TEMA: CAMINHOS PARA SE PROMOVER A INCLUSÃO DIGITAL NO BRASIL
Em um cenário globalizado, as tecnologias da informação ganham cada vez mais prestígio e sua utilização está presente
em vários segmentos sociais, integrando inclusive programas educacionais. Com o notável advento e modernização dos meios de
comunicação, a tendência é uma progressiva inclusão digital, iniciada nos países desenvolvidos, e que está se disseminando para
os países emergentes e subdesenvolvidos gradualmente. A inclusão digital é uma das metas a serem alcançadas no cenário
brasileiro atualmente, e que possui um papel imprescindível no desenvolvimento da nação.
No aspecto de acesso às tecnologias e à internet, o Brasil apresenta um cenário heterogêneo, com regiões onde o índice
de inclusão é extremamente elevado, contrastando com a deplorável situação de cidades que não apresentam sequer saneamento
básico e fornecimento de energia elétrica. Nesse contexto, a inclusão digital de forma coesa no país é dificultada, sobretudo, pela
falta de investimento em programas que solidifiquem a base da sociedade. Sem uma base sólida, como saúde e educação bem
estruturadas, a implementação de novas tecnologias, que demandam maior nível de investimento, ficam mais defasadas.
Apesar de todos os aspectos supracitados, a nação está em 72º no ranking global de taxa de acesso às tecnologias da
informação, segundo o índice Integrado de Telefonia, Internet e Celular. Esse fato corrobora o fato de que há acesso às tecnologias
da informação e à inclusão social, mesmo não sendo uma posição desejável para países de potencial econômico como o Brasil.
Com o aumento da integração das tecnologias, as projeções futuras apontam para uma crescente digitalização da sociedade, que
acarreta diretamente a integração digital da população.
Portanto, é imprescindível que a atenção seja voltada para o setor de telecomunicações pelas esferas governamentais,
para que haja a plena inclusão digital e a difusão dos meios tecnológicos entre a população. Para isso, é inadmissível a persistências
das condições atuais de saúde e educação. É de extrema importância também a integração entre as diversas partes do país, que
apresenta dimensões continentais. Com isso, o desenvolvimento econômico não será voltado exclusivamente para o sudeste e
para o sul, atraindo investimentos nas áreas menos populosas. E como consequência, o Brasil terá grandes chances de subir muitas
posições no ranking, desenvolver sua economia e melhorar as condições de vida de seus cidadãos.
Fonte: https://guiadoestudante.abril.com.br/coluna/redacao-para-o-enem-e-vestibular/exemplo-de-
redacao-nota-1000-inclusao-digital-uma-meta-do-brasil-contemporaneo
De acordo com Pierre Lévy, insigne filósofo francês, "Toda nova tecnologia cria seus excluídos". À vista disso, é notório que
os desafios impostos à inclusão digital dos idosos são reflexos da desintegração social originada no avanço tecnológico. Nessa
perspectiva, sendo a internet um elemento intrínseco ao cotidiano social hodierno, faz-se necessário combater os empecilhos que
impedem o senso de pertencimento dos longevos à vida moderna, dentre os quais se destacam a inoperância governamental e a
negligência familiar.
A priori, deve-se pontuar que cabe ao Estado oferecer as oportunidades de acesso às tecnologias de informação para o
público senil -o que não acontece na prática. Nesse contexto, a ausência de políticas públicas voltadas à inclusão digital da terceira
idade evidencia o descumprimento do dever governamental na garantia da dignidade desses indivíduos, uma vez que a dificuldade
para o acesso da terceira idade à internet impede o exercício pleno da cidadania na era da informação. Dessa forma, visto que a
integração ao mundo virtual é um direito essencial assegurado pelo Estatuto do Idoso, faz-se necessário o engajamento das
autoridades para efetivar esse preceito.
Outrossim, deve-se pontuar a indiferença familiar como impulsionadora do revés. Sob essa lógica, consoante a filósofa
Simone de Beauvoir, em sua obra “A velhice”, os indivíduos tratam os demais de acordo com o papel que eles desempenham na
sociedade, e, infelizmente, os idosos são considerados desprezíveis em razão de suas diversas limitações físicas e necessidades
básicas. Nesse sentido, embora o núcleo familiar tenha papel imprescindível na capacitação dos anciãos para com o mundo
cibernético, reiteradas vezes os familiares não possuem a paciência necessária para auxiliar o aprendizado e sanar as dificuldades
apresentadas durante o processo, o que acarreta a privação da liberdade individual dos senis em virtude da dependência desses
para lidar com os novos sistemas de informação. Logo, enquanto os familiares forem negligentes, poder-se-á observar a
perpetuação dessa ponderosa problemática.
Portanto, indubitavelmente, medidas são necessárias para reverter esse cenário. Para tanto, o Ministério da Ciência,
Tecnologia e Inovações deve elaborar cursos de capacitação para a integração digital dos idosos, os quais devem ser veiculados
mediante parcerias público-privadas pela concessão de incentivos fiscais às empresas que subsidiarem a iniciativa, com o intuito
de que esses indivíduos com dificuldades tornem-se autônomos para interagir com o meio tecnológico. Concomitantemente, cabe
aos familiares o apoio e auxílio necessários ao longo desse processo de aprendizagem, para que se possa possibilitar a
compreensão do mundo moderno independentemente da idade. Assim, será possível que a exclusão advinda das tecnologias,
consoante Pierre Lévy, seja atenuada.
Fonte: https://foconomil.com.br/pt/blog/redacao-nota-1000-sobre-os-desafios-para-a-inclusao-digital-dos-idosos