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Livro PCD Lesao Medular Com ISBN 2

Lesão medular

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COLEÇÃO ATENÇÃO À PESSOA COM DEFICIÊNCIA

ATENÇÃO À PESSOA
COM LESÃO MEDULAR
VOL. 03

ORGANIZADORES
Ana Emilia Figueiredo de Oliveira
Paola Trindade Garcia
Silas Alves Costa
COLEÇÃO ATENÇÃO À PESSOA COM DEFICIÊNCIA

ATENÇÃO À PESSOA COM


LESÃO MEDULAR
VOL. 03
UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO

Reitor Prof. Dr. Fernando Carvalho Silva


Vice-Reitor Prof. Dr. Leonardo Silva Soares

EDITORA DA UFMA

Diretora Dra. Suênia Oliveira Mendes

Conselho Prof. Dr. Antônio Alexandre Isídio Cardoso


editorial Prof. Dr. Elídio Armando Exposto Guarçoni
Profª. Dra. Ana Caroline Amorim Oliveira
Prof. Dr. Márcio José Celeri
Profª. Dra. Diana Rocha da Silva
Profª. Dra. Gisélia Brito dos Santos
Prof. Dr. Edson Ferreira da Costa
Prof. Dr. Marcos Nicolau Santos da Silva
Prof. Dr. Carlos Delano Rodrigues
Prof. Dr. Felipe Barbosa Ribeiro
Profª. Dra. Maria Aurea Lira Feitosa
Prof. Dr. Flávio Luiz de Castro Freitas
Bibliotecária Iole Costa Pinheiro
Prof. Dr. José Ribamar Ferreira Junior

Associação Brasileira das Editoras Universitárias


Ana Emilia Figueiredo de Oliveira
Paola Trindade Garcia
Silas Alves Costa
(ORGS)

COLEÇÃO ATENÇÃO À PESSOA COM DEFICIÊNCIA

ATENÇÃO À PESSOA COM


LESÃO MEDULAR
VOL. 03

São Luís

2024
© 2024 EDUFMA- Todos os direitos reservados

Projeto Gráfico, Diagramação e Capa


Deborah Dowsley Valente de Figueirêdo
Helen Maysa Belfort Sousa

Revisão técnica
Amanda Oliveira do Vale Lira
Angelo Roberto Gonçalves
Denise Maria Rodrigues Costa
Flávia da Silva Tavares
Natália Turri da Silva
Theresa Helena Ramos da Silveira Mota de Queiroz

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

Atenção à pessoa com lesão medular / Organização: Ana Emilia


Figueiredo de Oliveira, Paola Trindade Garcia, Silas Alves Costa. —
São Luís: EDUFMA, 2024.
(Coleção Atenção à Pessoa com Deficiência; 3)

112 p.

ISBN: 978-65-5363-399-5

1.Lesão medular. 2. Lesão medular- atenção I. Oliveira, Ana Emília


Figueiredo de. II. Gracia, Paola Trindade. III. Costa, Silas Alves. IV.
Título. V. Coleção.

CDD 617.15
CDU 616.71-018.46

Bibliotecária(o): Neli Pereira Lima CRB 13 / 600

PRODUZIDO NO BRASIL [2024]


Todos os direitos reservados. Nenhuma parte deste livro pode ser
reproduzida, armazenada em um sistema de recuperação ou
transmitida de qualquer forma ou por qualquer meio, eletrônico,
mecânico, fotocópia, microimagem, gravação ou outro, sem
permissão do autor.

EDUFMA | EDITORA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO


MARANHÃO
Av. dos Portugueses, 1966 – Vila Bacanga
CEP: 65080-805 | São Luís | MA | Brasil
Telefone: (98) 3272-8157
www.edufma.ufma.br | [email protected]
CRÉDITOS

Coordenação-Geral da UNA-SUS/UFMA

Ana Emilia Figueiredo de Oliveira

Coordenação de Produção Pedagógica da UNA-SUS/UFMA

Paola Trindade Garcia

Gestão de Projetos da UNA-SUS/UFMA

Deysianne Costa das Chagas

Organizadores

Ana Emilia Figueiredo de Oliveira


Paola Trindade Garcia
Silas Alves Costa

Professora-autora

Eliane Velasco

Projeto Gráfico

Deborah Dowsley Valente de Figueirêdo

Design Instrucional e Diagramação

Helen Maysa Belfort Sousa

Revisão Pedagógica

Kátia Danielle Araújo Lourenco de Viana


Mizraim Nunes Mesquita
Paola Trindade Garcia

Revisão Técnica

Amanda Oliveira do Vale Lira


Angelo Roberto Gonçalves
Denise Maria Rodrigues Costa
Flávia da Silva Tavares
Natália Turri da Silva
Theresa Helena Ramos da Silveira Mota de Queiroz

Revisão Textual

Talita Guimarães Santos Sousa


APRESENTAÇÃO

Olá, caro(a) leitor(a)!

É com grande satisfação que apresentamos o livro


intitulado "Atenção à Pessoa com Lesão Medular". Este
livro foi elaborado com o objetivo de fornecer uma visão
abrangente e atualizada sobre os aspectos clínicos,
terapêuticos e multidisciplinares relacionados à Lesão
Medular.

A Lesão Medular é uma condição complexa e desafiadora,


que pode ter um impacto significativo na vida dos
indivíduos afetados. Desde os primeiros momentos após o
trauma até a fase de reabilitação e reintegração na
comunidade, há uma série de questões médicas,
funcionais, emocionais e sociais a serem consideradas.

Neste livro, exploramos os mais recentes avanços na


compreensão da fisiopatologia da Lesão Medular, bem
como as estratégias mais eficazes para o diagnóstico, o
tratamento e a reabilitação dos pacientes. Além disso,
abordamos questões importantes relacionadas à qualidade
de vida, à inclusão social e ao acesso equitativo ao
cuidado de saúde para Pessoas com Lesão Medular. Ao
longo do livro, enfatizamos a importância da abordagem
multidisciplinar e centrada no paciente no cuidado desses
indivíduos, reconhecendo suas necessidades únicas e
promovendo sua autonomia e bem-estar.
APRESENTAÇÃO

Esperamos que o livro “Atenção à Pessoa com Lesão


Medular” seja uma fonte valiosa de informações e
orientações para profissionais de saúde,
pesquisadores, pacientes, suas famílias e todos
aqueles interessados no campo da Lesão Medular. Que
esta publicação possa contribuir para uma melhor
compreensão da condição, bem como para o
aprimoramento do cuidado e do suporte oferecidos a
todas as pessoas afetadas.

Agradecemos sinceramente sua atenção e interesse


em nosso trabalho, e esperamos que este livro seja
útil e inspirador em sua jornada de aprendizado e
descoberta sobre a Lesão Medular.

Boa leitura!
SOBRE A AUTORA

ELIANE VELASCO
Possui graduação em
Fisioterapia pela Faculdade
do Clube Náutico Mogiano.
Especialista em Reeducação
Postural Global (Philippe
Souchard – França),
Psicopedagogia Institucional
(FAEL) e em Geriatria e
Gerontologia (USP). Mestre
em Semiótica, Tecnologias
de Informação e Educação
pela Universidade Braz
Cubas.

Professora universitária desde 1997 nas áreas de


neurologia, interdisciplinaridade, comportamento humano
e imagem e esquema corporal.
SOBRE OS ORGANIZADORES

ANA EMILIA
FIGUEIREDO DE OLIVEIRA
Diretora de Tecnologias na
Educação – DTED/UFMA e
Professora Titular na
Universidade Federal do
Maranhão. Possui graduação em
Odontologia pela Universidade
Federal Fluminense (UFF),
Especialização em Gestão de
Sistemas e Serviços de Saúde
(UFMA), Mestrado e Doutorado
em Radiologia Odontológica pela
Universidade Estadual de
Campinas (UNICAMP).

Realizou Pós-Doutorado/Professora Visitante na University of


North Carolina/Chapel Hill-EUA (UNC-Chapel Hill/USA).
Coordenadora da Universidade Aberta do SUS/UFMA e líder do
Grupo de Pesquisa SAITE – Saúde, Inovação, Tecnologia e
Educação (CNPq/UFMA). Durante o período de 2015 a 2017,
ocupou a presidência da Associação Brasileira de Telemedicina e
Telessaúde. Como pesquisadora, seu foco de atuação abrange
temas como Educação a Distância, Tecnologia e Inovação em
Educação na Saúde, Atenção Primária em Saúde, Aplicativos para
Dispositivos Móveis, Sistemas de Gestão e Acompanhamento
Educacional, além de Inovação aberta.
SOBRE OS ORGANIZADORES

PAOLA TRINDADE GARCIA


Graduada em Fisioterapia, com
mestrado e doutorado em Saúde
Coletiva (UFMA) e Residência
Multiprofissional em Saúde
(UFMA). Especialista em Processos
Educacionais na Saúde (IEP-Sírio
Libanês), Saúde da Família (CEST)
e Gestão do Trabalho e Educação
na Saúde (UFMA).

Experiência em Educação a Distância (EaD) e metodologias


ativas de ensino. Atualmente, leciona na Universidade
Federal do Maranhão (Departamento de Saúde Pública) e
coordena a Produção Pedagógica da UNA-SUS/UFMA.
Professora do Programa de Mestrado Profissional em Saúde
da Família da Renasf.

SILAS ALVES COSTA


Graduado em Odontologia
pela Universidade Federal do
Maranhão. Mestrado em
Ciências Odontológicas, com
ênfase em Odontopediatria
pela Faculdade de
Odontologia de Araraquara
(FOAr) da Universidade
Estadual Paulista (UNESP).

Atualmente, está cursando o doutorado no Programa de Pós-


Graduação em Odontologia – Universidade Federal do Maranhão
(UFMA) com período sanduíche na Duke-NUS (Singapura).
Bolsista do Programa de Desenvolvimento da Pós-Graduação
(PDPG – Amazônia Legal) e PROCAD Amazônia.
SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO 07

1 HISTÓRICO DA LESÃO MEDULAR 14

2 FISIOLOGIA E DEFINIÇÕES 17

ETIOLOGIA E EPIDEMIOLOGIA DA LESÃO


3 MEDULAR
21

4 DIAGNÓSTICO DO NÍVEL NEUROLÓGICO DA 23


LESÃO MEDULAR

TRATAMENTO DE URGÊNCIA E
5 TRATAMENTO CIRÚRGICO
36

CONSEQUÊNCIAS DA LESÃO MEDULAR


6 E TÓPICOS RELACIONADOS
45

7 ACOMPANHAMENTO PSICOLÓGICO 69
SUMÁRIO

8 REABILITAÇÃO 75

ORIENTAÇÕES AOS CUIDADORES E ÀS


9 PESSOAS COM LESÃO MEDULAR
83

COMPONENTE ATENÇÃO PRIMÁRIA À


10 SAÚDE NA ASSISTÊNCIA AO PACIENTE
COM LESÃO MEDULAR
86

CONSIDERAÇÕES FINAIS 88

REFERÊNCIAS 90

GLOSSÁRIO 106
1 HISTÓRICO DA LESÃO MEDULAR

A história da Lesão Medular é marcada por uma série


de eventos significativos que moldaram nosso
entendimento e nossas abordagens para lidar com essa
condição ao longo do tempo.

Iniciando em 1862, quando


Edwin Smith adquiriu um
papiro que é considerado o
primeiro registro documentado
da Lesão Medular, até os
avanços mais recentes em
2018, com Grégoire Courtine
restaurando a função de
caminhar em três pacientes
com lesão parcial através da
eletroestimulação, cada marco
histórico contribuiu para uma
compreensão mais profunda e
para o desenvolvimento de
novas estratégias de
Fonte: Canva.com ©2024. Uso permitido
tratamento. sob licença Pro.

No final do século XIX, Hans Schmaus realizou o


primeiro relato experimental em coelhos, observando a
degeneração da medula espinhal nesses animais.
Posteriormente, em 1897, Kirchgasses e Scagliosi
observaram a degeneração da bainha de mielina e
outras alterações na medula espinhal, lançando luz
sobre os mecanismos subjacentes às lesões medulares.

14
ATENÇÃO À PESSOA COM LESÃO MEDULAR

Durante as primeiras décadas do século XX, surgiram


avanços significativos, como o desenvolvimento do
primeiro aparato de contusão da medula por Alfred
Reginal Allen em 1911 e a realização de experimentos que
demonstraram edema axonal e degeneração da substância
branca após Lesão Medular, conduzidos por Ferraro ao
final da década de 1920.

A compreensão sobre a natureza e


o tratamento da Lesão Medular
continuou a evoluir ao longo do
século XX. Em 1945, Ludwig
Guttmann foi pioneiro na busca por
qualidade de vida para pessoas com
Lesão Medular, sendo reconhecido
como o precursor da reabilitação
moderna da paraplegia. Avanços
adicionais vieram com a pesquisa de
Maurice Albin e Robert White em
1968, que exploraram o uso da
hipotermia na recuperação funcional
da medula espinal.

Fonte: Canva.com ©2024. Uso permitido sob licença Pro.

A década de 1980 trouxe descobertas revolucionárias,


como a demonstração por Albert Aguayo e Sam David de
que axônios podem se regenerar no Sistema Nervoso
Central, desafiando concepções anteriores. Esta década
também testemunhou o início de experimentos bem-
sucedidos com anticorpos, conduzidos por Lisa Schnell e
Martin Schwab, que resultaram no crescimento de axônios
após Lesão Medular em ratos.

15
ATENÇÃO À PESSOA COM LESÃO MEDULAR

Nos anos subsequentes, a pesquisa continuou a expandir


os limites do conhecimento e das possibilidades de
tratamento da Lesão Medular. Desde os primeiros estudos
com células embrionárias na década de 1990 até os
avanços mais recentes em neuropróteses eletroquímicas e
reabilitação com robôs, como demonstrado por Grégoire
Courtine em 2012, o campo da medicina regenerativa e
reabilitação neurológica tem apresentado um progresso
notável.

Em 2014, Miguel Nicolelis e sua


equipe alcançaram um marco
histórico ao mostrar que um
paciente conseguiu caminhar com
o auxílio de um exoesqueleto
controlado pela atividade cerebral.
Esse avanço representou um passo
significativo em direção à
restauração da mobilidade para
pessoas com Lesão Medular.
Fonte: Reprodução/Facebook/Miguel Nicolelis.

Os anos subsequentes continuaram a trazer inovações,


como a descoberta de Marios Papadopoulos e Samira
Saadoun em 2015, que destacou a importância das
condições de pressão na redução das consequências da
paraplegia, e o sucesso de Grégoire Courtine em 2018 ao
restaurar a função de caminhar em pacientes com lesão
parcial por meio da eletroestimulação.

Esses marcos históricos refletem não apenas o progresso


científico, mas também o compromisso contínuo com a
melhoria da qualidade de vida e a busca por soluções
inovadoras para as pessoas que vivem com Lesão Medular.
Ao longo dos séculos, a história da Lesão Medular
testemunhou avanços que transformaram a compreensão, o
tratamento e as perspectivas para aqueles afetados por
essa condição devastadora.
16
2 FISIOLOGIA E DEFINIÇÕES

Para compreendermos a complexidade da Lesão Medular


espinal, é essencial iniciar com uma breve explanação
sobre a anatomia do Sistema Nervoso, responsável por
funções vitais como percepção, ação, movimento,
sensibilidade, entre outras.
Machado (2007) descreve o Sistema Nervoso como
dividido em duas partes principais, como mostra a
Figura 1. o Sistema Nervoso Central (SNC), composto
pelo encéfalo e pela medula espinal, e o Sistema
Nervoso Periférico (SNP), constituído por nervos,
gânglios e terminações nervosas.

Figura 1. Representação do Sistema Nervoso Central e Periférico.

Sistema
Nervoso A medula espinal, parte
Central integrante do SNC,
desempenha um papel
crucial ao conectar esses
dois sistemas, atuando
como uma mediadora de
estímulos sensoriais e
motores. É por meio da
medula espinal que o
encéfalo emite comandos
Sistema
e recebe informações do
Nervoso
restante do corpo, e vice-
Periférico
versa, permitindo a
comunicação eficaz entre
o cérebro e os membros.

Fonte: Adaptada de Canva.com ©2024.


Uso permitido sob licença Pro.

17
ATENÇÃO À PESSOA COM LESÃO MEDULAR

Esta estrutura delicada, composta por tecido nervoso, emite


ramificações nervosas que se estendem por diversas regiões
do corpo, como membros superiores e inferiores.

Localizada e protegida pela


coluna vertebral, uma
estrutura óssea fundamental,
a medula espinal tem seu
desenvolvimento concluído
por volta dos 4 anos de
idade.

Fonte: Canva.com ©2024. Uso permitido sob licença Pro.

É importante observar que, devido a esse processo de


crescimento, a medula espinal ocupa apenas os dois terços
superiores da coluna vertebral (SNELL, 2011), alcançando
até a vértebra L1/L2.

Essas informações são fundamentais para compreendermos


que a integridade da medula é crucial para nossa interação
com o ambiente. Quando ocorre uma Lesão Medular, os
estímulos sensoriais e motores podem ser interrompidos
parcial ou totalmente.
Fonte: Canva.com ©2024. Uso permitido sob licença Pro.

De acordo com Brasil (2013, p. 6), uma Lesão


Medular refere-se a:

Qualquer dano às estruturas localizadas no


canal medular, incluindo a medula, o cone
medular e a cauda equina. Essas alterações
podem resultar em déficits motores,
sensoriais superficiais e profundos, bem
como em disfunções autonômicas,
vasomotoras, esfincterianas, sexuais e
tróficas nos segmentos corporais abaixo do
nível da lesão.

18
ATENÇÃO À PESSOA COM LESÃO MEDULAR

As consequências de uma Lesão Medular, como


comprometimentos motores e dores, conforme observado
por Gomes et al. (2021), podem levar à incapacidade de
realizar certas atividades e dificultar a integração social,
familiar e laboral desses indivíduos.

É importante destacar que


essas incapacidades têm um
impacto significativo na
qualidade de vida do paciente,
ressaltado por Fernandes
(2017), tornando essencial o
processo de reabilitação.
Muitas vezes, esses pacientes
requerem assistência para
realizar atividades diárias,
especialmente durante o
primeiro ano após a lesão.

Em casos de lesões medulares


completas, ocorre uma paralisia
imediata, completa e flácida,
juntamente com a perda de
atividade reflexa e sensorial
abaixo do nível da lesão. Por
outro lado, nas lesões
incompletas, há perda sensorial
e motora, e os reflexos dos
tendões podem ser hiperativos
(FERNANDES, 2017).

Fonte: Canva.com ©2024. Uso permitido sob licença Pro.

19
ATENÇÃO À PESSOA COM LESÃO MEDULAR

Fonte: Canva.com ©2024. Uso permitido sob licença Pro.


Dyonísio (2019) ressalta que, após
uma Lesão Medular, os indivíduos
podem enfrentar dificuldades na
realização de atividades funcionais
devido à interrupção das vias sensoriais
ascendentes e motoras descendentes. A
reabilitação pós-lesão desempenha um
papel fundamental na modificação da
reorganização cortical, utilizando
mecanismos neurais associados à
aprendizagem motora para promover a
recuperação funcional.

Embora as mudanças compensatórias no cérebro ocorram ao


longo do tempo, com o estabelecimento de novas conexões
neurais, as adaptações mais significativas ocorrem durante o
primeiro ano após a lesão. Um aumento na ativação cortical
e uma maior integridade do trato corticoespinal são
associados a uma melhor recuperação nesse período agudo
pós-lesão (CHARLES, 2021).
Fonte: Canva.com ©2024. Uso permitido sob licença Pro.

Se considerarmos ainda que a


Lesão Medular e a depressão são
duas condições incapacitantes,
levando o sujeito a abandonar papéis
importantes da vida, é necessária
uma atenção especial quanto à
associação desses dois quadros
(PLACERES; FIORATI, 2016).
Portanto, a lesão da medula
espinal é um dos mais graves
acometimentos que pode afetar o
ser humano, com enorme
repercussão física, psíquica e social,
podendo levar a alterações motoras,
sensitivas, autonômicas e
psicoafetivas (BRASIL, 2015).
20
3 ETIOLOGIA E EPIDEMIOLOGIA DA
LESÃO MEDULAR

Para Cerezetti et al. (2012) e Campos et al. (2008), a


incidência da Lesão Medular vem aumentando nos
últimos anos, podendo ser considerada como um
problema de saúde pública.
Entre os indivíduos mais frequentemente afetados por
esse tipo de trauma, observa-se que são
predominantemente homens jovens em idade produtiva,
com idades entre 16 e 30 anos, frequentemente
associados a baixo nível educacional. Embora haja uma
escassez de dados precisos sobre a epidemiologia da
Lesão Medular no Brasil, estudos conduzidos nos
Estados Unidos sugerem que as principais causas são
(SILVA, 2020):

Acidentes por mergulho Ferimentos por


em águas rasas; armas de fogo;

Acidentes
automobilísticos; e Quedas.

Todavia, o envelhecimento da população tem


contribuído para um aumento significativo na incidência
de lesões medulares por quedas, de 19,3% para 40,4%.
Além disso, a idade média dos pacientes afetados
aumentou de 40,5 para 50,5 anos (TORREGROSSA;
SALLÌ; GRASSO, 2020). Estudos epidemiológicos sobre
Lesão Medular no Brasil são escassos e não há dados
precisos sobre incidência ou prevalência, uma vez que
essa condição não é objeto de notificação.

21
ATENÇÃO À PESSOA COM LESÃO MEDULAR

Para Dyonísio (2019) e Casalis (2003), dentre as causas


não traumáticas é possível destacar tumores, doenças
infecciosas, vasculares e degenerativas, citando ainda
problemas inflamatórios, compressivos e congênitos.

Diante desse cenário, análises de


dados estatísticos têm sido cada
vez mais divulgadas com o intuito
de fornecer informações
relevantes para o estabelecimento
de estratégias de prevenção e
tratamento, visando reduzir o
sofrimento dos pacientes e os
custos associados à doença
(PIZETTA et al., 2020; LOPES et
al., 2021).

Programas educacionais baseados


em estudos epidemiológicos têm
demonstrado resultados positivos
na redução da incidência de lesões
medulares em diversos países ao
redor do mundo. Compreender a
cultura e as características
demográficas desempenha um
papel crucial na interpretação e na
conexão com as causas dos
traumas (KIM et al., 2021).

Fonte: Canva.com ©2024. Uso permitido sob licença Pro.

22
4 DIAGNÓSTICO DO NÍVEL
NEUROLÓGICO DA LESÃO MEDULAR

Ao analisarmos a história, a definição, a etiologia e a


epidemiologia da Lesão Medular, torna-se evidente a
importância da prevenção. É essencial destacar o papel
fundamental da equipe multidisciplinar ao longo de todo
o processo, desde a internação até a fase de
reabilitação, para proporcionar segurança ao indivíduo e
orientação à família.
Guimarães e Branco (2020) delineiam três categorias
cruciais para o bom funcionamento do trabalho dos
profissionais de saúde:

Construção coletiva de práticas de


saúde com objetivos comuns,
visando à produção do cuidado;

Rede de relações, interações e


integrações entre profissionais de
saúde, corresponsabilizando os
agentes técnicos na produção do
cuidado; e

Garantia de que cada questão seja


independente das demais, sem
fornecer pistas de respostas para
outras questões.

Fonte: Canva.com ©2024.


Uso permitido sob licença Pro.

23
ATENÇÃO À PESSOA COM LESÃO MEDULAR

Dentre os diversos profissionais que


compõem a equipe multidisciplinar,
destacam-se médicos, enfermeiros, técnicos
e auxiliares de enfermagem, nutricionistas,
psicólogos, assistentes sociais, professores
de educação física, fonoaudiólogos,
fisioterapeutas, musicoterapeutas e
farmacêuticos, além da participação de
Agentes Comunitários de Saúde.

No entanto, mesmo com os esforços de


prevenção, é importante abordar a fase
subsequente, quando o trauma já ocorreu e é
necessário, junto à equipe, realizar o
diagnóstico em busca de soluções.

Fonte: Canva.com ©2024.


Uso permitido sob licença Pro.
24
ATENÇÃO À PESSOA COM LESÃO MEDULAR

Diagnóstico clínico
Segundo as Diretrizes de Atenção à Pessoa com Lesão
Medular do Ministério da Saúde (Brasil, 2015), a avaliação
clínica da força muscular, os miótomos e os testes
musculares correspondentes, juntamente com exames de
imagem como radiografia anteroposterior e perfil da
coluna, Tomografia Computadorizada e Ressonância
Magnética, são fundamentais para o diagnóstico clínico.

Para iniciar esse processo, é crucial compreender as duas


fases da Lesão Medular, conforme delineado pelo
Ministério da Saúde (2015) e Sousa (2014):

Choque medular

Caracterizada como a fase


inicial, na qual todas as
funções abaixo do nível da
lesão podem ser
interrompidas devido a
diversos tipos de danos à
medula. Isso pode incluir
esmagamento, compressão,
secção parcial ou total,
edema e/ou hemorragia. Fonte: Canva.com ©2024. Uso permitido sob licença Pro.

Durante esta fase, podem


ocorrer diminuição ou perda Automatismo medular
da força muscular,
Após a resolução do choque
ausência ou redução dos
medular, algumas funções
reflexos e da sensibilidade,
começam a retornar,
bem como outras
dependendo da evolução do
complicações autonômicas,
quadro clínico. Essa fase
respiratórias, urinárias e
pode se estender por até um
sexuais.
ano ou mais, e é marcada
pelo retorno gradual das
funções neurológicas.
25
ATENÇÃO À PESSOA COM LESÃO MEDULAR

Quando o choque medular evolui para o automatismo


medular, realizamos o exame neurológico constituído por
duas etapas (sensitiva e motora), tendo elementos
obrigatórios e outros opcionais, porém recomendados. Os
elementos obrigatórios são usados para determinar os
níveis:
u rológi ensitiv Motor
e S

o
co
N

Fonte: Adaptado de Canva.com ©2024. Uso permitido sob licença Pro.

Utilizamos esses índices para caracterizar o


funcionamento sensitivo/motor e para determinar se a
lesão é completa ou não. Os elementos opcionais, ainda
que não sejam usados como índices, podem somar-se à
descrição clínica específica do indivíduo.

Várias escalas foram desenvolvidas nos últimos


cinquenta anos, como Frankel Scale, Lucas e Ducker’s
Neurotrauma Motor Index, Sunnybrook, Botsford, Yale
e, a escala da Associação Americana de Lesão
Espinhal — segundo sua sigla em inglês: American
Spinal Injury Association (ASIA) —, que se
estabeleceu nos últimos anos como o padrão de
validação (BARCELOS et al., 2009).

Por meio deste instrumento podemos avaliar força,


sensibilidade e reflexos em pacientes com Lesão
Medular, além de classificar a lesão como completa ou
incompleta. Você pode conhecer mais detalhes do
formulário disponíveis nas versões em inglês e em
espanhol.

26
ATENÇÃO À PESSOA COM LESÃO MEDULAR

Cabe ainda ressaltar que sempre se deve avaliar os dois


hemicorpos, realizando as devidas anotações que serão
somadas ao final do protocolo para saber o nível de lesão
neurológica e o tipo de lesão.

Na avaliação motora, é
essencial examinar o grau de
força muscular nos grupos
musculares correspondentes
aos miótomos. Estes
representam uma coleção de
fibras musculares inervadas
por axônios motores de cada
raiz nervosa, correspondendo
a um segmento medular
(MARTINEZ et al., 2013). É
importante notar que essa
graduação não é aplicável aos
músculos do tronco, pois uma
raiz nervosa pode agir em
regiões semelhantes do tronco,
tornando a avaliação muscular
imprecisa.
Para esta avaliação,
empregamos a escala
originalmente desenvolvida
pelo Medical Research Council
of The United Kingdom (MRC),
Fonte: Canva.com ©2024.
como mostra o Quadro 1. Esta Uso permitido sob licença Pro.

é uma maneira simples de


avaliar a força muscular em
pacientes críticos.

24
7
ATENÇÃO À PESSOA COM LESÃO MEDULAR

A escala consiste na avaliação de seis grupos musculares


através de três movimentos de membros superiores
(extensão do punho, flexão do cotovelo e abdução do
ombro) e três de membros inferiores (dorsiflexão do pé,
extensão do joelho e flexão do quadril), totalizando seis
movimentos osteocinemáticos aplicados bilateralmente.

Quadro 1. Escalas do Medical Research Council (MRC) original e


simplificada.

Escala MRC Escala MRC Simplificada

0 Paralisia completa 0 Paralisia completa

1 Mínima contração Fraqueza grave (> 50%


1
perda da força)

Ausência de
2 movimentos ativos Fraqueza leve (< 50%
2
contra a gravidade perda da força)

Contração fraca 3 Força preservada


3
contra a gravidade

Movimento ativo
4 contra a gravidade e
resistência

5 Força preservada

Fonte: Adaptado de LATRONICO, Nicola; GOSSELINK, Rik (2015).

24 28
5
ATENÇÃO À PESSOA COM LESÃO MEDULAR

Para padronizar os músculos envolvidos na avaliação da força


muscular, utilizamos pontos-chave. Pedimos ao paciente para
realizar o movimento, contra a nossa resistência. No Quadro 2,
realizamos um resumo em relação ao nível, ao movimento a
ser realizado e aos miótomos testados:
Quadro 2. Miótomos e testes musculares correspondentes.

Miótomos
Nível Movimento
(Pontos-chave)

C5 Flexão do cotovelo Bíceps braquial

Extensor longo e curto do


C6 Extensão do punho
carpo

C7 Extensão do cotovelo Tríceps

C8 Flexão das falanges distais Flexor profundo dos dedos

T1 Abdução do quinto dedo Abdutor do dedo mínimo

L2 Flexão do quadril Iliopsoas

L3 Extensão do joelho Quadríceps

L4 Dorsiflexão do pé Tibial anterior

L5 Extensão do hálux Extensor longo do hálux

S1 Plantiflexão Gastrocnêmio e sóleo

Fonte: Adaptado de Ministério da Saúde (BRASIL, 2015).


24
29
ATENÇÃO À PESSOA COM LESÃO MEDULAR

Não é possível quantificar movimento a ser realizado ao


nível da T2 à L1 pelo fato de uma única raiz nervosa agir
em regiões similares do tronco, tornando a avaliação
muscular nestes níveis inespecífica.

Na avaliação sensitiva, determinamos o nível sensitivo da


lesão através da avaliação clínica da sensibilidade dos
dermátomos ao toque leve e à dor. Este toque é avaliado
ao se utilizar um pedaço de algodão ou o próprio pincel na
extremidade do martelo de reflexo. Para a sensibilidade à
dor, as mesmas áreas são testadas.

Figura 2. Dermátomos a serem


Os dermátomos avaliados.
representam áreas de
pele inervadas por
axônios sensoriais de
cada raiz nervosa,
correspondendo a um
segmento medular
(DYONÌSIO, 2019). Além
disso, é importante
complementar a
avaliação verificando se o
indivíduo apresenta
pressão anal profunda e
contração anal
voluntária. A confirmação
da contração indica a
preservação das raízes
sacrais, tanto sensitivas
quanto motoras. A
imagem ao lado evidencia
a escala de avaliação dos
dermátomos.
Fonte: UNA-SUS/UFMA. © 2024. CC BY.

32 0
5
ATENÇÃO À PESSOA COM LESÃO MEDULAR

Segundo Defino e Zardo (2014), os níveis de lesão são


determinados pelo nível mais caudal de lesão e
preservação, podendo ser organizados em:
rológi nsitiv Motor
eu Se

o
co
N

Preservação Preservação Músculo com


sensitiva e sensitiva três quintos de
motora força preservada
(inervação)
Fonte: Adaptado de Canva.com ©2024. Uso permitido sob licença Pro.

Portanto, utilizando a Escala ASIA e os testes de


dermátomos e miótomos descritos, podemos considerar
(DEFINO; ZARDO, 2014):

Completa: sem função sensitiva ou motora preservada


A no segmento S4 a S5.

Incompleta: sem função motora e sensitiva


B preservada abaixo do nível da lesão neurológica, com
inclusão do segmento sacral S4 a S5.

Incompleta: há função motora em segmentos abaixo


do nível da lesão neurológica, e mais da metade dos
C músculos-chave abaixo do nível neurológico tem grau
de força muscular menor do que três.

Incompleta: há função motora em segmentos abaixo

D do nível da lesão neurológica, e pelo menos metade


dos músculos-chave abaixo do nível neurológico tem
grau de força muscular maior ou igual a três.

E Função sensitiva e motora sem alteração.

31
ATENÇÃO À PESSOA COM LESÃO MEDULAR

Após o retorno dos reflexos, avaliados pelos reflexos


bulbo cavernoso e cutâneo anal, ocorre o término do
choque medular. Neste momento, é fundamental repetir o
exame neurológico para determinar o grau (completo ou
incompleto) e nível (sensitivo e motor) da lesão medular.

Após concluir a avaliação, com base na pontuação


alcançada e utilizando a escala ASIA, classificamos o
diagnóstico nos seguintes termos:

PARAPLEGIA TETRAPLEGIA

Afeta o tronco,
Comprometimento
membros superiores e
do tronco e membros
inferiores, ocorrendo
inferiores.
acima de T1.

É importante salientar que o termo PLEGIA refere-se à


ausência de movimentos voluntários, comuns em casos de
lesão medular completa, enquanto PARESIA indica a
presença de contração muscular voluntária com diminuição
da força muscular, mais comum em lesões medulares
incompletas.

Após avaliar o nível motor em ambos


os hemicorpos, podemos chegar a
dois níveis diferentes. Por exemplo,
se observarmos que do lado direito a
força está preservada igual ou maior
que 3, isso indica a preservação do
segmento C7 (Extensão do cotovelo),
enquanto no lado esquerdo, o T1
(Abdução do quinto dedo) está
preservado. Portanto, considerando
ambos os lados, o nível motor é C7
totalmente preservado.

35
2 2
Fonte: Canva.com ©2024. Uso permitido sob licença Pro.
ATENÇÃO À PESSOA COM LESÃO MEDULAR

Da mesma forma, ao avaliar o nível sensitivo, podemos


observar que a região dorsal do dedo mínimo está
preservada no hemicorpo direito, correspondendo a C8, e
no hemicorpo esquerdo, a sensibilidade no dermátomo do
epicôndilo medial está preservada, correspondendo a T1.
Assim, considerando ambos os lados, o nível sensitivo é C8
totalmente preservado.

Combinando os dois níveis, podemos concluir que o


nível neurológico é C7 da medula, indicando
integridade motora e sensitiva no paciente.

Além disso, é importante mencionar que a escala ainda


lista algumas síndromes clínicas decorrentes de traumas
medulares, como a Síndrome do Cordão Central,
Síndrome da Cauda Equina, Síndrome da Artéria
Espinal Anterior e Síndrome de Brown-Sequard.

Os exames complementares
de imagem podem ser
importantes quando aliados
ao fechamento do
diagnóstico, auxiliando o
médico e a equipe
multidisciplinar no
entendimento do mecanismo
do trauma e verificando a
possibilidade de outras
lesões, porém não representa
uma rotina, sendo mais
importante na condição
aguda da Lesão Medular. Fonte: Canva.com ©2024.
Uso permitido sob licença Pro.

33
ATENÇÃO À PESSOA COM LESÃO MEDULAR

Radiografia convencional anteroposterior e


perfilmagnética
Para determinar o nível ósseo da Lesão Medular,
começamos a investigação com radiografias convencionais
anteroposteriores e de perfil da coluna. Esses exames nos
permitem identificar politraumatismos, tipos de lesões,
fraturas e deslocamentos. É importante ressaltar que, em
alguns casos, podem ser necessárias manobras dinâmicas
durante o exame para uma melhor visualização.
No entanto, é imprescindível a supervisão médica para
evitar qualquer trauma adicional ou agravamento de uma
lesão neurológica existente. Segundo o Ministério da
Saúde (BRASIL, 2015), sinais radiográficos associados à
Lesão Medular na coluna cervical incluem aumento de
partes moles retrofaríngeas, deslocamentos, diminuição do
espaço discal, aumento da distância entre os processos
espinhosos e variações na altura dos corpos vertebrais.

Tomografia Computadorizada
A Tomografia Computadorizada
oferece uma melhor visualização Sempre que possível, é
em diferentes planos, como axial, recomendado submeter o
sagital e coronal, e possui a paciente à Tomografia
vantagem de poder ser realizada Computadorizada para uma
com imobilização cervical e avaliação mais detalhada e
suporte de vida, especialmente classificação precisa da
lesão óssea. Este exame é
em casos de politraumatismos
particularmente útil em
graves.
fraturas cervicais altas e
nas fraturas da transição
cervico-torácica, que
geralmente não são bem
visualizadas nas
radiografias convencionais.

32 4
5
Fonte: Canva.com ©2024. Uso permitido sob licença Pro.
ATENÇÃO À PESSOA COM LESÃO MEDULAR

Ressonância Magnética
A Ressonância Magnética é um exame que oferece uma
detecção mais precisa de instabilidades biomecânicas
secundárias, como lesões ligamentares, alterações do disco
intervertebral, compressão medular, hematomas e
herniações. No entanto, sua realização pode ser desafiadora
em pacientes dependentes de equipamentos de suporte de
vida devido ao campo magnético presente na sala de exame.

Portanto, não é um exame realizado


rotineiramente, sendo indicado quando
os exames anteriores não fornecem
resultados satisfatórios (quando há
discrepância entre o exame
neurológico e os resultados dos
exames de radiografia e tomografia) e
desde que o paciente não necessite de
Fonte: Canva.com ©2024.
equipamentos que não possam ser
Uso permitido sob licença Pro.
utilizados na sala de exame.

Prognóstico
O prognóstico é um aspecto crucial para os profissionais de
saúde. Após realizar todos os testes e avaliar o nível
neurológico da lesão, além de classificar como completa ou
incompleta, é essencial determinar a autonomia alcançada.
Geralmente, quanto mais alta a lesão, menor será a
funcionalidade, devido à perda parcial ou total da motricidade
e sensibilidade abaixo da lesão, o que resulta em menor
independência. Esta avaliação é mais confiável após o choque
medular, na fase de automatismo medular.

O empenho durante a reabilitação é fundamental para a


melhora progressiva do quadro, e a motivação do
paciente desempenha um papel crucial no prognóstico.
Caso o paciente esteja desmotivado ou apresente quadros
depressivos ou desequilíbrio emocional, a equipe pode
enfrentar dificuldades no prognóstico.
2
35
5 TRATAMENTO DE URGÊNCIA E
TRATAMENTO CIRÚRGICO

É crucial abordar aqui os procedimentos a serem


realizados durante a fase de atendimento pré-hospitalar.
No momento do acidente ou do trauma, uma equipe
treinada deve executar os primeiros procedimentos.

Uso de prancha rígida e colar cervical

Embora o uso do colar cervical e da prancha rígida seja


uma medida adotada há mais de quatro décadas, e ainda
seja comumente utilizada durante o atendimento pré-
hospitalar, é importante destacar que sua eficácia não é
universalmente reconhecida.

Recentemente, estudos, como


os de Fisher et al. (2018) e

Fonte: Canva.com ©2024. Uso permitido sob licença Pro.


Boissy et al. (2011), têm
levantado questionamentos
sobre esses procedimentos,
especialmente nos Estados
Unidos, apontando possíveis
efeitos adversos, como estresse,
dor, ansiedade, desconforto e
aumento da pressão
intracraniana. Alternativas para
a restrição de movimento da
coluna vertebral incluem o uso
de macas específicas ou a
própria maca da ambulância.

36
ATENÇÃO À PESSOA COM LESÃO MEDULAR

Pesquisas conduzidas pela equipe de


Medicina de Emergência da Faculdade
de Medicina de São Paulo no programa
de 2019 “Novo paradigma de restrição
de movimento de coluna em
atendimento pré-hospitalar no Brasil”
ressaltam que lesões instáveis na
coluna vertebral podem evoluir para
Fonte: Canva.com ©2024. Uso permitido sob licença Pro.

graves lesões neurológicas,


enfatizando que a restrição de
movimentos não deve ser confundida
com imobilização.

Durante a transferência para o


hospital, o paciente deve ser movido
como um bloco na maca, com apoio e
proteção da cabeça e da região
cervical. Um profissional experiente,
preferencialmente um médico
ortopedista, neurocirurgião ou
traumatologista, deve avaliar a
necessidade de remover ou manter o
colar cervical.

Após ou de forma simultânea à estabilização, deve-se


proceder a avaliação da Escala de Coma de Glasgow (ECG),
visando alocar o paciente em algum dos grupos
prognósticos (Traumatismo Cranioencefálico leve, moderado
ou grave).

Faz-se necessário ainda o controle de hemorragias


superficiais de crânio, com suturas e curativos compressivos.
A manutenção da imobilização com colar cervical, na suspeita
de fratura cervical ou impossibilidade de avaliação
neurológica, deverá ser realizada.

2
37
ATENÇÃO À PESSOA COM LESÃO MEDULAR

Após a estabilização inicial,


exames complementares deverão
ser solicitados além da
reavaliação e do suporte clínico
até a transferência para unidade
de menor complexidade ou
Unidade de Terapia Intensiva.
No atendimento inicial, cuidados
especiais devem ser tomados
quando for necessária a
intubação orotraqueal, que
idealmente deve ser realizada
com auxílio de broncoscopia e
com a menor movimentação da
coluna cervical, principalmente
não realizando a hiperextensão.
Após os primeiros cuidados e
estando o paciente
adequadamente ventilado e
hemodinamicamente estável,
serão realizados os exames
radiográficos da região
supostamente comprometida
Fonte: Canva.com ©2024.
(BRASIL, 2015). Uso permitido sob licença Pro.

Atendimento inicial

Nos estudos conduzidos por Rodrigues, Galvão e Santana


(2017), é apresentada a padronização do atendimento ao
politraumatizado, denominada ABCDE do Advanced Trauma
Life Support (ATLS), elaborada pelo Colégio Americano de
Cirurgiões. Organizar esses itens na sequência adequada é
essencial para reduzir a mortalidade.

31
32 85
ATENÇÃO À PESSOA COM LESÃO MEDULAR

O ABCDE é aplicado no exame primário do atendimento


inicial ao politraumatizado, sendo utilizado para detectar
lesões que representem risco iminente de morte. Seu
significado é o seguinte:

Vias aéreas com controle da coluna


Airways A
cervical

Aqui, são realizadas a proteção e a estabilização da coluna


cervical, juntamente com a avaliação das vias aéreas
respiratórias para prevenir obstruções. Aspectos como voz
alterada, roncos, esforços respiratórios e nível de consciência
são observados. A Escala de Glasgow é utilizada para avaliar o
estado de consciência, considerando a abertura ocular, a
resposta verbal e a resposta motora.

B Breathing Respiração e ventilação

Avaliamos se a respiração está adequada, observando sinais


como hipoventilação, cianose e alterações musculares
acessórias. O uso de oxímetro e estetoscópio é recomendado
nessa etapa. Uma ventilação adequada mantém as pressões
parciais de CO2 dentro de limites aceitáveis, com uma
saturação de oxigênio normalmente entre 100% e 95%.

Circulação com controle da C


Circulation
hemorragia

Mudanças na coloração da pele, sudorese e diminuição do


estado de consciência indicam perfusão comprometida.
Verifica-se a presença de hemorragias externas, pulsos
periféricos ou centrais e tempo de enchimento capilar. A
Ressuscitação Cardiopulmonar é iniciada em caso de ausência
de pulso.

2
39
ATENÇÃO À PESSOA COM LESÃO MEDULAR

D Disability Estado neurológico

Nesta fase, são avaliados o nível de consciência, o tamanho e


a reatividade das pupilas, os sinais de hérnia cerebral e o
nível de Lesão Medular. A queda no nível de consciência
sugere redução da perfusão cerebral, sendo que a avaliação
dos sinais vitais é essencial.

Exposição e controle da E
Exposure
temperatura

Devemos observar sinais de trauma, sangramento e manchas


na pele, além de despir a vítima para detectar novas lesões.
Monitorar a temperatura é crucial para evitar a hipotermia.

É importante destacar que, após os primeiros cuidados e


quando o paciente está ventilando e hemodinamicamente
estável, exames radiográficos da região afetada são
realizados.
Tratamento Cirúrgico
Após a observação dos itens destacados no atendimento
inicial, e estando o paciente estável clinicamente, deve-se
realizar o tratamento cirúrgico definitivo das fraturas o
mais breve possível.

Para Rosi Junior et al. (2014) utilizamos a classificação


Arbeitsgemeinschaft für Osteosynthesefragen (AO) para
classificar o mecanismo de lesão da coluna vertebral:

Compressão Distração Rotação

Causam as Causam roturas O torque


fraturas por transversas que axial causa
compressão e podem ser anteriores as lesões
explosão. ou posteriores. rotacionais.

40
ATENÇÃO À PESSOA COM LESÃO MEDULAR

Para darmos prosseguimento ao nosso estudo,


utilizaremos como principal material de suporte nesse
tópico, os estudos contidos nas Diretrizes de Atenção à
Pessoa com Lesão Medular, elaborada pelo Ministério da
Saúde (BRASIL, 2015).

Segundo informações contidas nas diretrizes, nos casos de


fratura cervical indica-se a via de acesso dependendo do
tipo de lesão classificada pelo Sistema AO, mencionado
anteriormente.

Opta-se pela via Nos casos de compressão


anterior nos casos de das raízes nervosas e medula
lesão discal, de falha de espinal por um disco ou
tentativa de redução material ósseo herniado na
com halo e nos casos do cervical, opta-se pelo
tipo A (compressão) com procedimento cirúrgico
falha de coluna de corpectomia, aliviando a
sustentação anterior. pressão exercida sobre as
raízes e a medula.

Já a discectomia cervical anterior com fusão, é um


procedimento cirúrgico em que o osso vertebral e o disco
intervertebral são removidos para aliviar a pressão sobre a
medula espinhal e sobre os nervos (descompressão) na
coluna cervical ou no pescoço, estabilizando com enxertia
do ilíaco ou cage associado a placa cervical.

Opta-se pela via posterior quando temos casos de


luxações sem lesão discal associada ou quando a redução
com halo craniano foi efetiva (lesão predominantemente
posterior). Utiliza-se o método de fixação com parafusos
pediculares ou de massa lateral, preferencialmente.

Vias combinadas são empregadas nas lesões mais graves,


geralmente nas do tipo C da AO.

41
Fonte: Canva.com ©2024. Uso permitido sob licença Pro.
ATENÇÃO À PESSOA COM LESÃO MEDULAR

Nos casos de fratura toracolombar, emprega-se o método


de redução indireta por ligamentotaxia para correção da
distração e reconstrução parcial do canal vertebral, além da
fixação com parafusos pediculares por via posterior,
permitindo a correção angular da coluna com projeção do
material fraturado de dentro do canal vertebral à custa da
distensão do ligamento longitudinal posterior, sendo
necessária à sua integridade (SILVA et al., 2010, p. 127).

O procedimento é associado à descompressão nos


casos de fratura da lâmina que eventualmente
apresentem lesões durais que precisem de reparo.

Nesse sentido, “indica-se a via anterior nos casos do tipo A


com retropulsão de fragmento ósseo para dentro do canal, na
vigência de déficit incompleto, ou nos casos que evoluem com
déficit progressivo mesmo depois da via posterior” (BRASIL,
2015, p. 38).

Quanto à abordagem
medicamentosa, destacamos
os estudos do Ministério da
Saúde (BRASIL, 2015) que
enfatizam como primeiro
passo consultar o próprio
paciente ou responsável,
estabelecendo uma parceria
e explicando o porquê de tal
procedimento.
Fonte: Canva.com ©2024. Uso permitido sob licença Pro.

Para o sucesso do tratamento medicamentoso, deverão ser


analisados critérios como a queixa do paciente, suas
comorbidades e o tipo da dor, verificando a eficácia de
antidepressivos, anticonvulsivantes e opioides. Os
neurolépticos, anti-inflamatórios e miorrelaxantes também
representam alternativas de fármacos que podem auxiliar no
controle da dor.
32 42
ATENÇÃO À PESSOA COM LESÃO MEDULAR

Para Defino e Zardo (2014) o


tratamento medicamentoso das
lesões medulares envolve os
gangliosídeos (moléculas de
glicopeptídeos derivadas do ácido
siálico) que apresentam a
capacidade de estimular a formação
e o crescimento dos neuritos, que
são expansões protoplasmáticas dos
axônios, capazes de originar novas
conexões e regenerações funcionais.
Em pacientes com Trauma
Raquimedular, foi observada
melhora da recuperação dos índices
sensitivos e motores e da função
esfincteriana com a administração
do GM1. Os gangliosídeos não devem
ser administrados em conjunto com
a metilprednisona, pois os
resultados observados com a
associação de tais medicamentos
Fonte: Canva.com ©2024.
têm sido inferiores aos resultados
Uso permitido sob licença Pro. com a administração isolada dos
fármacos.

Outros medicamentos merecem ser mencionados, como


os anticorpos bloqueadores dos fatores inibitórios de
regeneração, os fatores neurotróficos, os antagonistas do
N-metil-D-aspartato, os bloqueadores dos canais de cálcio,
a 4-aminopiridina e os antioxidantes e bloqueadores de
radicais.
Caso o uso dos fármacos não resulte em melhora
significativa, a neuromodulação ou neuroablação devem
ser práticas a serem consideradas.

43 25
ATENÇÃO À PESSOA COM LESÃO MEDULAR

Para Lima et al. (2021), o uso da metilprednisolona foi


encorajado no tratamento farmacológico das injúrias
medulares mecânicas como uma medida específica. O
objetivo é exercer um efeito neuroprotetor contra as
lesões secundárias, aquelas que se desenvolvem de
segundos a anos após a lesão inicial, ainda que o
mecanismo de ação neste caso não seja muito conhecido.

O potencial efeito No que tange à influência dos


neuroprotetor, por meio medicamentos no humor,
da redução da cascata estado emocional, concentração
inflamatória local, está e no processo de reabilitação, é
associado à mitigação das válido considerar não apenas
perdas motoras, embora as propriedades alucinógenas
ainda não seja uma das drogas psicodélicas, mas
prática recomendada também o impacto potencial
globalmente nas diretrizes dos fármacos comuns. Desde o
clínicas. O emprego de paracetamol até anti-
riluzol, transplante celular histamínicos, estatinas,
ou administração de medicamentos para asma e
fatores de crescimento da antidepressivos, há evidências
célula emerge como de que essas substâncias
terapêuticas promissoras, podem induzir impulsividade,
cujos efeitos carecem de irritabilidade, inquietude,
total elucidação. diminuição da empatia por
estranhos e até alterações em
aspectos fundamentais da
personalidade.

Portanto, o uso de medicamentos deve ser meticulosamente


avaliado pelo médico e pela equipe multidisciplinar,
considerando horários, dosagens e potenciais efeitos
colaterais, a fim de não comprometer o processo de
reabilitação.

42 45
6 CONSEQUÊNCIAS DA LESÃO MEDULAR E
TÓPICOS RELACIONADOS

Para podermos melhor estudar as consequências da


Lesão Medular, vamos organizá-las em alguns tópicos:

Definição Avaliação

Características Tratamento

Não vamos elencar as causas por estarmos vinculando


todos os tópicos com a Lesão Medular e, em relação ao
tratamento, um estudo minucioso mediante a avaliação
prévia deverá ser realizado atendendo a singularidade
de cada paciente.

Dor Neuropática
Fonte: Canva.com
A dor neuropática, conforme definida ©2024. Uso permitido sob licença Pro.
pela International Association of Study
of Pain (IASP) em 1994, é
caracterizada como uma dor originada
por lesão primária ou disfunção do
Sistema Nervoso, não
necessariamente resultante de
estímulo nas terminações nervosas
periféricas.

Em 2011, a IASP, através do


Neuropathic Special Interest Group
(NEUPSIG), reformulou essa
definição, descrevendo-a como uma
condição que afeta diretamente a
percepção do sistema nervoso
somatossensitivo.

45
ATENÇÃO À PESSOA COM LESÃO MEDULAR

Essa dor surge após lesões nervosas centrais ou


periféricas e pode ser subdividida de acordo com o local da
lesão, afetando raízes nervosas, a própria medula ou
estruturas supraespinais e infraespinais devido a
alterações no Sistema Nervoso Central após lesões
medulares (MIGUEL; KRAYCHETE, 2009).

Para diferenciar a dor neuropática de outras condições,


como dor musculoesquelética ou visceral, é essencial
observar suas características. Segundo o Ministério da
Saúde (BRASIL, 2015), a dor neuropática é
frequentemente acompanhada por sensações
desconfortáveis e imprecisas, queimação, choques,
formigamentos, além de anestesia ou hipoestesia.

É crucial realizar uma investigação abrangente para


compreender os diferentes tipos de dor, especialmente
considerando que a dor neuropática é prevalente em
indivíduos com Lesão Medular, podendo afetar
negativamente a qualidade de vida e desencadear
alterações emocionais.

Estudos funcionais do
cérebro, conduzidos por
Ressonância Magnética
Funcional, revelaram menor
ativação de áreas
responsáveis pela inibição da
percepção da dor em pessoas
com dor crônica. Essas
condições também impactam
as áreas relacionadas às
respostas emocionais,
Fonte: Canva.com ©2024.
agravando o quadro. Uso permitido sob licença Pro.

4
256
ATENÇÃO À PESSOA COM LESÃO MEDULAR

O diagnóstico precoce é fundamental, uma vez que a dor


neuropática pode se tornar crônica e resultar em
incapacidade motora, além de implicações funcionais,
socioeconômicas e psicológicas.

Atualmente, anticonvulsivantes e antidepressivos


representam as classes de medicamentos mais comumente
utilizadas no tratamento da dor neuropática. A
gabapentina é amplamente empregada para o manejo da
dor neuropática em pacientes com Lesão Medular,
destacando-se como um dos anticonvulsivantes mais
prescritos nas últimas décadas (FORNER, 2014).

Dor Musculoesquelética

A dor pode ocorrer devido a espasticidade, deformidades,


ossificação heterotópica, osteoporose, maior risco de
fraturas, além de dor mielopática.

Espasticidade

A espasticidade é uma expressão


clínica da lesão do sistema piramidal
na qual ocorre aumento do tônus
muscular (hipertonia) caracterizado
por aumento da resistência ao
estiramento muscular passivo e
dependente da velocidade angular.

Fonte: Canva.com ©2024. Uso permitido sob licença Pro.

É comum em casos de Lesão Medular pois, como falado


anteriormente, está ligada diretamente com as vias do
sistema piramidal, tendo origem no córtex motor, mais
precisamente no giro pré-central do lobo frontal.

47 25
ATENÇÃO À PESSOA COM LESÃO MEDULAR

Pode ser chamado de trato corticoespinhal (Figura 3),


exatamente por seu início no córtex motor. Essa
informação é importante porque suas vias são
descendentes e eferentes, ou seja, descem até a medula
garantindo nossa motricidade.
Figura 3. Trato
No bulbo, região do tronco
corticoespinhal.
encefálico, a maioria dessas
vias se cruzam, alcançando o
lado oposto da linha média.
Ao chegar na medula espinal
formam as radículas e estas
se agrupam formando as
raízes espinais as quais
alcançam os forames
intervertebrais formando os
nervos espinais.

Obviamente que esse é um


simples esquema para
explicar a importância desse
trato, responsável pelos
nossos movimentos. Quando
estão interrompidas por uma
Lesão Medular podem gerar o
que chamamos de uma
hipertonia (aumento de
tônus) do tipo espasticidade. Fonte: OpenStax College. 2013.
Wikimedia Commons. CC BY-SA 4.0

As características comuns da espasticidade incluem


contrações involuntárias dos músculos, espasmos, dor nos
músculos afetados, possíveis deformidades posturais e a
presença frequentemente associada de automatismos, que
são movimentos involuntários em flexão ou extensão. A
intensidade da espasticidade e a frequência dos
automatismos podem impactar significativamente a
realização das Atividades de Vida Diária.

4285
ATENÇÃO À PESSOA COM LESÃO MEDULAR

Para avaliar o tônus muscular, utilizamos a Escala de


Ashworth (Quadro 5), uma ferramenta qualitativa que
mensura o grau de espasticidade com base na resistência
oferecida em resposta ao reflexo de estiramento. Essa
escala é valiosa para quantificar e monitorar a gravidade da
espasticidade, auxiliando no planejamento do tratamento e
na avaliação da eficácia das intervenções.

Para Lianza et al. (2006) o


tratamento medicamentoso da
espasticidade é utilizado quando
ocorre uma alteração na função ou
deformidades musculoesqueléticas.
Elas atuam diminuindo a
excitabilidade dos reflexos
medulares. As drogas utilizadas são:
Baclofeno, Diazepam, Clorazepato,
Clonazepam, Pirazepam, Tizanidina,
Fonte: Canva.com ©2024.
entre muitas outras.
Uso permitido sob licença Pro.

Citando os mesmos autores, resultados positivos podem


ainda ser encontrados com crioterapia, cinesioterapia,
biofeedback, estimulação elétrica funcional, órteses e com o
uso adequado de toxina botulínica em músculos agonistas
que se encontram espásticos.

Segundo o Ministério da Saúde


(BRASIL, 2015) o grau de
espasticidade pode aumentar com
estímulos nociceptivos abaixo do
nível da lesão, podendo causar
deformidades articulares, afetando
o prognóstico funcional.

Fonte: Canva.com ©2024. Uso permitido sob licença Pro.

49
ATENÇÃO À PESSOA COM LESÃO MEDULAR

Quadro 5. Escala modificada de Ashworth.

Nome: Idade: Sexo:

Diagnóstico:

Sequelas:

Escala modificada de Ashworth


Classificação da espasticidade

Grau Descrição

0 Sem aumento do tônus muscular.

Discreto aumento do tônus muscular, manifestado


pelo apreender e liberar, ou por mínima resistência
1
ao final da amplitude de movimento, quando a parte
afetada é movimentada em flexão e extensão.

Discreto aumento do tônus muscular, manifestado


pelo apreender, seguido de mínima resistência
1+
através do resto (menos da metade) da amplitude
de movimento.

Marcante aumento do tônus muscular através da


2 maior parte da amplitude do movimento, porém as
partes afetadas são facilmente movimentadas.

Considerável aumento do tônus muscular,


3
movimentos passivos dificultados.

A parte afetada mostra-se rígida à flexão ou


4
extensão.

Fonte: Bohannon e Smith (1987). Adaptado de Ministério da Saúde


(BRASIL, 2015).

52 0
5
ATENÇÃO À PESSOA COM LESÃO MEDULAR

Ossificação Heterotópica
A ossificação heterotópica refere-se à formação de osso em
tecidos moles, como músculos e tecido conjuntivo
periarticular, sem invadir a cápsula articular. Geralmente
ocorre abaixo do nível da lesão, sendo mais comum nos
quadris, mas também pode afetar outras grandes
articulações, como joelho, ombro e cotovelo.

As características clínicas incluem a formação de grandes


massas ósseas periarticulares, redução da amplitude de
movimento articular, muitas vezes associada a crepitação,
edema periarticular, eritema, aumento da temperatura local
e dor, especialmente quando a sensibilidade está
preservada.
Segundo Souza, Aquino e Basto (2018), o
diagnóstico geralmente é realizado por
meio de radiografia convencional, embora a
Tomografia Computadorizada (TC) também
possa ser útil. Atualmente, a combinação
de cintilografia óssea (SPECT) com TC
permite um diagnóstico mais precoce.

Fonte: Canva.com ©2024.


Uso permitido sob licença Pro.

Quanto ao tratamento medicamentoso, estudos destacam a


indometacina como um potente inibidor da remodelação óssea
após trauma. O etidronato dissódico, que possui propriedades
similares ao pirofosfato inorgânico, demonstrou ser eficaz na
regulação da calcificação biológica (ARES; OLIVEIRA, 1998).

Indicações para cirurgia incluem dificuldades para sentar,


perda de função, lesões por pressão e dor significativa. A
radioterapia também é uma opção eficaz para prevenir a
formação de ossificação heterotópica.

51
ATENÇÃO À PESSOA COM LESÃO MEDULAR

Osteoporose

A osteoporose é uma
condição reconhecidamente
associada à Lesão Medular
devido à fragilidade óssea. A
Sociedade Brasileira de
Endocrinologia e Metabologia Fonte: Canva.com ©2024.
Uso permitido sob licença Pro.
(SBEM) e o Departamento de
Metabolismo Ósseo e Mineral De acordo com a Portaria n.º
da Sociedade promoveram 451 do Ministério da Saúde, a
uma campanha em 2019 para osteoporose é caracterizada
conscientizar sobre a pela diminuição da massa
prevenção, o diagnóstico e o óssea e deterioração da
risco de fraturas da microarquitetura do tecido
osteoporose, estabelecendo o ósseo, resultando em
Dia Mundial da Osteoporose aumento da fragilidade óssea
em 20 de outubro. e suscetibilidade a fraturas.

Estudos, como o de Sá et al. (2021), destacam a perda de


massa óssea após Lesão Medular, com maior impacto nos
membros inferiores nos primeiros meses, persistindo em
menor grau ao longo do tempo.
Embora inicialmente assintomática, a osteoporose pode levar
a riscos de fraturas, dor associada a fraturas e deformidades,
especialmente em pacientes com Lesão Medular.

5
252
Fonte: Canva.com ©2024. Uso permitido sob licença Pro.
ATENÇÃO À PESSOA COM LESÃO MEDULAR

Fonte: Canva.com ©2024. Uso permitido sob licença Pro.

Segundo o Manual MSD – Versão para Profissionais da


Saúde (2021) os objetivos do tratamento da osteoporose
são: preservar a massa óssea, prevenir fraturas, diminuir a
dor e preservar a função. Para isso a suplementação de
cálcio e vitamina D são essenciais. O manual ainda cita o
tratamento farmacológico para preservar a massa óssea ou
estimular a neoformação óssea.

Os exercícios para otimizar a força óssea e muscular,


melhorar o equilíbrio e minimizar o risco de quedas, com
atividades de ficar em pé e o treino de marcha mostram
efeito protetor para diminuir a perda de massa óssea em
indivíduos com Lesão Medular espinal traumática.

Contudo, ainda não existe um protocolo para o diagnóstico e


o tratamento da osteoporose em pacientes com Lesão
Medular, assim como critérios da densitometria óssea
específicos para essa população.

53
ATENÇÃO À PESSOA COM LESÃO MEDULAR

Alterações Vasculares
Trombose Venosa Profunda (TVP)

A Trombose Venosa Profunda é a


formação de um trombo (coágulo) dentro
da luz de algum dos vasos sanguíneos do
sistema venoso profundo, em qualquer
região do corpo, sendo mais
frequentemente nos membros inferiores.

A Trombose Venosa Profunda é


decorrente da hipercoagulabilidade
sanguínea, das alterações endoteliais e Fonte: Canva.com ©2024.
Uso permitido sob licença Pro.
da estase venosa (tríade de Virchow).

A paralisia associada à vasoplegia faz com que os


pacientes com Lesão Medular tenham alto risco de
desenvolver fenômenos tromboembólicos venosos
principalmente nas quatro primeiras semanas após a lesão
(BRASIL, 2015).

De acordo com Os sinais e sintomas da TVP


Mesquita Junior et al. incluem alteração na cor da
(2013), pacientes com pele, geralmente com
lesões medulares na vermelhidão na perna
fase aguda representam afetada, sensação de calor
um grupo de alto risco ao tocar na perna inchada,
para o desenvolvimento veias mais visíveis devido à
de Trombose Venosa dilatação, dor ao tocar o
Profunda (TVP). membro afetado, que é mais
comum na perna, aumento
Estes sintomas podem da firmeza da pele na área
alertar para a presença de afetada, edema no membro
TVP e requerem avaliação inferior, especialmente na
médica imediata para panturrilha, e aumento da
prevenir complicações temperatura, rubor e calor
graves. da pele na região afetada.
5245
ATENÇÃO À PESSOA COM LESÃO MEDULAR

O exame clínico é de fundamental importância, observando


os sinais descritos acima. Alguns exames complementares
são essenciais para confirmar ou afastar o diagnóstico.

O Eco Doppler Colorido (EDC), um


exame não invasivo, é o método mais
eficaz na análise morfológica e
funcional do segmento venoso
estudado. Além do EDC, o ultrassom
usa ondas sonoras para detectar um
coágulo e determinar se o sangue
está fluindo adequadamente na área
Fonte: Canva.com ©2024.
Uso permitido sob licença Pro. afetada.

Ainda pode ser de grande auxílio o teste de venografia, no


qual um corante é injetado no membro afetado, realizando
um raio x para procurar por coágulos sanguíneos. A
Ressonância Magnética (RM) e a Tomografia
Computadorizada (TC) também auxiliam para determinar
algum coágulo. Por último, destacamos o teste do dímero D
que mensura substâncias do sangue que são liberadas
quando um coágulo de sangue se fragmenta ou se dissolve.

Para Mesquita Junior et al. Cabe salientar que a


(2013) a profilaxia profilaxia do
medicamentosa de uso tromboembolismo venoso,
permanente é uma condição em ambiente hospitalar,
que deve ser ponderada pode envolver estratégias
nesses pacientes. O uso de de mobilização de
anticoagulantes, para membros inferiores, uso
prevenir coágulos sanguíneos, de sistemas de
administrados nas primeiras compressão pneumática
72 horas após a lesão em intermitente ou uso de
todos os pacientes e os fármaco, mas que
diluentes são geralmente dependerá das condições
administrados por cerca de clínicas de cada paciente
oito semanas. (LANNA, 2018).
55
ATENÇÃO À PESSOA COM LESÃO MEDULAR

Hipotensão Postural

A Hipotensão Postural é uma consequência comum da Lesão


Medular, caracterizada pela vasodilatação abaixo do nível da
lesão, o que pode resultar em acúmulo de sangue nos
membros inferiores e na diminuição dos reflexos
vasomotores posturais, como apontado por Bruni et al.
(2004).

Quando uma pessoa com Lesão


Medular realiza uma mudança brusca
de decúbito dorsal para sentado ou
em pé, é comum observar uma queda
súbita da pressão arterial sistólica e
diastólica, levando a sintomas como
tontura, escurecimento da visão e até
mesmo síncope. Fonte: Canva.com ©2024.
Uso permitido sob licença Pro.

Além desses sintomas mais evidentes, outros sinais podem


estar presentes, como sudorese fria, sede excessiva,
respiração ofegante e confusão mental. Esses sintomas
podem ser debilitantes e impactar significativamente a
qualidade de vida dos pacientes com Lesão Medular.

Além dos sinais e


sintomas verificados
pela equipe de
avaliação, o
diagnóstico desse
tipo de hipotensão é
feito por meio da
verificação da
pressão arterial em
diferentes posições.

Fonte: Canva.com ©2024. Uso permitido sob licença Pro. 52 65


ATENÇÃO À PESSOA COM LESÃO MEDULAR

Alguns exames podem ser


recomendados, como Eletrocardiograma
(ECG), glicose e dosagem de eletrólitos,
como cálcio, potássio e magnésio, mas
nem sempre os resultados desses
exames são conclusivos.

Fonte: Canva.com ©2024. Uso permitido sob licença Pro.

Para Roque et al. (2019) os quadros de hipotensão


postural podem ser um grande entrave na progressão
do programa de reabilitação por intolerância aos
posicionamentos.

No campo das intervenções Para Gregorean et al.


terapêuticas, utilizar meios (2009) nos casos mais
compressivos (cintas graves, pode ser
abdominais e meias de necessário recorrer a
contenção elástica), elevar a expansores de volume
cabeceira da cama de 10º plasmático
mesmo no período noturno e (fludrocortisona), α-
iniciar precocemente os agonistas (midodrina)
ângulos da elevação para ou análogos da
alcançar o ortostatismo hormona antidiurética
progressivo, iniciando com (desmopressina).
planos inclinados.

Além de evitar alimentos como sal e cafeína e bebidas com


álcool, a restrição da exposição ao calor (efeito
vasodilatador), minimiza os efeitos da hipotensão.

57 25
ATENÇÃO À PESSOA COM LESÃO MEDULAR

Disreflexia Autonômica

A disreflexia autonômica
pode ocorrer em qualquer
paciente com Lesão Medular,
com nível neurológico igual
ou superior a sexta vértebra
torácica (T6), ou abaixo do
mesmo, com menor
frequência. Durante o choque
medular, já comentado
anteriormente, a disreflexia Fonte: Canva.com ©2024. Uso permitido sob licença Pro.
autonômica normalmente não
De início súbito e devido a
acontece, sendo que na
Lesão Medular, o sistema
maioria dos casos, o primeiro
nervoso simpático sofre
evento ocorrerá no primeiro
alterações e os centros
ano, após o trauma
encefálicos superiores não
(ANDRADE et al., 2013).
modulam sua descarga, o
que resulta na elevação da
pressão arterial. Podemos
caracterizar a disreflexia
autonômica pela elevação da
pressão arterial basal, na
maioria das vezes de 20 a 40
mmHg (ANDRADE et al.,
2013)
Fonte: Canva.com ©2024. Uso permitido sob licença Pro.

As características da disreflexia autonômica incluem não


apenas a elevação da pressão arterial, mas também a
possibilidade de bradicardia ou taquicardia, cefaleia, visão
embaçada, rubor facial, congestão nasal e sudorese acima do
nível da lesão. Abaixo do nível da lesão, podem ocorrer
palidez cutânea, piloereção e hipotermia nas extremidades.
Além disso, os pacientes podem experimentar ansiedade,
mal-estar, náuseas, tremores, parestesia e sensação de
pressão precordial.

52 85
ATENÇÃO À PESSOA COM LESÃO MEDULAR

Vale a pena ressaltar que, ocasionalmente, os pacientes


podem apresentar disreflexia autonômica sem sintomas
evidentes, contudo apresentarão pressão arterial elevada
(ANDRADE et al., 2013).

A avaliação de pacientes
com Lesão Medular é crucial
para identificar possíveis
complicações e garantir um
tratamento adequado.
Fonte: Canva.com ©2024. Uso permitido sob licença Pro.

Segundo o Ministério da
Saúde (BRASIL, 2015), uma
rápida inspeção visual do
corpo do paciente é
fundamental, especialmente
para detectar lesões
causadas por atrito,
cisalhamento ou pressão em
áreas do corpo sem
sensibilidade protetora.

Além disso, alterações como


distensão da bexiga,
problemas gastrointestinais,
alterações nos sinais vitais,
tremores e parestesia devem
ser observadas de perto. O
diagnóstico clínico é
essencial e qualquer erro
pode resultar em
consequências graves para o
paciente, inclusive
complicações potencialmente
fatais.

59
ATENÇÃO À PESSOA COM LESÃO MEDULAR

Orientações detalhadas
devem ser fornecidas aos
pacientes, cuidadores e
familiares, abordando causas,
diagnóstico, sinais e sintomas
comuns, bem como medidas
de cuidados e prevenção.

Isso pode incluir o uso de


roupas leves e soltas, Fonte: Canva.com ©2024. Uso permitido sob licença Pro.

estabelecimento de uma rotina


para micção urinária,
manutenção adequada da

Fonte: Canva.com ©2024. Uso permitido sob licença Pro.


sonda vesical e, sempre que
possível, participação em
programas de apoio ao
cateterismo intermitente, com
acesso a kits adequados e
orientação especializada para
evitar distensão da bexiga.
Uma dieta balanceada e a
ingestão adequada de líquidos
também são aspectos
importantes a serem
considerados no tratamento e
na prevenção de complicações
em pacientes com Lesão
Medular.

62 05
ATENÇÃO À PESSOA COM LESÃO MEDULAR

Bexiga Neurogênica

A Bexiga Neurogênica, conforme definida por Giroto, Santos


e Costa (2021), é uma disfunção do trato urinário inferior
resultante da interrupção das raízes nervosas, apresentando
alterações vesico-esfincterianas e distúrbios nas fases de
enchimento e esvaziamento vesical. Esta disfunção, que
pode se manifestar de forma flácida ou espástica, é uma
consequência de lesões neurológicas.

Os sintomas da bexiga neurogênica incluem:

Incontinência por
Frequência urinária;
transbordamento;

Retenção urinária; Urgência.

Sua prevalência está diretamente ligada aos fatores


desencadeantes, com destaque para os casos de trauma
raquimedular.

Reconhecida como um problema de saúde pública, a


bexiga neurogênica pode impactar significativamente a
qualidade de vida, a independência do paciente, o
convívio social, os custos de internação e a ocorrência
recorrente de infecções urinárias.

Na bexiga neurogênica hipotônica (flácida), que pode


resultar de lesões nos nervos periféricos ou na medula
espinal nos níveis S2 e S4, observamos um volume grande
de urina devido ao acúmulo, a pressão baixa, a ausência de
contrações para o esvaziamento, a incontinência por
transbordamento e a disfunção erétil. É importante destacar
que, após a lesão aguda da medula, a flacidez inicial pode
ser seguida por flacidez ou espasticidade de longa duração,
ou a função da bexiga pode melhorar após alguns dias,
semanas ou meses.

61
ATENÇÃO À PESSOA COM LESÃO MEDULAR

Por outro lado, a bexiga espástica geralmente resulta de


lesões cerebrais ou medulares acima da T12, com
sintomas variáveis de acordo com o local e a gravidade da
lesão. Nesse caso, o volume urinário é tipicamente normal
ou pequeno, ocorrendo contrações involuntárias com
extravasamento de urina, dissinergia detrusor-
esfincteriana, noctúria e paralisia espástica com
alterações sensoriais.

As complicações incluem Infecções do


Trato Urinário, cálculos renais,
hidronefrose com refluxo vesicoureteral
e nefropatia. Pacientes com lesões
cervicais ou torácicas altas estão em
risco de disreflexia autonômica,
apresentando sinais como bradicardia
ou taquicardia, cefaleia, piloereção e
sudorese, causada por hiperatividade
simpática não regulada. Fonte: Canva.com ©2024.
Uso permitido sob licença Pro.

Embora a suspeita diagnóstica seja clínica, é


extremamente importante avaliar o volume residual pós-
miccional, creatinina sérica na verificação da função renal
e ultrassonografia renal para detectar hidronefrose. Caso
seja verificado hidronefrose ou nefropatia, o exame
urodinâmico pode auxiliar no fechamento do diagnóstico e
na eficácia do tratamento.

Neste exame, a cistografia avalia a capacidade para


detectar o refluxo ureteral, a cistoscopia detecta o grau de
trabéculas vesicais, verificando a duração e a gravidade da
retenção, além da obstrução do fluxo vesical e, por último,
a cistometria que determina se o volume da bexiga e a
pressão estão elevados ou baixos. A eletromiografia do
esfíncter pode mostrar se a contração vesical e o
relaxamento do esfíncter são coordenados.

62 25
ATENÇÃO À PESSOA COM LESÃO MEDULAR

Em situações de Lesão Medular, é comum que haja


disfunção do trato urinário, podendo levar à bexiga
neurogênica. Para uma avaliação precisa do quadro do
paciente, frequentemente é necessário realizar um estudo
urodinâmico, que permite analisar e classificar a bexiga
neurogênica em suas diversas categorias.

Os cuidados com pacientes


que apresentam esse tipo de
disfunção podem variar e
incluir o uso de medicamentos
para controlar a função vesical,
a realização de cateterismo
intermitente para esvaziar a
bexiga, sessões de fisioterapia
para fortalecer a musculatura
pélvica e, em alguns casos,
intervenções cirúrgicas
específicas para corrigir
anomalias estruturais ou
melhorar o controle da bexiga.

É importante que a abordagem


terapêutica seja
individualizada, levando em
consideração as necessidades e
as características de cada
paciente, com o objetivo de
promover uma gestão eficaz
dos sintomas e melhorar a
qualidade de vida.

Fonte: Canva.com ©2024.


Uso permitido sob licença Pro.

63
ATENÇÃO À PESSOA COM LESÃO MEDULAR

Intestino Neurogênico

A Lesão Medular provoca alterações no controle do


intestino, sendo que em níveis mais altos há tendência à
constipação pela inatividade da parede intestinal, nas
lesões baixas há incontinência.

O intestino neurogênico é uma


condição que afeta o processo
corporal para o armazenamento e a
eliminação de resíduos sólidos de
alimentos não digeridos, havendo a
perda da sensação de necessidade
de evacuação ou inabilidade para
distinguir presença das fezes no
Fonte: Canva.com ©2024. reto.
Uso permitido sob licença Pro.

Segundo Schoeller et al. (2016) os neurônios intrínsecos do


intestino exibem um padrão sofisticado de funcionamento
independente, porém modulado pelo sistema nervoso
simpático e parassimpático extrínseco. O sistema extrínseco
atua modulando os reflexos intrínsecos e coordena a
atividade intestinal em conjunto com todo o organismo.

Quando o intestino é desconectado do Sistema Nervoso


Central sua função é preservada, mas atividades
complexas que requerem tanto a atividade voluntária
quanto a reflexa podem ser interrompidas.

O controle dos movimentos intestinais é predominantemente


comandado pelo sistema nervoso autônomo e os movimentos
peristálticos resultam na propulsão do conteúdo intraluminal
ao longo do intestino delgado e grosso.

62 45
ATENÇÃO À PESSOA COM LESÃO MEDULAR

Esse processo requer a contração coordenada do músculo


longitudinal e a inibição da contração do músculo circular
imediatamente atrás do bolo fecal. A contração do músculo
longitudinal a frente do bolo fecal é produzida pela
liberação de acetilcolina proveniente do plexo mesentérico.

Já a contração do músculo circular imediatamente atrás do


bolo fecal pode ser um evento miogênico seguido de
interrupção sináptica dos neurônios inibitórios e/ou também
pode ser produzida pelos neurônios excitatórios colinérgicos
no músculo. Quando o reflexo de relaxamento é inibido,
alguns segmentos musculares funcionam como um
esfíncter, resultando em obstrução do trânsito fecal.

Características desse quadro incluem relaxamento do


músculo do esfíncter anal, trânsito intestinal lento e alto
risco de constipação. A avaliação deve ser guiada pelo
quadro clínico do paciente.

65 Fonte: Canva.com ©2024. Uso permitido sob licença Pro.


ATENÇÃO À PESSOA COM LESÃO MEDULAR

O tratamento, conforme discutido por Gender (2000),


requer uma abordagem personalizada considerando as
características individuais de cada paciente e o nível de
lesão. Alguns métodos incluem:

Introdução suave do dedo indicador


enluvado e lubrificado no reto, Estimulação
seguida de movimentos circulares digital
para promover o relaxamento do
esfíncter anal.

Realização de respirações profundas,


Manobra de fechamento da glote e contração dos
Valsalva músculos abdominais para aumentar
a pressão intra-abdominal e
expulsiva.

Massagem na direção do fluxo Massagem


intestinal para facilitar a passagem abdominal
das fezes.

Remoção Realizada com dedo enluvado e


manual das lubrificado para evitar
fezes traumatismo da mucosa.

Além disso, uma reeducação alimentar e o uso de


fármacos podem ser indicados para complementar o
tratamento e melhorar sua eficácia.

66
ATENÇÃO À PESSOA COM LESÃO MEDULAR

Lesão por Pressão

Lesões por pressão são definidas como áreas onde ocorre


necrose do tecido devido à pressão extrínseca sobre a pele
e tecidos adjacentes, especialmente em regiões próximas a
proeminências ósseas ou onde a camada de gordura
subcutânea é escassa.

Esta complicação acarreta uma série de impactos


sociais e econômicos, retardando o processo de
reabilitação, conforme apontado pelo Ministério da
Saúde (BRASIL, 2015).

A orientação familiar desempenha um papel crucial na


prevenção e no manejo das lesões por pressão, destacando-
se a importância de realizar mudanças de postura a cada 2
ou 3 horas, inspecionar áreas vulneráveis, manter a higiene
corporal, alimentar e hidratar adequadamente o paciente,
evitar áreas de pressão, trocar roupas e lençóis
regularmente, e auxiliar nos exercícios passivos.

As lesões por pressão podem ser classificadas em


estágios, conforme estudado por Luz et al. (2010),
facilitando sua compreensão e abordagem clínica, conforme
ilustra a Figura 4.
Figura 4. Estágios da lesão por pressão.

Fonte: UNA-SUS/UFMA. © 2024. CC BY.

67
ATENÇÃO À PESSOA COM LESÃO MEDULAR

Caracterizado por eritema branqueável, tecido rígido,


possível hipertermia local, e sensação de parestesia ou
queimação.

Apresenta o aparecimento de uma lesão na pele, tecido


mais fino, e aspecto da região possivelmente mais seco ou
brilhante do que o normal.

Manifesta-se com aumento de tamanho e profundidade


da úlcera, atingindo camadas mais profundas da pele e
exibindo um tecido irregular amarelado.

Envolve lesões que atingem camadas ainda mais


profundas, como músculos, tendões e ossos,
aumentando o risco de infecção e emitindo odor fétido.

Fonte: UNA-SUS/UFMA. © 2024. CC BY.

A avaliação das úlceras de pressão inclui análise do estágio,


tamanho e profundidade da ferida, presença e tipo de
exsudato, aparência geral da ferida e possíveis sinais de
infecção associada.

O tratamento das lesões Isso pode envolver limpeza,


por pressão deve ser revestimento e aplicação de
multidisciplinar e incluir agentes físicos,
medidas para reduzir ou desbridamento e investigação
eliminar os fatores de colonização quando
desencadeantes, promover necessário. Estudos como os
cuidados específicos da de Joppert et al. (2011)
lesão e melhorar o estado destacam a eficácia da
geral e nutricional do terapia com laser, combinada
paciente, conforme com curativos específicos, no
observado por Souza fechamento das lesões. Além
(2007) e Rocha (2006). disso, os cuidados orientados
à família desempenham um
papel fundamental no
sucesso do tratamento.
68
7 ACOMPANHAMENTO PSICOLÓGICO

Segundo as Diretrizes de Atenção à Pessoa com Lesão


Medular, descritas pelo Ministério da Saúde (BRASIL,
2015), o acompanhamento psicológico desenvolve-se
integrado a uma equipe multidisciplinar, cujo objetivo é a
reabilitação biopsicossocial do paciente.

O trabalho do psicólogo na
reabilitação está centralizado
na Psicoterapia Breve Focal,
visando a reestruturação da
autoimagem e autoestima,
ressaltando principalmente as
potencialidades residuais. Fonte: Canva.com ©2024.
Uso permitido sob licença Pro.

A autoestima traz a recusa ou a satisfação que temos


com o nosso corpo, produzindo autojulgamentos de
nossas competências e valores pessoais. Já o
autoconceito é a percepção que temos de nós mesmos
sendo que, quanto mais coeso, mais efetivo será o
equilíbrio de expectativas positivas.

Quanto à autoimagem, podemos destacar a


percepção que a pessoa tem de si e de seu reflexo em
comparação ao retorno de sentimentos, pensamentos
ou ações em seus relacionamentos interpessoais.

Para Cruz, Machado e Afiúne (2021), a Lesão Medular


gera uma súbita transformação corporal, mudando a
maneira de como percebe o mundo e a si mesmo.

69
ATENÇÃO À PESSOA COM LESÃO MEDULAR

A estrutura física pode


gerar conflitos, pois o
corpo e a memória do
corpo passado entram em
conflito, podendo haver
distúrbios emocionais
significativos.
Fonte: Canva.com ©2024. Uso permitido sob licença Pro.

Segundo estudos desenvolvidos por Corrêa (2011), temos


alguns estágios que merecem nossa atenção:

01 Estágio de Dimensão Cognitiva

Está relacionado ao conhecimento ou desconhecimento do


indivíduo sobre o que está acontecendo com ele. É dividido
em duas fases: desconhecimento e informação.

Enquanto o desconhecimento está ligado à desinformação


sobre a própria condição, ou simplesmente a vontade de não
querer entendê-la, a fase de informação acontece quando o
diagnóstico e o prognóstico são comunicados ao paciente e
aos seus familiares. Essa fase pode ser marcada por um
sentimento de verdade ou utopia, aceitação ou negação.

02 Estágio de Transição

É caracterizado por um descontrole emocional, numa


miscelânia de vários sentimentos. É dividido em três fases:
agressão, negociação e depressão.

Na fase da agressão pode haver raiva e insegurança, frente


aquilo que não pode ser mais negado. Já na negociação
acontece um enfrentamento, uma tentativa de controle da
situação, principalmente no que se refere a deixar de sentir-
se impotente. Na fase de depressão as dificuldades geram
sentimentos de desesperança e impotência.

7205
ATENÇÃO À PESSOA COM LESÃO MEDULAR

03 Estágio Objetivo

É caracterizado por ações de maior controle e é dividido em


três fases: aceitação, atividade e solidariedade.

A aceitação ocorre quando a pessoa enxerga melhor a


realidade, criando estratégias de enfrentamento e de traçar
planos palpáveis. Na fase de atividade, seu olhar está mais
voltado para as atividades de vida pessoal e profissional,
além do lazer, havendo um novo sentido de vida. A
solidariedade vem com a necessidade de ajudar outras
pessoas, fazendo uso de sua experiência.

Utilizando-se de outros termos, mas com uma sequência


muito parecida, o Ministério da Saúde (BRASIL, 2015) cita as
fases comportamentais como sendo:

Choque

O paciente tem suas funções psíquicas congeladas,


ficando confuso sem entender a magnitude do que
aconteceu ou está acontecendo.

Negação

Aqui começa a haver o contato com a realidade,


mas de forma distorcida devido à fragilidade
emocional, o que pode gerar passividade ou
agressividade, além de revolta e inconformismo
por sua situação.

Reconhecimento

O paciente visualiza sua condição como


definitiva, gerando intensos sentimentos de
desamparo e ansiedade podendo levar a quadros
de depressão.

71
ATENÇÃO À PESSOA COM LESÃO MEDULAR

As fases podem não ocorrer nesta sequência, pois cada


paciente vai vivenciá-las de acordo com sua história e
características de personalidade.

Conhecendo essas fases e sabendo que cada ser humano


é singular, sendo biopsicossocial, é de suma importância
que a equipe tenha objetivos e metas claras, além de
conhecimento sólido sobre o diagnóstico e a reabilitação.

Nos parágrafos a seguir algumas abordagens psicológicas


serão relacionadas, porém cada indivíduo deverá ter sua
singularidade respeitada, assim como sua história de vida,
seus tratamentos anteriores e suas preferências em relação
à linha escolhida e adotada.

Nos estudos de Charchat-Fichman,


Fernandes e Fernandez (2012) a
psicoterapia neurocognitivo-
comportamental propõe uma
metodologia de intervenção
baseada na interface da psicologia
cognitiva com a neurociência. Essa
prática clínica vem sendo utilizada
em diferentes transtornos
psiquiátricos e doenças
neurológicas, com resultados
satisfatórios.

Fonte: Canva.com ©2024. Uso permitido sob licença Pro.

Já Gautam (2020) propõe estratégias psicoterapêuticas


como a Terapia Cognitivo-comportamental (TCC) para lidar
com o estresse e o sofrimento causados por uma vasta
gama de transtornos mentais e estresse psicológico.

72 25
ATENÇÃO À PESSOA COM LESÃO MEDULAR

A TCC tem como seu princípio mais básico a ideia de que,


nossas cognições têm uma influência controladora sobre
nossas emoções e comportamento. O modo como agimos ou
nos comportamos frente a um evento pode afetar
profundamente nossos padrões de pensamento e nossas
emoções.

Dessa forma, o modelo Já a Psicanálise pode não


cognitivo-comportamental trazer as respostas
sugere que o sofrimento esperadas pela
sentido em determinadas racionalidade biomédica,
circunstâncias advém não pois as queixas
do evento em si, mas da levantadas trazem um
interpretação subjetiva sofrimento psíquico que
(pensamentos) que a só poderá ser elucidado
pessoa faz sobre o na medida em que o
evento, dessa forma, o profissional estiver
processamento cognitivo disponível para escutá-
recebe um papel central las, estabelecendo uma
nesse modelo, pois a relação de confiança e
pessoa continuamente respeito (MITRE;
avalia internamente a ANDRADE; COTTA, 2012).
relevância dos
acontecimentos no
ambiente que o circunda.

Fonte: Canva.com ©2024. Uso permitido sob licença Pro.

73
ATENÇÃO À PESSOA COM LESÃO MEDULAR

Na opinião dos mesmos autores, essa ideia se relaciona


com o conceito de acolhimento, utilizado para expressar
as relações que se estabelecem entre usuário e
profissionais na atenção à saúde. Não se trata de uma
simples relação de prestação de serviço, mas de um
contato humanizado, sustentado por uma escuta
qualificada capaz de facilitar um vínculo.

Para Žižek (2012) o paciente já chega ao consultório


com uma resposta para sua queixa, porém em relação à
pergunta, ele não sabe exatamente qual é. Como cada
indivíduo responde de maneira diferente às práticas
terapêuticas, é necessário um estudo minucioso de qual
delas seria mais conveniente para cada caso.

A presença da família durante todo o processo é de


suma importância, estimulando e motivando o paciente a
superar cada fase com apoio e paciência. A parceria
entre familiares e equipe da saúde é imprescindível, com
foco na melhora da qualidade de vida do paciente. A
família tem nos profissionais da saúde seu porto seguro,
por esse motivo devem ser claros, éticos e
transparentes. Se necessário, a família deve também se
envolver em processo psicoterapêutico.

Fonte: Canva.com ©2024. Uso permitido sob licença Pro.


74
8 REABILITAÇÃO

A Lesão Medular pode acarretar sérias consequências na


vida do indivíduo, resultando em graves prejuízos
funcionais. Os programas de reabilitação desempenham um
papel crucial na busca pela independência e autonomia do
paciente, tanto nas atividades diárias quanto na
reintegração social por meio de ocupações significativas.

Trabalhar em equipe oferece


várias vantagens, conforme
destacado pela Sociedade
Brasileira de Cardiologia, incluindo
uma maior capacidade de
atendimento e uma adesão ao
tratamento mais consistente. Cada
profissional pode se tornar um
multiplicador de conhecimento,
promovendo o desenvolvimento de
pesquisas em serviço e
impulsionando o crescimento
profissional por meio da troca
contínua de informações e da
confiança mútua.
Fonte: Canva.com ©2024.
Uso permitido sob licença Pro.

Os médicos desempenham um papel central na condução


do tratamento, realizando as consultas médicas, tomando
a responsabilidade da conduta terapêutica e dando
suporte aos demais membros da equipe multidisciplinar,
enquanto os enfermeiros realizam aferições de sinais
vitais e fornecem orientações sobre medicamentos e
hábitos de vida.

75
ATENÇÃO À PESSOA COM LESÃO MEDULAR

Os fisioterapeutas focam na analgesia, treinamento


muscular e na promoção da funcionalidade, enquanto os
terapeutas ocupacionais visam ao ganho de função
manual e à independência
Conhecendo nas atividades
essas fases e sabendo diárias.
que cada ser humano é
singular, sendo biopsicossocial, é de suma importância que
Os nutricionistas
a equipe tenha objetivos e metasoferecem
claras, consultas
além de e
conhecimento sólidoeducação nutricional
sobre o diagnóstico individualizada,
e reabilitação.
levando em consideração aspectos
socioeconômicos e culturais. Os
psicólogos lidam com aspectos
emocionais que afetam a qualidade de
vida, tanto do paciente quanto de seus
familiares, e coordenam grupos de apoio
Fonte: Canva.com ©2024. para promover a harmonia da equipe.
Uso permitido sob licença Pro.

Os assistentes sociais realizam entrevistas sociais para


identificar necessidades socioeconômicas e familiares,
enquanto os farmacêuticos planejam o estoque de
medicamentos e garantem o uso adequado. Os
fonoaudiólogos contribuem para a retirada de sondas e a
progressão da dieta oral, visando reduzir riscos clínicos.

Os musicoterapeutas
propõem atividades
adaptadas às necessidades
emocionais do paciente,
utilizando a música como
ferramenta terapêutica. Os
agentes sociais realizam
ações educativas para
promover a saúde da
comunidade e
implementam políticas
governamentais em prol
da saúde pública.
Fonte: Canva.com ©2024.
Uso permitido sob licença Pro.
72 65
ATENÇÃO À PESSOA COM LESÃO MEDULAR

Segundo o Ministério da Saúde (BRASIL, 2020), por meio


de um material instrutivo de reabilitação auditiva, física,
intelectual e visual, o acesso ao serviço de reabilitação
requer acolhimento e resposta às necessidades das pessoas
atendidas e os serviços de atenção especializada em
reabilitação irão produzir em conjunto com o usuário,
familiares e acompanhantes, de forma matricial na rede de
atenção um Projeto Terapêutico Singular (PTS).
Uso permitido sob licença Pro.

O PTS pode ser realizado conforme os passos a seguir


Fonte: Canva.com ©2024.

(Oliveira, 2007; Brasil, 2012):

Diagnóstico
Delineamento da situação-problema,
identificando os aspectos sociais,
psicológicos e orgânicos que influenciam o
caso.
Definição de metas

Após a descrição do caso e o


levantamento dos pontos a serem
trabalhados, é importante que a
equipe trabalhe com metas a
serem alcançadas a curto, médio e
longo prazo.

Divisão de responsabilidade

As tarefas de cada um devem ser


Reavaliação claras, incluindo as do sujeito do PTS.

Momento em que a equipe fará a discussão do caso,


verificando o que teve êxito e o que precisa ser
reformulado para ter melhor resposta.

Para o sucesso do PTS é importante que a equipe


interdisciplinar construa um vínculo com o sujeito do
projeto, além de envolvê-lo nas decisões sobre as ações a
serem realizadas (princípio da clínica ampliada).
77
ATENÇÃO À PESSOA COM LESÃO MEDULAR

Todo o processo terá base nas avaliações


interdisciplinares, incluindo dispositivos e Tecnologia
Assistiva, com foco na produção da autonomia e no
máximo de independência em diferentes aspectos da
vida.

Para Santos et al. (2020) e Nubila


(2010) a Classificação Internacional
de Funcionalidade, Incapacidade e
Saúde (CIF) é o modelo de estrutura
preconizado pela Organização Mundial
de Saúde (OMS), para a definição,
mensuração e formulação de políticas
para a saúde e incapacidade,
classificando-as associadas aos
estados de saúde (OMS, 2013).
Fonte: Adaptado de Canva.com ©2024.
Uso permitido sob licença Pro.

Esta classificação estratifica as atividades de cuidados


pessoais, mobilidade, locomoção, cognição, comunicação e
socialização, sendo crucial para o avanço dos programas
de reabilitação ao trabalhar com enfoque em
funcionalidade da forma mais assertiva caso a caso. Para
esta finalidade, consideram-se os melhores níveis de
autonomia e independência possíveis para cada indivíduo.

Os objetivos da reabilitação em casos de Lesão


Medular podem variar muito. Novamente,
ressaltamos que cada pessoa é singular, tendo suas
peculiaridades, desafios e metas.

Vamos aqui apenas elencar alguns passos, mas não


queremos rotular ou criar um protocolo cristalizado. A
parceria entre paciente, equipe de saúde e familiares deve
ser respeitada e todos devem ser ouvidos para que
tenhamos um resultado significativo.

72 85
ATENÇÃO À PESSOA COM LESÃO MEDULAR

De acordo com o Ministério da Saúde (BRASIL, 2015), o


programa de reabilitação depende do conhecimento da
classificação do paciente na ASIA e, na ausência dela, é
importante que o profissional investigue os níveis motores e
sensitivos preservados, visando melhor entendimento sobre
o quadro.

Manter o ângulo de movimento quando houver deformidades


instaladas e aumentar amplitudes de movimento articulares;

Fortalecer a musculatura acima do nível da


lesão;

Treinar musculatura respiratória; modular sensibilidade e


tônus; 1.076 M users

Treinar Reações de equilíbrio e diminuição da


dor;

Estimular a coordenação e a postura; Reeducar a


marcha; e proporcionar funcionalidade.

Destacamos ainda, conforme estudos desenvolvidos por


Mazzoleni et al. (2013), a importância da prevenção do
trofismo muscular, além da manutenção óssea e articular e
a diminuição da limitação gerada pela espasticidade.

Os autores destacam o uso da estimulação elétrica


funcional (FES) para ativar a pedalada em cicloergômetro
e analisar os efeitos desta técnica para um treinamento
de reabilitação. Nos resultados obtidos houve aumento da
área muscular da coxa e resistência após o treinamento
FES-ciclismo, sem qualquer aumento da espasticidade.

Esse resultado pode ser justificado devido ao ciclismo


assistido por FES ser uma abordagem utilizada
principalmente para fins de reabilitação, contribuindo,
entre outros efeitos, para restaurar o trofismo muscular
(RABELO, 2018).

79
ATENÇÃO À PESSOA COM LESÃO MEDULAR

Embora os estudos tenham


mostrado resultados eficazes,
torna-se importante salientar
que, para Galea et al. (2015),
embora haja evidências de que
o exercício possa levar à
reversão da atrofia muscular no
período crônico após a Lesão
Medular, há poucas evidências
de que o exercício possa
prevenir alterações musculares
logo após a lesão. Além disso,
não está claro se o exercício
pode prevenir a perda óssea e
a deterioração da Fonte: Canva.com ©2024.
microarquitetura. Uso permitido sob licença Pro.

O uso de órteses para evitar a instalação das


deformidades ortopédicas constitui uma importante
estratégia de prevenção secundária. Dependendo dos
objetivos, como são provisórias ou definitivas, podem
também estabilizar, imobilizar, aliviar dor e auxiliar na
biomecânica. Além das órteses corretoras, temos as
protetoras, funcionais e estabilizadoras.

De acordo com o Ministério da Saúde (BRASIL, 2019) no


Guia para Prescrição, Concessão, Adaptação e Manutenção
de Órteses, Próteses e Meios Auxiliares de Locomoção, o
processo de confecção das órteses depende de profundos
conhecimentos de física, anatomia, cinesiologia,
biomecânica, patologia, processos cicatriciais,
propriedades dos materiais e, principalmente, o
entendimento sobre os protocolos de reabilitação,
envolvendo profissionais da equipe como psicólogos,
fisioterapeutas, nutricionistas, terapeutas ocupacionais,
enfermeiros, assistentes sociais e médicos.
8205
ATENÇÃO À PESSOA COM LESÃO MEDULAR

A escolha do modelo adequado de aparelho para cada


paciente faz parte de um processo semiológico que
demanda a presença de um profissional habilitado para
prescrever e confeccionar a órtese ou para supervisionar a
moldagem, quando indicado.

As adaptações nas atividades

Fonte: Canva.com ©2024. Uso permitido sob licença Pro.


pessoais e de cuidados
próprios, como as que
envolvem alimentação,
vestuário e higiene pessoal,
podem ser facilitadas
utilizando adaptações que vão
desde alças duplas das
canecas, engrossadores e clips
até a mudança na altura de
armários e prateleiras ou dos
próprios produtos que serão
utilizados.

Deve ser observado e orientado aos familiares e


cuidadores a transferência e o meio de locomoção, além
de todas as elevações do ambiente que envolvem subir e
descer escadas e rampas.

Quanto à necessidade do
Com a estabilização do uso da cadeira de rodas, é
quadro neurológico, a escolha necessário verificar a
de dispositivos de apoio, as adequação a cada pessoa
técnicas adaptadas para a que sofreu uma Lesão
realização das Atividades de Medular, dependendo da
Vida Diária (AVDs) e interação entre fatores
adaptações ambientais individuais, ambientais e
definitivas devem ser inerentes ao equipamento.
consideradas (BRASIL, 2015).

81
ATENÇÃO À PESSOA COM LESÃO MEDULAR

De acordo com o Ministério da Saúde (BRASIL, 2015),


devem ser tomadas as medidas da largura do assento,
profundidade do quadril, altura do apoio de pés, altura do
apoio de braços e altura do encosto. Esta última medida
pode ser tomada até a cabeça, até os ombros, até a
escápula e ainda abaixo da escápula de acordo com as
características da lesão e a vontade do paciente.

Segundo a American Um dos problemas recorrentes


Occupational Therapy é quando a cadeira de rodas é
Association (AOTA), adquirida por doação pois,
conforme cita Caro e Cruz embora mostre apoio e
(2020), a mobilidade solidariedade, muitas vezes
consiste na capacidade de falta uma prescrição realizada
um indivíduo mover-se ou por profissional especializado
mudar-se de uma posição podendo ser um fator negativo
para outra ao no uso do recurso, já que uma
desempenhar suas indicação inadequada e
atividades cotidianas e é incompatível com as condições
uma condição essencial funcionais apresentadas pelo
para a participação dos sujeito pode levar a
sujeitos em diversas áreas dificuldades na mobilidade
da vida social. funcional (CARO; CRUZ, 2020).

Muitas vezes, por tudo o que refletimos acima, as


restrições na mobilidade apresentadas pelo paciente não
são apenas resultado das limitações físicas e sensoriais
causadas pela Lesão Medular, mas também resultado das
barreiras físicas para a mobilidade e a ausência de espaços
acessíveis.

82
9 ORIENTAÇÕES AOS CUIDADORES E ÀS
PESSOAS COM LESÃO MEDULAR

Torna-se extremamente importante explicar o


diagnóstico, os cuidados e as alterações sistêmicas físicas
e sensoriais para os familiares e cuidadores do paciente
com Lesão Medular. As informações serão úteis,
permitindo ações mais seguras quanto a evitar
complicações, evitar deformidades e, durante todo o
processo inclusive na reabilitação, buscar uma
biomecânica favorável, além de posturas corretas e
independência funcional.

Segundo o Ministério da Saúde


(BRASIL, 2015), as metas
funcionais podem ser agrupadas
por níveis de lesão, organizando
os procedimentos técnicos e as
adaptações necessárias de
acordo com a altura da lesão e o
grau de comprometimento. Por
isso, a necessidade da avaliação
individual e sistematizada com
determinação de objetivos de
tratamento específicos por meio
do PTS.
Para Trierveiler et al. (2015), a
família é o ponto central de apoio
no processo de reabilitação,
devendo haver adaptação,
reorganização e mudança de Fonte: Canva.com ©2024.
Uso permitido sob licença Pro.
hábitos e estilos de vida e de
funcionamento familiar, a fim de
enfrentar o processo.

83
ATENÇÃO À PESSOA COM LESÃO MEDULAR

Os mesmos autores citam a superproteção e a


infantilização como prejudicial à reabilitação, havendo
necessidade de coesão, flexibilidade e comunicação, além
de adaptação familiar, afeto, participação, motivação e
interesse.

Quem possivelmente Segundo estudos de Rocha et


conduzirá o processo de al. (2021) nessa perspectiva,
tratamento, fortalecendo a investigação da
vínculos e relacionamentos funcionalidade familiar e das
mais estáveis, além de estratégias de enfrentamento
servir como suporte e é imprescindível para uma
referência é a própria melhor assistência a essa
unidade familiar, além dos população, bem como a
amigos e cuidadores. O completude de ações que
acompanhamento na também envolvam não só o
reinserção ao ambiente de indivíduo afetado, mas
trabalho ou escola deve ser também a sua família. Assim,
motivado e estimulado, acredita-se que tais aspectos
destacando a capacidade contribuirão para melhor
funcional do paciente. condição de vida, que
envolvem um bem-estar
psicológico e familiar.

Fonte: Canva.com ©2024. Uso permitido sob licença Pro.


82 45
ATENÇÃO À PESSOA COM LESÃO MEDULAR

Podemos avaliar, através de algumas ferramentas em que o


próprio paciente nos dará informações de como se sente
nessa nova realidade.

No estudo “Orientações Fundamentais nas Relações


Interpessoais”, do inglês Fundamental Interpersonal
Relations Orientations (FIRO), Chapadeiro, Andrade e
Araújo (2011) realizam uma avaliação dos sentimentos de
membros da família e na vivência das relações do cotidiano.

Outras ferramentas são:

P.R.A.C.T.I.C.E A.P.G.A.R FAMILIAR

Problem, Roles, Affect, Adaptation, Partnership, Growth,


Communication, Time, Illness, Affection, Resolve: traduzido em
Copying, Ecology: traduzido em Adaptação, Participação,
Problema, Papéis, Afeto, Crescimento, Afeição e Resolução,
Comunicação, Tempo, Doença, existe a reflexão da satisfação de
Lida e Ecologia, procura cada membro da família, por
correlacionar o problema questionário de cinco perguntas
apresentado com os papéis referentes aos aspectos
esperados no ciclo de vida da abordados, que serão pontuadas e
família, procurando verificar analisadas depois.
onde está situada a dificuldade.

Importante destacar que para todos os níveis de lesão


medular fazem-se necessárias prescrições de adaptações
ambientais, sendo que a norma brasileira ABNT NBR
9050/2004 constitui o documento de referência para a
pesquisa e sugestão de modificações ambientais que visam
garantir ao indivíduo com Lesão Medular o melhor
desempenho possível em seu contexto social (BRASIL,
2015).

85
10
COMPONENTE ATENÇÃO PRIMÁRIA À
SAÚDE NA ASSISTÊNCIA AO PACIENTE
COM LESÃO MEDULAR

A Atenção Primária à Saúde é central na comunicação


e no atendimento das necessidades de saúde da
população, conforme destacado pelo Ministério da
Saúde (BRASIL, 2015), enfatizando a continuidade e a
integralidade do cuidado multiprofissional.

O Ministério produziu uma série de documentos para


qualificar o cuidado em saúde das Pessoas com
Deficiência, incluindo as "Diretrizes de Atenção à
Pessoa com Lesão Medular" (BRASIL, 2015), que
orientam os profissionais de saúde em toda a Rede de
Atenção à Saúde.

As Redes de Atenção à Saúde


(RAS), propostas pelo
Ministério da Saúde, visam
organizar o Sistema Único de
Saúde (SUS) em regiões de
saúde, promovendo a
integração real de serviços e
equipes multidisciplinares para
fortalecer a proteção e a
manutenção da saúde das
Fonte: Canva.com ©2024.
pessoas. Uso permitido sob licença Pro.

Operacionalizar essa integração é desafiador, mas


fundamental para unir políticas públicas, estratégias e
programas federais em prol da saúde da população.

82 65
ATENÇÃO À PESSOA COM LESÃO MEDULAR

Alguns serviços recomendados pelo Ministério da Saúde


incluem o fortalecimento dos canais de comunicação entre
equipes do Núcleo Ampliado de Saúde da Família e Atenção
Primária (AB/NASF) e Unidades de Reabilitação, a
ampliação e responsabilização clínica e sanitária, além da
adoção de ferramentas tecnológicas como o Projeto
Terapêutico Singular (PTS) e o Projeto de Saúde no
Território (PST), estendendo esses recursos para toda a
comunidade.

A escolha de profissionais para a clínica ampliada,


baseada em respeito, diálogo e compartilhamento de
saberes, é essencial para um cuidado eficaz.

Além disso, não podemos subestimar a importância de


Organizações Não Governamentais (ONGs), movimentos
sociais, grupos de voluntários e outras entidades que
buscam promover a autonomia e a cidadania das Pessoas
com Deficiência.
É fundamental que haja uma equipe multidisciplinar
comprometida, familiares orientados e apoio contínuo para
valorizar os direitos humanos, promover a diversidade e
superar as barreiras enfrentadas pelas Pessoas com Lesão
Medular, contribuindo assim para o exercício pleno da
cidadania e o entendimento do corpo como uma entidade
biopsicossocial.

87 Fonte: Canva.com ©2024. Uso permitido sob licença Pro.


CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ao longo deste e-book, exploramos diversos aspectos


relacionados à Lesão Medular, desde sua fisiopatologia
até os desafios enfrentados no diagnóstico, no
tratamento e na reabilitação dos pacientes. Ficou
evidente que a Lesão Medular é uma condição
complexa e multifacetada, que afeta não apenas a
função física, mas também a qualidade de vida e o
bem-estar emocional dos indivíduos.

Uma das principais conclusões é a importância da


abordagem multidisciplinar no cuidado do paciente
com Lesão Medular. Desde os primeiros momentos
após o trauma até a fase de reabilitação, a
colaboração entre profissionais de diversas áreas,
como médicos, fisioterapeutas, psicólogos, assistentes
sociais e terapeutas ocupacionais, é essencial para
fornecer um cuidado abrangente e personalizado.

Além disso, discutimos os avanços significativos na


compreensão da fisiopatologia da Lesão Medular e no
desenvolvimento de novas estratégias terapêuticas.
Desde terapias emergentes, como o uso de células-
tronco e fatores de crescimento, até abordagens
inovadoras na reabilitação, como a neuroestimulação e
a robótica, há uma crescente esperança na melhoria
da qualidade de vida e na promoção da independência
dos pacientes.
CONSIDERAÇÕES FINAIS

No entanto, também reconhecemos os desafios


persistentes que acompanham a Lesão Medular,
incluindo complicações médicas, limitações funcionais
e impactos psicossociais. É fundamental que
continuemos a investir em pesquisa e inovação, bem
como a promover políticas e programas que garantam
o acesso equitativo ao cuidado de qualidade para
todos os indivíduos afetados por essa condição.

Por fim, ressaltamos a importância de uma


abordagem centrada no paciente, que leve em
consideração não apenas suas necessidades físicas,
mas também suas aspirações, seus valores e suas
preferências individuais. Somente assim poderemos
verdadeiramente avançar na jornada rumo à
recuperação e ao bem-estar das pessoas com Lesão
Medular.

Desejamos que este e-book sirva como um recurso


valioso para profissionais de saúde, pesquisadores,
pacientes e suas famílias, inspirando e orientando
nossos esforços coletivos para enfrentar os desafios e
alcançar os objetivos comuns no campo da Lesão
Medular.

Até logo!
REFERÊNCIAS
1. ALMEIDA, Rodrigo Lanna de. Avaliação do impacto
clínico e financeiro da modificação de protocolo de
profilaxia de tromboembolismo venoso em pacientes
com lesão medular traumática e não traumática em
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Universidade de Brasília, Faculdade de Medicina, 2018.

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https://www.scielo.br/j/reeusp/a/LycHJ8PWCzCgBQhgcnFPW
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3. ARAÚJO, Luiz Edmundo. Vitória da Vontade. Isto É


Gente, 06 ago. 2001. Disponível em:
https://www.terra.com.br/istoegente/105/reportagem/hebe
rt_vianna.htm#:~:text=Herbert%20esteve%20no%20hospit
al%20entre,e%20enfermeiros%20que%20cuidaram%20dele

4. ARES, Marcelo; OLIVEIRA, Gláucia Somensi de.


Calcificação heterotópica em lesão medular. Acta
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GLOSSÁRIO
ASIA
A
American Spinal Injury Association

ATLS
Advanced Trauma Life Support

Airway

Vias aéreas com controle da coluna cervical

B
Breathing
Respiração e ventilação

Circulation
C
Circulação com controle da hemorragia
Disability
D
Estado neurológico

E
Exposure
Exposição e controle da temperatura

ECG
Escala de Coma de Glasgow/Ecocardiograma

EDC
Eco Doppler Colorido
IASP
I
International Association of Study of Pain

P
Paraplesia
Comprometimento de tronco e membros inferiores.

Paresia

Presença de contração muscular voluntária com diminuição


da força muscular.

Plegia

Ausência de movimentos voluntários.

PTS

Projeto Terapêutico Singular


RM
R
Ressonância Magnética

S
SNC
Sistema Nervoso Central

SNP
Sistema Nervoso Periférico
TC
T
Tomografia Computadorizada

TCC
Terapia Cognitivo-comportamental

TVP
Trombose Venosa Profunda
Realizado o Depósito legal na Biblioteca Nacional conforme a Lei nº
10.994, de 14 de dezembro de 2004.

TÍTULO Atenção à pessoa com lesão medular

ORGANIZADORES Ana Emilia Figueiredo de Oliveira


Paola Trindade Garcia
Silas Alves Costa

PROJETO GRÁFICO E CAPA Deborah Dowsley Valente de Figueirêdo


Helen Maysa Belfort Sousa

PÁGINAS 112

FORMATO 210 x 297 mm

TIPOGRAFIA Arimo | Century Gothic | Gidole | Open Sans


Extra Bold | Roboto | Verdana Pro

EDIÇÃO Digital

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