0% acharam este documento útil (0 voto)
21 visualizações3 páginas

Abolição da Escravidão no Brasil

O processo de abolição da escravidão no Brasil foi gradual, influenciado por pressões internacionais e movimentos abolicionistas internos. A promulgação da Lei Eusébio de Queirós em 1850 e a Lei Áurea em 1888 foram marcos importantes, mas a abolição ocorreu sem um plano de integração social, resultando em marginalização dos ex-escravizados. Apesar da formalização da liberdade, o racismo e a desigualdade social persistem, refletindo a incompletude do processo de abolição.
Direitos autorais
© © All Rights Reserved
Levamos muito a sério os direitos de conteúdo. Se você suspeita que este conteúdo é seu, reivindique-o aqui.
Formatos disponíveis
Baixe no formato PDF, TXT ou leia on-line no Scribd
0% acharam este documento útil (0 voto)
21 visualizações3 páginas

Abolição da Escravidão no Brasil

O processo de abolição da escravidão no Brasil foi gradual, influenciado por pressões internacionais e movimentos abolicionistas internos. A promulgação da Lei Eusébio de Queirós em 1850 e a Lei Áurea em 1888 foram marcos importantes, mas a abolição ocorreu sem um plano de integração social, resultando em marginalização dos ex-escravizados. Apesar da formalização da liberdade, o racismo e a desigualdade social persistem, refletindo a incompletude do processo de abolição.
Direitos autorais
© © All Rights Reserved
Levamos muito a sério os direitos de conteúdo. Se você suspeita que este conteúdo é seu, reivindique-o aqui.
Formatos disponíveis
Baixe no formato PDF, TXT ou leia on-line no Scribd
Você está na página 1/ 3

Processo de Abolição da Escravidão no Brasil

O processo de abolição no Brasil foi lento e gradativo, resultante de uma série de mudanças sociais, econômicas e

políticas,

influenciado tanto por pressões externas quanto por mobilizações internas. Desde o século XIX, com o crescimento de

movimentos

abolicionistas e transformações econômicas, o país começou a experimentar mudanças nas relações de trabalho e na

forma de pensar

sobre a escravidão.

1. Pressão Internacional e Primeiros Movimentos

No início do século XIX, a pressão da Inglaterra - então uma das maiores potências globais e pioneira na abolição do

tráfico de

escravos - foi um fator crucial para o Brasil começar a rever a prática da escravidão. A Inglaterra tinha interesse em

expandir

seu comércio com o Brasil, mas exigia a proibição do tráfico negreiro, pois já havia abolido a escravidão em suas

colônias.

Assim, mesmo com a resistência dos proprietários de escravizados e da elite agrária, o Brasil começou a sentir a

necessidade

de rever a questão.

2. Lei Eusébio de Queirós (1850)

Em 1850, após sucessivas pressões, foi promulgada a Lei Eusébio de Queirós, que proibia o tráfico de escravizados no

Brasil.

Embora muitos proprietários de terras continuassem a utilizar o trabalho escravo, essa lei foi um marco importante, pois

dificultou a entrada de novos escravizados africanos no país e impulsionou os movimentos em defesa da abolição. Isso

também

levou a uma série de mudanças econômicas, com o aumento gradual de imigrantes europeus e o crescimento do

trabalho assalariado,

especialmente nas áreas urbanas.

3. Movimentos Abolicionistas e Ações de Resistência


Nos anos seguintes, movimentos abolicionistas começaram a ganhar força, sobretudo nas cidades, com destaque para

figuras

como Joaquim Nabuco, Luiz Gama, José do Patrocínio e outros ativistas. Havia também ações de resistência por parte

dos

próprios escravizados, como fugas para quilombos e revoltas. A imprensa abolicionista e as sociedades emancipatórias

organizavam

campanhas para conscientizar a população e pressionar o governo.

4. Leis Gradualistas: Ventre Livre e Sexagenários

Para amenizar as tensões e tentar manter o controle do processo, o governo implementou leis gradualistas:

- Lei do Ventre Livre (1871): Estabeleceu que filhos de mulheres escravizadas nascidos a partir da lei seriam livres.

No entanto, esses jovens continuavam sob a tutela dos senhores até os 21 anos, e a lei teve pouco impacto

imediato.

- Lei dos Sexagenários (1885): Concedia liberdade a escravizados com mais de 60 anos. Essa lei foi criticada, pois

poucos

chegavam a essa idade devido às condições de vida e trabalho; além disso, a maioria que conseguia a libertação já

estava

fisicamente debilitada.

5. Lei Áurea e o Fim da Escravidão (1888)

Em 13 de maio de 1888, após anos de luta e pressão, a Princesa Isabel assinou a Lei Áurea, que finalmente extinguiu

a escravidão

no Brasil. A abolição, contudo, foi realizada sem nenhum tipo de plano de integração social para os ex-escravizados.

Sem acesso

a terras, recursos ou educação, muitos ex-escravizados continuaram em condições de marginalização, aceitando

empregos de baixa

remuneração e enfrentando um novo ciclo de exclusão.

Conclusão: O Legado da Abolição

A abolição formal da escravidão no Brasil não eliminou o racismo e a desigualdade social. A ausência de políticas de

inserção

e de apoio aos libertos manteve a população negra em uma situação de desvantagem econômica e social, originando o

racismo
estrutural que ainda persiste. O processo de abolição foi, assim, um passo importante, mas incompleto, pois a liberdade

formal

não foi acompanhada de condições para uma verdadeira integração social.

Você também pode gostar