Teorias da gestão
É importante estudá-las, pois as teorias orientam e suportam as decisões de
gestão e o seu estudo faz-nos compreender a origem de algumas ideias sobre as
organizações.
Abordagem Clássica
Taylorismo
Os primeiros estudos formais da gestão focam-se na racionalidade e na
eficiência das organizações e nos trabalhadores.
Taylor centrou todas as suas investigações na gestão científica da eficiência
e eficácia do fator L, o que, para o autor, envolvia fazer as tarefas do modo mais
inteligente e com a máxima economia de esforço, defendendo a unicidade
funcional. Para conseguir os objetivos, era preciso selecionar corretamente o
operário, formá-lo e treiná-lo na função específica que iria desenvolver.
Também defendia melhores salários para os operários, com uma simultânea
diminuição dos custos unitários de produção, o que revelaria riqueza para os
patrões e para os empregados.
Assim, a ideia-chave consiste na racionalização do trabalho através da
divisão das funções dos trabalhadores.
Taylor enuncia 4 princípios:
Planeamento;
Preparação do trabalho;
Controlo;
Execução— estabelecer um sistema de disciplina.
Enfoque:
• Aumento da produtividade através da racionalização do trabalho dos
operários (tempos mínimos e movimentos);
• Ênfase nas tarefas;
• Unicidade funcional
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Fayolismo
A teoria clássica das organizações/ abordagem clássica centra-se na
descrição do trabalho dos gestores e no que constituem boas práticas de
gestão.
Fayol considera que, de entre as várias funções da empresa, a mais
importante é a função administrativa, que consiste em:
— Prever;
— Organizar;
— Comandar;
— Coordenar;
— Controlar;
Atualmente: Planear—> Organizar—> Dirigir—> Controlar
Teoria da burocracia
Assemelha-se das anteriores nos seguintes aspetos: Divisão do trabalho,
baseada na especialização funcional; definição clara de hierarquia e autoridade;
sistema de regras que descreva os direitos e deveres dos trabalhadores; sistema
de procedimentos e rotinas; etc
Apesar de as organizações necessitarem de flexibilidade, são necessários
mecanismos burocráticos para garantir que os recursos são utilizados de forma
eficiente e eficaz.
Abordagem humanística
Com esta bordagem, a gestão sofreu uma transformação concetual, ou seja,
a ênfase dada pela abordagem clássica, quer às tarefas (Taylorismo), quer à
estrutura organizacional (Fayolismo), passou a focar-se nas pessoas.
Estas teorias surgiram devido ao facto de as teorias clássicas não terem
valorizado adequadamente o papel da harmonia nos locais de trabalho. Assim o
objetivo destas teorias é ajudar os gestores a lidar de modo mais eficaz com o
lado humano (a gestão das pessoas) das organizações.
A produção dos operários melhorou aquando de terem percebido que os
gestores se preocupavam com eles (efeito de Hawthorne): os trabalhadores
sentiam-se reconhecidos, seguros, o que foi determinante para o trabalho
individual.
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Maslow concluiu que as pessoas são motivadas consoante a satisfação das
suas necessidades.
Herzberg identificou como fatores intrínsecos1/ higiénicos o salário, os
benefícios sociais, o cargo, etc e extrínsecos os que são externos, ligados ao
ambiente onde trabalham.
Assim, surge a teoria do desenvolvimento organizacional, que é uma
combinação da importância dada à estrutura com a importância dada ao
comportamento humano. Por outras palavras, procura uma compreensão clara
dos acontecimentos internos e externos, assim como uma análise e decisão
sobre as mudanças a serem implementadas de modo a tornar a organização
mais eficaz e flexível. Assim, têm em conta 4 elementos essenciais: o meio
ambiente, a organização, o grupo social e o próprio individuo.
De acordo com os defensores desta teoria, a única maneira de mudar uma
organização é mudar a sua cultura e clima, isto é, a forma como os recursos
humanos se sentem em relação à organização. Assim, o principal enfoque da
teoria são as pessoas.
Abordagem Neoclássica
Retoma a abordagem clássica: retoma os aspetos discutidos na teoria
clássica, os quais são revistos e atualizados, conciliando as duas abordagens.
Gestão por Objetivos (GPO)
Implica uma técnica sistemática de gestão com uma forte ênfase no
planeamento e controlo. Vantagens:
— focalização nas áreas mais importantes para se alcançar a eficácia;
— identificar possíveis obstáculos à concretização dos objetivos;
— promover maior dinâmica e responsabilidades.
Desvantagens:
— basear-se num sistema de recompensas: quando a avaliação do
desempenho se baseia nas recompensas, as pessoas tendem a
adotar objetivos cada vez mais fracos, para facilmente os
alcançarem.
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Ligados à própria tarefa
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Abordagem Contemporânea
Teoria de Sistemas
A abordagem sistémica entende a organização como um sistema unificado,
composto por partes (subsistemas) interligados. Assim, permite encarar a
organização como um todo e também como parte de um sistema maior (o
ambiente). O todo formado por um sistema é maior à mera soma das partes
que o constituem devido às sinergias1 que se estabelecem entre os vários
subsistemas.
A visão sistémica introduziu uma novidade na gestão: reconhece a
organização como um sistema aberto (que tem relação com o ambiente). As
teorias clássicas (o Taylorismo, o Fayolismo e as teorias humanistas) entendiam
a empresa como um sistema fechado. Taylor concebia a empresa como um
sistema de produção, Fayol como uma estrutura autónoma e os humanistas
como um sistema social fechado.
Teoria da Contingência
Defende que as organizações não atuam isoladamente, estando sujeitas a
diversos tipos de contingência (incertezas). Assim, as organizações dependem
da sua envolvente externa, ou seja, de um conjunto de acontecimentos de nível
sociológico, tecnológico, político que influenciam a atividade, a estrutura
organizacional, a gestão e as decisões dos gestores.
Segundo a teoria, não há nada de absoluto nas organizações tudo é relativo.
A teoria explica que existe uma relação funcional entre as condições do
ambiente e as técnicas de gestão adequadas que permitem à organização obter
eficácia. Existem duas variáveis: as ambientais e as técnicas de gestão e, por
conseguinte, uma relação funcional entre ambas.
Não existe um conjunto de princípios de gestão que possam ser aplicados
universalmente a todas as organizações nem a todas as situações; um método
de gestão eficaz para uma situação pode não funcionar noutras: os resultados
são diferentes, porque as situações são diferentes.
O principal contributo da teoria foi fornecer conceitos, instrumentos,
métodos e técnicas adequadas à análise e resolução de problemas situacionais.
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Trabalham todos para objetivos comuns
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Figura 1- evolução das teorias de gestão
Um aspeto crucial no trabalho dos gestores é a capacidade de inovarem.
Qualquer empresa que não inove corre sérios riscos de morrer. Esta aposta na
inovação pode ser uma importante fonte de diferenciação que permite ganhos
de competitividade e uma garantia da sustentabilidade no longo prazo.
Um desafio importante, para o qual o gestor deve estar preparado, consiste
na necessidade de gerir a diversidade. A diversidade da força de trabalho é
determinante nas empresas atuais. Estes benefícios podem ser agrupados em 3
categorias: gestão das pessoas, desempenho organizacional e estratégia.
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