0% acharam este documento útil (0 voto)
15 visualizações11 páginas

2frame Edu 2024 VF

Enviado por

João Fyllipy
Direitos autorais
© © All Rights Reserved
Levamos muito a sério os direitos de conteúdo. Se você suspeita que este conteúdo é seu, reivindique-o aqui.
Formatos disponíveis
Baixe no formato PDF, TXT ou leia on-line no Scribd
0% acharam este documento útil (0 voto)
15 visualizações11 páginas

2frame Edu 2024 VF

Enviado por

João Fyllipy
Direitos autorais
© © All Rights Reserved
Levamos muito a sério os direitos de conteúdo. Se você suspeita que este conteúdo é seu, reivindique-o aqui.
Formatos disponíveis
Baixe no formato PDF, TXT ou leia on-line no Scribd
Você está na página 1/ 11

2FRAME eDU: UMA FERRAMENTA BASEADA NA WEB PARA ANÁLISE

GEOMÉTRICA NÃO LINEAR DE PÓRTICOS PLANOS

1 INTRODUÇÃO

A análise estrutural desempenha um papel fundamental no projeto de estruturas civis


e mecânicas, visando determinar as forças e os esforços que agem sobre a estrutura, bem
como sua resposta às cargas aplicadas. Com o avanço da tecnologia, o uso de ferramentas
computacionais tornou-se cada vez mais comum nessa área, capacitando projetistas e
engenheiros a conceber estruturas mais eficientes e seguras. Nesse contexto, este trabalho
propõe o desenvolvimento de um software web que permita aos usuários realizar análises
estruturais de pórticos planos, considerando a não linearidade geométrica da estrutura. É
essencial que tanto engenheiros quanto alunos de graduação e pós-graduação em
engenharia estrutural possam visualizar o comportamento da estrutura sob diferentes
carregamentos.
Apesar da disponibilidade de softwares como SAP2000, Robot e até mesmo
ferramentas gratuitas como o Ftool para análise estrutural, ainda há uma demanda por uma
solução que permita a análise não linear de pórticos de forma rápida e prática. Portanto, o
desenvolvimento deste software web representa uma contribuição significativa para a área,
permitindo que engenheiros (graduandos, em primeira linha) projetem estruturas mais
seguras e eficientes, levando em consideração a não linearidade geométrica e
proporcionando uma avaliação rápida e prática da capacidade de carga da estrutura. Além
disso, este trabalho abre possibilidades futuras, como a inclusão de um módulo para
dimensionamento de estruturas de aço, seguindo as normas da NBR8800:2008.
Nesse contexto, uma ferramenta foi desenvolvida com base em tecnologia web
(cloud computing) para realizar análises estruturais não lineares, utilizando o Método da
Rigidez Direta. Este software possibilita uma interação amigável com o usuário (frontend)
através do framework React.JS e da linguagem de programação JavaScript, além de
oferecer uma visualização gráfica dos elementos de barra presentes nos pórticos planos.
Seu propósito é proporcionar uma nova ferramenta para estudantes de graduação e pós-
graduação, assim como para professores que ministram disciplinas na área de estruturas,
especialmente aquelas que abordam análises de segunda ordem em seus currículos.

2 DA FORMULAÇÃO PARA A ANÁLISE ESTRUTURAL

2.1 Método da Rigidez Direta

A deformação de um material mantém relação direta com a tensão aplicada


proporcionalmente a uma constante elástica 𝐸, dentro do regime elástico-linear de
deformação. O método da rigidez direta faz o uso dessa estratégia ao calcular os esforços
atuantes em cada barra do sistema estrutural, por meio da Equação (1) e, por meio do
Princípio da Superposição dos Efeitos, representar o comportamento da estrutura como um
todo de forma (Kassimali, 2010).
{𝐹} = [𝑘]{𝑑} (1)

A matriz [𝑘] contém os chamados coeficientes de rigidez 𝑘 de cada elemento e


possui ordem 3𝑛, sendo 𝑛 a quantidade de nós. Estes são coeficientes de proporcionalidade
para relacionar deslocamentos unitários com deslocamentos reais. Ou seja: é razoável
entende-los como sendo o efeito resultante de um deslocamento unitário que, ao se
relacionar com o deslocamento real, leva à forca externa aplicada.

𝛽𝑖0 + 𝑋𝑛𝑖 = 𝐾𝑖𝐷𝑖 = 0 (2)

A Equação (2) descreve o método dos deslocamentos. Cada deslocamento é


calculado nos nós da estrutura e cada um deles possui, no caso plano, 3 graus de liberdade
e 3 eixos de atuação de força, conforme ilustrado na figura 9. Ou seja: uma estrutura é
composta por 3𝑛 ações, e uma igual quantidade de graus de liberdade. O vetor força [𝐹] e
o vetor deslocamento [𝑑] são escritos como segue:

𝑓𝑥𝑖
𝑢𝑖
𝑓𝑦𝑖 𝑣𝑖
𝑚𝑖 𝜃𝑖
{𝐹} = 𝑗 {𝑑} = 𝑢𝑗
𝑓𝑥 (3)
𝑗 𝑢𝑗
𝑓𝑦
{ 𝑗} {𝜃𝑗 }
𝑚

O subíndice na matriz [𝑢] e o sobrescrito na matriz [𝐹], ambos genéricos, denotam os nós
de início 𝑖 e fim da barra 𝑗, assumindo os índices correspondentes ao respectivo nó. Com
relação ao vetor [𝑢] as variáveis 𝑢, 𝑣 e 𝜃 são atribuídas, respectivamente, ao deslocamento
horizontal, deslocamento vertical e rotação. A visualização da posição dos elementos pode
ser melhor compreendida ao olhar, por exemplo, a indicação dos elementos do vetor de
força {𝐹} na Figura 1.

Figura 1 – Forças representadas no vetor de forças [𝐹].

Fonte: Autores
2.2 Análise Não Linear Geométrica

A análise estrutural busca compreender como as estruturas reagem às forças


externas e essa análise deve ser realizada da maneira mais rigorosa possível. Dessa forma,
faz-se necessário compreender que há situações em que a estrutura não se comporta de
acordo com a lei de Hooke, ou seja, obedecendo a uma relação linear entre tensão (não
linearidade física).
Também é possível que deslocamentos laterais excessivos provoquem o
aparecimento de momentos fletores não previstos inicialmente (Não linearidade
geométrica). Ambas as situações, não linearidades físicas e/ou geométricas, ocorrem em
edifícios altos, elementos com fissuração, inconsistências no material, dentre outras. A esse
tipo de análise dá se o nome de "analise não linear" e é de fundamental importância para o
melhor entendimento do comportamento do sistema estrutural (Pereira, 2002). A análise
não linear também é conhecida como análise de 2a ordem. Geralmente, diante de
processos matemáticos complexos que os métodos rigorosos utilizam, é preferível utilizar
métodos simplificados que, apesar de sua simplicidade comparada aos métodos rigorosos,
tem mostrado boa precisão, como se observa na literatura. Um desses métodos de análise
não linear geométrica consiste, como Moura e Barbirato (2020) descrevem, em analisar as
alterações que deslocamentos, ocasionados por forças externas, provocam nos Esforços
Internos Solicitantes (EIS). Para isso, aplica-se uma carga horizontal fictícia, de modo a tirar
a estrutura de sua condição não deslocada, e verificar como os carregamentos atuantes se
comportam nesta nova configuração deslocada. O processo é, então, novamente realizado,
desta vez com a figuração deslocada anterior e novamente analisado. Ou seja: trata-se de
um método iterativo, que busca a convergência ao equilíbrio da estrutura deslocada (Silva;
Lavall, 2004).
A importância dessas metodologias simplificadas fica clara quando a NBR 8800
(2008) apresenta um modo simplificado similar, chamado de Método da Amplificação dos
Esforços Solicitantes (MAES), também chamado Método B1, B2, como forma de reduzir o
esforço laboral do projetista. Há métodos, entretanto, que levam em consideração a
estrutura deformada de forma implícita em suas formulações, como é o caso do Método
dos Dois Ciclos Iterativos (aqui chamado de M2CI). Este trabalho levou em consideração
apenas a não linearidade geométrica.
É importante salientar que a os efeitos de segunda ordem tem um impacto
significativo em estruturas de grande altura, ou seja, aumentam conforme se adicionam
mais pavimentos. A variação dos deslocamentos, dessa forma, mostra uma relação linear
com a altura da edificação (Konapure; Dhanshetti, 2015). De forma a diminuir a carga
computacional para o cálculo do esforço de segunda ordem, pode-se adotar metodologias
simplificadas. No desenvolvimento deste trabalho, dada a necessidade de diminuir o
esforço computacional motivado pelo processamento ser desenvolvido no lado do client,
optou-se por seguir esta abordagem e, portanto, utilizar-se-á, graças a sua reduzida
necessidade de esforço computacional, o método sugerido por Chen e Lui (1991), chamado
Método dos Dois Ciclos Iterativos. O método consiste em realizar dois ciclos de cálculo. O
primeiro ciclo utiliza a matriz [𝑘] - que no contexto deste método se atribui a nomenclatura
[𝑘𝐿 ] para diferenciar da matriz de rigidez atualizada - não sofre qualquer tipo de modificação
de segunda ordem, ou seja, é realizada apenas uma análise de primeira ordem
convencional. Após a realização do primeiro ciclo e, consequentemente, a obtenção dos
EIS, inclui-se os efeitos da não linearidade geométrica através da adoção de uma matriz de
rigidez geométrica [𝑘𝑔 ], que depende desses esforços internos obtidos na análise do
primeiro ciclo.
Inicia-se em seguida o segundo ciclo de cálculo em que a matriz de rigidez [𝑘𝐿 ] e
somada a matriz de rigidez geométrica [𝑘𝑔 ], resultando em uma matriz de rigidez
atualizada, como mostra a Equação (4) (em que 𝑃 nesta equação se refere ao esforço axial
na barra). Por fim, efetua-se o cálculo convencional, como se fosse uma análise linear,
utilizando a matriz de rigidez atualizada.

[𝑘] = [𝑘𝐿 ] + [𝑘𝑔 ] (4)

O Quadro 1 apresenta um quadro resumo das etapas do método.

Quadro 1 – Etapas do Método dos Dois Ciclos Iterativos.


Primeiro ciclo Passo 1 Realizar uma análise linear da estrutura.
Utilizando os esforços obtidos no passo 1, calcula-se a
Passo 2
matriz de rigidez geométrica [𝑘𝑔 ].
Soma-se a matriz [𝑘𝑔 ] com a matriz [𝑘𝐿 ] gerando uma
Segundo ciclo Passo 3
matriz de rigidez atualizada.
Faz-se uma nova análise, mas utilizando a matriz de
Passo 4
rigidez atualizada.
Fonte: Autores

Dentro do método é possível a utilização de uma matriz de rigidez geométrica [𝑘𝑔 ]


ainda mais complexa, utilizando os outros esforços internos além do axial, como a sugerida
por Rodrigues (2017). Porém, como observado nos resultados obtidos o aparato
matemático apresentado por Chen e Lui (1991) apresentou resultados satisfatórios.

3 DO SOFTWARE 2FRAME

O programa fruto deste trabalho foi pensado para suprir a necessidade de análise de
engenheiros e estudantes de engenharia para o cálculo rápido, fácil e funcional de
estruturas reticuladas planas. Seu uso e interpretação dos resultados é de inteira
responsabilidade do usuário, resguardando o desenvolvedor de qualquer implicação. A
função do programa é de servir como ferramenta de consulta e não de cálculo final do
modelo, devendo o aluno, pesquisador ou engenheiro revisar e validar os resultados. O
programa é chamado 2Frame. 2 (two em inglês) remete a preposição to do inglês,
significando "para", enquanto Frame vem do inglês, em tradução aplicada a este contexto,
"pórtico". Ou seja: e um programa "para pórticos". Além disso, o numeral 2 indica a
possibilidade de realização de analises em segunda ordem.
Dentre as diversas opções de programação, a Linguagem JavaScript se destacou,
pois é a sintaxe de facto para desenvolvimento web. Precisa ser, no entanto, aliada a
linguagem de marcação HTML para desenvolver páginas web. Desta forma, utilizar-se-á a
versão ECMAScript 6 do JavaScript.
Com o avanço dos dispositivos móveis e da estrutura de rede da internet, os
desenvolvedores de aplicativo têm se voltado para o desenvolvimento web. Isso possibilita
a existência de aplicativos em nuvem, ou seja, aplicativos que estão armazenados por um
servidor e podem ser acessados via browser de qualquer dispositivo conectado à internet.
Esse modelo de produção em desenvolvimento de sistemas e chamado de cloud
computing. É possível compreender este tipo de arquitetura de software ao fazer analogia
de uma corda com dois nós em cada extremidade. Em um nó o usuário entra e recebe
dados, visualiza a aplicação e, geralmente, possui um UX (User Experience) mais amigável,
chamado de frontend, enquanto o outro nó, chamado de backend processa as requisições,
realiza os cálculos, dentre outras tarefas, de forma a centralizar o processamento, aliviando
a carga computacional no lado do cliente. Toda essa comunicação é feita por meio da
"corda" que, nesta analogia, e a própria internet. Essa abordagem permite que o usuário
possa interagir com a aplicação em qualquer momento e em qualquer lugar, bastando
apenas o acesso à internet.
A arquitetura de uma aplicação e a forma em que seus diferentes módulos, funções
e dados são organizados, seguindo uma ordem lógica. Sua função principal e facilitar o
desenvolvimento e manutenção do código. A aplicação fruto deste trabalho está dividida,
conforme a Figura 2, em 4 grandes módulos: Pós-processador, Processador, Pré-
processador e Canvas.

Figura 2 – Arquitetura da aplicação

Fonte: Autores

O Módulo de Canvas armazena toda a lógica da interface gráfica do usuário. Por


conta disso, ela faz o gerenciamento dos outros módulos realizando a troca de dados e
supervisionando as requisições do usuário. O Pré-processador faz o tratamento dos dados
de entrada do usuário. É responsável por converter a entrada gráfica em arrays de
coordenadas e forças, bem como a manipulação de dados geométricos e de materiais. Para
solucionar o sistema matricial o módulo de processamento recebe, gerenciado pelo
Canvas, os dados tratados pelo Processador e realiza os cálculos necessários. Após a
solução do modelo da estrutura, os resultados são geridos e organizados pelo Pós-
processador, enviando os resultados tratados para a exibição pelo Canvas. Todo o
tratamento de dados e feito aproveitando o fato de o Javascript ser uma linguagem
orientada a objetos. Dessa maneira, nós e barras são instanciados como objetos e sua
manipulação se torna simplificada pelos diferentes módulos, sem a necessidade de funções
e métodos complexos.
Para possibilitar um maior controle do código sobre as funções de desenho, optou-
se por não utilizar nenhum framework gráfico externo, preferindo a criação de uma engine
2D própria, batizada de Object Display on Canvas Engine ou ODCE. Essa decisão foi
motivada devido ao maior controle que este autor teria em relação aos aspectos gráficos
da aplicação e a não necessidade de depender de licenças externas. Uma engine gráfica
é um conjunto de funções que propiciam que gráficos, nesse caso 2D, sejam gerados,
transformando as instruções logicas em equações lineares para exibir as formas
necessárias e requisitadas na tela. A engine 2D aqui desenvolvida é rudimentar, utilizando
os métodos de canvas do próprio Javascript. Por se tratar de algo bem simples e
rudimentar, foi implementado apenas um espaço vetorial em metros e uma transformação
de escala. Uma das características da ODCE é a possibilidade de escalonar o desenho e
modificar o espaçamento entre as linhas de grid. Esse controle é possível com a barra de
ferramentas inferior. Uma descrição da barra de ferramentas inferior e fornecida na Tabela
2.
Figura 3 – Barra de ferramentas inferior.

Fonte: Autores

A interface do usuário foi pensada levando em conta as seguintes diretrizes:


experiência do usuário (UX), simplicidade e leveza.
Essas diretrizes foram seguidas sempre que possível, culminando com a interface
padrão da aplicação (Figura 4), a qual é dividida em 4 áreas principais: barra lateral, barra
inferior, mesa de desenho e pop-ups (ou janelas).

Figura 4 – Interface geral da aplicação.

Fonte: Autores

O Quadro 2 mostra a função de cada uma dessas áreas, aqui chamada de elementos
de UI (User Interface).

Quadro 2 – Elementos da interface de usuário.


Elemento Descrição
Barra lateral Guarda as ferramentas para a inserção de dados, como a inserção de nós,
barras, inserção de propriedades geométricas e de material, inserção de
forças e a ferramenta de revisão e análise.
Barra inferior Controla a visualização da área de desenho, como o espaçamento do grid e
sua escala.
Área de desenho Local composto por um grid, onde o usuário faz o desenho da estrutura
através de nós e barras.
janelas Pop-ups que surgem ao selecionar algumas ferramentas com um formulário
para sua manipulação.
Fonte: Autores
O conceito de janelas foi adotado (Figura 5) pois facilita a interação do usuário com
os dados, funcionando como assistentes, exibindo campos de inserção de dados, suas
descrições e unidades.

Figura 5 – Exemplo de janelas na aplicação.

Fonte: Autores

A janela de revisão e analise traz, ainda, o conceito de abas, onde é possível revisar
cada elemento da estrutura em suas respectivas abas. Também é nesta janela que está a
seção de análise e resultados (mostrado somente após a realização da análise).
A seção de resultados traz um relatório completo, com tabelas de reações, bem
como gráficos de esforços internos solicitantes de cada uma das barras (Figura 6).

Figura 6 – Tabelas do relatório de análise de um exemplo genérico.

Fonte: Autores
Um diferencial no presente trabalho é o caráter de facilitação de uso on line. Para
tanto, foi escolhida a forma e hospedagem para disponibilizar o programa. O termo
hospedagem, no meio da computação, significa "alocar um espaço na web para uma
página", ou seja, é o ato de colocar no ar o servidor da aplicação. A hospedagem pode ser
realizada pelo próprio produto (neste caso, software, com a implantação de um servidor in
house). Porém, por conta da praticidade e custo, sempre é preferível utilizar serviços que
realizem a hospedagem de páginas. No momento do desenvolvimento deste trabalho, o
programa encontra-se hospedado em um host gratuito, ficando à mercê das políticas e
cláusulas do serviço. Esta foi a principal dificuldade durante a elaboração do programa, pois
funcionalidades pensadas originalmente para o 2Frame tiveram que ficar fora da web por
questões relacionadas ao serviço gratuito e suas limitações. Assim, o autor deste trabalho
não pode garantir a sua permanência na rede, ficando reservado ao mesmo apenas o
código fonte.

4 APLICAÇÕES

Para a comparação dos resultados foi modelado, no 2Frame e no software


AcadFrame, que realiza análise não linear geométrica utilizando o método dos elementos
finitos posicionais, um pórtico com 3 barras, sendo uma destas inclinada, e carregamento
linearmente distribuído nesta barra, conforme visto na Figura 7. O vão vencido pela viga
(barra 2) é de 5 metros e a altura do pavimento e também de 5 metros. Os apoios são do
tipo engaste. Foi utilizada uma única geometria de seção para todas as barras, atribuindo
o perfil CVS 500x217. O módulo de elasticidade adotado foi de 𝐸 = 205000 MPa. A análise
foi realizada com 8 casos de carregamento, com incrementos de 12,5% na carga até o
limite de 1266,56 kN/m. Portanto, o carregamento do primeiro caso equivale a 158,32 kN/m.
Salienta-se que os resultados apresentados são oriundos da análise não linear geométrica
apenas. Todos os resultados comparados foram os referentes ao nó 2 da estrutura,
conforme indicado na Figura 7.

Figura 7 – Pórtico modelado no 2Frame com o primeiro caso


de carga.

Fonte: Autores

Na Tabela 1 são apresentados os resultados obtidos pelo AcadFrame e 2Frame para


os deslocamentos do no 2.
Tabela 1 – Comparação dos deslocamentos horizontais (m) no AcadFrame e
no 2Frame no nó 2
Deslocamento no Deslocamento no
𝑃/𝑃𝑟𝑒𝑓 Erro (%)
AcadFrame (m) 2Frame (m)
0,125 0,01248 0,0121 3,04
0,250 0,02497 0,0242 2,92
0,375 0,03746 0,0364 2,82
0,500 0,04996 0,0486 2,72
0,625 0,06246 0,0608 2,65
0,750 0,07497 0,0731 2,49
0,875 0,08748 0,0854 2,37
1,000 0,09999 0,0977 2,23
Fonte: Autores

Nota-se que, à medida em que a carga aumenta, chegando ao limite 𝑃/𝑃𝑟𝑒𝑓 = 1, o


erro diminui, chegando a 2,23%. Considerando que cargas maiores exigem maior
confiabilidade, um erro cada vez menor a medida em que se aumenta a carga,
considerando apenas o AcadFrame como referência, a segurança também está
aumentando, pois se converge a um resultado cada vez mais similar. Isso mostra a
segurança do 2Frame para o cálculo de flechas, por exemplo.
Por fim, as comparações de resultados e os erros percentuais obtidos para os
Momentos Fletores são apresentados na Tabela 2.

Tabela 2 – Comparação dos Momentos Fletores (kN.m) no Acad-


Frame x 2Frame no nó 2
Fletor no Fletor no
𝑃/𝑃𝑟𝑒𝑓 AcadFrame 2Frame Erro (%)
(kN.m) (kN.m)
0,125 272,19 271,74 0,16
0,250 546,89 545,12 0,32
0,375 824,1 820,17 0,47
0,500 1103,81 1096,87 0,62
0,625 1386,04 1375,25 0,78
0,750 1670,78 1655,3 0,92
0,875 1958,03 1937,04 1,07
1,000 2247,8 2220,46 1,21
Fonte: Autores

Os Momentos Fletores, como observado na Tabela 2, são os que apresentam a


menor diferença, tendo um erro de apenas 1,21% para a carga limite 𝑃𝑟𝑒𝑓. Importante
ressaltar que, para a carga mais baixa, houve um erro também muito pequeno, de 0,16%.
Esses resultados mostram, como os demais, a confiabilidade do 2Frame quando
comparado ao AcadFrame. Em suma, os resultados comparativos apresentados
demonstram a confiabilidade dos cálculos realizados pelo software desenvolvido.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O desenvolvimento do software web, nomeado de 2Frame, foi apresentado em


detalhes, descrevendo as funcionalidades e recursos disponíveis para os usuários, além de
destacar as principais vantagens e desafios enfrentados durante o desenvolvimento. Em
seguida, foram realizadas análises comparativas entre os resultados obtidos pelo software
desenvolvido e software acadêmico AcadFrame.
Os resultados obtidos demonstraram que o 2Frame apresentou resultados
satisfatórios, comparáveis com os demais métodos de cálculo. Além disso, foi possível
destacar a vantagem do software em relação a facilidade de uso, acessibilidade e
praticidade, uma vez que pode ser acessado por qualquer dispositivo com conexão à
internet. Conclui-se, por fim, que o software desenvolvido é uma ferramenta valiosa para
os profissionais da área e alunos de graduação e pode contribuir para o entendimento do
comportamento de estruturas, tanto em análises lineares quanto em analises não lineares.

REFERÊNCIAS

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 8800: Projeto de estruturas


de aço e de estruturas mistas de aço e concreto de edifícios. Rio de Janeiro, 2008. 247
p.

CHEN, W.-F.; LUI, E. M. Stability Design of Steel Frames. [S.l.]: CRC Press, 1991.

CODA, H. B.; PACCOLA, R. R. AcadFrame: Software Acadêmico para análise de


pórticos e treliças planas. 2006. Acesso em 18/05/2023. Disponível em:
<http://web.set.eesc.usp.br/softwares_depto/acadframe/>.

KASSIMALI, A. Matrix Analysis of Structures. 2. ed. [S.l.]: Cengage, 2010

KONAPURE, C. G.; DHANSHETTI, P. V. Effect of p-delta action on multi-storey


buildings. International Journal of Engineering Research & Technology, v. 4, 2015.

MOURA, B. C. de A.; BARBIRATO, J. C. C. Contribuição para análise não linear de


pórticos planos de edifícios utilizando o p-delta com a técnica das cargas laterais
fictícias. XLI CILAMCE, 2020.

PEREIRA, A. Projeto ótimo de pórticos planos com restrição à flambagem. 99 p.


Dissertação (Mestrado em Engenharia Civil) — Pontifícia Universidade Católica do Rio de
Janeiro, Rio de Janeiro, 2002.

RODRIGUES, M. Soluções integradas para as formulações do problema de não


linearidade geométrica. Tese (Doutorado) — Pontifícia Universidade Católica do Rio de
Janeiro, Rio de Janeiro, 2017.

SILVA, R. G. L. da; LAVALL, A. C. C. Utilização de análises elásticas estimadas ou


aproximadas de 2ª ordem para o dimensionamento de pórticos planos de aço. XXXI
Jornadas Sud-Americanas de Ingeniería Estructural, 2004.
2FRAME eDU: A WEB-BASED TOOL FOR NON-LINEAR GEOMETRIC ANALYSIS OF
2-DIMENSIONAL FRAMES

Abstract: This project involves the development of software designed for the non-linear
geometric analysis of plane frames. The software utilizes matrix methodologies, specifically
the Direct Stiffness Method and the Two Cycle Iterative Method to account for geometric
nonlinearity, alongside principles from solid mechanics. It allows users to input frame
parameters and material properties to calculate the stiffness matrix and internal forces of
the modelled frame. The application is designed to be accessible to both undergraduate and
graduate students as well as professionals in the structural engineering field who require
non-linear analysis capabilities via a cloud-based computing model. The front-end of the
application is built using the React.JS framework. To validate its accuracy, the results
obtained from the software were compared against data from solved examples found in
relevant literature.

Keywords: Structural Analysis, Matrix Analysis of Structures, Nonlinear Geometric


Analysis, Engineering App Development, Cloud Computing.

Você também pode gostar