primeira etapa da educação básica. É a única que está


vinculada a uma idade própria: atende crianças de zero a três anos na creche e de
quatro e cinco anos na pré-escola. Tem como finalidade o desenvolvimento integral
da criança em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social, complementando
a ação da família e da comunidade (LDB, art.29).
Esse tratamento integral das várias dimensões do desenvolvimento infantil
exige a indissociabilidade do educar e do cuidar no atendimento às crianças. A
educação infantil, como dever do Estado, é ofertada em instituições próprias creches
para crianças até três anos e pré-escolas para crianças de quatro e cinco anos em
jornada diurna de tempo parcial ou integral, por meio de práticas pedagógicas
cotidianas. Essas práticas devem ser intencionalmente planejadas, sistematizadas e
avaliadas em um projeto político-pedagógico que deve ser elaborado coletiva e
democraticamente com a participação da comunidade escolar e desenvolvido por
professores habilitados.
A educação infantil, cuja matrícula na pré-escola é obrigatória para crianças de
quatro e cinco anos, deve ocorrer em espaços institucionais, coletivos, não
domésticos, públicos ou privados, caracterizados como estabelecimentos
educacionais e submetidos a múltiplos mecanismos de acompanhamento e controle
social.A partir da significativa demanda e expansão da educação infantil, e
considerando as competências da União de coordenar a Política Nacional de
Educação, de prestar assistência técnica e financeira aos Estados, ao Distrito Federal
e aos Municípios para o desenvolvimento da educação e de estabelecer diretrizes
para a educação infantil, o Ministério da Educação vem implementando ações com
vistas a garantir não apenas a expansão da oferta de educação infantil, mas também
a qualidade no atendimento às crianças de zero a seis anos de idade, em creches e
pré-escolas.
A educação infantil é um direito humano e social de todas as crianças até seis
anos de idade, sem distinção decorrente de origem geográfica, caracteres do fenótipo
(cor da pele, traços de rosto e cabelo), da etnia, nacionalidade, sexo, de deficiência
física ou mental, nível socioeconômico ou classe social.

2
2. A EDUCAÇÃO INFANTIL E O SEU CONTEXTO HISTÓRICO

Figura 1

Fonte: Google

A criança e um indivíduo de grande relevância na sociedade, com diretos e que


precisa ter suas necessidades físicas, cognitivas, psicológicas, emocionais supridas.
Segundo Fraboni a etapa histórica que estamos vivendo, fortemente marcada
pela “transformação”, tecnológico - cientifico e pela mudança ético-social, cumpre
todos os requisitos para tornar efetiva a conquista do salto na educação da criança,
legitimando- a finalmente como figura social, como sujeito de direitos enquanto sujeito
social”. (1998, pg.68).
O ato de conceber a criança como ser individual, com suas definições bem
diferentes dos adultos, que possuem direitos enquanto cidadão são mudanças na
educação infantil, tornando o atendimento ás crianças de 0 a 06 anos ainda mais
específicos.
No Brasil, a educação pública só teve início no século XX. Durante várias
décadas, houve diversas transformações: a pré-escola não tinha caráter formal, não
havia professores qualificados e a mão de obra era muita das vezes formada por
voluntários, que rapidamente desistiam desse trabalho (MENDONÇA, 2012). Graças
à Constituição de 1988, a criança foi colocada no lugar de sujeito de direitos e a
educação infantil foi incluída no sistema educacional.

3
Os primeiros movimentos voltados para o cuidado da criança foram em 1874,
na qual as Câmaras Municipais do Brasil passaram a destinar uma ajudar financeira
para as crianças negras, místicas ou brancas que eram rejeitadas, tinha que
apresentar periodicamente às crianças as autoridades. Um tempo depois foi criada
pela a Igreja Católica as Rodas dos Expostos, ou dos rejeitados essa instituição era
de cunho filantrópico da Santa Casa de Misericórdia, e foram se espalhando pelo país
no século XVIII. Com o advento da República houve uma preocupação maior com
educação da criança, mas foi no século XX, que há ações que demonstram atuações
por parte da administração pública. As instituições destinadas ao cuidado da criança
eram de cunho preventivo e de recuperação das crianças pobres, consideradas
perigosas para a sociedade. O foco não era a criança, mas naquilo que era
denominado como menor abandonado e delinquente. (KUHLMANN JR., 2002),
demonstra uma imagem da criança pobre como delinquente e perigosa em potencial,
pois, pois as crianças viviam mal alimentadas, em lares nos quais o alcoolismo era
uma constante e conviviam com país que, muitas vezes não trabalhavam.
Em 14 de Novembro de 1930 o Ministério da Educação (MEC) é criado pelo
presidente Getúlio Vargas, que é um órgão do governo federal do Brasil fundado no
decreto nº 19.402, com o nome Ministério dos Negócios da Educação e Saúde
Pública, eram encarregados pelo estado e despacho de todos os assuntos relativo ao
ensino, saúde pública e assistência hospitalar. Nos anos 70, o Brasil assimilou as
teorias desenvolvidas nos Estados Unidos e Europa, que sustentavam que as
crianças mais pobres sofriam de privação cultural e eram colocadas para explicar o
fracasso escolar delas, esta idéia direcionou por muito tempo a Educação Infantil,
enraizando uma visão assistencialista e compensatória foram então adotadas sem
que houvesse uma reflexão critica mais profunda sobre as raízes estruturais dos
problemas sociais. Isto passou a influir nas decisões de políticas de educação Infantil.
(OLIVEIRA, 2002que vai proporcionar PG. 109). Dessa forma, pode-se observar a
origem do atendimento fragmentado que ainda faz parte da Educação Infantil
destinada às crianças carentes, uma educação voltada para suprir supostas
“carências”, é uma educação que leva em consideração a criança pobre como um ser
capaz, como alguém que não responderá aos estímulos dados pela escola.

NA década de 80, com a abertura política, houve pressão por parte das
camadas populares para a ampliação do acesso à escola. A educação da criança

4
pequena passa a ser reivindicada como um dever do Estado, que até então não havia
se comprometido legalmente com essa função. Em 1888, devido à grande pressão
dos movimentos feministas e dos movimentos sociais, a Constituição reconhece a
educação em creches e pré-escolas como um direito da criança e um dever do Estado.
Vejamos o que diz a Constituição.

Figura 2

Fonte: Google

Art.205. A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será


provida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno
desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e a sua
qualificação para o trabalho (BRASIL, 1988, p. 1).

5
Em meados dos anos 90, ocorreu uma ampliação sobre a concepção de
criança. Agora se procura entender a criança como um ser sócio-histórico, onde a
aprendizagem se dá pelas interações entre a criança e seu entorno social. Essa
perspectiva sócio-interacionista tem como principal teórico Vigotsky, que enfatiza a
criança como sujeito social, que faz parte de uma cultura concreta (OLIVEIRA, 2002).
Há um fortalecimento da nova concepção de infância, garantindo em lei os
direitos da criança enquanto cidadã. Cria-se a ECA (Estatuto da Criança e do
Adolescente); a nova LDB, Lei nº9394/96, incorpora a Educação Infantil como primeiro
nível da Educação Básica, e formaliza a municipalização dessa etapa de ensino.
A Lei de Diretrizes e Base da Educação foi criada para definir e regularizar o
sistema de educação brasileira com bases na Constituição. Observa-se uma inversão,
na Constituição a educação é obrigação em primeira instância do Estado, já na LDB
a obrigação passa a ser de responsabilidade da família. Vejamos o que o Art. 3º da
LDB diz acerca da educação nacional:
Art. 3º. O ensino será com base nos seguintes princípios: igualdade de
condição para o acesso a permanência na escola; liberdade de aprender, ensinar,
pesquisar e divulgar a cultura, pensamento, a arte e o saber; pluralismo de ideias e
de concepções pedagógicas; respeito à liberdade e apreço á tolerância; coexistência
de instituições públicas e privadas de ensino; gratuidade do ensino em
estabelecimentos oficiais; valorização do profissional da educação escolar; gestão
democrática do ensino público, na forma desta lei e da igualdade e dos sistemas de
ensino; garantia de padrão de qualidade; valorização da experiência extraescolar;
vinculação entre educação escolar, o trabalho e as práticas sociais (BRASIL, 1996, p.
1)
Em 1998, é criado RCNEI (Referencial Curricular Nacional para Educação
Infantil), um documento que procura nortear o trabalho realizado com crianças de zero
a seis anos de idade. Ele representa um avanço na busca de se estruturar melhor o
papel da Educação Infantil, trazendo uma proposta que integra o cuidar e o educar, o
que é hoje um dos maiores desafios da Educação Infantil.
No art. 29 da LDB, foram destinadas às crianças de até seis anos de idade,
com a finalidade de complementar a ação da família e da comunidade, objetivando o
desenvolvimento integral da criança nos aspectos físicos, psicológicos, intelectuais e
sociais. Isto nos remete à questão da formação humana [...] mas que ressalta a
necessidade de promover o processo humanizado da criança. Esse processo requer

6
e implica em um projeto de educação infantil fundamentado em um conceito de
educação para a vida, pois ele dará os recursos cognitivos iniciais para o pleno
desenvolvimento da vida da criança. (MENDONÇA, 2012, p. 42).
De acordo com a citação acima, é na Educação Infantil que a criança irá se
desenvolver integralmente, pois é durante essa etapa que ocorre o processo de
humanização e troca de experiências sociais que a tornarão sujeito com identidade.
De acordo com a Lei de Diretrizes e Bases (LDB), a educação infantil é o sistema
destinado à faixa etária de zero a seis anos: as creches para a faixa de zero até três
anos e as pré-escolas para a faixa de quatro a seis anos (MATTIOLI apud TADEI;
STORER, 1998).
A Educação Infantil é fundamental e essencial porque desenvolve um papel de
destaque no desenvolvimento humano e social da criança. Ela vai evoluir de forma
cognitiva, tendo contato com diversos objetos e com a arte, cultura e a ciência, dando
vazão à sua criatividade na escola e essa instituição deve ser esse espaço preparado,
com professores que levem em conta a criatividade e a capacidade dessa criança que
já tem um conhecimento prévio, tem uma história e a sua própria linguagem.

7
2.1. O Que é a Educação Infantil
Figura 3

Fonte: Google

A Educação Infantil é entendida em amplo sentido, é na educação infantil que


se podem englobar todas as modalidades educativas vividas pelas crianças pequenas
na família e na comunidade, antes mesmo de atingirem a idade da escolaridade
obrigatória. A Educação Infantil é uma das mais complexas fases do desenvolvimento
humano, em seus diversos aspectos, tais como intelectual, emocional, social e motor.
Segundo Kuhlmann, (2003) pode-se falar de Educação Infantil em um sentido
bastante amplo, envolvendo toda e qualquer forma de educação da criança na família,
na comunidade, na sociedade e na cultura em que viva.
Para o autor a Educação Infantil designa a frequência regular a um
estabelecimento educativo exterior ao domicílio, ou seja, trata-se do período de vida
escolar em que se atende pedagogicamente crianças entre 0 e 5 anos de idade no
Brasil, lembrando que nesta faixa etária as crianças ainda não estão submetidas a
obrigatoriedade escolar. A Constituição de 1988 define de forma clara a
responsabilidade do Estado para com a educação das crianças de 0 a 6 anos em

8
creches e pré – escolas sendo como educação não obrigatória e compartilhada com
a família (art. 280, inciso IV).
“No art.29. A Educação Infantil é conceituada como a primeira etapa da
Educação Básica e tem como finalidade o desenvolvimento integral da criança até
cinco anos de idade, em seus aspectos físicos, psicológico e social, complementando
a ação da família e da comunidade. No art. 30 a Educação Infantil será oferecida em
creches para crianças de até três anos de idade e em pré-escolas para crianças de
quatro a cinco anos de idade. No art. 31. Na Educação Infantil a avaliação será feita
mediante acompanhamento e registro do seu desenvolvimento, sem o objetivo de
promoção, mesmo para acesso ao Ensino Fundamental. É importante ressaltar que a
Educação Infantil tem uma função pedagógica, um trabalho que toma a realidade e os
conhecimentos infantis como ponto de partida e os amplia através de atividades que
tem significado concreto para a vida das crianças, e simultaneamente asseguram a
aquisição de novos conhecimentos. Diante disso é importante que o educador na
Educação Infantil preocupe-se com a organização e aplicação das atividades
contribuindo assim para o desenvolvimento da criança de 0 a 5 anos”.
O Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil (1998) orienta que
se deve considerar que as crianças são diferentes entre si, que cada uma possui um
ritmo de aprendizagem. Por isso o professor deve estar preparado para propiciar às
crianças uma educação baseada na condição de aprendizagem de cada uma,
considerando-as singulares e com características próprias. Portanto, o grande desafio
da educação infantil e de seus profissionais é compreender, conhecer e reconhecer o
jeito particular das crianças serem e estarem no mundo.
O Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil (1998), mostrando
que a instituição de Educação Infantil deve tornar acessível a todas as crianças que
frequentam, indiscriminadamente, elementos de cultura que enriquecem o seu
desenvolvimento e inserção social.
A educação infantil caracterizou-se, historicamente, pelo assistencialismo
reduzido e a um espaço essencialmente de cuidados com a criança. Com o passar
dos tempos, e algumas mudanças ocorridas nas tendências educacionais, passou a
ser considerada e entendida como um processo educativo.
Quando se tira da criança a possibilidade este ou aquele espaço da realidade,
na verdade se está alienando-a da sua capacidade de construir seus conhecimentos.

9
Porque o ato de conhecer é tão vital quanto comer ou dormir; e eu não poso comer
por alguém, (FREIRE, 1983, p. 36).
Por isso, hoje, ao pensar em Educação Infantil, não é possível desassociar o
cuidar e o educar, eixos centrais que caracterizam e constituem o espaço e o ambiente
escolar nesta etapa de educação. Ao contrário do que muitos ainda pensam o cuidar
e o educar não remetem respectivamente ao assistencialismo e ao processo de
ensino-aprendizagem, pois um complementa o outro e ambos precisam se integrar
para melhor atender ao desenvolvimento da criança na construção de sua totalidade
e autonomia.
Figura 4

Fonte: Google

A criança necessita de cuidados básicos relativos à saúde, os quais se


concretizam por meio de uma alimentação saudável, hábitos de higiene, exercícios e
atividades físicas, momentos de repouso, entre outras diversas situações que exigem
do professor atenção especial em relação aos cuidados com a criança. No entanto, é
imprescindível que o profissional de Educação Infantil desenvolva um trabalho

10
educacional que favoreça e a conduza na descoberta e construção de sua identidade,
apropriando-se de saberes necessários à constituição de sua autonomia.
O processo de afetividade na educação infantil constitui-se no cenário da
educação atual, algum marcos, algumas etapas que persistem e poderão persistir na
educação do futuro, principalmente a questão de viver com os outros. Compreender
o outro, desenvolver a percepção da interdependência, da não violência, administrar
conflitos. Descobrir o outro, participar em projetos comuns. Ter prazer no esforço
comum. Participar de projetos de cooperação, para que isto ocorra é preciso que se
abram possibilidades para o futuro através da formação atual de professores, com
formação adequada para atuar frente à criança, unindo período fundamental de sua
vida os primeiros anos escolares.

11
3. AS NORMAS E DIRETRIZES QUE FUNDAMENTAM A EDUCAÇÃO
INFANTIL NO BRASIL

Figura 5

Fonte: Google

A abordagem sobre a educação infantil no Brasil compreenderá o recorte


temporal dos anos 80 aos dias atuais. Esse recorte se justifica, pois foi nos anos 80
que se verificam momentos intensos na luta dos educadores pela democracia,
expansão e qualidade na educação. No que tange à educação infantil, os debates se
concentraram na oferta de maiores vagas, na organização de uma política
educacional e na legislação que garantissem os direitos da educação da criança em
instituições próprias, “[...] romper com concepções meramente assistencialistas e/ou
compensatórias acerca dessas instituições, propondo-lhes uma função pedagógica
que enfatizasse o desenvolvimento linguístico e cognitivo das crianças”. (OLIVEIRA,
2005).
A Constituição Federal (CF) de 1988 e a Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Nacional (LDBEN) nº 9394/96, são importantes leis que reconheceram os direitos da
criança e incluíram a educação infantil, organizada em creche (zero a três anos de
idade) e pré-escola (quatro a cinco anos de idade), como primeira etapa da educação
básica.

12
Sobre as leis supramencionadas Campos (s/d, p.2), explica:
Essa definição legal introduziu mudanças importantes: primeiro, agregou as creches
para crianças de 0 a 3 anos aos sistemas educacionais; segundo, definiu como
formação mínima para os professores o curso de magistério no nível médio e como
meta, a formação em nível superior; terceiro, estabeleceu claramente a
responsabilidade do setor público com respeito à oferta de vagas na Educação Infantil,
respeitando a opção da família, ou seja, sem o caráter obrigatório que caracteriza o
Ensino Fundamental; e quarto, adotou um critério universal – o da idade – para
diferenciar a creche da pré-escola, esta última dirigida às crianças entre 4 a 6 anos de
idade. A legislação também determinou que os municípios devem, prioritariamente,
atender à Educação Infantil e ao Ensino Fundamental.
A legislação registra o avanço no processo de amadurecimento e tomada de
consciência da importância desta fase de escolarização para o desenvolvimento
infantil, tendo como balizadores do processo de aprendizagem as dimensões do
cuidar, educar e brincar.
Mesmo assim, a atual Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional nº
9394/96 traz apenas três artigos sobre a educação infantil, além de que esta etapa da
educação básica, somente após treze anos da homologação da LDBEN, com a
Emenda Constitucional nº 59/2009, garante a obrigatoriedade da educação dos quatro
aos dezessete anos de idade. Ampliando a obrigatoriedade do ensino para a pré-
escola.

13
3.1. Como é formada a Educação Básica brasileira

Figura 6

Fonte: Google
Etapas da educação básica
A educação básica é formada por três grandes etapas: educação infantil,
ensino fundamental e ensino médio. De acordo com a Lei de Diretrizes e Bases da
Educação, a educação básica é obrigatória a partir dos quatro anos de idade. O
Estado libera o ensino na iniciativa privada, desde que sejam atendidas as condições
estabelecidas na legislação.
A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) é um documento criado para
nortear educadores e instituições de ensino sobre os conhecimentos considerados
essenciais e indispensáveis ao desenvolvimento das crianças e jovens. A BNCC
propõe estratégias, conceitos e situações que devem ser trabalhadas em cada fase
da educação básica, como é o caso das competências gerais da educação infantil.

14
Educação Infantil
Figura 7

Fonte: Google

O ensino infantil é voltado para crianças de zero a cinco anos de idade. É nessa
fase que acontece o primeiro contato com a escola, sendo uma fase fundamental para
o desenvolvimento global dos alunos.
Na educação infantil trabalha-se os aspectos cognitivo, físico, motor,
psicológico, cultural e social dos pequenos, através de atividades lúdicas que
favorecem a sua imaginação e criatividade. A educação infantil é dividida em: até os
três anos de idade, com as creches; aos 4 e 5 com a pré-escola e, a partir dos 6 anos,
com o ingresso no ensino fundamental.

15
Ensino Fundamental
Figura 8

Fonte: Google

Com duração total de 9 anos, o ensino fundamental é a etapa da educação


básica que prepara o estudante para dominar a leitura, escrita e cálculo, além de
capacitá-lo para compreender o ambiente social em que estão inseridos e as suas
nuances. O ensino fundamental é dividido em:

• Ensino fundamental – anos iniciais: compreende do 1º ao 5º ano e é o momento


dedicado a introdução escolar de conceitos educacionais que estarão presentes
durante toda a educação básica. É o início do processo de alfabetização.

- 1° ano do ensino fundamental I


- 2° ano do ensino fundamental I
- 3°ano do ensino fundamental I
- 4° ano do ensino fundamental I
- 5° ano do ensino fundamental I

16
• Ensino fundamental – anos finais: período formado pelo 6º ao 9º ano e passa a
apresentar ao aluno desafios mais complexos de aprendizagem, além de aumentar o
repertório de conhecimentos e conteúdos. Nesse momento também são trabalhadas
questões de independência e responsabilidade.

- 6° ano do ensino fundamental II


- 7° ano do ensino fundamental II
- 8°ano do ensino fundamental II
- 9° ano do ensino fundamental II
Ensino Médio
Figura 9

Fonte: Google

Com três anos de duração, o ensino médio é comumente associado a


preparação dos jovens para o Enem e demais vestibulares. No entanto, essa etapa
escolar também trabalha o autoconhecimento, autonomia intelectual, pensamento
crítico, entre outros. Concluir o ensino médio é fundamental para a colocação do jovem
no mercado de trabalho. Mas é necessário continuar investindo na qualificação
profissional através de uma graduação, curso técnico, curso de idiomas, etc. O ensino
médio é formado pelos:

- 1° ano do ensino médio


- 2° ano do ensino médio
- 3° ano do ensino médio

17
4. DIVERSIDADE

Figura 10

Fonte: Google

Mas qual o significado da diversidade? Como entender esse conceito? Pelo


que consta em Ferreira (2000), diversidade significa: diferente, distinto, vário, variado.
No dicionário Koogan/Houaiss (1998) diversidade tem o mesmo significado que:
“caráter que distingue um ser do outro, ser, uma coisa de outra coisa”.

Nosso País é expressivamente marcado pela diversidade, manifestada pelos


diferentes grupos e suas relações e manifestações, que podem ser vistas pelas:
[...] diferentes características regionais, diferentes manifestações de
cosmologias que ordenam de maneiras diferenciadas a apreensão do mundo,
formas diversas de organização social nos diferentes grupos e regiões,
multiplicidade de modos de relação com a natureza, de vivência do sagrado e
de sua relação com o profano. O campo e a cidade propiciam as suas
populações vivências e respostas culturais muito diferenciadas que implicam

18
ritmos de vida, ensinamentos e valores e formas de solidariedade distintas
(BRASIL, 1997a, v. 10, p. 29-30).
Diversidade não diz respeito somente ao reconhecimento do outro, mas
significa pensar a relação entre o eu e o outro. Considerar o outro é manter o foco de
atenção sobre o próprio grupo, mergulhado na sua história, no seu povo.
Semelhanças e diferenças são continuamente lembradas nas relações, e, são marcas
presentes nas definições dos valores sociais:

[...] determinadas “minorias”, identificadas por fatores relativos à classe social,


gênero, etnia, sexualidade, religião, idade, linguagem, têm sido definidas,
desvalorizadas e discriminadas por representarem “o outro”, “o diferente”, “o
inferior”. Diferenças, portanto, têm sido permanentemente produzidas e
preservadas por meio das relações de poder (MOREIRA, 2003, p. 155).
Assim, falar da diversidade como uma necessidade imperiosa de contrapor à
lógica da homogeneização que, por longos, prevaleceram na escola brasileira,
contribuindo para promover a exclusão, acentuar os estigmas e a prevalência das
injustiças sociais, aspectos comprometedores da cidadania. A homogeneidade e a
ideia de um Brasil sem diferenças, caracterizado pela uniformidade cultural,
contribuíram para a neutralização das diferenças culturais e, ao mesmo tempo, para
manter a subordinação de uma cultura a outra, ignorando, minimizando ou silenciando
as diferenças que compõem a diversidade na escola, marcando profunda e,
negativamente, a história da escola no Brasil. De outra forma poderiam estar
contribuindo para o enriquecimento para sua cultura e para o engrandecimento da
população brasileira (BRASIL, 1997a).
Na lógica da homogeneidade, a escola tradicional procedia de acordo com as
ideias de nível de uniformidade, obrigando que os alunos se adaptassem às
exigências do sistema. Propondo um ensino igual para todos, porque todos são iguais,
a escola marginalizava e segregava liminarmente aqueles que apareciam como
diferentes (RODRIGUES, 2003, p. 15).
Com tal predominância de atitudes e exigências, a igualdade funcionava muito
mais como uniformização, diferentemente do que preconiza a atenção à diversidade,
cujos preceitos identificam a igualdade como uma forma de se valorizar e respeitar as
diferenças e as necessidades individuais, com a devida atenção às potencialidades

19
de cada aluno, aos ritmos e às características, no momento em que a aprendizagem
deve ter como centro, o aluno (BRASIL, 1997a, v. 10).
Que discussões permeiam a diversidade na sociedade, na escola, enfim, a
escola contém orientações para desenvolver seu trabalho pautado na perspectiva da
diversidade?
Nos documentos oficiais constam proposições a esse respeito, contemplando
orientações à Educação Infantil, ao Ensino Fundamental e ao sistema de ensino como
um todo, no País, com base nos seguintes princípios: garantia do respeito às
diversidades culturais, regionais, étnicas, religiosas e políticas, considerando-se a
multiplicidade e a complexidade da sociedade brasileira, legando à educação a
responsabilidade de atuar incisivamente no processo de construção da cidadania,
sustentada na igualdade de direitos e nos princípios democráticos. E, ainda, tendo
hoje, a educação inclusiva como foco.
Tratar da diversidade cultural, reconhecendo-a e valorizando-a, e da superação
das discriminações é atuar sobre um dos mecanismos de exclusão – tarefa
necessária, ainda que insuficiente, para caminhar na direção de uma sociedade mais
plenamente democrática. É um imperativo do trabalho educativo voltado para a
cidadania, uma vez que tanto a desvalorização cultural – traço bem característico de
país colonizado – quanto a discriminação são entraves à plenitude da cidadania para
todos; portanto, para a própria nação (BRASIL, 1997a, v. 10, p. 21).
Existe recomendação nos referidos documentos oficiais, que seja priorizado um
currículo adequado à promoção da cidadania, no qual a diversidade conquiste e
garanta um espaço e significados especiais, mantendo o aluno na convivência
democrática e no aprendizado entre os diferentes grupos e comunidades étnicas e
culturais e sua própria vida, o que permitirá a consolidação de seus direitos e
cumprimento de seus deveres para consigo e para com o próximo (BRASIL, 1997a,
v. 10).
O trabalho pedagógico do professor também foi evidenciado, o qual deve voltar-
se à valorização das potencialidades e das especificidades dos alunos, conjugando,
além dos conhecimentos teóricos como suporte, atitudes reflexivas e cooperativas,
compartilhadas, com enfoque dialógico ao longo do processo educacional.
[...] a estratégia pedagógica necessária aos processos de ensino-
aprendizagem tem seus alicerces nas relações com a utilização plena do diálogo
no trabalho compartilhado. O diálogo é o cerne da relação na aprendizagem, em

20
que as partes envolvidas fazem trocas e negociam os diferentes significados do
objeto do conhecimento, o que dá relevância ao papel ativo e altamente
reflexivo, emocional e criativo do aluno e do professor. O conhecimento, assim,
distancia-se de uma perspectiva mecanicista ou cognitivista que enfatiza quase
que exclusivamente o produto da aprendizagem, ficando entendido como uma
dinâmica que se constrói na confluência dialética entre o individual e o social,
tendo em vista o desenvolvimento integral dos sujeitos envolvidos na educação.
Alunos cada vez mais interessados, participativos, reflexivos e cooperativos
(características sempre apreciadas) só podem ser encontrados em um ambiente
interativo cuja comunicação seja estimulada e estruturada dentro de relações
de confiança entre todos. Para isso, estratégias pedagógicas só podem ser
aquelas que possibilitem essas relações entre pessoas e entre elas e o
conhecimento (TACCA, 2008, p. 51).

Além da atenção aos seguintes fatores que são próprios de cada aluno:
interesses, motivações, além da observância aos fatores sociais, culturais e à história
educativa de cada aluno, entendida, ainda, a diversidade no plano geral da
organização social, demográfica e outros fatores da sociedade. Nesse sentido, Lopes
(2005, p. 189), invoca o apoio aos professores para o melhor desenvolvimento do seu
trabalho e aos alunos para sua formação geral e de apreensão de valores necessários.
A educação escolar deve ajudar professor e alunos a compreenderem que a
diferença entre pessoas, povos e nações é saudável e enriquecedora; que é preciso
valorizá-la para garantir a democracia que, entre outros, significa respeito pelas
pessoas e nações tais como são com suas características próprias e
individualizadoras; que buscar soluções e fazê-las vigorar é uma questão de direitos
humanos e cidadania.

21
Figura 11

Fonte: Google

Mesmo com a evolução e mudanças identificadas pelos movimentos


organizados em defesa da escola para todos, pelos quais a educação inclusiva tem
sido o foco do debate, ainda precisamos esclarecer nesse contexto, e defender como
necessário, o reconhecimento da diversidade e da diferença, de maneira a evitar
equívocos com as finalidades das propostas encaminhadas a esse respeito.
Tacca (2008, p. 67), fala da importância dos cursos de formação de professores
incorporarem, além de outros conhecimentos importantes:
Uma prática reflexiva em relação ao conhecimento, ao aluno, ao contexto vivido
e em relação a ele próprio, enquanto sujeito e profissional. Nessa perspectiva, os
cursos de formação de professores, poderiam contemplar menos teorias
desconectadas com a realidade do professor e, principalmente, menor número de
treinamentos em métodos e técnicas de ensino, para considerar mais de perto a
formação e instrumentalização do professor em termos de uma reflexão pedagógica

22
que o leve a pensar no valor das relações sociais para o processo de ensinar e
aprender, o que pede que ele exerça sua autonomia enquanto profissional. Isso
significa saber identificar como colocar em prática o objetivo maior da educação, ou
seja, o desenvolvimento humano no contexto social em que vivemos.
Ainda são confundidos os propósitos da educação inclusiva como se fosse
voltada apenas à inclusão de pessoas com deficiência nas escolas.

[...] as crianças deficientes são apenas uma, entre tantas outras, das expressões
concretas das chamadas necessidades educacionais especiais. Tanto assim é
que, em nenhum momento aparece no texto original da Declaração o termo
“educação especial” como a responsável pelas políticas de integração/inclusão
escolar. Com isto, fica claro que o termo “necessidades educativas especiais”
abrange, com certeza, a população deficiente, mas não se restringe somente a
ela (BUENO, 2008, p. 49 e 50).
Atitudes excludentes existem por outras condições, requerendo retomada do
que já existe por forças de recomendações constitucionais, pela Carta Magna (1988),
por onde podemos entender os pressupostos direcionados à eliminação de ações
discriminatórias, à adoção de mecanismos de proteção e de promoção de identidades
étnicas, garantindo a todos o pleno exercício dos direitos culturais, bem como o apoio,
o incentivo e a valorização da difusão cultural.
O enfrentamento às desigualdades sociais, à pobreza, à violação dos direitos
humanos - quando vivenciado no cotidiano da maioria das cidades do mundo – impõe
que repensemos as bases das políticas de cultura e do seu papel na transformação
desse quadro de exclusão que marginaliza mais de um bilhão de pessoas do consumo
e do acesso aos códigos da modernidade. Políticas democráticas e inclusivas que
levem em conta a variedade e demandas da população, e que propiciem a convivência
dessas multiplicidades étnicas, religiosas, de tradições, gostos e sensibilidades,
incluindo na agenda de prioridades o combate à pobreza e a todas as formas de
discriminação social e política. Uma política cultural exercida a partir da ideia dos
direitos e da construção de valores sólidos de cidadania participativa, que nos permita
maior capacidade de discernimento, crítica e desenvolvimento social e humano
(PORTO, 2003, p. 202).
A escola tem um papel significativo nesse processo. Em primeiro lugar, porque
é o espaço em que se dá a convergência entre as crianças de origens culturais e nível

23
socioeconômico diferentes, com diversos costumes e crenças religiosas, visões
diversas de mundo, mesmo compartilhadas em famílias. Em segundo lugar, porque,
formalmente, a sociedade define a escola como instituição especializada em dar
acesso, às crianças, aos conhecimentos sistematizados sobre o País e o mundo. A
realidade plural de um país como o Brasil fornece subsídios para debates e discussões
em torno de questões sociais. A criança, na escola convive com a diversidade e
poderá aprender com ela (BRASIL, 1997a, p. 23).

Figura 12

Fonte: Google
No texto da Declaração de Salamanca (1994), ao falar da educação inclusiva
(integrada, no texto original), além de destacar a pessoa com deficiência como
merecedora das mudanças, nos sistemas de ensino para efetivação do acesso e
permanência na escola com sucesso, destacou alguns grupos que, por seus traços
sociais carregam consigo a complexidade das múltiplas relações sociais.
Se, por um lado, desde a Declaração, a ênfase se volta para a adoção de
políticas e de práticas educacionais que permitam a inclusão da maior diversidade de
alunos, por outro, não se pode deixar de lado o fato de que ela é derivada da
preocupação com a chamada “escola para todos”, cujo marco maior foi a Declaração
de Jomtien, que teve por finalidade precípua estabelecer princípios, diretrizes e
marcos de ação para que todas as crianças do mundo pudessem ter satisfeitas as
“necessidades básicas de aprendizagem” (BUENO, 2008, p. 46-47).
Por esse motivo, a escola é invocada a assumir a liderança do debate para o
alcance de tais propósitos, construindo um diálogo de parceria e cumplicidade, pela
formação cidadã de seus alunos.

24
A escola, como parte integrante dessa sociedade que se sabe preconceituosa
e discriminadora, mas que reconhece que é hora de mudar, está comprometida com
essa necessidade de mudança e precisa ser um espaço de aprendizagem onde as
transformações devem começar a ocorrer de modo planejado e realizado
coletivamente por todos os envolvidos, de modo consciente (LOPES, 2005, p. 189).
Ensinar a importância do respeito à diversidade é fundamental em um ambiente
escolar. É importante deixar claro desde os primeiros anos escolares que todos são
diferentes.
Ensinar a importância do respeito que se deve ter com as diferenças dos
colegas no ambiente escolar é de fundamental importância, esse ensino deve ser
aplicado desde os primeiros anos de escolaridade.
Em primeiro lugar, convém explicar a complexibilidade do termo preconceito,
considerado como um ato pensado, elaborado e praticado não só pelos adultos, mas
também no meio infantil, visto que nem mesmo as crianças estão excluídas das
inúmeras formas de discriminação.
Sendo assim, é de extrema importância que seja eliminado o preconceito desde
os primeiros anos da Educação Infantil.

Figura 13

Fonte: Google
É fundamental que, desde o início, a hipocrisia seja deixada de lado na
afirmação de que todos somos iguais, mesmo porque se todos realmente fossem
iguais não haveria preconceito. É a partir das diferenças que surgem os preconceitos.

25
É notório que muitas escolas são reprodutoras da própria discriminação e que não
desenvolvem, nem se quer tem interesse em buscar, propostas pedagógicas para se
contrapor em relação às questões apresentadas.
O ideal é que o educador, antes de trabalhar o assunto em questão na sua sala
de aula, deixe bem claro para o seu alunado três conceitos fundamentais, são eles:

• Preconceito: julgamento ou ideia preconcebida, a respeito de uma pessoa ou de um


povo.
• Discriminação: quando os preconceitos são exteriorizados em atitudes ou ações que
invadem os direitos das pessoas, utilizando como referência critérios injustos (idade,
religião, sexo, raça, etc.)

• Racismo: superioridade de certa raça humana em relação às demais, características


intelectuais ou morais por se considerar superior a alguém.
O ideal é que todo educador tenha em mente a importância de propiciar ao seu
aluno um ambiente que priorize e estimule o respeito à diversidade, ajudando a formar
cidadãos mais educados e respeitosos que se preocupam com os outros, possuindo
o espírito de coletividade.

26
Figura 14

Fonte: Google

4.1. A Diversidade na Escola

A criança passa boa parte da vida na escola, e estão cada vez mais frequentes
os casos de bullying nesse ambiente, alguns com resultando grave, portanto trabalhar
a diversidade na sala de aula desde a educação infantil é uma necessidade para se
construir uma sociedade baseada no respeito ao próximo.
Uma das funções dos professores é trabalhar esses conteúdos ensinando seus
alunos a respeitar as diferenças. Afinal, a heterogeneidade consiste em unir diferentes
pensamentos, ideais e manifestações que sejam capazes de fortalecer e enriquecer
o ser humano. A diversidade não se resume em trabalhar sujeitos desiguais e
esquisitos: mas sim a promoção e o resgate da pluralidade de etnias, línguas, raças e
condutas que não podem ser prejulgadas e discriminadas.

27
Figura 15

Fonte: Google

Preconceitos, rótulos e discriminações são inevitáveis, já na primeira infância


as crianças entram em contato com discursos negativos acerca desses temas. Para
que as crianças saibam lidar com a diferença com sensibilidade e equilíbrio, é preciso
que tenham familiaridade com a diversidade, portanto esse tema necessita ser
trabalhado no cotidiano no dia a dia, e não somente nas datas dedicadas a esse tema.
Ou seja, é necessário abordar de forma natural, inserindo-o em práticas diárias, como
brincadeiras, leitura, música, entre outras atividades.
Para conseguir isso, uma providência essencial é adquirir materiais didáticos
que valorizem as diferentes raças, as pessoas com deficiências físicas e mental, e
mostrem meninos e meninas em posição de igualdade. O mesmo se aplica na
aquisição de instrumentos musicais, onde devem ser consideradas as mais diversas
culturas.
Ainda segundo a psicopedagoga citada, quando se trata de brinquedos, já
existem muitas possibilidades, pois muitos fabricantes estão se preocupando em
abordar a diversidade. É possível encontrar os bonecos e bonecas representando o

28
masculino e o feminino, e com diferentes tons de pele. Também é possível encontrar
brinquedos que mostram deficiências físicas, como bonecas de óculos, de bengala,
ou usando aparelho para surdez, inclusive é possível compra a “Barbie” cadeirante.
Esses brinquedos podem auxiliar na aceitação e na convivência do diferente,
minimizando os preconceitos e casos de bullying.

4.2. O Papel do Professor Diante da Diversidade

Figura 16

Fonte: Google

O professor de educação infantil possui diversas atribuições, entre elas está o


desenvolvimento de conteúdos básicos com as crianças. Segundo a BNCC, uma das
competências gerais da educação básica:
Valorizar a diversidade de saberes e vivências culturais e apropriar-se de
conhecimentos e experiências que lhe possibilitem entender as relações próprias do
mundo do trabalho e fazer escolhas alinhadas ao exercício da cidadania e ao seu
projeto de vida, com liberdade, autonomia, consciência crítica e responsabilidade
(BRASIL).
Trabalhar a diversidade na sala de aula com o objetivo de levar as crianças a
um aprendizado mútuo a partir das dissemelhanças particulares. O início do trabalho
pode se dar a partir das origens das crianças: como cor da pele, etnia, linguagem,
dialogando acerca de conceitos que elucidem e fortaleçam as relações entre os

29
sujeitos. Dessa forma pode-se desenvolver nas crianças valores, resgatando sua
história e cultura, com intuito de diminuir os preconceitos.
A partir do momento que as crianças conhecem e compreendem a diversidade
que as cercam, passam a auxiliar na transformação do ambiente em que estão
inseridas. Cabe ao professor oferecer possibilidades para que as crianças respeitem
o diferente, e assim possam ser cidadãos empáticos em relação a diversidade,
preocupados com o outro e com o grupo como um todo.
Para trabalhar a diversidade em sala de aula o professor pode fazer uso de
alguns recursos como:
o Contar histórias através de figuras, fotos, símbolos sobre as raças que fizeram
parte da constituição povo da região;
o Quanto ao racismo pode-se relatar fatos sobre pessoas negras que se
destacaram perante a sociedade, relatar fatos acerca da escravidão, evidenciar
objetos culturais desse povo e que até hoje são utilizados por grande parte da
população;
o Brincadeiras que priorizem a integração;
o Filmes e literatura são um ótimo recurso, como por exemplo “Sherek”; “O
Patinho Feio”, “A Bela e a Fera”, etc.
Ao se trabalhar valores como a amizade, honestidade, o amor e o respeito ao
próximo, também se está valorizando a diversidade na sala de aula.
A diversidade na sala de aula e a luta pelos direitos a igualdade não são
recentes no Brasil, mas são assuntos que estão em pauta na história individual,
familiar, e da sociedade. Esse assunto necessita ser pensado, discutido e analisado
por pesquisadores e também por todos nós integrantes de uma sociedade que busca
o respeito e a convivência como fator primordial.
Este artigo buscou trazer elementos para pensarmos como está sendo feita a
socialização das crianças, na EducaçãoInfantil, como estão sendo trabalhadas as
diferentes culturas existentes em nossa sociedade dentro do ambiente escolar e o que
se pode fazer para que estas diferenças sejam tratadas da melhor forma possível,
livre de conceitos racistas, mas comcompanheirismo, auxilio e respeito ao diferente,
priorizando as expressões da sociedade multicultural na qual estamos inseridos.
O aprendizado da criança ocorre basicamente pela imitação do adulto e através
das brincadeiras, dessa forma os brinquedos e brincadeiras são grandes aliados do
professor no trabalho em sala de aula na educação infantil, e o desenvolvimento de

30
atividades que priorizem a aceitação do diferente pode se valer desses recursos,
principalmente dos brinquedos (que apresentam as diferenças) que estão sendo
inseridos no mercado atualmente.

Figura 17

Fonte: Google

31
1. REFERÊNCIAS

FREIRE, P. Pedagogia do oprimido. São Paulo: Paz e Terra, 1983.


KUHMANN JR. Moysés. Infância e Educação Infantil: uma abordagem histórica. Porto
Alegre: Mediação, 1998.. Educando a infância brasileira. LOPES, E. M. T.; FARIA
FILHO, L. M.;

LDB - Leis de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. LEI No. 9.394, de 20 de


dezembro de 1996. D.O. U. de 23 de dezembro de 1996.

MARTINS, Ana Rita. Diversidade Sempre, desde a Educação Infantil. Revista Nova
Escola. Disponívelem: https://novaescola.org.br/conteudo/1265/diversidade-sempre-
desde-a-educacao-infantil#. Acesso em Junho de 2019.

BRASIL. Base Nacional Comum Curricular. Disponível


em:http://basenacionalcomum.mec.gov.br/implementacao. Acesso em junho de
2019.em: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/BNCC_EI_EF_110518_vers
aofinal_site.pdf.

BONAMINO, a. Et. A l (2002): eficácia e eqüidade na educação brasileira: evidências


baseadas nos dados do saeb 2 001. Puc-rio: departamento de economia.

BRASIL. LEI DE DIRETRIZES E BASES DA EDUCAÇÃO NACIONAL, lei n° 9.394, d


e 20 de dezembro de 1996.

BROCK, colin; schwartzman, simon (orgs). Os desafios da educação no brasil. Rio de


janeiro: nova fronteira, 2005.
CARRERI, A. V. COTIDIANO ESCOLAR E POLÍTICAS CURRICULARES: táticas
entre professores e consumidores.Nível de escolarização da população. In: situação
da educação básica no brasil.

DURLAUF, S & FAFCHAMPS, M. (2004): social capital. Disponível


www.econ.nyu.edu/cvstarr/conferences/ handbook/papers/fafchamps.pdf

MARCÍLIO, MARIA LUIZA. O que torna o ensino público tão fraco? O atraso histórico
na educação.

BRAUDEL PAPERSN. disponível http://www.braudel.org.br/paper30a.htm24 mec –


ministé rio da e ducação. Apresenta informações sobre a estrutura do sistema
educacional brasileiro. Disponívelem :<http://portal.mec.gov.br/sesu/>.

MENEZES-FILHO, N. (2001): a evolução da e ducação no brasil e seu impacto no


mercado de trabalho.
Disponível<http://www.ifb.com.br/documentos/artigo_naercio.pdf>

32

Você também pode gostar