A metafísica
de Aristóteles
IFTO - CAMPUS GURUPI
FILOSOFIA
PROF. FERNANDO FERREIRA
Quem foi
Aristóteles?
Nasceu em Estagira, na Macedônia, por volta de 384 a.c. e
morreu em Atenas por volta de 322 a.c.
Foi discípulo de Platão e Mestre de Alexandre, o grande, rei
da Macedônia e conquistador.
Seu pai, Nicômaco, era médico e amigo pessoal de Amintas
III, rei macedônico pai de Filipe II e avô de Alexandre.
O que é
Metafísica?
Consiste na disciplina filosófica que investiga a natureza
fundamental da realidade, o próprio “ser” do que existe,
desenvolvendo um trabalho conceitual ao redor de categorias
abstratas e puras para a compreensão do mundo material.
Metafísica dá nome a um conjunto de escritos de Aristóteles,
os quais foram compilados por um bibliotecário da antiguidade
por possuírem uma temática comum, isto é, a tentativa de
investigar o que está “além” (meta) do mundo material (physis).
A Escola de Atenas, afresco de Rafael Sanzio, pintado entre 1509 e 1510, sob encomenda do
Vaticano.
Aristóteles e
Platão
Discordâncias no modo de
definir a natureza do
conhecimento sobre o “ser”.
O conceito de “substância”
Para Aristóteles, a substância [ousia] é o ser mais
fundamental, aquilo que existe independentemente e
serve como suporte para todas as propriedades e
mudanças. Ela é a unidade básica da realidade e aquilo
que permanece idêntico a si mesmo enquanto possui ou
sofre modificações.
A substância é composta de matéria [hylê] e forma
[morphê, eidos], mas é mais do que a soma de ambas. Ela
é aquilo que "existe por si só" (ou seja, não depende de
outra coisa para existir). Por exemplo, uma árvore, um
animal ou uma pessoa são substâncias.
O que é
Metafísica?
Ao longo dos livros presentes na Metafísica, Aristóteles define
de 4 maneiras distintas o que seria o objeto de investigação e
reflexão da “filosofia primeira”, a qual hoje chamamos de
metafísica:
1. a metafísica indaga as causas e princípios primeiros ou
supremos;
2. a metafísica indaga o ser enquanto ser;
3. a metafísica indaga a substância;
4. a metafísica indaga Deus e as substâncias supra-sensíveis.
E também é justo chamar a filosofia de ciência da verdade, porque o fim da
ciência teorética é a verdade, enquanto o fim da prática é a ação. Com
efeito, os que visam à ação, mesmo que observem como estão as coisas,
não tendem ao conhecimento do que é eterno, mas só do que é relativo a
determinada circunstância e num determinado momento. Ora, não
conhecemos a verdade sem conhecer a causa. Mas qualquer coisa que
possua em grau eminente a natureza que lhe é própria constitui a causa
pela qual aquela natureza será atribuída a outra coisas: por exemplo, o
fogo é quente em grau máximo, porque ele é causa do calor nas outras
coisas. Portanto o que é causa do ser verdadeiro das coisas que dele
derivam deve ser verdadeiro mais que todos os outros. Assim é necessário
que as causas dos seres eternos sejam mais verdadeiras do que todas as
outras: com efeito, elas não são verdadeiras apenas algumas vezes, e não
existe causa ulterior do seu ser, mas elas são as causas do ser das outras
coisas. Por conseguinte, cada coisa possui tanto de verdade quanto
possui de ser.
ARISTÓTELES, Metafísica (Livro alfa 2), p. 73.
“O ser se diz de muitos modos”
A teoria das 4 causas de Aristóteles
Causa formal: corresponde à forma ou essência
das coisas, determinada estrutura dos objetos.
Causa material: aquilo de que é feito um objeto,
sua matéria.
Causa eficiente: aquilo de que provém um
determinado objeto, o que provoca a mudança
ou movimento nas coisas.
Causa final: o propósito ou finalidade de uma
determinada coisa, a função ou “bem” de um
objeto.
Bibliografia
ARISTÓTELES. Metafísica. Edição bilíngue. Comentário e
organização de Giovanni Realle. São Paulo: Edições Loyola,
2002.
REALLE, Giovanni. Aristóteles (História da Filosofia Grega e
Romana Vol. IV). Tradução de Henrique Cláudio de Lima Vaz e
Marcelo Perine. São Paulo: Edições Loyola, 2007.
