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Cap 5 Resumo (EBC II)

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Cap 4 Resumo:

Introdução:

O período da Nova República (1985-89) no Brasil é lembrado por tentativas


malsucedidas de estabilização da inflação, com três planos principais lançados durante o
governo de José Sarney: Plano Cruzado (1986), Plano Bresser (1987) e Plano Verão (1989).
Apesar de não terem conseguido controlar a inflação, esses planos resultaram em momentos de
rápido crescimento econômico, com uma expansão acumulada do produto de 24% nos dois
primeiros anos. No entanto, as contas fiscais e externas se deterioraram significativamente.

A Nova República também serviu como um período de aprendizado sobre as


dificuldades da redemocratização. Antes de analisar o comportamento econômico do período, é
importante considerar o contexto histórico anterior, incluindo o movimento das “Diretas Já” e a
expectativa de que a redemocratização resolveria diversos problemas do país.

Esperança e Frustração: a Campanha “Diretas Já” e a Morte de Tancredo Neves:

Em 1984, o Brasil vivia um momento de transição após 20 anos de Regime Militar, com
o movimento "Diretas Já" ganhando força. Milhões de brasileiros esperavam que a democracia
trouxesse não apenas liberdades civis e políticas, mas também o fim da inflação, o retorno do
crescimento econômico e a redistribuição de renda. O ambiente era de esperança e confiança em
mudanças profundas.

O movimento "Diretas Já" culminou em grandes comícios, especialmente em abril de


1984, mas a emenda constitucional que restabeleceria o voto direto para presidente (Emenda
Dante de Oliveira) não foi aprovada por falta de quorum, causando a primeira frustração da
Nova República.

Apesar disso, a transição para a democracia continuou através de eleições indiretas no


Colégio Eleitoral, resultando na eleição de Tancredo Neves como presidente em janeiro de
1985. No entanto, Tancredo faleceu antes de tomar posse, deixando José Sarney como
presidente. Sarney, visto como o elo mais fraco da coalizão que elegeu Tancredo, buscou
legitimidade popular com o Plano Cruzado.

A Economia às Vésperas do Plano Cruzado:

Após uma recessão entre 1981-83, a economia brasileira voltou a crescer em 1984, com
um aumento de 5,4% do PIB, seguido por um crescimento de 7,8% em 1985. Esse crescimento
foi acompanhado por uma melhora nas contas externas e uma redução no desequilíbrio das
contas públicas. A balança comercial passou de um déficit de US$ 2,8 bilhões em 1980 para um
superávit de US$ 13,1 bilhões em 1984, e o déficit operacional caiu de 6,3% do PIB em 1981
para 3,0% em 1984.

Os resultados positivos nas contas externas em 1984 foram atribuídos a quatro fatores
principais: amadurecimento dos investimentos em substituição de importações e promoção de
exportações, maxidesvalorização da moeda em 1983, recessão anterior e recuperação da
economia americana. As reservas internacionais aumentaram significativamente, atingindo US$
11,6 bilhões em 1985.

O cenário internacional também era favorável, com a queda do preço do petróleo e a


desvalorização do dólar em relação a outras moedas. No entanto, a inflação continuava a ser um
problema grave, acelerando após a maxidesvalorização de 1983 e atingindo 224% em 1984 e
235% em 1985. As medidas fiscais adotadas não conseguiram conter a inflação, que estava se
acelerando às vésperas do Plano Cruzado.
O Debate sobre as Causas da Inflação no Brasil:

Na primeira metade dos anos 1980, as medidas fiscais e monetárias no Brasil foram
ineficazes no combate à inflação, levando ao fortalecimento da tese de que a correção monetária
dificultava esse combate. Em 1984, quatro propostas de desindexação estavam em discussão:

Pacto Social: Defendido por economistas do PMDB e da Unicamp, baseava-se na ideia


de que a inflação resultava de um conflito distributivo entre diferentes setores da sociedade.
Choque Ortodoxo: Proposto por economistas da FGV, defendia que a inflação era
causada pela expansão monetária excessiva e pelo gasto público elevado.
Choque Heterodoxo: Defendido por Francisco Lopes da PUC-Rio, baseava-se na ideia
de que a inflação era principalmente inercial.
Reforma Monetária: Proposta por André Lara Resende e Pérsio Arida da PUC-Rio,
sugeria a introdução de uma moeda indexada paralela à moeda oficial.
As propostas divergiam quanto à abordagem para desindexar a economia e combater a
inflação. O Plano Cruzado, Bresser e Verão seguiram a proposta de congelamento de preços,
enquanto o Plano Real adotou a proposta de moeda indexada com modificações.

A tese de Franco sobre a estabilização na Alemanha nos anos 1920 também foi
mencionada, destacando a importância da taxa de câmbio e do conflito distributivo como causas
da inflação. A história mostrou que o fracasso dos planos de 1985-89 ajudou a criar um plano de
desindexação mais sólido, o Plano Real, que conseguiu controlar a inflação em um contexto
internacional mais favorável.

A Inflação Inercial:

Francisco Lopes argumenta que a inércia inflacionária resulta da existência de contratos


com cláusulas de indexação, que perpetuam a inflação passada. Em uma economia indexada, a
inflação do período anterior se torna a tendência inflacionária atual, agravada por choques de
oferta ou demanda. A indexação perpetua preços desequilibrados, incompatíveis com o
equilíbrio de oferta e demanda.

A inércia inflacionária é sustentada pela assincronia dos picos de renda entre diferentes
categorias (trabalhadores, governo e empresários). Para desindexar a economia de forma
sustentável, todos os contratos deveriam ser convertidos pelo valor médio de equilíbrio,
evitando picos ou vales insustentáveis.

O texto também discute as diferenças entre as teses ortodoxas e heterodoxas de inflação.


As teses ortodoxas veem a inflação como resultado de excesso de demanda e expansão
monetária, enquanto as heterodoxas enfatizam inflações de custos e conflitos distributivos. A
inflação inercial, segundo o Plano Cruzado, é causada por cláusulas de indexação contratual,
não por problemas estruturais da economia.

Por fim, o texto aborda a relação entre inflação inercial e expectativas, destacando que a
inflação passada é a melhor previsão para a inflação futura, seja por expectativas adaptativas ou
racionais.

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