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Leitura e Multiculturalidade

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SECRETARIA EXECUTIVA DE DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO

GERÊNCIA GERAL DE ENSINO MÉDIO E ANOS FINAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL


GERÊNCIA DE POLÍTICAS EDUCACIONAIS DO ENSINO MÉDIO
SECRETARIA EXECUTIVA DE DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO
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Secretário de Educação e Esportes


Marcelo Andrade Bezerra Barros

Secretário Executivo Planejamento e Coordenação


Leonardo Ângelo de Souza Santos

Secretária Executiva do Desenvolvimento da Educação


Ana Coelho Vieira Selva

Secretária Executiva de Educação Profissional e Integral


Maria de Araújo Medeiros

Secretário Executivo de Administração e Finanças


Alamartine Ferreira de Carvalho

Secretário Executivo de Gestão da Rede


João Carlos Cintra Charamba

Secretário Executivo de Esportes


Diego Porto Perez
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Equipe de elaboração
Márcia Vandineide Cavalcante

Equipe de coordenação
Alison Fagner de Souza e Silva
Chefe da Unidade do Ensino Médio (GEPEM/SEDE)

Durval Paulo Gomes Júnior


Assessor Pedagógico (SEDE/SEE-PE)

Revisão
Ana Karine Pereira de Holanda Bastos
Chrystiane Carla S. N. Dias de Araújo
Rosimere Pereira de Albuquerque
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Sumário
1. Apresentação 5
2. Literatura Afro-Brasileira 9
Orientações para realização de atividades 11
Orientações para a Avaliação 14
3. Literatura Africana de Língua Portuguesa 15
Orientações para realização de atividades 18
Orientações para a Avaliação 23
4. Literatura Indígena 24
Orientações para realização de atividades 29
Orientações para a Avaliação 31
5. Referencial Bibliográfico 32
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1. Apresentação
Prezado professor,
Os estudos sobre leitura na escola é um tema recorrente na formação docente do
professor de Língua Portuguesa, no entanto, a sua relação com as questões relacionadas à
multiculturalidade é algo recente nos debates escolares, assim, constitui-se uma discussão que se
faz cada vez mais necessária, pois não se pode conceber um processo educacional e de
letramento literário desarticulado das questões culturais. É preciso também perceber a relação
intrínseca entre cultura e sociedade, e que a escola é constituída por uma multiplicidade de
sujeitos, oriundos de contextos diversos nos mais diferentes aspectos: social, etnico-racial e
cultural. Uma pergunta que podemos fazer é de que modo esse entrelaçamento de culturas
presentes na sala de aula está representado na educação literária dos nossos estudantes.
Nosso primeiro desafio como professor de língua portuguesa é, antes de tudo,
compreender os principais conceitos que circundam o campo da multiculturalidade e,
paralelamente, (re)pensar o processo de educação literária, tendo como base essa perspectiva
que pluraliza e abre espaço para outras vozes e para uma literatura que, por muito tempo, foi
marginalizada. A partir de uma reflexão sobre nossos percursos sócio-históricos do processo
educacional, Candaú (2003, p. 116) ressalta:

A escola sempre teve dificuldade em lidar com a pluralidade e a diferença.


Tende a silenciá-la e neutralizá-las. Sente-se mais confortável com a
homogeneização e a padronização. No entanto, abrir espaços para a
diversidade, a diferença e para o cruzamento de culturas constitui o grande
desafio que está chamada a enfrentar .

No campo da literatura, o silenciamento e a padronização têm se dado ao longo dos


anos a partir de uma priorização de um cânone literário, que pouco contempla literaturas
afro-brasileira, africanas e indígenas. Para tratar sobre essas importantes temáticas, o Currículo de
Pernambuco Novo Ensino Médio da Rede Pública Estadual de Pernambuco apresenta a

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Unidade Curricular (UC) Leitura e Multiculturalidade que será ministrada por professores de
língua portuguesa, no 1º semestre e no 2º semestre, do 3º ano do Ensino Médio, com uma
carga horária de 40 horas.

A UC Leitura e Multiculturalidade está presente em três trilhas de aprofundamento:


Línguas e Cultura de Mundo; Diversidade Cultural e Territórios e Identidade e Expressividade. Levando
em consideração sua essencialidade no processo formativo do estudante como cidadão e leitor
crítico, configura-se como unidade obrigatória nos dois Eixos Estruturantes: Processos criativos
, Mediação e Intervenção sociocultural. Vale ressaltar que tanto no 1º quanto no 2º semestre do 3º
ano, esta Unidade organiza-se a partir desses dois eixos estruturantes.

Ementa: Reconhecimento dos aspectos e dos valores que explicam


comportamentos, crenças e a forma como diferentes culturas e grupos entendem e
explicam a condição humana, suas visões de mundo, temas e estilos representados em
textos literários. Análise da representação das personagens negras e indígenas em textos
literários de diversas autorias. Estudo das estratégias e dos aspectos polifônicos,
colaborativos, híbridos, polissêmicos e intertextuais dos textos literários. Apreciação e
produção de textos artístico-literários que representem vivências culturais múltiplas e
diversas, sobretudo das identidades de autores negros e indígenas historicamente
silenciados. Proposição de vivências culturais para que os estudantes, a partir dessas
experiências, possam expressar-se por meio de diferentes práticas de linguagem.

Objetivos desta Unidade Curricular:

Processos criativos:

- Despertar o gosto pela leitura da literatura afro-brasileira e indígena;

- Perceber a importância da literatura na formação humana e em seus processos


criativos de vivência no mundo;

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- Reconhecer a linguagem literária como possibilidade de ressignificação do mundo


ao seu redor e de outras realidades multiculturais;

- Conhecer obras e autores da literatura afro-brasileira e indígena na intenção de


ampliar seu repertório de leitura em uma perspectiva multicultural.

Mediação e intervenção sociocultural

- Compreender a leitura como uma possibilidade de ampliação do seu conhecimento


e interpretação de mundo em uma perspectiva diversa e multicultural;

- Ler e analisar obras da literatura afro-brasileira e indígena observando os recursos


linguísticos e estéticos;

- Participar de eventos artísticos-literários em uma perspectiva multicultural;

- Ampliar o seu letramento literário e multicultural a partir de obras de autores


afro-brasileira e indígena.

- Produzir textos estéticos de diferentes gêneros a partir da leitura de obras da


literatura afro-brasileira e indígena.

Para melhor compreensão, apresentam-se também as Habilidades desta Unidade


Curricular correspondentes a cada um dos dois Eixos Estruturantes que ela se integra:

Processos criativos - (EMIFLGG04PE) Reconhecer produtos e/ou processos criativos


de diferentes linguagens artístico-literárias por meio de fruição, reflexão crítica e vivências
que promovam novas perspectivas e diversas formas de se compreender o mundo e as
culturas, sobretudo as sócio- historicamente marginalizadas, considerando a pluralidade de
saberes e culturas e combatendo toda e qualquer forma de preconceito, ampliando o
repertório/domínio pessoal sobre o funcionamento e os recursos da(s) língua(s) ou da(s)
linguagem(ns).

Mediação e intervenção sociocultural - (EMIFLGG08PE) Selecionar e analisar


conhecimentos linguísticos e discursivos presentes nas práticas de linguagem para propor
ações individuais e/ou coletivas de mediação e intervenção social, artístico-cultural na

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perspectiva da multiculturalidade, visando colaborar com a reflexão acerca da sua cultura e


a do outro, fortalecendo o convívio democrático e respeitoso com a diversidade cultural,
promovendo uma consciência de justiça e igualdade social.

Na intenção de contribuir com o processo de formação docente relacionada


às temáticas que a Unidade Curricular Leitura e Multiculturalidade envolve, este
material estrutura-se da seguinte forma: primeiramente, serão discutidos os
principais conceitos teóricos que constituem a ementa da Unidade, em seguida, serão
apresentadas algumas possibilidades metodológicas, que podem contribuir no processo
ensino-aprendizagem da leitura com um enfoque multicultural e que considere a
importância dos letramentos múltiplos e dos multiletramentos, linha de trabalho
defendida também por Rojo (2012), que ratifica a importância de um trabalho de leitura
nessa perspectiva, sobretudo, por considerar que a multiculturalidade é uma característica
da sociedade globalizada.
Partindo desses pressupostos, este material está organizado em três capítulos: o
primeiro capítulo será dedicado à literatura afro-brasileira, o segundo capítulo a discussão
se dará sobre literatura africana de língua portuguesa e o terceiro, e último capítulo, será
dedicado à literatura indígena. Ao final de cada um dos capítulos serão apresentados,
também, algumas orientações para avaliação e algumas referências bibliográficas para
aprofundamento de cada um dos temas abordados.

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2. Literatura Afro-Brasileira

O estudo de uma escrita sobre o negro, e/ou do negro, pode nos encaminhar para perceber
melhor as lutas empreendidas pelos sujeitos em busca de afirmações de identidades
historicamente subjugadas. E no caso específico da sociedade brasileira, em que vigoram a ideia e
o discurso celebrativos de uma miscigenação ou mestiçagem como algo constituidor da nação, a
literatura aponta e revela a incongruência da fala oficial e do imaginário que nos rege.
Conceição Evaristo (2017, p.24)1

Após séculos de silenciamento da literatura afro-brasileira no contexto escolar, nas


últimas décadas, diversas iniciativas educacionais importantes começaram a ser mais
fortemente implementadas, especialmente a partir da instituição de mecanismos legais2 como a
lei 10.639/2003 que altera a Lei 9.394/96, a qual estabelece as Diretrizes e Bases da Educação
Nacional sobre a obrigatoriedade da inclusão da temática “História e Cultura Afro-brasileira”
no Currículo Oficial da Rede de Ensino, nos estabelecimentos de ensino fundamental e médio,
oficiais e particulares, tornando-se, assim, obrigatório o ensino sobre História e Cultura
Afro-Brasileira:

§ 1o O conteúdo programático a que se refere o caput deste artigo incluirá o


estudo da História da África e dos Africanos, a luta dos negros no Brasil, a
cultura negra brasileira e o negro na formação da sociedade nacional,
resgatando a contribuição do povo negro nas áreas social, econômica e política
pertinentes à História do Brasil.

§ 2o Os conteúdos referentes à História e Cultura Afro-Brasileira serão


ministrados no âmbito de todo o currículo escolar, em especial nas áreas de
Educação Artística e de Literatura e História Brasileiras.

Essa Lei acabou por desencadear mudanças nesse cenário, em um movimento em prol
de uma presença mais significativa das literaturas afro-brasileiras e africanas, especialmente de
autores africanos dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP), ou literaturas
africanas de língua portuguesa. No Currículo de Pernambuco para o Ensino Médio, na área de

1
Disponível em: http://www.linguageral.com.br/site/downloads/titulos/77.pdf. Acesso em 10.03.2022.
2
Consultar também: Parecer CNE/CP nº 3/2004, Resolução CNE/CP nº 1/2004 e Parecer CNE/CEB nº 14/2015).

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Linguagem e Suas Tecnologias, essa temática aparece de forma marcante, no sentido de fomentar o
trabalho em sala de aula com essas literaturas múltiplas, diversas e tão importantes para uma
constituição histórica enquanto povo brasileiro. O professor pesquisador Dr. Eduardo de
Assis Duarte da Universidade Federal de Minas Gerais, coordenador do Grupo
Interinstitucional de Pesquisa “Afrodescendências na Literatura Brasileira” e do importante
“Portal da Literatura Afro-brasileira”3 aponta alguns elementos que distinguem a literatura
afro-brasileira:

uma voz autoral afrodescendente, explícita ou não no discurso; temas


afro-brasileiros; construções linguísticas marcadas por uma afro-brasilidade de
tom, ritmo, sintaxe ou sentido; um projeto de transitividade discursiva,
explícito ou não, com vistas ao universo recepcional; mas, sobretudo, um
ponto de vista ou lugar de enunciação política e culturalmente identificado à
afrodescendência, como fim e começo (ASSIS, 20114).

O autor afirma que a literatura afro-descendente pode ser pensada a partir da temática,
da autoria, do ponto de vista, da linguagem e que leva em consideração um determinado
público específico. É importante destacar que esse é um conceito que vem sendo discutido e
formulado ainda recentemente e que cada dia vem sendo aprimorado. A literatura
afro-descendente é uma “literatura empenhada” (CANDIDO, 2004), que deve ser articulado
com a literatura brasileira canônica, de modo que traga à tona as temáticas sociais que
circundam a nossa história enquanto povo brasileiro e que não podem mais ser deixadas de
lado na educação literária dos nossos estudantes.
Partindo desses pressupostos teóricos, a seguir, serão apresentadas algumas
possibilidades metodológicas que podem contribuir para a abordagem das literaturas
afro-brasileiras em sala de aula.

3
Fonte: Disponível em: Inicial - Literatura Afro-Brasileira. Acesso em: 24.03.2022.
4
Para saber mais sobre cada um desses tópicos, leia o artigo completo: Por um conceito de literatura afro-brasileira1. Acesso em:
28/02/2022.

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Orientações para realização de atividades

A prática pedagógica com a literatura Afro-Brasileira tem como objetivo promover a


apreciação da obra de autores afro-brasileiros, reconhecendo a autoria das suas vozes e as
discussões que elas promovem, a partir de uma abordagem estética, sobre as temáticas
afro-brasileiras e acerca das nossas lutas sócio-históricas. Na apreciação e análise dessas obras,
é importante que o professor atente para alguns elementos importantes e imprescindíveis para
o enriquecimento do trabalho pedagógico com essas obras literárias: temas afro-brasileiros,
autoria afrodescendente, expressa ou não no discurso, construções linguísticas marcadas por
uma afro-brasilidade de tom, ritmo, sintaxe ou sentido e, sobretudo, com um posicionamento
ideológico politicamente engajado.

As proposições pedagógicas, elencadas a seguir, são possibilidades para iniciar um


trabalho com a literatura afro-brasileira, como preconiza o Currículo de Pernambuco. No
entanto, elas não se encerram em si mesmas, pelo contrário, podem abrir um leque de outras
iniciativas a respeito da temática, que é ampla, estética e rica culturalmente. Até porque, cada
comunidade escolar, na sua singularidade, possui características próprias e requer intervenções e
propostas que melhor se relacionem com os anseios e necessidades dos educandos.

Uma primeira possibilidade de articulação pedagógica, pode ser a organização de


coletâneas de contos de autores da literatura afro-brasileira, coletâneas temáticas e antologias
poéticas com o objetivo de conhecer e analisar obras e autores da literatura afro-brasileira na
intenção de ampliar seu repertório de leitura em uma perspectiva multicultural. Partindo de
propostas como essa, o estudante poderá reconhecer e analisar questões sociais, culturais,
identificando e incorporando valores como a alteridade, que asseguram a tomada de decisões
colaborativas. Neste processo, o discente poderá estabelecer questionamentos, reformular ideias
existentes e até criar alternativas criativas, originais e inovadoras para lidar com as temáticas
concernentes a essa literatura. Juntamente com seus pares, ele poderá disseminar essas novas
ideias construídas ou reformuladas, por meio de diferentes linguagens, mídias e plataformas,

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analógicas e digitais como forma de assegurar o alcance aos interlocutores pretendidos. Neste
sentido, o trabalho com a literatura afro-brasileira na escola, além de contribuir para a
ampliação do repertório literário e estético do aluno, se mostra uma importante ferramenta na
promoção e valorização da cultura negra, de modo a propagar o respeito e a convivência
fraterna com toda a diversidade de etnias presentes em nosso Brasil e no mundo.

Por tudo que abordamos neste capítulo, percebemos a necessidade e a importância que
retomemos a autores canônicos como Machado de Assis, Lima Barreto, Cruz e Souza, bem
como a relevância de conhecermos e divulgarmos autores e autoras como como Maria Firmina
dos Reis (que é uma precursora do romance abolicionista no Brasil e a primeira mulher negra a
escrever literatura afro-brasileira); Solano Trindade (pernambucano necessário de ser estudado
na escola); Carolina de Jesus (que tem uma obra vasta, diversa e que trata de temas muito atuais)
e de autores contemporâneos como: Miriam Alves, Jeferson Tenório, Conceição Evaristo,
Djamila Ribeiro e tantos outros e outras, que podem ser trabalhados no desenvolvimento desta
Unidade, envolvendo tanto a prosa e poesia, sendo ampla e diversa. A seguir, apresentaremos
um mosaico de imagens referenciando algumas dessas obras citadas:

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Fonte: mosaico elaborado pela autora.

Professor, para saber mais sobre estes autores e suas obras, clique nos links a seguir:

Pílulas Literárias | Jeferson Tenório

Roda Viva | Conceição Evaristo | 06/09/2021

Djamila Ribeiro lança 'Cartas Para Minha Avó', onde revisita diferentes momentos de sua…

Bondelê #59 apresenta Maréia, mais entrevista com a autora (com legendas - só ativar)

O Legado de Solano Trindade - Documentário - Filme - Doc

Pílulas Literárias | Hélio Menezes - Sobre Carolina de Jesus

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Palestra Maria Firmina Dos Reis Precursora da Negritude, com Eduardo de Assis …

Podcast #7 - Maria Firmina dos Reis, hoje

Sobre Carolina de Jesus:

https://blogdoims.com.br/quarto-de-despejo-a-peca-por-elvia-bezerra-julia-menezes-e-laura-klemz/
Acesso em: 16/03/2022.

Autoria Negra na Literatura Contemporânea: Bel Santos Mayer, Inaldete Pinheiro e Cidi…

Há também o “Coletivo Literatura também tem pele preta”, que é um grupo criado em
2018, que tem como objetivo a difusão da literatura afro-brasileira, a partir de eventos como
palestras, minicursos, oficinas, círculos de diálogo e lives. Siga a página do instagram e
acompanhe os interessantes eventos promovidos por essa equipe:
linktr.ee/ColetivoA.L.T.T.P.P

Orientações para a Avaliação

O processo e critérios de avaliação desta Unidade Curricular devem buscar verificar se


os alunos reconhecem, analisam e apreciam obras literárias de diversos autores afro-brasileiros,
atentando para os seus recursos estéticos e discutindo as temáticas que nelas se apresentam.
Partindo dessas leituras, é importante perceber ainda, se os alunos são capazes de estabelecer
relação entre as obras literárias trabalhadas com questões sociais concernentes a nossa
construção sócio-histórica e que se articulam no trabalho com essas literaturas.

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3. Literatura Africana de Língua Portuguesa


Contar uma história significa levar as mentes no voo da imaginação e
trazê-las de volta ao mundo da reflexão”
Paulina Chiziane (2008, p. 21-22).

No capítulo anterior, discutimos a questão da literatura afro-brasileira na sala de


aula, e nesse mesmo sentido, este capítulo apresenta uma discussão sobre a inclusão da
literatura africana de língua portuguesa no Ensino Médio, a partir do mesmo
embasamento legal.

O trabalho com as literaturas africanas, em sala de aula, além de ter grande


relevância na formação literária do educando, tem também um importante papel no que
diz respeito ao conhecimento sócio-histórico e cultural da formação da nossa história e
das relações que ela estabelece com os demais países que partilham da oficialidade da
língua portuguesa, especialmente os africanos como: Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau,
Moçambique e São Tomé e Príncipe.

Fonte: Adaptação do mapa disponível em: https://images.app.goo.gl/QyBFWKiv3sFD2Ls97. Acesso em


15.03.2022.

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Além da língua portuguesa, o Brasil partilha com as nações africanas processos


sócio-históricos de dominação, de usos e costumes. Nesse sentido, o trabalho com as
literaturas de autores oriundos desses países, amplia o repertório linguístico, literário e
cultural dos estudantes, bem como possibilita um movimento de alteridade ao conhecer
percursos que se cruzam e se articulam estética e culturalmente. Na perspectiva de Martin
(2016, p. 126-127), “o estudo das literaturas africanas e afro-brasileiras podem
contribuir para a quebra de estereótipos e para a formação de um imaginário mais
plural e aberto à diversidade”. Pensar o ensino dessas literaturas é também considerar,
além da história, a sua historiografia de obras significativas como marcos ou rupturas.
Dentre as abordagens de trabalho com as literaturas africanas, a perspectiva
teórico-metodológica que vem sendo amplamente disseminada no contexto brasileiro é a
preconizada pelo Professor Benjamin Abdala Júnior da Universidade de São Paulo, que
propõe um método comparativo e uma abordagem prospectiva. Martins (op.cit. p.127) esclarece:

O método comparativo, baseado na leitura contrastiva de textos


literários escritos em português, favorece a reflexão sobre a identidade
nacional, cultural e literária dos países de língua oficial portuguesa –
Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal e São
Tomé e Príncipe. Sob a óptica comparatista, compreender sistemas (ou
subsistemas) culturais e literários singulares, que compartilham de um
mesmo sistema linguístico, adquire maior consistência, uma vez que são
evidenciados espaços literários de intercâmbio e tensão entre valores
socioculturais heterogêneos.
Já a abordagem prospectiva mostra-se importante para o exercício de
uma cidadania ativa. Sem desconsiderar o sentido histórico do texto, sua
função e valor no momento específico em que foi escrito, importa
também sublinhar suas conexões com as demandas da vida
contemporânea.

Neste sentido, há uma premente necessidade de que, como docentes,


primeiramente devemos ampliar também o nosso repertório literário em relação às
produções literárias dos autores de língua portuguesa, de forma que isso possa facilitar o
trabalho pedagógico e o articule com a literatura brasileira. À medida que ocorre a inclusão

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de tais obras, a perspectiva é de que haja também uma expansão do cânone literário, o que
pode ser bastante produtivo e enriquecedor do ponto de vista do letramento literário e até
mesmo cultural. Compreendemos que um trabalho pedagógico dessa complexidade acaba
por retroalimentar a perspectiva de Freire (2011, p. 29 ) quando o autor afirma que:

A leitura do mundo precede a leitura da palavra, daí que a posterior leitura


desta não possa prescindir da continuidade da leitura daquele. Linguagem
e realidade se prendem dinamicamente. A compreensão do texto a ser
alcançada por sua leitura crítica, implica a percepção das relações entre o
texto e o contexto.

Partindo desse pressuposto, o contato com as literaturas africanas, que transcende


as fronteiras geográficas e linguísticas, constitui uma via para que se possa contribuir na
quebra de paradigmas, preconceitos e estereótipos, além de ampliar seu olhar sobre o seu
mundo, não somente do contexto em que vive o sujeito, mas também de outras realidades
multiculturais e multilinguísticas, que estão refletidas nessas literaturas, especialmente se a
abordagem pedagógica partir do contraste entre obras da literatura brasileiras e obras da
literatura africana, como sugere o método comparativo. Já na abordagem prospectiva, o
trabalho parte de olhar crítico e empenhado, levando em consideração o contexto
histórico da obra e suas possibilidades de articulação com questões contemporâneas e da
nossa realidade brasileira. Desse modo, haverá uma atenção para o sentido do texto no seu
momento de produção e, ao mesmo tempo, um questionamento sobre o que esses
mesmos textos podem nos dizer hoje em dia.

É importante ressaltar, ainda, que o avanço das legislações em prol da inclusão das
literaturas africanas no ensino tem contribuído para que vários escritores africanos de
língua portuguesa conquistem, cada vez mais, leitores brasileiros e se destaquem no
cenário nacional, como é o caso dos angolanos Luandino Vieira, Ondjaki, das
moçambicanas Paulina Chiziane e Noémia de Souza e do moçambicano Mia Couto, dentre
outros, que têm se tornado cada vez mais conhecidos no Brasil.

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Outro aspecto que tem contribuído para a divulgação da literatura africana no


cenário brasileiro é o fato de que várias obras contemporâneas têm se feito presentes em
provas de vestibulares e de concursos públicos, como é o caso da obra Mayombe de autoria
do escritor angolano Pepetela.

[Livros da Fuvest] - Mayombe (Pepetela)

Clique para saber mais sobre o autor e sua obra

Escrito entre 1970 e 1971 e publicado em 1980, Mayombe é um romance que fala da luta
e resistência dos guerrilheiros angolanos contra as forças portuguesas. No ano de sua
publicação, Mayombe rendeu ao autor o Prêmio Nacional de Literatura de Angola, e, em 2016, o
livro entrou para a lista das leituras obrigatórias da Fundação Universitária para o Vestibular, da
Universidade de São Paulo, o que contribuiu para a divulgação desta obra, despertando o
interesse do público de leitores brasileiros e que eles se sintam estimulados a buscar e conhecer
outras obras do autor, que vem sendo publicadas pela Editora Kapulana5.

Orientações para realização de atividades

A partir desse aporte teórico, como possibilidade metodológica, o professor poderá


trabalhar a literatura africana de língua portuguesa de forma articulada com a literatura

5
Para verificar as obras do autor que estão sendo publicadas no Brasil, acesse : http://www.kapulana.com.br/autor/pepetela/ . Acesso
em 17.03.2022.

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brasileira, estabelecendo relações entre os textos, mediante temáticas abordadas em obras


variadas e de diferentes autores e períodos da nossa tradição literária. Desse modo, essa
abordagem pode também constituir uma rica oportunidade de ampliação do cânone literário e
contribuir na difusão de novas ideias, de propostas, de obras ou de soluções por meio das
diferentes linguagens, das mídias e das plataformas digitais. A seguir, serão apresentadas
algumas dessas alternativas, tendo como base a coletânea “Veredas da Palavra” de Ernandes e
Martins (2016), que aponta relações possíveis para o trabalho de literatura africana articulado
com literatura brasileira, em seis diferentes períodos da nossa tradição literária.
No momento dedicado ao estudo dos primeiros autores que escreveram durante o
período colonial brasileiro, costuma-se propor a leitura de textos de Caminha, de Anchieta, de
Vieira e de Gregório de Matos. Trata-se de uma boa oportunidade para se contemplar as
consequências da expansão do império português, problematizando não apenas a dominação
colonial no Brasil, mas também a dominação nos países africanos colonizados por Portugal.
Por isso, um viés que nos parece interessante, para a discussão sobre o colonialismo, diz
respeito à focalização de textos literários africanos que abordam a questão do choque cultural
estabelecido com os europeus. O estudo do movimento árcade brasileiro, contempla,
comumente, reflexões sobre a participação de diversos escritores em movimentos de
emancipação política, em especial, da Inconfidência Mineira. Neste momento, é possível
ampliar a perspectiva tradicional do ensino desse tópico, considerando a questão dos
degredados brasileiros que foram sentenciados a cumprir pena em países africanos,
nomeadamente em Angola e Moçambique. Como se sabe, esse deslocamento espacial
forçado foi responsável por aproximar pessoas, ideias e práticas sociais dos dois lados do
Atlântico.
No que tange aos estudos sobre o Romantismo, realizados no Ensino Médio, em
que alguns tópicos abordados dizem respeito à consolidação do gênero romance, ligado a
valores das sociedades urbano-burguesas europeias e à poesia e a prosa brasileiras, voltadas para
uma afirmação identitária de caráter nacionalista. Como se vê, trata-se de temas amplos e

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vastos, que podem gerar inúmeras relações com as produções literárias africanas e
afro-brasileiras. Ao se propor o estudo da literatura modernista brasileira, é possível privilegiar a
sua importância para a consolidação das literaturas africanas de língua portuguesa. No campo
da poesia, por exemplo, as propostas dos escritores modernistas brasileiros repercutem nos
textos elaborados pelos escritores dos países africanos, em especial em Angola, Cabo Verde e
Moçambique. Como se sabe, a afirmação de nossa independência literária foi uma
preocupação que determinou temas e formas da poesia concebida por poetas como Mário de
Andrade, Oswald de Andrade e Manuel Bandeira. Para eles, a questão da identidade nacional foi
prioritária e se traduziu em poemas que falavam sobre a história e o cotidiano brasileiros
através de uma linguagem irreverente que flexibilizava as variantes normativas ao
aproximar a língua falada e a escrita poética.
No panorama dos autores brasileiros que se consagraram na segunda metade do século
XX, Guimarães Rosa emerge com destaque. No âmbito dos estudos comparados de
literaturas de língua portuguesa, seu papel dinamizador é de grande importância. O angolano
Luandino Vieira e o moçambicano Mia Couto, por exemplo, são escritores que declararam sua
admiração pelo autor brasileiro, afirmando ainda que a obra roseana foi fundamental em seus
próprios processos de criação ficcional. Aliás, é interessante notar que os três escritores
nomeiam seus contos como “estórias”, numa referência às narrativas de cunho tradicional e
popular, contadas oralmente (MARTIN, 2017).
Parece-nos fundamental que os alunos, durante o Ensino Médio, entrem em contato
com autores contemporâneos, cujas obras foram publicadas mais recentemente no sentido de
reconhecer e analisar diferentes manifestações criativas, artísticas e culturais, por meio de
vivências presenciais e virtuais que ampliem a visão de mundo, sensibilidade, criticidade e
criatividade. Neste sentido, como forma de divulgar alguns nomes e obras mencionadas neste
material, apresentamos, a seguir, um mosaico com algumas imagens de obras e autores da
literatura africana de língua portuguesa, que vêm ganhando espaço no cenário nacional: os

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angolanos Luandino Vieira, Ondjaki, as moçambicanas Paulina Chiziane e Noémia de Souza e


do moçambicano Mia Couto.

Fonte: mosaico elaborado pela autora.

Para saber mais sobre sobre estes autores e suas obras acesse os links abaixo:

Encontro com Conceição Evaristo e Paulina Chiziane | (Libras)


Conferência de ONDJAKI - Fev. 2022
Conversa com Pepetela (16.10.2019)
O poeta que visita histórias | Mia Couto
LEITURAS: JOSÉ LUANDINO VIEIRA - JOÃO VÊNCIO: OS SEUS AMORES
https://youtu.be/79P4cOR8ITQ - Noémia de Souza
Flipoços 2017 | Encontro dos Escritores Moçambicanos

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Conheça também a obra do autor José Eduardo Agualusa:


10 - José Eduardo Agualusa - Cruzamentos literários | Podcast on Spotify

Acesse também um material didático interativo com contos e audiocontos dos países de
língua portuguesa, que você poderá utilizar com seus alunos. O material é fruto de um trabalho
coletivo de muitas vozes e mãos! Stalkeando cada página você aprenderá e se divertirá muito!
Acesse o link: Língua & Literatura em ação com quantas nações se constrói uma interdis…

Professor, para aprofundar os estudos sobre esta importante temática, há também a


possibilidade de realizar um excelente minicurso6 (12 horas), intitulado “Literaturas africanas

6
Ministrante: Jacqueline Kaczorowski (Doutoranda em Estudos Comparados de Literaturas de Língua Portuguesa -
DLCV).Coordenadora: Profa. Dra. Rita de Cássia Natal Chaves (DLCV - FFLCH).

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de língua portuguesa: Angola e Moçambique”. O curso é oferecido pelo Serviço de


Cultura e Extensão Universitária da FFLCH, da USP, apresenta e discute alguns elementos
introdutórios concernentes à formação e ao desenvolvimento de dois sistemas literários, em
particular, o angolano e o moçambicano.

Literaturas africanas de língua portuguesa: Angola e Moçambique - Aula 1


Literaturas africanas de língua portuguesa: Angola e Moçambique - Aula 2
Literaturas africanas de língua portuguesa: Angola e Moçambique - Aula 3
Literaturas africanas de língua portuguesa: Angola e Moçambique - Aula 4

Orientações para a Avaliação

O processo e critérios de avaliação desta Unidade Curricular devem buscar verificar se


os alunos reconhecem, analisam e apreciam obras literárias de diversos autores africanos,
atentando para os seus recursos estéticos e discutindo as temáticas que nelas se apresentam.
Partindo dessas leituras, é importante perceber ainda, se os alunos são capazes de estabelecer
relação entre as obras literárias africanas e obras literárias brasileiras.

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4. Literatura Indígena
Quando os índios falam: “A Terra é nossa mãe”, os outros dizem: “Eles são
tão poéticos, que imagem mais bonita!”. Isso não é poesia, é a nossa vida.
Ailton Krenak (2020, p.60)

Neste capítulo, iremos discutir a importância do trabalho com as literaturas indígenas


em sala de aula, não somente pela questão da obrigatoriedade legal, a partir da Lei 11.645/08,
que altera a Lei 10.639/03 e prevê, também, a inclusão da história e culturas indígenas, mas,
sobretudo, porque se faz cada vez mais necessário que conheçamos e apreciemos a diversidade
cultural e literária, produzida pelos escritores de diferentes línguas e etnias, que compõem a
nossa nação. Somente em Pernambuco, há, atualmente, 10 (dez) nações indígenas: Atikum,
Fulni-ô, Kambiwá, Kapinawá, Pankará, Pankararu, Pipipã, Truká, Tuxá e Xucuru.
A literatura indígena, segundo a definição de Eliane Potiguara7, diz respeito às
produções literárias produzidas por escritores indígenas, diferindo portanto, da literatura
indianista, que colocava o indígena sempre em segundo plano. A literatura indígena
contemporânea, vem sendo mais difundida a partir da década de 90 e se insere no que Cândido
(2004) define como literatura empenhada, pois é também um instrumento de engajamento e
militância na luta pelos seus direitos. Ainda que somente a partir da década de 90, essa
expansão comece a acontecer, entretanto, desde a década de 70 vários escritores indígenas
começam a publicar e divulgar suas obras no cenário nacional. Como afirma Julie Dorrico8
(2018, p. 12):

A literatura indígena não é um fim em si mesmo, senão um meio para uma


práxis político-pedagógica de resistência, de luta e de formação em que as
7
Eliane Potiguara é uma importante ativista das causas indígenas e é considerada a primeira escritora indígena brasileira, tem publicado
diversos livros ao longo das últimas décadas, Para saber mais sobre a autora e suas obras, importante escritora e ativista, acesse o site:
http://www.elianepotiguara.org.br/publicacoes.html#.Wrbqz4jwa1s. Acesso em: 12.03.2022.
8
Este trabalho consiste em uma coletânea de textos muito importantes para a compreensão da temática, inclusive, a primeira parte é
composta por textos de vários autores indígenas, o que nos possibilita conhecer suas perspectivas epistemológicas. Material disponível em:
https://www.editorafi.org/438indigena. Acesso em 12.03.2022. Para um aprofundamento sobre o tema recomendamos também o
trabalho de doutorado da mesma autora, disponível em:
https://repositorio.pucrs.br/dspace/bitstream/10923/17786/1/000499900-Texto%2bconfidencial-0.pdf. Acesso em: 12.03.2022.

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diferenças assumem protagonismo central e escrevem outras histórias do


Brasil, seu passado e presente, nos convidando a pensar o país a partir de sua
condição como minorias, como diferenças. Por outras palavras, além além de
um fenômeno estético-literário singular, merecedor de avaliação e de
publicização, além de uma estrutura paradigmática alternativa às formas
paradigmáticas calcadas na racionalização, a literatura indígena é também práxis
político-pedagógica de resistência e de luta, marcada pelo ativismo, pela
militância e pelo engajamento das próprias vítimas de nossa modernização
conservadora de um fenômeno estético-literário singular, merecedor de
avaliação e de publicização, além de uma estrutura paradigmática alternativa às
formas paradigmáticas calcadas na racionalização, a literatura indígena é
também práxis político-pedagógica de resistência e de luta, marcada pelo
ativismo, pela militância e pelo engajamento das próprias vítimas de nossa
modernização conservadora.

Além dessa percepção e desse teor de engajamento, é importante lembrar que, antes de
pensarmos na literatura em “pele de imagens” - termo usado por Davi Kopenawa para definir
o livro -, é preciso considerar que cada um dos povos indígenas possui uma rica oralidade nas
mais diferentes línguas, portanto, a literatura indígena em língua portuguesa é, também, uma
possibilidade de que haja uma maior divulgação dessa rica memória, que constitui a nossa
história como povo, seja também atualizada, articulando as tecnologias da memória com as
novas tecnologias. O autor Daniel Munduruku9 afirma que a escrita tem sido “um exercício de
memória para eu me colocar no coração do meu povo novamente”10. O autor destaca ainda o
quanto a escrita é uma tecnologia recente para a maioria dos povos indígenas e ressalta a
importância da oralidade:

A escrita é uma conquista recente para a maioria dos 305 povos indígenas que
habitam nosso país desde tempos imemoriais. Detentores de um conhecimento
ancestral apreendido pelos sons das palavras dos avós, estes povos sempre

9
Escritor pertencente à etnia Munduruku, autor de mais de cinquenta livros, dentre os quais: Histórias de índio (Editora Moderna, 1997),
Kaba Darebu (Editora Brinque-Book, 2002) Coisas de índio (Editora Callis, 2003), Todas as coisas são pequenas (Editora ARX, 2018),
Das coisas que aprendi (UK’A Editorial, 2014), Foi vovô que disse (EDELBRA, 2014), Catando piolhos, contando histórias (Editora
Escarlate, 2014), Memórias de índio: uma quase autobiografia (EDELBRA, 2016), Vozes ancestrais: dez contos indígenas (FTD, 2016) etc.
É vencedor de dois prêmios Jabuti: o primeiro, com a obra Coisas de índio (verão infantil), em 2004, na categoria livro didático, ensino
fundamental e médio; o segundo, com a obra Vozes ancestrais: dez contos indígenas, em 2017, na categoria literatura juvenil.
10
Disponível em:
https://portal.apexbrasil.com.br/noticia/Serie-Autores-Brasileiros-Daniel-Munduruku-apresenta-cultura-indigena-em-suas-obras/.
Acesso em: 15.03.2022.

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priorizaram a fala, a palavra, a oralidade como instrumento de transmissão da


tradição, obrigando as novas gerações a exercitarem a memória, guardiã das
histórias vividas e criadas (MUNDURUKU, 201, p. 81).

É muito comum, ao pensar em literatura, que façamos, imediatamente, uma relação com
a escrita, como se a literatura fosse originária apenas da escrita e produzida por uma elite
intelectual capaz de reunir todos os segredos da arte literária. Contudo, quando pesquisamos
grandes estudiosos da área, constatamos que a literatura, mesmo as canônicas, não apenas são
tributárias das culturas orais (oralidade), como mantém com elas, segundo Ginzburg (2002), um
movimento de circularidade, ou seja, a oralidade sempre realimenta a literatura escrita e
vice-versa.

Falar em literatura indígena no Brasil, segundo essa visão canônica e deturpada, seria um
contrassenso, pois mesmo nas comunidades indígenas tradicionais, em que prevalece a
oralidade, há uma certa escrita, traduzida nas suas práticas diárias, em seus artesanatos, em seus
rituais, danças e em outras práticas diárias, e não necessariamente utilizando a escrita alfabética.
Quem visita uma comunidade indígena com essas práticas preservadas, percebe que há cantos,
rituais e momentos em que a ancestralidade e os presentes se encontram por meio da contação
de histórias ou dos poderes de evocação da dança e dos cantos. Se as danças e outros rituais
podem ser aproximados do teatro e das artes visuais (por exemplo, assistir o ritual da Aruanã
entre os Javaés na Ilha do Bananal é participar de um espetáculo catártico, capaz de nos
envolver numa atmosfera mágica e até transcendental). O mesmo acontece ao presenciarmos
uma noite em volta do fogo com um ancião contando suas histórias e, por meio delas, procura
explicar os segredos das origens da vida e dos elementos principais da Terra, além de
demonstrar a virtude de guerreiros ancestrais ou até mesmo as trapalhadas de um Pajé ou das
sagacidades de animais pequenos enfrentando os grandes (por exemplo, as espertezas do Jabuti,
que sempre vence a temível Onça).

Se a literatura é uma espécie de reencantamento da vida, espécie de reescrita que


enfatiza os acontecimentos a tal ponto de eles se tornarem inesquecíveis e esteticamente

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prazerosos, a literatura produzida oralmente pelos indígenas tem o seu grande valor: Ela
encanta e reencanta o mundo, tornando-o mais compreensível e mais suscetível à nossa
sensibilidade. É um grande prazer, por exemplo, ler as histórias do povo xavante no livro
“Wanrêmè Za’ra - Nossa palavra: Mito e Histórias do Povo Xavante” – Editora do Senac –
histórias narradas por anciãos da tribo e ricamente ilustrado pelas crianças da mesmo tribo.
Nele podemos encontrar histórias, como a Lenda do Fogo, que estabelecem uma bela
intertextualidade com mitologias de vários povos do mundo, entre eles, o mito de Prometeu
(Gregos) – em outras palavras, essas histórias, apesar de regionais, facilmente estabelecem
intertextualidade com histórias de origens de várias partes do mundo.

Como dito anteriormente, desde o início da década de 1990, a literatura indígena vem se
apresentando de forma mais concreta e exigente. Novos autores indígenas surgiram, alguns
compilando histórias de suas etnias, outros criando novas histórias de forma mais intercultural.
O resultado já vem sendo notado tanto pelas editoras como por educadores preocupados em
estabelecer laços interculturais para compreender melhor as origens de nossa cultura brasileira.
No mosaico abaixo apresentaremos algumas imagens de algumas das obras literárias indígenas:

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Fonte: mosaico elaborado pela autora.

Eliane Potiguara – culturas indígenas (2016)

Criaturas de Ñanderu - de Graça Graúna


Terças Literárias da UBE 2021: Graça Graúna

Clube de Leitura Marupiara indica "Meu vô Apolinário" para sua estreia

Quando Deus virou Eu

Ailton Krenak e José Celso participam de mesa na FLIP | Literatura

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Minha história: Julie Dorrico

A literatura indígena de Kaká Werá

Diálogos: Davi Kopenawa na UnB

Orientações para realização de atividades

Abrir um bom espaço para literatura indígena nos currículos escolares não só marca um
forte compromisso com a brasilidade, como também permite, sobretudo às crianças, jovens e
adultos, abrir novas perspectivas criativas. Neste sentido, é importante que o trabalho com a
literatura indígena seja desenvolvido a partir das obras dos autores indígenas contemporâneos,
na intenção de que os estudantes possam reconhecer e analisar diferentes manifestações
artísticas e culturais por meio de vivências presenciais e virtuais que ampliem a visão de mundo,
sensibilidade, criticidade e criatividade.

Além da leitura e análise das obras literárias dos autores indígenas contemporâneos,
outra possibilidade metodológica pode ser também a realização de um trabalho comparativo e
contrastivo, a respeito das representações indígenas presentes nas obras de Gonçalves Dias,
José de Alencar, Mário de Andrade, por exemplo. É importante lembrar que há várias críticas
sobre a perspectiva de obras desses autores, no que diz respeito à maneira como elas
representam os povos indígenas, no entanto, uma leitura crítica e articulada com a literatura
produzida pelos próprios indígenas, que vêm corajosamente assumindo essa missão de criar
seus livros a partir da cultura que vivenciaram e vivenciam, pode promover: reflexões, diálogos,
combate a preconceitos e, sobretudo, uma valorização da diversidade e da multiculturalidade.

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Neste sentido, além do trabalho da literatura impressa nos livros, o trabalho com a
literatura indígena na sala de aula pode envolver também diversos outros recursos como
podcasts, sites, vídeos, que vêm sendo também canais de divulgação dessas importantes
produções. A seguir, relacionamos alguns dos materiais que podem ser utilizados para o seu
aprofundamento sobre a temática e alguns outros que podem ser utilizados com os alunos em
sala de aula.

Para acessar, clique aqui: 12 - Literatura Indígena: Identidade e Ativismo - decoloniza! o


podcast da ocareté

Para acessar, clique aqui: #21 - Daniel Munduruku: Literatura, Educação e Resistência do
Movimento Indígena - Narrativas do Antropoceno | Podcast on Spotify

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A Última Floresta - Trailer 1Trailer do filme "A última Floresta".

Há um canal muito interessante no youtube “Selvagem ciclo de estudos sobre a vida”


com narrativas da oralidade indígena e adaptações de livros de autores indígenas
contemporâneos, acesse o material nos ícones a seguir:

UMA FLECHA INVISÍVEL

FLECHA 2 - O SOL E A FLOR

FLECHA 3 - METAMORFOSE

Escute o clipe do cantor e compositor Emicida linkado a seguir e observem que há uma linda
narrativa Krenak narrada por Gilberto Gil.

Emicida - É tudo pra ontem part. Gilberto Gil

Orientações para a Avaliação

O processo e critérios de avaliação desta Unidade Curricular devem buscar verificar se


os alunos reconhecem, analisam e apreciam obras literárias de diversos autores indígenas,
atentando para os seus recursos estéticos e discutindo as temáticas que nelas se apresentam.

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da União, Brasília, 2004, Seção 1, p.11. Disponível em:
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/l10.639.htm Acesso em 13.03.2022.

BRASIL. Ministério da Educação. Conselho Nacional de Educação. Conselho Pleno. Resolução


n. 1, 17 de junho de 2004. Institui Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das
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Diário Oficial da União. Brasília, 2004.

BRASIL. Conselho Nacional de Educação. Câmara de Educação Básica. Parecer no 14, de 11


de novembro de 2015. Diretrizes Operacionais para a implementação da história e das culturas
dos povos indígenas na Educação Básica, em decorrência da Lei 11.645/2008. Diário Oficial da
União, Brasília, 2015.

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MUNDURUKU, Daniel. Escrita indígena: registro, oralidade e literatura o reencontro da memória. In


DORRICO, Julie; DANNER, Leno Francisco; CORREIA, Heloisa Helena; DANNER,
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