SECRETARIA DE ESTADO DO MEIO AMBIENTE
GABINETE DO SECRETÁRIO
PUBLICADA EM 14-03-88 – SEÇÃO I – PÁG.36
RESOLUÇÃO SMA-14 DE 13 DE MARÇO DE 2008.
Dispõe sobre os procedimentos para supressão de
vegetação nativa para parcelamento do solo ou qualquer
edificação em área urbana.
O SECRETÁRIO DE ESTADO DO MEIO AMBIENTE, no uso das atribuições
que lhe são conferidas pelo artigo 94 do Decreto Estadual nº 30.555, de 3 de
outubro de 1989:
Considerando o estabelecido no artigo 14 alínea “a” da Lei Federal nº 4.771, de
15 de setembro de 1965, que define que além dos preceitos gerais a que está
sujeita a utilização das florestas, o Poder Público Federal ou Estadual poderá
prescrever outras normas que atendam às peculiaridades locais;
Considerando a conveniência de serem definidos os critérios básicos e as
diretrizes gerais para a emissão de autorizações para supressão de vegetação
nativa para parcelamento do solo ou qualquer edificação para fins urbanos;
Resolve:
Artigo 1º - A autorização para supressão de vegetação nativa para o
parcelamento do solo ou para qualquer edificação na área urbana, neste último
caso ressalvadas as edificações para obras de interesse público objeto da
Resolução SMA 13-2008, deverá atender ao disposto nesta Resolução e demais
normas legais pertinentes, mediante a apresentação de estudo técnico
específico.
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Artigo 2° - A autorização para supressão de vegetação nativa para parcelamento
do solo ou qualquer edificação na área urbana poderá ser fornecida mediante o
atendimento das seguintes condicionantes:
I) somente poderá ser concedida autorização para supressão de vegetação
quando garantida a preservação da vegetação nativa em área correspondente a,
no mínimo, 20% da área da propriedade.
II) respeitado o disposto no inciso I, a autorização para supressão de vegetação
poderá ser concedida para até 70% da área do fragmento de vegetação nativa
existente na propriedade, no caso de vegetação em estágio inicial de
regeneração, e para até 50% da área do fragmento de vegetação existente na
propriedade, no caso de vegetação nativa em estágio médio de regeneração.
III) respeitado o disposto no inciso I, em se tratando de propriedade localizada
em perímetro urbano definido antes da edição da Lei Federal 11.428-2006, a
supressão de vegetação em estágio avançado de regeneração poderá ser
concedida para até 30% da área ocupada pelo fragmento de vegetação nativa
existente na propriedade.
IV) a vegetação remanescente na propriedade deverá ser averbada à margem
da matrícula do imóvel no Cartório de Registro de Imóveis competente como
Área Verde, sendo dispensada a averbação no caso de lotes com área inferior a
1.000 m2.
§ 1° - Poderão ser averbadas como Áreas Verdes as áreas de preservação
permanente, obedecendo-se as disposições da Resolução CONAMA 369-2006.
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§ 2° - Existindo dois ou mais estágios de regeneração dentro da propriedade
objeto de análise, será aplicado o critério correspondente ao estágio de
regeneração mais avançado.
§ 3º - Em se tratando de propriedade localizada em perímetro urbano definido
após a edição da Lei Federal 11428-2006 a supressão de vegetação nativa em
estágio avançado de regeneração não poderá ser autorizada.
§ 4º - Nos pedidos de solicitação de supressão de vegetação para lotes
localizados em loteamentos já implantados, deverão ser verificadas as Áreas
Verdes existentes no loteamento, que se cobertas por vegetação nativa poderão
ser consideradas para fim de atendimento ao percentual de vegetação a ser
preservada, levando-se em conta, nestes casos, a área total do fragmento de
vegetação existente dentro do loteamento, bem como a área total do mesmo.
Artigo 3º - A autorização para supressão de vegetação nativa para o
parcelamento do solo ou para qualquer edificação na área urbana, somente será
concedida quando em conformidade com o Plano Diretor ou mediante
autorização do Município.
Artigo 4° - Nos processos de licenciamento em propriedades desprovidas de
vegetação nativa deverá ser constituída Área Verde correspondente a, no
mínimo, 20 % (vinte por cento) da área total do imóvel.
Parágrafo único – Inexistindo área recoberta com vegetação nativa no
percentual previsto no caput, será exigida assinatura de termo de compromisso
para recomposição florestal da área verde mediante o plantio de espécies
nativas, admitindo-se o plantio de espécies exóticas como pioneiras.
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Artigo 5º - Na análise técnica dos pedidos de supressão de vegetação deverá
ser avaliada a localização da vegetação a ser suprimida verificando se esta se
encontra em áreas indicadas para preservação e criação de unidades de
conservação de proteção integral ou em áreas prioritárias para implantação de
áreas verdes urbanas, reservas legais ou de reservas particulares do patrimônio
natural e para restauração de corredores ecológicos interligando fragmentos de
vegetação nativa, conforme o “Projeto Diretrizes para Conservação e
Restauração da Biodiversidade no Estado de São Paulo”, coordenado pelo
Programa Biota-FAPESP.
Parágrafo único – No caso de pedidos de supressão de vegetação nas áreas
indicadas no caput poderão ser exigidas medidas compensatórias
suplementares em função da importância ecológica do fragmento.
Artigo 6° - Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação, revogadas
as disposições anteriores.
FRANCISCO GRAZIANO NETO
Secretário do Meio Ambiente
RV-AT-GAB