Esportes Individuais - Unidade II
Esportes Individuais - Unidade II
Unidade II
5 FATORES DE DESEMPENHO
Falar de fatores que possam influenciar o desempenho em uma modalidade esportiva individual não
é algo tão simples, pois deve‑se reconhecer que as variáveis envolvidas (especificidades esportivas) de
cada modalidade são fundamentais para se definir e sistematizar o treinamento.
Fato é que existem modalidades ditas combinadas, e podemos perceber que algumas modalidades
apresentam mais de um tipo de combinação. Nesse sentido, as combinações podem ser dadas pelo:
• Espaço de prática: espaços diversos de prática na mesma competição. Exemplos: pista, rua, meio
líquido (mar ou piscina).
• Tipo de qualidade física: por exemplo, o pentatlo moderno, que contém o tiro, além da esgrima,
da corrida e do hipismo.
A pergunta que fica é a seguinte: como realizar o processo de treinamento dessas modalidades?
De forma simples, é razoável considerar que apenas pelas estruturas de suas combinações fica difícil
pensar na importante variável da especificidade. Os modelos de preparo físico dessas modalidades
estão entre os mais difíceis de organizar e manter. Normalmente, as principais competições do ano
ocorrem em número reduzido, permitindo aos atletas um tempo de preparação maior do que o tempo
de competição.
Esse tempo maior de preparação permite que o planejamento seja focado nas diversas qualidades
físicas, sempre associado à realidade da competição. Dessa forma, o período de preparação desses
condicionantes gerais é maior do que o dos condicionantes específicos. As vias metabólicas, bem como
todo o corpo do atleta, são altamente exigidas nesse tipo de competição.
69
Unidade II
Saiba mais
O treinamento físico para esportes é baseado nas capacidades adaptativas do atleta a ser treinado.
Afinal, o treinamento é uma ferramenta direta para sua adaptação.
Nesse sentido, o perigo é que qualquer estímulo estressante imposto ao organismo durante um
determinado período pode fazer com que ele se adéque. Isso pode ser um problema para o profissional
de educação física que se encarrega de orientar os atletas da melhor forma possível; afinal, adaptação
diz respeito à capacidade de cada ser vivo se adequar às condições do meio ambiente. O problema
que assola os pesquisadores são as adaptações fenotípicas, as quais variam muito entre padrões ou
entre estímulos.
70
ESPORTES INDIVIDUAIS
De acordo com Courneya e Carron (1991, 1992), cinco importantes variáveis relacionadas devem
ser assistidas no processo de preparação e, se possível, previstas com a maior precisão possível:
• as instalações e os equipamentos;
• o caráter da arbitragem.
Autores como Zajonc (1965), Altman (1975), Geen (1989), Dunkel‑Schetter e Bennett (1990) e Lakey
e Drew (1997) tentaram elucidar o que são fatores de desempenho e territorialidade (SAMPAIO; JANEIRA,
2005). Suas contribuições se alinham a uma variedade de teorias, compreendendo:
• Teoria da Territorialidade: por essa visão, os indivíduos se identificam com determinados locais,
protegendo‑os contra qualquer intrusão.
• Teoria da Percepção do Apoio Social: por essa perspectiva, as competições são analisadas com
base nas percepções generalizadas de apoio dos indivíduos. Isso se refere ao fato de que disputar
os jogos em casa produz nos jogadores, treinadores e comissão uma sensação de apoio social
extremamente positiva.
71
Unidade II
O ato de se adaptar a algo está relacionado a um estímulo estressante ou a um estímulo que quebra
a homeostase. Nesse sentido, o termo estresse foi utilizado pelo cientista canadense Hans Selye (1959),
considerado o precursor da Teoria da Adaptação Geral (TAG).
Selye (1959) mostrou que efeitos estressantes no organismo podem produzir dois tipos de resposta,
conforme registrado por Platonov (2008):
• se o estímulo for extremamente forte ou sua ação for prolongada, ocorrerá o estágio final da
síndrome do estresse, a exaustão;
• se o estímulo não está além das reservas adaptativas do organismo, ocorrem a mobilização e a
distribuição de energia e reservas da estrutura do organismo.
Gomes (2009) propõe a adaptação da Teoria Geral de Adaptação de Selye (1959) para aplicação ao
esporte. Segundo o autor, a síndrome de adaptação geral é caraterizada por três fases:
Nesse sentido, as reações de adaptação podem ocorrer de três formas (PLATONOV, 2008):
72
ESPORTES INDIVIDUAIS
3 – Perturbação do equilíbrio devido à fadiga dos centros de controle nervoso e do esgotamento das
reservas de carboidratos.
Formações de reação de curto prazo podem ser medidas comparando praticantes treinados e não
treinados na mesma tarefa física. Quando expostos à mesma prática, esses praticantes exibem reações
completamente diferentes.
Por exemplo, consideremos dois praticantes de corrida de rua. O praticante A começou seus
treinamentos no dia anterior, e o praticante B tem anos de prática. Ao realizarem uma corrida de 5 km,
provavelmente as respostas do organismo de cada um serão diferentes. A frequência cardíaca de repouso
será maior no praticante destreinado, e a ventilação pulmonar, após a prática, será menor.
4 – Estágio negativo. Uma sequência mal planejada de treinamentos excessivos, de alta intensidade,
pouco repouso e má alimentação gera desgaste dos componentes funcionais. É importante perceber
que não adianta uma construção bem planejada de treino se não houver o acompanhamento constante
do repouso e da alimentação.
Outros termos importantes para o tipo de adaptação ao exercício são adaptação aguda e
adaptação crônica. Chandler e Brown (2009) consideram que as modificações agudas do exercício
são imediatas, ou seja, figuram a resposta do organismo aos intervalos de exercício. A adaptação
crônica, por outro lado, faz com que o atleta se adapte aos desafios do esporte após meses ou anos
de treinamento.
73
Unidade II
Assim, o treinamento físico “pode ser entendido como um processo organizado e sistemático de
aperfeiçoamento físico, em seus aspectos morfológicos e funcionais, que repercute diretamente na
capacidade de realizar tarefas motoras exigentes, atléticas ou não” (BARBANTI; TRICOLI; UGRINOWITSCH,
2004 apud ROSCHEL; TRICOLI; UGRINOWITSCH, 2011, p. 53). Consequentemente, o treinamento físico
é baseado em estímulos controlados com o auxílio de métodos, técnicas e ferramentas para atingir um
objetivo específico, seja estético, de saúde e/ou de desempenho.
Nesse ponto surge uma consideração importante: não é possível prescrever treinamentos sem saber
o que precisa ser aprimorado. Portanto, nenhum treinamento deve ser prescrito sem o monitoramento
dos indicadores e variáveis necessários. Para atingir um objetivo definido ou delegar treinamento sem
planejamento, exercícios que não contenham esses fatores relevantes não podem ser caracterizados
como treinamento.
Para responder a isso, é necessário especificar como as adaptações são tratadas na construção das
macroestruturas de aprendizagem dos atletas e explicar como as cargas podem ser guiadas, além de
descrever como funciona o processo de acúmulo de cargas no corpo.
Uma estrutura de prontidão de longo prazo não significa apenas alguns anos de prontidão. Ao
contrário, requer um processo racional, sensível e interdisciplinar que acompanhe a vida de um futuro
atleta (na infância) até o final de sua carreira esportiva.
Sabemos que essa situação é rara no Brasil. A falta de interesse político e as dificuldades sociais
dificultam o processo de formação da política estadual de seleção e formação de quadros esportivos e
inevitavelmente dificultam a formação de uma cultura esportiva nacional, mas cabe a nós decidir o que
fazer para formar atletas de alto nível.
74
ESPORTES INDIVIDUAIS
Platonov (2008) argumenta que o ímpeto dos jovens atletas pode prejudicar o alcance da maestria
no esporte. Em outras palavras, o desenvolvimento de um plano de longo prazo deve considerar os
estágios cognitivos, físicos e de mobilidade dos jovens atletas. Caso ocorra o contrário, há uma grande
chance de que essas crianças percam o desejo de praticar esportes e também o gosto pelo esporte e/ou
o interesse pelo exercício. Nesse caso, você corre o risco de perder seu talento atlético.
Além disso, é plausível dizer que um jovem que alcança altos resultados desde cedo também pode
sofrer uma queda prematura no desempenho ou até mesmo desistir de se exercitar devido ao estresse
excessivo em um corpo despreparado. Nesse sentido, segundo Gomes (2009, p. 152), “Somente os
atletas cujo treinamento de longa duração está estruturado de tal forma que a dinâmica das cargas de
treinamento garanta a obtenção de resultados acima da idade otimizada são capazes de alcançar esses
resultados ao máximo”.
Em geral, adaptações de longo prazo só podem ocorrer a partir do momento em que o organismo
recebe os estímulos de forma racional, orientada para fins específicos e que correspondam ao modelo de
competição e ao calendário esportivo do atleta. Além disso, o sistema de treinamento esportivo de longa
duração em cada esporte deve levar em consideração o estado de saúde do atleta e o prolongamento
de sua vida útil no esporte.
Segundo Matveev (2001, p. 125, tradução nossa), o tempo de implementação das metas de longo
prazo depende de três variáveis:
Nesse contexto, veja o quadro a seguir, sobre como lidar racionalmente com o desenvolvimento de
longo prazo durante o treinamento esportivo:
75
Unidade II
Com base nisso, fica claro que forçar um jovem – de qualquer tipo – com habilidades motoras
deficientes, ou mesmo realizar a transição de um ambiente recreativo para um contexto de alto
desempenho, é no mínimo temerário.
Também é necessário seguir as diretrizes anuais para garantir que os atletas alcancem os resultados
desejados na criação e obtenção de melhorias de desempenho. Neste caso, a macrociclagem, ou ciclos
anuais de treinamento, deve aderir a metodologias específicas que sigam os pré‑requisitos de formato
e modalidade de competição.
Platonov (2008) ressalta a necessidade de aplicar dificuldades progressivas, bem como o fato de que
elas devem ser orientadas da seguinte forma:
76
ESPORTES INDIVIDUAIS
Também é necessário reconhecer as propriedades físicas gerais e específicas do esporte para iniciar
uma preparação a longo prazo. Por exemplo, a literatura sobre preparação esportiva de longo prazo
afirma que muito treinamento aeróbico é essencial nos primeiros anos de vida. Como resultado,
“É estabelecida uma base suficiente para um treinamento especializado posterior” (PLATONOV, 2008,
p. 296). No entanto, o autor constatou que, nas modalidades de velocidade e velocidade e força, o
exercício aeróbico de alto volume nas fases iniciais do processo preparatório plurianual leva a uma má
adaptação e limita o processo de aumento da proficiência esportiva.
Então, como pensar na orientação das cargas? Ela deve ocorrer de maneira uniforme no que tange
ao volume e ao aumento gradual de intensidade ou deve se dar de maneira abrupta? Curiosamente, as
duas formas podem ser utilizadas.
Platonov (2008) argumenta que o aumento da carga de trabalho aeróbica aumenta o VO2max.
No entanto, quando a carga de trabalho anual excede 800 horas, a taxa de crescimento ameniza
drasticamente e para. Nesse sentido, no que se refere à visualização das necessidades e inclinações do
atleta, recomenda‑se enfatizar a capacidade anaeróbica, principalmente na fase de preparação geral.
Isso significa que a orientação dos atributos na preparação a longo prazo está diretamente
relacionada à quantidade e intensidade dos atributos físicos desenvolvidos. Essa quantificação só pode
ser feita sob a estrita supervisão do treinador e do atleta, sendo imprescindível um diário de treino caso
seja inevitável. Afinal, essa é a única forma de lembrar, por exemplo, a distância percorrida na piscina
durante o treino de 1º de fevereiro de 2017, juntamente com as cargas externas e internas, e compará‑la
com o treino de 19 de fevereiro 2018. Somente esse recurso pode ser utilizado para verificar se houve
progresso ou declínio.
77
Unidade II
No entanto, alguns talentos esportivos são obrigados a viver em países com cultura esportiva
estabelecida e, se avaliados, em muitos casos não conseguem superar as notas dos alunos locais, que já
têm preparação de longo prazo. Quando se encontram nesse cenário, podem ficar deprimidos e voltar
frustrados ao Brasil.
Lembrete
O aluno atleta, ex‑atleta ou atleta recreativo certamente já se envolveu pelo menos uma vez em
uma situação competitiva na escola ou em um clube. Diferentes modelos de eventos esportivos exigem
preparações específicas, determinadas por fatores como:
• calendário esportivo;
Com base nessa realidade, não consideramos as partidas incluídas no sistema oficial de competição.
Todo o processo de preparação do atleta é determinado desde o início pelas datas dos calendários
78
ESPORTES INDIVIDUAIS
Nesse cenário, vemos a estreita relação entre o sistema de partidas esportivas e os determinantes
jurídicos e os aparatos burocráticos e políticos próprios do esporte. Não é coincidência que muitos jogos
oficiais de alta resposta sejam realizados em datas politicamente importantes em diferentes países ou
mesmo sejam determinados pelo clima ou sistema de crenças da região.
Portanto, a preparação deve envolver não apenas as características do local, mas também,
preferencialmente, antecipar os eventos climáticos do período em que a competição acontecerá e
outras condições religiosas, sociais ou políticas previsíveis.
Outro controle importante diz respeito à seleção correta da competição principal: atletas com certo
grau de maturidade esportiva conhecem bem seus limites, ou seja, sabem quais marcas podem ser
vencidas e quais não. Dessa forma, a autoconsciência para reconhecer limites e capacidades define a
sinergia entre todos os componentes da preparação física, mental, técnica e tática.
De acordo com Platonov (2008), os critérios aplicados para rotular as partidas levando em
consideração metas, objetivos, estilo organizacional e características dos atletas são:
Essa codificação segue uma estrutura organizacional que orienta a seleção da comissão técnica para
campeonatos e requisitos baseados em jogadores. No Brasil, existem diferentes formatos de competição,
tanto em esportes de participação quanto de alto rendimento ou educacionais. Cada formato de
competição é composto por diferentes conceitos e objetivos específicos.
Nenhum atleta entra em uma competição sem querer vencê‑la. No entanto, as fases de periodização
para a maioria dos esportes individuais recomendam um período para atingir um ponto ótimo de
desempenho e eficiência física e motora (forma esportiva) que não pode ser alcançado, muito menos
mantido, durante todo o processo preparatório. Portanto, é irresponsável que treinadores e instrutores
de educação física exijam que os atletas compitam em alto nível sem uma condição atlética precoce.
Por ora, cabe a nós mostrar como o sistema de competição pode ser usado para delinear uma
orientação racional visando otimizar o desempenho. Existem cinco formas de competição que precisam
ser consideradas ao definir orientação:
• Competições de ligação: têm o objetivo de aprontar os atletas para o evento principal dentro
do quadro macroestrutural de um determinado ano de treinamento. São geralmente classificadas
em calendários regulares.
• Competições seletivas: são muito importantes para determinados formatos, pois tendem
a selecionar atletas para competir em nível nacional e internacional. No entanto, o nível de
treinamento do atleta deve ser alto.
Essa organização ajuda muito o treinador, pois a forma de estruturar a atividade competitiva muda
de acordo com os objetivos traçados em cada competição. Portanto, não há obrigação de ganhar
continuamente. Isso pode ser nocivo aos atletas tanto física quanto mentalmente. Note‑se que tal
estrutura se aplica à realidade dos esportes individuais, que, comparados aos esportes coletivos, têm
menos partidas por ano e estão sujeitos a um calendário que muda radicalmente seu perfil.
Desse ponto de vista, a determinação dos resultados da competição também faz parte da estrutura
do sistema de competição. Consequentemente, estar atento à formatação da obtenção de resultados
ajuda a definir estratégias de preparação, bem como de planejamento tático.
De acordo com Platonov (2008), a tramitação de resultados competitivos pode ser definida assim:
• Medidos por pontos ganhos: desportos cujos resultados são determinados por árbitros que
conferem pontuação ao atleta de acordo com critérios como precisão, complexidade e beleza.
Exemplos: ginásticas rítmica e artística, salto ornamental, nado sincronizado, patinação artística.
• Definidos pelo feito final ou pelo maior número de pontos na realização de uma atividade
em diversas situações:
— determinados pelo resultado alcançado em certo período, de acordo com regras específicas
(exemplos: futebol, hóquei, basquete, handebol);
— independentemente do tempo da competição, é possível chegar à vitória pela conclusão da
ação (exemplos: boxe, taekwondo, MMA, judô, caratê, esgrima) ou pelo acúmulo de pontos
81
Unidade II
(exemplos: karatê, taekwondo, esgrima, judô, boxe); geralmente, no caso dos esportes de
combate, os dois tipos podem ocorrer em praticamente todas as modalidades;
— determinados pelo resultado, mas sem limite de tempo (exemplos: tênis, tênis de mesa, vôlei).
O calendário desportivo é o documento oficial criado pela confederação desportiva. Existe uma
estrutura hierárquica informal (internacional e nacional) que está conectada de alguma forma. Os
desenvolvimentos devem atender a padrões claros e universais para minimizar a possibilidade de datas
conflitantes.
Segundo Gomes (2009, p. 42), os calendários esportivos únicos podem ser seletivos ou combinados;
“em nível organizacional, selecionam os calendários das competições de diferentes desportos”. No
entanto, sua elaboração precisa:
• contribuir para a estabilidade do calendário, evitando mudanças bruscas que possam afetar todo
o sistema de treino e competição do atleta.
No Brasil, a Secretaria Nacional de Esporte de Alto Rendimento (Snear) do Ministério do Esporte (ME) é
a responsável pela elaboração do Calendário Esportivo Nacional (CEN). Conforme o ME, a Secretaria
entende que a programação de eventos desportivos a serem promovidos – ou dos quais participam
as entidades nacionais de administração do desporto (associações/confederações e federações
82
ESPORTES INDIVIDUAIS
No entanto, conflitos de agendas de competição podem acontecer. Nesse caso, como o calendário
esportivo é um documento que possibilita o avanço, a maturidade esportiva deve nortear a ação
individual, porque é importante definir metas para cada partida, evitando a preparação para amadores.
Nessa lógica, segundo Matveev (2001), é muito difícil, e em alguns casos impossível, conseguir uma
relação racional do calendário esportivo geral e do sistema individualizado das competições se as
competições principais, de alta responsabilidade, nas quais se objetiva a participação do mesmo grupo
de atletas, estiverem planificadas no calendário geral contrariamente às regularidades da aquisição e
conservação da forma esportiva.
Considere as modalidades de combate: como os atletas são solicitados a “dosar” seu desempenho
competitivo no início da temporada, o nível de exigência do treinador deve ser o diferencial, evitando
que o atleta exija demais de si mesmo. Além disso, é preciso saber trabalhar com a vaidade dos atletas.
Muitos não conseguem lidar com a derrota em partidas sem importância e, mesmo com níveis incipientes
de preparação atlética (início da temporada), fazem o possível para vencer, aumentando o risco de lesão
imediata ou ulterior.
Courneya e Carron (1991), em estudo sobre a importância do lugar nas partidas esportivas,
analisaram 1.812 partidas de diferentes equipes e concluíram que 55,1% são vencidas em casa. Com
base em suas pesquisas, os autores construíram um modelo estrutural que se concentra nos benefícios
das corridas em casa.
O fator casa é uma ferramenta importante para a comissão técnica, pois permite adaptar as
necessidades dos atletas às necessidades do local de competição. Nesse sentido, um dos fatores
mais influentes no processo que pode determinar o desempenho é o chamado traço de ansiedade,
que é definido como “a tendência geral de uma pessoa de perceber as situações como ameaçadoras”
(SCHMIDT; WRISBERG, 2010, p. 62).
Embora o processo de preparação possa ser aplicado a vários atletas que formam a mesma equipe,
cada um reage ao fator casa de uma forma específica, justamente pela ansiedade das características
individuais. Assim, o treinador deve conhecer muito bem seus atletas para saber que tipo de ativação
cada um deve receber. Muitos respondem bem a comandos verbais mais intensos, enquanto com outros
ocorre o contrário.
83
Unidade II
Outro fator que pode influenciar é o comportamento dos torcedores. Isso está diretamente
relacionado ao local da competição e ao componente de ansiedade‑traço. Sabe‑se que a competição
é um ambiente estressante, e o comportamento da torcida adversária fanática e hostil causa estresse.
Do ponto de vista prático, o processo de preparação para cada esporte deve incluir, em particular,
no final do período de preparação específico, um formato de teste competitivo que imita o comportamento
dos fãs dos concorrentes. A competição‑teste consiste em campeonatos internos menores organizados em
associação com instituições de ensino e/ou clubes parceiros. Nesse cenário, os torcedores são motivados
a simular situações de estresse competitivo, como cantar, para aprontar os atletas para o que podem
vivenciar na competição oficial.
Lembrete
A nomenclatura dos esportes oferece uma perspectiva relacionada a cada modalidade. Um dos
elementos para a montagem de um treinamento é o conhecimento das especificidades físicas de cada
modalidade. Elementos determinantes físicos se vinculam aos determinantes motrizes, caracterizando o
que chamamos de gesto técnico ou técnica esportiva.
Para reconhecer essas características, é necessário recorrer a classificações que podem ser
unidimensionais ou bidimensionais.
Classificar os esportes por suas modalidades é conhecer o fato de que cada um conta com uma
estrutura de habilidades específicas com seus elementos técnicos. É importante reconhecer as diferentes
demandas que cada modalidade requer, podendo ser fisiológicas, motoras, cognitivas ou volitivas. Cada
modalidade e competição requer um conjunto de questões a serem levadas em consideração.
• Habilidades motoras finas: requerem maior controle de musculatura menor, como as envolvidas
na coordenação mãos‑olhos, que demanda alto grau de precisão (costurar, desenhar, pintar).
84
ESPORTES INDIVIDUAIS
É de extrema importância que o profissional de educação física compreenda essa classificação para
que tenha disponíveis ferramentas úteis e práticas que orientem suas intervenções, como no exemplo
do trabalho de reabilitação motora ou até mesmo na educação física escolar.
É o mesmo caso do lançamento de dardo no atletismo, que necessita de muita coordenação para
ser arremessado na angulação correta. No salto com vara, exige‑se muita velocidade de corrida com a
associação da precisão para acertar a vara no ponto de encaixe e imprimir o movimento coordenado
para ultrapassar o sarrafo.
Observação
Segundo Magill (2008) e Schmidt e Wrisberg (2010), outra classificação para as habilidades pode se
referir à diferenciação do movimento ou ao tipo de tarefa:
• Habilidades motoras discretas: movimentos com início e fim bem definidos, como ligar e
desligar um interruptor, acionar o pedal de uma embreagem etc.
Essa classificação pode ser útil na definição de elementos motores para as modalidades e perde a
validez quando classificamos a modalidade. Exemplo: o ato de correr envolve uma passada (habilidade
discreta), mas também exige associação de várias passadas (habilidade seriada); contudo, o ato de correr
é repetitivo e tem como objetivo alcançar um ponto de chegada (habilidade contínua).
Para os profissionais que trabalham com corrida de rua, triátlon ou atletismo, é possível segmentar
os movimentos da corrida, melhorando a coordenação motora das passadas, utilizando‑se de uma série
de movimentos repetitivos que simulem ou até mesmo exercícios que permitam um melhor posicionamento
85
Unidade II
de cintura escapular, evitando que o atleta se curve demais no ato da corrida, diminuindo o gasto
energético desnecessário.
De acordo com Magill (2008), certos fenômenos referentes à maneira como controlamos um
movimento podem ser aplicáveis às habilidades discretas, mas não às habilidades contínuas. Nem
sempre se desenvolve um treinamento específico para melhorar a força, o grau de amplitude articular
ou mesmo a coordenação de uma passada que pode ser aplicável ao ato da corrida em si. Vale entender
a proposição do autor quanto às habilidades classificadas pela importância relativa dos elementos
motores e cognitivos:
• Habilidades cognitivas: o sucesso no desempenho depende mais das ações cognitivas do que
das ações motrizes. Exemplo: xadrez.
• Habilidades motoras: o sucesso no desempenho depende mais das ações motoras do que das
ações cognitivas. Exemplo: levantamento de peso olímpico (LPO).
É de extrema importância essa classificação, pois pode orientar técnicos e professores, guiando o
volume de treinamento total aplicado para cada tipo de habilidade. Vale lembrar que não é possível
afirmar que determinada modalidade desportiva seja exclusivamente cognitiva ou motora. Por
exemplo, em modalidades de luta, o atleta precisa conduzir seus ataques de acordo com a estratégia
predeterminada. Porém, levando em consideração a imprevisibilidade da prática, ele pode conduzir suas
ações táticas de forma diferente no momento do embate. No tênis, por exemplo, as tomadas de decisão
devem ser precisas e imediatas.
Assim, os elementos cognitivos e motores podem ser importantes para quase todos os tipos de
modalidades individuais, mas é importante compreender quais realmente são determinantes.
Os elementos físicos relacionados às habilidades no esporte definem a técnica esportiva, que deve
ser vista de forma dialética com todos os elementos envolvidos com a performance desportiva.
Para isso, é prescindível apresentar conceitos importantes. Não se deve confundir a técnica da
modalidade esportiva individual com a técnica do próprio atleta, pois “a noção de técnica da modalidade
desportiva ou técnica desportiva realmente não corresponde à noção de técnica de realização motora ou
preparação técnica”’ (PLATONOV, 2008, p. 354).
Já demostramos que o ensino da técnica desportiva é complexo, isto é, em associação com os fatores
volitivos, físicos e motores da tarefa a ser executada na situação de competição, a qual também pode
ser modificada e interferir na performance. Um exemplo disso são as modificações das regras do judô,
associadas às mudanças na cobrança da arbitragem, que interfere significativamente na apropriação da
técnica desportiva.
86
ESPORTES INDIVIDUAIS
Miarka (2016) mostrou que, nos campeonatos mundiais de luta greco‑romana entre 2009 e 2011,
os takedowns (técnica de projeção ao solo) foram os golpes mais aplicados. Com a mudança nas regras
em 2013, as ações ofensivas determinantes passaram a ser aplicadas em pé, em especial o gutwrenches
(técnica de submissão) e as variações do suplex (técnica em que o lutador levanta o oponente,
colocando‑o de pernas para o alto). Fica evidente que após a modificação das regras as ações motoras
ficaram mais rápidas e com maior variação.
Em 1939, Semenovy apresentou a base biomecânica para uma posição mais razoável do corpo dos
saltadores em altura no livro Biomechanics of physical exercise. Mas foi só em 1968, nas Olimpíadas do
México, que um atleta – o americano Dick Fosbury – completou o salto usando as regras estabelecidas
em 1939 e ganhou uma medalha de ouro.
Para adquirir os elementos motores dos gestos desportivos, há três níveis da preparação técnica:
Nesse sentido, a perícia motora, bem como os resultados da técnica, sua eficácia, sua estabilidade e
sua variabilidade, é indicador preciso da preparação técnica (PLATONOV, 2008).
Quando falamos de esportes individuais, estamos nos referindo à capacidade física máxima que um
indivíduo pode fornecer enquanto prática. Na competição, o atleta está contra seu adversário, contra
a natureza ou contra si mesmo. Portanto, as competências que são consideradas no recrutamento de
modelos individuais não são as mesmas que são valorizadas nos esportes coletivos.
87
Unidade II
Para Gomes (2009), ao interagir com o meio ambiente, o organismo responde internamente por
meio de diferentes capacidades (propriedades). Isso significa que o corpo humano tem capacidades
físicas natas, as quais podem ser desenvolvidas. O autor ainda destaca cinco tipos de capacidades físicas:
“resistência, força, velocidade, flexibilidade e coordenação” (GOMES, 2009, p. 91).
Por seu turno, Bompa (2001) se refere às capacidades físicas como qualidades físicas e, pensando
na realidade esportiva, aponta a inter‑relação entre as cinco qualidades, as quais dão origem a outras,
definidas pelo autor como qualidades biomotoras.
Portanto, para facilitar na definição e possível orientação das qualidades esportivas de acordo com
sua necessidade e especificidade, é importante esclarecer as qualidades esportivas dominantes e não
dominantes, demonstrando suas possíveis combinações. Bompa (2001) propõe a seguinte classificação:
• Força + resistência = resistência muscular: capacidade para executar muitas repetições contra
determinada resistência por um período prolongado.
• Agilidade + flexibilidade = mobilidade: capacidade para cobrir uma área rapidamente, com um
bom senso de oportunidade e coordenação.
Mesmo podendo analisar isoladamente todas as qualidades físicas, elas não se desenvolvem de
forma unilateral, pois mantêm entre si inter‑relações decisivas na performance esportiva.
Nesse sentido, Dantas (2003) afirma que as qualidades físicas podem ser divididas assim:
Essa consideração vai ao encontro de algumas propostas da Teoria Geral do Treino Desportivo,
segundo a qual, para maximizar a eficácia da preparação física e desportiva, os exercícios devem
aproximar‑se o mais possível, a nível físico e motor, da modalidade desportiva.
Ampliando esse raciocínio, além de considerar a especificidade dos parâmetros físicos e motores, é
necessário, na preparação física anual para esportes individuais, desenvolver qualidades físicas básicas e
entrelaçadas/específicas das modalidades treinadas.
Para melhor ilustrar esse processo de transferência, daremos o exemplo de atletas que, em seu
processo de preparação anual, no início de sua estrutura de treinamento, utilizam exercícios que em
nada se aproximam do trabalho motor de sua prática. É o caso de nadadores e lutadores, por exemplo,
que usam treinamento de força e resistência para melhorar essas qualidades e a coordenação geral.
Quanto às modalidades individuais, temos uma grande variedade de práticas, cada uma com suas
particularidades e peculiaridades – portanto, com processos pedagógicos diferentes –, sendo mais
difícil fazer as generalizações. Dentre as mais tradicionais temos o atletismo, o judô, a natação e a
ginástica artística.
O treinamento esportivo não se limita ao uso de técnicas motoras porque ação é produto. A tática e
o lúdico devem ter a mesma prioridade que a técnica para que os processos cognitivos também sejam
enfatizados durante o jogo e tenham significado para o jogador. Esse modelo de pensamento sobre o
desportivismo vem sendo discutido desde o final do século passado em todo o mundo.
Exemplo de aplicação
Entre os conteúdos mais explorados dentro da aula de educação física estão os esportes. Entre
eles, por exercerem maior fascínio e por possibilitarem a prática de uma maior quantidade de alunos,
os esportes coletivos vêm se sobressaindo nessas aulas. No entanto, documentos oficiais da educação
brasileira, como a BNCC e os PCNs, referenciam a importância da prática dos esportes individuais para
conhecimento técnico do aluno, além de trabalharem demais questões como autonomia, autocontrole
e concentração.
Os esportes individuais possuem algumas classificações, conforme podemos ver no quadro a seguir:
Quadro 2
90
ESPORTES INDIVIDUAIS
Trata‑se das lutas e das artes marciais. Cada estilo de luta tem suas próprias
regras e ataques predefinidos, podendo ser realizados em combate corpo
Esportes de combate a corpo ou com itens, assim como na esgrima. O objetivo é marcar pontos
atacando, dominando ou nocauteando seu oponente
Visam proteger sua base e rebater a bola de forma que a equipe adversária
Esportes de campo e taco demore a assumir o seu controle
São aqueles em que atletas cumprem uma rotina de movimentos e são
Esportes técnico‑combinatórios avaliados por uma banca de juízes que julgam o grau de dificuldade da
execução e a precisão dos movimentos
Saber prever essas condições permite ao treinador afinar o processo de treino com o objetivo de
evitar situações que surpreendam o atleta no dia da competição.
Se a altitude estiver acima do nível do mar, a pressão do ar cairá. Ao contrário do que geralmente
é recomendado, é importante notar que o teor de O2 não muda em altitude (20,93%), e a pressão
atmosférica dificulta a captura de O2. Sendo a difusão desse gás condicionada por gradientes de
pressão, quanto menor a pressão atmosférica, mais fraca é a difusão de O2 nos alvéolos, reduzindo a
porcentagem de saturação da hemoglobina e o transporte de O2.
Algumas pesquisas sugerem que a adaptação por ferramentas que mimetizam hipóxia pode melhorar o
desempenho em partidas em que essa variável se apresenta como condição. No entanto, tais estudos
são muitas vezes contraditórios. Nesse sentido, importantes considerações têm sido feitas a respeito do
método de treinamento live high/train low, no qual os atletas vivem em grandes altitudes e treinam
91
Unidade II
em baixas altitudes, geralmente com o objetivo de melhorar o desempenho ao nível do mar. A ideia
principal é colher os benefícios da aclimatação em alta altitude, mantendo a intensidade do treinamento
em baixa altitude. Sob essa ótica, Carvalho (2015) evidenciou que esse tipo de treinamento se mostra
eficiente para a melhora do condicionamento físico de atletas de alto rendimento. Porcari et al. (2016)
consideraram que um treinamento de cicloergômetro ao longo de seis semanas com a máscara não
parece atuar como um simulador de altitude, mas como um dispositivo de treinamento muscular
respiratório. Já Zagatto, Cavalcante e Moraes (2007) sinalizaram que não há mudanças significativas
em variáveis anaeróbias. Por sua vez, Geller (2005), ao examinar atletas em treinamento hipóxico
intermitente (THI), encontrou algumas adaptações sobre parâmetros hematológicos, capacidade
aeróbica e o desempenho de corrida em condições de hipóxia e normóxia, indicando que o método
pode ser usado, ao nível do mar, como alternativa de preparação para competições em altitude.
Observação
Pallotta, Herdies e Gonçalves (2015) estudaram a relação entre clima, desempenho térmico e conforto
para a maratona do Rio de Janeiro usando previsões meteorológicas aplicadas aos esportes. Segundo
os autores, a avaliação das condições meteorológicas e de conforto térmico em pontos específicos da
maratona mostrou diferenças significativas entre as etapas da prova e que a relação entre a situação
termicamente mais confortável/desconfortável e o melhor/pior tempo é válida nessa competição.
Embora menos importantes nas aulas de educação física, esportes individuais são um importante
componente do campo, pois promovem os principais benefícios do praticante, como autonomia, melhora
da concentração e crescimento pessoal. Como esses esportes são diversos e possuem características
distintas, requerem atenção especial do professor no processo de ensino‑aprendizagem, a partir de uma
metodologia adequada que possibilite vivências em sala de aula que possam proporcionar ao aluno
uma ferramenta importante para a cultura física do movimento.
Como vimos anteriormente, os esportes individuais possuem estruturas muito diferentes, podendo
ser classificados de acordo com suas interações e/ou seus objetivos, características que, segundo Vancini
et al. (2015), particularizam o processo pedagógico e metodológico de ensino-aprendizagem, dada a
dificuldade de se ter um método generalizador que possa abranger todos esses esportes.
92
ESPORTES INDIVIDUAIS
Sobre as características que devem ser consideradas na hora da aprendizagem, os autores ainda
afirmam:
Nesses esportes a ideia de cooperação, interação e trabalho em equipe é diminuída, assim como
outra característica comum das modalidades coletivas: a imprevisibilidade das ações.
A partir desses padrões, o foco no ensino do esporte individual está no desempenho do aluno/
atleta com base na técnica, enfatizando os gestos motores relacionados aos fundamentos e habilidades
motoras específicas do esporte em questão. No entanto, isso não significa que essas modalidades não
precisem de estratégia e tática, mas sim que elas assumem menos importância do que a técnica.
Como foi visto até aqui, não existe uma única maneira de ensinar esses formatos, pois eles têm
propriedades diferentes. Isso nos deixa abordar cada um dos dois métodos de ensino esportivo com
movimentos básicos para todos os outros esportes: atletismo e ginástica.
Segundo Vancini et al. (2015), a base motora da ginástica são os elementos corporais denominados
movimentos, saltos, giros, rolos, balanços, suspensões, equilíbrios e apoios, que se originam tanto
da ginástica artística quanto da rítmica, além dos esportes acrobáticos e da ginástica de trampolim,
aeróbica e geral. Esses sintomas dependem do tipo de aparelho utilizado, de a música ser ou não tocada
durante a atividade e da disposição do praticante.
O ensino nessa modalidade pode ocorrer tanto na educação quanto no esporte. Na primeira
modalidade, os exercícios são mais formativos, com o intuito de que todos possam praticar com o
curso desenvolvido durante o período de educação física como preparação corporal, sem exigir um
alto nível técnico em movimento (VANCINI et al., 2015). No caso da ginástica para fins esportivos,
os exercícios buscam o caráter competitivo de atletas devidamente selecionados com as turmas,
visando a um treinamento específico para cada modalidade de acordo com as regras que exigem
movimentação perfeita.
O autor destaca, ainda, que o professor deve atentar para o que o aluno já sabe sobre movimento,
saber o que ele faz com mais facilidade e seu nível de motivação para realizar a tarefa, proporcionar
um ambiente favorável e conhecer os métodos facilitadores do ensino do movimento no aprendizado
técnico – a capacitância de usar o brincar (NISTA‑PICOLLO, 2004). Também é importante que, depois de
aprender um movimento, o aluno seja capaz de associá‑lo a um novo.
Vancini et al. (2015) sugerem que os padrões básicos de movimento são uma excelente maneira de
ensinar calistenia, pois ajudam a desenvolver outras habilidades motoras no esporte e na vida cotidiana,
promovendo o aprendizado do próprio corpo. Dessa forma, o conteúdo é dividido em desembarques,
movimentos, tacões e balanços. Os autores recomendam que as atividades mais difíceis sejam
ensinadas em partes por questões de segurança, incentivando o aluno a se aprontar psicologicamente
para a tarefa.
Por sua vez, o atletismo compreende uma modalidade que, durante o ensino‑aprendizagem, precisa
ser adequada pelo professor, pois são raras as pistas para a sua realização no Brasil, o que não deve,
entretanto, desestimular a sua prática.
Adaptando‑se à idade dos alunos, Pieri e Huber (2013) enfatizam que o atletismo deve ser praticado
de forma lúdica dentro da escola, inserindo e dominando a modalidade que contribui para a aquisição de
gestos e movimento motor, aptidões essenciais para o desenvolvimento das crianças.
Oliveira (2006) sugere que uma das formas de ensinar esportes desde as primeiras séries se dá por
jogos adaptados, que promovem a compreensão do esporte, com possibilidade de adaptação de materiais,
modificação de regras, redução de distância e de altura, alteração de pesos e utilização de partidas para
permitir que o atletismo seja jogado por todas as faixas etárias. O autor sugere ainda que, se o professor
não tiver os materiais necessários, deve edificar materiais alternativos, tendo como matéria‑prima
produtos recicláveis e a natureza: dardos podem ser feitos com vassouras; blocos de partida, com tocos
de madeira; peso das bolas, com areia; discos, com tampas de panela; tacões podem ser transformados
em colchões etc.
Cabe ressaltar que o atletismo pode ser treinado com jogos como corridas de revezamento, pega‑pega
e histórias que incentivem os alunos a pular e arremessar.
94
ESPORTES INDIVIDUAIS
Saiba mais
A prefeitura da cidade de São Paulo, juntamente com a Secretaria
de Esportes, Lazer e Recreação, traz um guia didático de esportes
individuais terrestres:
SÃO PAULO (cidade). Secretaria de Esportes, Lazer e Recreação. Guia
didático: modalidades esportivas individuais terrestres (versão preliminar).
São Paulo, 2013. Disponível em: https://cutt.ly/B2UvZY3. Acesso em:
6 jan. 2023.
O ensino fomenta a aprendizagem como algo valioso no processo formativo do aprendiz, pressuposto
a partir do qual a personalidade e as perspectivas de compreensão do mundo são desenvolvidas. Todas as
práticas desportivas podem melhorar a qualidade de vida em qualquer idade, além de promover melhor
condicionamento físico e aptidão motora, integração social, satisfação pessoal e consciência cultural
(TANI; BENTO; PETERSEN, 2006).
No desporto, o ensino pode ter lugar em escolas, clubes desportivos e de lazer, bem como em
academias ou qualquer outro local onde o seu “coração” seja determinado pela forma como são
promovidos os benefícios pretendidos.
O nível de qualidade das propostas esportivas está diretamente ligado à organização do conteúdo
do treinamento com bases atualizadas e à viabilidade do programa, que deve ser coerente, levando em
consideração sua própria estrutura e as pessoas atendidas (TANI; BENTO; PETERSEN, 2006).
É necessária uma proposta de ensino que priorize modelos analíticos no ensino de esportes coletivos,
mesmo que sejam substituídos por outras ofertas voltadas ao treinamento esportivo para desenvolver
o conhecimento tático e técnico. Nesse contexto, destaca‑se a aprendizagem situacional, composta
por jogos e brincadeiras resultantes da associação de diversos condicionantes e que enfatiza a relação
pessoa‑ambiente‑tarefa. A metodologia desse perfil foca na aprendizagem não intencional/intencional
(TANI; BENTO; PETERSEN, 2006).
As regras táticas na aprendizagem situacional são postuladas de forma que o ato de brincar leve
ao aprendizado, o qual, por sua vez, é realizado por meio do brincar. Assim, em idades precoces, deve
prevalecer a aprendizagem acidental, em que as habilidades são realizadas de forma implícita, ou seja,
o aprendiz tem pouco ou nenhum conhecimento (conhecimento explícito ou declarativo) em relação
às habilidades tecnológicas que exerce, o que representa um tipo de metodologia que promova o
aprendizado da técnica em uma situação real de jogo (TANI; BENTO; PETERSEN, 2006).
Os modelos analíticos devem ser retidos, principalmente nas iniciações, pois a coordenação e o
desenvolvimento de aptidões tecnológicas no processo de ensino-aprendizagem são necessários
e urgentes.
95
Unidade II
A categorização dos jogos esportivos de acordo com o processo de aprendizagem por meio de jogos
leva em consideração a evolução da aprendizagem e o contexto em que os jogos esportivos devem ser
desenvolvidos com os devidos ajustes. A progressão global inicial, que antecede aspectos específicos,
começa em cada jogo e vai para o jogo como um todo (MURCIA et al., 2008).
Jogos individuais devem ser oferecidos antes dos jogos coletivos, embora, vale ressaltar, a tática deva
evoluir gradativamente, sem privilegiar a técnica que no momento pode ser utilizada, mas como elemento
reduzido. Essa sequência metodológica pode ser manipulada pelo professor, respeitando a individualidade
dos alunos e incluindo vários jogos ao mesmo tempo (MURCIA et al., 2008).
A partir da figura a seguir, podemos fazer algumas reflexões sobre os jogos individuais e coletivos:
Jogos esportivos
Individuais
1 • De meio fixo
2 • De meio variável
3 • Com presença de companheiros alternadamente
4 • Com presença de companheiros simultaneamente
5 • De adversário:
6 —De derrubar
7 — De tocar
8 — De golpe
Coletivos
9 • De cooperação
10 • De cooperação-oposição
96
ESPORTES INDIVIDUAIS
Em suas diversas possibilidades, o jogo sempre deve estar incluído nas modalidades esportivas,
tendo em vista o seu perfil de facilitação pedagógica, que favorece a aplicação lúdica da vivência real
e estimula a criatividade individual e coletiva. Principalmente, o jogo promove a participação, a alegria,
a cooperação e, ainda, estimula a motivação geral, aprimorando a compreensão da técnica e da tática,
com suas imprevisibilidades e desafios (TEODORESCU, 1984).
Deve‑se ter coerência na sua atuação, ainda mais se estiver atuando em grupo, compreendendo
assim o seu papel e cumprindo suas metas. Também é necessário identificar, reconhecer e compreender
o aluno de forma integral, reconhecendo as suas necessidades de desenvolvimento (físico, mental,
emocional etc.).
Sempre que possível, deve‑se trabalhar de forma colaborativa com outros profissionais, trocando
aprendizados, compartilhando desafios e até propondo estratégias articuladas que respondam às
demandas de treinamento. Também é importante analisar a infraestrutura do local de treinamento,
propor condições minimamente possíveis para sua realização, apontar necessidades de infraestrutura,
97
Unidade II
apresentar projetos e ações inovadoras e se envolver com atividades do programa que extrapolem a
sala de aula.
Nesse processo, é importante o papel do aluno. Ele deve participar desse envolvimento não somente
como alguém que irá receber o conhecimento, mas também em sua construção, pois é extremamente
importante nessa relação ensino‑aprendizado. O professor não deve se colocar no papel centralizador,
como aquele que detém todo o conhecimento, mas como alguém que vai orientar os percursos de
pesquisa e de descoberta do conhecimento do aluno.
98
ESPORTES INDIVIDUAIS
Resumo
99
Unidade II
Não existe um padrão para ensinar esses formatos, porque eles têm
propriedades diferentes. Isso não significa que essas modalidades não
precisam de estratégia e tática, mas sim que assumem menos importância
do que a técnica. Isso nos permite cobrir cada um dos dois métodos de
ensino de esportes.
Oliveira (2006) sugere que uma das formas de ensinar o esporte desde
as séries iniciais se dá por jogos adaptados. Dardos podem ser feitos com
vassouras; blocos de partida, com tocos de madeira; pesos das bolas,
com areia; discos, com tampas de panela; tacões podem ser transformados
em colchões etc.
101
Unidade II
102
ESPORTES INDIVIDUAIS
Exercícios
— Teoria da Territorialidade.
• Descrição I: o foco está nas alterações de comportamento relacionadas às tarefas provocadas pela
presença de observadores.
• Descrição II: os indivíduos identificam‑se com certos locais, protegendo‑os contra quaisquer
intrusões.
• Descrição III: as competições são analisadas com base nas percepções generalizadas de apoio
dos indivíduos.
Análise da questão
• Teoria da Territorialidade: segundo essa teoria, os indivíduos identificam‑se com certos locais,
protegendo‑os contra quaisquer intrusões.
103
Unidade II
• Teoria da Facilitação Social: essa teoria tem como foco as alterações de comportamento
relacionadas às tarefas provocadas pela presença de observadores. Nessa situação, “pretende‑se
explicar a vantagem de competir em casa pelos efeitos provocados pela presença e participação
do público no jogo”.
• Teoria da Percepção do Apoio Social: as competições são analisadas com base nas percepções
generalizadas de apoio dos indivíduos. Se as equipes disputam os jogos em casa, isso produz
nos jogadores, nos treinadores e na comissão uma sensação de apoio social positiva (SAMPAIO;
JANEIRA, 2005).
Questão 2. No que se refere aos esportes individuais, em relação à formação da adaptação em curto
prazo, assinale a alternativa que mostra, correta e ordenadamente, as etapas envolvidas:
C) Estabilidade dos níveis altos do sistema funcional; aumento bruto da frequência cardíaca,
ventilação pulmonar, consumo de oxigênio e acúmulo de lactato; e perturbação do equilíbrio em virtude
da fadiga dos centros de controle nervoso e do esgotamento das reservas de carboidratos.
104
ESPORTES INDIVIDUAIS
Análise da questão
Vimos, no livro‑texto, que a formação da adaptação em curto prazo pode ser dividida nas três etapas
apresentadas a seguir:
105
REFERÊNCIAS
Textuais
AERODESPORTO BRASIL. Esportes aéreos. [S.l.], [s.d.]. Disponível em: https://cutt.ly/r2m0HHZ. Acesso em:
6 jan. 2023.
AMADIO, A. C. (org.) Esporte e atividade física: interação entre o rendimento e qualidade de vida.
Barueri: Manole, 2002.
BARROS, J. A. História comparada: um novo modo de ver e fazer a história. Revista de História
Comparada, Rio de Janeiro, v. 1, n. 1, p. 1‑30, jun. 2007.
BENTO, J. O. Pedagogia do desporte: definições, conceitos e orientações. In: TANI, G.; BENTO, J. O.;
PETERSEN, R. D. S. (org.). Pedagogia do desporto. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006.
BRASIL. Constituição (1988). Brasília, 1988. Disponível em: https://cutt.ly/02DLfoH. Acesso em: 6 jan. 2023.
BRASIL. Decreto‑Lei n. 526, de 1º de julho de 1938. Rio de Janeiro, 1938a. Disponível em:
https://cutt.ly/22DZzum. Acesso em: 6 jan. 2023.
BRASIL. Decreto‑Lei n. 527, de 1º de julho de 1938. Rio de Janeiro, 1938b. Disponível em:
https://cutt.ly/52DZWhA. Acesso em: 6 jan. 2023.
BRASIL. Decreto‑Lei n. 1.056, de 19 de janeiro de 1939. Rio de Janeiro, 1939. Disponível em:
https://cutt.ly/N2DLC5X. Acesso em: 6 jan. 2023.
BRASIL. Decreto‑Lei n. 3.199, de 14 de abril de 1941. Rio de Janeiro, 1941. Disponível em:
https://cutt.ly/J2DL64Z. Acesso em: 6 jan. 2023.
BRASIL. Lei n. 91, de 28 de agosto de 1935. Rio de Janeiro, 1935. Disponível em: https://cutt.ly/m2DXqXq.
Acesso em: 6 jan. 2023.
BRASIL. Lei n. 378, de 13 de janeiro de 1937. Rio de Janeiro, 1937. Disponível em: https://cutt.ly/e2DXOYF.
Acesso em: 6 jan. 2023.
BRASIL. Lei n. 8.672, de 6 de julho de 1993. Brasília, 1993. Disponível em: https://cutt.ly/V2DXVIM.
Acesso em: 6 jan. 2023.
106
BRASIL. Lei n. 9.615, de 24 de março de 1998. Lei Pelé. Brasília, 1998a. Disponível em: https://cutt.ly/q2DCw6r.
Acesso em: 6 jan. 2023.
BRASIL. Lei n. 9.696, de 1º de setembro de 1998. Brasília, 1998b. Disponível em: https://cutt.ly/N2DCgp2.
Acesso em: 6 jan. 2023.
BRASIL. Lei n. 10.264, de 16 de julho de 2001. Lei Agnelo‑Piva. Brasília, 2001. Disponível em:
https://cutt.ly/I2DCx9x. Acesso em: 6 jan. 2023.
BRASIL. Lei n. 11.438, de 29 de dezembro de 2006. Brasília, 2006. Disponível em: https://cutt.ly/L2DCVEu.
Acesso em: 6 jan. 2023.
BRASIL. Lei n. 13.155, de 4 de agosto de 2015. Brasília, 2015. Disponível em: https://cutt.ly/q2DVe3q.
Acesso em: 6 jan. 2023.
BRASIL. Ministério da Educação. Conselho Nacional de Educação. Base Nacional Curricular Comum
(BNCC): Educação Física. Brasília, 2018a. Disponível em: https://cutt.ly/n2RyjTZ. Acesso em: 6 jan. 2023.
BRASIL. Ministério da Infraestrutura. Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). Brasília, [s.d.]a.
Disponível em: https://cutt.ly/a2m00RB. Acesso em: 6 jan. 2023.
BRASIL. Ministério da Infraestrutura. Guia prático sobre infrações no aerodesporto. Brasília, [s.d.]b.
Disponível em: https://cutt.ly/r2DHj1y. Acesso em: 6 jan. 2023.
BRASIL. Ministério da Infraestrutura. Regulamento Brasileiro da Aviação Civil: RBAC n. 103. Brasília,
2018b. Disponível em: https://cutt.ly/r2DKMsh. Acesso em: 6 jan. 2023.
CBG. Equipamentos. São Paulo, [s.d.]. Disponível em: https://cutt.ly/i2E0Bnw. Acesso em: 6 jan. 2023.
CHANDLER, T. J.; BROWN, L. E. Treinamento de força para o desempenho humano. Porto Alegre:
Artmed, 2009.
CHAOUACHI, A. et al. Effect of Ramadan intermittent fasting on aerobic and anaerobic performance
and perception of fatigue in male elite judo athletes. The Journal of Strength & Conditioning
Research, v. 23, n. 9, p. 2702‑2709, 2009.
COB. Documentos. Rio de Janeiro, [s.d.]a. Disponível em: https://cutt.ly/82vXAM0. Acesso em: 6 jan. 2023.
COB. Ginástica artística. Rio de Janeiro, [s.d.]b. Disponível em: https://cutt.ly/Q2OatQy. Acesso em:
6 jan. 2023.
107
COB. Ginástica de trampolim. Rio de Janeiro, [s.d.]c. Disponível em: https://cutt.ly/v2E2iDY.
Acesso em: 6 jan. 2023.
COB. Ginástica rítmica. Rio de Janeiro, [s.d.]d. Disponível em: https://cutt.ly/n2OpCG9. Acesso em:
6 jan. 2023.
COHEN, D. K.; RAUDENBUSH, S. W.; BALL, D. L. Resources, instruction, and research. Educational
Evaluation and Policy Analysis, v. 25, n. 2, p. 119‑142, 2003.
COURNEYA, K. S.; CARRON, A. V. Effects of travel and length of home stand/road trip on tie home
advantage. Journal of Sport and Exercise Psychology, v. 13, n. 1, p. 42‑49, 1991.
COURNEYA, K. S.; CARRON, A. V. The home advantage in sport competitions: a literature review.
Journal of Sport and Exercise Psychology, v. 14, n. 1, p. 13‑27, 1992.
CUTTON, D. M.; LANDIN, D. The effects of a cognitive learning strategy and augmented feedback on
learning the tennis. Research Quarterly for Exercise and Sport, v. 65, n. 1, p. A‑75, 1994.
DARDEN, G. Demonstrating motor skills: rethinking that expert demonstration. Journal of Physical
Education, Recreation and Dance, v. 68, n. 6, p. 31‑35, 1997.
DE MARCO, A. Desenvolvimento humano, educação e esporte. In: MOREIRA, W. W.; SIMÕES, R. (org.).
Esporte como fator de qualidade de vida. Piracicaba: Unimep, 2002.
DE ROSE JUNIOR, D.; KORSAKAS, P. O processo de competição e o ensino do desporto. In: TANI, G.;
BENTO, J. O.; PETERSEN, R. D. (org.). Pedagogia do desporto. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006.
DUNKEL‑SCHETTER, C.; BENNETT, T. L. Differentiating the cognitive and behavioral aspects of social
support. In: SARASON; B. R.; SARASON, G.; PIERCE, G. R. (ed.). Wiley series on personality processes:
social support – an interactional view. Nova York: John Wiley & Sons, 1990. p. 267‑296.
108
FAZENDA, I. C. A. Interdisciplinaridade para além da palavra... In: MENESES, J. G. C.; BATISTA, S. H. S. S.
(org.). Revisitando a prática docente: interdisciplinaridade, políticas públicas e formação. São Paulo:
Pioneira Thomson Learning, 2003.
FERRAZ, O. L. O esporte, a criança e o adolescente: consensos e divergências. In: DE ROSE JUNIOR, D. (org.).
Esporte e atividade física na infância e na adolescência: uma abordagem multidisciplinar. Porto Alegre:
Artmed, 2002.
FERREIRA, M. S. A competição na educação física escolar. Motriz, Rio Claro, v. 6, n. 2, p. 97‑100, jul./dez. 2000.
FISHMAN, S.; TOBEY, C. Augmented feedback. In: ANDERSON, W.; BARRETTE, G. (ed.). What’s going on in
gym: descriptive studies of physical education classes. Motor Skills: Theory into Practice, p. 25‑38, 1978.
GARCIA, R. P. Contributo para uma compreensão do desporto: uma perspectiva cultural. In: BARBATIN,
V. J. et al. (org.) Esporte e atividade física: interação entre o rendimento e qualidade de vida. Barueri:
Manole, 2002.
GLENCROSS, D. J. Human skill and motor learning: a critical review. Sport Science Review, v. 1,
n. 2, 65‑78, 1992.
GODTSFRIEDT, J. Esporte e sua relação com a sociedade: uma síntese bibliográfica. EFDeportes,
n. 142, mar. 2010.
GONZÁLEZ, F. J.; BRACHT, V. Metodologia do ensino dos esportes coletivos. Vitória: Universidade
Federal do Espírito Santo, 2012.
GRECO, P. J.; BENDA, R. N. Iniciação esportiva universal II: da aprendizagem motora ao treinamento
técnico. Belo Horizonte: UFMG, 1998b.
KANSANEN, P. Studying: the realistic bridge between instruction and learning: an attempt to a
conceptual whole of the teaching‑studying‑learning process. Educational Studies, v. 29, n. 2‑3,
p. 221‑232, 2003.
109
LAKEY, B.; DREW, J. B. A social‑cognitive perspective on social support. In: PIERCE, G. R.; LAKEY, B.;
SARASON, I. G. (ed.). Sourcebook of social support and personality. Boston: Springer, 1997. p. 107‑140.
LEITH, M. Um bom treinador tem de ser um bom gestor. Treino Desportivo, v. 23, p. 3‑13, 1992.
MATVEEV, L. P. Fundamentos del entrenamiento deportivo. [S.l.]: Lib Deportivas Esteban Sanz, 1985.
MCCULLAGH, P.; MEYER, K. N. Learning versus correct models: influence of model type on the learning
of a free‑weight squat lift. Research Quarterly for Exercise and Sport, v. 68, n. 1, p. 56‑61, 1997.
MECHLING, H. Von koordenativen fähigkeiten zum strategie‑adaptations ansatz. In: MECHLING, H.;
MUNZERT, J. (ed.). Bewegungswissenschaft – bewegungslehre – ein handbuch. Schorndorf: Hofmann, 2002.
MELO, V. A. Por que devemos estudar História da Educação Física e do Esporte? Motriz, Rio Claro,
v. 3, n. 1, 1997.
MOREIRA, W. W. Projeto desporto de base: o corpo da criança na educação através do esporte. In: MOREIRA,
W. W.; SIMÕES, R. (org.). Educação física: intervenção e conhecimento científico. Piracicaba: Unimep. 2004.
110
NEUMAIER, A.; MECHLING, H.; STRAUSS, R. Koordenative anforderungsprofile ausgewaelter sportarten.
Köln: Verlag Sport und Buch Strauss, 2002.
OLIVEIRA, M. Atletismo escolar: uma proposta de ensino na educação infantil. Rio de Janeiro: Sprint, 2006.
OLYMPICS. Nado artístico. [s.d.]. Disponível em: https://cutt.ly/o2E6wtD. Acesso em: 6 jan. 2023.
PAES, R. R. Educação física escolar: o esporte como conteúdo pedagógico do ensino fundamental.
Canoas: Ulbra, 2001.
PAES, R. R. A pedagogia do esporte e os jogos coletivos. In: DE ROSE JUNIOR, D. (org.). Esporte e atividade
física na infância e na adolescência: uma abordagem multidisciplinar. Porto Alegre: Artmed, 2002.
PAES, R. R.; BALBINO, H. F. Pedagogia do esporte: conceitos e perspectivas. Rio de Janeiro: Guanabara
Koogan, 2005.
PALLOTTA, M.; HERDIES, D. L.; GONÇALVES, L. G. G. Estudo das condições de tempo e conforto térmico
no desempenho esportivo aplicado à maratona da cidade do Rio de Janeiro. Revista Brasileira de
Meteorologia, v. 30, n. 2, p. 223‑240, 2015.
PIERI, A.; HUBER, M. P. A utilização do atletismo na educação física escolar como base para o
desenvolvimento motor. EFDeportes.com: Revista Digital, Buenos Aires, v. 17, n. 178, 2013. Disponível
em: https://cutt.ly/n2D2bny. Acesso em: 6 jan. 2023.
PIMENTA, T. F. F.; MARCHI JUNIOR, W. Processo civilizador e as artes marciais coreanas: possíveis
aproximações. In: SIMPÓSIO INTERNACIONAL PROCESSO CIVILIZADOR, 10., 2007, Campinas. Anais [...].
Campinas: Unicamp, 2007.
PORCARI, J. P. et al. Effect of wearing the elevation training mask on aerobic capacity, lung function,
and hematological variables. Journal of Sports Science & Medicine, v. 15, n. 2, p. 379‑386, jun. 2016.
Disponível em: https://cutt.ly/F2D9wmO. Acesso em: 6 jan. 2023.
111
REVERDITO, R. S.; SCAGLIA, A. J. Pedagogia do Esporte: uma análise conceitual das principais
abordagens. In: CONGRESSO CIENTÍFICO LATINO‑AMERICANO DE EDUCAÇÃO FÍSICA, 4., 2006,
Piracicaba. Anais [...]. Piracicaba: Universidade Metodista de Piracicaba, 2006.
RINK, J. Effective instruction in physical education. In: SILVERMAN, S.; ENNIS, C. (ed.). Student learning
in physical education. Champaign: Human Kinetics, 1996.
ROCCO JUNIOR, A. J.; MAZZEI, L. C. Os estádios e arenas do futebol brasileiro e o legado da Copa do
Mundo 2014: o padrão Fifa, o consumidor do esporte e o entretenimento. São Paulo: OJM, 2018.
ROSCHEL, H.; TRICOLI, V.; UGRINOWITSCH, C. Treinamento físico: considerações práticas e científicas.
Revista Brasileira de Educação Física e Esporte, São Paulo, v. 25, p. 53‑65, dez. 2011. Disponível em:
https://cutt.ly/e2D3wNL. Acesso em: 6 jan. 2023.
ROSENSHINE, B. Content, time and direct instruction. In: PETERSON, P.; WALBERG, H. (ed.). Research
on teaching: concepts, findings and implications. Berkeley: McCutchan, 1979.
ROTH, K.; KRÖGER, C.; MEMMERT, D. Ballschule rückschlagspiele. Schorndorf: Hofmann, 2002.
RUBIO, K. Jogos Olímpicos da Era Moderna: uma proposta de periodização. Revista Brasileira de
Educação Física e Esporte, São Paulo, v. 24, n. 1, p. 55‑68, jan./mar. 2010.
RUTHVEN, K. Towards synergy of scholarly and craft knowledge. In: ENGLISH, L. D. (ed.). Handbook of
international research in mathematics education Mahwah. Nova Jersey: Lawrence Erlbaum, 2002.
SAMPAIO, J.; JANEIRA, M. A vantagem em casa nos jogos desportivos colectivos: revisão da literatura
centrada no Basquetebol e no modelo de Courneya e Carron. Revista Portuguesa de Ciências do
Desporto, v. 2, n. V, p. 235‑246, 2005. Disponível em: https://cutt.ly/32D3GIj. Acesso em: 6 out. 2022.
SÃO PAULO (cidade). Secretaria de Esportes, Lazer e Recreação. Guia didático: modalidades esportivas
individuais terrestres (versão preliminar). São Paulo, 2013. Disponível em: https://cutt.ly/B2UvZY3.
Acesso em: 6 jan. 2023.
112
SCAGLIA, A. J.; MEDEIROS, M.; SADI, R. S. Competições pedagógicas e festivais esportivos: questões
pertinentes ao treinamento esportivo. Revista Virtual EFArtigos, Natal/RN, v. 3, n. 23, abr. 2006.
Disponível em: https://cutt.ly/f2D8eNS. Acesso em: 6 jan. 2023.
SCAGLIA, A. J.; SOUZA, A. Pedagogia do esporte. In: COMISSÃO DE ESPECIALISTAS – ME. Dimensões
pedagógicas do esporte. Brasília: Unb/Cad, 2004.
SCAGLIA, A.; GOMES, R. M. O jogo e a competição: investigações preliminares. In: VENÂNCIO, S.;
FREIRE, J. B. (org.). O jogo dentro e fora da escola. Campinas: Autores Associados, 2005.
SEYTON, C. Um pouco da história do esporte no Brasil. Nota Alta, 8 abr. 2013. Disponível em:
https://cutt.ly/E2D71RG. Acesso em: 6 jan. 2023.
SIEDENTOP, D.; TANNEHILL, D. Developing teaching skills in physical education. 4. ed. Mountain View:
Mayfield, 2000.
TANI, G.; BENTO, J. O.; PETERSEN, R. D. S. Pedagogia do desporto. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006.
TAVARES, F.; FARIA, R. A capacidade de jogo como pré‑requisito do rendimento para o jogo. In: OLIVEIRA,
J.; TAVARES, F. (ed.). Estratégia e táctica nos jogos desportivos. Porto: FCDEF‑UP, 1996.
TAVARES, O. Esporte, movimento olímpico e democracia: o atleta como mediador. 2003. Tese
(Doutorado em Educação Física) – Universidade Gama Filho, Rio de Janeiro, 2008.
TEODORESCU, L. Problemas de teoria e metodologia nos jogos desportivos. Lisboa: Livros Horizonte, 1984.
TINNING, R. Educación física: la escuela y sus profesores. Valencia: Universitat de Valencia, 1992.
TUBINO, M. J. G. As novas tendências profissionais na educação física e esportes. 2002. Disponível em:
https://cutt.ly/Y2D4dOP. Acesso em: 30 ago. 2022.
VANCINI, R. et al. A pedagogia do ensino das modalidades esportivas coletivas e individuais: um ensaio
teórico. Conexões, Campinas, v. 13, n. 4, p. 137‑154, 2015. Disponível em: https://cutt.ly/12D4EsH.
Acesso em: 6 jan. 2023.
VICKERS, J. Instructional design for teaching physical education. Champaign: Human Kinetics, 1990.
WRISBERG, C. A. Levels of performance skill. In: SINGER, R.; MURPHY, M.; TENNANT, K. (ed.). Handbook of
sport psychology. Nova York: MacMillan, 1993.
ZAGATTO, A. M.; CAVALCANTE, W. S.; MORAES, W. M. O uso de máscara contra gases na determinação dos
testes de velocidade crítica, 12 minutos, Wingate e RAST. Revista de Educação Física, v. 76, n. 139, p. 4‑12,
dez. 2007. Disponível em: https://cutt.ly/02D7Wrr. Acesso em: 6 jan. 2023.
ZAJONC, R. B. Social Facilitation. Science, v. 149, n. 3681, p. 269‑274, jul. 1965. Disponível em:
https://cutt.ly/82D7ADM. Acesso em: 6 out. 2022.
114
115
116
Informações:
www.sepi.unip.br ou 0800 010 9000