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Esclarecimentos Contábeis 2008

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COMISSÃO DE VALORES MOBILIÁRIOS

Rua Sete de Setembro, 111/2-5º e 23-34º Andares, Centro, Rio de Janeiro/RJ – CEP: 20050-901 – Brasil - Tel.: (21) 3554-8686
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COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS

ORIENTAÇÃO OCPC 02

Esclarecimentos sobre as Demonstrações Contábeis de 2008

Índice Item
Objetivo e alcance 1–2
Pronunciamento Conceitual Básico do CPC – Estrutura Conceitual para a 3 – 6
Elaboração e Apresentação das Demonstrações Contábeis
Pronunciamento Técnico CPC 01 – Redução ao Valor Recuperável de 7 – 12
Ativos
Pronunciamento Técnico CPC 02 – Efeitos das Mudanças nas Taxas de 13 – 28
Câmbio e Conversão de Demonstrações Contábeis
Moeda funcional 16 – 18
Formas jurídicas do investimento no exterior 19 – 23
Outros pontos 24 – 28
Pronunciamento Técnico CPC 03 – Demonstração dos Fluxos de Caixa 29 – 31
Pronunciamento Técnico CPC 04 – Ativo Intangível 32 – 56
Ágio por expectativa de rentabilidade futura 39 – 50
Classificação contábil dos ágios e deságios 51 – 56
Pronunciamento Técnico CPC 05 – Divulgação sobre Partes Relacionadas 57 – 61
Pronunciamento Técnico CPC 06 – Operações de Arrendamento Mercantil 62 – 68
Pronunciamento Técnico CPC 07 – Subvenção e Assistência 69 – 75
Governamentais
Pronunciamento Técnico CPC 08 – Custos de Transação e Prêmios na 76 – 83
Emissão de Títulos e Valores Mobiliários
Nova forma de alocar e contabilizar encargos financeiros, custos de captação de 76 – 79
empréstimos e financiamentos e prêmios na emissão de debêntures

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Nova forma de contabilizar os custos de emissão de ações 80 – 83

Pronunciamento Técnico CPC 09 – Demonstração do Valor Adicionado 84 – 88


Pronunciamento Técnico CPC 10 – Pagamento Baseado em Ações 89 – 96
Pronunciamento Técnico CPC 11 – Contratos de Seguro 97
Pronunciamento Técnico CPC 12 – Ajuste a Valor Presente 98 – 107
Pronunciamento Técnico CPC 13 – Adoção Inicial da Lei nº. 11.638/07 e da 108 – 118
Medida Provisória nº. 449/08
Comparabilidade 2008 vs. 2007 109
Desaparecimento do grupo Resultados de Exercícios Futuros 110 – 112
Desaparecimento do subgrupo Ativo Diferido 113
Equivalência patrimonial 114
Lucros acumulados 115 – 116
Definição de práticas contábeis adotadas no Brasil 117 – 118
Pronunciamento Técnico CPC 14 – Instrumentos Financeiros: 119 – 126
Reconhecimento, Mensuração e Divulgação (fase I)
Investimentos societários permanentes 120
Instrumentos de patrimônio líquido e de dívidas 121
Outros pontos 122 – 126
Reserva de Reavaliação 127 - 132
Despesas pré-operacionais e aquisição de softwares 133 – 135
Eliminação de receitas e despesas não operacionais 136 – 137
Vida útil econômica dos bens do imobilizado 138 – 139
Ajustes de exercícios anteriores 140
Regras de divulgação 141
Orientação Técnica OCPC 01 – Entidades de Incorporação Imobiliária 142
Nova classificação do balanço 143

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Objetivo e alcance

1. Este Comitê, no intuito de dar transparência à sua posição em alguns assuntos que têm, pelo que chega
a seu conhecimento, provocado dúvidas junto a profissionais de contabilidade, administradores de
empresas, auditores independentes, analistas, investidores, credores, etc., vem a público para
esclarecer e também salientar alguns pontos quanto aos seus Pronunciamentos emitidos até este
momento.

2. Inicialmente esclarece que o CPC não tem por procedimento colocar data de vigência em seus
Pronunciamentos. A vigência é definida pelos órgãos reguladores que adotam os Pronunciamentos
Técnicos; assim, ao se referir à vigência, este Comitê toma como base essas determinações dos órgãos
reguladores. Este CPC também reconhece e reafirma a competência de cada regulador com
prerrogativa para regulação de normas contábeis aos entes regulados, os quais podem adotar/ratificar
no todo ou em parte os Pronunciamentos e Orientações do CPC. O CPC também esclarece que a
presente Orientação não tem por objetivo eliminar, restringir ou dirigir o necessário exercício de
julgamento que os preparadores das demonstrações contábeis devem ter ao aplicar as práticas
contábeis vigentes; tal exercício de julgamento como prerrogativa e obrigação dos preparadores é aqui
ratificado.

A seguir são colocados os pontos para os quais o CPC chama a atenção:

Pronunciamento Conceitual Básico do CPC - Estrutura Conceitual para a Elaboração


e Apresentação das Demonstrações Contábeis
3. Este CPC lembra que esse documento está em plena vigência, dada sua aprovação pela Deliberação
CVM nº. 539/08 (Comissão de Valores Mobiliários – CVM), Circular SUSEP nº. 379/08 e Resolução
CFC nº. 1.121/08 (Conselho Federal de Contabilidade – CFC). Ele estabelece as Características
Qualitativas da Informação Contábil (nomenclatura utilizada pelo IASB, em vez de “Princípios
Contábeis” ou semelhante) e traz definições de Ativo, Passivo, Receitas e Despesas.

Lembra também que essas definições são essenciais para a elaboração das demonstrações contábeis.

4. Entre as características contábeis tratadas nesse Pronunciamento, salienta-se a da Primazia da Essência


Sobre a Forma. A obediência a esse princípio ou característica é fundamental para a qualidade das
informações contábeis e a melhor representação econômica possível da posição financeira e do
desempenho de qualquer entidade. Com base nela houve, inclusive, a modificação da conceituação de

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Ativo Imobilizado na Lei das S/A (Lei nº. 6.404/76), introduzida pela Lei nº. 11.638/07, quando
passou a citar a obrigação de imobilização dos bens patrimoniais cujos riscos, benefícios e controle
passam a uma entidade, mesmo que sem a transferência de sua titularidade jurídica.

5. O título e o texto desse Pronunciamento Conceitual Básico usam a expressão “apresentação das
demonstrações contábeis”. O CPC lembra que, no Brasil, as demonstrações contábeis do final de
exercício social elaboradas para o atendimento do art. 176 da Lei nº. 6404/76 devem ser elaboradas
“com base na escrituração mercantil”, o que se aplica a todas as demonstrações contábeis individuais
desse exercício social. As demonstrações contábeis de exercícios anteriores apresentadas para fins
comparativos é que poderão apresentar reclassificação e, se for o caso, ajustes de valores, desde que,
nesse caso, devidamente reconhecidos contabilmente como ajustes de exercícios anteriores. Por outro
lado, as demonstrações contábeis consolidadas, pela sua natureza, estão sujeitas a ajustes não
reconhecidos na escrituração mercantil, o mesmo ocorrendo com as demonstrações pro forma exigidas
ou autorizadas.

6. O CPC aproveita para comunicar que colocará em audiência pública, em 2009, minuta de
Pronunciamento Conceitual Complementar, contendo principalmente partes do conteúdo da
Deliberação CVM nº. 29/86 e das Resoluções CFC nº. 750/93 e nº. 774/95 não incluídas no
Pronunciamento Conceitual Básico.

Pronunciamento Técnico CPC 01 – Redução ao Valor Recuperável de Ativos


7. Dúvidas têm surgido quanto à vigência desse Pronunciamento que foi aprovado pela CVM por meio de
sua Deliberação nº. 527/07, pelo CFC pela Resolução nº. 1.110/07, pela SUSEP por meio da Circular
SUSEP nº. 379/08 e pelo Conselho Monetário Nacional e Banco Central do Brasil por meio da
Resolução CMN nº. 3.566/08. Determinam esses atos normativos que o Pronunciamento entra em
vigência nos exercícios sociais encerrados a partir de dezembro de 2008. No caso da Resolução do
CMN, a vigência é a partir de 1º. de julho de 2008. Consequentemente, não restam dúvidas de que o
Pronunciamento Técnico CPC 01 se aplica integralmente às demonstrações contábeis dos exercícios
sociais encerrados em 31 de dezembro de 2008. Não fossem esses normativos emitidos pelos
reguladores, o mesmo seria exigido também por força do disposto no art. 183, § 3º. da Lei das S/A,
conforme redação dada pela Lei nº. 11.638/07.

8. Um ponto talvez tenha trazido dúvida: o Pronunciamento Técnico CPC 13 – Adoção Inicial da Lei nº.
11.638/07 e da Medida Provisória nº. 449/08 menciona, em seus itens 53 e 54 que o primeiro teste de
recuperação, "para fins de revisão e ajuste dos critérios para determinação da vida útil e do cálculo da
depreciação e amortização", seja feito só a partir de 2009. O objetivo dessa previsão foi que as
mudanças de taxas de depreciação e amortização até agora utilizadas para se adaptarem às genuínas
vidas úteis econômicas dos ativos a que se referem é que serão feitas posteriormente, não tendo relação
com a obrigação de, quaisquer que tenham sido as taxas de depreciação e amortização até agora

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utilizadas, aplicar-se o teste de recuperabilidade (impairment) a todos os ativos, incluindo esses


imobilizados, nos exercícios sociais encerrados a partir de dezembro de 2008, ou seja, incluindo o
exercício findo em 31 de dezembro de 2008.

9. Esse Pronunciamento Técnico requer que seja realizada avaliação periódica da recuperabilidade de
todos os ativos, sem exceção. Algumas dessas avaliações já eram expressamente exigidas
anteriormente, como a provisão para créditos de liquidação duvidosa, aplicação da regra de custo ou
mercado - dos dois o menor para os estoques, provisão para perdas em investimentos, etc. A Lei nº.
11.638/07 introduziu uma maior abrangência dessa análise (teste) sobre a recuperabilidade, passando a
incluir os subgrupos não mencionados explicitamente até então.

10. Para os ativos destinados à venda ou realização direta em dinheiro, a recuperabilidade se dá pela
comparação dos valores contábeis com os valores de venda ou de provável recebimento; já para os
ativos destinados ao uso, para verificação da recuperabilidade considera-se o valor de venda ou o valor
de uso, definido este último como o valor presente dos fluxos de caixa futuros estimados, prevalecendo
dos dois o maior, para comparação com o valor contábil, como detalhado no Pronunciamento Técnico
CPC 01.

11. Atente-se para o fato de que simplesmente não é mais compatível com as práticas contábeis adotadas
no Brasil a existência de qualquer ativo, num balanço patrimonial, por valor superior ao que ele é
capaz de produzir de caixa líquido para a entidade, pela sua venda ou pela sua utilização.

12. Constatada a perda de valor recuperável deve-se reconhecê-la imediatamente no resultado ou como
redução da reserva de reavaliação, se aplicável, que poderá ser revertida se e quando desaparecerem as
razões que levaram à sua constituição, com exceção da perda na recuperabilidade (impairment) do ágio
pago por expectativa de rentabilidade futura (goodwill), que não poderá ser revertida.

Pronunciamento Técnico CPC 02 – Efeitos das Mudanças nas Taxas de Câmbio e


Conversão de Demonstrações Contábeis
13. Esse Pronunciamento, aprovado pela Deliberação CVM nº. 534/08, pela Resolução CFC nº. 1.120/08 e
pela Circular SUSEP nº. 379/08 entrou em vigência, por força desses atos normativos, para as
demonstrações contábeis dos exercícios sociais encerrados a partir de dezembro de 2008 (o CFC deu,
na realidade, vigência a partir da publicação – fevereiro de 2008).

14. Assim, as demonstrações contábeis de 31 de dezembro de 2008 estão obrigadas ao seu cumprimento,
nos termos aprovados pelos respectivos reguladores.

15. Surgiram alguns pontos principais relativos a esse Pronunciamento que têm provocado algumas

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situações especiais.

Moeda funcional

16. Algumas companhias brasileiras vêm adotando, para fins de demonstrações contábeis em IFRS
(normas internacionais de contabilidade emitidas pelo IASB – International Accounting Standards
Board) ou USGaap (normas contábeis norte-americanas), uma moeda estrangeira como moeda
funcional, normalmente o dólar norte-americano. O Pronunciamento estabelece os critérios para
determinação da moeda funcional para as demonstrações contábeis das sociedades brasileiras, e nela se
vê, efetivamente, que em alguns casos excepcionais essa moeda pode não ser o real (R$), mesmo que a
apresentação de tais demonstrações seja nessa última moeda.

17. Este Comitê entende que é excepcional a possibilidade de aceitação de uma moeda funcional de uma
companhia com sede no Brasil, obrigada a preparar demonstrações contábeis sob a égide da Lei nº.
6.404, alterada pela Lei nº. 11.638/07, que não o Real (R$), e essa escolha precisa ser totalmente
fundamentada e ampla e detalhadamente divulgada. Por outro lado, sabe-se que algumas companhias
ainda têm dúvida sobre a definição dessa moeda, ou estão em dificuldade sobre a hipótese da mudança
da moeda anteriormente utilizada.

18. Por isso, este Comitê entende que, para fins das demonstrações contábeis dos exercícios encerrados em
31 de dezembro de 2008, como o da primeira adoção do Pronunciamento Técnico CPC 02, as
sociedades que declararam outra moeda funcional que não o Real (R$) para suas demonstrações em
IFRS ou USGaap devem reavaliar se esse uso continua válido ou se caberia preparar e divulgar suas
demonstrações de 31 de dezembro de 2008 tendo como moeda funcional o Real (R$). As mudanças na
moeda funcional devem ser objeto de ampla divulgação quanto aos fundamentos para tal
procedimento. O CPC esclarece que não está em sua esfera de atuação excepcionalizar a adoção
integral ou parcial de seus Pronunciamentos.

Formas jurídicas do investimento no exterior

19. O Pronunciamento Técnico CPC 02 determina que as agências, sucursais, dependências e controladas
no exterior sejam tratadas como filiais ou como efetivas coligadas ou controladas conforme a essência
econômica e não pela forma jurídica. Assim, no caso de entidades que, “por não possuírem corpo
gerencial próprio, autonomia administrativa, não contratarem operações próprias, utilizarem a moeda
da investidora como sua moeda funcional e funcionarem, na essência, como extensão das atividades da
investidora, devem normalmente ter, para fins de apresentação, seus ativos, passivos e resultados
integrados às demonstrações contábeis da matriz no Brasil como qualquer outra filial, agência,
sucursal ou dependência mantida no próprio País”.

20. Caso contrário, se “possuírem, por exemplo, suficiente corpo gerencial próprio, autonomia

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administrativa, contratarem operações próprias, inclusive financeiras, caracterizando-se, assim, como


entidade autônoma, a matriz, no Brasil, deve reconhecer os resultados apurados nas filiais, agências,
dependências ou sucursais pela aplicação do método de equivalência patrimonial e incluí-las nas suas
demonstrações consolidadas”.

21. Com isso, se houver sociedades investidas no exterior que juridicamente sejam controladas da
investidora brasileira, mas não possuam a citada autonomia, devem ser tratadas como filiais, ou seja,
terem seus ativos, passivos, receitas e despesas reconhecidas diretamente na contabilidade da
investidora, na moeda funcional da investidora (e não apenas para fins de apresentação), sem uso da
equivalência patrimonial. Ou pode ocorrer o contrário, investidas no exterior juridicamente dadas
como sucursais ou filiais, mas que tenham autonomia suficiente para serem tratadas como controladas,
deverão ter suas operações contabilizadas sem a incorporação de seus ativos, passivos, receitas e
despesas diretamente na investidora, sendo tratadas por equivalência patrimonial e incluídas linha a
linha apenas nas demonstrações consolidadas.

22. Em caso excepcional e raro de efetiva impossibilidade de aplicação dessa nova prática contábil no
exercício encerrado em 31 de dezembro de 2008, este CPC entende que a sociedade deverá divulgar
amplamente as razões que fundamentam essa impossibilidade em nota explicativa como parte das
demonstrações contábeis e esclarece que não está em sua esfera de atuação excepcionalizar a adoção
integral ou parcial de seus Pronunciamentos.

23. A previsão que consta do Pronunciamento Técnico CPC 02 quanto ao tratamento da forma jurídica do
investimento no exterior não teve por objetivo abranger os investimentos no país, os quais continuam a
ter o tratamento contábil de investimentos em coligadas e controladas e, quando aplicável, a
consolidação.

Outros pontos

24. Resta lembrar que as variações cambiais dos investimentos em controladas (aquelas que não possuem a
característica de filial, sucursal ou extensão das atividades da controladora) e coligadas em outra
moeda funcional que não o Real (R$) não podem, a partir de 2008, em função do CPC 02, afetar o
resultado do exercício, sendo registradas diretamente em conta transitória do patrimônio líquido, sob o
título de Ajuste Acumulado de Conversão ou equivalente, que será reconhecida no resultado apenas
quando da baixa do investimento. Essa conta não é uma Reserva, pode ter saldo negativo e pode ser
apresentada logo a seguir à de Ajustes de Avaliação Patrimonial, não se confundindo, entretanto, com
esta.

25. Se houver saldo de passivo contratado, conforme citado no Pronunciamento Técnico CPC 02, como
proteção (hedge) do investimento dessa natureza, desde que qualificado para tal e suportado por
documentação que justifique essa qualificação e sua eficácia, suas variações cambiais, a partir da data

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da designação, serão reconhecidas em Ajuste Acumulado de Conversão ou equivalente.

26. Antes da conversão das demonstrações contábeis de uma outra moeda para o Real (R$), há que se
ajustar as demonstrações dos investimentos no exterior aos mesmos procedimentos contábeis
utilizados pela investidora no Brasil.

27. A conversão se faz com base nas taxas de final de exercício para ativos e passivos e nas taxas de
quando são incorridas as receitas e as despesas para a demonstração do resultado, podendo, neste caso,
ser utilizadas taxas médias nas circunstâncias previstas no item 46 do Pronunciamento CPC 02. As
variações cambiais do patrimônio líquido inicial e de suas mutações, por exemplo do resultado líquido
do exercício, são registradas na conta de patrimônio líquido citada. No caso de investimento em país
com economia hiperinflacionária, a conversão de ativos e passivos é precedida do ajustamento das
demonstrações contábeis conforme a metodologia da correção monetária integral que se dá com base
na data de sua formação e, nesse caso, os ganhos e perdas cambiais afetam diretamente o resultado.

28. Na aplicação primeira desse Pronunciamento, admite-se que os procedimentos de alocação das
variações cambiais sejam feitos prospectivamente, sem restauração dos saldos passados. A
classificação das operações como de hedge dos investimentos no exterior, normalmente exigida no ato
de sua contratação, está sendo admitida como passível de ser feita no balanço de abertura da primeira
aplicação do Pronunciamento, como previsto no CPC 13.

Pronunciamento Técnico CPC 03 – Demonstração dos Fluxos de Caixa


29. Essa demonstração, introduzida como obrigatória na Lei das S/A por força de modificação dada pela
Lei nº. 11.638/07, está regulada por esse Pronunciamento aprovado e tornado obrigatório pela
Deliberação CVM nº. 547/08, pela Resolução CFC nº. 1.125/08, pela Circular SUSEP nº. 379/08 e
também pela Resolução CMN nº. 3.604/08 (Conselho Monetário Nacional – Banco Central do Brasil).
Sua obrigatoriedade começa para as demonstrações contábeis a partir do exercício social findo em 31
de dezembro de 2008.

30. Todavia, nesse primeiro exercício ela pode ser apresentada sem comparação com o exercício social
precedente, a não ser que a entidade já a venha voluntariamente apresentando. O CPC incentiva, mas
não exige, a apresentação comparativa dessa nova demonstração contábil.

31. Essa demonstração abrange exclusivamente fluxos efetivos de caixa, agrupados, obrigatoriamente, em
atividades operacionais, de investimento e de financiamento, com o uso do método direto ou indireto
para evidenciação do fluxo de caixa das atividades operacionais (no caso das entidades reguladas pela
SUSEP este regulador requer que seja adotado exclusivamente o método direto). O uso do método
direto implica a evidenciação da conciliação do lucro líquido com o caixa das atividades operacionais.
Os juros e os dividendos pagos ou recebidos podem ser classificados em atividades operacionais ou,

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alternativamente, os pagos nas atividades de financiamento e os recebidos nas atividades de


investimento.

Pronunciamento Técnico CPC 04 – Ativo Intangível


32. Esse Pronunciamento foi aprovado pela Deliberação CVM nº. 553/08, Circular SUSEP nº. 379/08 e
pelas Resoluções CFC nº. 1.139 e nº. 1.140/08 (o CFC aprovou o anexo do Pronunciamento sobre
custos com website em Resolução à parte). A Lei nº. 11.638/07 introduziu o subgrupo Ativo Intangível
dentro do grupo Ativo Não-Circulante. Dele fazem parte o Ágio por Expectativa de Rentabilidade
Futura (goodwill), e os demais ativos intangíveis. No Pronunciamento Técnico CPC 04, todavia, só são
tratados os ativos intangíveis outros que não o ágio por expectativa de rentabilidade futura, a ser
tratado em documento a ser emitido em 2009, para vigência em 2010 sob o título de Combinação de
Negócios (Pronunciamento Técnico CPC 15) (ver item 39).

33. Para ser registrado nesse subgrupo, é necessário que o ativo, além de incorpóreo, seja separável, isto é,
capaz de ser separado ou dividido da entidade e vendido, transferido, licenciado, alugado ou trocado,
seja individualmente ou em conjunto com um contrato, ativo ou passivo relacionado; ou então resulte
de direitos contratuais ou de outros direitos legais, quer esses direitos sejam transferíveis quer sejam
separáveis da entidade ou de outros direitos e obrigações.

34. O registro contábil dos ativos intangíveis (incluindo o goodwill) continua a ser feito pelo seu custo de
aquisição, se esse custo puder ser mensurado com segurança, e não por expectativa de valor no
mercado, sendo vedada completamente no Brasil sua reavaliação (Lei das S/A).

35. O ativo intangível gerado internamente (com exceção do goodwill) pode, em certas circunstâncias,
conforme restrições dadas pelo CPC 04, ser reconhecido pelo seu custo de obtenção. Mas não podem
nunca ser ativados os gastos com pesquisa. Os gastos com desenvolvimento somente são capitalizáveis
nas condições restritas dadas pelo CPC 04.

36. Os ativos intangíveis precisam ser amortizados conforme sua vida útil econômica. No caso dos
intangíveis sem vida útil econômica determinada, sua amortização será normal em 2008 (como no caso
do goodwill). Todavia, de 2009 em diante essa amortização fica vedada. Por outro lado é requerido o
teste de recuperabilidade (impairment) (conforme Pronunciamento Técnico CPC 01). Dessa forma, a
aplicação do CPC 01 é requerida para todo o ativo intangível, mesmo em 2008.

37. Compõem, normalmente, o grupo do Ativo Intangível, além do ágio por expectativa de rentabilidade
futura, patentes, direitos de franquia, direitos autorais, marcas, luvas, custos com desenvolvimento de
produtos novos, direitos de exploração, direitos de folhas de pagamento, etc. Exemplificações são
discutidas ao final do Pronunciamento CPC 04, bem como tratamento especial é dado aos custos com
desenvolvimento de website.

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38. A reclassificação relativa a esse subgrupo precisa se dar no balanço de abertura do exercício de sua
primeira aplicação.

Ágio por expectativa de rentabilidade futura


39. Esteve em audiência pública minuta do Pronunciamento Técnico CPC 15 – Combinação de Negócios,
para normatizar a nova redação do art. 226, § 3º., da Lei das S/A, introduzida pela Lei nº. 11.638/07.
Ocorre que esse parágrafo foi alterado pela Medida Provisória nº. 449/08, e a obrigação de que a fusão,
cisão e incorporação entre partes independentes que se seguisse a uma transação de controle da
entidade se fizesse com os ativos e passivos a valores justos foi eliminada. Ficou em seu lugar a
determinação de que a CVM normatizasse a matéria. À vista dessa mudança, o citado Pronunciamento
Técnico acabou não sendo formalmente emitido, ficando programada sua emissão durante 2009 com
vigência a partir de 2010, para a plena convergência às normas do IASB.

40. A minuta desse Pronunciamento tratava com detalhe do cálculo do ágio por expectativa de
rentabilidade futura (goodwill) nos processos de combinação de negócios (não só compra de
participação societária e também sem vínculo obrigatório a processos de fusão, cisão ou incorporação).

41. À vista da não emissão do Pronunciamento e de não emissão ainda, por parte da CVM, de qualquer ato
regulando esse novo texto legal, surgiram dúvidas quanto à forma de apuração do citado ágio em 2008
e 2009, antes da emissão do novo documento sobre combinação de negócios.

42. Este Comitê lembra que, como indicado na Instrução CVM nº. 247/96, notadamente em seu art. 14, “O
ágio ou deságio computado na ocasião da aquisição ou subscrição do investimento deverá ser
contabilizado com indicação do fundamento econômico que o determinou.”

43. Adicionalmente o § 1º. do referido artigo menciona:

O ágio ou deságio decorrente da diferença entre o valor de mercado de parte ou de todos os bens do
ativo da coligada e controlada e o respectivo valor contábil, deverá ser amortizado na proporção em
que o ativo for sendo realizado na coligada e controlada, por depreciação, amortização, exaustão ou
baixa em decorrência de alienação ou perecimento desses bens ou do investimento.

44. E o § 2º.:

O ágio ou o deságio decorrente da diferença entre o valor pago na aquisição do investimento e o


valor de mercado dos ativos e passivos da coligada ou controlada, referido no parágrafo anterior,
deverá ser amortizado da seguinte forma:

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a) o ágio ou o deságio decorrente de expectativa de resultado futuro – no prazo, extensão e


proporção dos resultados projetados, ou pela baixa por alienação ou perecimento do
investimento, devendo os resultados projetados serem objeto de verificação anual, a fim de que
sejam revisados os critérios utilizados para amortização ou registrada a baixa integral do ágio;
e

b) o ágio decorrente da aquisição do direito de exploração, concessão ou permissão delegadas pelo


Poder Público – no prazo estimado ou contratado de utilização, de vigência ou de perda de
substância econômica, ou pela baixa por alienação ou perecimento do investimento.

45. Assim, a recomendação deste CPC é que, enquanto não emitido o Pronunciamento sobre Combinação
de Negócios, os ativos e passivos da sociedade adquirida, ou os relativos à parte cindida, sejam
avaliados a seus valores justos (de mercado), antes da mensuração do ágio por expectativa de
rentabilidade futura (goodwill). A parcela desses valores justos (de mercado) que exceder o valor
contábil deve ser tratada como ágio decorrente de diferença entre valor de mercado e valor contábil e
sofrer os processos de baixa conforme as baixas dos elementos que lhe deram origem. Exceção feita à
previsão de reconhecimento separado de determinados ativos e passivos hoje normalmente não
reconhecidos nesse processo, especialmente do ativo intangível adquirido em combinação de negócios
a que se refere o item 34 do CPC 04 – Ativo Intangível, que pelo item 129 fica sem efeito até a
emissão de Pronunciamento específico sobre combinação de negócios.

46. Dessa forma, a parcela que exceder os valores justos ou de mercado desses ativos deve ser tratada
contabilmente como ágio por expectativa de rentabilidade futura (goodwill).

47. Esse ágio por expectativa de rentabilidade futura (goodwill) deve sofrer, até o último dia do exercício
encerrado em 31 de dezembro de 2008, a amortização sistemática, conforme previamente determinado,
requerida pelas práticas contábeis adotadas no Brasil e também requerida pela Instrução CVM nº.
247/96 e outros atos normatizadores no Brasil. Sua baixa antecipada somente pode ocorrer nos casos
de perda do seu valor recuperável (CPC 01) ou quando da baixa do investimento. Uma reestruturação
societária onde fica mantida a condição que gerou o ágio não se qualifica como elemento que
fundamenta a baixa antecipada de saldo de ágio.

48. O CPC orienta, ainda, que mesmo com essa amortização aplica-se o teste de recuperabilidade de ativos
(impairment) prevista no Pronunciamento Técnico CPC 01 – Redução ao Valor Recuperável de
Ativos, conforme Deliberação CVM nº. 527/07, Circular SUSEP nº. 379/08, Resolução CMN nº.
3.566/08 e Resolução CFC nº. 1.110/07. A partir do exercício social iniciado em ou a partir de 1º. de
janeiro de 2009, a amortização contábil sistemática do ágio por expectativa de rentabilidade futura
(goodwill) cessa completamente, permanecendo apenas a aplicação do teste de recuperabilidade
exigida pelo Pronunciamento Técnico CPC 01.

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49. As amortizações fiscais, quando admitidas, se farão apenas via uso de livros fiscais auxiliares, com os
reflexos contábeis relativos aos impostos diferidos (ativos ou passivos) que forem aplicáveis nas
circunstâncias.

50. É importante lembrar que só pode ser reconhecido o ativo intangível ágio por expectativa de
rentabilidade futura se adquirido de terceiros, nunca o gerado pela própria entidade (ou mesmo
conjunto de empresas sob controle comum). E o adquirido de terceiros só pode ser reconhecido, no
Brasil, pelo custo, vedada completamente sua reavaliação.

Classificação contábil dos ágios e deságios


51. O ágio pago por expectativa de rentabilidade futura é classificado no subgrupo Ativo Intangível, dentro
do grupo do Ativo Não-Circulante. Os deságios devem continuar classificados em investimentos e se o
fundamento econômico assim justificar, continuar a serem amortizados, em 2008 e 2009. Os deságios
sem fundamentação econômica somente podem ser baixados quando da baixa do investimento.

52. Nas demonstrações contábeis individuais, o ágio por diferença entre valor justo (valor de mercado) e
valor contábil, apurado na aquisição de investimentos em coligadas e controladas, continua
classificado no subgrupo de Investimentos, também no Ativo Não-Circulante.

53. Nos balanços consolidados, todavia, o ágio por diferença entre valor justo (valor de mercado) de ativos
e passivos e valor contábil fica, conforme inclusive detalhado na Instrução CVM nº. 247/96, agregado
aos ativos ou passivos que lhe deram origem, e não no subgrupo Investimentos. Os deságios
anteriormente classificados nos balanços consolidados como resultados de exercícios futuros devem
ser reclassificados para o passivo não-circulante, devido à extinção daquele grupo de contas.

54. De acordo com as normas internacionais de contabilidade, apenas o ágio por expectativa de
rentabilidade futura tem a característica de ser classificável no Ativo Intangível, e a Lei das S/A
também indica que esse ágio é classificado nesse grupo.

55. A reclassificação dos ágios a que se refere esse item deve ser feita no balanço de abertura do exercício
social de 2008 (ou de 2007 se publicação comparativa re-elaborada como previsto no Pronunciamento
Técnico CPC 13).

56. Quando ocorre a incorporação do investimento que deu origem ao ágio, o ágio decorrente do
diferencial do valor de mercado dos ativos e passivos passa a integrar as contas dos ativos ou passivos
que lhe deram origem da mesma forma que nas demonstrações contábeis consolidadas e, se aplicável,
são realizados da mesma forma que os ativos e passivos originais incorporados. Consequentemente, o
ágio pago por expectativa de rentabilidade futura que remanescer é classificado no subgrupo Ativo
Intangível.

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Pronunciamento Técnico CPC 05 – Divulgação sobre Partes Relacionadas


57. Esse Pronunciamento, aprovado pela Deliberação CVM nº. 560/08, Circular SUSEP nº. 379/08 e pela
Resolução CFC nº. 1.145/08, também teve iniciada sua vigência para as demonstrações contábeis dos
exercícios sociais encerrados a partir do exercício findo em 31 de dezembro de 2008. Ele revoga
disposições anteriores, e muda substancialmente o foco na definição do que sejam Partes
Relacionadas. Anteriormente, principalmente pela Deliberação CVM nº. 26/86, na definição de partes
relacionadas centrava-se mais nos relacionamentos formais, jurídicos entre as partes. Agora se centra
muito mais na capacidade de uma parte influir na outra.

58. São partes relacionadas aquelas em que uma, direta ou indiretamente, controla a outra, inclusive de
forma conjunta, ou se ambas estão sob o controle comum, ou se de alguma forma uma tem um
interesse na entidade que lhe confira influência significativa sobre a outra.

59. Ainda são também partes relacionadas uma pessoa membro do pessoal-chave da administração da
entidade ou de sua controladora ou um membro próximo da família ou de qualquer indivíduo que seja
parte relacionada. Outras caracterizações existem, como previsto no Pronunciamento Técnico CPC 05.

60. A existência de partes relacionadas precisa ser divulgada, independentemente da ocorrência ou não de
transações entre elas. E, no caso de existência de transações, a entidade deve divulgar a natureza do
relacionamento com as partes relacionadas, assim como informação sobre as transações e saldos
existentes para a compreensão do potencial efeito desse relacionamento nas demonstrações contábeis.

61. O Pronunciamento Técnico CPC 05 também requer o cumprimento de divulgações necessárias sobre as
partes relacionadas, incluindo dados sobre as transações realizadas, remunerações das pessoas-chave,
etc.

Pronunciamento Técnico CPC 06 – Operações de Arrendamento Mercantil


62. Esse Pronunciamento foi aprovado pela CVM nº. 554/08, Circular SUSEP nº. 379/08, e pela
Resolução CFC nº. 1.141/08, estando em vigência para as demonstrações contábeis dos exercícios
sociais encerrados a partir do exercício findo em 31 de dezembro de 2008. Por esse Pronunciamento, a
Essência precisa prevalecer sobre a Forma na classificação e na contabilização das operações de
arrendamento mercantil, como deve ocorrer, aliás, em todas as transações. Quando os riscos e
benefícios inerentes à propriedade de um ativo arrendado são transferidos ao arrendatário, a operação
deve ser contabilizada como venda financiada. Se permanecem no arrendador, deve ser reconhecida
como arrendamento operacional. A essência é a base da análise, da classificação e da contabilização, e
não a forma jurídica apresentada no contrato se esta não representar a essência econômica da
transação.

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63. Quando o arrendamento mercantil é operacional, a arrendadora mantém o bem arrendado em seu ativo
e ela e a arrendatária devem reconhecer a receita e a despesa, respectivamente, numa linha reta, ou
seja, em prestações constantes, mesmo que os pagamentos não sejam assim estipulados – ou seja,
mesmo no caso de arrendamento operacional, se o contrato prever, por exemplo, 30% do pagamento
na primeira prestação, mais 12% na última, e os restantes 58% distribuídos 1% ao mês durante os
outros 58 meses de um contrato de 5 anos, contabilmente não se pode registrar, na arrendadora, a
receita de 30% no primeiro mês, o mesmo com a despesa na arrendatária, etc. É necessário que o total
seja distribuído, como receita numa e despesa na outra, à base de 1/60 por mês.

64. Quando o arrendamento for classificado como financeiro, o bem deve ser tratado como vendido pela
arrendadora ou um terceiro diretamente à arrendatária, que o ativa e reconhece sua dívida perante a
arrendadora, e esta classifica o desembolso como um recebível. O valor dessa transação é o valor
presente dos fluxos de pagamento negociados, ou o valor justo do bem se este for menor. Assim, se
houver uma contratação de arrendamento mercantil financeiro por uma taxa que seja visivelmente
abaixo da do mercado, considerando a transação, a garantia e o risco do devedor, o valor presente das
prestações produzirá um valor diferente do que o valor normalmente praticado para venda a vista do
bem. Nesse caso o arrendatário ativa o bem pelo valor presente calculado, já que esse representa
melhor seu efetivo custo de aquisição. E, com o decorrer do tempo, a diferença entre esse valor e o
valor total pago será registrado como despesa financeira, evidenciando uma taxa de juros consentânea
com o mercado na data da transação, e não uma taxa de juros irrealista colocada de forma implícita no
contrato. Se o arrendador for o próprio vendedor, reconhecerá também uma receita de venda pelo valor
presente, diferente do que o praticado para venda a vista, evidenciando uma negociação por um preço
especial.

65. Os pagamentos das prestações do arrendamento mercantil financeiro não caracterizam uma despesa e,
dessa forma serão registrados: parte como amortização parcial do saldo devedor da dívida e parte
como pagamento de encargos financeiros. O ativo deve ser depreciado pela sua vida útil, e não pelo
prazo do contrato.

66. Ao longo do tempo, o total das despesas numa forma ou na outra é o mesmo, mas sua distribuição
temporal pela adoção da nova prática contábil fica economicamente mais apropriada e, além disso, o
balanço patrimonial da arrendatária apresentará em seu ativo imobilizado os ativos que usa e que estão
sob seu controle (assumindo os riscos e benefícios) para produzir seus bens e serviços, bem como
apresentará sua dívida decorrente dos compromissos assumidos.

67. No CPC 06 a figura do arrendador é genérica, não se restringindo à de uma sociedade de arrendamento
mercantil, a um banco ou semelhante, podendo figurar como arrendador o próprio fabricante do bem
ou um terceiro qualquer.

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68. Para a primeira aplicação desse Pronunciamento, os ajustes precisam ser retroativos, ou seja, precisa-se
reelaborar o balanço de abertura como se essa contabilização houvesse sido sempre praticada, tudo
contra Lucros ou Prejuízos Acumulados.

Pronunciamento Técnico CPC 07 – Subvenção e Assistência Governamentais


69. Esse Pronunciamento, aprovado pela CVM por sua Deliberação nº. 555/08, Circular SUSEP nº. 379/08
e pela Resolução CFC nº. 1.143/08, dispõe acerca da alteração da Lei das S/A introduzida pela Lei nº.
11.638/07 no que tange às subvenções para investimento. Por meio dessas alterações de prática
contábil, essas subvenções não podem mais, inclusive durante 2008, ser reconhecidas diretamente em
conta do patrimônio líquido. Precisam transitar pelo resultado do exercício em atendimento ao regime
de competência (e não simplesmente pelo seu reconhecimento no ativo).

70. As subvenções, mesmo as não-monetárias, não devem ser reconhecidas no resultado até que exista
segurança de que a entidade cumprirá todas as condições relacionadas à obtenção da subvenção e de
que será efetivamente recebida. Assim, se a empresa recebe um terreno como subvenção de uma
prefeitura, mas se obriga a ofertar um determinado número de empregos nos próximos cinco anos, não
poderá reconhecer como receita essa subvenção até cumprir todos os seus compromissos que lhe
permitirão, de fato, fazer jus ao imóvel. Contabilizará o valor justo desse imóvel no seu ativo e uma
contrapartida no passivo não-circulante (ou, o que é permitido, alternativamente, em uma conta
retificadora do próprio imobilizado), até que a obrigação seja cumprida totalmente, quando então
transferirá essa conta para o resultado como receita. Se receber ativos não-monetários depreciáveis,
como edifícios e máquinas, a conta credora irá sendo reconhecida no resultado na mesma proporção do
que forem sendo baixados esses ativos por meio de depreciações/amortizações; esse reconhecimento
no resultado pode ser em conta de receitas ou diretamente como redução da contrapartida das próprias
depreciações/amortizações.

71. Somente no caso de subvenções recebidas após o cumprimento de todas as obrigações necessárias à sua
obtenção é que o crédito ao resultado deve ser efetuado quando do efetivo ingresso da subvenção no
seu ativo.

72. Se, noutra hipótese, for o caso de direcionamento de parte de um tributo para uma aplicação num
fundo, por exemplo, o reconhecimento da subvenção se dará quando do recolhimento financeiro, e não
quando do registro do tributo. Ou, se a subvenção for por redução ou isenção de um tributo, e
estiverem já cumpridos todos os compromissos necessários a esse benefício, o registro da subvenção
será concomitante com o do tributo, um contra o outro apenas para fins de melhor evidenciação, mas
ambos no resultado.

73. Na situação de tributos com recolhimento financiado com prazo e taxas de juros diferentes das usuais
de mercado, a empresa precisa reconhecer, na contratação do financiamento, o valor da subvenção,

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que nesse caso é o benefício pela utilização de uma taxa de juros em condições favorecidas, como
resultado do exercício em que ficar assegurado o cumprimento das obrigações relativas à obtenção da
subvenção. O cálculo do valor da subvenção, nesse caso, leva em conta taxas que representem efetivas
condições de mercado e risco à época em que o benefício se concretizar. Se o benefício se concretiza à
medida que se efetuam pagamentos intermediários, a receita é reconhecida apenas conforme essa
concretização, permanecendo o saldo remanescente em conta de passivo.

74. Essas receitas, à medida que reconhecidas no resultado, podem gerar destinações para a Reserva de
Lucros de Incentivos Fiscais, a partir da conta de Lucros Acumulados, a fim de que sejam preservados
os direitos ao benefício fiscal.

75. A primeira aplicação dessa nova forma de contabilização é para os exercícios sociais encerrados a
partir de 31 de dezembro de 2008, sem reaplicação retroativa, a não ser que se re-elaborem as
demonstrações anteriores à luz das novas práticas contábeis, quando a retroação alcançará o mais
antigo exercício a ser re-elaborado (ver Pronunciamento Técnico CPC 13).

Pronunciamento Técnico CPC 08 – Custos de Transação e Prêmios na Emissão de


Títulos e Valores Mobiliários
Nova forma de alocar e contabilizar encargos financeiros, custos de captação de empréstimos e
financiamentos e prêmios na emissão de debêntures

76. A Lei nº. 11.638/07 e a Medida Provisória nº. 449/08 não trouxeram, de forma explícita, quaisquer
modificações nos cálculos e apropriações dos encargos e das receitas financeiras. Todavia, a Lei nº.
11.638/07, ao extinguir a Reserva de Prêmio na Emissão de Debêntures, trouxe a obrigação de esse
prêmio ser tratado como receita na demonstração do resultado. Como essa receita precisa ser
apropriada por regime de competência e não de forma integral quando recebida em dinheiro, houve a
necessidade de normatização conforme as normas internacionais de contabilidade. Para isso foi
necessária a emissão de documento sobre encargos financeiros em geral consoante as regras do IASB,
especificamente do IAS 39. Ocorre que o conceito de encargos financeiros do IASB é bem mais
abrangente que o que vinha sendo utilizado no Brasil. Ele abrange todos os custos incrementais com
captação de recursos, não apenas os pagos diretamente às instituições financeiras ou aos emprestadores
de recursos. Assim, os custos de captação de recursos, como os pagamentos de honorários de
consultores, serviços de intermediários financeiros, advogados, auditores independentes, viagens,
gráfica, etc. que não existiriam caso não houvesse o processo de captação, são acrescidos às despesas
financeiras propriamente ditas para se ter o total dos encargos financeiros, alocados por regime de
competência conforme a taxa efetiva de juros (sistema exponencial, método do “custo amortizado” ou
taxa interna de retorno).

77. Em função dessa lógica o Comitê de Pronunciamentos Contábeis emitiu o Pronunciamento Técnico

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CPC 08 – Custos de Transação e Prêmios na Emissão de Títulos e Valores Mobiliários, aprovado pela
Deliberação CVM nº. 556/08, Circular SUSEP nº. 379/08 e Resolução CFC nº. 1.142/08.

78. O CPC lembra que esse conceito de encargos financeiros como a soma algébrica dos custos
incrementais de captação, juros, variação cambial, prêmios e assemelhados está em vigência para os
exercícios sociais que se encerram a partir de 31 de dezembro de 2008.

79. Dessa forma, os passivos que registram essas obrigações por recursos captados junto a terceiros se
iniciam pelo valor líquido efetivamente recebido.

Nova forma de contabilizar os custos de emissão de ações

80. O CPC lembra que esse assunto também não foi citado pela Lei nº. 11.638/07 e pela Medida Provisória
nº. 449/08, mas sua forma de contabilização foi mudada tendo em vista a emissão do CPC 08 citado no
item 77.

81. Por causa disso, nos exercícios sociais encerrados a partir de 31 de dezembro de 2008 os custos
incrementais com emissão de novas ações não mais podem, contabilmente, ser tratados como despesas
a apropriar, dentro do ativo, o que como regra já era incorreto, nem como despesas na demonstração
do resultado. São registrados em conta retificadora (redução) do Capital Social ou, quando aplicável na
Reserva de Capital que registrar o prêmio recebido na emissão das novas ações.

82. Dessa forma, a mutação do patrimônio líquido pelo incremento de novas ações emitidas é reconhecida
pelo valor líquido efetivamente recebido.

83. Essas novas regras se aplicam a partir do exercício social de 2008, não havendo ajustes retroativos, a
não ser que a entidade voluntariamente reapresente demonstrações de exercícios anteriores.

Pronunciamento Técnico CPC 09 – Demonstração do Valor Adicionado


84. Essa demonstração (DVA) foi tornada obrigatória para as companhias abertas pela Lei nº. 11.638/07,
mas este CPC fortemente recomenda sua elaboração como parte das demonstrações contábeis para
todas as sociedades que divulgam demonstrações contábeis. Esse Pronunciamento foi aprovado pela
Deliberação CVM nº. 557/08, Circular SUSEP nº. 379/08 e pela Resolução CFC nº. 1.138/08. No
primeiro ano de sua aplicação, demonstrações contábeis do exercício findo em 31 de dezembro de
2008, não é obrigatória a apresentação dos valores relativos ao exercício anterior, a não ser que a
entidade já venha elaborando e divulgando, voluntariamente, essa demonstração, ou voluntariamente
opte por apresentar a demonstração do exercício anterior, para fins de comparação. O Pronunciamento
apresenta modelos dessa demonstração para as sociedades comerciais, industriais e de serviços em
geral, bem como para instituições financeiras e de seguros.

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85. Essa demonstração deve evidenciar, na primeira parte, a riqueza criada, como diferença entre suas
receitas de vendas de bens, serviços e utilidades, diminuídas dos valores dos bens, serviços e utilidades
adquiridos de terceiros. A essa riqueza gerada adicionam-se as recebidas em transferência de terceiros,
como as derivadas de juros, equivalência patrimonial, royalties e semelhantes. Essa riqueza total
obtida é, na distribuição, mostrada a quem foi repassada: ao trabalho (salários, honorários, etc.), ao
capital de terceiros, ao capital próprio (distribuído e retido) e ao governo. Evidencia-se assim, de
forma muito neutra, a geração e a distribuição do pedaço do PIB produzido pela entidade.

86. Cuidados especiais devem ser tomados com os tributos recuperáveis. Na demonstração do resultado o
ICMS e os demais tributos recuperáveis são excluídos do custo dos bens e serviços, mas para fins da
DVA os tributos precisam estar neles incluídos; na demonstração do resultado esses tributos, quando
incidentes sobre a receita, aparecem como redutores da receita bruta. Para fins da DVA esse
tratamento na receita bruta permanece, mas os tributos recuperáveis nos custos dos bens e serviços
incluídos nas despesas devem ficar acrescidos a esses bens e serviços, de forma que, na parte relativa
ao valor adicionado transferido ao governo apareçam apenas as parcelas desses tributos realmente
adicionais nascidos das operações da entidade. Tratamento especial deve ser dado aos tributos no
regime de substituição tributária.

87. As instituições financeiras, em especial as de atividade bancária, têm um tratamento especial; ao invés
de as receitas financeiras serem parte do valor adicionado recebido em transferência, e de as despesas
financeiras serem dadas como distribuição da riqueza, nessas instituições consideram-se as receitas
financeiras, diminuídas das despesas financeiras, como parte da riqueza adicionada pelas próprias
instituições.

88. E outro ponto a merecer atenção é a construção de ativos para uso próprio, principalmente edificações e
outros imobilizados. Nesse caso, para fins da DVA, o valor de mercado desses ativos é tratado como
se fosse uma receita (de produção), e os insumos adquiridos de terceiros nessa construção ficam como
redução dessa receita para reconhecimento do valor adicionado gerado pela construção.

Pronunciamento Técnico CPC 10 – Pagamento Baseado em Ações


89. Essas situações de pagamento principalmente de serviços, mais conhecidas como stock options, são
uma novidade no Brasil em termos contábeis. Normalmente as empresas no Brasil vinham
simplesmente contabilizando, quando os administradores e empregados adquiriam o direito de
subscrever e integralizar ações da empresa (ou quotas) por valor negociado no início do contrato, feito
anos atrás, da maneira mais simples possível: aumento de capital pelo valor efetivamente recebido,
mesmo que esse valor representasse muito pouco perto do valor de mercado atual dessas ações. Assim,
o “custo” do contrato só era sentido pelos sócios da empresa ao verem que entraram novos sócios
pagando menos do que as ações valem, diluindo sua participação. Ou o exercício da opção era feito

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com ações que se encontravam em tesouraria, sem produzir efeito no resultado do exercício.

90. Esse Pronunciamento Técnico foi aprovado pela Deliberação CVM nº. 562/08, pela Circular SUSEP nº.
379/08 e pela Resolução CFC nº. 1.149/09; para as companhias abertas e entidades reguladas pela
SUSEP, sendo requerido já a partir das demonstrações contábeis do exercício social encerrado em 31
de dezembro de 2008. Todavia, em casos raros onde for impraticável essa contabilização, as entidades
devem divulgar, de maneira totalmente justificada, os motivos dessa impossibilidade.

91. Pelo Pronunciamento Técnico CPC 10, que segue as normas internacionais de contabilidade, as
empresas precisam reconhecer a despesa, se houver, representada pelos benefícios dessas opções
outorgadas a administradores e empregados. Mas a obrigação não é de reconhecer a despesa pela
diferença entre o valor de mercado das ações na data da subscrição e o valor aceito para a
integralização. Foi seguida a regra de reconhecer como despesa o valor da opção quando outorgada
aos administradores e empregados, já que outorgada gratuitamente, sem recebimento de prêmio.
Assim, quando da outorga, verifica-se qual seria o valor caso fosse possível vender essas opções no
mercado nessa data da outorga. E esse valor representa o total a ser reconhecido como despesa durante
a vigência do contrato, paulatinamente, por regime de competência.

92. Quando não é possível obter esse valor diretamente no mercado, costuma-se utilizar de alguma fórmula
que o mercado reconhece para esse fim, como o método binomial, Black & Scholes, etc. E são
admitidas e acompanhadas as hipóteses de efetiva probabilidade de haver a subscrição, já que alguns
beneficiários podem não cumprir metas, falecer, deixar o emprego, etc.

93. Na verdade, o Pronunciamento abrange não só essa situação mais comum, mas também a possibilidade
de aquisição de bens e outros serviços com pagamentos baseados em ações, com liquidação em
instrumentos patrimoniais ou em dinheiro. Quando da aquisição de bens e serviços com valores de
mercado conhecidos, os bens e serviços são reconhecidos pelos seus valores justos de mercado; mas na
grande maioria das vezes desses planos se tem a negociação de serviços de administradores e
empregados cujo valor de mercado não é facilmente obtido. Daí a sua substituição pelo valor justo das
opções outorgadas.

94. A contabilização dessas opções se dá com o crédito em conta especial de patrimônio líquido, junto com
as Reservas de Capital, como por exemplo Opções Outorgadas Reconhecidas ou semelhante, quando
for pagamento baseado em ações e liquidado com instrumentos patrimoniais, e no passivo, se for
liquidado em caixa. A contrapartida, conforme o CPC 10, será em conta de ativo (por exemplo, custo
para formação de estoques) ou em conta de despesa (por exemplo, despesa operacional, no caso de o
custo dos serviços corresponderem a esse tipo de despesa, ou participação nos lucros, nos casos em
que o direito aos instrumentos outorgados estiver relacionado ao atingimento de lucro líquido da
companhia).

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95. Dúvidas têm surgido com relação a eventual perda de substância econômica da opção entre a data da
outorga (que pode ter ocorrido durante 2008 ou em anos anteriores) e a data do encerramento do
exercício de 31 de dezembro de 2008, dado que, em decorrência da atual crise financeira mundial, em
determinados casos, o valor das ações das empresas pode ter se deteriorado. Este CPC esclarece que
quando a previsão do pagamento é exclusivamente em ações da companhia, a mensuração do valor da
opção se dá na data da outorga, o qual não é alterado durante o período de aquisição (vesting period).

96. Esse pronunciamento se aplica a todos os contratos com pagamento baseado em ações existentes ao
final do exercício de 2008, e requer o ajuste do balanço de abertura desse período.

Pronunciamento Técnico CPC 11 – Contratos de Seguro


97. Esse Pronunciamento, aprovado pela CVM por sua Deliberação nº. 563/08, pela SUSEP mediante a
Circular nº. 379/08 e pela Resolução CFC nº. 1.150/09, só será obrigatório a partir de 2010. Cuida das
operações de seguros, concentradamente ou praticamente só operadas, no Brasil, pelas entidades
autorizadas a funcionar pela SUSEP.

Pronunciamento Técnico CPC 12 – Ajuste a Valor Presente


98. Esse Pronunciamento, aprovado pela Deliberação CVM nº. 564/08, pela Circular SUSEP nº. 379/08 (a
SUSEP excepcionalizou a aplicação para as operações de seguros, resseguros e previdência) e pela
Resolução CFC nº. 1.151/09, está em vigência também para as demonstrações contábeis a partir do
exercício findo em 31 de dezembro de 2008, inclusive por força da Lei das S/A, modificada pela Lei
nº. 11.638/07.

99. O Ajuste a Valor Presente é obrigatório para todos os ativos e passivos não-circulantes recebíveis ou
exigíveis, e também para os circulantes se a diferença entre praticá-lo ou não for relevante para a
avaliação da situação patrimonial ou do resultado. São excluídos o Imposto de Renda Diferido Ativo e
Passivo e as contas que não tenham qualquer condição de fixação de data para sua liquidação ou
realização por outra forma, ou em situação de contas correntes, certos tipos de mútuos, etc. Há um
anexo ao Pronunciamento em que algumas dessas situações são discutidas.

100. Como regra os valores transacionados em condições normais com instituições financeiras já estão a
valor presente, não sendo necessário qualquer ajuste, desde que as apropriações dos respectivos
rendimentos ou encargos financeiros venham sendo efetuadas pela taxa efetiva de juros (juros
compostos), ou seja, que se esteja praticando o “custo amortizado” (amortização dos juros a apropriar
por competência).

101. Já no caso de transações que, mesmo mencionando expressamente a figura de juros, utilizem taxas
visivelmente fora de mercado, os ajustes a valor presente por taxas efetivamente realistas da data da
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transação são obrigatórios. Mas deve ser entendido que certas taxas em certas situações são dadas
como de mercado pela presença de apenas um tipo de instituição, como é o caso do BNDES no Brasil;
nesse caso, não há ajustes a serem feitos porque os montantes devidos já devem estar registrados a
valor presente, sobre o qual incidem os juros aplicáveis às respectivas transações.

102. Há situações em que passivos são reconhecidos a preços atuais, mas para liquidação a médio ou longo
prazo, como certas provisões. Os ajustes a valor presente são obrigatórios nesses casos, pelas taxas
reais de desconto, já que os preços estão em moeda de agora (pagamento futuro, mas preços de agora).
Se os valores registrados embutem inflação, a taxa de desconto precisa também incluir a inflação
estimada.

103. E os ajustes são, obviamente, mandatórios quando as transações não mencionam quaisquer encargos
financeiros, como em certas transações de imóveis, de participações societárias e outras em que só têm
valores fixos e datas determinadas para a liquidação financeira.

104. O Pronunciamento Técnico CPC 01 possui um apêndice que discute a fixação da taxa de desconto para
esse cálculo, mas ela deve retratar as condições econômicas gerais vigentes na data original da
transação, bem como as situações específicas da entidade devedora, especialmente seu risco. Fixada
essa taxa na data original da contratação, ela não mais se modifica ao longo do tempo. Ajuste a Valor
Presente não é sinônimo de Valor Justo; poderia sê-lo, mas apenas na data da contratação, já que as
condições seguintes podem mudar; consequentemente, pode haver alterações nas taxas e no valor
justo, mas não mais no valor presente de recebível ou exigível.

105. A contrapartida de ajuste a valor presente de exigível pode ser a redução do custo do ativo adquirido
(mesmo que parcialmente) com esse passivo, como no caso de compra de estoque por prazo anormal
”sem juros”, ou de um imóvel sem explicitação de encargos financeiros, etc. Ou pode ser contrapartida
direta em resultado no caso de serviços considerados como despesas; ou ainda como subvenção para
investimento, etc. A contrapartida de um recebível pode ser a redução de receita de venda ou perda de
forma direta.

106. Os ajustes a valor presente são normalmente contabilizados como contas retificadoras dos recebíveis e
exigíveis e vão sendo alocados ao resultado como receitas ou despesas financeiras pelo regime de
competência, pelo método da taxa efetiva de juros.

107. A primeira aplicação desse Pronunciamento se dá nos exercícios sociais de 2008, sendo obrigatória a
retroação, ou seja, devem ser ajustados os saldos do balanço de abertura do exercício, inclusive as
contas de itens não-monetários afetadas.

Pronunciamento Técnico CPC 13 – Adoção Inicial da Lei nº. 11.638/07 e da Medida


Provisória nº. 449/08
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108. A maior parte do conteúdo desse Pronunciamento já está comentada nos demais itens desta Orientação,
quando se fala de suas vigências. Restam poucos pontos a comentar ou a chamar a atenção.

Comparabilidade 2008 vs. 2007

109. Esse Pronunciamento, aprovado pela CVM por sua Deliberação nº. 565/08, pela SUSEP por sua
Circular nº. 379/08 e pelo CFC por meio da Resolução CFC nº. 1.152/09, dispensou a reelaboração e
apresentação, para fins de divulgação comparativa, das demonstrações contábeis de 2007, mas
incentivou as empresas que tiverem condição a fazê-lo. É requerida, todavia, no mínimo a divulgação,
em nota explicativa, das modificações introduzidas e dos seus efeitos no resultado e no patrimônio
líquido de 2008.

Desaparecimento do grupo Resultados de Exercícios Futuros

110. Esse grupo desapareceu como grupamento de contas do balanço patrimonial por força da Medida
Provisória nº. 449/08, sendo que seus saldos, se efetivamente classificáveis de forma correta conforme
legislação contábil anterior, vão para o passivo não-circulante, devidamente destacadas as receitas e
despesas.

111. As entidades de atividade imobiliária não podem também utilizar esse grupo, como aliás já era
determinado pelas normas do Conselho Federal de Contabilidade.

112. Havia certas circunstâncias em que algumas entidades registravam a esse título (Resultados de
Exercícios Futuros) a contrapartida de venda de direitos até então não inscritos no ativo, mas
vinculados a algum elemento do ativo. Nesse caso, em função não só do desaparecimento do grupo de
Resultados de Exercícios Futuros como também da obrigação do teste de recuperabilidade
(impairment) conforme o Pronunciamento Técnico CPC 01, esses valores devem ser reclassificados
como ajuste do respectivo ativo, em conta retificadora. É o caso, por exemplo, da venda de direitos
creditórios relativos a contratos de aluguel de imóvel por ela detido. Esses contratos de aluguel, antes
da alienação de seus fluxos futuros, não estavam reconhecidos contabilmente no ativo, mas eram
vinculados a um ativo Imobilizado ou no Investimento. Antes da venda desses direitos, o valor
econômico do Imobilizado incluía, em essência, o valor econômico desses contratos e, provavelmente,
não havia perda por não-recuperabilidade do valor contábil do Imobilizado. Só que a venda desses
contratos para terceiros provoca o ingresso de recursos financeiros que não são, por si só,
necessariamente um acréscimo ao ativo total, já que o valor econômico do ativo Imobilizado, sem o
direito ao recebimento desses aluguéis futuros, é reduzido, provavelmente gerando perda de
capacidade de recuperação de parte do seu valor contábil (impairment). Portanto, ao invés de
reconhecer o dinheiro recebido pela venda dos contratos de aluguel tendo como contrapartida receita a
apropriar no Passivo (pela extinção dos Resultados de Exercícios Futuros), e uma perda no

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Imobilizado, a orientação é tratar contabilmente o valor da venda desses créditos como redutor do
Imobilizado ou do Investimento.

Desaparecimento do subgrupo Ativo Diferido

113. Pelo mesmo motivo do item anterior, desapareceu como grupamento de contas do balanço patrimonial
esse subgrupo do ativo. Seu saldo precisa ser reanalisado e, quando cabível, reclassificado. (Vejam-se
os casos especiais das despesas pré-operacionais e dos custos de software mais à frente.) Os que não
puderem ser reclassificados para outras contas de ativo, como gastos pré-operacionais administrativos,
de reorganização, gastos com pesquisa, etc. devem ser baixados já no balanço de abertura de 2008
contra Lucros ou Prejuízos Acumulados. Alternativamente, é também admitida legalmente a
possibilidade de esses saldos permanecerem nesse subgrupo até seu total desaparecimento, lembrando
que a Lei das S/A impedia amortização desses valores em prazo superior a dez anos.

Equivalência Patrimonial

114. Com as mudanças de definição de coligada e de aplicação da equivalência patrimonial, os


investimentos que precisaram receber a aplicação desse método, ou foram impedidos de continuar a
sê-lo, devem ter esses efeitos reconhecidos no balanço de abertura de 2008. É admitido, no caso de
investimentos que passaram a ser reconhecidos pela equivalência patrimonial, o cálculo e
contabilização retroativa dos eventuais ágio e deságio na origem.

Lucros Acumulados

115. A obrigação de essa conta não conter saldo positivo aplica-se unicamente às sociedades por ações, e
não às demais, e para os balanços do exercício social terminado a partir de 31 de dezembro de 2008.
Assim, saldos nessa conta precisam ser totalmente destinados por proposta da administração da
companhia no pressuposto de sua aprovação pela assembléia geral ordinária.

116. Essa conta continua nos planos de contas, e seu uso continua a ser feito para receber o resultado do
exercício, as reversões de determinadas reservas, os ajustes de exercícios anteriores, para distribuir os
resultados nas suas várias formas e destinar valores para reservas de lucros.

Definição de práticas contábeis adotadas no Brasil

117. Consoante o item 6 do Pronunciamento Técnico CPC 13 – Adoção inicial da Lei nº. 11.638 e da
Medida Provisória nº. 449/08, aprovado pela Deliberação CVM nº. 565/08, pela Circular SUSEP nº.
379/08 e pela Resolução CFC nº. 1.152/09, “Práticas contábeis adotadas no Brasil é uma terminologia
que abrange a legislação societária brasileira, os Pronunciamentos, Orientações e Interpretações
emitidos pelo CPC homologados pelos órgãos reguladores, e práticas adotadas pelas entidades em

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assuntos não regulados, desde que atendam ao Pronunciamento Conceitual Básico Estrutura
Conceitual para a Elaboração e Apresentação das Demonstrações Contábeis, emitido por este Comitê
e, por conseguinte, em consonância com as normas contábeis internacionais.”

118. Esse conceito visa esclarecer o alcance dessa terminologia para fins das demonstrações contábeis e a
inserção dos Pronunciamentos, Orientações e Interpretações emitidos pelo CPC nesse contexto,
quando formalmente homologados pela CVM e outros órgãos reguladores, que são os órgãos que
determinam a vigência desses documentos aos entes regulados.

Pronunciamento Técnico CPC 14 – Instrumentos Financeiros: Reconhecimento,


Mensuração e Divulgação (fase I)
119. Alguns pontos especiais relativos a esse Pronunciamento, aprovado pela Deliberação CVM nº. 566/08
e pela Resolução CFC nº. 1.153/09 para os quais se chama a atenção:

Investimentos societários permanentes

120. Diferentemente das normas internacionais emitidas pelo IASB – International Accounting Standards
Board, esse Pronunciamento não inclui entre os investimentos financeiros as participações societárias
permanentes, de forma que elas continuam sendo reconhecidas, no Brasil, até o final de 2009, pelo
custo de aquisição ou pela equivalência patrimonial, conforme legislação e normatização existentes. É
necessário, entretanto, especificamente para os investimentos que não são avaliados pela equivalência,
que a administração examine se de fato tem a intenção de ficar com os investimentos de forma
permanente ou se tem intenção de aliená-los em algum momento. Se esta última opção for o caso, nos
termos do item 32 do CPC 13 os investimentos devem ser classificados e avaliados nos termos do CPC
14. Se a intenção for ficar com os investimentos de forma permanente, deve por outro lado aplicar o
teste de recuperabilidade previsto no CPC 01. De acordo com as normas internacionais, esses
investimentos são avaliados pela equivalência patrimonial ou tratados como instrumentos financeiros
avaliados ao valor justo, vedada a avaliação ao custo.

Instrumentos de patrimônio líquido e de dívidas

121. Também diferentemente das normas do IASB, a forma de reconhecimento contábil de diversos
instrumentos financeiros não foi, ainda, objeto de modificação e não está ainda em perfeito
alinhamento a essas normas internacionais, tendo sido, inclusive, excluídos formalmente do escopo
(item 2) do Pronunciamento Técnico CPC 14. Assim, consoante as práticas contábeis ora em vigor,
este Comitê entende que, mesmo havendo, em função das regras internacionais, a possibilidade de uma
classificação diferente daqueles instrumentos financeiros (de patrimônio líquido e/ou de dívidas), essa
classificação, enquanto não alterada a prática contábil brasileira, permanece a mesma. A permissão
para adoção excepcional antecipada, no Brasil, de procedimento alinhado às normas internacionais

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está na esfera dos órgãos reguladores competentes, e não na deste Comitê de Pronunciamentos
Contábeis.

Outros pontos

122. Esse Pronunciamento Técnico CPC 14 regulamenta a Lei das S/A, quando agora são obrigatórias as
classificações de todos os instrumentos financeiros ativos e certos passivos em: empréstimos e
recebíveis, investimentos mantidos até o vencimento, mensurados ao valor justo por meio do resultado
e disponíveis para venda. Estes dois últimos, e mais todos os derivativos, obrigatoriamente avaliados a
seu valor justo.

123. E valor justo corresponde ao valor de mercado para o caso de um mercado ativo com praticantes
independentes entre si, ou ao valor de mercado de instrumento similar se com essa característica na
inexistência do primeiro, ou, na sequência, ao valor presente dos fluxos de caixa futuros ou,
finalmente, ao calculado segundo algum modelo econométrico reconhecido.

124. As classificações dos instrumentos financeiros têm que ser feitas obrigatoriamente no ato de seu
reconhecimento inicial. Para o exercício social primeiro em que se aplicam as classificações exigidas
por esse Pronunciamento, ou seja, para os encerrados a partir de dezembro de 2008, essa classificação
precisa ser feita com base nas condições existentes pelo menos na data do balanço de abertura, se não
for possível retroação à data original dos contratos.

125. Estabelecida a classificação inicial dos instrumentos financeiros o princípio básico é de não alteração
dessa classificação entre as quatro categorias. Exceções a esses princípios são restritas, precisando ser
observadas, atentamente, todas as condições previstas no Pronunciamento Técnico CPC 14 para as
eventuais reclassificações, já que a regra geral é a não reclassificação.

126. No caso das operações de hedge, tanto de hedge de valor justo, quanto de hedge de fluxo de caixa ou
hedge de investimento no exterior, essas classificações também precisam ser estabelecidas no início do
contrato, valendo, para 2008, o mesmo que para os demais instrumentos financeiros. As variações dos
instrumentos de hedge devem seguir o regime de competência que considera os fins a que se destinam.

Reserva de Reavaliação
127. A Lei nº. 11.638/07 eliminou todas as menções à figura da reavaliação espontânea de ativos. Assim,
prevalecem apenas as menções de que os ativos imobilizados, por exemplo, só podem ser registrados
com base no seu efetivo custo de aquisição ou produção.

128. Algumas dúvidas têm sido suscitadas quanto à interpretação de que a não menção à reavaliação não
impede que ela seja feita espontaneamente. O CPC alerta para o fato de que a reavaliação está sim,

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impedida, desde o início do exercício social iniciado a partir de 1º. de janeiro de 2008, em função da
existência dos critérios permitidos de avaliação para os ativos não monetários.

129. O fato de ter havido mudança de critério de avaliação para certos instrumentos financeiros, que agora
passam, conforme sua classificação, a ser avaliados ao valor justo, nada tem a ver com a reavaliação.
Avaliação a valor justo e reavaliação de ativos são institutos e conceitos contábeis diferentes, baseados
inclusive em fundamentos distintos (valor justo, por exemplo, é valor de mercado de venda, ou valor
esperado de fluxo de caixa futuro, enquanto a reavaliação se faz com base no valor de reposição).

130. Outra diferenciação: avaliação a valor justo somente se aplica a ativos destinados à venda, enquanto a
reavaliação somente se aplica a ativos destinados a serem utilizados futuramente pela empresa.

131. O Pronunciamento Técnico CPC 04 – Ativo Intangível menciona a figura da reavaliação, mas cita
expressamente “se permitida legalmente”; essa permissão não existe hoje. O Pronunciamento Técnico
CPC 27 sobre Ativo Imobilizado poderá mencionar o mesmo, mas a adoção da reavaliação no Brasil
só poderá ser feita se houver mudança na Lei vigente.

132. Assim, a partir de 2008 estão vedadas para todas as sociedades brasileiras novas reavaliações
espontâneas de ativos.

Despesas pré-operacionais e aquisição de softwares

133. Foi eliminado, pela Medida Provisória nº. 449/08, o subgrupo Ativo Diferido; conquanto possa ainda
ser admitida a existência de saldos não amortizados nesse subgrupo até sua completa amortização pelo
prazo máximo que a Lei das S/A admitia (10 anos), novos valores não mais podem a ele ser
adicionados. Além dessa amortização, torna-se necessário que os saldos existentes sejam também
submetidos a revisões periódicas a fim de verificar a sua recuperabilidade, nos termos do CPC 01.

134. Os valores que eram anteriormente admitidos como despesas pré-operacionais precisam agora ser
reanalisados: se vinculados ao processo de preparação de máquinas e equipamentos para estarem em
condições de funcionamento, por exemplo, esses gastos são agregados ao custo do próprio
imobilizado, que deve incorporar todos os custos vinculados à sua aquisição ou construção e todos os
demais necessários a colocá-los em condições de funcionamento (transporte, seguro, tributos não
recuperáveis, montagem, testes, etc.). Os gastos relativos a atividades de administração e vendas,
mesmo que vinculados a treinamento, aprendizado, etc., são considerados diretamente como despesas
do exercício. Os relativos às atividades até que a planta atinja níveis normais de operação também são
considerados como despesa do exercício.

135. Os gastos com aquisição ou produção de softwares são ativados como ativo intangível quando se trata
de programas que têm vida própria, podem ser transferidos de equipamentos ou até para outras
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empresas, etc. Os que são ou vieram incorporados a máquinas, equipamentos, veículos, edifícios e
estão umbilicalmente a eles vinculados, deixando de ter vida própria e não podendo ser transferidos ou
vendidos individualmente, têm seus custos adicionados aos ativos a que se vinculam.

Eliminação de receitas e despesas não operacionais


136. A Medida Provisória nº. 449/08 acatou mais essa regra existente nas normas internacionais: a não
segregação dos resultados em operacionais e não-operacionais. Assim, no âmbito do processo de
convergência com as normas internacionais (leitura sistemática das normas e orientações), as entidades
devem apresentar as “outras receitas/despesas” no grupo operacional e não após a linha do “resultado
operacional”.

137. A classificação nessas normas é a divisão dos resultados em resultados das atividades continuadas e
resultado das atividades não continuadas. Isso facilita, enormemente, a capacidade de o usuário
prospectar com relação ao futuro da entidade. Este Comitê emitirá em 2009, para validade em 2010,
seu Pronunciamento a respeito da matéria, mas por enquanto apenas salienta a não-existência, já a
partir de 2008, dessa figura das receitas e despesas não-operacionais.

Vida útil econômica dos bens do imobilizado


138. A Lei nº. 11.638/07 trouxe a adição, à Lei das S/A, da menção de que as depreciações e amortizações
precisam ser efetuadas com base na vida útil econômica dos bens. Sabidamente, não necessariamente
essa era a prática no Brasil. Por isso, a modificação nesses procedimentos é obrigatória.

139. O CPC emitirá seu Pronunciamento Técnico CPC 17 – Imobilizado em 2009, e recomendará aos
reguladores a sua aplicação em 2010. Com isso, ainda podem ser utilizadas no exercício social de 2008
as taxas que a empresa vinha normalmente utilizando, permitida, naturalmente, as mudanças por
revisão de estimativas ou correção de erros. Mas, quando da adoção das novas regras em 2010, os
efeitos do exercício social de 2009 deverão ser calculados para fins comparativos. Assim, sugerem-se
controles para a implantação em breve desses novos procedimentos.

Ajustes de exercícios anteriores


140. Caso a companhia tenha optado por seguir o item 10(a) do CPC 13, de forma a registrar os ajustes de
mudanças de práticas contábeis para o balanço de abertura de 31.12.2007, e registrar o produto desses
ajustes como ajustes de exercícios anteriores, o acionista controlador deve efetuar o mesmo
procedimento (desde que tenha feito a mesma opção pelo item 10(a)), e registrar o montante a ele
aplicável, obtido pelo método de equivalência patrimonial, como ajuste de exercícios anteriores,
diretamente na conta de lucros ou prejuízos acumulados

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Regras de divulgação

141. O CPC salienta que regras específicas de divulgação, principalmente em notas explicativas, existem
para praticamente todos seus Pronunciamentos Técnicos e precisam ser verificadas em cada um deles.

Orientação Técnica OCPC 01 – Entidades de Incorporação Imobiliária


142. O CPC lembra a emissão dessa Orientação especialmente dirigida a esses tipos de entidades, aprovada
pela Deliberação CVM nº. 561/08 e Resolução CFC nº. 1.154/09, também de vigência obrigatória para
a partir de 2008.

Nova classificação do balanço


143. O CPC lembra que a classificação do balanço foi alterada a partir de 2008, sendo a seguinte, conforme
a Lei nº. 6.404/76 (das Sociedades por Ações), após as alterações introduzidas pela Lei nº. 11.638/07 e
pela Medida Provisória nº. 449/08, e após os Pronunciamentos emitidos por este CPC até 31 de
dezembro de 2008, com itemização maior no Patrimônio Líquido:

ATIVO PASSIVO + PATRIMÔNIO LÍQUIDO

Ativo Circulante Passivo Circulante

Ativo Não-Circulante Passivo Não-Circulante

Realizável a Longo Prazo Patrimônio Líquido

Investimento Capital Social

Imobilizado (-) Gastos com Emissão de Ações

Intangível Reservas de Capital

Opções Outorgadas Reconhecidas

Reservas de Lucros

(-) Ações em Tesouraria

Ajustes de Avaliação Patrimonial

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Ajustes Acumulados de Conversão

Prejuízos Acumulados

Obs: Ações em Tesouraria é conta retificadora da Reserva utilizada para tal fim.

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