01 Organização Do Texto
01 Organização Do Texto
Fatores De Textualidade
Texto é um conjunto organizado de palavras onde podemos achar uma relação entre suas partes
dando um significado a ele. Para que este texto faça sentido temos vários fatores:
Coerência:
Coesão:
Coesão é a unidade formal do texto, que se dá por mecanismos gramaticais e lexicais. É a ligação
harmônica entre duas partes, utilizada na gramática como forma de obter um texto claro e compreen-
sível.
Intencionalidade:
Empenho do autor em construir um texto coerente, coeso, e que atinja o objetivo que ele tem em
mente. A intencionalidade é a principal ideia a ser passada pelo autor, a principal ideia que o autor
quer transmitir, mais para que isso ocorra, ele tem que ter todo o conhecimento específico sobre o
assunto a ser tratado.
Informatividade:
Todo texto tem um nível de informatividade, mas isso depende de quem lê. Um leitor que conhece o
assunto terá um nível baixo de informatividade, mas para aquela pessoa que não tem nenhum conhe-
cimento do assunto terá um nível alto de informatividade. Tanto a falta quanto o excesso de previsibi-
lidade, são prejudiciais à aceitação do texto por parte do leitor. Um bom índice de informatividade
atende à suficiência de dados.
Intertextualidade:
Intertextualidade refere-se às diversas maneiras pelas quais a produção e a recepção de um texto de-
pendem do conhecimento dos outros textos anteriormente produzidos. Nesse sentido pode-se falar
em : alusão, epígrafe, paródia, paráfrase, citação, metalinguagem e polifonia;
Aceitabilidade:
Na aceitabilidade, o leitor necessita um conhecimento prévio para avaliar o texto corretamente, dessa
forma, ficando ao seu critério aceitar ou não a intenção real do autor. Pois consequentemente, é atra-
vés de sua interpretação e interação que se pode dar o sentido a leitura, reconhecendo o que há de
implícito ou explícito que contenham no texto. A aceitabilidade é uma contraparte da intencionalidade,
pois ele nos deixa claro que para que se haja a aceitação é necessário que o autor, o texto e o leitor,
estejam em constante interação.
Situacionalidade:
Diz respeito à pertinência e à relevância do texto no contexto. Reúne fatores que tornam o texto ade-
quado a uma situação atual ou passada.
A Coerência Textual
A coerência resulta da configuração que assumem os conceitos e relações subjacentes à sua superfí-
cie textual. É considerada o fator fundamental da textualidade, porque é responsável pelo sentido do
texto. Envolve não só aspectos lógicos e semânticos, mas também cognitivos, na medida em que de-
pende do partilhar de conhecimentos entre os interlocutores.
Um discurso é aceito como coerente quando apresenta uma configuração conceitual compatível com
o conhecimento de mundo do recebedor. Essa. O texto não significa exclusivamente por si mesmo.
Seu sentido é construído não só pelo produtor como também pelo recebedor, que precisa deter os
conhecimentos necessários à sua interpretação.
WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 1
FATORES DE TEXTUALIDADE
O produtor do discurso não ignora essa participação do interlocutor e conta com ela. É fácil verificar
que grande parte dos conhecimentos necessários à compreensão dos textos não vem explícita, mas
fica dependente da capacidade de pressuposição e inferência do recebedor.
Através dessa visão Ingedore villaça e Luiz Carlos travagua em seu livro “A coerência textual” pre-
tende em sua obra apenas introduzir os leitores ao estudo da coerência textual.
É a coerência que faz com que uma sequência linguística qualquer seja vista como um texto, porque
é a coerência, através de vários fatores, que permite estabelecer relações (sintático-gramaticais, se-
mânticas e pragmáticas) entre os elementos da sequência (morfemas, palavras, expressões, frases,
parágrafos, capítulos, etc), permitindo construí-la e percebê-la, na recepção, como constituindo uma
unidade significativa global. Portanto é a coerência que dá textura etextualidade à sequência linguís-
tica, entendendo-se por textura ou textualidade aquilo que converte uma sequência linguística em
texto. Assim sendo, podemos dizer que a coerência dá início à textualidade
Mesmo sendo uma obra que aponta vários fatores responsáveis pela coerência textual de um dis-
curso qualquer:a intencionalidade e aceitabilidade,fatores de contextualização, a situacionabilidade, a
informatividade e a intertextualidade,a intertextualidade e inferência , que têm a ver com os fatores
pragmáticos envolvidos no processo sociocomunicativo ,acrescentamos com outros fatores relevan-
tes de outros autores com a intenção de ampliar ainda mais nosso estudo sobre coerência textual
A idéia de incoerência depende de conhecimentos prévios sobre o mundo e do tipo de mundo em que
o texto se insere, bem como do tipo de texto.
O conhecimento de mundo é importante, não menos importante é que esse conhecimento seja parti-
lhado pelo produtor e receptor do texto. O produtor e receptor do texto devem ter conhecimento co-
mum.
Finalmente é preciso lembrar que o sentido que damos a um texto pode depender (e com frequência
depende) do conhecimento de outros textos, com os quais ele se relaciona.
Neste capitulo você deve ter intuído uma concepção básica do que seja o fenômeno da coerência e
do que depende. Busquemos a seguir uma visão mais detalhada e sistemática da coerência textual.
Conceito De Coerência
O que é coerência
Dificilmente se poderá dizer o que é coerência apenas através de um conceito, pó isso vamos defini-
la através da apresentação de vários aspectos e/ou traços que, em seu conjunto, permitem perceber
o que esse termo significa.
A coerência está diretamente ligada à possibilidade de estabelecer um sentido para o texto, ou seja,
ela é o que faz com que o texto faça sentido para os usuários, devendo, portanto, ser entendida com
um principio de interpretabilidade, ligada à inteligibilidade do texto numa situação de comunicação e à
capacidade que o receptor tem para calcular o sentido desse texto. Este sentido, evidentemente,
deve ser do todo, pois a coerência é global. Para haver coerência é preciso que haja possibilidade de
estabelecer no texto alguma forma de unidade ou relação entre seus elementos.
A relação que tem de ser estabelecida pode ser não só semântica (entre conteúdos), mas também
pragmática, entre atos de fala, ou seja, entre as ações que realizamos ao falar (por exemplo: jurar,
ordenar, asseverar, ameaçar, prometer, avisar).
WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 2
FATORES DE TEXTUALIDADE
Este fato é que levou Widdowson (1978) a dizer que a coerência seria a relação entre os atos de fala
que as proposições realizam (uma proposição é definida como representação linguística de um es-
tado de coisas por meio de um ato de referencia e um ato de predicação, daí a expressão conteúdo
proposicional).
Beaugrande & Dressler (1981) e Marcushi (1983) afirmam que, se há uma unidade de sentido no todo
do texto quando este é coerente, então a base da coerência é a continuidade de sentidos entre os co-
nhecimentos ativados pelas expressões do texto. Essa continuidade diz respeito ao modo como os
componentes do mundo textual, ou seja, o conjunto de conceitos e relações subjacentes à superfície
linguística do texto, são mutuamente acessíveis e relevantes. Evidentemente, o relacionamento entre
esses elementos não é linear e a coerência aparece, assim, como uma organização reticulada, tenta-
cular e hierarquizada do texto.
A continuidade estabelece uma coesão conceitual cognitiva entre os elementos do texto através de
processos cognitiva entre os elementos do texto através de processos cognitivos que operam entre
os usuários (produtor e receptor) do texto e são não só de tipo lógico, mas também dependem de fa-
tores socioculturais diversos e de fatores interpessoais, entre os quais podemos citar:
• As regras sócias que regem o relacionamento entre pessoas ocupando determinados “lugares soci-
ais”
O Simples cortejo das idéias, das expressões linguísticas que as ativam e das suas posições no texto
deixam evidente o caráter não linear, reticulando, tentacular da coerência.
A coerência se estabelece na interlocução entre os usuários do texto, (seu produtor e receptor). Tex-
tos sem que continuidade são considerados como incoerente, embora a continuidade relativa a um
dado tópico discursivo seja uma condição para o estabelecimento da coerência, nem sempre a conti-
nuidade representará incoerência. Os processos cognitivos operantes entre os usuários do texto ca-
racterizam a coerência na medida em que dão aos usuários a possibilidade de criar um mundo textual
que pode ou não concordar com a versão estabelecida do “mundo real”.
A coerência é algo que se estabelece na interlocução, na interação entre dois usuários numa dada
situação comunicativa. Carolles (1979) afirmou que a coerência seria a qualidade que têm os textos
que permitem aos falantes reconhece-los como bem formados, dentro de um mundo possível (ordiná-
rio ou não). A boa formação seria vista em função da possibilidade de os falantes recuperarem o sen-
tido de um texto, calculando sua coerência.
A coerência tem a ver com a boa formação em termos da interlocução comunicativa, que determina
não só a possibilidade de estabelecer o sentido do texto, mas também, com frequência, qual sentido
se estabelece.
Não se deve pensar que a questão de estabelecimento de sentido esteja apensa do lado receptor. A
questão é mesmo de interação.
Van Dijk e Kintsch falam de coerência local, referente a parte do texto ou a frases ou a sequência de
frase dentro do texto; e em coerência global, que diz respeito ao texto em sua totalidade. Já mostra-
mos que a coerência do texto é global. A coerência local adv~em do bom uso dos elementos da lín-
gua em sequências menores, para expressar sentidos que possibilitem realizar uma intenção comuni-
cativa. Incoerências locais advêm do mau uso desses mesmos elementos linguísticos para o mesmo
fim. Ao se construir um texto, é preciso cuidado, pois o acumulo de incoerências locais pode tornar o
todo do texto incoerente.
WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 3
FATORES DE TEXTUALIDADE
• Coerência semântica, que se refere à relação entre significados dos elementos das frases em se-
quência em um texto ou entre os elementos do texto como um todo.
• Coerência sintática, que se refere aos meios sintática para expressar a coerência semântica como,
por exemplo, os conectivos, o uso de pronomes, de sintagmas nominais definidos e indefinidos.
A coerência sintática nada mais é do que um aspecto da coesão que pode auxiliar no estabeleci-
mento da coerência.
• Coerência estilística, pela qual um usuário deveria usar em seu texto elementos linguísticos, (léxico,
tipos de estruturas, frases, etc.) pertencentes ou constitutivos do mesmo estilo ou registro linguístico.
• Coerência pragmática, que tem a ver com o texto visto como uma sequência de atos de fala. Estes
são relacionados de modo que, para a sequência de atos ser percebida como apropriada, os atos de
fala que a constituem devem satisfazer as mesmas condições presentes em uma dada situação co-
municativa. Caso contrário temos incoerência.
A divisão da coerência em tipo tem o mérito de chama a atenção para diferentes aspectos daquilo
que chamamos de coerência: o semântico, o pragmático, o estilístico e o sintático.
Mas é preciso ter sempre em mente que a coerência é um fenômeno que resulta da ação conjunta de
todos esses níveis e de sua influência no estabelecimento do sentido do texto, uma vez que a coerên-
cia é, basicamente, um princípio de interpretabilidade do texto, caracterizado por tudo do que o pro-
cesso aí implicado possa depender inclusive a própria produção do texto, na medida em que o produ-
tor do texto quer que seja entendido e o constitui para isso, excetuadas situações muito especiais.
A coerência é subjacente, tentacular, reticulada, não-linear, mas, como bem observa Charolles, se
relaciona com a linearidade do texto. Isto quer dizer que a coerência se relaciona com a linearidade
do texto. Isto quer dizer que a coerência se relaciona com a coesão do texto, pois por coesão se en-
tende a ligação, a relação, os nexos que se estabelecem entre os elementos que constituem a super-
fície textual.
A sequenciação por recorrência (ou parafrástica) é obtida pelos seguintes mecanismos: recorrência
de termos, de estruturas (o chamado paralelismo), de conteúdos semânticos (paráfrase), de recursos
fonológicos segmentais e suprassegmentais (ritmos, rima, aliteração, eco, etc), de aspectos e tempos
verbais.
WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 4
FATORES DE TEXTUALIDADE
A coesão sequencial por progressão (ou frástica) é feita por mecanismos que possibilitam:
• A manutenção temática;
A relação da coesão com a coerência existe porque a coerência é estabelecida a partir da sequência
linguística que constitui o texto, isto é, os elementos da superfície linguística é que servem de pistas,
de ponto de partida para o estabelecimento da coerência. A coesão ajuda a estabelecer a coerência
na interpretação dos textos, porque surge como uma manifestação superficial da coerência no pro-
cesso de produção desses mesmos textos.
Embora a coesão auxilie no estabelecimento da coerência, ela não é garantia de se obter um texto
coerente. Observa Charolles, os elementos linguísticos da coesão não são nem necessários, nem su-
ficientes para que a coerência seja estabelecida.
Como a coesão não é necessária, há muitas consequências linguísticas com poucos ou nenhum ele-
mento coesivo, mas que constituem um texto porque são coerentes e por isso têm o que se chama
de textualidade.
Como a coesão não é suficiente, há sequências linguísticas coesas, para as quais o receptor não
pode ou dificilmente consegue estabelecer um sentido global que as faça coerentes.
O mau uso dos elementos linguísticos de coesão pode provocar incoerências locais pela violação de
sua especificidade de uso e função. Às vezes também ocorre um tipo de incoerência porque o não
uso de elementos necessários calcula-la de forma mais direta causa um estranhamento da sequência
pelo receptor. A separação entre coesão e coerência não é tão nítida, a coesão tem relação com a
coerência na medida em que é um dos fatores que permite calcula-a e , embora do ponto de vista
analítico seja interessante separa-las , distingui-las, cumpre não esquecer que são duas faces do
mesmo fenômeno.
Coerência e texto
È a coerência que faz com que uma sequência linguística qualquer seja vista como um texto, porque
é a coerência, através de vários fatores, que permite estabelecer relações (sintático-gramaticais, se-
mânticas e pragmáticas) entre os elementos da sequência (morfemas, palavras, expressões, frase,
parágrafos, capítulos, etc), permitindo construí-la e percebe-la, na recepção, como constituindo uma
unidade significativa global. Portanto, é a coerência que dá textura ou textualidade à sequência lin-
guística, entendendo-se por textura ou textualidade.
A coerência dá origem a textualidade, o que responde a primeira questão. A coesão é apenas um dos
fatores de coerência, que contribui para a constituição do texto enquanto tal, representando fatos de
face linguística da coerência, mas não sendo nem necessária, nem suficiente para converter uma se-
quência linguística da coerência, mas não sendo nem necessária, nem suficiente para converter uma
sequência linguística em texto. A coesão não dá textualidade é a coerência que faz isso.
Para Beaugrande e Dressler, para quem a coerência é definida em função da continuidade de senti-
dos há sequências linguísticas incoerentes, que seriam aqueles em que o receptor não consegue
descobrir qualquer continuidade de sentido. Marcuschi e mesmo Fávero e Koch falam na existência
de textos incoerentes.
Já Charolles afirma que as sequências de frases não são coerentes ou incoerentes em si. Para Cha-
rolles não há texto incoerente em si. Charolles admite o tipo de incoerência que já referimos com o
nome de incoerência local e que pode resultar do uso inadequado de elementos linguísticos, violando
seu valor e função.
Bernárdez, ao falar do processo de criação de um texto coerente, propõe que ele se dá em três fases
e que, em cada uma delas, podem ocorrer falhas causadoras de incoerência em determinados casos:
WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 5
FATORES DE TEXTUALIDADE
• Na segunda fase, o produtor do texto desenvolve um plano global que lhe possibilite conseguir que
seu texto cumpra sua intenção comunicativa, ou seja, tenha êxito face a todos os fatores envolvidos.
• Na terceira fase, o produtor realiza as operações necessárias para expressar verbalmente o plano
global, de maneira que, através das estruturas superficiais, oprecebedor seja capaz de reconstituir ou
identificar a intenção comunicativa.
Não existe o texto incoerente em si, mas que o texto poder incoerente em/para determinada situação
comunicativa. Assim, ao dizer que um texto é incoerente, temos que especificar as condições de inco-
erência.
O texto será incoerente se seu produtor não souber adequá-lo à situação, levando em conta intenção
comunicativa, objetivos, destinatário, regras socioculturais, outros elementos da situação, uso dos re-
cursos linguísticos, etc. Caso contrário, será coerente.
O mau uso de elementos linguísticos e estruturais cria incoerências no nível local. O produtor do
texto, em função de sua intenção comunicativa, levando em conta todos os fatores da situação e
usando seu conhecimento linguístico, de mundo , etc., constrói o texto, cuja superfície linguística é
constituída de pistas que permitem aos receptor calcular o (um) sentido do texto, estabelecendo sua
coerência, através da consideração dos mesmos fatores que o produtor e usando os mesmo recur-
sos.
A coerência não é nem característica do texto, nem dos usuários do mesmo, mas está no processo
que coloca texto e usuários em relação numa situação comunicativa. Tendo em vista:
• Os elementos linguísticos da superfície do texto funcionam como pistas que o produtor do texto es-
colheu em função de sua intenção comunicativa e do(s) sentido(s) que desejava que o receptor do
texto fosse capaz de recuperar – pode-se esperar que diferentes tipos de textos apresentem diferen-
tes modos, meios e processos de manifestação da coerência na superfície linguística.
Diferentes tipos de textos têm diferentes esquemas estruturas que, na Linguística Textual, recebem o
nome de superestruturas. Narrativos, descritivos, dissertativos, líricos, ficção, dramáticos, poéticos e
prosas. O conhecimento ou não, a utilização ou não das características de superestrutura de cada
tipo pode auxiliar ou dificultar o estabelecimento de coerência.
Os estudos da coerência e coesão nos textos orais, em comparação com os textos escritos, os usuá-
rios utilizam recursos diferenciados na superfície linguística, de modo que sua coerência tem de se
estabelecer e ser julgada por mecanismos e critérios diversos dos utilizados para o texto escrito, sob
pena de incorrermos em falhas de julgamento.
Quando a linguística começou a tomar o texto como unidade de estudo, os estudiosos, acreditando
na existência de textos e não-textos, propuseram a formulação de uma gramática do texto. Com a
evolução dos estudos que não existe a sequência linguística incoerente em si e, portanto, não existe
o não texto.
Passou-se à construção de uma Teoria do texto ou Linguística do Texto, que é dizer a boa ou má for-
mação dos textos, mas permitir representar os processos e mecanismos de tratamentos dos dados
textuais que os usuários põem em ação quando buscar interpretar uma sequência linguística, estabe-
lecendo o seu sentido e, portanto, calculando sua coerência.
Tais processos e mecanismos, em sua atuação, sofrem restrições que obedecem a determinações
psicológicas e cognitivas, socioculturais, pragmáticas e linguísticas. Por isso, o estudo da produção,
compreensão e coerência textuais tornou-se um campo inter e pluridisciplinar. Charolles cabe aos lin-
guistas “delimitar, na constituição e composição textuais, qual é a parte e a natureza das determina-
ções (que referimos no parágrafo anterior) que resultam dos diferentes meios que existem na diferen-
tes línguas, para exprimir a continuidade ou a sequência do discurso”.
WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 6
FATORES DE TEXTUALIDADE
O linguista deve, assim, fazer “a analise das marcas de relação entre as unidade de composição tex-
tual que a língua usa para resolver, o melhor possível, os problemas de interpretação que seu uso
possa gerar. Isto para além da generalidade dos processos psico e sociocognitivos que intervêm na
interpretação (da coerência) do discurso”.
Fatores De Coerência
A construção da coerência decorre de uma multiplicidade de fatores das mais diversas ordens: lin-
guísticos, discursivos, cognitivos, culturais e interacionais .
Elementos Linguísticos
Conhecimento de Mundo
• Os scripts modos de agir altamente estereotipados em dada cultura, inclusive em termos de lingua-
gem;
È o nosso conhecimento de mundo que nos faz considerar estranho o texto. È a partir dos conheci-
mento que temos que vamos construir u modelo do mundo representado em cada texto – é o uni-
verso (ou modelo) textual. Para que possamos estabelecer a coerência de um texto, é preciso que
haja correspondência ao menos parcial entre os conhecimentos nele ativados e o nosso conheci-
mento de mundo , pois , caso contrário, não teremos condições de construir o universo textual dentro
do qual as palavras e expressões do texto ganham sentido.
Conhecimento Compartilhado
È preciso que o produtor e receptor de um texto possuam , ao menos uma boa parcela de conheci-
mentos comuns.
• Constituem o co-texto;
WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 7
FATORES DE TEXTUALIDADE
Inferências
Inferência é a operação pela qual, utilizando seu conhecimento de mundo, o receptor de um texto es-
tabelece uma relação não explicita entre dois elementos (normalmente frases ou trechos) deste texto
que ele busca compreender e interpretar; ou, então, entre segmentos de textos e os conhecimentos
necessários para a sua compreensão.
Fatores De Contextualização
Os fatores de contextualização são aqueles que “ancoram” o texto em uma situação comunicativa de-
terminada.
Segundo Marcushi podem ser de dois tipos: os contextualizadores propriamente ditos e os perspecti-
vos ou prospectivos. Entre os primeiros estão a data, o local, a assinatura, elementos gráficos, timbre,
etc., que ajudam a situar o texto e, portanto, a estabelecer-lhe a coerência.
Entre os fatores gráficos, temos: disposição na página, ilustrações, fotos, localizações no jornal (ca-
derno, página), que contribuem para a interpretação do texto.
Os fatores perspectivos ou prospectivos são aqueles que avançam expectativas sobre o conteúdo – e
também a forma – do texto: titulo, autor, inicio do texto.
Situacionalidade
A Situacionalidade, outro fator responsável pela coerência, pode ser vista atuando em duas direções:
• Da situação para o texto – trata-se de determinar em que medida a situação comunicativo interfere
na produção recepção do texto e , portanto no estabelecimento da coerência., o contexto imediato da
interação, o contexto sociopolitico-cultural em que a interação está inserida.
• Ao construir um texto, verificar o que é adequado àquela situação especifica: grau de formalidade,
variedade dialetal, tratamento a ser dado ao tema, etc.
• Do texto para a situação – também o texto tem reflexos importantes sobre a situação comunicativa:
o mundo textual não é jamais idêntico ao mundo real. O produtor recria o mundo de acordo com seus
objetivos, propósitos, interesses, convicções, crenças, etc.
• Os referentes textuais não são idênticos ao do mundo real, mas são construídos no interior do texto.
O receptor, por sua vez, interpreta o texto de acordo com a sua ótica, os seus propósitos, as suas
convicções – há sempre uma mediação entre o mundo real e o mundo textual.
WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 8
FATORES DE TEXTUALIDADE
Informatividade
Diz respeito ao grau de previsibilidade (ou expectabilidade) da informação contida no texto.Um texto
será tanto menos informativo se contiver apenas informação previsível ou redundante, seu grau de
informatividade será baixo; se contiver, além da informação de um texto for inesperada ou imprevisí-
vel, ele terá um grau máximo de informatividade, podendo, à primeira vista, parecer incoerente por
exigir do receptor um grande esforço de decodificação.
Mas também são frequentes, tanto em texto poéticos como em textos publicitários ou manchetes jor-
nalísticas.
È a informatividade que vai determinar a seleção e o arranjo das alternativas de distribuição da infor-
mação no texto, de modo que o receptor possa calcular-lhe o sentido com maior ou menor facilidade,
dependendo da intenção do produtor de construir um texto mais ou menos hermético, mais ou menos
polissêmico, ou que está, evidentemente, na dependência da situação comunicativa e do tipo de texto
a ser produzido.
Focalização
A focalização tem a ver com a concentração dos usuários (produtor e receptor) em apenas uma parte
do seu conhecimento, bem como com a perspectiva da qual são vistos os componentes do mundo
textual. O produtor fornece ao receptor pistas sobre o que está focalizando. Diferenças de focalização
podem causar problemas sérios de compreensão, impedindo, por vezes, o estabelecimento da coe-
rência.
A mesma palavra poderá ter sentido diferente, dependendo da focalização. No caso de palavras ho-
mônimas, a focalização comum dos interlocutores permitirá depreender o sentido do termo naquela
situação especifica. A focalização determina também, em dados casos, o uso adequado de certos
elementos linguísticos. Um dos mais importantes meios de evidenciar a focalização é o uso do que
chamamos de descrições ou expressões definidas, isso é, grupos nominais introduzidos por artigo
definido (ou por demonstrativos). Tais expressões selecionam, dentre as propriedades e característi-
cas do referente, aquelas sobre as quais se deseja chamar a atenção.
O titulo do texto é, em grande parte dos casos, responsável pela focalização. Como já vimos anterior-
mente ativa e/ou seleciona conhecimentos de mundo que temos arquivados na memória, avançando
expectativas sobre o conteúdo do texto.
Intertextualidade
Os conhecimentos de mundo são armazenados em nossa memória sob forma de blocos – os mode-
los cognitivos globais, entre os quais estão as superestruturas ou esquemas textuais, que são conjun-
tos de conhecimentos que se vão acumulando quanto aos diversos tipos de textos utilizados em dada
cultura. Quanto ao conteúdo, pode-se dizer que a intertextualidade é uma constante: os textos de
uma mesma época, de uma mesma área de conhecimento, de uma mesma cultura, etc., dialogam,
necessariamente, uns com os outros. Essa intertextualidade pode ocorrer de maneira explicita ou im-
plícita.
Intertextualidade implícita não se tem indicação de fonte, de modo que o receptor deverá ter os co-
nhecimentos necessários para recupera-la; do contrário, não será capaz de captar a significação im-
WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 9
FATORES DE TEXTUALIDADE
plícita que o produtor pretende passar. Não havendo indicação da fonte do texto original, caberá re-
ceptor, através de seu conhecimento de mundo, não só descobri-la como detectar a intenção do pro-
dutor do texto ao retomar o que foi dito por outrem.
Intencionalidade e Aceitabilidade
O produtor de um texto tem, necessariamente, determinados objetivos ou propósitos, que vão desde
a simples intenção de estabelecer ou manter o contato com o receptor até a de leva-lo a partilhar de
suas opiniões ou a agir ou comportar-se de determinada maneira. A intencionalidade refere-se ao
modo como os emissores usam textos para perseguir e realizar suas intenções, produzindo, para
tanto, textos adequados à obtenção dos efeitos desejados.
A intencionalidade tem relação estreita com o que se tem chamado de argumentatividade. Se aceita-
mos como verdade que não existem textos neutros, que há sempre alguma intenção ou objetivo da
parte de quem produz um texto, e que este não é jamais uma “cópia” do mundo real, pois o mundo é
recriado no texto através da mediação de nossas crenças, convicções, perspectivas e propósitos, en-
tão somo obrigados a admitir que existe sempre uma argumentatividade subjacente ao uso da lingua-
gem. A argumentatividade manifesta-se nos textos por meio de uma série de marcas ou pistas que
vão orientar os seus enunciados no sentido de determinadas conclusões.
Entre estas marcas encontram-se os tempos os tempos verbais, os operadores e conectores argu-
mentativos, os modalizadores, entre outros.
A partir dessas marcas, como também das inferências e dos demais elementos construtores da textu-
alidade, o receptor construirá a sua leitura, entre aquelas que o texto, pela maneira como se encontra
linguisticamente estruturado, permite. È por isso que todo texto abre a possibilidade de várias leituras.
Consistência E Relevância
De acordo com Giora, dois requisitos básicos para que um texto possa ser tido como coerente são a
consistência e a relevância.
A condição de consistência exige que cada enunciado de um texto seja consistente com os enuncia-
dos anteriores, isto é, que todos os enunciados do texto possam ser verdadeiros dentro de um
mesmo mundo ou dentro dos mundos representados no texto.
O requisito da relevância exige que o conjunto de enunciados que compõe o texto seja relevante para
um mesmo tópico discursivo subjacente, isto é, que os enunciados sejam interpretáveis como falando
sobre um mesmo tema.
A relevância tópica é outro fator importante da coerência. A coerência não é apenas um traço ou uma
propriedade do texto em si, mas sim que ela se constrói na interação entre o texto e seus usuários,
numa situação comunicativa concreta, em decorrência de todos os fatores aqui examinados.
Coerência e Ensino
O objetivo é registrar alguns pontos fundamentais quando se pergunta em que as análises da linguís-
tica sobre coerência, coesão e texto podem auxiliar no trabalho do professor no ensino de língua ma-
terna. Lembraremos alguns aspectos que podem ser importantes para a adoção de uma postura me-
todológica pelo professor. Metodologia, uma questão de postura, ideologia, metas, objetivos e funda-
mentos e não apenas técnicas de ensino.
WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 10
FATORES DE TEXTUALIDADE
Assim, a coerência do texto deriva de sua lógica interna, resultante dos significados que sua rede de
conceitos e relações põe em jogo, mas também da compatibilidade entre essa rede conceitual – o
mundo textual – e o conhecimento de mundo de quem processa o discurso.
Todos esses recursos expressam relações não só entre os elementos no interior de uma frase, mas
também entre frases e sequências de frases dentro de um texto.
• Aceitabilidade – dá-se quanto à expectativa de que o recebedor tenha acesso a um texto coerente e
coeso.
• Intertextualidade – para isso o texto deve interagir com outros textos que funcionam oco seu con-
texto
Entre os cinco fatores pragmáticos estudados por Beaugrande e Dressler (1983), os dois primeiros se
referem aos protagonistas do ato de comunicação: a intencionalidade e a aceitabilidade.
O outro lado da moeda é a aceitabilidade, que concerne à expectativa do recebedor de que o con-
junto de ocorrências com que se defronta seja um texto coerente, coeso, útil e relevante, capaz de
levá-lo a adquirir conhecimentos ou a cooperar com os objetivos do produtor.
Grice (1975. 1978) estabelece máximas conversacionais, que seriam estratégias normalmente adota-
das pelos produtores para alcançar a aceitabilidade do recebedor.
Tais estratégias se referem à necessidade de cooperação (no sentido de o produtor responder aos
interesses de seu interlocutor) e à qualidade (autenticidade), quantidade (informatividade), pertinência
e relevância das informações, bem como à maneira como essas informações são apresentadas (pre-
cisão, clareza, ordenação, concisão, etc).
Informatividada
O texto com bom índice de informatividade tem que apresentar todas as informações necessárias
para que seja compreendido com o sentido que o produtor pretende.
Não é possível nem desejável que o discurso explicite todas as informações necessárias ao seu pro-
cessamento, mas é preciso que ele deixe inequívocos todos os dados necessários à sua compreen-
são aos quais o recebedor não conseguirá chegar sozinho.
WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 11
FATORES DE TEXTUALIDADE
Focalização
A focalização que tem a ver com a concentração dos usuários (produtor e receptor) em apenas uma
parte do seu conhecimento e com a perspectiva da qual são vistos os componentes do mundo tex-
tual. Seria como uma câmera que acompanhasse tanto o produtor como o receptor no momento em
que um texto é processado.
O primeiro fornece ao segundo determinadas pistas sobre o que está focalizando, ao passo que o se-
gundo terá de recorrer a crenças e conhecimentos compartilhados sobre o que está sendo focalizado,
para poder entender o texto (e as palavras que o compõem), de modo adequado.
Fatores Da Contextualização
Intencionalidade E Aceitabilidade
A obra expõe a constituição dos sentidos nos textos e seus fatores, tais como os elementos linguísti-
cos, o conhecimento do mundo, as inferências e a situação. Um de seus capítulos é dedicado ao re-
gistro de como a análise da coerência textual pode auxiliar no trabalho do professor no ensino da lín-
gua e em sala de aula.
Assim, a coerência do texto deriva de sua lógica interna, resultante dos significados que sua rede de
conceitos e relações põe em jogo, mas também da compatibilidade entre essa rede conceitual – o
mundo textual – e o conhecimento de mundo de quem processa o discurso.
Intertextualidade
A intertextualidade é um recurso realizado entre textos, ou seja, é a influência e relação que um es-
tabelece sobre o outro. Assim, determina o fenômeno relacionado ao processo de produção de textos
que faz referência (explícita ou implícita) aos elementos existentes em outro texto, seja a nível de
conteúdo, forma ou de ambos: forma e conteúdo.
Grosso modo, a intertextualidade é o diálogo entre textos, de forma que essa relação pode ser esta-
belecida entre as produções textuais que apresentem diversas linguagens (visual, auditiva, escrita),
sendo expressa nas artes (literatura, pintura, escultura, música, dança, cinema), propagandas publici-
tárias, programas televisivos, provérbios, charges, dentre outros.
Tipos De Intertextualidade
Há muitas maneiras de realizar a intertextualidade sendo que os tipos de intertextualidade mais co-
muns são:
• Paródia: perversão do texto anterior que aparece geralmente, em forma de crítica irônica de caráter
humorístico. Do grego (parodès) a palavra “paródia” é formada pelos termos “para” (semelhante) e
“odes” (canto), ou seja, “um canto (poesia) semelhante à outra”. Esse recurso é muito utilizado pelos
programas humorísticos.
• Paráfrase: recriação de um texto já existente mantendo a mesma ideia contida no texto original, en-
tretanto, com a utilização de outras palavras. O vocábulo “paráfrase”, do grego (paraphrasis), significa
a “repetição de uma sentença”.
WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 12
FATORES DE TEXTUALIDADE
• Epígrafe: recurso bastante utilizado em obras, textos científicos, desde artigos, resenhas, monogra-
fias, uma vez que consiste no acréscimo de uma frase ou parágrafo que tenha alguma relação com o
que será discutido no texto. Do grego, o termo “epígrafhe” é formado pelos vocábulos “epi” (posição
superior) e “graphé” (escrita). Como exemplo podemos citar um artigo sobre Patrimônio Cultural e a
epígrafe do filósofo Aristóteles (384 a.C.-322 a.C.): "A cultura é o melhor conforto para a velhice".
• Citação: Acréscimo de partes de outras obras numa produção textual, de forma que dialoga com
ele; geralmente vem expressa entre aspas e itálico, já que se trata da enunciação de outro autor.
Esse recurso é importante haja vista que sua apresentação sem relacionar a fonte utilizada é consi-
derado “plágio”. Do Latim, o termo “citação” (citare) significa convocar.
• Alusão: Faz referência aos elementos presentes em outros textos. Do Latim, o vocábulo “alusão”
(alludere) é formado por dois termos: “ad” (a, para) e “ludere” (brincar).
Exemplos
Intertextualidade Na Literatura
O poema de Casimiro de Abreu (1839-1860), “Meus oito anos”, escrito no século XIX, é um dos tex-
tos que gerou inúmeros exemplos de intertextualidade, como é o caso da paródia de Oswald de An-
drade “Meus oito anos”, escrito no século XX:
Texto Original
Paródia
(Oswald de Andrade)
Outro exemplo é o poema de Gonçalves Dias (1823-1864) intitulado Canção do Exílio o qual já ren-
deu inúmeras versões. Dessa forma, segue um dos exemplos de paródia, o poema de Oswald de An-
drade (1890-1954), e de paráfrase com o poema de Carlos Drummond de Andrade (1902-1987):
WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 13
FATORES DE TEXTUALIDADE
Texto Original
Paródia
Paráfrase
Intertextualidade Na Música
A música “Monte Castelo” da banda legião urbana cita os versículos bíblicos 1 e 4, encontrados no
livro de Coríntios, no capítulo 13: “Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e não ti-
vesse amor, seria como o metal que soa ou como o sino que tine” e “O amor é sofredor, é benigno; o
amor não é invejoso; o amor não trata com leviandade, não se ensoberbece”. Além disso, nessa
mesma canção, ele cita os versos do escritor português Luís Vaz de Camões (1524-1580), encontra-
das na obra “Sonetos” (soneto 11):
Igualmente, a música “GoBack” do grupo musical Titãs, cita o poema “Farewell” do escritor chileno
Pablo Neruda (1904-1973):
WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 14
FATORES DE TEXTUALIDADE
Informação E Informatividade
A definição de "informatividade é usualmente utilizada pela literatura, que destaca o fato de que a
compreensão de um texto depende do conhecimento de outros textos" Val (1991, p.15). Na opinião
de Beaugrande e Dressler (1981), a informatividade diz respeito à quantidade de prever a informação.
Os conceitos de ambos os autores se complementam quando refletem que, para o individuo ter
acesso à informatividade, precisa ter dados suficientes para entender a informação.
A comunicação é o processo pelo qual os seres humanos trocam entre si informações, e, por mais
simples que pareça, necessita de elementos para o ato comunicativo entre o emissor, o receptor e a
mensagem.
A escolha do que é informativo ou não na formação dos sistemas de informação não é algo simples,
porque o conhecimento e a extensão das tarefas divergem quanto às circunstâncias que as juntam;
alguns domínios "têm alto grau de consenso e critérios de relevância explícitos", outros "têm paradig-
mas diferentes, conflitantes ..." (CAPURRO e HJORLAND, 2007).
A Informação e o Conhecimento
Como afirma Mañas (2002, p.47), "quando um estabelecimento apresenta problemas e procura suas
causas, certamente irá encontrar falhas e problemas de comunicação e informação". A informação é
um meio essencial para qualquer estabelecimento, seja rural ou urbano.
Existe uma emergencial necessidade de criação de uma nova área da administração, a de gerir infor-
mações, mas, com maior precisão, a gestão estratégica da informação. Surge também a nova classe
de problemas a formular e resolver, baseados nesse recurso estratégico, que é a informação. O que
dá a entender que um grande número dos responsáveis pelos estabelecimentos não está preparado
para tratar especificamente a informação como instrumento em si, e menos ainda para gerenciá-la,
considerando-a como ferramenta estratégica.
Para permitir que a informação tenha valor, é preciso deixar claros os meios capazes de avaliá-la, o
que não é uma tarefa fácil. Entre algumas maneiras, utilizamos o juízo de valor, que, apesar de não
ser determinado, julga-se que o valor altera com o tempo e a perspectiva. Em certos casos, é nega-
tivo, como acontece com o exagero da quantidade na informação.
Sob essa perspectiva, segundo Moresi apud Cronin (2000), o valor da informação pode ser assim
classificado:
§ valor de troca: quem a utiliza está consciente de que pagará, sabendo que o valor variará conforme
as leis de oferta e demanda, podendo ser chamado de valor de mercado;
§ valor de restrição, que ocorre no caso de informação sigilosa ou de interesse do mercado, quando o
uso fica limitado apenas a alguns indivíduos.
WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 15
FATORES DE TEXTUALIDADE
Muitas vezes não é possível determinar o valor da informação, porém é estabelecida uma equivalên-
cia a uma soma em dinheiro. Sendo um bem abstrato e intangível, seu valor estará vinculado a um
contexto. Então, os valores de uso e de troca podem ser úteis na determinação de uma provável
igualdade de valor da moeda, tornando atrativa a qualidade da informação para a mensuração mone-
tária.
Segundo Mañas (2002), para produzir informações e conhecimento, na propriedade rural, é preciso
habilitar o produtor agrícola que conduzirá o processo das informações e o gerenciamento da proprie-
dade, o que é primordial para a correta tomada de decisões; esta depende principalmente das fontes
(origens) utilizadas e de como as informações fluem dentro e fora da propriedade agrícola. A adapta-
ção da propriedade rural ao mercado consumidor é de fundamental importância para alcançar os re-
sultados, e são várias as características de uma propriedade para se adaptar ao mercado, como a
escolha das melhores culturas, diversificação agrícola e utilização de sistemas produtivos, pois são
inovações que têm como objetivo maior tornarem-se competitivas para atingir os resultados em curto
espaço de tempo.
Temos como fatores da propriedade rural ideal: o retorno financeiro a curto prazo e a sobrevivência a
longo prazo; segmentos determinados, saber como proceder no mercado; estar preparado para se
adequar à mudança de ambiente e de aprendizagem para atingir o objetivo almejado.
Davenport (1998, p. 173) trata a gestão da informação como um processo definido por "um conjunto
estruturado de atividades que incluem o modo como os estabelecimentos obtêm, distribuem e usam a
informação e o conhecimento".
É pela informação que os processos de tomada de decisão contribuem para que se obtenham os re-
sultados esperados, esses procedimentos favorecem a produção, alcançando maior desempenho
pelo uso do conhecimento.
Para Davenport (1998, p.19), o "conhecimento é a informação mais valiosa (...) é valiosa precisa-
mente porque alguém deu à informação um contexto, um significado, uma interpretação (...)". O co-
nhecimento pode ser pensado como a informação processada pelas pessoas.
O valor associado à informação está sujeito aos conhecimentos anteriores desses indivíduos. Sendo
assim, obtemos conhecimento pelo emprego da informação em nossas atividades. Contudo, o conhe-
cimento não pode ser desvinculado das pessoas; ele tem rigorosamente relação com sua percepção,
é o que reúne em códigos e os decodifica, distorce e usa a informação conforme suas características
individuais, ou de acordo com seus exemplos intelectuais.
Na busca para obter informações, Davenport (1998, p. 181) fragmenta essa procura em quatro ativi-
dades, constituídas por: exploração; classificação; formatação e estruturação de informações. E,
ainda, segundo ele, não existem exigências na sequência da execução dessas atividades.
Como ressalta Davenport (1998, p. 184), "o melhor ambiente de exploração, claro, é aquele no qual
todos executam a coleta de dados e depois compartilham as informações obtidas".
A formatação e a estruturação das informações é a ocasião que se destina à melhor exposição da in-
formação, de maneira que seja mais segura, consequentemente, mais aceita e utilizada com maior
confiabilidade. Distribuição é o processo que formata e reúne emissor e receptor da informação; a
conjuntura efetiva da disposição, depende do desempenho funcional dos processos. Davenport
WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 16
FATORES DE TEXTUALIDADE
(1998, p. 189) considera que "definir as exigências informacionais de uma organização ajuda a au-
mentar a consciência de que a informação é valiosa; o formato correto torna mais fácil a distribuição".
Faz-se necessária uma boa elaboração de estratégias para disseminação da informação, além da
conscientização quanto às limitantes na transferência da informação; essa preocupação é resultado
das restrições quanto à disseminação das informações, comprometendo, muitas vezes, a constante
troca de conhecimentos. De acordo com Davenport (1998), o tratamento para a obtenção da informa-
ção, busca, como principal objetivo, adquirir o conhecimento pela informação.
Luckesi (1996) procura chegar próximo da questão: o que é conhecimento? Escolhe responder, de-
clarando que conhecimento é a exposição ou o esclarecimento da realidade, e passa por um trabalho
de pesquisa para descobrir aquelas coisas que estão ocultas, que ainda não foram entendidas. Após
a compreensão de sua maneira de ser, o objeto é considerado conhecido. Obter conhecimento não é
entender a realidade guardando informações, mas empregá-las utilmente para descobrir o novo e
continuar, porque quanto maior for o entendimento do mundo mais importante será a influência do in-
divíduo que o detém.
A produção de conhecimento é uma reconstrução das estruturas mentais do ser humano elaborada
por meio de suas capacidades cognitivas, ou seja, é uma mudança em seu depósito mental de saber
acumulado, resultado de uma influência com a forma de informação. Na reconstrução, pode mudar o
modo de conhecimento do indivíduo, ou porque cresce seu conteúdo de saber acumulado, ou por se-
dimentar o conhecer já guardado, porque reformula a experiência anterior armazenada.
§ conhecimento tácito é a junção do saber prático sobre um assunto específico, que reúne certezas,
crenças, sentimentos, emoções, opiniões e outros fatores relacionados à experiência e à individuali-
dade de quem o detém;
Para Bio (1995), certamente, o objetivo do planejamento e o controle das informações é a tomada de
decisões, porque estas necessitam de informações relevantes, cujo teor deve ser adequado e seguro,
devendo haver uma reflexão, dos administradores, sobre os processos decisórios e a elaboração de
um sistema de informação que levem em conta esses processos de decisão de forma integrada e
precisa, não deixando as partes que compõem o todo sem a devida associação.
A informação por si só, de forma fragmentada, em apenas determinadas aplicações não terá resulta-
dos, faz-se necessária a utilização dos sistemas de informação para tornar o uso da informação com-
pleto, porque sua abrangência são todas as unidades produtivas.
Intencionalidade,
Pretendo abordar o tema da intencionalidade e algumas de suas implicações, tarefa que, reconheço,
não é das mais amenas em filosofia. Partirei assim da idéia-força de Franz Brentano sobre a natureza
dos estados psicológicos, idéia em evidência junto à escola analítica desde a década de 60: em sua
enunciação, a idéia não oferece dificuldade de compreensão: tudo aquilo que se dirige, é sobre, faz
alusão, menção ou referência a alguma coisa possui a propriedade da intencionalidade.
Esta caracterização diz respeito ao que os estados mentais são, às suas condições de individuação e
reconhecimento, que os distingue dos fenômenos físicos. Não se pode falar da grande maioria dos
fenômenos mentais ou das representações, sejam lá de que tipo forem, intransitivamente, ou seja,
WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 17
FATORES DE TEXTUALIDADE
sem relacioná-los ao que se dirigem: se x representa, x representa alguma coisa; se dissermos que
um indivíduo pensa, estamos dizendo implicitamente que pensa em algo; quando dizemos que al-
guém acredita, que acredita em algo, e assim quando vê ou ouve. Uma crença é uma crença porque
concerne à propriedade de um objeto ou a uma relação entre objetos. Da mesma forma, um desejo,
uma intenção, um temor, uma expectativa, etc....
Disse anteriormente que a propriedade da intencionalidade é ontológica. Vou usar um exemplo sim-
ples para ilustrar esse ponto. A distinção entre Nicole Kidman e quaisquer de suas representações
possíveis é inequívoca. A fotografia de Nicole Kidman é sobre um determinado indivíduo, mas Nicole
Kidman não é sobre nada. Não ser sobre nada é a propriedade conversa da intencionalidade.
Esta diferença entre aquilo que é representado e aquilo que representa não se dissipa quando cons-
tatamos que uma representação pode ser sobre uma outra representação. Existem relações intencio-
nais entre representações, digamos, relações intencionais de segunda ordem, nas quais uma repre-
sentação (r) é sobre outra representação (r'). Nesse caso, a representação representada passa a ser
um objeto. Exemplos: Um desenho feito sobre a fotografia do Papa e a nomeação (menção) de uma
palavra.
O primeiro caso se compreende imediatamente; o segundo requer duas pequenas explicações, entre
usar e mencionar (uso e menção) e entre representações de estados intencionais: uso a palavra ca-
deira para falar sobre uma cadeira, por exemplo e menciono a palavra cadeira para falar sobre a pa-
lavra que uso ou posso usar para falar sobre uma cadeira.
Por exemplo, estou mencionando a palavra “cadeira” quando digo que cadeira é uma palavra da lín-
gua portuguesa que designa um certo tipo de objeto normalmente usados como assento. Além disso,
uma crença pode ser sobre uma outra crença. Por exemplo, acredito que quando era jovem, acredi-
tava em mudar o mundo. Também aqui a crença na qual eu acreditava é o objeto de minha represen-
tação atual.
Há que considerar, nesse ponto, uma outra abordagem do assunto que, podemos dizer, agrega-se ao
tema da intencionalidade. Frege dizia que quando falamos das coisas, o fazemos por meio de signos
que possuem sentido e referência.
A referência é a própria coisa designada e o sentido é um tipo de objeto abstrato, que ele chamava
de modo de apresentação da referência ou pensamento. De qualquer modo, para Frege, o sentido
determina a referência. Assim, símbolos, segundo fregianos, são coisas que se referem a outras coi-
sas porque possuem sentido em certos contextos de cognição e fala. Em contextos especiais, como
nos chamados contextos intencionais (enunciados nos quais ocorrem verbos como acredita, deseja,
etc.s) ou enunciados indiretos (disse, nega, refuta, etc...), símbolos não se referem às próprias coisas
sob determinados aspectos, mas a objetos abstratos e complexos chamados por Frege de “sentidos”
ou “pensamentos”.
Pensamentos não são psicológicos, na acepção de Frege; são entidades objetivas que existem do
mesmo modo que a nota de um real que tenho em meu bolso. A diferença é que pensamentos são
entidades relacionadas à linguagem e apenas à linguagem. Essa não é uma questão apenas ilustra-
tiva aqui. Para o que importa entender, Frege dizia que não podermos ter acesso diretamente às coi-
sas, que nosso conhecimento delas é sempre dependente de um pensamento, que as determinam,
independentemente da existência ou não dessas coisas. E por quê ele dizia isto? Posso dizer que os
marcianos congelados em meu quarto são gigantes e você pode dizer a mesma coisa. Logo, aquilo
que dizemos expressa um mesmo pensamento, não privativo de nenhum de nós, mas comum a am-
bos e que pode ser verdadeiro ou falso.
Pensamentos são definidos como entidades objetivas, que podem ser verdadeiras ou falsas. Essa
noção é problemática, porque Frege não deslindou suficientemente tal conceito do ponto de vista me-
tafísico. Ele apenas constatou que compartilhamos de pensamentos idênticos e, por isso, essas enti-
WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 18
FATORES DE TEXTUALIDADE
dades não são psicológicas. E também constatou que podemos nos referir ao mesmo objeto de mo-
dos diferentes. Por exemplo: Nicole Kidman e a ex-mulher de Tom Cruise são a mesma pessoa, mas
pensar que Nicole Kidman é a mais bela atriz de Holliwood não é o mesmo que pensar a ex-mulher
de Tom Cruise é a mais bela atriz de Holliwood. Afinal, posso saber quem é Nicole Kidman sem saber
que ela foi mulher de Tom Cruise.
Ele chamava esse mapa de tabela de verdade e pretendia que suas tabelas mostrassem precisa-
mente todas as possibilidades em que enunciados são falsos ou verdadeiros, sem dizer se eles são
falsos ou verdadeiros, porque a verdade (com exceção das proposições da própria lógica) são verda-
deiras ou não em vista de sua relação com o mundo. Por isto (também) Wittgenstein disse que as
proposições da lógica, por terem um mapa que mostra serem sempre verdadeiras, não possuem sen-
tido.
Muitos teóricos definem pensamentos/proposições de formas diferentes: uns o tomam como sendo
uma propriedade funcional de uma expressão (a expressão refere-se a algo porque desempenha um
determinado papel em inferências com as quais se relaciona). Outros dizem que modos de apresen-
tação não são sentidos, porque sentidos são o que duas expressões sinônimas preservam e existe
uma lei da lógica que diz que se substituirmos uma expressão sinônima por outra, numa sentença, o
valor de verdade da sentença não se altera.
Mas se Frege estava certo, se você não sabe que Nicole Kidman e a ex-mulher de Tom Cruise são a
mesma pessoa, então, para você, a sentença na qual ocorre “Nicole Kidman” pode ser verdadeira e a
sentença na qual ocorre “a ex-mulher de Tom Cruise” pode ser falsa. Na perspectiva de Brentano, te-
ríamos dois objetos intencionais distintos. Na de Frege, dois pensamentos distintos sobre o mesmo
objeto.
Do ponto de vista intencional, quando dizemos que as palavras “Nicole Kidman” representam alguém
determinado, estamos fazendo uso de uma noção intencional primária, estamos nos referindo (por
meio de um pensamento ou não) à pessoa mesmo e somente a partir dessa noção de referência a
algo é que a noção de intencionalidade de segunda ordem pode ser compreendida.
Ou seja, quando falamos em intencionalidade, fazemos uma distinção entre coisas intrinsecamente
intencionais (representações) e coisas intrinsecamente não-intencionais (objetos) que, de algum
modo, mantêm relações entre si.
Sabemos que todos os textos são uma forma de comunicação e interação verbal, e é através dele
que se dá a inter-relação entre o autor e o leitor.
Sempre que se constrói um texto o autor tem como função de entrar num processo que se chama
enunciação, onde se coloca todo o seu conhecimento sobre o mundo. Desta forma o autor constrói o
texto para que assim, o leitor tenha como função captar suas intenções reais.
O texto é como uma ferramenta de comunicação e assim tem como objetivo, transmitir a principal
ideia do autor no seu contexto e no momento, assim havendo a intencionalidade do autor e a aceita-
bilidade do leitor.
É sempre no ato da leitura que se interpreta e se compreende o que o autor nos quer passar, pois
desta forma, o leitor buscará em sua memória tudo que se refere naquele assunto. Assim o leitor irá
construir o sentido do texto, após ter feito a leitura, e assim também irá ativar seu conhecimento dis-
cursivo.
Para que possa ocorrer a interação entre eles, o leitor tem como função ter um conhecimento básico
sobre o que o autor trata no texto, através de seu conhecimento linguístico, enciclopédico, interacio-
nais e de mundo.
WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 19
FATORES DE TEXTUALIDADE
A Intencionalidade e a Aceitabilidade
Podemos considerar uma intenção, como um conceito reservado, uma ideia sub - compreendida,
como se fosse um propósito disfarçado.
A intencionalidade do autor é tudo aquilo que ele quer expressar através do texto. Para que o autor
possa passar sua intenção sobre o texto, ele necessita de um conhecimento de tudo o que ele está
escrevendo, porque na construção de um texto, é preciso que o mesmo contenha coerência e coe-
são, ou seja, ele deve ser um texto coerente e coeso para poder alcançar o objetivo comunicativo,
pois em algumas das situações, considera-se necessário que o autor adote uma modelização da lin-
guagem para que assim, obtenha melhor a compreensão do leitor, pois assim, o autor pode utilizar
algumas “palavras chave” do mundo em que vive o leitor, dessa forma, o autor demonstra sua preo-
cupação em assimilar-se com sua ideia principal.
De acordo com Koch, a aceitabilidade é uma contraparte da intencionalidade, pois ele nos deixa claro
que para que se haja a aceitação é necessário que o autor, o texto e o leitor, estejam em constante
interação.
Aceitabilidade
Segundo o autor Luiz Carlos Travaglia e Ingedore Grunfeld Kock a aceitabilidade acontece quando
duas pessoas estão conversando, ou seja, há um emissor e um receptor, eles procuram compreender
um ao outro por meio da ativação dos seus conhecimentos e relacionando com o que lhe foi passado,
para entender o sentindo do texto. Já segundo os autores Dayane da Silva e Ednéia de Cássia Anto-
nio dos Santos na aceitabilidade há uma relação entre a pessoa que escreve e a que lê, acontecendo
entre eles uma cooperação de sentidos, pois o autor explora todos os elementos possíveis para dar
coerência ao texto, fazendo com o que o leitor, através deles, ative os seus conhecimentos de mundo
e estabeleça uma interpretação.
Dessa forma a aceitabilidade constitui a parte oposta da intencionalidade, pois enquanto a primeira é
a ação do emissor em passar para o receptor um texto de acordo com a sua intenção e objetivos. A
aceitabilidade é a ação do receptor em associar ao que está sendo lindas alguma coerência e inter-
pretá-lo da forma que achar adequada.
Comunicabilidade
WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 20
FATORES DE TEXTUALIDADE
Comunicabilidade acontece quando uma mensagem é transferida de forma integral, correta, rápida e
economicamente. Essa transmissão integral significa que não há ruídos supressivos, deformantes ou
concorrentes.
Na transmissão correta há coerência entre a mensagem mandada pelo emissor e pelo receptor. A ra-
pidez supõe que a mensagem seja transmitida de maneira curta sem prolongação e a economia quer
dizer transmitir a mensagem da forma mais objetiva possível sem retornos e sem esforços para com-
preender o que foi dito. Pode-se falar numa comunicabilidade de código e de discurso.
Situacionalidade
A situacionalidade que tem função de adequar um texto a uma situação, ao contexto. Recebe-se que
uma situação define e conduz o sentido do discurso, na produção quanto na sua interpretação, por
isso que as vezes mesmo um texto com baixa coesão, e pouco claro pode funcionar melhor em uma
situação do que outro que seja mas completo.
Uma característica da situacionalidade é que o texto vai ser diretamente interferido na situação, da
mesma forma este terá reflexo sobre toda situação, pois o texto não é um simples reflexo do mundo
real. o homem deve ser apenas um mediador, com suas próprias ideais e crenças recriando a
situação,dessa forma uma situação nunca será descrita da mesma forma por duas pessoas, sempre
terá diferença.
Considerado como outro fator responsável pela coerência textual a situacionalidade, pode ser encon-
trado em duas situações:
No primeiro caso ao construir um texto é importante observar o que é adequado para aquela situa-
ção, a exemplo: formalidade, variedade dialetal, ou seja, o dialeto ou linguagem daquela localidade
ou região, então trata-se de determinar em que medida a situação comunicativa interfere na produção
e recepção do texto. Deve ser então restrita a comunicação para que haja o melhor entendimento do
interlocutor.
Já no segundo caso o texto também apresenta reflexos importantes sobre a situação comunicativa;
sendo que dessa vez será do texto para a situação.
Jamais o mundo real será idêntico ao mundo textual, o produtor cria o mundo de acordo com seus
pontos de vistas, seus objetivos, propósitos, etc., portanto o texto não é uma cópia fiel do mundo real,
mas sim o mundo tal como ele é visto pelo produtor. Por isso que quando pessoas descrevem o
mesmo fato nunca sai com depoimentos iguais.
WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 21
FATORES DE TEXTUALIDADE
Da situação para o texto; refere-se ao conjunto de fatores que tornam um texto relevante para uma
situação comunicativa podendo ou não ser construída.
Trata-se, de determinar em que medida a situação comunicativa, tanto o contexto imediato da intera-
ção, ou seja o entorno sócio-político-cultural em que a interação está inserida na produção do texto,
determinando assim os termos a serem escolhidos na construção do texto como por exemplo, grau
de formalidade, regras de polidez, variedade, linguística e o tratamento a ser dado ao tema.
Do texto para a situação: o mundo textual não é idêntico ao mundo real, por isso ao construir um
texto, o produtor reconstrói o mundo de acordo com suas experiências, seus objetivos e propósitos,
demonstrando sua maneira de ver o mundo. O interlocutor interpreta o texto de acordo com seus pro-
pósitos e perspectivas, por isso há sempre uma intermediação entre o mundo real e o mundo intertex-
tual.
Comunicabilidade
Acessibilidade
Comunicação escrita que visualiza a passagem e melhor acesso de informações, se utilizando do au-
xílio de medidas como:
Segmentação textual: Na segmentação textual temos como objetivo dar ordem ao texto para que dele
possa ser naturalmente extraído as informações, passando melhor acessibilidade. Algumas dessas
ferramentas usadas para que haja a segmentação é a pontuação, assim como a:
- Pontuação sintagmática, que inclui o ponto, dois pontos, ponto e vírgula, vírgula, buscando separar
ou agrupar conteúdos de acordo com as informações contidas no texto. Essas pontuações vão orga-
nizar o texto em unidades, podendo-se também acrescentar o parágrafo como um sinal sintagmático.
- Pontuação polifônica: inclui sinais como as aspas, os travessões e os parênteses. Podem também
assumir essa mesma função de construção de unidades textuais:
Se os parênteses e os travessões permitem fazer ouvir “outras vozes”, essas vozes são muitas vezes
comentários ou pontos de vista do produtor do texto, textualmente organizadas como subunidades e
dotadas de valores argumentativos geralmente específicos, como valores de explicação ou justifica-
ção, de exemplificação ou de particularização. Em conclusão, podemos assumir que a pontuação as-
sume claramente uma função de organização textual.
O propósito é manter o tema e torna-lo mais explícito sem que haja uma fuga da ideia.
Audibilidade
Como também na pronunciabilidade que é realizada por meio da elocução a audibilidade também de-
pende da mesma orientada a audição. Este tipo de comunicabilidade é utilizada pelo rádio.
Legibilidade
A legibilidade é a qualidade da comunicação escrita destinada a leitura, para que a legibilidade faça
sentido é necessário que a escrita esteja coreta e no caso da escrita a mão com letras legíveis, essa
comunicação é comum nas editoras de jornais e revistas.
WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 22