Arboviroses
Arboviroses
• Dengue: endêmica no Brasil desde anos 1970 – incidência aumentando nos últimos anos
• Febre amarela: endêmica em PNH (norte/centro-oeste), eventual/caso humanos (2017-2018
SP,RJ,ES,MG – 1350 casos – 394 mortes)
• Chikungunya: introduzida em 2014-2015 – pico inicial, tornou-se endêmica (hipoendêmica)
– expandindo para sudeste e sul
• Zika vírus: introduzida em 2014 – 2015 – epidemia inicial (microcefalia), tornou-se endêmica
(hipoendêmica)
o
o Diagnóstico definitivo – laboratorial
o ELISA e cromatografia
▪ Até p 5-6 dias de sintomas: teste de antígeno NS1 (ELISA cromatografia)
▪ Entre dias 6-14 – ELISA/cromatografia para anticorpos (IgM + IgG)
o
Tratamento
o Tratamento sintomático (analgésicos e antitérmicos)
o Hidratação – transfusão em casos graves
o Cuidados especiais em casos de dengue grave
o Dengue grave – obrigatoriamente requer internamento e UTI
o Evitar salicilatos!
o Interferência na coagulação
o
o Causas da mortalidade por dengue
o Negligencia e demora em buscar
ajuda médica
o Dificuldade ou demora em obter
auxílio médico
o Negligencia ou imperícia da equipe
médica em reconhecer a
gravidade do quadro e
necessidade de internação
Controle
• Combate ao Aedes aegypty
(mecânico/físico, químico, biológico)
o 70% dos criatórios estão nas
casas!
• Evitar depósitos de água
• Sistema de vigilância efetiva
• Identificação precoce do mosquito
• Participação ativa da população
• Melhores condições de urbanização,
habitação, abastecimento de água.
Vacinas
o Meio IDEAL de prevenção
o -+ de 60 anos de pesquisas
o Problemas:
o 1. Quatro sorotipos (tetravalente)
o 2. Imunidade heteróloga baixa e curta
o 3. Paradoxo: segurança x imunogenicidade
o 4. Imunidade equilibrada contra DENV-1 – 4
o 5. Risco de ADE
o Vacina tetravalente inativada – primeiro lote (65% de proteção) (Sanofi-Pasteur)
o Vacina tetravalente atenuada – InstButantã (em testes)
o DengVaxia (vetorial YFV) –apenas p/ quem já teve dengue
Arboviroses
• Arboviroses: doenças causadas por arbovírus.
• Arbovírus: transmitidos por insetos.
• Mosquitos, carrapatos são vetores biológicos (participam do ciclo do agente).
o Precisam ser suscetíveis a replicação do agente, mesmo que não adoeçam.
• Várias arboviroses são zoonóticas, outras tiveram origem zoonótica.
• Ocorrência em regiões tropicais e subtropicais
o Por que a arbovirose está se espalhando para áreas que não tinham a doença ou em
áreas que já tinham se tornou ainda mais frequente? Mudanças climáticas.
• Padrão sazonal (estacional) de ocorrência.
• Dengue e febre amarela: síndrome febril exantemática.
Doenças
• Dengue: endêmica no Brasil desde 1970 – incidência aumentando nos últimos anos.
• Febre amarela: endêmica em PNH (norte/centro oeste), eventual/casos humanos.
• Chikungunya: 2014/2015, tornou-se endêmica (hipoendêmica) →expansão para sudeste e
sul.
• Zika: introduzida em 2014/2015, epidemia inicial por microcefalia e tornou-se endêmica
(hipoendêmica).
o O vírus fica no testículo e a transmissão continua pelo sêmen por um tempo.
Dengue
• Características:
o Origem da palavra = “manhoso” = “dengo”.
o Doença febril aguda – agente: vírus da dengue (DENV).
o Principal arbovirose humana, principal vetor Aedes aegypty.
o Origem zoonótica (ciclo silvestre) – ONH provavelmente no sudeste asiático.
o Atualmente transmissão antroponótica (por mosquitos).
o 50% da população em risco/áreas endêmicas.
• DENV:
o Flaviviridae, RNA vírus, envelopado.
o Possui 4 sorotipos (tipos antigênicos):
▪ DENV 1 ao 4.
▪ Prevalência e distribuição geográfica diferentes (não circulam os 4
simultaneamente no local).
❖ No Brasil, já foram identificados os 4 sorotipos (atual/ DENV 1 e 2 em
circulação).
o Causam doença clinicamente similar (DENV 2 e 3 são mais virulentos).
o Imunidade tipo-específica é longa; cruzada (entre os tipos de DENV) é baixa e curta.
▪ A pessoa pode ter dengue 4 vezes na vida (a imunidade contra um DENV
protege para outra infecção pelo mesmo sorotipo, mas não para outros
sorotipos).
▪ Se a vacina não for tetravalente, não adianta → maior dificuldade para
desenvolver a vacina.
• Epidemiologia:
o Adaptado a população humana → doença urbana (vetor urbano).
o Epidemias ocorrem no final do verão, em épocas chuvosas.
o Mosquito havia sido eliminado em 1950-1970.
o Alterações climáticas, relaxamento das campanhas de combate ao mosquito e
circulação do tipo 2 → 2024 é o pior ano em relação à dengue no Brasil.
• Transmissão:
o Picada de mosquitos é epidemiologicamente mais importante.
o Outras formas menos importantes:
▪ Sangue, órgãos e leite → viremia → transmissão.
o Hábitos diurnos, vetor predominantemente urbano.
o Fêmea faz repasto sanguíneo e macho se alimenta de seiva de plantas.
o Oviposição próxima a água parada.
• Ciclo:
o Ovo → L 1 até L4 → pupa.
o Poucas horas após o repasto a fêmea já precisa fazer a oviposição.
• Ciclo de transmissão:
o Pessoa com viremia → aquisição do vírus pelo mosquito, mas para o mosquito
transmitir, demora alguns dias (o vírus precisa se replicar primeiro) → pessoa 2.
▪ Período extrínseco de incubação = demora entre o repasto sanguíneo e
replicação do vírus no mosquito para a transmissão.
• Manifestações clínicas:
o 3 principais apresentações:
▪ Subclínica ou sinais leves (40-50%).
▪ Dengue clássica (45-49%).
▪ Dengue grave (<1%).
❖ Antigamente chamada de dengue hemorrágica.
o Os quatro DENV causam doença similar.
• Dengue clássica:
o Incubação 2-14 dias
o Curso clínico 1-7 dias
o Sinais:
▪ Febre súbita, anorexia
▪ Dor de cabeça/dor no fundo dos olhos
▪ Letargia, fadiga/torpor
▪ Dores musculares e articulares
▪ Náuseas/vômito
▪ Manchas vermelhas/erupções (rash) → não ocorre em todos os casos
• Dengue grave:
o Inicia com sinais similares com a dengue clássica (3-7 dias)
o Eventos hemorrágicos se agravam
o Eritemas, manchas cianóticas, sangramento gengival, nasal, GI
o Vômitos, dores abdominais
o Óbito em 24-48 horas se não tratados.
o Patogenia:
▪ Ac da primeira infecção se ligam ao vírus e facilitam a entrada nos monócitos
(Ac funcionam como “opsoninas” para o vírus localizar a célula), isto é,
geralmente ocorre em reinfecções por um subtipo diferente. As células
mononucleares são infectadas por ADE via FcR.
❖ Ac não protegem e agravam a doença quando ocorre a reinfecção.
▪ Hemorragia se deve à:
❖ Trombocitopenia.
❖ Replicação viral no endotélio vascular (descamação e fragilidade
vascular).
• Diagnóstico:
o Clínico-epidemiológico: sugestivo.
o Diferencial: flu, sarampo, leptospirose, zika, Chikungunya.
o Laboratorial:
▪ ELISA e cromatografia:
❖ Até 5-6 dias de sintomas: teste de Ag NS1.
❖ Entre dias 6-14: teste de Ac (IgM e IgG).
• Tratamento:
o Tratamento sintomático (analgésico e antitérmico).
o Hidratação ou transfusão em casos graves.
o Cuidados especiais em caso de dengue grave:
▪ Evitar salicilatos (ex.: aspirina) → medicamentos anticoagulantes em pessoas
já predispostas à hemorragia.
▪ Podem agravar a dengue clássica e a dengue hemorrágica (não transforma
dengue clássica em hemorrágica).
• Causas de mortalidade por dengue (FIOCRUZ):
o Negligencia, demora em buscar ajuda médica.
o Dificuldade ou demora em obter auxílio.
o Negligência ou imperícia da equipe médica em reconhecer a gravidade do quadro e
necessidade de internação.
• Controle:
o Biológico, químico ou mecânico.
o ___
• Vacinas:
o Meio ideal de prevenção (+ de 60 anos de pesquisa).
o Problemas:
▪ Quatro sorotipos (deve ser tetravalente)
▪ Imunidade heteróloga baixa e de curta duração
▪ Paradoxo: segurança x imunogenicidade
▪ Imunidade equilibrada contra DENV1-4
▪ Risco de ____
o Faixa etária: 10-14 anos → são os mais internados.
o Até o presente, a Qdenga (Takeda) teve baixa adesão.
FEBRE AMARELA
• Doença febril exantemática aguda – curso com icterícia
• Doença muito mais grave de que a dengue
o Diz-se que a dengue é uma doença benigna e a febre amarela é uma doença maligna
• Agente: Yellow fever virus (YFV)
• Transmitida por mosquitos – principal forma
o Já houve casos de transmissão por amamentação, transfusão de sangue e de órgãos
(exceção)
• Ocorrência: África, introduzida nas Américas (~ ano 1600) → macacos da África, introduzidos
com os escravos
o Os macacos da África são reservatórios
o Os macacos da América são mais suscetíveis e morrem (bugios aqui são os principais
reservatórios e sentinelas da presença da doença)
• Mantida da natureza em ciclos silvestres (primatas/mosquitos)
o Não é uma doença urbana
o Pará, Amazonas → vírus circulando entre primatas não-humanos e eventualmente
pode contaminar os seres humanos que tiverem contato com esses ambientes
o No Brasil, não existe a febre amarela urbana há 80 anos (erradicada em 1942 pelo
combato aos mosquitos Aedes sp.)
o Nos anos 70 os mosquitos voltaram e eventualmente ocorre casos urbanos
• Humanos: hospedeiros acidentais/secundários
• Infecção humana: acidental/ocupacional, ligada a exposição em florestas, fronteiras
agrícolas, construção de estradas, barragens; camping, caça.
Ciclo silvestre
• Viremia – 0-5 dias
• Período extrínseco de
incubação – 5-12 dias
• Mosquito pica o primata e
adquire o vírus
• Mosquito pica outro primata saudável e transmite o vírus → viremia
• Mosquito pode picar um ser humano que teve contato com a área silvestre → viremia
o Doença tipicamente ocupacional – exposição do ser humano
o Se esse humano voltar para o ambiente urbano pode perpetuar o agente através da
picada do Aedes aegpyty
Manifestações clinicas
• Incubação: 3 a 6 dias; infecção
subclínica ou leve é frequente;
• Doença moderada (20-30%) – muito
parecida clinicamente com a dengue
o Febre, cefaleia, mal-estar,
náuseas, vômitos, calafrios,
dores musculares
• A maioria recupera-se após esses
sinais inespecíficos
• Aproximadamente 15% desenvolvem
sinais graves
o Febre, dor abdominal, vômitos,
diarreia
o Vômito e diarreia hemorrágica
o Icterícia, equimoses, sangramentos
o Disfunção renal, hepática, coma e morte (50% dos graves)
Diagnóstico
• Clínico-epidemiológico -sugestivo
• Diferencial: dengue, ZiKV, ChiKV, leptospirose, malária
• Laboratorial: ELISA IgM, RT-PCR, isolamento viral → pode ser feito no LACEN, em 24h sai
o resultado
Tratamento
• Não há tratamento específico
• Antitérmicos, analgésicos, hidratação – tratamento sintomático
• Em casos graves: diálise e transfusão
• Não usar salicilatos – hemorragias
• Paciente de UTI
Prevenção
• Vacinação (validade...)
o Pessoas que vivem ou vão para áreas de risco – vacinação 10 dias antes da
exposição
• Proteção individual (repelentes, mosquiteiros, roupas com mangas compridas, etc.)
• Em áreas urbanas: combate ao Aedes spp.
• Vacinação – indicações e contraindicações
o Produção pelo Butantan
o Vacina - 17DD - Atenuada → tornou possível erradicação da FA urbana em 1942
o Resposta imune em 7 a 10 dias
o Duração da imunidade: tempo indeterminado
o Reações adversas
▪ Algumas pessoas podem ter imunossupressão
▪ Pessoas com HIV e sob tratamento com hemodiálise não devem ser vacinados
→ efeitos adversos graves, culminando ao óbito
o Contraindicações
▪ Crianças < 4 meses, gestantes, imunocomprometidos, alérgicas (albumina do
ovo – vírus produzido em ovo embrionado)
o Objetivos da doença
▪ Prevenção da doença
▪ Acesso a alguns países que exigem a vacinação contra febre amarela, como
Peru, Egito, México, ...
CONTROLE DE VETORES
Definição
• Vetor
o Biológico – transportam e participam do ciclo de amplificação do agente
o Ex: Aedes aegypti
• Mecânicos – só transportam agentes
o Ex: moscas e Moraxella spp.
Importância
Aedes albopictus
Aedes Culex
Água impa e parada Águas poluídas
Não provoca coceira na picada Coceira intensa
Diurno Noturno
Preto e branco Marrom
Ovo nas bordas dos recipientes Ovos agrupados
5-7mm 3-4mm
Ciclo de vida
Controle
Químico
Mecânico
• Métodos físicos e mecânicos para reduzir a população e prevenir o contato do mosquito com
o homem
• Proteção, destruição, destinação adequada dos criadouros
• Eliminar água parada, lavagem de recipientes, drenagem de água, telar portas e janelas,
armadilhas de luz e de produção de CO2
•
Biológico
CONTROLE DE MORCEGOS
• Animais silvestres bem adaptados às áreas urbanas
o Sinantrópicos
• Preocupação em saúde publica
o Ebola
o Hantavírus
o Nipah
o Marbug
o SARS (Coronavírus)
o Histoplasmose
o Influenza
o Raiva
▪ Fatal para humanos, sem cura
▪ Pode atingir os animais
o Alérgenos liberados no ambiente
o Odor e sujeira
o Danos
Biodiversidade
• Adaptações morfológicas
o Coloração
o Tamanho corporal – de 1,5m de envergadura até 3cm de envergadura
o Estruturas
▪ Folha nasal, trago, orelha, formato do crânio, largura da asa, glândulas, etc.
▪ Uropatágio = membrana localizada entre os membros pélvicos
o Dieta
▪ Polen, néctar, frutas, insetos, pequenos vertebrados, sangue
▪ Papel fundamental na manutenção de espécie vegetais e animais
• Identificação
1. Presença de lábio leporino = família Noctilionidae
2. Presença de folha nasal = família Phyllostomidae
3. Presença de um uropatágio desenvolvido e cobrindo toda ou a metade da cauda =
família Vespertilionidae
4. Ausência / uropatágio pequeno = família Molossidae
• Hábitos noturnos ou crepusculares, com variações entre as espécies
o Algumas espécies são mais tolerantes à luz e saem quando a recém está anoitecendo
o Mas em geral, morcegos voando de dia é sinal de alguma alteração
• Ecolocalização
o Capacidade de os morcegos se localizarem através do eco
o Orelhas e folhas nasais = captação das ondas sonoras
o Ondas são emitidas, batem dos obstáculos e voltam
o Muito importante para a localização das presas, sobretudo para morcegos carnívoros
• Diversificação de hábitos alimentares
o Importante papel ecológico
o Insetívoros
▪ Tadarida brasiliensis – uropatágio mais curto
• Familia Molossidae
▪ Histiotus montanus – uropatágio cobrindo toda sua cauda
• Familia Vespertilionidae
▪ Controle da população de diversas espécies de insetos, sobretudos insetos
pragas de plantações
▪ Mais comuns vivendo em forros de casas – local de acúmulo de insetos pelas
construções
o Frugívoros
▪ Artibeus lituratus
• Familia Phyllostomidae – presença de folha nasal
• Presença de duas listras brancas na face
• Manutenção das espécies de árvores frutíferas
• Se adaptam muito bem à presença de luz, se abrigam nas copas das
árvores
o Nectarívoros / polinívoros
▪ Glossophaga soricina
• Morcego beija-flor
• Familia Phyllostomidae
• Manutenção das espécies vegetais que só florescem a noite, como a
Dama da Noite e diversas espécies de Tunas
o Carnívoros
▪ Chrotopterus auritus
• Família Phyllostomidae
• Uropatágio bem desenvolvido – morcegos bombachudos
• São mais lentos que os outros
• Morcegos maiores
• Vivem na entrada de cavernas que possuem outras colônias – controle
populacional de outras espécies de morcegos, roedores, repteis,
anfíbios, ...
• Controle de morcegos hematófagos também
▪ Noctilio leporinus
• Morcego Bulldog ou morcego pescador
• Alimentação exclusiva de peixes
• Família Noctilionidae
• Presente em maior quantidade em regiões de grandes lagoas
• Coloração dourada-alaranjada
• As ovas dos peixes aderem nas patas dos morcegos → disseminação
das ovas pelas aguadas
o Hematófagos
▪ Presentes apenas nas Américas
▪ Principal transmissor da raiva
▪ Desmodus rotundus
• Principal transmissor da raia herbívora no Brasil
• Morcego vampiro
• Alimentação com sangue de mamíferos
• Usa os dentes incisivos para perfurar a pele do animal e lambe esse
sangue que escorre
• Tem substancia anticoagulante na língua – ferimento que demora muito
tempo para parar de sangrar → facilidade de observação da lesão
• Lesão redonda com o sangramento ativo ou com o sangue coagulado
• Prega do pescoço, prega caudal, membros – locais preferidos de
alimentação
• Tendem a retornar ao mesmo animal na noite seguinte – problema de
possibilidade de infecção e também prejuízo na espoliação por sangue
• Geralmente não se adaptam ao convívio em áreas urbanas
o Podem estar em regiões periurbanas, mas dificilmente vai estar
em habitações de seres humanos
o Morcego de área rural
• Gestação de 60 dias, cuidado materno de 60 dias
• Intolerantes à luz; só sai do refúgio quando está bem escuro
• Necessitam de fonte de água – são muito dependentes de presença
próxima de água dos abrigos (sangue tem muitos eletrólitos)
▪ Diaemus youngi
• Foi identificado pela primeira vez em 2020 no RS, em Restinga Seca
▪ Diphylla ecaudata
• Esses últimos dois se alimentam de sangue de aves e não tem um papel
significante na transmissão da raiva
▪ Alimentação exclusiva de sangue
• Abrigos
o Abrigos naturais
▪ Copas de árvores – frugívoros
▪ Folhagens
▪ Troncos ocos de árvores – comum para morcegos hematófagos (odor
desagradável – fezes bem enegrecidas, fezes digeridas)
▪ Fendas de rochas
▪ Cavernas
o Abrigos artificiais
▪ Sótãos, forros, porões
▪ Tuneis
▪ Telhados
▪ Garagens
▪ Pisos falsos
▪ Vãos de dilatação dos prédios
▪ Estábulos
▪ Casas de máquinas (elevadores)
▪ Caixas de persianas
▪ Casas abandonadas
▪ Poços d’água
▪ Bueiros
▪ Pontes (cabeceiras)
▪ Fornos de carvão desativados
▪ Túmulos, etc.
Captura de morcegos
Controle de morcegos
o Morcegos são afugentados
o Não podem ser mortos, a não ser os hematófagos
o Forros
o Obstruir passagens
o Sistema escape-morcego
o Encaixe de um cano de PVC com uma lona no local de entrada e saída dos morcegos
▪ O animal consegue sair, mas pela lona não consegue entrar
▪ Após todos os animais da colônia terem saído, essa abertura deve ser fechada
o Esquadrias
o Fechamento de aberturas
o Chaminés
o Colocação de telas
o Cumeeira
o Obstrução de aberturas
o Porões
o Fechamento das passagens, vidros e portas
o Telhados de cerâmica (telhas)
o Difícil controle
o Mancha avermelhada/alaranjada – local de entrada e saída de morcegos
▪ Atrito com o corpo e deposição da gordura do corpo dos animais
o Elementos decorativos
o Estudar cada caso individualmente
o Juntas de dilatação
o Obstrução das frestas
o Colocação de telas
o Arvores
o Poda
o Retirada de frutos
o Repelentes eletrônicos – ultrassons
o Com o tempo, os animais vão se acostumando
o Imprescindível fechar as aberturas, sempre!
o Substancias com odor forte, como diesel, perfumes, água sanitária, naftalina, creolina...
o Luz
o Aberturas devem ser obstruídas após a saída dos morcegos!!!
o Adentramento ocasional em residências
o Mantenha a calma
o Lance um pano sobre o animal
o Com o auxílio de uma vassoura ou semelhante, coloque-o dentro de uma caixa de
papelão, lata ou outro recipiente (obs: não se esqueça de fazer pequenos furos de
ventilação)
o Não coloque álcool ou qualquer outro tipo de liquido conservante no recipiente
o Envie o animal para o Posto de Saúde/Laboratório de Virologia mais próximo para
realizar exame de raiva
Manejo de morcegos por empresas
INFLUENZA (GRIPE)
• Doenças respiratórias
o Influenza (gripe)
o Resfriados comuns
▪ Adenovírus
▪ Picornavírus
▪ Coronavírus
▪ RSV (crianças)
o COVID
• Influenza
o É uma zoonose (alguns vírus são)
o Dezenas de vírus
o Todos os vírus de gripe vieram de aves
o Vírus altamente mutável – pessoas podem desenvolver a doença várias vezes na
vida
o É um dos patógenos mais antigos descobertos na humanidade
o É uma doença que não pode ser erradicada – aves silvestres são reservatórios
Generalidades
• Lei de Murphy
• Surtos de Influenza aviária nos EUA – aves domésticas, silvestres e gado leiteiro
• Não se sabe se vai se perpetuar nessa espécie ou não
Genética
Linha do tempo
Transmissão da gripe
o
Diagnostico
• Clínico-epidemiológico – sugestivo
• Confirmação laboratorial
• Diagnósticos diferenciais: viroses respiratórias (Sarvs-Cov-2, resfriados), outras (dengue)
• Diagnostico laboratorial: ELISA (hospitais) ou imunocromatografia (testes rápidos –
farmácias)
• Diferencial para pacientes com gripe confirmada – RT PCR para saber se é gripe sazonal
ou H1N
o Conduta terapêutica é a mesma
Tratamento
o
Prevenção e controle
HEPATITES VIRAIS
• Até onde se sabe, nenhuma delas é zoonose
• Dentre as hepatites, as virais são as mais relevantes
• Grande problema em Saúde Pública em todo o mundo
• Aproximadamente 1/3 da população mundial já teve contato com os agentes
• Três principais tipos – A, B, C (D, E, F, G, TT e SEN...)
o A, B, C – mais importantes
o Algumas cepas de hepatite E são zoonóticas – suínos → comum em pessoas que
trabalham com suínos e em matadouros
• Hepatites B e C – grande parte das infecções são inaparentes até um certo ponto (portadores
assintomáticos)
o HBV e HCV – entre 300-400 milhões de portadores (10x mais que o HIV)
o Semelhanças clinico-patológicas (hepatite, disfunção hepática)
• Diferenças
o Etiologia/agente – vírus de famílias diferentes
o Epidemiologia (distribuição, transmissão, ...)
Profilaxia
Hepatite Agente Epidemiologia Prognóstico Tratamento
e controle
A Favorável Tem vacina
B Reservado Tem vacina
Uso de Não tem
C Difícil
antivirais vacina
• A demora para o inicio do tratamento complica muito o prognóstico
• Muitos brasileiros têm a doença e não sabem
o Diagnóstico sorológico é fundamental
• Julho amarelo – conscientização da importância do diagnóstico
• Ministério da Saúde – Programa Nacional para Controle e Prevenção das Hepatites Virais
• A hepatite A tem uma tendencia secular de queda (decrescente) – associada com falta de
saneamento básico – tendencia de diminuir a incidência com a melhora de saneamento
básico
• ¾ do nº de pessoas que morrem no Brasil é a hepatite C, depois a B
o A causa de morte de hepatite B é cirrose hepática
o Maior causa de necessidade de transplante de fígado é a hepatite C no Brasil
Hepatite A
Etiologia
• Vírus da hepatite A
• Família Picornaviridae, gênero hepatovírus
• Vírions pequenos (27nm), sem envelope (muito resistente no ambiente – fica muito tempo
nas fezes, solo e ambiente)
• Genoma RNA de fita simples, sentido positivo
• Apenas 1 sorotipo (4 genótipos)
o Sorotipos – grupos antigenicamente diferentes entre eles (ex: dengue 1,2,3,4)
o Todos os vírus da hepatite A são sorologicamente parecidos entre eles
▪ Do ponto de vista vacinal isso é muito importante
• Muito resistente no ambiente, à temperatura e desinfetantes
• Transmissão fecal-oral, predominantemente por água e alimentos contaminados por fezes
Epidemiologia
Patogenia
Tratamento
• Saneamento básico
• Medias básicas de higiene
• Lavar bem as frutas/verduras/coxinhas bem os alimentos
• Água não tratada: ferver/filtrar água de beber e de cozinhar os alimentos
• Vacinação (proteção > 95% - imunidade até 20 anos0
o Vacina inativada com adjuvante
o Duas doses (6-12 meses intervalo)
o Crianças, jovens (em áreas de risco)
• Incorporada ao Programa Nacional de Imunizações (PNI – SUS)
Hepatite B
Epidemiologia
• Distribuição mundial
• Da em qualquer classe social
• Incidência varia muito entre os países
• Mais de dois bilhões de pessoas já foram infectados
• 200-300 milhões de pessoas com infeção persistente
• 50 milhões de novos casos por ano
• Brasil - ~15.000 novos casos/ano
• 15 milhões já tiveram contato (7,5%) – 1% portadores
• No Brasil, a região Sul é a região onde se tem mais casos (não se sabe porquê – pode estar
associado ao uso de drogas injetáveis, talvez)
• Grande maioria das infecções depois da infância
o Adolescência, fase adulta jovem – inicio da atividade sexual e inicio do uso de drogas
injetáveis
Transmissão
o Fontes de infecção – portadores sadios/ infecção persistente
o Transmissão indireta/ parenteral – 50- 75% dos casos
▪ Transfusões/ hemoderivados, agulhas contaminadas, drogas injetáveis,
instrumentos cirúrgicos
o Transmissão sexual (5-20%), perinatal (3-20%), amamentação (-)
o Possível: manicure, piercing, tatuagem, dentista;
o 10 – 15% dos casos não se sabe como a pessoa adquiriu = forma de infecção
indeterminada
▪ Estudos avaliam que pode ser transmitida pelo beijo
Patogenia
o Infecção aguda
▪ Clinica
• De 1 a 3 meses
• 95% erradicam a infecção e ficam saudáveis
• 1 a 5% ficam portadores (replicação hepática) – viremia persistentes
o Portadores subclínicas ou hepatite crônica (grau variável) → que
pode evoluir para cirrose ou carcinoma hepatocelular
▪ Subclínica
• 1 a 5% ficam portadores (replicação hepática) – viremia persistentes
o Portadores subclínicas ou hepatite crônica (grau variável) → que
pode evoluir para cirrose ou carcinoma hepatocelular
o Infecção neonatal ou transplacentária: 80 – 90% resultam em infecção persistente;
•
Diagnostico
o Clinico-epidemiológico
o Triagem: pesquisa de HBsAg (elisa ou teste rápido – cromatográfico)
o Em testes positivos → exames complementares para outros marcadores
o Marcadores
▪ Avalia infecção passada, vacinação, infecção aguda ou infecção crônica ativa
▪ Anticorpos anti-HBsAg e HBcAg (infecção passada)
▪ Anti-HBsAg (vacinação)
▪ Antígenos HBsAg, HBeAg, IgM anti-HBc (inf.aguda)
▪ Antígenos HBsAg, HbeAg (inf. Crônica ativa)
o PCR – acompanhamento da replicação viral/ carga viral;
Tratamento
o Hepatite aguda – repouso, alimentação e suporte
o Hepatite crônica
▪ Interferon- alfa
▪ Lamivudina – análogo de base – inibe RT
▪ Adefovir dipivoxil
o Tratamento de longa duração (meses)
o Reduz a replicação viral e dano hepático
Prevenção
o Evitar práticas de risco: sexo desprotegido e compartilhar agulhas
o Diagnóstico precoce (portador saudável)
o Vacinação
▪ Vacina recombinante = primeira vacina recombinante para humanos
▪ Três doses - > 95% de proteção
▪ Imunidade dura > 10 anos
▪ Tem algumas pessoas que não reage → não soroconverte → não se sabe
porquê;
o Indicada para criança e adolescente de até 18 anos
o Adultos de grupo de risco
o Recém- nascidos de mães + → vacina e soro imune
Hepatite C
• Principal hepatite transmitida por transfusões
• Conhecida por muitos anos como hepatite não-A, não-B;
• Hepacivirus – HCV
• 2 - 3% da população mundial é portadora;
• Principal causa de transplante hepático
• 60 – 70% das infecções evoluem para infecção crônica (podendo levar a cirrose + HCC)
• Vírus
o Envelopado
o RNA +
o Flaviviridae, Hepacivirus;
o Infecta apenas humanos
o Não replica bem em cultivo celular
o Faz viremia persistente
o Flaviridae – hgepacivirus
• Epidemiologia
o Distribuição mundial
o Prevalência em vários países
o Mortalidade de ¾ no Brasil
o Brasil – 1.5 a 2.5 milhões de portadores;
o Mais de 15 mil novos casos por ano.
• Transmissão
o Drogas injetáveis
o Sexual
o Transfusão sanguínea
▪ Os portadores são as principais fontes de infecção
• Patogenia
o Hepatite aguda
▪ 80- 85% assintomática
▪ 15- 20% hepatite crônica
• Sintomas de 2 a 10
semanas
▪ 15 a 30% curam
▪ 70 – 85% dos casos ficam
portadores
• Esse é o grande
problema da hepatite
C (maioria é
saudável)
▪ Cirrose em 20- 30% dos
portadores crônicos →
HCC em 10 a 30%
•
• Diagnostico
o Diferencial de A e B
o Sorologia (ELISA) mais de 95% de especificidade/ sensibilidade
o Ac surgem entra 20- 120 dias (média: 50);
o Teste rápido – cromatografia
• Tratamento
o Interferon alfa + ribavirina (análogo da guanina)
o Longa duração (48- 52 semanas)
o Reduz replicação viral – pode erradicar
o Alta taxa de não adesão e desistência
o Tratamento recente
▪ Simeprevir e declatasvir (2016)
▪ Novas drogas: elbasvir + grazpprevir e ledispavir + sofosbuvir
▪ Duração de 12 a 24 semanas
▪ Mais de 95% de cura da infecção
▪ Maior avanço da medicina nos últimos 20 anos
▪ Se já tem dano hepático não reverte (cura o vírus, mas segue com o problema
hepático)
• Prevenção e controle
o Redução de práticas de risco (sexo desprotegido, drogas injetáveis)
o Monitoramento de doadores de sangue/bancos de sangue
o Diagnóstico precoce – condição de portador saudável
o Não tem vacinação