ESTADO DE GOIÁS
SECRETARIA DE EDUCAÇÃO, CULTURA E ESPORTE
COLÉGIO ESTADUAL DA POLÍCIA MILITAR DE GOIÁS DR. CESAR TOLEDO
MATERIAL DE APOIO – Iluminismo, Rev. Inglesas, Rev. Industrial, Rev. Francesa
Professor(a): TANIA OLIVEIRA Disciplina: HISTÓRIA
Série: 2ª ENSINO MÉDIO Turma: A, B, C, D, E, F, G, H, I
Nome: Número: Data: ___/08/2024
O ILUMINISMO
O Iluminismo foi um movimento intelectual, filosófico e cultural que surgiu no século XVII e
se teve seu apogeu no século XVIII, na Europa, e defendia o uso da razão (luz) contra o antigo
regime (trevas), e pregava maior liberdade econômica e política.
Este movimento promoveu mudanças políticas, econômicas e sociais, baseadas nos ideais
de liberdade, igualdade e fraternidade.
O Iluminismo tinha o apoio da burguesia, pois os pensadores e os burgueses tinham
interesses comuns.
As críticas do movimento ao Antigo Regime eram em vários aspectos como:
✓ Mercantilismo.
✓ Absolutismo monárquico.
✓ Poder da igreja e as verdades reveladas pela fé.
Com base nos três pontos acima, podemos afirmar que o Iluminismo defendia:
✓ A liberdade econômica, ou seja, sem a intervenção do estado na economia.
✓ O Antropocentrismo, ou seja, o avanço da ciência e da razão.
✓ O predomínio da burguesia e seus ideais.
As ideias liberais do Iluminismo se disseminaram rapidamente pela população. Alguns reis
absolutistas, com medo de perder o governo - ou mesmo a cabeça -, passaram a aceitar algumas
ideias iluministas e realizaram reformas econômicas em seus países, sem acabar com o
absolutismo. A esse governo reformista foi dado o nome de DESPOTISMO ESCLARECIDO. Estes
reis eram denominados Déspotas Esclarecidos e essa foi uma tentativa frustrada de evitar
revoluções burguesas – porém, cedo ou tarde, elas acabaram acontecendo.
Alguns representantes do despotismo esclarecido foram: Frederico II, da Prússia; Catarina
II, da Rússia; e Marquês de Pombal, de Portugal.
Alguns pensadores ficaram famosos e tiveram destaque por suas obras
e ideias neste período. São eles:
➢ JOHN LOCKE é Considerado o “pai do Iluminismo”. Sua principal obra foi “Ensaio sobre o
entendimento humano”, onde Locke defende a razão, a liberdade dos cidadãos e Condena o
absolutismo. Acompanhou as transformações na Inglaterra durante a Revolução Inglesa
(1689), a primeira revolução burguesa que derrubou o absolutismo e instalou um governo
liberal. Segundo Locke:
• Os governados têm todo o direito de se rebelar contra um governo que não os atende;
• A burguesia precisa estar livre para comandar a economia, sem a intervenção direta do
governo;
• Na Inglaterra, o fato da burguesia ter assumido o comando do Parlamento, levou ao
progresso do país, que ainda no século XVIII se industrializou;
➢ VOLTAIRE - François Marie Arouet Voltaire destacou-se pelas críticas feitas ao clero católico,
à inflexibilidade religiosa e à prepotência dos poderosos. Grande defensor da liberdade de
expressão, religiosa, econômica, política...
• “Posso não concordar com o que você pensa, mas defenderei até a morte seu direito
de expressar suas ideias”. (Voltaire)
• Um governante deve ser esclarecido... Pode ser um monarca, mas não absolutista!
➢ MONTESQUIEU - Charles de Secondat Montesquieu em sua obra “O espírito das
leis” defendeu a tripartição de poderes em três partes para evitar o absolutismo: Legislativo,
Executivo e Judiciário. No entanto, Montesquieu não era a favor de um governo burguês. Sua
simpatia política inclinava-se para uma monarquia moderada.
• O poder de um governante deve ser limitado;
• Defensor da instalação de República (com eleições presidenciais) em países pequenos;
• Defesa à Constituições liberais;
➢ ROUSSEAU - Jean-Jacques Rousseau é autor da obra “O contrato social”, na qual afirma
que o soberano deveria dirigir o Estado conforme a vontade do povo (com eleições sem
distinção entre classes sociais). Apenas um Estado com bases democráticas teria condições
de oferecer igualdade jurídica a todos os cidadãos. Rousseau destacou-se também como
defensor da pequena burguesia.
• “Discurso sobre a origem da desigualdade entre os homens”: a existência da
propriedade privada é a culpada pelas guerras e misérias humanas;
• As mulheres seriam boas educadoras;
• Educação deve ser conduzida com amor;
• Pais devem cuidar de seus filhos com atenção e proximidade;
• Valorização dos sentimentos e do lúdico nas escolas;
➢ QUESNAY - François Quesnay foi o representante oficial da FISIOCRACIA. Os fisiocratas
pregavam um capitalismo agrário sem a interferência do Estado e acreditavam que toda riqueza
de um país vinha de seus recursos naturais;
➢ ADAM SMITH - Adam Smith foi o principal representante de um conjunto de ideias denominado
liberalismo econômico, o qual é composto pelo seguinte:
• O Estado é legitimamente poderoso se for rico;
• Para enriquecer, o Estado necessita expandir as atividades econômicas capitalistas;
• Para expandir as atividades capitalistas, o Estado deve dar liberdade econômica e política
para os grupos particulares, ou seja, pouquíssima ou nenhuma interferência do Estado na
economia.
• Liberalismo: “deixa fazer, deixa passar!”
• Suas ideias liberais inspiraram revoluções burguesas!
➢ IMANUEL KANT - Idealismo transcendental: nós trazemos conceitos que não são frutos de
nossas experiências.
• Ações humanas fundamentadas na razão.
• Felicidade como uma das consequências da moralidade. Para Kant a busca pela felicidade
não deve ser o principal objetivo do ser humano, pois sua capacidade de pensamento e
reflexão é um obstáculo (atrapalha) o encontro da felicidade.
• Para Kant, a boa vontade é o único atributo humano que é bom em si mesmo. Logo, o ser
humano deve fazer as coisas tendo a boa vontade como ponto de partida.
REVOLUÇÕES BURGUESAS
✓ A independência dos estados Unidos (1776) foi a primeira revolução inspirada nos ideais
iluministas e a segunda liderada pela burguesia (a primeira foi a da Inglaterra);
✓ A Revolução Francesa (1789), que marca a derrubada do Antigo Regime no país em que
ele foi mais forte, também foi inspirada nos ideais iluministas;
✓ Revoltas e tentativas de revoluções pelo mundo todo, inclusive no Brasil (Inconfidência
Mineira);
O ILUMINISMO NO BRASIL
Os ideais iluministas que defendiam o fim do colonialismo e absolutismo, o liberalismo
econômico e a liberdade religiosa, estiveram presentes no Brasil e foram responsáveis pela
Inconfidência Mineira (1789), a Revolta dos Alfaiates na Bahia (1798) e a Revolução
Pernambucana (1817).
O Iluminismo serviu de motivação para os movimentos separatistas do século XVIII no Brasil e teve
uma grande importância no desenvolvimento político do país.
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REVOLUÇÕES INGLESAS – 1640 à 1688
A Revolução Inglesa do século XVII representou a primeira manifestação de crise do sistema da
época moderna, identificado com o absolutismo. O poder monárquico, severamente limitado, cedeu
a maior parte de suas prerrogativas ao Parlamento e instaurou-se o regime parlamentarista que
permanece até hoje. O processo começou com a Revolução Puritana de 1640 e terminou com a
Revolução Gloriosa de 1688. As duas fazem parte de um mesmo processo revolucionário, daí a
denominação de Revolução Inglesa do século XVII e não Revoluções Inglesas.
✓ Cercamentos: quando os proprietários de terras começaram a expulsar os camponeses da
terra devido o aumento nas exportações de seus produtos.
✓ Petição de direitos: 1628 proibia o rei de convocar o exército e propor novos impostos sem
a aprovação do parlamento.
• REVOLUÇÃO PURITANA Inicia-se em 1628, quando o Parlamento impõe a Carlos I, da
dinastia dos Stuart, a "Petição dos Direitos", que limita o poder da Coroa. Como resposta, o rei
dissolve o Parlamento e governa sozinho durante 11 anos. A guerra civil começa em 1642. Oliver
Cromwell comanda o exército parlamentarista, que manda decapitar Carlos I em praça pública.
A República é instaurada em 1649 e, em 1653, Cromwell dissolve o Parlamento e exerce uma
ditadura pessoal.
• DITADURA DE CROMWELL Sua medida mais importante foi o Ato de Navegação, o qual
instituía que todos os produtos importados pela Inglaterra só poderiam ser transportados por
navios britânicos. Seu governo foi bastante rígido, o que fez com que o Parlamento tentasse
limitar o poder de Cromwell, consequentemente, o Parlamento fora dissolvido e Cromwell pôde
se declarar como o protetor da Inglaterra, Escócia e Irlanda. Nascendo o período conhecido
como Protetorado de Cromwell. Com sua morte, o poder é passado ao seu filho Ricardo, mas
por ser considerado incapaz, é destituído. De um lado os burgueses desejavam segurança e de
outro, escoceses e irlandeses desejavam a monarquia de volta. Carlos II, que estava refugiado
na Holanda, retorna a Inglaterra e assume o trono. Mas nada voltara a ser como antes da
República, pois a burguesia tornara-se mais forte que a nobreza, a Igreja Anglicana deixara de
ser instrumento das mãos reais e o rei não passava de um funcionário da nação.
• REVOLUÇÃO GLORIOSA Durante o reinado de Jaime II, católico, cresce o
descontentamento da alta burguesia e da nobreza anglicana. Temendo um governo ditatorial, o
Parlamento inglês propõe a Coroa a Guilherme de Orange, príncipe holandês casado com Mary
Stuart (filha de Jaime II). A Revolução Gloriosa começa em 1688 quando se enfrentam as forças
de Guilherme de Orange e de Jaime II, que é derrotado. Em 1669 Guilherme e Mary Stuart
assumem o trono da Inglaterra. Assinam o Bill of Rights (declaração de direitos) que determina,
entre outras coisas, a liberdade de imprensa, a manutenção de um exército permanente e o
poder do Parlamento de legislar sobre tributos. A Revolução marca o fim do absolutismo na
Inglaterra e a instauração da monarquia constitucional. Favorece a aliança entre burguesia e
proprietários rurais, que será a base do desenvolvimento econômico inglês.
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REVOLUÇÃO INDUSTRIAL
Pioneirismo Inglês:
As primeiras razões de o inicio da REVOLUÇÃO INDUSTRIAL ter-se dado na Inglaterra foram
que esse país:
• Possuía uma burguesia muito capitalizada em função dos lucros auferidos com as atividades
comerciais da época mercantilista;
• Desde o século XVII, controlava as ofertas de manufaturados nos mercados coloniais;
• Desde a Revolução Gloriosa de 1688 os entraves mercantilistas haviam sido abolidos da
economia britânica, e o Estado, sob governo parlamentar e dominado pela burguesia, atuava no
sentido de corresponder aos interesses dessa camada social;
• Possuía grande jazida de carvão e ferro, matéria primas indispensáveis à fabricação de
maquinas e geração de energia.
• Concentrava abundancia de mão-de-obra nas cidades, resultando do forte êxodo rural verificado
na Idade Moderna. Nesse período a lã inglesa conquistou um espaço considerável no mercado
europeu e muitas antigas pequenas propriedades comunais transformaram-se em grandes
propriedades privadas, destinadas à criação de ovelhas.
• A mão-de-obra excedente dirigia-se às cidades.
A Fábrica - As fábricas do início da Revolução Industrial não apresentavam o melhor dos ambientes
de trabalho. As condições das fábricas eram precárias. Eram ambientes com péssima iluminação,
abafados e sujos. Os salários recebidos pelos trabalhadores eram muito baixos e chegava-se a
empregar o trabalho infantil e feminino. Os empregados chegavam a trabalhar até 18 horas por dia
e estavam sujeitos a castigos físicos dos patrões. Não havia direitos trabalhistas como, por
exemplo, férias, décimo terceiro salário, auxílio doença, descanso semanal remunerado ou
qualquer outro benefício. Quando desempregados, ficavam sem nenhum tipo de auxílio e
passavam por situações de precariedade.
TRABALHO E ALIENAÇÃO
Um dos grandes dramas do processo da Revolução Industrial foi a alienação do trabalhador
em relação à sua atividade. Ao contrário do artesão da Antiguidade ou da Idade Média, o operário
moderno perdeu o controle do conjunto da produção. Passou a ser responsável por apenas uma
parte do ciclo produtivo de uma mercadoria, ignorando os procedimentos técnicos envolvidos.
Além disso, recebendo salário em troca da atividade mecânica realizada, o operário alienava
o fruto de seu trabalho ao capitalista, transformando-o em mercadoria sujeito ao mercado.
Reação dos trabalhadores - Em muitas regiões da Europa, os trabalhadores se organizaram para
lutar por melhores condições de trabalho. Os empregados das fábricas formaram:
➢ As trade unions (espécie de sindicatos) com o objetivo de melhorar as condições de trabalho
dos empregados. Houve também movimentos mais violentos como, por exemplo:
➢ O ludismo. Também conhecidos como "quebradores de máquinas", os ludistas invadiam
fábricas e destruíam seus equipamentos numa forma de protesto e revolta com relação a vida
dos empregados.
➢ O cartismo foi mais brando na forma de atuação, pois optou pela via política, conquistando
diversos direitos políticos para os trabalhadores.
Conclusão –
A Revolução tornou os métodos de produção mais eficientes. Os produtos passaram a ser
produzidos mais rapidamente, barateando o preço e estimulando o consumo. Por outro lado,
aumentou também o número de desempregados. As máquinas foram substituindo, aos poucos, a
mão-de-obra humana. A poluição ambiental, o aumento da poluição sonora, o êxodo rural e o
crescimento desordenado das cidades também foram consequências nocivas para a sociedade.
Até os dias de hoje, o desemprego é um dos grandes problemas nos países em desenvolvimento.
Gerar empregos tem se tornado um dos maiores desafios de governos no mundo todo. Os
empregos repetitivos e pouco qualificados foram substituídos por máquinas e robôs. As empresas
procuram profissionais bem qualificados para ocuparem empregos que exigem cada vez mais
criatividade e múltiplas capacidades. Mesmo nos países desenvolvidos tem faltado empregos para
a população
REVOLUÇÃO FRANCESA
A Revolução Francesa foi um ciclo revolucionário que aconteceu na França entre 1789 e
1799 e que teve como resultado prático o fim do absolutismo no país. A Revolução Francesa
aconteceu por conta da insatisfação da burguesia com os privilégios que a aristocracia francesa
gozava e da insatisfação do povo com sua vida de sofrimentos, marcada pela pobreza e fome.
A Revolução Francesa é um dos acontecimentos mais importantes da história da
humanidade porque dela iniciou-se o processo de universalização dos direitos sociais e das
liberdades individuais, previstos na Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão. Essa
revolução também abriu caminho para o republicanismo na Europa e para a democracia
representativa. A Revolução Francesa inspirou-se nos ideais do Iluminismo, que surgiram no
século XVIII e foi resultado da crise econômica, política e social que a França viveu no final do
século XVIII. Essa crise na França foi consequência direta de uma sociedade marcada pela
desigualdade típica do Antigo Regime, nome pelo qual ficou conhecido o absolutismo na França.
(A França do final do século XVIII era governada por Luís XVI.)
SOCIEDADE FRANCESA
A sociedade francesa era dividida em três classes sociais:
• Primeiro Estado: clero
• Segundo Estado: nobreza
• Terceiro Estado: restante da população que não se incluía nos outros dois Estados
Dentro dessa organização social, existia uma divisão muito clara, pois clero e nobreza eram
classes que compunham a aristocracia e que gozavam de uma série de privilégios, como isenção
de certos impostos e direito de cobrar taxas por suas terras. O Terceiro Estado, por sua vez,
mantinha todo o peso de arcar com as despesas do governo francês. Além disso, essa classe era
extremamente variada, pois incluía grupos bastante diferentes, como burgueses e camponeses.
CAUSAS DA REVOLUÇÃO FRANCESA
✓ Grande desigualdade social da França foi a raiz que causou a convulsão que iniciou a
Revolução Francesa.
✓ Insatisfação da burguesia, que queria combater os privilégios da aristocracia como forma
de prosperar seus negócios no país. Isso convergiu para a revolução em 1789.
✓ Atraso econômico (em comparação com a Inglaterra) no desenvolvimento do capitalismo e
dos altos gastos do país. A crise econômica que se instalou na França impactou diretamente
as relações sociais no país, pois a nobreza, tentando reduzir os impactos da crise em seu
estilo de vida, aumentou a exploração sobre o povo.
✓ Gastos elevados do governo francês também eram um problema grave. No final do século
XVIII, a França gastava metade de seu orçamento anual para o pagamento de dívidas do
Estado. Um dos resultados mais pesados da crise econômica sobre o povo foi a alta da
inflação e, consequentemente, o aumento do custo de vida. Como a situação em 1789 era
delicada, o rei francês optou por convocar os Estados Gerais.
ESTADOS GERAIS E A QUEDA DA BASTILHA
Os Estados Gerais eram uma espécie de assembleia emergencial convocada pelos reis
franceses para tomada de decisões importantes. A convocação dos Estados Gerais coincidiu com
um momento de grande mobilização popular em Paris, resultado direto da insatisfação popular com
a fome, que havia aumentado por conta das colheitas ruins de 1788. As decisões dos Estados
Gerais eram realizadas por meio de uma votação, na qual cada estado tinha direito a um voto. Esse
mecanismo permitia a união entre nobreza e clero contra o Terceiro Estado e, assim, garantia a
permanência de seus privilégios. Os representantes do Terceiro Estado, por sua vez, sugeriram
que o voto fosse individual, não por Estado, mas essa proposta pelo voto individual foi rejeitada
pelo rei, o que motivou- os a romper com os Estados Gerais e a formar uma Assembleia Nacional
Constituinte a fim de que uma nova Constituição fosse redigida para a França. A insatisfação
popular tomou as ruas quando o rei mostrou-se contrário à Constituição e ordenou o fechamento
da Constituinte.
No dia 14 de julho de 1789, os sans-culottes (camadas populares de Paris), enfurecidos,
resolveram atacar a Bastilha, prisão que abrigava presos políticos do absolutismo. Apesar de,
naquele momento, a Bastilha estar quase desativada, continuava sendo um grande símbolo do
absolutismo. Essa ação é considerada pelos historiadores como o grande marco que iniciou a
Revolução Francesa.
FASES DA REVOLUÇÃO FRANCESA
Após a Queda da Bastilha, o processo revolucionário espalhou-se pelo país e estendeu-se
por um período de dez anos, divididos em três fases:
1. Assembleia Nacional Constituinte e Assembleia Legislativa (1789-1792)
2. Convenção (1792-1795)
3. Diretório (1795-1799)
ASSEMBLEIA NACIONAL CONSTITUINTE E ASSEMBLEIA LEGISLATIVA
Essa é a fase da Revolução Francesa na qual ocorreu a atuação da Assembleia Nacional
Constituinte e da Assembleia Legislativa. Após a Queda da Bastilha, a revolução espalhou-se
pelo país e chegou às zonas rurais. Os camponeses temiam que a aristocracia reagisse aos fatos
que aconteciam em Paris e deixasse a população sem alimento. Com isso, partiram para o ataque.
No episódio, que recebeu o nome de Grande Medo, os camponeses começaram a invadir
as propriedades de aristocratas, promovendo saques e assassinando os proprietários. Além disso,
exigiam o fim de alguns impostos e queriam ter direito a mais alimentos.
Os constituintes, temendo que a violência aumentasse, tomaram algumas medidas para
conter as ações do povo:
✓ Os privilégios feudais foram abolidos na França;
✓ A Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, foi anunciada (um dos documentos mais
importantes de toda a Revolução Francesa) e estabelecia, na teoria, que todos os homens eram
iguais perante a lei;
✓ A violência popular e as mudanças que estavam acontecendo fizeram com que parte da
aristocracia francesa fugisse do país e fosse para outras nações absolutistas, como Áustria e
Prússia e iniciou esforços contrarrevolucionários com o objetivo de reimplantar o absolutismo na
França;
✓ O rei francês Luís XVI e sua esposa, Maria Antonieta, também tentaram fugir da França, mas
foram reconhecidos quando se aproximavam da fronteira com a Bélgica. Após ser capturado, o
rei francês foi reencaminhado para o Palácio de Tulherias – França;
✓ Outras mudanças que aconteceram nesse período foram decorrentes da Constituição Civil do
Clero, uma tentativa de colocar o clero francês sob o controle do governo.
✓ Em 1791, foi promulgada a nova Constituição da França, que transformou o país em
uma monarquia constitucional. Após a promulgação, a Assembleia Constituinte transformou-
se em Assembleia Legislativa.
Nessa Assembleia, consolidaram-se dois partidos: girondinos e jacobinos.
✓ Os girondinos assentavam-se à direita da Assembleia e tinham uma postura mais
conservadora em relação às mudanças em curso.
✓ Os jacobinos assentavam-se à esquerda e partilhavam de uma posição mais reformista, que
defendia a ampliação das reformas em curso no país.
Nesse período, rumores de que austríacos e prussianos estavam organizando forças para
invadir a França espalharam-se e fizeram com que a Assembleia emitisse uma declaração de
guerra contra esses dois países. Os franceses lutaram essa guerra com a Guarda Nacional, tropa
que tinha surgido em Paris no começo da revolução. O início da guerra criou condições para a
radicalização da revolução e levou a população a apoiar os jacobinos e os sans-culottes. A guerra
foi declarada e a Monarquia Constitucional na França caiu. Os sans-culottes anunciaram a
instauração da República na França.
CONVENÇÃO
Com a República, a Assembleia Legislativa transformou-se em Convenção. Os membros
da Convenção foram escolhidos por sufrágio universal (Direito ao voto) masculino, e o rei
francês, naturalmente, foi destituído de sua função. Nesse momento, uma nova discussão tomou a
política francesa: o destino de Luís XVI.
Os jacobinos defendiam que o rei deveria ser guilhotinado, pois era considerado o grande
culpado pelos males que a França enfrentava, já os girondinos defendiam o exílio do rei e o
resultado disso foi a execução de Luís XVI na guilhotina em janeiro de 1793.
Esse regicídio (assassinato de um rei/rainha) inaugurou a fase do Terror na revolução. Os
jacobinos tomaram o poder da França e, liderados por Maximilien Robespierre, iniciaram uma
fase de radicalização, que ampliou as reformas no país e perseguiu todos aqueles que se opunham
a ela. Na República controlada pelos jacobinos, os opositores foram alvos da Lei dos
Suspeitos, responsável pela morte na guilhotina de 17 mil pessoas em 14 meses.
O Terror imposto pelos jacobinos levou os girondinos a organizarem-se e a reagirem com
a Reação Termidoriana em 1794. Com esse evento, os jacobinos foram destituídos do poder,
Robespierre foi guilhotinado e a agenda reformista foi substituída por uma agenda mais
conservadora e liberal. Em 1795, a Convenção foi substituída pelo Diretório.
DIRETÓRIO
Com o enfraquecimento dos jacobinos, os girondinos, à frente dos interesses da alta
burguesia francesa, redigiram uma nova Constituição para a França e reverteram algumas
medidas. Utilizaram ainda o exército francês para reprimir todos aqueles que se opusessem às
medidas que estavam sendo implantadas.
A França permaneceu em uma onda de instabilidade política, social e econômica durante os
anos seguintes, que fez com que a alta burguesia defendesse a implantação de um governo
autoritário presidido por uma figura de força. Essa figura era Napoleão Bonaparte, general do
exército francês, famoso na época por liderar as tropas do país no exterior.
Napoleão tomou o poder da França em 1799, quando organizou um golpe que ficou
conhecido como Golpe do 18 de Brumário. Isso marcou início do Período Napoleônico.
CONSEQUÊNCIAS DA REVOLUÇÃO FRANCESA
A Revolução Francesa foi um marco para a humanidade e causou uma série de mudanças,
a curto prazo e a longo prazo, na França e no mundo. Entre as várias consequências, podem-se
destacar algumas:
• Universalização dos direitos sociais e das liberdades individuais
• Fim dos privilégios e dos resquícios do feudalismo na França
• Início da queda do absolutismo na Europa
• Separação entre os poderes legislativo, executivo e judiciário
A ERA NAPOLEÔNICA
A Era Napoleônica tem inicio após o Golpe de Estado do 18 Brumário, que foi o que marcou
o final do processo revolucionário na França.
Napoleão Bonaparte é considerado, para muitos franceses, o governante mais bem-
sucedido da história da França. Algumas pessoas dizem que ele foi tão bem-sucedido devido sua
habilidade como estrategista, seu espírito de liderança e seu talento para empolgar os soldados
com promessas de glória e riqueza após cada vitória.
Podemos dividir o governo de Napoleão em três períodos: Consulado, Império e Governo
dos cem dias.
CONSULADO
Este período se caracterizou pela recuperação econômica e pela reorganização jurídica e
administrativa na França.
O governo do consulado era republicano e controlado por militares, onde três cônsules
chefiavam o poder executivo (Napoleão, Roger Ducos e Sieyés), mas como Napoleão foi eleito
primeiro-cônsul da república era ele quem realmente governava. Apesar do cunho democrático
criado pela nova constituição, era ele quem comandava o exército, propunha novas leis, nomeava
os membros da administração e controlava a política externa.
Durante o governo do consulado as oposições foram aniquiladas, a alta burguesia
consolidou-se e os projetos de emancipação dos setores populares foram sufocados.
Com os resultados obtidos neste período Napoleão foi nomeado cônsul vitalício em 1802,
devido ao apoio das elites francesas, que estavam entusiasmadas com os avanços.
IMPÉRIO
O Império foi implantado definitivamente após a mobilização da opinião pública. Em 1804 foi
realizado um plebiscito, onde foi reestabelecido o regime monárquico e a indicação de Napoleão
ao trono. Em 2 de Dezembro foi oficializado Napoleão I, na Catedral de Notre Dame.
Napoleão liderou uma série de guerras, expandindo o domínio francês. Em algum tempo o
exército francês se tornou o mais poderoso da Europa. Os ingleses preocupados com o poderio
francês, formaram coligações internacionais contra o expansionismo francês.
Em 1805 a França tentou invadir a Inglaterra, mas foi derrotada. Decorrente deste fato o
governo Napoleônico tentou enfraquecer a Inglaterra outras formas. Em 1806 decretou
o BLOQUEIO CONTINENTAL, o qual dizia que todos os países da Europa deveriam fechar seus
portos ao comércio inglês. Mas este decreto não surtiu o efeito esperado, pois a França não
conseguia abastecer todo o mercado da Europa.
A Rússia tinha aderido a esse decreto após um acordo com a França (Paz de Tilsit), mas
como era um país essencialmente agrícola e estava enfrentando uma grave crise econômica viu-
se obrigado a abandonar o Bloqueio Continental. Em vingança a decisão do Czar Alexandre I, o
governo napoleônico decidiu invadir a Rússia em 1812.
Os generais acostumados com grandes vitórias conduziam suas tropas pelo imenso território
russo, enquanto as tropas czaristas recuavam colocando fogo nas plantações e em tudo que
servisse aos invasores. Em Moscou as tropas russas começaram a enfrentar as tropas francesas
que estavam mal alimentadas e desgastadas, devido isso Napoleão não teve outra escolha a não
ser em ir embora.
A desastrosa campanha militar na Rússia encorajou outros países europeus a reagirem
contra a supremacia francesa. Em 6 de Abril de 1814 um exército formado por ingleses, austríacos,
russos e prussianos tomaram Paris e capturaram Napoleão enviando-o para a Ilha de Elba. O trono
francês foi entregue a Luís XVII.
GOVERNO DOS CEM DIAS
Napoleão conseguiu fugir da Ilha de Elba e voltar a França em março de 1815. Ele foi
recebido em Paris como herói e com gritos de “viva o imperador! ”, ele se instalou no poder,
obrigando a família real a fugir, mas a sua permanência no poder durou apenas cem dias.
A coligação militar da Europa se reorganizou e derrotaram definitivamente Napoleão
na Batalha de Waterloo. Napoleão foi mandado para a Ilha de Santa Helena, onde ficou até sua
morte.
CONGRESSO DE VIENA
Com a Batalha de Waterloo, chega ao fim a Era Napoleônica e começa a tentativa de
restauração do Antigo Regime por meio do Congresso de Viena (1814-1815).
O Congresso de Viena tinha como finalidades (Princípios):
✓ Restaurar o Antigo Regime
✓ Legitimar antigas dinastias
✓ Recuperar o equilíbrio europeu após a Revolução Francesa.
A SANTA ALIANÇA
Foi um projeto idealizado pelo czar Alexandre I da Rússia, dentro do contexto do Congresso
de Viena, com a finalidade de combater os movimentos revolucionários europeus que pretendiam
derrubar as monarquias absolutistas.
Após a Revolução Francesa, os ideais de liberdade e democracia se espalharam pelas
nações europeias. Integrantes da burguesia estavam se organizando para acabar com o
absolutismo. Neste contexto, a Santa Aliança buscaria uma união das nações absolutistas, através
de ações conjuntas, para garantir a permanência das monarquias e também o domínio sobre as
colônias americanas, reprimindo os movimentos de independência.