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Basico Da Prescricao em Psiquiatria

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sumá

03 | ANAMNESE PSIQUIÁTRICA

31 | NEUROFISIOLOGIA

37 | PSICOTRÓPICOS

41 | ANTIDEPRESSIVOS

72 | INSÔNIA

88 | COMPULSÃO

95 | FISSURA

99 | ANSIOLÍTICOS
á ANAMNESE
PSIQUIÁTRICA

A anamnese psiquiátrica é uma etapa fundamental


da avaliação clínica de pacientes com problemas de
saúde mental. Trata-se de uma entrevista detalhada
realizada pelo profissional de saúde mental,
geralmente um psiquiatra ou psicólogo, para coletar
informações sobre a história de vida do paciente,
seus sintomas, fatores de risco, experiências passadas,
histórico familiar e outras questões relevantes para a
compreensão do quadro clínico.
Em resumo, a anamnese psiquiátrica é essencial
para obter uma visão abrangente do paciente,
compreender seu quadro clínico e elaborar um
plano de tratamento adequado e individualizado. Ela
permite que o profissional de saúde mental estabeleça
uma relação de confiança com o paciente, o que é
fundamental para o sucesso do tratamento. Ela pode
ser dividida em:
1) IDENTIFICAÇÃO
2) QUEIXA
3) HISTÓRIA PSIQUIÁTRICA ATUAL (SINTOMATOLOGIA)
4) HISTÓRIA PSIQUIÁTRICA PREGRESSA
5) HISTÓRICO FAMILIAR
6) CONDIÇÕES DE VIDA DO PACIENTE
7) MEDICAÇÃO ATUAL
8) EXAME DO ESTADO MENTAL
9) HIPÓTESE DIAGNÓSTICA
10) CONDUTA

MODELO DE
ANAMNESE EM PSIQUIATRIA

Abertura: Bom dia, Sr./Sra., meu nome é __________, eu


sou ____________e eu queria saber, primeiramente, qual seu
nome e sobrenome? E por que não começamos com você me
dizendo o que o levou a vir aqui?
• Ouvir o paciente e de preferência preencher sua ficha de
anamnese após a escuta do paciente.
Agora eu vou fazer algumas perguntas para você, para
preencher sua ficha entender um pouco mais sobre você.
IDENTIFICAÇÃO

Nome: ___________________________________________
Idade: ___________ Sexo:____________ Naturalidade /
Procedência:__________________
Escolaridade:___________________
Profissão:_______________ Estado Civil:______________
Religião:_______________________
QUEIXA:_________________________

HISTÓRIA PSIQUIÁTRICA
ATUAL (Sintomatologia)

Perguntar se tem algum sintoma ou dor específica, se sim, fazer


a descrição do sintoma-guia: início, duração, outras queixas
associadas.
Caracterizar segundo: localização, irradiação, tipo, intensidade,
se faz despertar do sono, duração, frequência, ritmicidade, o que
melhora, o que piora, fatores associados. Como evoluiu e qual é
a situação atual. A história deve ter começo, meio e fim. Incluir
repercussões sobre o estado geral (disposição, capacidade de
trabalho, perda de peso, febre, anorexia, estado psíquico).
Perguntas abertas: “Me conta um pouco mais sobre essa (dor/
falta de ar). Quando ela ocorre? Como ela ocorre?” Quando você
começou a perceber que não estava bem?”

1. Humor X Afeto

A) Depressão: tristeza, choro, sono, mudança no apetite,


energia, concentração, função sexual, culpa, agitação ou lentidão
psicomotoras, interesse. Um mnemônico comum usado para
lembrar os sintomas de depressão maior é SIGECAPS (Sono,
Interesse, Culpa (Guilt), Energia, Concentração, Apetite, agitação
ou lentidão Psicomotoras, Suicídio).
ANEDONIA - perda de prazer nas coisas que anteriormente
deixavam o paciente feliz.
B) Mania: impulsividade, grandiosidade, imprudência, energia
excessiva, necessidade de sono diminuído, gastos excessivos,
loquacidade, pensamentos acelerados, hipersexualidade.
C) Misto/Outros: irritabilidade, suscetibilidade.

2. Ansiedade

A. Sintomas de ansiedade generalizada: onde, quando, quem,


quanto tempo, com que frequência.
B. Sintomas de transtorno de pânico: quanto tempo até o pico,
sintomas somáticos incluindo coração acelerado, sudorese, falta de
ar, dificuldade para engolir, sensação de desgraça iminente, medo
de recaída, agorafobia.
C. Sintomas obsessiva-compulsivos: checagem, limpeza,
organização, rituais, preocupação, pensamento obsessivo,
contagem, crenças racionais x irracionais.
D. Transtorno de estresse pós-traumático: pesadelos, flashbacks,
resposta de sobressalto, esquiva.
E. Sintomas de ansiedade social. F. Fobias simples, por exemplo,
alturas, aviões, aranhas, etc.

3. Psicose

A. Alucinações: auditivas, visuais, olfativas, táteis.


B. Paranoia.
C. Delírios: TV, rádio, irradiação do pensamento, controle da
mente, delírios de referência. D. Percepção do paciente: contexto
espiritual ou cultural dos sintomas, teste de realidade.

4. Outros
A. Sintomas de transtorno de déficit de atenção/hiperatividade.
B. Sintomas de transtorno alimentar: compulsão, purgação,
exercícios excessivos.
HISTÓRIA
PSIQUIÁTRICA PREGRESSA

1. Toma algum remédio? Sabe se tem alergia a alguma


medicação?
2. Tomava algum remédio antes de iniciar a medicação atual?
Por que parou?
3. Tem pressão alta, diabetes, problema de tireoide, cirurgias
prévias?
4. Você já teve alguma internação anterior? Ou tentativa de
suicídio?

Ao revisitar o histórico psiquiátrico do paciente, é fundamental


que o médico obtenha informações detalhadas sobre todas as doenças
mentais que o paciente tenha enfrentado ao longo da vida, bem
como o desenvolvimento dos sintomas e os tratamentos adotados.
É importante reconhecer que a presença de múltiplos transtornos é
comum, portanto, além dos episódios prévios da mesma doença, o
psiquiatra deve estar atento a sinais e sintomas de outras condições
psiquiátricas.
A descrição dos sintomas passados inclui o momento em que
ocorreram, a duração, a frequência e a gravidade. É essencial revisar
cuidadosamente os tratamentos anteriores, como psicoterapia
(individual, em grupo, de casais ou familiar), tratamento ambulatorial,
internação hospitalar, grupos de apoio, e também considerar
outras modalidades, como eletroconvulsoterapia, terapia de luz ou
tratamentos alternativos. É importante entender quais tratamentos
foram tentados, por quanto tempo e em que doses, para avaliar
sua eficácia e razões para interrupção. A resposta ao tratamento e
possíveis efeitos colaterais também devem ser explorados, bem como
a adesão do paciente ao tratamento recomendado.

HISTÓRICO FAMILIAR

Considerando que muitas doenças psiquiátricas têm origem


familiar e apresentam uma predisposição genética, é essencial
realizar uma análise cuidadosa da história familiar durante a
avaliação psiquiátrica. A história familiar não só ajuda a identificar
possíveis fatores de risco para doenças específicas, mas também
auxilia na compreensão do contexto psicossocial do paciente.
É importante abordar diagnósticos psiquiátricos anteriores,
tratamentos, hospitalizações, transtornos relacionados ao uso
de substâncias e histórico de suicídio. Algumas vezes, observa-
se uma resposta semelhante a medicamentos em membros da
mesma família, e o histórico familiar de suicídio pode ser um fator
significativo de risco para comportamentos suicidas no paciente. O
entrevistador deve ter consciência de que o diagnóstico atribuído
a um membro da família pode ou não ser preciso, e informações
sobre a apresentação e tratamento daquela doença podem ser úteis.
Doenças clínicas presentes na história familiar também podem
ser relevantes tanto para o diagnóstico quanto para o tratamento
do paciente. Por exemplo, uma história familiar de diabetes
ou hiperlipidemia pode influenciar a escolha do medicamento
antipsicótico, considerando o risco para o desenvolvimento dessas
doenças no paciente. Além disso, tradições, crenças e expectativas
familiares podem desempenhar um papel significativo no
desenvolvimento, expressão e curso da doença. A história familiar
também é importante para identificar possíveis fontes de apoio e
estresse para o paciente e para avaliar a disponibilidade e adequação
dos possíveis cuidadores, dependendo do grau de incapacidade do
paciente.

1. Eu gostaria de saber se mais alguém da sua família tem algum


caso psiquiátrico?
2. Alguém faz uso de medicação para depressão/ansiedade ou
outro problema psiquiátrico?
3. Perguntar sobre o número de apoio, relação com a pessoa.

CONDIÇÕES DE VIDA DO PACIENTE

1. Ocupação atual e anteriores: natureza, meio ambiente


(substâncias). “O senhor trabalha com o quê? Antes dessa
profissão, trabalhava com outra coisa? Como você se sentiu com a
demissão…?”
2. Atividades físicas: trabalho, esporte e hobbies; sedentarismo.
3. Alimentação: recordatório alimentar, conclusão sobre a
quantidade e qualidade da alimentação. (Perda ou ganho de peso
recentes)
4. Hábitos: tabagismo (natureza, duração, quantidade), bebidas
alcoólicas (idem; CAGE: diminuir, incômodo, culpado, dose cedo),
drogas ilícitas, sedativos e estimulantes.
5. Suporte social: relacionamentos com família, co-habitantes,
amigos, grupos comunitários; luto, conflitos ou déficits interpessoais,
mudanças do ciclo de vida.
6. É casado? Quanto tempo?
7. Tem filhos? Idades. (Se for separado ou divorciado, tem
contato com os filhos? Quantas vezes por semana? Como foi a
separação?)
8. Mora com quem?
9. Estudou até que série?
10. Veio acompanhado de alguém?

MEDICAÇÃO ATUAL
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
EXAME DO ESTADO MENTAL

O exame do estado mental é a parte da entrevista psiquiátrica que


se dedica à elucidação de sinais e sintomas patológicos importantes
para a formulação diagnóstica. As informações são coletadas na
entrevista psiquiátrica, através da observação do médico, relatos
do médico, paciente, familiares e outros informantes.
Entrevista inicial – aspectos para o paciente:

1. Aparência
2. Comportamento
3. Atitude frente ao examinador
4. Comunicação com examinador
5. Sentimentos despertados

O exame não deve ser realizado apenas pelos psiquiatras. Pode


fazer parte do exame médico do paciente, independente da sua
morbidade. É essencial não só para o diagnóstico de
possíveis transtornos psiquiátricos, como também pode oferecer
indícios importantes de transtornos neurológicos, metabólicos,
intoxicações, efeitos de drogas sobre o funcionamento mental e o
comportamento.
Alterações em síndromes cerebrais orgânicas:

1) CONSCIÊNCIA: é a atividade integradora dos fenômenos


psíquicos, que possibilita que se tome conhecimento da realidade
num dado instante. Quando não há alterações na consciência =
lucidez.

a. Obnubilação: é um nível de funcionamento inferior


a lucidez e superior a sonolência, em que o paciente ainda se
apresenta desperto (embriaguez).
b. Sonolência: nível mais intenso que a obnubilação,
assemelha-se a sonolência normal. Paciente estava dormindo,
desperta com estímulo, coopera com a entrevista e volta a
dormir (sob efeito de calmantes).
c. Estupor/torpor: paciente não desperta ou desperta
brevemente com estímulos dolorosos intensos.
d. Coma: paciente é incapaz de despertar sob quaisquer
estímulos externos.

2) ATENÇÃO: processo mediante o qual concentramos nossa


atividade psíquica sobre os estímulos que a solicitam, sejam
externos ou internos. Quando o paciente não apresente alterações
na atenção = sem alterações ou normoprosexia.
a. Tenacidade: capacidade de manter a atenção dirigida a um
mesmo estímulo.
i. Normotenaz: quando o paciente consegue se ater pelo
tempo necessário a um assunto proposto pelo entrevistador.
ii. Hipotenaz: quando o paciente troca de um assunto
a outro, começa a responder uma pergunta e logo troca de
assunto, não se fixando em nada.
iii. Hipertenaz: paciente que se mantém sempre fixo no
mesmo assunto.

b. Vigilância: capacidade de atentar a novos estímulos, ou seja,


de trocar estímulos quando necessário. No estado normal, diz
normovigilância.
i. Hipervigilância: sensibilidade exagerada a novos
estímulos
ii. Hipovigilância: sensibilidade diminuída

3) SENSOPERCEPÇÃO: é a função mental através da qual o


individuo toma conhecimento do ambiente e do seu próprio corpo.
Os sentidos, as sensações viscerais e o sentido de movimento
chegam à consciência através desta função.
a. Suspeitar de alguma anormalidade a partir da conduta do
paciente. Ex: paciente inquieto, olha constantemente para os lados,
interrompe o entrevistador...
b. Alterações: ilusões (erros de percepção em que ocorre
deformação de um objeto), alucinações (ocorre a formação de
uma percepção sem que haja qualquer estímulo sensorial que
a justifique) ou pseudo-alucinações.
c. Classificação das alucinações:

i. Auditivas: esquizofrenia, transtornos afetivos, quadros


tóxicos, epilepsia etc.
ii. Alucinações intrapsíquicas: paciente percebe as vozes
ou sons no interior de sua cabeça
iii. Visuais: mais relacionadas a quadro orgânicos,
como intoxicações e abstinência de substâncias
iv. Alucinações táteis: mais frequentes em estados
relacionados ao uso de substâncias
v. Alucinações olfativas e gustativas: muitas vezes
associados a depressão
vi. Alucinações cinestésicas: relacionadas ao movimento
de parte do corpo e sensação de modificação no tamanho e
forma do corpo
vii. Alucinações cenestésicas: dizem respeito à
sensibilidade interna, das vísceras e órgãos do corpo
viii. Pseudo-alucinações: o paciente percebe um objeto
inexistente, como nas alucinações, mas tem consciência da
irrealidade da sua percepção

4) ORIENTAÇÃO: capacidade que tem o individuo de situar-


se em relação a si e ao mundo no tempo e no espaço

a. Orientação autopsíquica: diz respeito a orientação sobre


a própria pessoa. Paciente que sabe quem é, de onde procede, e
sente como corresponde a ele seu passado e sua vida interior atual
b. Orientação alopsíquica: determina o conhecimento do
paciente do local onde se encontra, do que há na sua volta, bem
como do tempo em que vive, hora, dia, mês e ano – ou seja,
compreende a orientação espacial e temporal.

5)MEMÓRIA: capacidade de adquirir, reter e utilizar


secundariamente uma experiência

a. Amnésia e hipomnésia: prejuízos na memória, tanto total


quanto parciais. Dividem-se em: amnésia retrógrada, anterógrada
ou retroanterógrada.
i. Retrógrada ou de evocação: perda de memória de
fatos que precederam determinado evento. Abarca um
período de tempo de segundos a minutos antecedendo o
ocorrido, mas pode estender-se a anos. Pode ser reversível
ou irreversível.
ii. Anterógrada ou de fixação: incapacidade
de memorizar fatos que ocorreram após um evento
determinado.
iii. Retro-anterógrada: quando ocorrem os dois
prejuízos de memória. Geralmente inicia com amnésia
anterógrada, aparecendo prejuízos na memória remota
com progressão da doença.
b. Hiperamnésia: consiste no aumento simples de
memória. Não é necessariamente um processo patológico.
c. Confabulação: é o fenômeno em que lacunas
de memória, causadas por processos orgânicos, são
preenchidas com elementos imaginativos.
d. Pseudologia fantástica: fenômeno presente em
pacientes histéricos, que criam lembranças.
e. Déjà vu e jamais vu: sensação de já ter vivido
determinada situação nova e sensação de jamais ter
vivido algo na realidade já experimentado. Podem ser
fenômenos normais.
f. Recordação obsidente: lembrança reiterada e insistente
de uma palavra, melodia, etc.
Alterações em síndromes psicóticas e nos transtornos de
humor:

6) INTELIGÊNCIA: refere-se à totalidade das habilidades


cognitivas do indivíduo. Pode ser desenvolvido pela estimulação
ambiental. Consideram-se diferentes inteligências, correspondendo
as habilidades ou áreas da cognição, como: inteligência verbal,
visuo-espacial, aritmética, criativa, musical, etc.

a. Um prejuízo na inteligência pode ser considerado tanto um


dos sintomas com um diagnóstico. No CID 10, as categorias
F70-79 referem-se aos retardos mentais (déficit decorrente
de interrupção no desenvolvimento) e as categorias F00-03 às
demências (déficit decorrente de declínio cognitivo).
b. Pode ser observada ao longo da entrevista ou através
de testes ao fim da avaliação, se for necessário.
c. No EEM (Exame do Estado Mental) anotar como:
i. “Aparentemente na média clínica”: quando não
verificamos prejuízo na inteligência durante a entrevista.
ii. “Aparentemente inferior à média clínica” = ao fazer
a entrevista, acredita-se que o paciente possui uma visível
diminuição na inteligência.
iii. “Aparentemente superior à média clínica” =
superdotados.
7) AFETIVIDADE: é a capacidade de experimentar emoções
e sentimentos frente a determinadas situações. O exame é o
mais difícil de ser realizado, pois a interpretação é subjetiva.

a. Afeto: vivência subjetivo imediata, provocada por uma


experiência identificável pelo indivíduo como causadora daquela
sensação
b. Humor: vivência subjetiva, só que mais constante. Um
estado emocional de longa duração, não dependente de estímulos
imediatos.

i. Depressão: sentimento de tristeza profunda que se


acompanha de lentidão e inibição de todos os processos
psíquicos. Paciente fala lentamente, chora, transmite
tristeza, desânimo e apatia. Quando acompanha ideias
pessimistas sobre o futuro, de impossibilidade de melhora,
chamamos de melancolia.
ii. Euforia: oposto da depressão. Uma elevação
do estado de ânimo do paciente, que está demasiado
otimista, motivado, exaltado, comunicativo, com fala
acelerada, faz muitas brincadeiras. Por outro lado,
pode apresentar raiva, irritabilidade e agressividade.
iii. Ansiedade: sentimento de apreensão provocado
pela antecipação de um perigo não localizável. Um temor
inexplicável de algo que não se pode definir. Paciente
está tenso, inquieto, agitado. Angústia é o sentimento
de ansiedade acompanhado de sintomas físicos, como
sudorese e taquicardia. Já o pânico é o grau mais acentuado
de ansiedade. É agudo e episódico, com temor extremo e
descarga autonômica.
iv. Anedonia: incapacidade de sentir prazer. Ocorre
na depressão esquizofrenia.
v. Disforia: designa uma sensação de desagrado,
um estado de ânimo depressivo, acompanhado de mal
humor, amargura, irritabilidade desgosto, agressividade.
Ocorre na depressão, esquizofrenia e demência.
vi. Frieza efetiva: ocorre uma ausência de sentimentos.
Trata-se de um embotamento dos aspectos morais da
afetividade.
vii. Embotamento afetivo: perda progressiva da
capacidade de modular o afeto, com diminuição da
expressão dos sentimentos. Paciente apresenta isolamento,
fala monótona, face sem expressão. Característico de
pacientes esquizofrênico. No grau máximo, chamamos de
rigidez afetiva.
viii. Indiferença afetiva: ocorre quando o entrevistador
tem a sensação subjetiva de que o paciente não experimenta
o afeto que relata. A descrição do paciente é afetada,
dramática, se diz a pessoa mais infeliz, mas o observador
não “sente” assim. Paciente possui o sofrimento, não
está fingindo, só não manifesta.
ix. Despersonalização e desrealização: condição na qual
o paciente sente-se completamente diferente de seu
estado normal. Ações parecem automáticas, age como
se fosse um observador de seus próprios atos.
x. Despersonalização: ocorre quando a sensação de
mudança e irrealidade diz respeito ao próprio indivíduo, e
desrealização quando se referem ao mundo exterior.
xi. Eutimia: designa o afeto normal.

8) PENSAMENTO: processo que permite ao psiquismo


assimilar, formular e manejar ideias, articulando-as em sequência,
com um propósito, de modo a conduzir à formação de novas ideias
(raciocínio). Além da observação do relato espontâneo do
paciente, algumas perguntas para avaliação do pensamento podem
ser úteis: “A sua mente está funcionando bem? Que pensamentos
costumam vir à sua cabeça?”

a. Produção

i. Pensamento lógico: respeita as noções de causa,


tempo e espaço, destinando-se a compreensão da realidade.
ii. Pensamento mágico: não respeita as leis de tempo e
espaço, as ideias construindo-se pelas vontades e necessidade
internas do indivíduo. Paciente apresenta alucinações,
delírios, ideação suicida ou homicida.

b. Curso: análise da integridade do fio associativo, ou seja,


conexão existente entre ideias sucessivas que levam a uma
conclusão. Num discurso normal, em que o fluxo do pensamento
é coerente, compreensível, diz-se que o fio associativo está
preservado.

i. Inibição do pensamento: lentificação dos processos


psíquicos, levando a um pensamento lentificado (obvio?),
aumento do tempo entre pergunta e resposta e
pobreza no conteúdo do pensamento. Comum no
paciente deprimido.
ii. Aceleração do pensamento: processos psíquicos estão
excitados, as ideias sucedendo-se com mais rapidez do
que o normal, mas o raciocínio é concluído. Ocorre
na mania/euforia.
iii. Fuga de ideias: consiste na aceleração do pensamento
levada ao extremo. As associações são tão rápidas que o
raciocínio fica incompleto.
iv. Desagregação: quando as ideias se sucedem sem
conexão uma com a outra; sem aceleração. O discurso
do paciente é estranho e incompreensível. Típico da
esquizofrenia.
v. Interceptação ou bloqueio: paciente interrompe
subitamente o que estava pensando e fica algum tempo em
silêncio, retomando o discurso logo após.

c. Conteúdo: examina a natureza das ideias, do que elas se


compõem e identifica presença ou ausência de: delírios, obsessões,
fobias e ideações suicidas e homicida.

i. Delírios: trata-se de um juízo patológico falso, sem


nada que permite compreender o juízo. Características: serem
incompreensíveis, convicção extraordinária que o paciente tem que
são verdadeiros, convicção que não pode ser influenciada pela
realidade/experiência, impossibilidade de conteúdo (controverso),
tendência à difusão, levando ao afastamento progressivo da
realidade.

1. Ideias delirantes persecutórias: paciente julga ser


perseguido por alguém que deseja fazer-lhe mal fisicamente.
Querem feri-lo, matá-lo, torturá-lo. É o tipo de delírio mais comum.
Ocorre na esquizofrenia paranoide, episódio maníaco de THB, uso
de drogas, etc.
2. Ideias delirantes de prejuízo: paciente julga estar sendo
perseguido por alguém que quer lhe fazer algum mal, desde que
não seja físico; querem seus bens, suas qualidades pessoais, difamá-
lo, etc.
3. Ideias delirantes de referência: paciente acredita que
acontecimentos externos se referem a ele. Ex: um programa
de televisão refere-se diretamente a ele; um grupo que ri na esquina
está zombando dele.
4. Ideias delirantes de influência: crença de que forças
externas ao paciente o estão controlando. Seus pensamentos e
suas ações são provocados por algo de fora, e não por ele próprio.
5. Ideias delirantes de influência ativa: paciente julga-se
capaz de influenciar o meio externo.
6. Ideias delirantes niilistas: paciente afirma não ter algum
órgão, ou que algum órgão não funciona, que está morto, etc.
7. Ideias delirantes de ruína: paciente acredita estar num estado
de extrema pobreza, quando isso não corresponde à realidade.
8. Ideias delirantes de grandeza: paciente acredita ser especial,
superior às demais pessoas, diz possuir muitos bens, ser muito rico,
famoso, ter dons, etc. Ocorre nos quadros maníacos e paranoides.
9. Ideias delirantes religiosas: que envolvem entidades sagradas,
como Deus ou o diabo, santos, demônios, etc.
10. Erotomania ou delírio erótico: crença do paciente de que
é amado por uma pessoa, geralmente famosa, como um ator ou
político, por exemplo.
11. Obsessões: pensamentos que surgem repentinamente na
consciência contra a vontade da pessoa, que não compreende seu
significado e não consegue afastá-las. Paciente sente grande
ansiedade e desconforto, podendo levar a atos compulsivos.
12. Fobias: medo irracional de determinada situação
ou coisa que irrompe subitamente na consciência, levando a
ansiedade. Paciente sabe que não há lógica naquele medo, mas não
consegue não sentir o medo.

9)CONDUTA: refere-se aos comportamentos apresentados


pelo paciente. No EEM (Exame do Estado Mental), pode-se
descrever livremente as ações ou valer-se de termos semiológicos.
Ex: ‘andando pelas ruas sem rumo’ ou ‘dromomania’. Observar
atitudes do paciente durante a entrevista e oque relata do seu
comportamento nas mais diversas situações. Incluir também
relatos de familiares.

ALTERAÇÕES NA
CONDUTA:

a. Atos impulsivos: quando o paciente age ‘sem pensar’. No


impulso não há intervalo entre a vontade e a ação.
b. Atos compulsivos: ações que paciente é compelido a
realizar para aliviar um desconforto causado por pensamentos
obsessivos.
c. Inapetência/hiperfagia: falta de apetite e a ingestão exagerada
de comida.
d. Enurese/encoprese:?
e. Ecopraxia: repetição automática dos movimentos de outras
pessoas.
f. Colecionismo: acúmulo patológico de objetos.
g. PICA: ingestão de substâncias que habitualmente não
se prestam a isso, substâncias não nutritivas. Ex: terra, reboco
de parede, cabelo, etc.
h. Insônia/hipersonia: falta e excesso de sono.
i. Negativismo: recusa pelo paciente a executar o que lhe é
solicitado.
j. Obediência automática: paciente executa prontamente
qualquer ordem que lhe é dada.
k. Tiques: movimentos espasmódicos, involuntários, que
ocorrem rapidamente, envolvendo grupos musculares, geralmente
acima do pescoço. Ex: estalar a língua, piscar os olhos, virar a
cabeça, etc.

10) LINGUAGEM: é o sistema se sinais pelo qual


aquele que se comunica serve como instrumento. Garante a
compreensão, informação e comunicação entre as pessoas.
ALTERAÇÕES DE
INTERESSE PSIQUIÁTRICO:

a. Bradilalia: redução da velocidade da expressão, paciente


fala lentamente(depressão).
b. Taquilalia: aceleração na velocidade de expressão da fala.
Ocorre nos quadros maníacos e em intoxicações por estimulantes.
c. Mutismo: inibição da fala, não ligada a causas orgânicas
(depressão grave, esquizofrenia).
d. Solilóquio: quando o paciente fala sozinho.
e. Coprolalia: uso habitual de palavras grosserias e obscenas.
Pode ocorrer na mania, em transtornos de conduta e na Síndrome
de Tourette.
f. Ecolalia: repetição da última (ou últimas) palavras que
o paciente escutou. Exemplo: esquizofrenia e déficit intelectual

HIPÓTESE DIAGNÓSTICA
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
CONDUTA
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________

Geralmente não se tem tempo para fazer uma anamnese


completa aí colocamos um resumo do perfil psíquico do paciente
no prontuário.

Exemplo:
Paciente adicto (se dependente de drogas), lote (lúcido / orientado
em tempo e espaço), orientado auto e alopsíquica (ou desorientação
autopsíquica e alopsíquica), ausência de pensamento de morte
ou suicídio (ou alega pensamento recorrente de morte, mas nega
ideação suicida), vígil (apresenta agitação psicomotora? taquilálico?
eutímico? querelante? Pensamento organizado? sem alterações
sensoperceptivas, memória preservada (retrógrada/ anterógrada/
imediata), atenção espontânea e voluntária preservada (substituir
por normotenaz, hipo ou hipertenaz?), juízo crítico preservado (ou
também chamado: insight preservado?).
REFERÊNCIAS

- ZUARDI, A. W.; LOUREIRO, S. R.; Semiologia Psiquiátrica.


Medicina, Ribeirão Preto. 29: 44-53. Jan/mar. 1996.

- TABORDA, J. G. V; Rotinas em Psiquiatria. Ed. ARTMED.

- DALGALARRONDO, P. Psicopatologia e semiologia dos


transtornos mentais. 2ª Ed. Porto Alegre: Artmed, 2008, 440p.
NEUROFISIOLOGIA

Saber um pouco de neurofisiologia é


fundamental para entender como os medicamentos
psiquiátricos atuam no cérebro e como eles podem
influenciar o funcionamento do sistema nervoso
central. A neurofisiologia é o estudo das funções do
sistema nervoso e das estruturas neurais que estão
envolvidas no controle das atividades do corpo e
do cérebro.
Ao entender a neurofisiologia básica, é
possível compreender como os medicamentos
psiquiátricos afetam os neurotransmissores, que
são as substâncias químicas responsáveis pela
comunicação entre os neurônios.
Os principais neurotransmissores no qual
os medicamentos psiquiátricos atuam são:
noradrenalina, serotonina e dopamina. A
noradrenalina, serotonina e dopamina são
neurotransmissores, que são substâncias químicas
produzidas pelo sistema nervoso para transmitir
sinais entre os neurônios (células nervosas). Cada
um desses neurotransmissores desempenha um
papel fundamental no funcionamento do cérebro e
influencia diversas funções do organismo.
Noradrenalina (ou norepinefrina): A noradrenalina é um
neurotransmissor que desempenha um papel importante na
resposta ao estresse e na regulação do humor e da atenção. Ela é
liberada principalmente pelo sistema nervoso simpático, que é
uma parte do sistema nervoso autônomo que prepara o corpo para
situações de estresse ou emergência, também conhecido como
“luta ou fuga”. A noradrenalina ajuda a aumentar o estado de alerta,
a pressão arterial e a frequência cardíaca em resposta a situações
desafiadoras.

Serotonina: A serotonina é um
neurotransmissor que está envolvido
na regulação do humor, sono, apetite,
cognição e outras funções fisiológicas. Ela
é comumente associada a sensações de
bem-estar, calma e felicidade. Baixos níveis d e
serotonina estão relacionados a sintomas de depressão, ansiedade
e outros transtornos de humor. Diversos medicamentos
antidepressivos atuam aumentando a disponibilidade de serotonina
no cérebro para melhorar o humor e a estabilidade emocional.

Dopamina: A dopamina é um neurotransmissor que


desempenha um papel fundamental no sistema de recompensa
do cérebro. Ela está associada a sensações de prazer, motivação
e reforço de comportamentos positivos. A dopamina também
desempenha um papel importante no controle dos movimentos do
corpo, na regulação do humor e na aprendizagem. Desequilíbrios
na dopamina podem estar associados a transtornos como a doença
de Parkinson, esquizofrenia e transtornos de vício, como o vício
em drogas.
Esses neurotransmissores trabalham em conjunto e são
cruciais para a comunicação adequada entre os neurônios e
para o funcionamento adequado do sistema nervoso central.
Desregulações ou desequilíbrios nesses neurotransmissores podem
contribuir para o desenvolvimento de diversos transtornos mentais
e neurológicos. O entendimento desses neurotransmissores é
importante na psiquiatria e neurologia, pois muitos medicamentos
psiquiátricos atuam alterando seus níveis e receptores para melhorar
sintomas e condições específicas.
Cada classe de medicamentos psiquiátricos atua em diferentes
sistemas de neurotransmissores e receptores no cérebro, o que
pode ter efeitos específicos no tratamento de transtornos mentais.

Por exemplo:
Os antidepressivos atuam principalmente aumentando
a disponibilidade de neurotransmissores como serotonina,
noradrenalina e/ou dopamina, que estão envolvidos no controle
do humor e das emoções.
Os ansiolíticos e tranquilizantes atuam aumentando a
atividade do neurotransmissor GABA, que tem um efeito calmante
no sistema nervoso.
Os antipsicóticos atípicos atuam bloqueando certos receptores
de dopamina e serotonina, ajudando a reduzir sintomas psicóticos
em pacientes com esquizofrenia e outros transtornos psicóticos.
O conhecimento básico de neurofisiologia também ajuda a
entender como a tolerância e a dependência a alguns medicamentos
psiquiátricos podem ocorrer, bem como os possíveis efeitos
colaterais e interações medicamentosas que podem ocorrer.
Cada paciente é único, e o tratamento medicamentoso deve ser
individualizado, levando em consideração o histórico médico, os
sintomas e a resposta individual de cada pessoa aos medicamentos.
PSICOTRÓPICOS

Psicotrópicos são substâncias que afetam


o funcionamento da mente e do sistema
nervoso central, causando alterações no
humor, percepção, consciência, cognição e
comportamento. Essas substâncias podem ser
naturais, como algumas plantas ou fungos, ou
sintéticas, produzidas em laboratórios.
Os psicotrópicos podem ser classificados em diferentes
categorias com base em seus efeitos:

• Depressores: São substâncias que reduzem a atividade


cerebral e o nível de alerta. Exemplos incluem álcool,
benzodiazepínicos (utilizados como ansiolíticos e sedativos),
barbitúricos e alguns analgésicos opioides.
• Estimulantes: São substâncias que aumentam a atividade
cerebral e provocam maior alerta e energia. Exemplos
incluem cafeína, anfetaminas e cocaína.
• Alucinógenos: São substâncias que alteram a percepção,
causando alucinações e mudanças na maneira como a pessoa
percebe o mundo. Exemplos incluem LSD, psilocibina
(presente em cogumelos alucinógenos) e DMT.
• Dissociativos: São substâncias que provocam a sensação de
separação entre a mente e o corpo, criando um estado de
desconexão da realidade. Exemplos incluem a cetamina e a
fenciclidina (PCP).

Há outras substâncias que têm efeitos psicoativos, como


certos medicamentos utilizados no tratamento de transtornos
psiquiátricos, como antidepressivos e antipsicóticos.
Os psicotrópicos podem ser usados com fins recreativos,
medicinais ou espirituais, mas é importante destacar que o uso
indevido ou abusivo dessas substâncias pode causar sérios danos à
saúde física, mental e social.
Em resumo os psicotrópicos são divididos em:

1) Antidepressivos – Tricíclicos (Chamados assim devido a


presença de 3 anéis de carbono) - ISRS (Inibidores Seletivos de
Recaptação de Serotonina), Duais (IRSN - Inibidor de Recaptação
de Serotonina e Noradrenalina) também chamados de DUAIS -
IMAO (Inibidores da Monoamina Oxidase)
2) Estabilizadores do Humor
3) Antipsicóticos – 1ª e 2ª geração/Típicos e atípicos
4) Indutores do sono não-benzo: Trazodona, Zolpidem,
Eszopiclona...
5) Benzodiazepínicos
6) Psicoestimulantes: Anfetaminas (Venvanse, Adderall...)
Metilfenidato (Ritalina ...) e Orgânicos (Cafeína, Taurina...)

OBS: Observação:
Antidepressivos IMAO’s: não é mais usado (causa síndrome
serotoninérgica) e outros efeitos colaterais.
ANTIDEPRESSIVOS

Antidepressivo Tricíclico (ADT)


Os ADTs atuam aumentando os níveis de
neurotransmissores como a serotonina e a noradrenalina
no cérebro, que estão envolvidos na regulação do humor,
do sono e das emoções.
Esses medicamentos inibem a recaptação desses,
aumentando sua disponibilidade para transmissão
de sinais neurotransmissores pelas células nervosas,
fazendo com que eles permaneçam mais tempo ativos
nas sinapses (espaço entre os neurônios) e, assim.
Pode interagir com outros antidepressivos, com
a guanetidina e bebidas alcoólicas além de causar
cardiotoxicidade.
Suas reações adversas são: disfunção sexual, verti-
gens, hipotensão, boca seca, visão borrada, aumento de
peso, retenção urinária, etc.
Boa escolha para:

• Depressão que não responde a outros fármacos


• Ansiedade e Toc (Transtorno Obsessivo-Com-
pulsivo).

Têm baixo custo e são muito utilizados no SUS.


A seguir vamos falar dos mais conhecidos.
AMITRIPTILINA

Indicações: Ansiedade / Depressão /


Enurese (Incontinência) / Prevenção de
Enxaqueca e Cefaleias de Tensão / Dor
Neuropática

Doses: 25 a 150 mg à noite.


Atenção Primária à Saúde:
Cp (Comprimido) 25mg
Idosos: até 50mg
25mg é indicado para insônia e um
pouco na dor
50mg contribui muito no combate a dor
>75mg atua como antidepressivo

Efeitos Colaterais mais comuns:


Ganho de peso e sono em excesso.
IMIPRAMINA

Indicações: Enurese
em crianças acima de 5
anos de idade/ Depressão/
Distúrbios do Humor / Estados
de Pânico / Dores Crônicas
Não tem no Sus (Sistema
Único de Saúde). É o melhor
dos Tricíclicos.

Dose: 25 a 200mg à noite


Cp 10 e 25mg
Cápsula Gelatinosa 75 e 150mg
CLOMIPRAMINA

Indicações: Gold Standart (Padrão


Ouro) para o TOC. Atua na Síndrome
Depressiva como um todo, incluindo
aspectos típicos, tais como retardamento
psicomotor, humor deprimido e ansiedade.
Age mais na serotonina (dá mais
serenidade).

Dose: 10 a 250mg à noite.


No SUS: 10 e 25mg.

A resposta clínica inicia-se normalmente após 2-3 semanas de


tratamento.
Pode ser administrado com ou sem alimentos.
NORTRIPTILINA

Indicações: Contribui para


diminuição da Dor Crônica e Migrânea.
Alívio dos sintomas da depressão em
adultos.
Age na noradrenalina (dá mais
energia) e tem menos efeitos colaterais.
Não altera muito o peso.

Dose: Adultos 25mg 3 ou 4x/dia de acordo com a necessidade e


pode ser aumentada para no máximo 150mg/dia.
Idosos e Adolescentes: 30mg a 50mg/dia de 2 a 3x/dia ou em
dose única diária.
O tratamento deve ser iniciado com doses baixas.

Contraindicação: Contraindicado no período de recuperação


aguda após Infarto do Miocárdio.
No Sus tem cp de 10, 25, e 50 mg.
INIBIDORES DA
RECAPTAÇÃO
DE SEROTONINA (ISRS)

Os ISRSs aumentam a concentração extracelular


do neurotransmissor serotonina no corpo e no
cérebro, sendo o efeito mais importante no cérebro. O
grau de selectividade para outros transportadores de
monoaminas (como a dopamina ou noradrenalina)
é variável, embora a afinidade seja de forma geral
desprezível; portanto, os ISRS não aumentam
a concentração de outros neurotransmissores
diretamente.
São a primeira classe de fármacos psicotrópicos
a serem racionalmente desenhados, e são os
antidepressivos mais amplamente prescritos em
muitos países.
São contraindicados em caso de insuficiência
hepática e são 1º escolha para episódios depressivos
e transtorno do pânico.
Indicados também para Transtornos de
Ansiedade, Toc (Transtorno Obsessivo Compulsivo)
e Tept (Transtorno de Estrese Pós-Traumático).
O seu metabolismo é aumentado, por vezes de
forma perigosa, pelo uso simultâneo de aspirina,
fenilbutazona e esteróides. Citaremos a seguir os
mais usados.
FLUOXETINA

Indicações: Transtornos
alimentares (doses maiores), Ansiedade,
Depressão (quanto maior a dose, maior
noradrenalina), Manejo da dor (dose de
50 a 60mg).
Pode ser usado em crianças, gestantes
e lactantes.

Dose: 10 a 80 mg pela manhã. Não


tomar em jejum.
Cp 10 e 20mg. Gotas: 20mg/ml
Sus: cp 20mg
Geralmente para a depressão a dose recomendada é 20mg/dia.
Para Bulimia Nervosa é 60mg/dia.

Efeitos Colaterais: Boca seca, perda de peso, redução no apetite


(nos primeiros meses), sonolência, retardo ejaculatório.
Tem muita interação medicamentosa (aumenta a concentração
de outros medicamentos como tamoxifeno).
Cápsula tem mais efeitos colaterais como dispepsia.
SERTRALINA

Indicação: Boa indicação para


ansiedade, depressão e uma alternativa para
transtornos alimentares. Pode ser usado
em crianças, gestantes e lactantes. Também
usado em desordens obsessivo - compulsiva
e síndrome do pânico.

Dose: Não tomar em jejum.


Adultos: Depressão/ Desordem
Obsessivo – Compulsiva:
- Geralmente inicia-se com 50mg ou 25mg em dose única pela
manhã ou à noite, após diversas semanas ajuda-se a dose de acordo
com a resposta clínica (daí então aumenta-se de 50mg por dia com
intervalos de pelo menos 1 semana).
Síndrome do Pânico:
- Iniciar com 25mg em dose única pela manhã ou à noite, após
1 semana passar para 50mg, ajustes futuros de 50mg por dia devem
aguardar um intervalo mínimo de 7 dias.
Limite de dose para adultos: 200mg/dia.
Idosos: Depressão/ Síndrome do Pânico/ Desordem Obsessivo
– Compulsiva:
- Iniciar com 25mg em dose única pela manhã ou à noite,
ajustar dose de acordo com a resposta clínica.

Efeitos Colaterais: Pode ter diarreia nos primeiros 6 a 8 dias.


Não interfere no peso. Pouca interação medicamentosa.
CITALOPRAM

Indicação: Indicado para ansiedade,


depressão e após melhora da depressão
para prevenir a recorrência desses
sintomas. O Bromidrato de Citalopram
é usado também para transtorno do
pânico com ou sem agorofoia e para
o tratamento de pacientes com TOC
(Transtorno Obsessivo Compulsivo).
Pode ser usado em gestantes.
Indicado para idosos.

Dose: 20 a 40mg à noite.


Administrados 1x ao dia.

Tratamento para Depressão: 20mg 1x/


dia e dependendo da resposta individual do
paciente e da gravidade da depressão, aumentar
a dose até um máximo de 40mg/dia. O efeito
antidepressivo geralmente inicia-se após 2-4 semanas. Tratamento
com antidepressivos é sintomático e deve ser continuado por
um período de tempo apropriado geralmente até 6 meses após
a recuperação, a fim de evitar uma recaída. Em pacientes com
depressão recorrente (unipolar), a terapia de manutenção pode
precisar ser continuada por vários anos para prevenir novos
episódios.
Tratamento pra Transtorno do Pânico: 10mg 1x/dia geralmente
na primeira semana, antes de se aumentar para 20mg/dia.
Dependendo da resposta individual, aumentar a dose até um
máximo de 40mg/dia. A efetividade máxima do citalopram no
tratamento do pânico é alcançado após aproximadamente 3 meses
e a resposta é mantida durante a continuação do tratamento.
Tratamento do Transtorno Obsessivo Compulsivo: é recomendada
a dose inicial de 20mg. Dependendo da resposta individual
aumentar a dose até um máximo de 40mg/dia. O inicio de ação
no tratamento do Toc é de cerca de 2 – 4 semanas, com melhorias
contínuas ao longo do tempo.

Idosos (>65 anos): a dose precisa ser reduzida para a metade


da dose recomendada, por ex: 10-20mg/dia. A dose máxima
recomendada para idosos é de 20mg/dia.
Crianças e Adolescentes: Não deve ser usado para o tratamento
de crianças e adolescentes com menos de 18 anos de idade.

Descontinuação: A descontinuação abrupta precisa ser evitada.


Ao interromper o tratamento com o Bromidrato de Citalopram,
reduzir gradualmente a dose durante um período de uma ou
duas semanas, para evitar possíveis sintomas de descontinuação.
Se sintomas intoleráveis ocorrerem após redução da dose ou
descontinuação do tratamento, retornar à dose anteriormente
prescrita e reiniciar a redução da dose de forma mais gradual.

Efeitos Colaterais: Doses >50mg pode ter efeito cardiovascular


por isso deve-se pedir ECG.
Sonolência, ganho de peso ou não interfere no peso, prurido.
Menor interação medicamentosa.
ESCITALOPRAM

Indicação: Indicado para tratar e


prevenir da recaída ou recorrência da
depressão. Transtorno do pânico com
ou sem agorafobia. TAG (Transtorno de
Ansiedade Generalizada). Transtorno de
Ansiedade Social (Fobia Social) e TOC.
Não tomar oxalato de escitalopram
se estiver em uso de: selegilina
(usada no tratamento de Mal de
Parkinson), moclobemida (usada
no tratamento da depressão) e
linezolida (um antibiótico). Não
tomar oxalato de escitalopram se
estiver em uso de medicamentos
para tratamento de arritmia
cardíaca ou que podem afetar o
ritmo cardíaco.
Pode ser usado em gestantes.

Atenção! :
 Pacientes com transtorno bipolar do humor na fase da
depressão, ao fazer uso de antidepressivos podem apresentar
uma virada para a fase maníaca. A mania é caracterizada por
mudanças incomuns e rápidas das ideias, alegria inapropriada
e atividade física excessiva. O paciente pode se sentir assim
com oxalato de escitalopram.

Dose:
Tratamento e prevenção da recaída ou recorrência da depressão:
A dose recomendada normalmente é de 10mg ao dia. dependendo
da resposta individual, a dose pode ser aumentada pelo seu médico
até um máximo de 20mg ao dia. Usualmente 2-4 semanas são
necessárias para obter uma resposta antidepressiva. Após remissão
dos sintomas, o tratamento por pelo menos 6 meses é requerido
para consolidação da resposta.
Tratamento do transtorno do pânico com ou sem agorafobia:
A dose inicial para a 1ª semana é de 5mg ao dia (apenas para
iniciar o tratamento), aumentada a seguir para10mg ao dia, a
dose terapêutica. Pacientes suscetíveis a ataques de pânico podem
apresentar um aumento da ansiedade logo após o início do
tratamento, que geralmente se normaliza nas 2 primeiras semanas
de uso do medicamento. Uma dose inicial menor é recomendada
para evitar ou amenizar esse efeito. A melhora total é atingida após
aproximadamente 3 meses. O tratamento é de longa duração.
Tratamento do transtorno de ansiedade social (fobia social):
A dose usual terapêutica é de 10mg ao dia. Conforme a resposta
individual, a dose pode ser diminuída para 5mg ao dia (para
proporcionar melhor tolerabilidade ao tratamento) ou aumentada
até um máximo de 20mg. Geralmente, para o alívio dos sintomas, é
necessário um período mínimo de 2 a 4 semanas. Tratamento por
no mínimo 3 meses é recomendado para consolidação da resposta.
Tratamento por até 6 meses mostrou prevenir novos episódios e
deve ser considerado.
Tratamento do transtorno de ansiedade generalizada (TAG): A
dose inicial usual é de 10mg ao dia. Pode ser aumentada até um
máximo de 20mg ao dia. O tratamento por 3 meses é recomendado
para consolidação da resposta. Tratamento por no mínimo 6 meses
mostrou prevenir novos episódios e deve ser considerado.
Tratamento do transtorno obsessivo compulsivo (TOC): A dose
inicial usual é de 10mg ao dia. A dose poderá ser aumentada até um
máximo de20mg ao dia. Como o TOC é uma doença crônica, deve
ser tratada por um período suficiente até estar livre dos sintomas.
Este período pode ser durante vários meses. Os benefícios do
tratamento e a dose devem ser reavaliados regularmente.

Idosos (>65 anos):


Pacientes idosos devem iniciar o tratamento com o oxalato
de escitalopram com metade da dose mínima usualmente
recomendada, ou seja, 5mg/dia. A dose poderá ser aumentada até
10mg por dia.
Crianças e adolescentes (<18 anos): O oxalato de escitalopram
não é recomendado para crianças e adolescentes

OBS: O oxalato de escitalopram normalmente não deve ser


usado no tratamento de crianças e adolescentes com menos de 18
anos pois, os pacientes com menos de 18 anos apresentam, um
risco maior para alguns efeitos adversos, tais como tentativas de
suicídio, pensamentos suicidas e hostilidade (predominantemente
agressividade, comportamento opositor e raiva), se fizerem uso
desta classe de medicamentos.

Efeitos Colaterais: Não causa sono, reduz libido e pode causar


retardo ejaculatório.
FLUVOXAMINA

Indicações: Trata-
mento da depressão
e TOC (mas padrão
ouro é Clomiprami-
na).

OBS: É contraindicado para o tratamento de depressão em


pacientes com menos de 18 anos e contraindicado para o tratamento
de transtorno obsessivo compulsivo em pacientes com menos de
8 anos.

Dose: 50 a 200mg
Tratamento para depressão: A dose inicial recomendada é de
50 mg ou 100 mg, que deve ser administrada como dose única, ao
anoitecer. Pode ser ajustada a dose até atingir uma dose eficaz. A
dose eficaz diária geralmente é de 100mg. Dose acima de 150mg
não deve ser administrada em dose única e sim dividir as doses em
2 ou 3x ao longo do dia.

OBS: De acordo com a OMS, o tratamento com medicamentos


antidepressivos deve ser mantido por pelo menos 6 meses após a
recuperação de um episódio depressivo.

Efeitos Adversos: Sonolência, redução de apetite, boca seca,


não altera peso e não causa redução da libido.
PAROXETINA

Indicações: Transtorno Depressivo


Maior, Transtorno do Pânico (Padrão Ouro),
Transtorno Disfórico Pré – Menstrual e
Transtorno de Ansiedade Social (Fobia Social).
Usado muito para que faz uso de maconha.
Também tem sido usada para tratamento
de ejaculação precoce.
Cloridrato de Paroxetina não é indicado
para crianças e adolescentes com menos de 18 anos.

Dose: Tratamento depressivo maior: A dose inicial recomendada


é de 25 mg/dia. Alguns pacientes podem não responder à dose de
25 mg e beneficiar-se de aumentos de dose de 12,5 mg/semana, até
um máximo de 62,5 mg/dia, de acordo com a resposta do paciente.
As alterações de dose devem ocorrer em intervalos de pelo menos
uma semana.
Conforme indicado ao usar qualquer medicação antidepressiva,
a dose deve ser avaliada e modificada, se necessário, dentro de
duas a três semanas após o início do tratamento, e depois disso,
conforme considerado adequado clinicamente.
Os pacientes com depressão devem receber tratamento pelo
tempo necessário para garantir a ausência de sintomas, podendo
esse período se estender por alguns meses.
Tratamento para transtorno do pânico: Os pacientes devem
iniciar o tratamento com 12,5 mg/dia e a dose deve ser aumentada
semanalmente, na razão de 12,5 mg/dia, de acordo com a resposta
do paciente. Alguns pacientes podem se beneficiar com o aumento
da dose até o máximo de 75 mg/dia. Recomenda-se uma dose
inicial baixa a fim de minimizar o potencial agravamento da
sintomatologia do pânico, que geralmente ocorre no início do
tratamento dessa doença.
Tratamento para transtorno disfórico pré-menstrual: A dose
inicial recomendada é de 12,5 mg/dia. Pacientes que não respondem
a essa dose podem se beneficiar com um aumento, até o máximo
de 25 mg/dia. As alterações de dose devem ocorrer em intervalos
de pelo menos uma semana. Pacientes com transtorno disfórico
pré-menstrual devem ser avaliados periodicamente para que se
verifique a necessidade de tratamento contínuo.
Transtorno de ansiedade social (fobia social): A dose inicial
recomendada é de 12,5 mg/dia. Alguns pacientes que não
respondem à dose de 12,5 mg podem se beneficiar com aumentos
de 12,5 mg/dia, conforme necessário, até o máximo de 37,5 mg/dia,
de acordo com a resposta. As alterações de dose devem ocorrer em
intervalos de pelo menos uma semana.
Efeitos Colaterais: Retardo Ejaculatório (bom para ejaculação
precoce), redução da libido, ganho ponderal, aumento de apetite,
constipação, sono em excesso.
DUAIS (IRSN)

Como o próprio nome já diz, são fármacos que


atuam na inibição da recaptação de serotonina – no-
repinefrina (noradrenalina) - IRSN, ou duais. Todos
os IRSNs ligam-se aos transportadores de serotonina
(SERT) e de norepinefrina (NET), de forma reversível
e com pouca afinidade.

Tem menos efeitos colaterais que os tricíclicos. Não


estão disponíveis no SUS. Não é recomendado o uso
em grávidas.
Devem ser usados com
precaução em pacientes
com:

• Insuficiência hepática ou
renal
• Epilepsia

• História de convulsões

• Pacientes que tomam anticoagulantes ou AINEs

São usados para tratar de depressão bipolar, trans-


torno de déficit de atenção com hiperatividade, trans-
torno de ansiedade generalizada, transtorno obsessi-
vo compulsivo, dor neuropática e fibromialgia.
DESVENLAFAXINA

Indicação: Pode ser indicado para dor,


migrânea e transtorno depressivo maior
(Tdm, estado de profunda e persistente
infelicidade ou tristeza acompanhado de
uma perda completa do interesse pelas
atividades diárias normais (mas é menos
efetiva que a Vela). Pode ajudar em caso
de fogachos.

Dose: 50 a 200mg
50mg 1x/dia com ou sem alimentos. Para alguns pode ser
indicado o aumento gradativo da dosagem, o que deve acontecer
em intervalos de 7 dias. A dose máxima não pode ser maior que
200mg/dia.

Efeitos Colaterais: Não reduz a libido e não engorda.


OBS: Deve ser usado com cautela em pessoas com portadoras
de hipertensão arterial prévia.
DULOXETINA

Indicação: Pode ser indicado


para dor crônica (>60mg),
fibromialgia e neuralgia do
trigêmeo. Semelhante à fluoxetina
+ amitriptilina (SUS).
Transtorno Depressivo Maior.
TAG.

OBS: Contraindicado para menores de 18 anos.

Dose:
Tomar de preferência pela manhã.

Tratamento de Transtorno Depressivo Maior: Inicia-se


geralmente com uma dose de 60mg 1x/dia.
Para algumas pessoas pode ser conveniente iniciar com uma
dose de 30mg/dia para adaptação antes de aumentar a dose para
60mg/dia.
Sua dose máxima é de 120mg/dia.
Tratamento de TAG (Transtorno de Ansiedade Generalizada):
Inicia-se geralmente com uma dose de 60mg/dia. Para algumas
pessoas pode-se iniciar com 30mg/dia durante 1 semana para
adaptação e depois aumentar a dose para 60mg 1x/dia.

Efeitos Colaterais: Boca seca, náuseas e tontura. Efeitos colaterais


de retirada.
VENLAFAXINA

Indicação: TAG, Migrânea, Depressão,


Prevenção de recaída e recorrência da
depressão.

Dose:
Recomenda-se a sua administração
junto com alimentos.

Tratamento para Depressão Maior: Dose


inicial recomendada de 75mg 1x/dia. Para
as pessoas que não respondem à dose inicial de 75mg esses podem
se beneficiar com o aumento da dose até no máximo 225mg/dia.
Tratamento para TAG: Dose inicial de 75mg 1x/dia. Aos que
não responderem a essa dose inicial pode se beneficiar com o
aumento da dose de até no máximo 225mg/dia.

Efeito Colateral: Não reduz libido, não engorda.


 Outros Antidepressivos

BUPROPIONA

Indicação: Compulsão e Dependências


pois age aumentando a dopamina – age no
sistema límbico/sistema de recompensa:
compulsão alimentar e tabagismo.
2º Linha para TDAH. Não é bem indicado
para ansiedade pois não aumenta a serotonina.
Pode ser usado sozinho ou em associação
em casos de perda de libido por uso de
antidepressivos. Geralmente usa-se na Depressão com sintomas
atípicos – desmotivado, cansado, irritado.
Muito usado no tratamento de dependência química.

Dose: 150 a 450mg


Após o almoço. Pode-se tomar 2x/dia com intervalo de 8/8h
(cp de 150 e 300mg).
Deve-se manter o tratamento por pelo menos 7 semanas.

Efeito Colateral: Ansiogênica (Capaz de induzir ou de causar


ansiedade, desconforto físico ou psíquico) e poder ter diminuição
de peso. Aumenta limiar convulsivo.
TRAZODONA
(Donaren – liberação lenta, Loredon)

Indicação: Indicado para Insônia.


Depressão maior.

Dose:
Adultos: Dose inicial de 50 a 150 mg/dia,
por via oral, dividida em 2 vezes ao dia (de 12 em 12 horas) ou
uma única tomada antes de dormir. A dose pode ser aumentada
em 50 mg/dia a cada 3 ou 4 dias, se necessário e se tolerado.

A dose máxima para pacientes ambulatoriais normalmente


não excede 400 mg/dia em doses divididas. Para pacientes
hospitalizados (isto é, pacientes mais gravemente deprimidos)
pode-se administrar até 600 mg/dia em doses divididas. Doses
maiores do que 800 mg só devem ser usadas em casos muito graves.

Idosos: Iniciar com 75 mg/dia, via oral em doses divididas,


aumentando-se gradativamente com intervalos de 3 ou 4 dias.

Efeitos Colaterais: Não interfere na libido. Pode causar


priapismo.
MIRTAZAPINA
(Tetracíclico)

Indicação: Destinada ao tratamento de


estados depressivos.
Não é recomendado em crianças ou
adolescentes menores de 18 anos.

Dose: Devem ser tomados 1x/ dia,


preferencialmente à noite, ao deitar.
Adultos: Dose diária eficaz é geralmente
entre 15mg e 45mg. A dose inicial é de 15mg ou 30mg. A
mirtazapina começa a exercer seu efeito, em geral, depois de 1-2
semanas de tratamento. O tratamento com uma dose adequada
deve resultar em uma resposta positiva dentro de 2-4 semanas.
Com uma resposta insuficiente, a dose pode ser aumentada até
a dose máxima. Se não houver resposta dentro de 2-4 semanas
adicionais, então, o tratamento deve ser interrompido.
Idosos: A dose recomendada é a mesma que aquela
recomendada para adultos. Em pacientes idosos, um aumento na
dose deve ser realizado sob cuidadosa supervisão a fim de obter
uma resposta satisfatória e segura.
Efeito Colateral: aumento de apetite, peso, sonolência, boca
seca.
INSÔNIA

A insônia é um distúrbio do sono caracterizado


pela dificuldade em adormecer ou em manter o
sono durante a noite, resultando em uma quantidade
insuficiente de descanso e sono de qualidade. Esse
problema afeta milhões de pessoas em todo o mundo
e pode ter várias causas, incluindo fatores físicos,
psicológicos e ambientais.
Existem diferentes tipos de insônia, como a insônia
aguda, que é de curta duração e geralmente relacionada
a eventos estressantes ou mudanças temporárias na
rotina; e a insônia crônica, que persiste por pelo
menos três noites por semana e dura por um período
prolongado, podendo ser causada por condições
médicas subjacentes, estresse crônico, ansiedade,
depressão ou outros transtornos do sono.
A insônia pode ter um impacto significativo na
qualidade de vida, afetando a energia durante o dia,
o humor, o desempenho no trabalho ou nos estudos
e a capacidade de concentração. Pessoas com insônia
crônica podem desenvolver um ciclo negativo em que
o estresse e a preocupação com o sono interferem
ainda mais na qualidade do descanso.
O tratamento da insônia pode variar dependendo
da causa e da gravidade do problema. Praticar a chama
‘Higiene do Sono’ pode ajudar a melhorar a qualidade
do sono, e isso inclui:
 Manter um horário regular de sono, indo
para a cama e acordando sempre nos mesmos
horários.
 Criar um ambiente propício para o sono,
com temperatura confortável, escuridão e silêncio.
 Evitar o consumo de cafeína, álcool e
refeições pesadas antes de dormir.
 Praticar técnicas de relaxamento, como
meditação ou respiração profunda, antes de dormir.
 Limitar o uso de dispositivos eletrônicos
antes de dormir, pois a luz azul pode afetar o sono.
 Consultar um profissional de saúde
para avaliar e tratar possíveis causas médicas ou
psicológicas da insônia.
A causa base da insônia deve ser sempre investigada
e tratada. Excluindo quadros psiquiátricos, pode se
solicitar Polissonografia (estudo do sono).
Benzodiazepínicos de meia vida longa (atuam
como hipnóticos) podem ser usados a curto prazo
(causam muita dependência), até tratar a causa base
ou realizar outras intervenções (atividade física, perda
de peso, ISRS).
HIPNÓTICOS

(A diferença entre eles é a meia vida) não usar em


grávidas!
Não tratam a causa base, só ajudam a dormir.
 ZOLPIDEM
5, 10 E 12,5 mg

Bom para insônia inicial, 1⁄2 vida de 3,5


a 4 horas (meia- vida curta).

Paciente deve tomar e deitar, pois pode


causar quadros hipnóticos

A duração do tratamento deve ser a mais


curta possível, não devendo ultrapassar a
quatro semanas.

 ZOLPIDEM CR

(Liberação Lenta) 12,5 mg


 ZOPICLONA 5 e 7,5 mg
(Imovane)

Insônia global, inicial ou terminal,


1⁄2 vida de 6 a 7 horas.

Adulto

A dose recomendada é de 7,5 mg


de Zopiclona por via oral ao deitar-se.
A dose diária de 7,5 mg não deve ser
excedida.

Como todos os hipnóticos, o uso prolongado de Zopiclona não


é recomendado. O tratamento deve ser o mais curto possível, não
excedendo 4 semanas, incluindo o período de redução gradual.

Idosos

A dose inicial recomendada é de 3,75 mg de Zopiclona. As


doses posteriores podem ser aumentadas para até 7,5 mg.
 ESZOLPICLONA 2 e 3 mg
(prisma)

Insônia global, inicial ou terminal,


1⁄2 vida de 7 a 8 horas.

A dose total de Eszopiclona não


deve exceder 3 mg, uma vez ao dia,
antes de deitar-se para dormir.
ANTIPSICÓTICOS

 CLORPROMAZINA 25 a
100 mg

Insônia terminal, 1⁄2 vida de 8


a 12 horas.

Efeitos colaterais: sonolência


diurna, hipotensão e arritmia.

 QUETIAPINA 25 a 100 mg

1⁄2 vida de 8 horas.

Efeito colateral: hipotensão.


 NEOSINE 25 a 100
mg /Gotas 40mg/ml

1⁄2 vida de 12 horas.


Pode usar em gestantes.

Efeitos colaterais: muita sedação e sonolência diurna.

 HALDOL 1 a 5mg

Ajuda pouco na insônia inicial e terminal


e tem muitos efeitos colaterais. Tem no SUS.
ANTIDEPRESSIVOS

 TRAZODONA 50, 100 e 150 mg.

O Donaren Retard 150 mg auxilia só


na insônia terminal.

1⁄2 vida de 7 a 8 horas

 AMITRIPTILINA 25 e 50 mg

1⁄2 vida de 8 a 12 horas.


 MIRTAZAPINA 7,5 e 15 mg
ANTI – HISTAMÍNICOS

 PROMETAZINA
(Fenergan) cp de 25 mg e amp.
25mg/ml.

Máximo de 75 mg/dia.
Insônia global, 1⁄2 vida de 7 a 8
horas
 HIXIZINE 25 mg e 2 mg/ml

Criança pode usar.


COMPULSÃO

Compulsão alimentar, tabagismo, canabis, cocaína,


crack , álcool.
Dependência química causa compulsão, pois reduz
a ação do lobo frontal (diminui controle de impulsos).
A dopamina aumenta essa ação, assim, para
compulsão, utiliza-se medicamentos que aumentam a
concentração de dopa.
Compulsão alimentar deve ser tratada por um
grupo de especialistas, envolvendo pelo menos um
Endocrinologista (para afastar a possibilidade de se
tratar de uma disfunção hormonal), nutricionista,
alguém ligado à atividades físicas como um Personal
Trainer e um Psicólogo Clínico, pois na imensa maioria
das vezes existem causas de ordem psíquica, sendo a
ansiedade excessiva, a frustração também excessiva,
etc, algum dos sinais externos mais presentes. A
psicoterapia, especialmente a terapia cognitivo-
comportamental, permanece como o tratamento de
referência para este tipo de transtorno.
Para cocaína/crack anticonvulsivante e para álcool
análogo de opiáceo – naltrexona (pode associar bup).
ANTICONVULSIVANTE

• TOPIRAMATO 25 a 300 mg

No SUS tem: cp 25, 50 e 100 mg

Reduz o apetite
Pode ser benéfico para o tratamento ao álcool, a dose deve ser
administrada com cautela para amenizar os efeitos colaterais.

• ÁCIDO VALPROICO (DEPAKENE) 250 mg

SUS: cp 250 e 500 mg

Usados no tratamento de dependência do álcool devido ao


tratamento ter como um dos objetivos controlar as complicações
como convulsões e delírios.

• DIVALPROATO DE SÓDIO 250 mg

Cp 250 e 500 mg
Ajuda a reduzir os sintomas de abstinência alcoólica aguda.
• CARBAMAZEPINA 200 mg

SUS: cp 200 e 400 mg

Um dos objetivos do tratamento da dependência do álcool


é controlar as complicações como convulsões e delírios, dentre
os medicamentos indicados para isto são: os barbitúricos
(carbamazepina e ácido valpróico).

• PREGABALINA 75 mg

Cp 75 e 150 mg. Boa indicação para maconha.

• GABAPENTINA 300 mg

SUS: cp 300 e 400 mg. Boa para maconha.

Anticonvulsivantes têm sido indicados no tratamento de


abstinência o álcool, como a gabapentina que é um medicamento
que não causa interação com o álcool e além de não provocar
dependência física
ANÁLOGO DE OPIÁCEO

• NALTREXONA 50 mg

Pode emagrecer. Um antagonista dos receptores opioides μ,


o que impede que opioides exógenos se liguem a eles e reduz os
efeitos prazerosos do consumo da bebida alcoólica.

ANTIDEPRESSIVO

• BUPROPRIONA 150 a 450 mg

Ajuda no tratamento de perda de peso por causa da sua ação


de inibir a recaptação dos neurotransmissores noradrenalina e
dopamina.

Melhor se + Naltrexona (associação boa para tabagismo,


maconha alcoolismo).
PSICOESTIMULANTE

• Lisdexanfetamina (Venvanse)

Usado em casos de TCA (Transtorno Compulsivo Alimentar)


de moderado a grave em adultos e em TDAH.
Tratamento para TCA: A dose de titulação inicial é de 30 mg/dia
a ser ajustada em incrementos de 20 mg em intervalos aproximados
de 1 semana até atingir a dose recomendada de 50 mg/dia ou de
70 mg/dia. A titulação da dose até a obtenção da dose ótima deve
ser guiada pelos resultados clínicos, não ultrapassando uma dose
máxima de 70 mg/dia.

OBS:
Em casos de Intoxicação por Álcool

Se paciente não cooperativo: contenção mecânica + medicação


Antipsicótico (haldol IM) trata a agitação.

Na intoxicação por álcool dar suporte (ABCDE), se tiver


agitado dar o haldol, tiamina (sempre antes da glicose) e pode dar
soro glicosado.

OBS:
Além das medicações, deve-se indicar PSICOTERAPIA!
FISSURA

Os medicamentos para controle da compulsão


demoram a agir, assim, associa um desses abaixo para
controle da fissura (quadro + agudo).
Usa na fissura por maconha (causa sintomas
adrenérgicos, como palpitações, boca seca, sintomas de
ansiedade) e drogas estimulantes, como a cocaína, o crack
e a nicotina (causa aumento da FC e PA, agressividade,
etc.).
Na síndrome de abstinência de drogas estimulantes,
o tratamento também é antipsicóticos.
ANTIPSICÓTICOS

• CLORPROMAZINA (AMPLICTIL)
25 a 100 mg SUS

• QUETIAPINA
25 a 200 mg (não tem no SUS)

• OLANZAPINA
2,5 a 10 mg

FISSURA POR ÁLCOOL


(Benzodiazepínicos)

• DIAZEPAM 10 mg
• LORAZEPAM 2 mg
ANSIOLÍTICOS

Os ansiolíticos, também conhecidos como calmantes


ou tranquilizantes, atuam no sistema nervoso central,
aumentando a atividade do neurotransmissor GABA
(ácido gama-aminobutírico), que é um neurotransmissor
inibitório.
Essa ação reduz a atividade excitatória do cérebro,
diminuindo a ansiedade e proporcionando uma sensação
de calma e relaxamento.
Esses medicamentos pertencem a uma classe de
fármacos conhecida como benzodiazepínicos.
BENZODIAZEPÍNICOS
Quanto menor a meia vida, mais vicia. Agem nos
neurônios GABAérgicos (igual o álcool).
Tem 5 efeitos terapêuticos: ansiolítico, hipnótico,
relaxante muscular, anticonvulsivante e tranquilizante/
sedativo.
• Diazepam 10mg

Formulações: cp 5 e 10mg
Ampola 10mg EV
Indicações: Etilismo

• Clonazepam 2mg

Formulações: cp 0,25 / 0,5 e 2mg


Gotas 2,5 mg/ml
Indicações: Ansiedade

• Bromazepam 6mg

Formulações: cp 3 e 6 mg
Indicações: Hipnótico – Sono

• Alprazolam 1mg

Formulações: cp 0,25 / 0,5 / 1 e 2 mg


Indicações: Sono e Ansiedade
• Midazolam 15mg

Formulações: cp 7,5 e 15mg


Ampola 15 e 45mg
Indicações: Sedativo - emergência

• Lorazepam 2mg

Formulações: cp 1 e 2mg
Indicações: Etilismo – pouco metabolismo hepático
Referências

CORDIOLI, A.V. Medicamentos: informações básicas. In:___


Psicofármacos: Consulta Rápida. (Recurso eletrônico). 4o ed. Porto
alegre: Artmed, 2011, Seção 1, p. 25.
KOROLKOVAS, A.; FRANÇA, F.F.A.C. Fármacos Diversos.
In:____. Dicionário Terapêutico Guanabara. 20. ed. Rio de janeiro:
Guanabara Koogan, 2014. Cap. 23, p. 23,15.
AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION. Manual
diagnóstico e estatístico de transtornos mentais: DSM-5. Porto
Alegre: Artmed, 2014. v. 5. ISBN 978-85-8271-089-0.
CHENIAUX JR, E. Manual de Psicopatologia. 5 ed. Rio de
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MIGUEL, E.C.; GENTIL, V.; GATTAZ, W.F. (Org). Clínica
Psiquiátrica. 1 ed. São Paulo: Manole, 2011.
LOUZÃ NETO, M.R; ELKIS, H. Psiquiatria Básica. 2. ed. Porto
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HUMES, Eduardo de Castro; CARDOSO, Flavia; FERNANDES,
Flávio Guimarães; HORTÊNCIO, Lucas de Oliveira Serra; MIGUEL
FILHO, Eurípedes Constantino. Clínica psiquiátrica: guia prático.
Barueri: Ed. Manole, 2a ed., 2021

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