ESPECIFICIDADES DA
ASSISTÊNCIA AO
Homem trans
GRUPO
Amauri Moreira Leite Junior RA: 1121100160
Bianca Correia RA: 1121200042
Daiane de Andade Oliveira RA: 1121100154
Djessyca Costa Gomes RA: 1121100144
Evillyn Danielly de Sousa Pereira RA: 1121100141
Isabela Marini Ferreira RA: 1121200047
Ludmilla Alves Dorigo RA: 1121100186
Nayara Cassaniga RA: 1121100146
Raiane Belei Fortaleza RA: 1121200052
O homem trans
São pessoas que nascem com sexo biológico
feminino (cariótipo e genitálias femininas) mas tem
a identidade de gênero masculina.
São a minoria dentro do grupo transgênero, por isso
têm suas vivências e existências mais inviabilizadas
do que as mulheres trans e por isso também,
inicialmente, se identificam inicialmente como
mulheres lésbicas e, por isso, enfrentam mais
barreiras
O processo de transição
O processo de transição de gênero tem relação com a identidade
da pessoa trans, pois lhe confere a possibilidade de “se passar
socialmente” por uma pessoa cis, tornando mais possível que a
sociedade a reconheça ou a confunda com uma pessoa cis.
Transição social
Mudança na forma de se identificar socialmente em relação ao gênero;
Inclui: nome social, mudança nas roupas, mudanças no aspecto físico, uso
de hormônios para virilização e cirurgias. Para isso, muitos homens trans
utilizam-se de acessórios para se sentirem mais confortáveis em relação
ao próprio corpo.
CUIDADO INTEGRAL À SAÚDE
Reconhecer que os homens trans passam por experiências e vivências
específicas, muitas vezes negativas como: desconhecimento de sua existência,
preconceito em diversos âmbitos sociais e violência
Não buscam consultas de rotina por sofrerem pelo despreparo das equipes de
saúde em lidar com seus agravos e doenças
Só procuram por ajuda em casos de extrema necessidade
Podem apresentar postura agressiva e defensiva nessas ocasiões
Ambientes precisam ser acolhedores, inclusivos, com sinalizações de respeito à
diversidade social e de gênero, uso do nome social e dos pronomes adequados.
Garantia ao direito da confidencialidade, privacidade e sigilo.
SITUAÇÕES DE VIOLÊNCIA
82% dos jovens transexuais e travestis abandonam a escola pela violência (bullying em relação à
aparência física, expressão de gênero e orientação sexual) sofrida nesse ambiente.
Bullying Violência doméstica
É de alta incidência entre as pessoas trans, Cerca de 38,9% dos homens trans sofreram
principalmente em ambiente escolar. Estima- episódios de violência doméstica, sendo esse um
se que no Brasil, 82% dos jovens transexuais importante agravante das doenças mentais, uso e
e travestis abandonem a escola, sendo o abuso de substâncias e práticas sexuais de maior
bullying nesse ambiente o principal motivo de risco. Ademais, as situações de violência doméstica
evasão podem ser de difícil detecção pelos profissionais
de saúde
SITUAÇÕES DE VIOLÊNCIA
Violência sexual Transfobia internalizada
A maioria dos casos de violência sexual com essa
Se trata da culpa e baixa autoestima resultante da
população, ocorreu em ambiente escolar, tendo
vitimização, rejeição e discriminação relacionadas
uma mair incidência entre pessoas trans negras.
ao gênero, levando o indivíduo a ter um
Homens trans são alvo frequente de estupro
autoversão de si.
corretivo “objetivo de fazer virar mulher”, sendo
Esse fator leva ao aumento de transtornos
realizado por membros da família na maioria das
ansiosos, depressivos, uso de substância, raiva,
vezes. Por esse motivo, a vítima não denuncia,
insegurança e maiores taxas de tentativas de
gerando graves repercussões em sua saúde
suicídio
mental. Ademais, 64% das pessoas trans que
sofreram abuso ja tentaram suicídio.
Saúde mental
Os transtornos mentais não estão ligados a condição trans, mas a
resposta social que essas pessoas vivenciam, de não aceitação de sua
identidade, sendo a discriminação o princial fator desencadeante dos
problemas de saúde mental, gerando a exclusão social e marginalização.
Outros fatores agravantes são: Desemprego, baixa renda, baixa
escolaridade
Transtorno do estresse pós traumático
Síndromes depressivas e ansiosas
Autolesão não suicida
Suicídio
Em todos os transtornos mentais, o fator agravante é ter sofrido discriminação nos últimos 12 meses
As mudanças corporais desejadas podem ser adquiridas
com uso de hormônio ou por meio de procedimentos
cirúrgicos, para isso existem protocolos a serem
seguidos durante e depois dos procedimentos que
devem ser realizados por profissionais de saúde.
Uso de testosterona a acarreta diversas mudanças
MODIFICAÇÕES
físicas, como engrossamento da voz, ganho de
CORPORAIS musculatura, aumento de pelos e afeta diretamente o
campo da sexualidade. Além disso, esse hormônio
aumenta o libido sendo recomendado que a pessoa
em uso da testosterona seja estimulada a explorar o
próprio corpo sozinha ou com sua parceria sexual em
busca do autoconhecimento. Algumas alterações no
comportamento também podem ser relatadas, como
agressividade e impulsividade.
Cirurgias
Cirurgias de redesignação sexual (metoidioplastia e
faloplastia), mamoplastia masculinizadora e
cirurgias faciais.
É importante ressaltar os riscos e benefícios antes
MODIFICAÇÕES de tomar a decisão de realizar a cirurgia.
CORPORAIS
O Conselho Federal de Medicina tem como
contraindicação os procedimentos cirúrgicos
apenas em situações de transtornos mentais
graves, como transtorno de personalidade grave,
transtorno psicótico grave, retardo mental e
transtornos globais do desenvolvimento grave.
Cuidados com o corpo
Cuidados com a hormonização
Riscos relacionados à hormonização com testosterona
Policitemia e eritrocitise
Disfunções hepáticas
Doença cardiovascular por redução de HDL e elevação de LD
HAS
Efeitos em pele e anexos -> acne e alopecia androgênica
Acompanhamento
Primeiro ano de uso -> avaliação trimestral
A partir do segundo ano -> 1 ou 2 x ao ano
Cuidados com o corpo
Infertilidade
O uso de testosterona ou de cirurgias durante o processo de transição
de gênero podem levar à infertilidade, portanto o tema deve ser
abordado e caso seja necessário, é recomendado o congelamento de
óvulos ou embriões.
Gravidez em homens trans
É necessária a interrupção temporária do uso de testosterona, para o
retorno dos ciclos ovarianos, porém não há tempo estabelecido para
que isso aconteça.
O rastreamento de fertilidade pode ser incômodo -> suspensão do
uso dos hormônios + redução dos seus efeitos no corpo + USG e
outros exames transvaginais + estimulação estrogênica dos ovários
Cuidados com o corpo
IST
Homens trans evitam consultas de rotina devido a barreiras no acesso
aos serviços de saúde, dificultando o rastreamento de ISTs. Campanhas
de saúde são focadas em populações cisgêneras, excluindo homens
trans e suas necessidades reprodutivas. Profissionais raramente
abordam práticas sexuais e o uso de acessórios como packers, cujo uso
prolongado pode aumentar o risco de infecções. A atrofia do epitélio
vaginal também pode causar problemas como vaginose, vaginites e
cistites, que devem ser investigados.
Cuidados com o corpo
Câncer cervical, de mama, de endométrio e de ovário
Câncer cervical: O principal fator de risco é a infecção por HPV; deve-se recomendar a
vacinação, o rastreamento e tratamento de lesões são essenciais. É recomendada a
histerectomia como prevenção.
Câncer de mama: Homens trans sem mamoplastia devem seguir o mesmo protocolo
de rastreamento que mulheres cis; aqueles com mamoplastia têm risco teórico
menor, mas faltam estudos.
Câncer de endométrio: Apesar de existir o risco, o uso prolongado de testosterona,
pode causar atrofia vaginal, dificultando a coleta de
amostras.
Câncer de ovário: Risco semelhante ao de mulheres cis; ultrassonografia é indicada
para quem não realizou ooforectomia, conforme histórico familiar.
Rastreamento
Prevenção cancer de colo de utero: homens trans tem a mesma a mesma
chance de desenvolver câncer de colo uterino que mulheres cisgenero. O
uso de testosterona é um fator de risco para não realizar o rastreamento, já
que atrofia vaginal gera desconforto.
Prevenção do câncer de mama: o CA de mama pode ser observado em
pessoas que não tiveram suas glândulas mamárias removidas. É necessário
considerar e abordar o desconforto relacionado ao exame, e evidenciar
seus benefícios na detecção precoce do câncer.
EXAMES
1. PROCESSO DE TRANSIÇÃO
Monitoramento: níveis hormonais (testosterona, LH, FSH, estradiol), hemograma, perfil
lipídico e função hepática(TGO, TGP, GGT, bilirrubina), creatinina e ureia.
2. CONSIDERAÇÕES DE SAÚDE MENTAL
Ferramentas de rastreamento para saude mental:
Inventário de depressão de Beck(BDI)
Inventário de Ansiedade de Beck(BAI)
Entrevistas Clínicas para Avaliação de TEPT
EXAMES
3. CONSIDERAÇÕES GERAIS DE SAÚDE
Doenças cardiovasculares: exames de colesterol(colesterol total, LDL, HDL,
triglicerídeos), glicemia, hemoglobina glicada, glicemia jejum, pressão arterial(MAPA,
MRPA), ECG, ECO.
Saúde sexual e reprodutiva: uso de preservativos e promoção de práticas seguras.
Função Tireoidiana: TSH e T4 livre
4. OUTROS EXAMES
Câncer de mama: USG e mamografia após mastectomia
Cancer de colo de útero: citologia cervical
Saúde óssea: Densitometria óssea
DSTs: testes para HIV, sifilis, gonorreia, clamidia, hepatite B/C,
ORIENTAÇÕES
BINDERS
Faixas elásticas comumente utilizadas para diminuir o volume das mamas (assim como
esparadrapos ou ataduras) tornando-as menos visíveis, seu uso gera benefícios psicológicos
e sociais melhorando confiança e auto estima, no entanto pode acarretar problemas
respiratórios, com diminuição da capacidade de expansão pulmonar e de pele, relacionados
ao atrito, umidade local e limitação da aeração da pele.
ORIENTAÇÕES
PACKERS
O uso de packers deve ser individual e higienizado corretamente.
Pois muitos homens trans relatam uso diário, ou quase diário
O uso desses dispositivos por tempo prolongado pode aumentar a umidade
local, facilitando o aparecimento de infecções fúngicas e ISTs.
Anamnese sobre saúde sexual: introduzir o tema da sexualidade e
detectar eventuais problemas
Incluir perguntas como satisfação e prazer, uso de métodos
preventivos para IST’s, planejamento reprodutivo e contracepção,
rastreamento de situações de violência sexual, uso de substâncias
SEXO ou medicamentos que que interfiram na resposta sexual.
SEGURO
Orientar o uso de preservativos para evitar ISTS - o rasteamento
das ISTS é falho, pois os homens trans não vão a consultas de
rotina.
Cuidados adequados com os acessórios sexuais - uso individual,
higienização correta
Orientar sobre exames de rastramento de IST’s
Referência bibliográfica
CIASCA, Saulo Vito; HERCOWITZ, Andrea; LOPES JUNIOR,
Ademir. Saúde LGBTQIA+: práticas de cuidado
transdisciplinar. 1. ed. São Paulo: Editora XYZ, 2024.
JANEIRO LILÁS: MÊS DA
VISIBILIDADE TRANS
Obrigada!