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3.1. KÉLVYA - Mudança Linguística

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ

Mudança Linguística

PROFª. MS. KÉLVYA FREITAS ABREU


MUDANÇA LINGUÍSTICA

● Por que as línguas mudam no decorrer do tempo?

○ De acordo com a exposição feita por Lyons (1981) em seu


capítulo intitulado Mudança Linguística as línguas sofrem
alterações ao passo do tempo. Justifique tal assertiva e
exponha uma correlação com os princípios linguísticos
pré-saussereanos.
Mudança linguística

● Linguística histórica;
● “as línguas mudam com o tempo”
● “... Não se tinha consciência, de um modo geral, de
que a mudança linguística é universal, contínua, e
consideravelmente regular”, passa-se ter com a
linguística histórica
● a mudança linguística é universal já que todas as línguas
do mundo sofrem (e sofreram) processos de mudança;
● A mudança linguística é contínua porque ela nunca se
finda, visto que um processo de mudança é resultado de
outros processos de mudança e derivam novos processos;
● A mudança linguística é regular porque é sistemática,
visto que os fatores que contribuíram para a mudança das
línguas em estágios anteriores são os mesmo que agem
nos estágios atuais.
● Os estudos históricos procuraram dar sustentação
empírica à velha intuição de as línguas serem realidades
históricas (ou realidades com a história).
● Essa intuição emergia tanto da tese monogênica de que
todas as línguas derivaram do hebraico, quanto da
percepção de que as línguas latinas tinham uma origem
comum.
● Conservadorismo das línguas literárias-padrão da Europa
e pelas atitudes normativas da gramática tradicional.
● A importância do latim
● No século XIX o latim já era considerada quase uma
língua morta, mas ainda mantinha o seu prestígio
● “As línguas literárias eram mais consideradas do que
as línguas e dialetos não-literários. E quaisquer
diferenças que os gramáticos observavam entre o
literário e o coloquial, ou entre a língua-padrão e os
dialetos não-padrão tendiam a ser condenadas e
atribuídas à desleixo ou à falta de instrução”
● Período clássico da linguística histórica: século XIX
● Língua falada e escrita; língua-padrão e não-padrão
● Procuraram-se as correlações entre as diversas
línguas – nascia o método comparativo.
○ “princípios que determinam a aquisição e o uso da língua
falada” (p.136)
○ Línguas → famílias → descendência comum → língua-mãe
○ Geneticamente relacionadas → língua ancestral
○ Influências do romantismo germânico e do evolucionismo
darwiniano
● Os estudos comparativos e históricos desenvolveram-se depois que
Willian Jones entrou em contato com o sânscrito e percebeu a
semelhança entre essa língua, o grego e o latim.
● Willian Jones demonstrou a correspondência entre os sons dessas línguas
e levantou a hipótese de que elas tinham uma origem comum: o
proto-indo-europeu.
● A partir daí: (a) agrupou-se uma vasta quantidade de dados; (b)
adotou-se o princípio de que as línguas mudam no tempo; (c) aceitou-se a
ideia de se relacionar grupos ou famílias de línguas (já que elas têm uma
origem comum) e (d) e divulgou-se a ideia de que é possível reconstruir
vários aspectos de estágios anteriores das línguas não documentadas, por
meio de comparações e inferências.
● A busca pelas semelhanças entre as línguas, pela reconstrução de
estágios do passado dessas línguas e pelo mapeamento das famílias
de línguas recebeu contribuições dos pesquisadores dinamarqueses
Rask e Verner e do alemão Grimm e estabeleceram as seguintes leis
fonéticas ou leis de Grimm:

a) as consoantes oclusivas surdas /*p/, /*t/, /*k/ do


proto-indo-europeu (PIE) mudaram em fricativas correspondentes
/*f/, /*∂/, /*h/ em protogermânico;
b) as consoantes oclusivas sonoras /b/,/d/,/g/ do PIE mudaram em
oclusivas surdas correspondentes /p/, /t/, /k/ em protogermânico;
c) as consoantes aspiradas sonoras /b/,/d/,/g/ mudaram em
oclusivas não aspiradas /b/,/d/,/g/em protogermânico.
● Segundo Lyons (1981), a lei de Grimm é sustentada por grande
número de exemplos de correspondência sistemática, mas
havia, mesmo assim, muitas exceções.

● Em algumas palavras da família germânica, as consoantes


sonoras /b/d/e /g/ correspondiam às consoantes /p/,/t/ e /k/
do grego em vez de corresponderem à série /f/, / ∂/ e /h/,
como previa a lei de Grimm.

● Isso levou a Verner refinar a lei de Grimm: as consoantes


/p/,/t/, /k/ do proto-indo-europeu, quando precedidas de
sílabas fracas, passam a /b/,/d/,/g/ e nos demais contextos a
/f/,/ ∂/,/h/.
● Os neogramáticos, um segundo grupo de estudiosos,
questionaram os pressupostos tradicionais da prática
histórico-comparativa e estabeleceram uma orientação
metodológica diferente e um conjunto de postulados teóricos
para a interpretação da mudança linguística.
● Afirmavam que o objetivo principal do pesquisador não era
chegar à língua original indo-europeia, que é criação
hipotética, mas, estudando línguas vivas atuais, apreender a
natureza da mudança.
● Interessava-lhes, portanto, investigar os mecanismos da
mudança e não apenas reconstruir estágios remotos das
línguas.
● O objetivo era criar uma teoria da mudança do que apenas arrolar
correspondências sistemáticas entre as línguas e, a partir delas,
reconstruir o passado.

● Estabeleceram o princípio de que as mudanças sonoras se davam


num processo de regularidade absoluta, isto é, as mudanças afetavam
a mesma unidade fônica em todas as suas ocorrências, no mesmo
ambiente, em todas as palavras, não admitindo exceções.

● Havendo exceções, admitia-se duas explicações: ou o princípio


regular efetivo ainda era desconhecido (o princípio existe, mas falta
encontrá-lo), ou a regularidade da mudança havia sido afetada por
ocorrência de empréstimos vocabulares de outras línguas ou pelo
processo de analogia.
● Analogia –era entendida como uma alteração na
forma fonética de certos elementos de uma língua por
interveniência de seus paradigmas gramaticais
regulares.
● Em outras palavras, a mudança por analogia era
entendida como uma interferência do plano gramatical
no plano fônico, o que afetava, o caráter absoluto da
mudança do som e criava irregularidades.
● Ao regularizar gramaticalmente determinadas formas,
a analogia romperia com a regularidade da mudança
fonética.
● Os neogramáticos introduziram um rigor metodológico
que teve particular importância para o
desenvolvimento da Linguística Histórica, contudo não
se podem encarar o empréstimo e a analogia como
meras explicações para aparentes exceções às leis
fonéticas.

● Dessa forma, é preciso entender as leis fonéticas não


como um princípio categórico e absoluto, mas como
uma fórmula de correspondência entre sistemas
fonéticos sucessivos de uma mesma língua nos diversos
períodos de sua existência.
A:tronco linguístico.
B,C,D: são famílias linguísticas.
E e F; G,H e I; J e K: formam três grupos distintos de
línguas irmãs entre si.
Proto-indo-europeu

Proto-roma
nce
Referências

● LYONS, J. Linguagem e Linguística: uma


introdução. Rio de Janeiro: LTC, 1981.
● TORRES, F.F. Estruturalismo e mudança
linguística. Slides in: Apresentação Premestre
2010.

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